historico da refrigeração

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    CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DA BAHIA

    UNIDADE DE ENSINO: SANTO AMARO BA

    CURSO: ELETROMECNICA

    DISCIPLINA: REFRIGERAO

    OHISTRICO DA REFRIGERAOFLUIDOS REFRIGERANTES

    OZNIO/PROCESSO DE FORMAO/DESTRUIO

    SISTEMAS DE REFRIGERAO

    COMPONENTES DE UM SISTEMA DE REFRIGERAO

    APOSTILA ORGANIZADA PELOS PROFESSORES:

    FBIO FERRAZ

    MARCIO GOMES

    agosto/2008

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    OHISTRICO DA REFRIGERAO

    O emprego dos meios de refrigerao j era do conhecimento humano mesmo na

    poca das mais antigas civilizaes. Pode-se citar a civilizao chinesa que, muitossculos antes do nascimento de Cristo, usava o gelo natural (colhido nas superfcies dos

    rios e lagos congelados e conservado com grandes cuidados, em poos cobertos com

    palha e cavados na terra) com a finalidade de conservar o ch que consumiam. As

    civilizaes gregas e romanas que tambm aproveitavam o gelo colhido no alto das

    montanhas, a custo do brao escravo, para o preparo de bebidas e alimentos gelados.

    J a civilizao egpcia, que devido a sua situao geogrfica e ao clima de seu

    pas, no dispunham de gelo natural, refrescavam a gua por evaporao, usando vasosde barro, semelhantes s moringas1, to comuns no interior do Brasil. O barro, sendo

    poroso, deixa passar um pouco da gua contida no seu interior, a evaporao desta para

    o ambiente faz baixar a temperatura do sistema. Entretanto, durante um largo perodo de

    tempo, na realidade muitos sculos, a nica utilidade que o homem encontrou para o

    gelo foi a de refrigerar alimentos e bebidas para melhorar seu paladar.

    No final do sculo XVII, foi inventado o microscpio e, com o auxlio deste

    instrumento, verificou-se a existncia de microorganismos (micrbios e bactrias)

    invisveis vista sem auxilio de um instrumento dotado de grande poder de ampliao.

    Os micrbios existem em quantidades enonnes, espalhados por todas as partes, gua,

    alimentos e organismos vivos.

    Estudos realizados por cientistas, entre eles o clebre qumico francs Louis

    Pasteur, demonstraram que alguns tipos de bactrias so responsveis pela putrefao

    dos alimentos e por muitos tipos de doenas e epidemias. Ainda atravs de estudos,

    ficou comprovado que a contnua reproduo das bactrias podia ser impedida em

    muitos casos ou pelo menos limitada pela aplicao do frio, isto , baixando

    suficientemente a temperatura do ambiente em que os mesmos proliferam. Essas

    concluses provocaram, no sculo XVIII, uma grande expanso da indstria do gelo,

    que at ento se mostrava incipiente.

    Antes da descoberta, os alimentos eram deixados no seu estado natural,

    estragando-se rapidamente. Para conserv-los por maior tempo era necessrio

    submetlos a certos tratamentos como a salgao, a defumao ou o uso de

    1Moringa um vaso de barro arredondado, de gargalo estreito para gua.

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    condimentos. Esses tratamentos, na maioria dos casos, diminuam a qualidade do

    alimento e modificavam o seu sabor. Com a descoberta, abria-se a possibilidade de se

    conservar os alimentos frescos, com todas as suas qualidades, durante um perodo de

    tempo maior.

    Contudo, o uso do gelo natural trazia consigo uma srie de inconvenientes que

    prejudicavam seriamente o desenvolvimento da refrigerao, tornando-a de valia

    relativamente pequena.

    Assim, ficava-se na dependncia direta da natureza para a obteno da matria

    primordial, isto , o gelo, que s se formava no inverno e nas regies de clima bastante

    frio. O fornecimento, portanto, era bastante irregular e, em se tratando de pases mais

    quentes, era sujeita a um transporte demorado, no qual a maior parte se perdia por

    derretimento, especialmente porque os meios de conserv-lo durante este transporte

    eram deficientes. Mesmo nos locais onde o gelo se formava naturalmente, isto , nas

    zonas frias, este ltimo tinha grande influncia, pois a estocagem era bastante dificil, s

    podendo ser feita por perodos relativamente curtos.

    Por este motivo, engenheiros e pesquisadores voltaram-se para a busca de meios

    e processos que pennitissem a obteno artificial de gelo, liberando o homem da

    dependncia da natureza. Em conseqncia desses estudos, em 1834 foi inventado, nos

    Estados Unidos, o primeiro sistema mecnico de fabricao de gelo artificial e, que

    constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compresso frigorfica.

    Em 1855 surgiu na Alemanha outro tipo de mecanismo para a fabricao do gelo

    artificial, este, baseado no principio da absoro, descoberto em 1824 pelo fisico e

    qumico ingls Michael Faraday.

    Durante por cerca de meio sculo os aperfeioamentos nos processos de

    fabricao de gelo artificial foram se acumulando, surgindo sistematicamente melhorias

    nos sistemas, com maiores rendimentos e melhores condies de trabalho. Entretanto, aproduo propriamente dita fez poucos progressos neste perodo, em conseqncia da

    preveno do pblico consumidor contra o gelo artificial, pois apesar de todos estarem

    cientes das vantagens apresentadas pela refrigerao, era crena geral que o gelo

    produzido pelo homem era prejudicial sade humana.

    Tal crena completamente absurda, mas como uma minoria aceitava o gelo

    artificial, o seu consumo era relativamente pequeno. Todavia, a prpria natureza

    encarregou-se de dar fim a tal situao. Em 1890, o inverno nos Estados Unidos, umdos maiores produtores de gelo natural da poca, foi muito fraco. Em conseqncia,

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    quase no houve formao de gelo neste ano, naquele pas. Como no havia gelo

    natural, a situao obrigou que se usasse o artificial, quebrando o tab existente contra

    este ltimo e mostrando, inclusive, que o mesmo era ainda melhor que o produto

    natural, por ser feito com gua mais pura e poder ser produzido vontade, cnforme as

    necessidades de consumo.

    A utilizao do gelo natural levou a criao, no princpio do sculo XIX, das

    primeiras geladeiras.

    Tais aparelhos eram constitudos simplesmente por um recipiente, quase sempre

    isolado por meio de placas de cortia, dentro do qual eram colocadas pedras de gelo e os

    alimentos a conservar, ver figura abaixo. A fuso do gelo absorvia parte do calor dos

    alimentos e reduzia, de forma considervel, a temperatura no interior da geladeira.

    Surgiu, dessa forma, o impulso que faltava indstria de produo mecnica degelo. Uma vez aceito pelo consumidor, a demanda cresceu vertiginosamente e passaram

    a surgir com rapidez crescente as usinas de fabricao de gelo artificial por todas as

    partes.

    Apesar da plena aceitao do gelo artificial e da disponibilidade da mesma para

    todas as classes sociais, a sua fabricao continuava a ter de ser feita em instalaes

    especiais, as usinas de gelo, no sendo possvel a produo do mesmo na prpria casa

    dos consumidores. Figura tpica da poca era o geleiro, que, com sua carroa isolada,

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    percorria os bairros, entregava nas casas dos consumidores, periodicamente, as pedras

    de gelo que deviam ser colocadas nas primeiras geladeiras.

    No alvorecer do sculo XX, comeou a se disseminar outra grande conquista, a

    eletricidade. Os lares comearam a substituir os candeeiros de leo e querosene e os

    lampies de gases, pelas lmpadas eltricas, notvel inveno de Edison, e a dispor da

    eletricidade para movimentar pequenas mquinas e motores. Com esta nova fonte de

    energia, os tcnicos buscaram meios de produzir o frio em pequena escala, na prpria

    residncia dos usurios. O primeiro refrigerador domstico surgiu em 1913, mas sua

    aceitao foi mnima, tendo em vista que o mesmo era constitudo de um sistema de

    operao manual, exigindo ateno constante, muito esforo e apresentando baixo

    rendimento.

    S em 1918 que apareceu o primeiro refrigerador automtico, movido a

    eletricidade, e que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos Estados Unidos. A partir

    de 1920, a evoluo foi tremenda, com uma produo sempre crescente de

    refrigeradores mecnicos.

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    FLUIDOS REFRIGERANTES

    Fluido refrigerante o fluido que absorve calor de uma substncia do ambiente a

    ser resfriado.No h um fluido refrigerante que rena todas as propriedades desejveis, de

    modo que, um refrigerante considerado bom para ser aplicado em determinado tipo de

    instalao frigorfica nem sempre recomendado para ser utilizado em outra. O bom

    refrigerante aquele que rene o maior nmero possvel de boas qualidades,

    relativamente a um determinado fim.

    As principais propriedades de um bom refrigerante so:

    Condensar-se a presses moderadas;Evaporar-se a presses acima da atmosfrica;

    Ter pequeno volume especfico (menor trabalho do compressor);

    Ter elevado calor latente de vaporizao;

    Ser quimicamente estvel (no se altera apesar de suas repetidas mudanas de

    estado no circuito de refrigerao);

    No ser corrosivo;

    No ser inflamvel;

    No ser txico;

    Ser inodoro;

    Deve permitir fcil localizao de vazamentos;

    Ter miscibilidade com leo lubrificante e no deve atac-lo ou ter qualquer

    efeito indesejvel sobre os outros materiais da unidade;

    Em caso de vazamentos, no deve atacar ou deteriorar os alimentos, no deve

    contribuir para o aquecimento global e no deve atacar a camada de oznio.Tipos de Fluidos Refrigerantes:

    1. CFC - So molculas formadas pelos elementos cloro, flor e carbono. (Exemplos:R-11, R-12, R-502, etc.).

    Utilizao: ar condicionado automotivo, refrigerao comercial, refrigerao

    domstica (refrigeradores e freezers) etc.

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    Os CFCs destroem a camada de oznio. A camada de oznio sendo danificada

    permite que raios ultravioleta (UV) do sol alcancem a superfcie da Terra. As indstrias

    qumicas nacionais cessaram a produo de CFCs e a importao destas substncias

    virgens est controlada. Para converter ou substituir um equipamento operado com CFC

    foram criados dois tipos de refrigerantes alternativos: HCFCs e HFCs.

    2. HCFC - Alguns tomos de cloro so substitudos por hidrognio (Exemplos: R-22,R-141b, etc.).

    Utilizao: ar condicionado de janela, split, self, cmaras frigorficas, etc.

    3. HFC - Todos os tomos de cloro so substitudos por hidrognio (Ex: R-134a,R-404A, R-407C, etc.).

    Utilizao: ar condicionado automotivo, refrigerao comercial, refrigerao

    domstica (refrigeradores e freezers), etc.

    O R-134a (Tetrafluoretano) tem propriedades fsicas e termodinmicas similares

    ao R-12. Pertence ao grupo dos HFCs Fluorcarbonos parcialmente halogenados, com

    potencial de destruio do oznio (ODP) igual a zero, devido ao menor tempo de vida

    na atmosfera, apresenta uma reduo no potencial de efeito estufa de 90% comparado

    ao R-12. Alm disso, no inflamvel, no txico, possui alta estabilidade trmica e

    qumica, tem compatibilidade com os materiais utilizados e tem propriedades fsicas e

    termodinmicas adequadas.

    O R-134a compatvel com todos os metais e ligas normalmente utilizados nos

    equipamentos de refrigerao. Deve-se evitar o uso de zinco, magnsio, chumbo e ligas

    de alumnio com mais de 2% de magnsio em massa.

    Testes de armazenamento com refrigerante mido apresentaram boa estabilidade hidrlise e nenhum ataque corrosivo em metais como ao inoxidvel, cobre, lato e

    alumnio.

    O R-134a isento de cloro e, por isso, apresenta boa compatibilidade com

    elastmeros.

    Na refrigerao a palavra Retrofit (abreviatura da expresso inglesa retroactive

    refit que significa readaptao posterior) vem sendo empregada para designar asadaptaes que so realizadas em equipamentos que trabalham com CFCs para que

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    esses possam trabalhar com os fluidos alternativos, tornando-os eficientes, modernos e

    econmicos.

    A linha de fluidos alternativos tambm chamada de blends uma boa

    alternativa para a converso de equipamentos que esto em operao no campo, pois

    exigem mnimas alteraes no sistema original e na maioria dos casos no necessria a

    substituio do compressor.

    Alguns fluidos alternativos substitutos:

    R-12: R-401A, R-401B, R-409A e R-413A

    R-409A - Mistura de fluidos refrigerantes tais como R-22, R- 142b e R-124, tem

    propriedades similares ao R-12 e pode ser utilizado com leo lubrificante

    mineral, poliolester e aquilbenzeno.

    R-413A - Mistura de fluidos refrigerantes tais como R-218, R-134a e R-600a,

    compatvel com leo lubrificante mineral, poliolester e aquilbenzeno, tem

    performance similar ao R-12.

    R-502: R-402A, R-402B, R-408A e R-403A

    R-408A - Mistura de fluidos refrigerantes tais como R-22, R-134a e R-125,

    possui performance similar ao R-502 e compatvel com leo lubrificante

    mineral, poliolester e aquilbenzeno.

    R-22: R-407C, R-410A e R-417A

    R-407C - Mistura de fluidos refrigerantes tais como R-134a, R-32 e R-125,

    possui propriedades e performance similares ao R-22, porm necessria a

    mudana do leo lubrificante.R-410A - Mistura de fluidos refrigerantes de alta presso tais como R-32 e R-

    125, possui melhor capacidade de resfriamento, porm requer uma reavaliao

    do projeto do sistema.

    A tabela abaixo mostra algumas opes disponveis no mercado. As seguintes

    misturas de fluidos refrigerantes foram aprovadas para uso com os compressores

    Embraco:

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    Vantagens dos fluidos alternativos:

    So utilizados nos equipamentos de refrigerao no havendo necessidade detroca de componentes (dispositivo de expanso, compressor, etc.);

    So compatveis com leo mineral, leo alquilbenzeno e com os materiais

    existentes. Obs: somente na aplicao do R-407C, deve ser trocado o leo

    mineral por leo Poliolester;

    A carga de fluido refrigerante do equipamento com fluido alternativo 80% da

    carga de fluido original. Obs: A carga do fluido refrigerante deve ser feita

    somente na forma lquida.

    Compatibilidade de alguns fluidos com leos lubrificantes

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    Durante os ltimos anos, vrios refrigerantes alternativos foram avaliados e o

    R134a, por apresentar propriedades fsicas e termodinmicas relativamente semelhantes

    s do R12 e por no conter Cloro, tem sido considerado o substituto do R12 nas suas

    aplicaes.

    Mais recentemente, outro fator ambiental, no menos importante que a

    destruio da camada de oznio, tem sido considerado: o potencial de aquecimento

    global, mais conhecido como efeito estufa.

    Dentre os refrigerantes alternativos que atendem ambas caractersticas

    ambientais, esto os hidrocarbonos. Estes refrigerantes no tinham at ento sido

    considerados uma alternativa substituio do R12, pois so inflamveis.

    Na tabela a seguir so apresentadas as principais propriedades fsicas dos

    refrigerantes hidrocarbonos comparadas s do R12 e R134a.

    Propriedades fsicas do R12, R134a e refrigerantes hidrocarbonos.

    Como pode-se verificar na tabela acima, os refrigerantes hidrocarbonosapresentam menor peso molecular quando comparados ao do R12 e R134a. Isto

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    devido ausncia de halogneos como cloro e flor na sua estrutura molecular, que

    composta apenas de carbono e hidrognio.

    Tal caracterstica torna os refrigerantes hidrocarbonos menos agressivos ao meio

    ambiente, como mostra a tabela abaixo.

    Impacto ambiental dos refrigerantes hidrocarbonos, R12 e R134a

    ODP Potencial de Destruio do Oznio.GWP Potencial de Aquecimento Global (comparado ao CO2).

    Observa-se na tabela acima que o refrigerante R134a, no destri a camada de

    oznio (ODP = 0). Tal caracterstica deve-se ausncia de cloro nas suas molculas.

    Entretanto os refrigerantes propano e butano exercem efeito desprezvel (GWP < 5)

    sobre o aquecimento da Terra, ao contrrio do R12 e R134a. Outro fator ambiental

    favorvel aos refrigerantes propano e butano seu menor tempo de vida na atmosfera.

    Os principais impactos de cada refrigerante hidrocarbono sobre o compressor e odispositivo de expanso dos sistemas de refrigerao, baseados na anlise terica do

    ciclo ASHRAE, so resumidos na tabela abaixo.

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    OZNIO/PROCESSO DE FORMAO/DESTRUIO

    O oznio formado quando as molculas de oxignio absorvem parte da

    radiao ultravioleta proveniente do sol, ocasionando a separao das molculas emdois tomos de oxignio. Estes tomos por sua vez, juntam-se com outras molculas de

    oxignio, formando assim o oznio (O3), que contm trs tomos de oxignio.

    Aproximadamente 90% do oznio da terra est localizado em uma camada

    natural, logo acima da superfcie terrestre conhecida como estratosfera. Esta camada

    natural atua como um escudo protetor contra a radiao ultravioleta.

    A primeira preocupao sobre a provvel destruio da camada de oznio pelos

    CFCs foi levantada com a publicao da teoria de que os tomos de cloro liberadospelos CFCs poderiam migrar at a estratosfera, destruindo as molculas de oznio

    (Molina e Rowland, 1974), conforme mostra a figura abaixo.

    Alguns dos CFCs tm um tempo de vida na atmosfera superior a 120 anos, isto

    , eles no se dissociam na baixa atmosfera (troposfera). Como resultado, os CFCs

    migram vagarosamente para a estratosfera onde so atingidos por maiores nveis de

    radiao, liberando o cloro, que por sua vez livre, liga-se repetidamente com molculas

    de oznio provocando a separao dos tomos de oxignio da molcula em questo.

    Com a ocorrncia da destruio do oznio, maiores nveis de radiao tendem a penetrar

    na superfcie terrestre. Alm disso, devido ao longo tempo de vida dos CFCs na

    atmosfera e ao fato de que um tomo de cloro pode destruir repetidamente milhares de

    molculas de oznio, sero necessrias muitas dcadas para que a camada de oznio

    retorne aos nveis de concentrao anteriores, mesmo aps a eliminao completa dos

    CFCs.

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    Desde que a teoria de destruio da camada de oznio foi publicada pela

    primeira vez, pesquisas cientficas tm mostrado uma preocupao geral com o aumento

    da concentrao de cloro na estratosfera, que destruindo o oznio, tem como resultado

    danos sade e ao meio ambiente, como por exemplo:

    Aumento dos casos de cncer de pele;

    Danos aos olhos (aumento dos casos de cataratas);

    Enfraquecimento do sistema imunolgico;

    Danos s plantaes;

    Danos aos organismos aquticos (algas marinhas);

    Aumento da temperatura ambiente.

    Como o oznio destrudo?

    Primeiramente, a luz ultravioleta quebra a ligao de um tomo de cloro da

    molcula de CFC. Em seguida, o tomo de cloro ataca a molcula do oznio, quebrando

    a ligao entre os tomos. Forma-se uma molcula de O2 e uma de monxido de cloro.

    O monxido de cloro instvel, tem sua ligao quebrada e forma-se novamente cloro

    livre, que vai atacar e destruir outra molcula de oznio, repetindo-se o processo, ver

    figura abaixo.

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    SISTEMASDEREFRIGERAO

    Classificao da Refrigerao

    A rea de refrigerao cresceu de tal maneira no ltimo sculo que acabou por

    ocupar os mais diversos campos. Para convenincia de estudos, as aplicaes da

    refrigerao podem ser classificadas dentro das seguintes categorias: domstica,

    comercial, industrial, para transporte e para condicionamento de ar. A refrigerao

    domstica abrange principalmente a fabricao de refrigeradores de uso domstico e de

    freezers. A capacidade dos refrigeradores domsticos varia muito, com temperaturas na

    faixa de -8C a -18C (no compartimento de congelados) e +2C a +7C (no

    compartimento dos produtos resfriados).

    A refrigerao comercial abrange os refrigeradores especiais ou de grande porte

    usados em restaurantes, sorveterias, bares, aougues, laboratrios, etc. As temperaturas

    de congelamento e estocagem situam-se, geralmente, entre -5C a -30C.

    Como regra geral, os equipamentos industriais so maiores que os comerciais

    (em tamanho) e tm como caracterstica marcante o fato de requererem um operador de

    servio.

    So aplicaes tpicas industriais as fbricas de gelo, grandes instalaes de

    empacotamento de gneros alimentcios (carnes, peixes, aves), cervejarias, fbricas de

    laticnios, de processamento de bebidas concentradas e outras.

    A refrigerao martima refere-se refrigerao a bordo de embarcaes e

    inclui, por exemplo, a refrigerao para barcos de pesca e para embarcaes de

    transporte de cargas perecveis.

    A refrigerao de transporte relaciona-se com equipamentos de refrigerao em

    caminhes e vages ferrovirios refrigerados.

    Como podemos observar, as aplicaes da refrigerao so as mais variadas,

    sendo de certa forma bastante difcil estabelecer de forma precisa a fronteira de cada

    diviso.

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    Sistema de Compresso Mecnica de Vapor (CMV)

    Pode-se entender a lgica de

    funcionamento dos principais sistemas derefrigerao atuais estudando o

    funcionamento de um refrigerador domstico

    comum, tambm conhecido como sistema de

    compresso mecnica de vapor (figura ao

    lado). Ele funciona a partir da aplicao dos

    conceitos de calor e trabalho, utilizando-se de

    um fluido refrigerante. O fluido refrigerante,

    como dito anteriormente, uma substncia que, circulando dentro de um circuito

    fechado, capaz de retirar calor de um meio enquanto se vaporiza a baixa presso. Este

    fluido entra no evaporador a baixa presso, na forma de mistura de lquido mais vapor, e

    retira energia do meio interno refrigerado (energia dos alimentos) enquanto passa para o

    estado de vapor. O vapor entra no compressor onde comprimido e bombeado,

    tornando-se vapor superaquecido e deslocando-se para o condensador, que tem a funo

    de liberar a energia retirada dos alimentos e a resultante do trabalho de compresso para

    o meio exterior. O fluido, ao liberar energia, passa do estado de vapor superaquecido

    para lquido (condensao) e finalmente entra no dispositivo de expanso, onde tem sua

    presso reduzida, para novamente ingressar no evaporador e repetir-se assim o ciclo.

    Esse processo ilustrado atravs da figura a seguir.

    Ciclo de compresso mecnica de vapor

    Os detalhes do funcionamento de uma geladeira descrito a seguir:

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    COMPRESSOR: sua principal funo succionar o fluido

    refrigerante a baixa presso da linha de suco e comprim-lo

    em direo ao condensador a alta presso e alta temperatura

    na fase gasosa (vapor super aquecido2).

    CONDENSADOR: atravs do condensador e suas aletas, o

    fluido refrigerante proveniente do compressor a alta

    temperatura, efetua a troca trmica com o ambiente externo,

    liberando o calor absorvido no evaporador e no processo de

    compresso. Nesta fase, ocorre uma transformao de vapor

    superaquecido para lquido sub resfriado3 a alta presso.

    FILTRO SECADOR: exerce duas funes importantes:

    A primeira reter partculas slidas que em circulao no

    circuito, podem ocasionar obstruo ou danos partes

    mecnicas do compressor.A segunda absorver totalmente a

    umidade residual do circuito que porventura no tenha sido

    removida pelo processo de vcuo, evitando danos ao sistema como: formao de cidos,

    corroso, aumento das presses e obstruo do tubo capilar por congelamento da

    umidade.

    TUBO CAPILAR: um tubo de cobre com dimetro reduzido que tem como

    funo receber o fluido refrigerante do condensador e promover a perda de carga do

    fluido refrigerante separando os lados de alta e de baixa presso.

    EVAPORADOR: recebe o fluido refrigerante proveniente

    do tubo capilar, no estado lquido a baixa presso e baixa

    temperatura. Nesta condio, o fluido evapora absorvendo o

    calor da superfcie da tubulao do evaporador, ocorrendo a

    transformao de lquido sub resfriado para vapor saturado a

    baixa presso. Este efeito acarreta o abaixamento da temperatura do ambiente interno do

    refrigerador.

    2 Vapor superaquecido quando o vapor est a uma temperatura maior do que a temperatura desaturao , que a temperatura na qual se d a vaporizao de uma substncia pura a uma dada presso.3

    Lquido sub resfriado quando a temperatura do lquido menor do que a temperatura de saturaopara a presso existente. Se a presso for maior do que a presso de saturao para a temperatura dada, olquido chamado de lquido comprimido .

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    De maneira similar funcionam tambm os grandes sistemas de refrigerao,

    como cmaras frigorficas. O que difere os sistemas pequenos dos de grande porte o

    nmero de unidades compressoras, evaporadoras, de expanso e condensadoras

    envolvidas, que nestes ltimos podem ser mltiplos, bem como o sistema de controle,

    que pode alcanar elevada complexidade.

    Sistema de Refrigerao por Absoro

    O funcionamento da refrigerao por absoro se baseia no fato de que os

    vapores de alguns fluidos refrigerantes conhecidos so absorvidos por certos lquidos ou

    solues salinas.Se esta soluo formada (vapor de refrigerante mais lquido absorvente),

    aquecida verifica-se uma separao entre o lquido e o vapor, onde o vapor pode ser

    condensado e aproveitado para produo de frio, como nas instalaes de compresso a

    vapor. Na figura a seguir, ilustra-se um sistema de absoro tpico.

    O sistema de refrigerao por absoro mais comum aquele que usa amnia

    (NH3) como fluido refrigerante e a gua como absorvente. Estas mquinas tm a

    vantagem de utilizar energia trmica em lugares onde a energia eltrica no disponvel

    ou tem custo elevado.

    O sistema por absoro no apresenta partes internas mveis o que lhe garante

    um funcionamento silencioso e sem vibrao, reduzindo assim os gastos com a

    manuteno.

    Para que o sistema funcione, primeiro a soluo de amnia e gua existente no

    absorvedor absorve vapor de amnia a baixa presso vindo do evaporador. O passo

    seguinte elevar a presso do lquido com uma bomba e induzi-lo para o gerador,

    componente onde a aplicao de energia trmica garante a separao da gua e da

    amnia, que segue para o condensador. A gua retorna para o absorvedor aps ter sua

    presso reduzida. Ao passar pelo condensador a amnia transforma-se da fase de vapor

    para lquida, liberando energia para o meio externo. Logo aps sair do condensador a

    amnia tem sua presso reduzida para ingressar no evaporador e retirar energia do meio

    interno que desejamos resfriar. Neste processo a amnia passa do estado lquido para

    vapor, que ser absorvido pela soluo do absorvedor, reiniciando todo o ciclo.

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    Esquema tpico de um sistema de absoro

    Observamos que a figura acima apenas uma simplificao do processo. H por

    exemplo a necessidade de resfriamento do absorvedor durante a absoro do vapor,

    garantindo que o processo no cesse. Isto pode acontecer com resfriamento a ar ou a

    gua.

    Para fins domsticos os sistemas de refrigerao por absoro sofrem algumas

    alteraes que simplificam seu funcionamento. O sistema do refrigerador por absoro

    se processa por meio de vasos de ao e tubos, soldados em conjunto para a formao de

    um sistema hermeticamente vedado. Todos os espaos do sistema esto em

    comunicao, de modo que todas as partes esto mesma presso total. A carcaa inclui

    uma soluo de gua e amnia com poder de aproximadamente 30% de concentrao

    (amnia em peso) e hidrognio.

    Os elementos do sistema incluem um gerador (s vezes chamado caldeira ou

    alambique), um condensador e absorvedor. H trs circuitos distintos de fluidos no

    sistema: um circuito de amnia, incluindo gerador, o condensador, o evaporador e o

    absorvedor; e um circuito de soluo, incluindo o gerador e o absorvedor. O calor

    aplicado por meio de um queimador de gs ou outra fonte de calor, para expulsar aamnia da soluo. O vapor de amnia, assim gerado, flui para o condensador. No

    caminho do fluxo de amnia, do gerador para o condensador, tem-se um analisador e

    um retificador.

    O efeito da introduo de uma atmosfera de hidrognio acima de amnia lquida

    no evaporador o de reduzir a presso parcial do vapor de amnia, de acordo com a Lei

    de Dalton das Presses Parciais. Conforme a Lei de Dalton, a presso total de uma

    mistura gasosa igual soma das presses parciais dos gases isolados.Conseqentemente, no evaporador a presso parcial do vapor de amnia menor que a

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    presso total dada pelo valor da presso parcial do hidrognio, o que proporciona a

    circulao natural da amnia dentro do sistema.

    Refrigerao Termoeltrica

    Em 1821, Seebeck observou que, em um circuito fechado constitudo por dois

    metais diferentes, uma corrente eltrica circula, sempre que as junes sejam mantidas a

    temperaturas diferentes. Em 1834, Peltier observou o efeito inverso. Isto , fazendo-se

    circular uma corrente eltrica na mesma direo da F.E.M. gerada pelo efeito Seebeck,

    verifica-se o esfriamento do ponto de juno, e vice-versa. Em 1857, Willian Tomphson

    (Lord Kelvin) descobriu que um condutor simples, submetido a um gradiente de

    temperatura sofre uma concentrao de eltrons em uma de suas extremidades, e uma

    carncia dos mesmos na outra.

    A aplicao da termoeletricidade se restringiu, durante muito tempo, quase que

    exclusivamente mensurao de temperaturas atravs dos chamados termopares. As

    primeiras consideraes objetivas a respeito da aplicao do efeito Peltier refrigerao

    foram feitas pelo cientista alemo Alternkirch, que demostrou que o material

    termoeltrico qualitativamente bom quando apresenta um alto coeficiente Seebeck (ou

    poder termoeltrico), alta condutividade eltrica e uma baixa condutividade trmica.

    Infelizmente, at 1949, no existiam materiais termoeltricos adequados. A partir de

    1949, com o desenvolvimento da tcnica dos semicondutores, que apresentam um

    coeficiente Seebeck bastante superior ao dos metais, que a refrigerao termoeltrica

    tomou um grande impulso, permitindo criar maiores gradientes de temperaturas entre a

    fonte quente e a fonte fria.

    O refrigerador termoeltrico utiliza-se de dois materiais diferentes, como os

    pares termoeltricos convencionais. H duas junes entre esses dois materiais em um

    refrigerador termoeltrico. Uma est localizada no espao refrigerado e outra no meio

    ambiente.

    Quando uma diferena de potencial aplicada, a temperatura da juno

    localizada no espao refrigerado decresce e a temperatura da outra juno cresce.

    Operando em regime permanente, haver transmisso de calor do espao refrigerado

    para a juno fria. A outra juno estar a uma temperatura acima da ambiente e haver

    ento a transmisso de calor para o local, conforme mostra a figura a seguir.

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    Esquema de um sistema de refr igerao termoeltrica

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    COMPONENTES DE UM SISTEMA DE REFRIGERAO

    COMPRESSORES

    Finalidade e Aplicaes

    Os compressores so da famlia das mquinas operatrizes de fluxo compressvel,

    assim como os ventiladores. So utilizados para proporcionar a elevao da presso de

    um gs ou escoamento gasoso. Nos processos industriais, a elevao de presso

    requerida pode variar desde cerca de 1 atm at centenas de ou milhares de atmosferas.

    Inmeras so as aplicaes dos compressores, conforme ser explicado mais

    adiante. Algumas delas seriam as seguintes: servios de jateamento, limpeza, soprador

    de ar de forno (em refinarias), sistemas de refrigerao, etc.

    Classificao

    Compressores de ar para servios ordinrios: produzidos em srie para baixos

    custos, destinam-se a servios de jateamento, limpeza, pintura, acionamento de

    pequenas mquinas pneumticas, etc.

    Compressores de ar para servio industriais: destinam-se s centrais encarregadas

    do suprimento de ar em unidades industriais. As condies de operao de dessas

    mquinas costumam variar pouco de um sistema para outro.

    Compressores de gs ou de processo: so requeridos para as mais variadas

    condies de operao. Incluem nessa categoria certos sistemas de compresso de ar

    com caractersticas anormais. Como exemplo, citamos o soprador de ar do forno de

    craqueamento cataltico das refinarias de petrleo. Trata-se de uma mquina de enorme

    vazo e potncia, que exige uma concepo anloga de um compressor de gs.

    Compressores de refrigerao: so desenvolvidas para esta aplicao. Operam

    com fludos bastante especficos e em condies de suco e descarga pouco variveis,

    possibilitando a fabricao em srie.

    Compressores para servio de vcuo (ou bombas de vcuo ): so mquinas que

    trabalham em condies bem peculiares. A presso de suco subatmosfrica, a

    presso de descarga quase sempre atmosfrica e o fludo de trabalho normalmente o

    ar. Face anormalidade dessas condies de servio, foi desenvolvida uma tecnologia

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    toda prpria, fazendo com que as mquinas pertencentes a essa categoria apresentem

    caractersticas bastante prprias.

    Dois so os princpios conceptivos no qual se fundamentam todas as espcies de

    compressores de uso industrial: volumtrico (ou de deslocamento positivo) e dinmico.

    Alternativos

    Palhetas

    ParafusosVolumtricos

    Rotativos

    Lbulos

    CentrfugosDinmicos

    Axiais

    Compressores Volumtricos

    Nos compressores volumtricos ou de deslocamento positivo, a elevao de

    presso conseguida atravs da reduo do volume ocupado pelo gs. Na operao

    dessas mquinas podem ser identificadas diversas fases, que constituem o ciclo de

    funcionamento: inicialmente, uma certa quantidade de gs admitida no interior de uma

    cmara de compresso, que ento cerrada e sofre reduo de volume. Finalmente, a

    cmara aberta e o gs liberado para consumo. Trata-se de um processo intermitente,no qual a compresso efetuada em sistema fechado, isto , sem qualquer contato com

    a suco e a descarga.

    Classificao dos compressores Volumtricos:

    1-Compressores alternativos

    Esse tipo de mquina se utiliza de um sistema

    biela-manivela para converter o movimento rotativo de

    um eixo no movimento translacional de um pisto ou

    mbolo.

    O funcionamento de um compressor alternativo

    est relacionado ao comportamento das vlvulas. Elas

    possuem um elemento mvel, denominado obturador,

    que compara as presses internas e externa ao cilindro.

    O obturador da vlvula de suco se abre para dentro

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    Compressor de palhetas

    do cilindro quando a presso na tubulao de suco supera a presso interna do

    cilindro, e se mantm fechado em caso contrrio. O inverso ocorre quando a presso

    interna supera a presso na tubulao de descarga.

    Na etapa de admisso h uma tendncia de depresso no interior do cilindro que

    propicia a abertura da vlvula de suco. O gs ento ento aspirado. Ao inverter-se

    o sentido de movimentao do pisto, a vlvula de suco se fecha e o gs

    comprimido at que a presso interna do cilindro seja suficiente para promover a

    abertura da vlvula de descarga. Isso caracteriza a etapa de compresso. Quando a

    vlvula de descarga se abre, a movimentao do pisto faz com que o gs seja expulso

    do interior do cilindro. Essa situao corresponde etapa de descarga e dura at que o

    pisto encerre o seu movimento no sentido do cabeote. Nesse momento, a vlvula de

    descarga se fecha, mas a de admisso s se abrir quando a presso interna cair o

    suficiente para permitir a nova abertura da vlvula. Essa etapa, em que as vlvulas esto

    bloqueadas e o pisto se movimenta em sentido inverso ao do cabeote, se denomina

    etapa de expanso, e precede a etapa de admisso de um novo ciclo.

    Podemos concluir que o compressor alternativo aspira e descarrega o gs

    respectivamente nas presses instantaneamente reinantes na tubulao de suco e na

    tubulao de descarga.

    2-Compressores rotativos

    a) Compressores de palhetas:

    possui um rotor ou tambor central que

    gira excentricamente em relao

    carcaa. Esse tambor possui rasgos

    radiais que se prolongam por todo o

    seu comprimento e nos quais soinseridas palhetas retangulares, conforme figura ao lado.

    Quando o tambor gira, as palhetas deslocam-se radialmente sob a ao da fora

    centrfuga e se mantm em contato com a carcaa. O gs penetra pela abertura de

    suco e ocupa os espaos definidos entre as palhetas. Devido a excentricidade do rotor

    as posies das aberturas de suco e descarga, os espaos constitudos entre as palhetas

    vo se reduzindo de modo a provocar a compresso progressiva do gs. A variao do

    volume contido entre duas palhetas vizinhas, desde o fim da admisso at o incio dadescarga, define uma relao de compresso interna fixa para a mquina. Assim, a

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    Compressor de parafuso

    Compressor de lbulos

    presso do gs no momento em que aberta a comunicao com a descarga poder ser

    diferente da presso reinante nessa regio. O equilbrio , no entanto, quase

    instantaneamente atingido e o gs descarregado.

    b) Compressores de parafusos: este tipo de

    compressor contm dois rotores em forma de parafusos

    que giram em sentido contrrio, mantendo entre si uma

    condio de engrenamento. A conexo do compressor com

    o sistema se faz atravs das aberturas de suco e descarga,

    diametralmente opostas. O gs penetra pela abertura de

    suco e ocupa os intervalos entre os filetes dos rotores. A

    partir do momento em que h engrenamento de um

    determinado filete, o gs nele contido fica encerrado entre

    o rotor e as paredes da carcaa. A rotao faz ento com que o ponto de engrenamento

    v se deslocando para frente, reduzindo o espao disponvel para o gs provocando a

    sua compresso. Finalmente, alcanada a abertura de descarga e o gs liberado.

    c) Compressores de lbulos: esse compressor

    possui dois rotores que giram em sentido contrrio,

    mantendo uma folga muito pequena no ponto de

    tangncia entre si e com relao carcaa. O gs penetra

    pela abertura de suco e ocupa a cmara de compresso,

    sendo conduzido at a abertura de descarga pelos rotores.

    O compressor de lbulos, embora sendo classificado

    como volumtrico, no possui compresso interna. Os rotores apenas deslocam o gs de

    uma regio de baixa presso para uma regio de alta presso.Essa mquina, conhecida originalmente como soprador "Roots", um exemplo

    tpico do que se pode caracterizar como um soprador, uma vez que oferecida para

    elevaes muito pequenas de presso. Raramente empregado com fins industriais, , no

    entanto, um equipamento de baixo custo e que pode suportar longa durao de

    funcionamento sem cuidados de manuteno.

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    Compressor centrfugo

    Compressores dinmicos

    Os compressores dinmicos ou turbocompressores

    possuem dois rgos principais: impelidor e difusor. O

    impelidor um rgo rotativo munido de ps que transfereao gs a energia recebida de um acionador. Essa

    transferncia de energia se faz em parte na forma cintica

    e em outra parte na forma de entalpia. Posteriormente, o

    escoamento estabelecido no impelidor recebido por um

    rgo fixo denominado difusor, cuja funo promover a

    transformao da energia cintica do gs em entalpia, com

    o conseqente ganho de presso. Os compressores

    dinmicos efetuam o processo de compresso de maneira

    contnua, e portanto, correspondem exatamente ao que se

    denomina, em termodinmica, um volume de controle.

    Classificao dos compressores dinmicos:

    1- Compressores Centrfugos: o gs aspirado continuamente pela abertura central do

    impelidor e descarregado pela periferia do mesmo, num movimento provocado pela

    fora centrfuga que surge devido rotao. O fludo descarregado passa ento a

    descrever uma trajetria em forma espiral atravs do espao anular que envolve o

    impelidor e que recebe o nome de difusor radial ou difusor em anel. Esse movimento

    leva desacelerao do fludo e conseqente elevao de presso. Prosseguindo em seu

    deslocamento, o gs recolhido em uma caixa espiral denominada voluta e conduzindo

    descarga do compressor. Antes de ser descarregado, o escoamento passa por um bocal

    divergente, o difusor de voluta, onde ocorre um suplementar processo de difuso.

    Operando em fluxo contnuo, os compressores centrfugos aspiram e

    descarregam o gs exatamente nas presses externas, ou seja, h uma permanente

    coincidncia entre a relao de compresso interna e a relao de compresso externa.

    Essa mquina incapaz de proporcionar grandes elevaes de presso, de modo

    que os compressores dessa espcie normalmente utilizados em processos industriais so

    de mltiplos estgios.

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    Rotor de um compressor axial

    Compressor axial

    2- Compressores axiais: esse um tipo de

    turbocompressor de projeto, construo e

    operao das mais sofisticadas. Os

    compressores axiais so dotados de um

    tambor rotativo em cuja periferia so

    dispostas sries de palhetas em arranjos

    circulares igualmente espaados, conforme

    mostra a foto abaixo. Quando o rotor

    posicionado na mquina, essas rodas de palhetas ficam intercaladas por arranjos

    semelhantes fixados circunferencialmente ao longo da carcaa. Cada par formado por

    um conjunto de palhetas mveis e outro de palhetas fixas se constitui num estgio de

    compresso. As palhetas mveis possuem uma conformao capaz de transmitir ao gs

    a energia proveniente do acionador, acarretando ganhos de velocidade e entalpia do

    escoamento. As palhetas fixas, por sua vez, so projetadas de modo a produzir uma

    deflexo no escoamento que forar a ocorrncia de um processo de difuso.

    Com a elevao de presso obtida num estgio

    axial bastante pequena, os compressores dessa

    espcie so sempre dotados de vrios estgios.

    O escoamento se desenvolve atravs dos

    estgios segundo uma trajetria hlico-axial

    envolvendo o tambor.

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    CONDENSADORES

    Condensadores so os elementos do sistema de refrigerao que tm a funo de

    transformar o gs quente, que descarregado do compressor a alta presso, em lquido.Para isso, rejeita o calor contido no fluido refrigerante para alguma fonte de

    resfriamento.

    PROCESSO DE CONDENSAO

    Ao ser admitido no condensador, o fluido refrigerante est no mesmo estado que

    na descarga do compressor, ou seja, gs quente a alta presso. Como em um sistema de

    refrigerao o objetivo evaporar o refrigerante (para resfriar retirar calor de umambiente e/ou produto), o refrigerante no estado gasoso deve ser condensado antes de

    retomar ao evaporador.

    O processo de condensao do fluido refrigerante se d ao longo de um trocador

    de calor, denominado condensador, em trs fases distintas que so:

    Dessuperaquecimento, Condensao e Sub-Resfriamento.

    Dessuperaquecimento

    O gs, quando descarregado do compressor, est a alta temperatura. O

    processo inicial, ento, consiste em abaixar esta temperatura, retirando calor sensvel do

    refrigerante, ainda no estado gasoso, at ele atingir a temperatura de condensao, ver

    figura abaixo.

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    Condensao

    Quando o gs atinge a temperatura de condensao, ele comea um processo de

    mudana de estado. Neste processo retira-se calor latente do refrigerante, isto , a

    temperatura deste mantm-se constante durante todo o processo, ver figura abaixo.

    Sub-resfriamento

    Aps a condensao o refrigerante, agora no estado liquido (lquido saturado),

    resfriado de mais alguns graus, utilizando-se para isso um trocador de calor

    intermedirio. Na figura abaixo pode-se visualizar o sub-resfriamento indicado em umdiagrama de Mollier.

    no condensador que toda a energia absorvida pelo sistema de refrigerao,

    mais o equivalente em calor da energia mecnica necessria ao funcionamento do

    sistema devem ser eliminados.

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    TIPOS DE CONDENSADORES

    Condensadores resfriados a ar;

    Condensadores resfriados a gua.

    o Condensador duplo tubo;o Condensador Carcaa e Serpentina (Shell and Coil);o Condensador Carcaa e Tubo (Shell and Tube);o Condensador de Placa;o Condensadores Evaporativos.

    Condensadores Resfriados a Ar

    Para a seleo de condensadores resfriados a

    ar devem ser levados em considerao diversos

    fatores, tais como: consumo de energia, instalao,

    disponibilidade, nvel de rudo, etc.

    Os condensadores resfriados a ar so

    normalmente utilizados com parte integrante de

    unidades produzidas em fbricas (unidades condensadoras) de pequena ou mdia

    capacidade. Grandes condensadores a ar tambm podem ser aplicados onde no

    econmica a utilizao de sistemas resfriados a gua, devido ao alto custo ou

    indisponibilidade da gua. A faixa de capacidades mais comum destes condensadores,

    cobre a gama de valores de 1 a 100 TR (1TR = 3,5 kW), porm usual a sua montagem

    em paralelo, atingindo capacidades bastante superiores.

    Para um determinado compressor e para uma determinada temperatura do ar de

    resfriamento que entra no condensador, aumenta-se a presso de condensao e

    diminui-se a capacidade frigorfica com a diminuio do tamanho do condensador. Um

    aumento da temperatura do ar de resfriamento tambm resulta nos mesmos efeitosacima, para um determinado condensador.

    Os condensadores a ar devem ser instalados elevados, com relao ao nvel do

    solo, para prevenir acumulao de sujeira sobre as serpentinas. Deve-se sempre garantir

    que existam aberturas adequadas e livres de qualquer obstruo para entrada de ar frio e

    para a sada do ar quente. As entradas de ar devem ser localizadas longe do lado de

    descarga do ar para evitar a aspirao de ar quente pelos ventiladores (curto-circuito do

    ar).

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    Devido grande quantidade de ar manejada por estes condensadores eles

    geralmente so bastante barulhentos. Assim, quando da sua instalao devem ser

    levadas em considerao s normas locais, que definem os nveis mximos de rudo

    permitidos. Em algumas situaes, especialmente dentro de zonas residncias em

    centros urbanos, devero ser empregados sistemas para controle da rotao dos

    ventiladores (motores de duas velocidades ou inversores de freqncia), os quais

    atuariam no perodo noturno, reduzindo a rotao dos ventiladores, e conseqentemente

    o rudo emitido por estes condensadores.

    Condensadores Resfriados a gua

    Condensadores resfriados a gua, quando limpos e corretamente dimensionados,

    operam de forma mais eficiente que os condensadores resfriados a ar, especialmente em

    perodos de elevada temperatura ambiente. Normalmente estes condensadores utilizam

    gua proveniente de uma torre de resfriamento, sendo que usualmente utiliza-se, para a

    condio de projeto do sistema, o valor de 29,5 C para a temperatura da gua que deixa

    a torre. A temperatura de condensao, por sua vez, deve ser fixada em um valor entre

    5,0 C e 8,0 C maior que a temperatura da gua que entra no condensador, isto , da

    gua que deixa a torre. Alguns tipos de condensadores resfriados a gua so discutidos a

    seguir, considerando aspectos relacionados com sua aplicao e economia.

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    Condensador duplo tubo

    Estes condensadores so formados por dois tubos

    concntricos, geralmente 1 para o tubo interno e 2 para o

    externo. O tubo por onde circula a gua montado dentro do

    tubo de maior dimetro. O fludo frigorfico, por sua vez,

    circula em contracorrente no espao anular formado pelos dois

    tubos, sendo resfriado ao mesmo tempo pela gua e pelo ar que

    est em contato com a superfcie externa do tubo de maior dimetro. Estes

    condensadores so normalmente utilizados em unidades de pequena capacidade, ou

    como condensadores auxiliares operando em paralelo com condensadores a ar, somente

    nos perodos de carga trmica muito elevada. Esses condensadores so difceis de se

    limpar e no fornecem espao suficiente para a separao de gs e lquido.

    Condensador Carcaa e Serpentina

    Os Condensadores Carcaa e Serpentina (Shell

    and Coil) so constitudos por um ou mais tubos,

    enrolados em forma de serpentina, que so montados

    dentro de uma carcaa fechada. A gua de resfriamento

    flui por dentro dos tubos, enquanto o refrigerante a ser

    condensado escoa pela carcaa. Embora, sejam de fcil

    fabricao, a limpeza destes condensadores mais complicada, sendo efetuada por meio

    de produtos qumicos (soluo com 25% de HCl em gua, com inibidor). So usados

    em unidades de pequena e mdia capacidade, tipicamente at 15 TR.

    Condensador Carcaa e Tubo

    Os condensadoresCarcaa e Tubo (Shell and

    Tube) so constitudos de uma

    carcaa cilndrica, na qual

    instalada uma determinada

    quantidade de tubos horizontais e paralelos, conectados a duas placas dispostas em

    ambas as extremidades. A gua de resfriamento circula por dentro dos tubos e o

    refrigerante escoa dentro da carcaa, em volta dos tubos. Os tubos so de cobre e osespelhos de ao para hidrocarbonetos halogenados e, para amnia, tanto os tubos como

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    os espelhos devem ser ao. So de fcil limpeza (por varetamento) e manuteno. So

    fabricados para uma vasta gama de capacidades, sendo amplamente utilizados em

    pequenos e grandes sistemas de refrigerao.

    A velocidade tima da gua em um condensador Shell and Tube deve ser da

    ordem de 1,0 a 2,0 m/s, e nunca deve ultrapassar os de 2,5 m/s. O fluxo de gua deve

    ser de cerca de 0,10 a 0,15 l/s por tonelada de refrigerao. Este fluxo de gua deve ser

    distribudo entre os tubos, de forma a no exceder as velocidades indicadas acima. Para

    a seleo econmica destes condensadores devem ser considerados os fatores listados

    abaixo, pois os mesmos afetam os custos iniciais e operacionais do sistema.

    a) Aumentando-se o tamanho de um condensador, aumenta-se a eficincia do

    compressor, mas ao mesmo tempo o seu custo inicial tambm aumentar.

    b) Aumentando o fluxo de gua de resfriamento aumenta-se a capacidade de

    condensador, porm tambm aumenta-se o custo de bombeamento da gua e o seu

    consumo.

    c) Reduzindo-se o dimetro da carcaa e aumentando-se o comprimento dos

    tubos reduz-se o custo inicial do condensador, mas aumenta-se a perda de carga no

    circuito de gua.

    d) O fator incrustao, que est associado a uma resistncia trmica adicional

    devido formao de incrustaes, depende da qualidade de gua. Geralmente, para

    condensadores novos que operaro com gua de boa qualidade, considera-se um fator

    de incrustao da ordem de 0,000044 m2.C/W.

    Para sistemas com baixa qualidade da gua de resfriamento (grande quantidade

    de sais dissolvidos ou compostos orgnicos) deve ser considerado um fator de

    incrustao ainda mais elevado. Os condensadores selecionados para um fator de

    incrustao mais elevado sero mais caros, isto pode ser observado na Tabela acima,

    onde mostrado de quanto dever ser aumentada a superfcie de transferncia de calor,

    para compensar o aumento do fator de incrustao, para uma mesma taxa de

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    transferncia de calor. A figura ao lado

    mostra as etapas de limpeza de um

    trocador de calor de carcaa e tubo por

    varetamento.

    Condensador de Placa

    So geralmente constitudos

    de placas de ao inox ou de outro

    material, de pequena espessura (0,4 a

    0,8 mm). As placas so montadas

    paralelamente umas as outras, com

    um pequeno afastamento (1,5 a 3,0

    mm). A gua de resfriamento e o

    fludo frigorfico circulam entre

    espaos alternados, formados pelas

    placas. Estes trocadores de calor

    comeam a ser utilizados cada vez

    mais, devido ao seu elevado coeficiente global de transferncia de calor (2500 a 4500

    W/m2.C), porm seu uso ainda restrito na refrigerao industrial. Apresentam-se em

    dois tipos: placas soldadas, empregados para refrigerantes halogenados (famlia

    qumica dos halognicos: cloro, flor ou bromo), e placas duplas soldadas a laser,

    montadas em estrutura metlica, os quais so empregados para amnia. Estes ltimos

    apresentam ainda a vantagem da facilidade de aumento de sua capacidade, pela simples

    incluso de placas.

    Condensadores Evaporativos

    Os condensadores evaporativos so

    formados por uma espcie de torre de

    resfriamento de tiragem mecnica, no interior da

    qual instalada uma srie de tubos, por onde

    escoa o fludo frigorfico figura ao lado. No topo

    destes condensadores so instalados bicos

    injetores que pulverizam gua sobre a tubulao

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    de refrigerante. A gua escoa, em contracorrente com o ar, em direo a bacia do

    condensador. O contato da gua com a tubulao por onde escoa o refrigerante provoca

    a sua condensao. Ao mesmo tempo uma parcela da gua evapora e, num mecanismo

    combinado de transferncia de calor e massa entre a gua e o ar, esta ltima tambm

    resfriada. A gua que chega bacia do condensador recirculada por uma bomba, e a

    quantidade de gua mantida atravs de um controle de nvel (vlvula de bia),

    acoplado a uma tubulao de reposio.

    O consumo total de gua nestes condensadores (por evaporao, arraste e

    drenagem) da ordem de 8,8 a 12,1 l/h por tonelada de refrigerao. Geralmente, os

    condensadores evaporativos so selecionados com base em uma diferena de 10 a 15

    C, entre a temperatura de condensao e a temperatura de bulbo mido do ar que entra

    no condensador. As menores diferenas de temperatura resultaro em menor consumo

    de potncia, uma vez que a temperatura de condensao ser mais baixa.

    O contato da gua com as regies de elevada temperatura da serpentina, onde o

    fludo frigorfico ainda se encontra superaquecido, pode provocar a formao excessiva

    de incrustaes sobre a superfcie dos tubos. Assim, em alguns condensadores

    evaporativos, instala-se uma primeira serpentina, acima da regio onde a gua

    borrifada. Esta serpentina chamada de dessuperaquecedor, e tem a funo de reduzir a

    temperatura do refrigerante pela troca de calor com o ar saturado que deixa o

    condensador, o que reduz a formao de incrustaes na regio onde h gua.

    Em alguns condensadores evaporativos, adicionada ainda uma serpentina para

    promover o sub-resfriamento do refrigerante lquido, a uma temperatura inferior

    temperatura de condensao. Embora o sub-resfriamento do lquido aumente a

    capacidade de refrigerao total, seu principal benefcio a reduo da possibilidade de

    formao de vapor na linha de lquido, devido queda de presso nesta linha.

    COMPARAO ENTRE OS TIPOS DE CONDENSADORES

    Por ltimo, cabe efetuar uma anlise das temperaturas de condensao tpicas,

    resultantes da utilizao de condensadores resfriados a ar, gua e evaporativos. Como

    pode ser observado na Figura a seguir, a utilizao de condensadores a gua em sistema

    aberto, isto , utilizando-se gua proveniente, por exemplo, de um rio, resulta em

    menores temperaturas de condensao. No entanto, estes sistemas esto sujeitos

    intensa formao de incrustaes e da disponibilidade de gua, a qual, na grandemaioria das vezes, no existe. Considerando uma ordem crescente de temperaturas de

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    condensao, aparecem em seguida os s condensadores evaporativos, os resfriados a

    gua em sistema fechado e os resfriados a ar, sendo estes os mais empregados para

    sistemas com capacidades inferiores a 100 kW.

    Comparando-se os sistemas com condensadores evaporativos e com

    condensadores resfriados a gua em sistema fechado, isto , com torre de resfriamento,

    observa-se que os evaporativos resultam em menores temperaturas de evaporao, em

    decorrncia da existncia de somente um diferencial de temperatura. Uma vantagem

    adicional dos condensadores evaporativos que a bomba de gua destes condensadores

    de menor capacidade que a requerida pelos condensadores resfriados a gua, o que

    resulta em menor consumo de energia. No entanto, os condensadores evaporativos

    devem estar localizados prximos dos compressores, para se evitar longas linhas de

    descarga (conexo entre o compressor e o condensador).

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    EVAPORADORES

    O evaporador um dos componentes principais de um sistema de refrigerao, e

    tem a finalidade de extrair calor do meio a ser resfriado, isto , extrair calor do ar, guaou outras substncias. a parte do sistema de refrigerao onde o fluido refrigerante

    sofre uma mudana de estado, saindo da fase lquida para a fase gasosa. chamado, s

    vezes, de serpentina de resfriamento, resfriador da unidade, serpentina de congelamento,

    congelador, etc.

    Embora o evaporador seja s vezes um dispositivo muito simples, ele

    realmente a parte mais importante do sistema. Qualquer sistema de refrigerao

    projetado, instalado e operado com o nico fim de retirar calor de alguma substncia.Como esse calor tem que ser absorvido pelo evaporador, a eficincia do sistema

    depende do projeto e da operao adequada do mesmo.

    A eficincia do evaporador em um sistema de refrigerao depende de trs

    principais requisitos, que devem ser considerados no projeto e seleo do mesmo:

    1. Ter uma superfcie suficiente para absorver a carga de calor necessria, semuma diferena excessiva de temperatura entre o refrigerante e a substncia a

    resfriar.

    2. Deve apresentar espao suficiente para o refrigerante lquido e tambmespao adequado para que o vapor do refrigerante se separe do lquido.

    3. Ter espao suficiente para a circulao do refrigerante sem queda de pressoexcessiva entre a entrada e a sada.

    O PROCESSO DE EVAPORAO

    Aps passar pela vlvula de expanso (ou tubo capilar), o fluido refrigerante

    admitido no evaporador na forma lquida. Como a presso no evaporador baixa, o

    fluido refrigerante se evapora com uma temperatura baixa. No lado externo do

    evaporador h um fluxo de fluido a ser refrigerado (gua, soluo de etileno-glicol, ar,

    etc.), ver figura a seguir.

    Como a temperatura desse fluido maior que a do refrigerante, este se evapora.

    Aps todo o refrigerante se evaporar, ele sofrer um acrscimo de temperatura

    denominado superaquecimento.

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    CLASSIFICAO DOS EVAPORADORES QUANTO AO SISTEMA DE

    ALIMENTAO.

    Quanto ao seu sistema de alimentao, os evaporadores podem ser classificados

    em evaporadores secos e inundados.

    Evaporadores Secos (ou de Expanso Direta)

    Nestes evaporadores o

    refrigerante entra no evaporador, de

    forma intermitente, atravs de uma

    vlvula de expanso, geralmente do

    tipo termosttica, sendo

    completamente vaporizado e

    superaquecido ao ganhar calor em

    seu escoamento pelo interior dostubos. Assim, em uma parte do

    evaporador existe fludo frigorfico saturado (lquido + vapor) e na outra parte fludo

    superaquecido. Estes evaporadores so bastante utilizados com fludos frigorficos

    halogenados, especialmente em instalaes de capacidades no muito elevadas. A

    principal desvantagem deste tipo de evaporador est relacionada com o seu,

    relativamente baixo, coeficiente global de transferncia de calor, resultante da

    dificuldade de se manter a superfcie dos tubos molhadas com refrigerante e dasuperfcie necessria para promover o superaquecimento.

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    Evaporadores Inundados

    Nos evaporadores inundados, o lquido, aps ser admitido por uma vlvula de

    expanso do tipo bia, escoa atravs dos tubos da serpentina, removendo calor do meio

    a ser resfriado. Ao receber calor no evaporador, uma parte do refrigerante evapora,

    formando um mistura de lquido e vapor, a qual, ao sair do evaporador, conduzida at

    um separador de lquido. Este separador, como o prprio nome diz, tem a funo de

    separar a fase vapor da fase lquida. O refrigerante no estado de vapor saturado

    aspirado pelo compressor, enquanto o lquido retorna para o evaporador, medida que

    se faz necessrio. Como existe lquido em contato com toda a superfcie dos tubos, este

    tipo de evaporador usa de forma efetiva toda a sua superfcie de transferncia de calor,

    resultando em elevados coeficientes globais de transferncia de calor.

    Evaporadores inundados com recirculao de lquido (por bomba).

    Estes evaporadores so muito usados em sistemas frigorficos que utilizam

    amnia como refrigerante, porm seu emprego limitado em sistemas com refrigerantes

    halogenados devido dificuldade de se promover o retorno do leo ao crter do

    compressor. Exigem grandes quantidades de refrigerante e tambm possuem um maior

    custo inicial. Os evaporadores inundados podem ser ainda ter sua alimentao

    classificada em:

    Alimentao por gravidade: nestes sistemas os separadores de lquido, que

    podem ser individuais, parciais ou nico, alimentam por gravidade todos os

    evaporadores da instalao.

    Recirculao de Lquido: nestes sistemas os evaporadores so alimentados

    com fludo frigorfico lquido, geralmente por meio de uma bomba, em uma

    vazo maior que a taxa de vaporizao, portanto o interior destes evaporadores

    tambm sempre contm fludo frigorfico lquido (figura acima). A relao entre

    a quantidade de refrigerante que entra no evaporador e a quantidade de

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    refrigerante que se evaporaria devido carga aplicada, conhecida com taxa de

    recirculao (n).

    Alguns valores tpicos da taxa de recirculao so mostrados na tabela abaixo.

    CLASSIFICAO DOS EVAPORADORES QUANTO AO FLUDO A

    RESFRIAR

    Conforme mencionado anteriormente, o evaporador um dos quatro

    componentes principais de um sistema de refrigerao, e tem a finalidade de extrair

    calor do meio a ser resfriado, isto , extrair calor do ar, gua ou outras substncias.

    Assim, de acordo com a substncia ou meio a ser resfriado, os evaporadores podem serclassificados em:

    Evaporadores para ar.

    Evaporadores para lquidos.

    Evaporadores de contato.

    Evaporadores para o resfriamento de ar

    Em um evaporador para resfriamento de ar, o fludo frigorfico ao vaporizar no

    interior de tubos, aletados ou no, resfria diretamente o ar que escoa pela superfcie

    externa do trocador de calor. O ar frio ento utilizado para resfriar os produtos

    contidos em um cmara, balco frigorfico, sala climatizada, etc.

    Quanto circulao do ar, estes evaporadores podem ainda ser classificados em

    evaporadores com circulao natural e evaporadores com circulao forada.

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    Evaporadores com circulao natural do ar (conveco natural)

    Os evaporadores com circulao natural do ar podem ser constitudos tanto de

    tubos lisos quanto de tubos aletados, tendo sido bastante utilizados em situaes onde se

    desejava baixa velocidade do ar e elevada umidade relativa no ambiente refrigerado.

    Com a evoluo dos sistemas de controle e de distribuio do ar nas cmaras

    frigorficas, estes evaporadores so atualmente pouco empregados.

    Os coeficientes de transmisso de calor destes evaporadores so baixos, o que

    exige grandes reas de troca de calor. Porm, por questes de limitao doa valores de

    perda de carga, no devem ser usados tubos muito longos, o que requer o emprego de

    tubos paralelos. Quanto ao formato de como so dobrados os tubos, h bastante variao

    entre fabricantes, sendo os principais dobramentos em forma de espiral cilndrica,

    trombone, hlice, zig-zag, etc.

    Quanto aos materiais empregados em sua construo, os evaporadores de

    circulao natural podem ser construdos com tubos de cobre, ao ou at mesmo

    alumnio. E em casos especiais, quando o meio onde esto instalados corrosivo, pode

    ser utilizado ao inoxidvel. No caso de evaporadores aletados, as aletas podem ser de

    alumnio, cobre ou ao inoxidvel, tambm para aplicaes especiais.

    Estes evaporadores devem ser colocados na parte superior da cmara, junto ao

    teto, e devem ser instaladas bandejas para a coleta de condensado sob os mesmos,

    evitando o gotejamento de gua sobre os produtos. Quando, por questes de espao, no

    for possvel a instalao somente no teto, podem tambm ser utilizadas as paredes,

    desde que os evaporadores sejam montados de forma a facilitar as correntes de

    conveco natural do ar no interior da cmara.

    Evaporadores com circulao forada do ar

    O evaporador com circulao forada(frigodifusor), atualmente o tipo de evaporador

    mais utilizado em cmaras frigorficas, salas de

    processamento e tneis de congelamento, sendo

    constitudos, basicamente, por uma serpentina

    aletada e ventiladores, montados em um gabinete compacto. Quanto posio do

    ventilador em relao serpentina aletada, estes evaporadores podem ser classificados

    em:

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    Ventilador succionando: esta configurao permite maio alcance do fluxo de ar

    frio, porm o calor dissipado pelo motor do ventilador no retirado

    imediatamente.

    Ventilador soprando: embora o alcance desta configurao seja menor, o calor

    dissipado pelo motor do ventilador retirado do ar imediatamente aps a sua

    liberao.

    Um dos artifcios utilizados para melhorar o coeficiente de transmisso de calor

    de um evaporador seria o de molhar a sua superfcie externa, pela asperso de um

    lquido na forma de spray ou chuva, dando origem aos chamados evaporadores de

    superfcie mida.

    A asperso de lquido, alm de manter a serpentina sempre limpa, tambm

    apresentam as seguintes finalidades:

    Aumentar a umidade relativa do ambiente, para temperaturas acima de 0 C.

    Utiliza-se a asperso de gua.

    Eliminar a formao de gelo e, conseqentemente, e reduzir o tempo e perda de

    energia no degelo. Utiliza-se a asperso de glicol ou salmoura.

    Quando no h asperso de lquido sobre a superfcie externa do evaporador,

    este dito de superfcie seca. Isto no significa que a superfcie esteja sempre seca.

    Na verdade, ela pode estar molhada com vapor de gua condensado, para temperaturas

    positivas, ou pode ter gelo, para temperaturas negativas. O que significa que no

    existe qualquer asperso intencional de lquido sobre o evaporador.

    Evaporadores para o resfriamento de lquidos

    Em um evaporador para lquido, este resfriado at uma determinadatemperatura e ento bombeado para equipamentos remotos, tais como serpentinas de

    cmaras frigorficas, de fan-coils, etc., onde ser utilizado para o resfriamento de uma

    outra substncia ou meio.

    Os principais tipos de evaporadores para lquidos so: Carcaa e tubo (shell and

    tube), Carcaa e serpentina (shell and coil), Cascata ou Baudelot, Evaporadores de

    placas eEvaporadores de contato. A seguir descrito cada um deles.

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    Carcaa e tubo (Shell and tube)

    Este tipo de evaporador um

    dos mais utilizados na indstria de

    refrigerao para o resfriamento de

    lquidos. So fabricados em uma vasta

    gama de capacidades, podendo ser do

    tipo inundado, com alimentao por gravidade, onde o refrigerante evapora por fora dos

    tubos e o lquido a resfriar escoa por dentro dos tubos, ou de expanso direta ou de

    recirculao por bomba, onde o refrigerante escoa por dentro dos tubos e o lquido a

    resfriar na parte de fora dos tubos.

    So fabricados em chapas calandradas com cabeotes fundidos, espelhos de ao

    e tubos de cobre ou ao, com aletas ou no. Podem conter vrios passes (ou passagens)

    de modo a manter a velocidade do lquido no interior dos tubos dentro de limites

    aceitveis, evitando-se perdas de carga excessivas. Podem conter ainda chicanas (ou

    baffles) no espao entre os tubos e a carcaa, que ajudam a posicionar os tubos e

    direcionam o escoamento, para que o lquido escoe perpendicularmente aos tubos.

    Carcaa e serpentina (Shell and coil)

    Nestes evaporadores o fludo

    frigorfico escoa por dentro do tubo, que

    dobrado em forma de serpentina, e o lquido

    circula por fora do mesmo. Pelas dificuldades

    de limpeza da serpentina, bem como devido

    ao baixo coeficiente global de transferncia de

    calor, este tipo de evaporador no muito

    utilizado, se restringindo instalaes comrefrigerantes halogenados de pequena

    capacidade, ou nos resfriadores intermedirios fechados dos sistemas de duplo estgio.

    Cascata ou Baudelot

    Estes evaporadores so utilizados para o resfriamento de lquidos, normalmente

    gua para processo, at uma temperatura em torno de 0,5 C acima do seu ponto de

    congelamento. E so projetados de forma que no sejam danificados se houvercongelamento do lquido. Os modelos mais antigos destes evaporadores eram

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    constitudos de uma srie de tubos, montados uns

    por cima dos outros, sobre os quais o lquido a

    resfriar escorre, numa fina pelcula, sendo que o

    refrigerante circula por dentro deles. Os modelos

    mais recentes utilizam chapas estampadas e

    corrugadas de ao inoxidvel, com as ondulaes

    servindo de passagem para o refrigerante. A

    superfcie contnua permite melhor controle da

    distribuio do lquido e o ao inoxidvel oferece

    uma superfcie higinica e de fcil limpeza.

    Estes evaporadores tambm so muito utilizados na indstria de bebidas

    (cervejarias), bem como para o resfriamento de leite.

    Evaporadores de Placas

    Da mesma forma que no caso

    dos condensadores, este tipo de

    evaporador est sendo utilizado cada vez

    mais, devido ao seu elevado coeficiente

    de transmisso de calor. Pode ser usado

    com alimentao por gravidade,

    recirculao por bomba, o por expanso direta (vlvulas termostticas).

    Estes evaporadores so construdos a partir de lminas planas de metal

    interligadas por curvas de tubo soldadas a placas contguas. Pode ser feita tambm de

    placas rebaixadas ou ranhuras e soldadas entre si, de modo que as ranhuras formem uma

    trajetria determinada ao fluxo do refrigerante.

    Evaporadores de contato

    Os evaporadores de contato formam um caso particular dos evaporadores de

    placas, sendo muito utilizados para o congelamento de produtos slidos, pastosos ou

    lquidos. Atualmente so construdos em chapas de alumnio (liga especial), porm no

    passado foram utilizados principalmente o cobre e o ao. A sua alimentao pode ser

    por gravidade, recirculao por bomba ou expanso direta.

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    So mais comumente utilizadas

    como serpentinas de prateleiras em

    congeladores. O refrigerante circula

    atravs dos canais e o produto a

    congelar colocado entre as placas.

    Esse tipo de evaporador pode ainda ser

    produzido pelo sistema Roll-Bond, onde

    so tomadas duas chapas de alumnio, e

    sobre as quais so impressos canais em

    grafite com o formato desejado. Faz-se

    ento a unio das chapas por

    caldeamento a 500C (o caldeamento

    no ocorre nos pontos onde h grafite). Por ltimo os canais so expandidos sob uma

    presso de at 150 bar, retirando o grafite e deixando o formato dos canais.

    SISTEMAS DE EXPANSO DIRETO E INDIRETO

    Um sistema de serpentina de expanso direta um mtodo direto de refrigerao

    em que o evaporador est em contato direto com o material ou espao a refrigerar ou se

    localiza em passagens de circulao de ar que se comunicam com esse espao. O

    evaporador de um sistema direto pode incluir qualquer tipo de trocador de calor, como

    serpentinas de tubos, resfriadores tubulares, serpentinas aletadas ou qualquer dispositivo

    no qual um refrigerante primrio, como amnia, Freon ou dixido de carbono, seja

    circulado e evaporado com a finalidade de resfriar qualquer material em contato direto

    com a superfcie oposta do trocador de calor.

    Ao contrrio desse sistema, est o sistema indireto: o refrigerante evaporado naserpentina do evaporador, que est imerso em um tanque de salmoura. A salmoura, um

    refrigerante secundrio, ento circulada para as serpentinas das cmaras frigorficas

    para resfri-las, em lugar da serpentina que contm o refrigerante primrio.

    A distino entre um sistema de expanso direto e outro sistema qualquer no

    est no tamanho ou formato do equipamento de transferncia de calor, mas no processo

    de transferncia empregado: ou pelo processo de calor latente, atravs da evaporao do

    refrigerante primrio, ou pelo processo do calor sensvel, com um refrigerantesecundrio (figura a seguir).

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    Comparao do sistema de expanso direta com o indireto

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    Esquema de funcionamento de uma vlvulacom equalizao interna de presso.

    Esquema de funcionamento de uma vlvulacom e ualiza o externa de resso.

    DISPOSITIVOS DE EXPANSO E ACESSRIOS

    Em um sistema de refrigerao, o dispositivo de expanso tem a funo de

    reduzir a presso do refrigerante desde a presso de condensao at a presso devaporizao. Ao mesmo tempo, este dispositivo deve regular a vazo de refrigerante que

    chega ao evaporador, de modo a satisfazer a carga trmica aplicada ao mesmo. Nesta

    apostila sero considerados alguns dos principais de tipos de dispositivos de expanso,

    entre eles: vlvula de expanso termosttica, vlvulas de expanso eletrnicas, vlvulas

    de bia, vlvula de expanso de presso constante e tubos capilares.

    1 Vlvula de Expanso TermostticaDevido a sua alta eficincia e sua

    pronta adaptao a qualquer tipo de

    aplicao, as vlvulas de expanso

    termostticas (VET) so os dispositivos de

    expanso mais utilizados em sistemas de

    refrigerao de expanso direta. So usadas

    para regular o fluxo do refrigerante a fim de

    garantir que ele evapore totalmente na

    serpentina, para garantir a reduo da

    presso do sistema e ainda para manter um superaquecimento constante do vapor que

    deixa a serpentina. Elas podem ser do tipo equalizao externa e equalizao interna.

    As vlvulas de expanso

    termostticas com equalizao externa de

    presso so utilizadas quando, ao fluir

    atravs do evaporador, o fluido sofre uma

    queda de presso elevada devido ao atrito.

    Dessa forma, sua temperatura de saturao

    sempre mais baixa na sada do que na

    entrada. Como exemplo, considere a vlvula

    com equalizao externa de presso, ilustrada

    na figura acima, montada em um sistema com perda de carga no evaporador de 62kPa.

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    A figura acima mostra o esquema de uma vlvula de expanso termosttica,

    conectada a uma serpentina de expanso direta. Estas vlvulas so constitudas de

    corpo, mola, diafragma, parafuso de ajuste e bulbo sensvel. O bulbo, que contm em

    seu interior fludo frigorfico saturado, conectado com a parte superior do diafragmaatravs de um tubo capilar e deve ser posicionado em contato com a tubulao de sada

    do evaporador, bem prximo a este. A sada da VET conectada com a tubulao de

    entrada do evaporador e, caso este seja de mltiplos circuitos, deve-se utilizar um

    distribuidor de lquido.

    Quando o bulbo da vlvula contm refrigerante do mesmo tipo que o utilizado

    no sistema frigorfico, diz-se que a vlvula de carga normal.

    Se o tipo de refrigerante do bulbo da vlvula diferente daquele utilizado nainstalao, diz-se que a vlvula de carga cruzada. O objetivo principal destas vlvulas

    manter um grau de superaquecimento aproximadamente constante para toda a gama de

    temperaturas de evaporao do sistema frigorfico, o que pode no acontecer para as

    VET de carga normal.

    Quando o refrigerante passa atravs do orifcio da vlvula a sua presso

    reduzida at a presso de vaporizao. O refrigerante lquido escoa atravs do

    distribuidor e dos tubos do evaporador, se vaporizando a medida que recebe calor. Em

    uma determinada posio ao longo do comprimento dos tubos, todo o refrigerante

    lquido j se vaporizou e, a partir deste ponto, qualquer fluxo adicional de calor

    provocar um aumento da temperatura do refrigerante (calor sensvel). Assim, quando o

    refrigerante alcana a sada do evaporador ele apresenta um pequeno grau de

    superaquecimento, com relao temperatura de saturao, para a presso de

    vaporizao.

    Se a carga trmica aumenta, mais refrigerante se vaporiza. Isto causa aumento

    do superaquecimento do refrigerante, o que est associado a um aumento de

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    temperatura na regio onde est instalado o bulbo da vlvula. Como dentro do bulbo

    existe refrigerante saturado, este aumento de temperatura provoca um aumento de

    presso no interior do mesmo e na parte superior do diafragma, o que move a agulha

    obturadora para baixo, abrindo a vlvula e aumentando a vazo de refrigerante. Assim,

    mais lquido entra no evaporador de forma a satisfazer a carga trmica.

    Se ocorrer diminuio da carga trmica, o superaquecimento do refrigerante na

    sada do evaporador tende a diminuir, o que provoca o fechamento da vlvula,

    diminuio da vazo de fludo frigorfico e aumento da diferena de presso entre

    entrada e sada da vlvula.

    O grau de superaquecimento pode ser ajustado pela variao da tenso impressa

    mola da vlvula. Maiores tenses na mola, exigiro maiores presses no bulbo para a

    abertura da vlvula o que implica em maiores superaquecimentos.

    Em algumas situaes, podem ocorrer instabilidades na operao da VET,

    resultando em ciclos de superalimentao e subalimentao do evaporador, sendo este

    fenmeno conhecido como hunting da vlvula. O hunting causa flutuaes de presso e

    temperatura e pode reduzir a capacidade do sistema frigorfico.

    O intervalo de tempo necessrio para o escoamento do refrigerante desde a

    entrada do evaporador at o ponto onde est instalado o bulbo pode levar, em

    determinadas condies, a uma abertura excessiva da vlvula, o que alimenta o

    evaporador com um excesso de refrigerante lquido.

    Algumas gotas deste lquido podem ser transportadas at a sada do evaporador,

    resfriando rapidamente a parede do tubo onde est instalado o bulbo, e reduzindo

    subitamente a alimentao de refrigerante pela vlvula, a qual passa a operar em ciclos

    rpidos de superalimentao e subalimentao, isto , em hunting.

    O hunting de uma vlvula de expanso termosttica determinado pelos

    seguintes fatores:Tamanho da Vlvula - uma vlvula superdimensionada pode levar ao hunting.

    Grau de Superaquecimento - quanto menor o grau de superaquecimento, maior

    as chances da vlvula entrar em hunting.

    Posio do bulbo - a correta seleo da posio do bulbo freqentemente

    minimize o hunting. O bulbo deve ser instalado na parte lateral (a 45) de uma

    seco horizontal da tubulao, localizada imediatamente na sada do

    evaporador.

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    2 Vlvulas de Expanso Eletrnicas

    As vlvulas de expanso eltricas, ou mais precisamente as eletrnicas, so

    capazes de promover um controle mais preciso e eficiente do fluxo de refrigerante,

    resultando numa economia de energia.

    O fechamento repentino da vlvula pode causar golpes de lquido na linha de

    refrigerante que alimenta a vlvula, gerando vibrao excessiva. A introduo de um

    amortecimento, onde o refrigerante lquido forado acima ou debaixo do mbolo da

    vlvula, por uma pequena passagem pode ser uma forma efetiva de reduzir a velocidade

    de abertura e fechamento.

    Ao invs de abrir ou fechar completamente a vlvula, pode-se utilizar uma

    vlvula analgica e variar a intensidade do campo magntico aplicado sua bobina, de

    forma que a agulha da vlvula (ou mbolo) pare em vrias posies intermedirias .

    Comparadas com as vlvulas de expanso termosttica, as principais vantagens

    das vlvulas eletrnicas so:

    Promovem um controle mais preciso da temperatura.

    Promovem um controle consistente do superaquecimento, mesmo em condies

    de presso varivel.

    So capazes do operar com menores presses de condensao. Isto

    especialmente importante quando se tem baixa temperatura ambiente.

    Podem resultar em economia de energia de 10% (ou mais).

    O sinal para controle das vlvulas eletrnicas

    pode ser gerado a partir de um termistor

    (semicondutores sensveis variao de temperatura),

    instalado na sada do evaporador, e que pode detectar apresena de refrigerante lquido. Quando no ocorre a

    presena de lquido, a temperatura do termistor se eleva,

    o que reduz sua resistncia eltrica, esta variao de resistncia pode ser analisada por

    um circuito, que enviar o sinal digital para posicionamento da agulha da vlvula.

    Tipos de termistores:

    NTC(do ingls Negative Temperature Coefficient): a resistncia diminui com oaumento da temperatura;

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    PTC(do ingls Positive Temperature Coefficient): a resistncia aumenta com o

    aumento da temperatura.

    3 Vlvulas de Bia

    A vlvula de bia um tipo de vlvula de expanso que mantm constante o

    nvel de lquido em um recipiente, diretamente no evaporador ou nos separadores de

    lquido. Existem dois tipos de vlvulas de bia para sistemas de refrigerao: as de alta

    presso e as de baixa presso.

    Vlvula de bia do lado de Baixa Presso

    Essencialmente, a vlvula

    de bia do lado de baixa presso

    um recipiente oco, esfrico ou com

    outro formato, ligado por alavancas

    e articulaes a uma vlvula de

    agulha, figura ao lado. Ela mantm

    o lquido no evaporador a um nvel

    predeterminado. Quando o refrigerante evaporado, o nvel de lquido se reduz,

    baixando a bia. A articulao de ligao abre a vlvula, admitindo mais refrigerante.

    Ento, quando o nvel de lquido sobe at o ponto necessrio, a bia erguida, fechando

    a vlvula de agulha. Esse tipo de vlvula de expanso oferece um controle muito bom,

    mantendo o nvel adequado de refrigerante independentemente de variaes de carga,

    perodos sem carga, condies da carga e outras variveis de operao. Qualquer

    nmero de evaporadores pode funcionar em um mesmo sistema, pois cada vlvula flui

    apenas a quantidade de refrigerante necessria para o seu prprio evaporador. Asvlvulas de bia devem ser escolhidas em funo do refrigerante especfico que vai ser

    usado, devido diferena de densidade entre os diversos refrigerantes. Uma vlvula

    dimensionada para um dos refrigerantes mais pesados, como R- 12 ou R-22, precisaria

    ter uma bia menor e mais pesada do que a de uma vlvula construda para amnia.

    Alm disso, as presses no sistema durante o descongelamento tm que ser

    consideradas, pois altas presses podem levar imploso da prpria bia.

    Tem como principais problemas, vazamentos devidos corroso ou falha nas juntas soldadas. A bia pode implodir em razo de altas presses, como dito

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    anteriormente. A agulha, o assento ou ambos podem desgastar-se, permitindo o

    vazamento continuo de refrigerante. Em ambos os casos, ela permitir a passagem do

    refrigerante continuamente e o seu retomo ao compressor. A bia pode operar de

    maneira incorreta, devido ebulio do refrigerante. Nestes casos, o conjunto da bia

    localizado em uma cmara separada.

    Vlvula de Bia do lado de Alta Presso

    A vlvula de bia do lado de

    alta presso, figura ao lado, contm

    os mesmos elementos da do lado de

    baixa presso: a bia, a transmisso

    articulada e a vlvula de agulha. A

    diferena em relao de baixa

    presso est em sua localizao no

    lado de alta presso do sistema e no fato de que a vlvula aberta quando o nvel de

    lquido aumenta. Ela instalada abaixo do condensador e transfere o refrigerante

    lquido para o evaporador to logo ele condensado, mas no permite a passagem de

    vapor no condensado. Isto requer que a maior parte da carga de refrigerante no sistema

    se localize no evaporador. Como a vlvula de bia do lado de alta presso normalmente

    d passagem a todo o refrigerante lquido que chega a ela, no seria praticvel instalar

    essa bia em um sistema de evaporador com circuitos mltiplos em paralelo, pois no

    haveria maneira de assegurar distribuio adequada do refrigerante.

    4 Vlvula de Expanso de Presso Constante

    A vlvula de expanso de presso constante, mantmuma presso constante na sua sada, inundando mais ou

    menos o evaporador, em funo das mudanas de carga

    trmica do sistema. A presso constante, caracterstica da

    vlvula, resulta da interao de duas foras opostas: presso

    do fluido frigorfico no evaporador e da presso de mola,

    como mostrado na figura. A presso do fluido frigorfico

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    exercida sobre um lado do diafragma age para mover a agulha na direo de fechamento

    do orifcio da vlvula, enquanto a presso de mola, agindo sobre o lado oposto do

    diafragma, move a agulha da vlvula na direo de abertura do orifcio.

    importante observar que as caractersticas de operao da vlvula de expanso

    de presso constante so tais que esta fechar suavemente quando o compressor

    desligado e permanecer fechada at que o compres