Hoje Macau 13 NOV 2014 #3213

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Vice-presidente da Associação de Psicologia de Macau denuncia lacunas na ajuda a doentes mentais crónicos ENTREVISTA PÁGINAS 2-3 PUB Ter para ler O futuro dos que actualmente estudam português na China só pode ser “brilhante”. São as palavras de Shu Jiang Ping, Conselheiro Cultural da Embaixada da China em Portugal, que pede uma maior aposta no bilinguismo, apesar de admitir a existência de alguns problemas no ensino da língua portuguesa aos alunos chineses. PÁGINA 7 PORTUGUÊS CONSELHEIRO CULTURAL DA CHINA EM DEFESA DO BILINGUISMO SAÚDE MENTAL DA FALTA DE APOIO AOS QUE MAIS NECESSITAM AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 13 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3213 hojemacau PUB Um mundo a seus pes ´ AGÊNCIAS DE EMPREGO Novo regime com nova “orientação” e multas pesadas CHINA PÁGINA 12 POLÍTICA PÁGINA 4 Xi Jinping e Barack Obama chegaram ontem a um histórico compromisso para a redução das emissões de dióxido de carbono. O pacto agora assumido surge como um claro indicador para as próximas cimeiras climáticas. O senhor Macau POLUIÇÃO ACORDO HISTÓRICO

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Hoje Macau N.º3213 de 13 de Novembro de 2014

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Vice-presidente da Associação de Psicologia de Macau denuncia lacunas na ajuda a doentes mentais crónicos ENTREVISTA PÁGINAS 2-3

PUB

Ter para ler

O futuro dos que actualmente estudam português na China só pode ser “brilhante”.São as palavras de Shu Jiang Ping, Conselheiro Cultural da Embaixada da China em Portugal,que pede uma maior aposta no bilinguismo, apesar de admitir a existência de alguns problemas

no ensino da língua portuguesa aos alunos chineses. PÁGINA 7

PORTUGUÊS CONSELHEIRO CULTURAL DA CHINA EM DEFESA DO BILINGUISMO

SAÚDE MENTAL DA FALTA DE APOIO AOS QUE MAIS NECESSITAM

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 1 3 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 1 3

hojemacau

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Um mundoa seus pes´

AGÊNCIAS DE EMPREGO

Novo regime com nova “orientação”e multas pesadas

CHINA PÁGINA 12 POLÍTICA PÁGINA 4

Xi Jinping e Barack Obama chegaram ontem a um histórico compromissopara a redução das emissões de dióxido de carbono. O pacto agora assumido surge como um claro indicador para as próximas cimeiras climáticas.O senhor

Macau

POLUIÇÃOACORDO HISTÓRICO

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HOJE

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hoje macau quinta-feira 13.11.20142 ENTREVISTA

ANDREIA SOFIA [email protected]

Recentemente a Sociedade de Pesquisa de Psicologia de Macau definiu uma espécie de regime de acreditação para os profissionais da área, mas depois o Governo disse que esse não era o correcto. Qual é a posição da Associação de Psicologia de Macau (APM)?Entendemos que o direito de dar creditação a estes profissionais pertence ao Governo. É isso que está na lei e ninguém pode mudar. Nos Serviços de Saúde existe um sistema de registo para todos os que praticam Psicologia em Macau. O Governo tem algumas regulações.

Quais serão então os motivos que estarão por detrás da criação deste registo de acreditação?Não falei com eles e não sei porque estão a fazer isso. Existe um licenciamento para o sector médico, mas há outros psicólogos que estão a trabalhar fora do sector médico, como nas escolas e junto da comunidade. No sector privado, se estão na área médica também têm de se sujeitar a este regime de acreditação. Não há um sistema de registo para esse tipo de profissio-nais. Mas ainda há algumas áreas que não estão cobertas por nenhum tipo de acreditação.

Essa situação deveria ser alte-rada? Todos na profissão e junto da comu-nidade gostariam de ver algum tipo de estrutura. Mas há uma limitação

A Associação de Psicologia de Macau defende que a responsabilidade de dar acreditação aos profissionais deve continuar a ser do Governo, mas lembra que no sector privado ainda há psicólogos que não são sujeitos a esse regime. Elvo Sou lembra ainda que o Governo poderia fazer mais para apoiar os doentes mentais

ELVO SOU, VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE PSICOLOGIA DE MACAU

“Há pouco apoio a doentes mentais crónicos”

em termos de recursos no que diz respeito a aplicar esse tipo de estru-tura. Em Macau há muitas coisas a acontecer e é tudo uma questão de prioridades. Quando e onde essa estrutura ou sistema for posto em prática, a nossa associação estará disponível para colaborar com o Governo.

O sistema de acreditação tem como base um decreto-lei de 1990. Considera que deveria haver uma revisão?

Tem vindo a ser revisto. O Governo criou um grupo de avaliação há uns tempos para analisar a situação e adoptar as alterações necessárias. Penso que essa parte tem vindo a ser feita, mas tal como disse, para além da área médica (Psicologia Clínica), ainda há espaço para melhorias.

De que tipo?O reconhecimento de quais os profissionais que devem fazer que tipo de trabalho. Claro que há

muitas formas de fazer isso. Por exemplo em Taiwan há uma lei para coordenar isso. Em Hong Kong esse processo é coordenado pela Sociedade de Psicologia de Hong Kong. Temos de ver qual o melhor modelo para Macau, mas ainda precisamos de alguma discussão. A nossa associação está a trabalhar com a Sociedade de Psicologia da China, porque também têm um sistema de acreditação ao nível dos psicoterapeutas e profissionais que fazem aconselhamento.

Quantos profissionais poderão estar a trabalhar sem essa acre-ditação?Não diria que estão a trabalhar sem acreditação, porque isso nunca foi pedido. Não é justo dizer isso. Simplesmente estão a trabalhar como podem, não há um sistema que controle isso, uma plataforma.

Neste momento cada escola ou ONG tem as suas próprias regras sobre qual o tipo de profissional que mais se adequa às suas ne-cessidades. Actualmente é este o retrato do que se passa em Macau.

Existe falta de profissionais na área da Psicologia, para trabalhar nas escolas, junto da comunidade?Se me pergunta isso, claro que digo que sim. Todos sabemos que a economia está a crescer, mas ao mesmo tempo o tempo que as pessoas passam com a família e consigo próprios está a diminuir. Os espaços que partilhamos no dia-a-dia estão a diminuir, então as pessoas vivem hoje mais stres-sadas do que antes. Todos irão concordar com isso. Há cada vez mais pessoas a trabalhar no sector do Turismo e do Jogo, com tra-

Neste momento cada escola ou ONG tem as suas próprias regras sobre qual o tipo de profissional que mais se adequa às suas necessidades. Actualmente é este o retratodo que se passa em Macau

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3 entrevistahoje macau quinta-feira 13.11.2014

ELVO SOU, VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE PSICOLOGIA DE MACAU

“Há pouco apoio a doentes mentais crónicos”

Não penso que a criação de um hospital psiquiátrico deva ser o fim a atingir, mas em vez disso deve haver um trabalho activo para garantir que as pessoas obtêm a ajuda que necessitam

O STRESS DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

balhos por turnos, e isso provoca mais stress junto das famílias. A sociedade está a enfrentar mais esse tipo de problemas, aos quais temos de dar mais atenção. A Psi-cologia pode ter um papel muito importante nesta área.

Um dos problemas mais comuns é a adição ao Jogo. Os profissio-nais de Psicologia têm formação específica para lidar com este tipo de problemas?Não tenho esses dados em mãos, portanto não tenho a certeza. Mas ao mesmo tempo que os problemas da adição ao Jogo aumentam, os recursos que o Governo e as asso-ciações têm investido nesta área aumentaram drasticamente nos últimos anos. Se há lacunas, com certeza que haverá, mas ainda não vi em Macau nenhum sector onde a oferta seja superior à procura (risos).

Então acredita que o sector público está a dar a resposta necessária ao problema do vício do Jogo?Penso que temos de olhar para vários factores. A educação é uma parte muito importante, tal como a prevenção e claro, o tratamento. Do que sei, actualmente todas as operadoras de Jogo têm este serviço para os seus empregados e há mesmo nas associações servi-ços para a comunidade. Se isso é necessário? Não tenho dados que confirmem isso.

No sector público de saúde, há apenas um psiquiatra no hospital público. O Governo devia inves-tir mais nesta área, contratar mais profissionais?Tudo depende do modelo que se quer pôr em prática. Há alguns anos pensou-se na criação de um hospital de doenças mentais para as pessoas que não conseguiam integrar-se na sociedade. Mas penso que muitas economias desenvolvidas estão a tentar afastar-se desse modelo. Em vez disso, há mais associações de cariz social para educar e prevenir ou

Há cada vez mais pessoas a trabalhar no sector do Turismo e do Jogo, com trabalhos por turnos, e isso provoca mais stress junto das famílias. A sociedade está a enfrentar mais esse tipo de problemas, aos quais temos de dar mais atenção. A Psicologia pode ter um papel muito importante nesta área

Um dos projectos que a Associação de Psicologia de Macau tem desenvolvido é a colaboração com o Governo no “Serviço de Alívio Psicológico” destinado aos funcionários públicos. Na resposta enviada ao HM, os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) garantem que no primeiro semestre deste ano foram atendidos 30 funcionários públicos, sendo que cada pessoa foi atendida numa média de cinco vezes. Na resposta, os SAFP garantem que os principais motivos que

levam os funcionários públicos a pedir ajuda relacionam-se com “questões de trabalho, problemas familiares, emocionais ou sentimentos individuais”. “Não temos dados suficientes que possam provar que os funcionários públicos enfrentam muitos problemas psicológicos no trabalho”, explicam os SAFP. Elvo Sou aplaude a criação deste serviço mas não encontra razões concretas para os números. “Das duas uma: ou há uma maior procura ou estamos a fazer um bom trabalho”, disse ao HM.

mesmo acomodar essas pessoas. Não penso que a criação de um hospital psiquiátrico deva ser o fim a atingir, mas em vez disso deve haver um trabalho activo para garantir que as pessoas obtêm a ajuda que necessitam e que existe junto da comunidade os recursos necessários para lidar com esses casos. Actualmente vejo que exis-tem algumas lacunas. Por exem-plo, para pessoas que têm doenças mentais crónicas a longo prazo, há poucas associações que as apoiem. Para a maioria das pessoas, é a família que acaba por estar mais envolvida em toda a situação. Há alturas em que a família consegue lidar com a situação, outras em que não consegue encontrar os recursos necessários. Então talvez aí o Governo possa desempenhar um papel mais activo.

Disse que o desenvolvimento económico trouxe maiores pro-blemas à sociedade. Que tipo de doenças mentais foram surgindo nos últimos tempos?Em Macau não existe uma base de dados que nos possa dar essas estatísticas. Diferentes factores

levam a diferentes situações, mas segundo a minha observação, as pessoas estão mais stressadas do que antes. Os problemas familiares são outra questão, mas isso não é uma doença.

Quais as razões que podem levar a esse aumento de stress? A ha-bitação, o trânsito, a poluição?(Hesita). Não penso que haja um único factor que leve a um menor bem-estar mental das pessoas. Mas lembro-me que uma asso-ciação (Associação Económica de Macau) lançou o índice da felicidade que pode dar algumas indicações quanto à saúde mental dos residentes. Mas tal como disse, olhando para o panorama no geral, as pessoas estão mais stressadas.

O que é que o Governo poderia então fazer para melhorar a

qualidade de vida dos cidadãos? O ambiente de trabalho é muito importante. A nossa associação tem vindo a desenvolver vários projectos para garantir o bem--estar das pessoas no seu local de trabalho e penso que o Governo pode olhar para essas medidas. Mas claro que há outras questões na sociedade para as quais o Governo devia olhar, tal como o sistema de Saúde, todos falam da Educação, do alojamento, dos transportes públicos. Mas penso que tem vindo a dar atenção a isso.

Actualmente a taxa de desem-prego é muito baixa, por isso os estudantes universitários certamente não sentirão stress na hora de entrar no mercado de trabalho. Mas há ainda de-safios na procura do primeiro emprego? Um desses problemas poderá ser o facto de ser difícil encontrar um trabalho fora do sector do Jogo?Não penso que seja isso. Quando falamos do sector do Jogo, como o definimos? Falamos de croupiers ou da indústria do Turismo e Hote-laria? Pelas nossas estatísticas, os

licenciados que saem da universi-dade e que acabam por trabalhar como croupiers são muito poucos. Poderão trabalhar nas áreas da Hotelaria e Turismo. Mas a entrada directa no Jogo não é uma opção para a maioria dos licenciados. Mas tenho de ser sincero: há áreas com um lado mais prático, como a Medicina ou o Direito, que podem traduzir-se mais facilmente numa carreira. Mas isso acontece em todo o mundo. Para quem estuda História, Sociologia, ou mesmo Psicologia, têm de ser feitos maio-res esforços para ter uma carreira, porque a universidade não é uma escola vocacional ou técnica. No século XXI, falamos imenso de criatividade, trabalho de equipa e capacidades interpessoais.

Pegando nesse ponto, há jovens interessados na área da Psicolo-gia, em exercer a profissão?Tenho promovido debates sobre saídas profissionais e carreiras para estudantes do ensino secundário. Todos os anos o Governo promove esses encontros e convida a nossa associação para participar. E de todas as vezes tenho uma reacção esmagadora dos alunos, estão muito interessados nessa área. O interesse existe, mas para entrar na área, têm de estar preparados e devem pensar mais na sua formação.

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4 POLÍTICA hoje macau quinta-feira 13.11.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

A NUNCIADA há cerca de um ano, a revisão do Re-gime de Licen-

ciamento das Agências de Emprego, em vigor desde 1994, ainda não tem uma data para acontecer. Ontem o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) discutiu o assunto. Para já, uma coisa é certa: o Governo

A reunião de ontem do Con-selho Permanente de Con-certação Social (CPCS)

serviu também para discutir a ratificação, por parte da RAEM, das convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo estado em cima da mesa a criação de uma Lei de Organização Sindical.

Os trabalhadores exigem rapi-dez ao Governo para a criação de um diploma que já foi apresenta-do duas vezes ao hemiciclo pelo deputado José Pereira Coutinho, tendo sido chumbado.

“Já sugerimos muitas vezes que temos de ter uma Lei Sindical e exigimos ao Governo e outras partes que possamos tê-la o mais cedo possível”, disse Lei Chan U, vice-presidente da direcção da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

AGÊNCIAS DE EMPREGO NOVO REGIME VAI INCLUIR “ORIENTADORES”

Mão pesada contra irregularidades“[As agências] precisam, por exemplo, de saber mais sobre as leis de Macau. Cada agência precisa de ter um orientador”WONG CHI HONG

LEI SINDICAL TRABALHADORES EXIGEM QUE GOVERNO PREPARE REGIME

Uma certeza ao fundo do túnel“Essa legislação tem a ver com

os nossos direitos, o direito ao emprego, a aumentos salariais. Se tivermos uma Lei Sindical conse-guimos garantir isso tudo de forma mais legal. O Governo precisa de prestar uma maior atenção a isso”, acrescentou.

ABERTURASDa parte do Executivo, Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), mostrou “abertura”. “Já discutimos o assunto várias vezes na Assem-bleia Legislativa (AL) e houve deputados que questionaram esse aspecto e apresentaram propostas.

A posição do Governo é sempre de abertura”, frisou.

O director da DSAL lembrou ainda que “a conciliação ou in-tervenções das associações pode ser uma forma muito eficaz para resolver as questões laborais”. Já Lei Chan U defendeu que “o traba-lho legislativo para a Lei Sindical será um pouco árduo”, ainda que os responsáveis assumam estar convictos de que se continuarem a exigir à parte laboral e associações, “com certeza um dia teremos uma Lei Sindical”.

As convenções da OIT rati-ficadas por Macau exigem que exista esta legislação, mas até agora apenas a Lei Básica fala do direito de associação. Isso significa que a protecção dos trabalhadores na hora de ma-nifestações ou greves não está garantida na lei a 100%. - A.S.S.

quer ter mão pesada sobre o trabalho das agências de emprego, estando prevista a criação da figura do “orien-tador”, à semelhança do que já acontece com as agências imobiliárias.

“Na nova lei introduzi-mos o mecanismo do orien-tador, para a fiscalização das agências de emprego”, disse Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assun-tos Laborais (DSAL), à saída do encontro. “Temos alguns

requisitos e exigências sobre a formação, [algo] que está estipulado no regulamento. [As agências] precisam, por exemplo, de saber mais

sobre as leis de Macau. Cada agência precisa de ter um orientador”, disse ainda o director da DSAL.

Lei Chan U, vice-pre-sidente da direcção da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), falou em repre-sentação dos trabalhadores, apoiando o projecto de lei. “Estamos a realçar que é preciso ter um orientador de serviço de emprego, ou seja, cada agência de emprego ne-cessita de ter um orientador e assim podemos garantir o serviço prestado”, garantiu o responsável.

Vong Kok Seng, vice--presidente da Associação Comercial de Macau, que representa o patronato, não prestou declarações aos jornalistas. Até ao dia 30 de Janeiro do próximo ano os membros do CPCS terão de entregar o seu parecer sobre o assunto.

MULTAS MAIORESOutra novidade presente no projecto de lei prende-se com o aumento das multas para as agências de empre-go, que passam a situar-se entre as dez mil e 40 mil patacas, sendo que a puni-

ção mais grave poderá ser o cancelamento da licença de operação.

“Se verificarmos que há casos de detenção de documentos de trabalho podemos até cancelar a licença das agências de emprego”, exemplificou Wong Chi Hong.Os membros do Conselho

Permanente de Concertação Social discutiram ontem a revisão do Regime de Licenciamento das Agências de Emprego. No futuro, cada agência deverá ser fiscalizada por um “orientador”, estando previsto o agravamento das multas

Uma das ideias do Conselho Permanente de Concertação Social é também a introdução de uma cláusula que preveja que os trabalhadores não residentes passem a pagar uma taxa equivalente a um mês de salário. A proposta apresentada pelo Governo reforça que nem os turistas nem os trabalhadores não residentes podem recorrer às agências para encontrar emprego estando em Macau, mas acrescenta que, caso um empregador local recorra à agência para contratar alguém de fora, directamente no

seu país de origem, esse trabalhador também vai ter de pagar uma taxa à agência. Actualmente, apenas o empregador é obrigado a pagar. “No futuro, depois da entrada em vigor da nova lei, as agências podem cobrar a taxa de serviço ao trabalhador após 60 dias de trabalho. Este montante não pode ser superior a um mês de salário do empregado”, explicou Wong Chi Hong, diretor dos Serviços para os Assuntos Laborais. O valor da taxa do empregador “dependerá do preço de mercado”, disse.

Outra das alterações prende-se com a cobrança de uma taxa ao trabalhador não residente, (ver caixa), que será equivalente a um mês de salário, cobrada ao fim de 60 dias de serviço. Wong Chi Hong disse que em regiões como Singapura ou Taiwan isso também já acontece.

“No decreto-lei em vi-gor, as agências de empre-go podem cobrar uma taxa de serviço aos empregados e aos empregadores, mas não podem cobrar uma taxa de serviço aos traba-lhadores não locais. No futuro, após a entrada em vigor da nova lei, poderão cobrar uma taxa de serviço também aos trabalhadores estrangeiros”, frisou o di-rector da DSAL.

TAXAS PARA NÃO RESIDENTES

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TIAG

O AL

CÂNT

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GCS

5 políticahoje macau quinta-feira 13.11.2014

FLORA [email protected]

O Chefe do Execu-tivo, Chui Sai On, foi esta terça-feira à Assembleia Le-

gislativa (AL) apresentar o orçamento para 2015 e traçar um balanço dos últimos cinco anos do Governos, os quais mereceram uma boa avaliação por parte do líder do Governo.

Contudo, os deputados Kwan Tsui Hang e Ho Ion Sang, bem como alguns resi-dentes contactados pelo HM, mostram-se pouco confiantes com os pontos apresentados no hemiciclo, esperando que as promessas possam ser cumpri-das no próximo mandato.

Citada pelo jornal Ou Mun, a deputada Kwan Tsui Hang considera que a apresentação do relatório foi “vulgar e sem surpresas”, tendo frisado que o processo de criação dos

ID Lao Cho Un novo vice-presidente Lao Cho Un assume o cargo de vice-presidente do Instituto do Desporto (ID) por um ano. A nomeação foi publicada em Boletim Oficial e tem efeitos a partir do passado dia 9 de Novembro. Lao Cho Un já ocupava o cargo de vice-presidente do ID em regime de substituição desde Maio deste ano, sendo que é licenciado em Engenharia Civil pela Universidade de Macau e está ligado ao ID desde 1996. Nesse ano, assumiu funções de técnico superior, sendo que dez anos depois, em 2006, foi Chefe de Departamento de Administração, cargo que mantinha até esta nova função.

Sio Chio Wai Mecanismo para distribuição do superavit fiscal

O deputado nomeado Sio Chi Wai con-sidera que o Governo deveria estudar

a criação de um mecanismo de distribuição do superavit fiscal, por forma a garantir um sistema de subsistência do território nas áreas da segurança social, saúde, educação, habi-tação e formação de talentos, com ligação às finanças da RAEM.

O deputado considera que é preciso tempo para a realização dos projectos e mecanismos de longo prazo e, por isso, é necessário que os residentes esperem algum tempo.

“Por exemplo, o compromisso de cons-trução de 28 mil habitações públicas exige tempo para a construção dos novos aterros e dos edifícios, é preciso paciência. Acredito que o Governo pode acelerar o desenvolvi-mento desses mecanismos. A Assembleia Legislativa (AL) já aprovou a criação de um sistema de reserva fiscal, para que a sociedade tenha acesso ao regime de reserva”, apontou.

Sio Chio Wai lembrou ainda que Macau “precisa de aproveitar a oportunidade para promover a diversificação das indústrias”, numa fase em que a China atravessa, na opinião do deputado, um período de reforma.

Citado pela imprensa chinesa, o deputado nomeado falou ainda dos “problemas de sobre-posição” dos departamentos do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e Instituto Cultural (IC), sugerindo que o IACM pode servir de “referência à reorganização dos departamentos no futuro”. Entretanto, já é sa-bido que um departamento e cinco divisões do IACM vão passar para a alçada do IC. - C.L.

BALANÇO DO GOVERNO RESIDENTES E DEPUTADOS POUCO CONFIANTES

Uma mão cheia de nada

cinco mecanismos, nas áreas da saúde, educação e habita-ção, “foi tão lento que não se consegue analisar a eficiência dos conteúdos do relatório”,

sendo que “algumas propostas de lei ainda estão na fase de consulta pública e não cor-respondem às esperanças dos residentes”.

“Mesmo que já tenha sido aumentado o primeiro nível do regime de segurança social, o segundo nível ainda não re-gistou nenhum avanço. Ainda não foi avançado o regime de previdência central não obrigatório”, explicou ainda Kwan Tsui Hang, pedindo que o novo Governo possa cumprir as promessas que fez.

Já o deputado Ho Ion Sang considerou ao Ou Mun que “o relatório não mostra as soluções para os problemas mais críti-cos, tal como a diversificação da economia, a eficiência da governação e o regime de responsabilização dos titulares dos principais cargos, os quais estão sem calendário”.

Os residentes contactados pelo HM também se mostram

pouco confiantes e falam de um Chefe do Executivo que demora a pôr os projectos em prática. Para Don Lou, Chui Sai On teria uma nota bem menos positiva do que aquela que deu a si próprio.

BEM PREGA FREI TOMÁS“O Chefe do Executivo só consegue falar mas não faz, só tenho confiança nele se con-seguir resolver os problemas da habitação e do trânsito”, garantiu.

O jovem Leong Chio também pede que o novo Go-verno resolva os problemas do trânsito, com especial foco na questão dos Trabalhadores Não Residentes (TNR).

“O Executivo tem vindo a falar nisso mas ainda não fez o suficiente. Deve fazer com que as empresas transportem os seus trabalhadores, colocando várias paragens de transporte junto aos seus locais de re-sidência. Os veículos devem circular fora do centro da cidade para evitar engarrafamentos do trânsito”, apontou.

“O relatório não mostra as soluções para os problemas mais críticos, tal como a diversificação da economia, a eficiência da governação e o regime de responsabilização dos titulares dos principais cargos”HO ION SANG Deputado

Kwan Tsui Hang e Ho Ion Sang consideram que o relatório apresentado por Chui Sai On esta terça-feira não se focou nas políticas e promessas que ficaram por cumprir. Residentes pedem a resolução das questões da habitação e trânsito

“O Chefe do Executivo só consegue falar mas não faz, só tenho confiança nele se conseguir resolver os problemasda habitaçãoe do trânsito”DON LOU Residente

Já Ho Kam Choi não con-corda com o aumento do índice salarial da Função Pública, também anunciado esta terça--feira, o qual deverá, na sua opinião, agravar a inflação. “Prefiro que seja dado mais dinheiro nos cheques. Os fun-cionários públicos trabalham muito devagar, comparando com as empresas privadas. Estão longe de ser eficientes”, concluiu.

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6 política hoje macau quinta-feira 13.11.2014

PUB

ANNOUNCEMENT

1. Objective: Open invitation to one tender.2. Procuring entity: Macao Science Center Limited.3. Address of procuring entity: Macao Science Center Limited.

Avenida Dr. Sun Yat Sen4. Services to be procured: Operation Contract of Shops at the

Lobby of Macao Science CenterMSC_TEN_2014_002_GF

5. Location of service provision:

Macao Science Center.

6. Conditions of entry: Please email copy of Commercial Registration Certification and contact person to [email protected]

7. Method for obtaining tender documentation:

Bidders can register and download the full set of tender documents from the Macao Science Center website (http://www.msc.org.mo/) after registration.

8. Tender submission location and deadline:

Location: Deadline:

Avenida Dr. Sun Yat Sen, Macao Science Center.15 December, 2014 (Monday) at 5:00pm (Macao time).

9. Validity period of the tender: 90 days starting from the date of tender submission deadline (the validity period may be extended according to the Tender Procedures).

10. Provisional guarantee: Exempted.11. Definitive guarantee: A guarantee of 3 months of rental as

proposed in tender.12. Selection Criteria: After fulfilling the requirement in

Chapter IV (technical Requirement) of the tender document, the awarded tender will be selected based on the following criteria:

a) Proposed rental return & mode of payment

b) Quality ( Please refer to Chapter II Tendering Procedure “article 10” for details)

13. Additional information: All related information will be uploaded to the Macao Science Center website (http://www.msc.org.mo/) from the day following the publication of this announcement until the tender closing date. Bidders are responsible to visit the website for additional information.

14. Base price: No base price.

Macao Science Center Limited13 November, 2014

O deputado Chan Meng Kam pede que se aperte o certo às entidades que comercializam produtos. Tudo em nome dos consumidores e da imagem do território

Cotai Deputada questiona capacidade da fronteira A deputada Melinda Chan entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona se este já fez uma preparação sobre a futura entrada em vigor da abertura 24 horas das fronteiras junto ao posto fronteiriço Flor de Lótus. Melinda Chan lembra que o período de espera por um autocarro público é longo e apresenta “dúvidas” quanto à avaliação feita pelo Governo sobre o futuro projecto.

FLORA [email protected]

C HAN Meng Kam apela ao Governo que aperte o cerco à fiscalização

de produtos falsificados, nomeadamente nas chama-das “Lojas certificadas”. Isto, explica o deputado em interpelação escrita, porque considera que a venda deste tipo de mercadorias prejudica o direito dos consumidores, consequentemente influen-ciando a imagem de Macau enquanto cidade turística.

A preocupação do de-putado foi espelhada numa interpelação escrita enviada ao Executivo, na qual Chan Meng Kam refere que foram descobertas várias mercado-rias falsificadas à venda em lojas com certificado este ano. Daí, o deputado pedir uma mais cuidada supervisão no combate aos produtos falsifi-cados nas “Lojas certificadas”.

LOJAS CERTIFICADAS FALSIFICAÇÕES PREOCUPAM

Direitos de consumidor

Como exemplos, Chan Meng Kam refere produtos como o ginseng, aparelhos electrónicos e relógios, em que a venda dos mesmos terá continuado a ser efectuada durante dois anos. Um dos casos, conta, aconteceu numa loja certificada pelo Conselho de Consumidores (CC).

LIGEIROS ATRASOSNo mesmo documento, Chan Meng Kam questiona o facto das autoridades não terem ainda conseguido dar conta das ilegalidades em tempo oportuno, mas ape-nas dois anos depois. Além disso, Chan diz suspeitar que as inspecções de lojas certificadas – obrigatórias por lei – não tenham sido efectuadas, uma vez que um dos casos se deu num estabelecimento com cer-tificado.

Assim, o deputado ques-

tiona a eficácia das medidas de combate à venda de pro-dutos falsificados, deixando implícita a ideia de que os comerciantes importam, propositadamente, pequenas quantidades desses produ-tos, de forma a não serem descobertos. Chan Meng Kam pede ao Executivo que aperte o certo às enti-dades que comercializam produtos, sugerindo ainda a criação de um mecanismo de supervisão “mais activo”.

A culpa da comercia-lização destes produtos é, para o deputado, do CC, que deverá assegurar que as lojas certificadas “não vendem produtos falsificados ou de má qualidade”, acabando tal por não se verificar. O deputado apontou, contudo, que a venda de falsificações tem que ver com os Servi-ços de Alfândega, o CC e a Direcção dos Serviços de Economia.

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7hoje macau quinta-feira 13.11.2014 SOCIEDADEFIL IPA ARAÚ[email protected]

S HU Jian Ping, Conselheiro Cultural da Embaixada da China em Portugal, admite que há problemas que de-

vem ser resolvidos no que diz respeito ao ensino da língua portuguesa a alunos chineses, mas assegura que o futuro destes estudantes será bri-lhante. Em Macau para uma palestra sobre a temática, Shu Jian Ping pediu ainda mais reforço entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP).

“Temos que reconhecer que temos problemas no ensino do por-tuguês”, começou por dizer. “Muitas universidades não possuem docen-tes qualificados”, avançou ainda, adiantando que sempre foi “defensor disso e que é preferível apostar na qualidade do que na quantidade”.

Na sua visão, o trabalho de reforço de laços entre a China e os PLP ainda está longe de ser perfeito. “Há muito que fazer”, defendeu. E em vários aspectos.

“Por exemplo, na área da cultu-ra falta profundidade nas relações”, disse o representante, explicando que neste momentos apenas exis-tem alguns momentos culturais, concertos, peças de teatro, mas ainda é insuficiente. Mencionando vários momentos culturais entre a China e Espanha, Shu explicou que “Portugal tem um caminho muito longo por fazer”, mas isso “deve--se ao desconhecimento dos dois lados”, clarificou.

“Outro dos aspectos importan-tes é compreender as diferenças culturais e de valores entre os diferentes países”, frisou, expli-cando que muitas vezes a capaci-dade de aceitação dessas mesmas diferenças evitará “situações embaraçosas”.

RAEM É EXEMPLO Ainda assim, Shu Jian Ping, asse-gurou que os “alunos de português vão ter um futuro brilhante” aquan-

“Macau é local privilegiado”

O Conselheiro Cultural da Embaixada da China em

Portugal fez ontem questão de frisar o “papel único” que Ma-cau tem com a China e Portugal, assim como com todos os PLP.

“Depois da transferência da soberania, Macau tornou-se uma oportunidade entre os dois países”, disse Shu Jian Ping, frisando que o território “tem uma utilidade especial”. Macau serve, segundo a sua visão, como “plataforma que fortalece os laços”, ocupando também uma posição “privilegiada na área do ensino de português”. Contrariamente ao interior da China, as instituições de ensino do território destacam-se pelos recursos que lhe estão patentes, permitindo fortalecer o ensino da língua e ao mesmo tempo “as relações” entre países.

Esta qualificação dos alunos irá mostrar-se, segundo o repre-sentante, no tal reforço das li-gações entre países. “São vocês [alunos] os embaixadores da amizade, os impulsionadores da relação e do laço entre países. São vocês [bilingues] que irão fortalecer a amizade entre estes dois grupos. Podemos mesmo dizer que vocês esta tarefa: dar a conhecer a cultura chinesa”, concluiu. - F.A.

É preciso apostar mais no bilinguismo, diz o Conselheiro Cultural da Embaixadada China em Portugal. O futuro de quem estuda português na China será “brilhante”, mas ainda há melhorias a fazer

PORTUGUÊS SHU JIAN PING OPTIMISTA APESAR DOS PROBLEMAS NO ENSINO DA LÍNGUA

Brilhante mundo novo

MAIS DOIS INSTITUTOS CONFÚCIO Durante a sua apresentação, o representante desvendou que estão previstos mais dois novos Institutos Confúcio em Portugal. “Para além da presença em outros países, e também da presença em Lisboa e na Universidade do Minho, estamos a planear abrir dois novos centros, um em Aveiro e outro em Coimbra”, anunciou. Neste momento, segundo confirmou o Conselheiro, Portugal conta com mais de 400 alunos de Chinês.

do da sua entrada no mundo do trabalho. Enquanto discursava no seminário “Português, uma ponte entre China e o mundo lusófono”, que decorreu ontem no Instituto Politécnico de Macau (IPM), o Conselheiro defendeu que a aposta da China nos PLP - e vice-versa - deve ser cada vez mais forte.

“O português é a língua de negócios”, começou por dizer o representante. “Há muitos anos escolhi português para estudar, por conselho de um professor. Na altura éramos apenas dez alunos de língua portuguesa e agora, vejam, mais de 20 instituições de ensino na China têm a opção do português”, argumentou.

Na visão do Conselheiro, China e Portugal vivem “uma fase óp-tima”, principalmente depois da transferência de soberania de Ma-cau que, segundo a perspectiva do representante “constitui um exem-plo dessa boa relação entre os dois

países”. Mas mesmo assim, ainda há muito para fazer, defendeu.

FUTURO GARANTIDOA falta de pessoal qualificado bilingue foi um dos assuntos de

“Há muitos anos escolhi português para estudar, por conselho de um professor. Na altura éramos apenas dez alunos de língua portuguesa e agora, vejam, mais de 20 instituições de ensino na China têm a opção do português”

APOSTARNO TURISMODurante a sua apresentação, Shu Jian Ping lamentou os baixos números de turistas chineses em Portugal. “Apenas 10 mil turistas viajaram para Portugal, de forma directa, este é um número muito baixo”, começou por dizer. “O turismo é uma aposta sem fundo e é preciso apostar forte. Portugal tem um paisagens muito bonitas, o tempo está sempre bom, a comida é boa e as pessoas simpáticas”, enumerou. Na visão do representante, um dos passos necessários nesta aposta é criar voos directos entre os dois países. “Considero que podemos ultrapassar esta questão, tal como foi feito com o Brasil, apostar no Turismo”, disse, adiantando que “o mercado da China é muito grande, por isso, a área do Turismo tem um grande potencial”.

que mais falou Shu Jian Ping. “No trabalho da tradução há muita falta de pessoal qualificado”, defendeu, reforçando que um grande número de tradutores não implica qualida-de no serviço.

Durante o seu discurso, o repre-sentante mostrou que Portugal tem necessidade de falantes das duas línguas, utilizando até o exemplo dos Vistos Gold como forma de entrada no mercado. “Este inicia-tiva [Vistos Gold] trouxe muito investimento para Portugal”, disse, adiantando que muitos pessoas que queiram ir para o país luso irão necessitar de tradutores.

Esta é apenas uma porta de abertura para os agora alunos. A comunicação social, o turismo, os docentes e serviços das comunida-des são outras das entradas para o mundo da língua portuguesa. “Ainda existe um grande espaço para os talentos em Portugal.”

Na sua opinião, os estudantes da língua terão um futuro brilhante, pois existem muitas portas abertas.

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Na notícia da edição de dia

11 de Novembro, referente

à criação de uma nova

associação de protecção

animal, deve ler-se que a

Masdaw foi constituída a 8

de Novembro e não a 25 de

Outubro, como foi reportado.

Aos visados e leitores,

pedimos desculpa.

O HM ERROU

hoje macau quinta-feira 13.11.20148 sociedade

A deputada acusa o Executivo de “falta de ponderação” no traçado das zonas de Seac Pai Van e Cotai

CECÍLIA L [email protected]

A NGELA Leong pediu, em carta aberta, que o Executivo faça um plano mais científico

do metro ligeiro para as zonas de Seac Pai Van e Cotai. O pedido chega, contudo, com mais um alerta: o metro não passa pelo projecto da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) no Cotai e isso, diz a também directora-executiva da empresa, “é difícil de entender”.

Na carta, Angela Leong jus-tifica o pedido com o facto de

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) quer levantar as restrições

sobre o limite das operações em renminbi. De acordo com um comunicado, a AMCM promete continuar a “estimular o desenvol-vimento das operações em renminbi, em Macau”, “atendendo à situação real e às necessidades” do território, mas acrescenta que vai “envidar todos os esforços, junto do Banco Popular da China, com o objectivo de conseguir o levantamento de restrições sobre o limite e âmbito das operações em renminbi”, de modo a incentivar o progresso e o avanço do sector financeiro da RAEM”.

Ontem, Hong Kong anunciou que vai aca-bar com essas restrições a partir de segunda--feira. A AMCM não adianta uma data para a introdução desta medida em Macau.

Recorde-se que a AMCM tem um um acordo com o Banco Popular da China, que prevê disposições sobre o limite de conversão do renminbi “nas operações individualizadas, por pessoa e por transacção, para conversão em numerário” – nestes casos, o montante máximo fixado não pode ultrapassar o equi-valente a 20 mil renminbi. Os depósitos em renminbi junto dos bancos locais ascenderam a 118,7 mil milhões de yuans.

O director-executivo da Sociedade de Jogos

de Macau (SJM) afirmou, no início desta semana, que o restaurante Noodle & Congee Corner, situado no Casino Grand Lisboa, vai ser substituído por 15 mesas de jogo.

Em notícia avançada pelo jornal Macau Post Daily, o estabelecimento de restauração deverá vir a compreender a presença de uma série de novas mesas, de forma a potenciar o aumento das receitas que têm vindo

METRO ANGELA LEONG QUER PASSAGEM NO PROJECTO DA SJM

Felicidade conjunta

“A linha do metro ligeiro passa por vários hotéis da operadora norte-americana de Jogo [Sands], mas não passa no lote onde ficao projecto construído por uma empresa locale isso é difícil de entender”

ANÚNCIO

Prestação de Serviços de Segurança no Edifício e Instalações do Fundo de Segurança SocialConcurso Público

1. Entidade que põe o serviço a concurso: Fundo de Segurança Social (FSS).2. Modalidade do procedimento: Concurso Público.3. Objectivo: Prestação de serviços de segurança no edifício e instalações do Fundo de Segurança Social durante o

ano 2015.4. Local, dia e hora para obtenção das propostas e caderno de encargos: 4.1 Estes documentos estão depositados na sede do FSS, sita na Rua Eduardo Marques, n.os 2 a 6, Macau,

podendo as cópias dos mesmos ser consultados e levantados gratutiamente durante o horário de expediente no local acima mencionado, a partir do dia de publicação do respectivo anúncio até ao dia anterior àquele em que dá lugar a abertura das propostas.

4.2 Os documenots do concurso estão disponíveis na página electrónica do FSS (http://www.fss.gov.mo), para download pelos concorrentes.

5. Critérios de apreciação: 5.1 Preço proposto:60% 5.2 Experiência na prestação do serviço da segurança e vigilância:30% 5.3 Certificaçãodaqualidadedoserviçodesegurançaprestadoporconcorrente:5% 5.4 Proporção entre número de trabalhadores com 3 anos de experiência de serviço de segurança e toda a equipa de trabalho:5%

6. Prozo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso.

7. Caução provisória: MOP25.000,00 (vinte e cinco mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro ou 8. garantia bancária aprovado nos termos legais.9. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:

Local: Recepção da Sede do Fundo de Segurança Social, sita na Rua Eduardo Marques, n.os 2 a 6, Macau. Dia e hora limite: 28 de Novembro de 2014(Sexta-feira), até às 12:00 horas.

10. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: Sala de Reunião do Fundo de Segurança Social, cave, na Rua Eduardo Marques, n.os 2 a 6, Macau. Dia e hora: 01 de Dezembro de 2014( Segunda-feira), pelas 09:30 horas. Os concorrentes poderão fazer-se representar no acto público de abertura das propostas para apresentação de eventuais reclamações e/ou esclarecimento de dúvidas acerca da documentação intergrante da proposta.

11. Documentos adicionais de esclarecimento: Os concorrentes deverão comparecer na sede do FSS, sito na Rua Eduardo Marques, n.os 2 a 6 Macau, a partir de 12 de Novembro de 2014 até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Aos 06 de Novembro de 2014, Fundo de Segurança Social.O Presidente do Conselho de Administração, Ip Peng Kin.

considerar que falta ponderação no que diz respeito a projectos de construção.

“O Gabinete para as Infra--estruturas de Transportes (GIT) apresentou três propostas para o metro da zona de Seac Pai Van, tendo igualmente feito uma consul-ta pública. Contudo, nenhuma das três propostas pensadas se adapta às necessidades dos moradores, como é o exemplo do edifício do complexo hospitalar da Taipa. Tal demonstra falta de ponderação nos projectos de construção”, lê-se na carta.

É JÁ AQUI AO LADOA também empresária queixa-se do facto do projecto do metro não passar por locais como a Nave Desportiva, localizada no Cotai, mas não só. “[O metro] não passa na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau nem junto ao projecto em construção ao lado, um parque temático criado por uma empresa local.”

A infra-estrutura referida pela directora-executiva da SJM trata--se de um empreendimento que está a ser construído pela própria. “A linha do metro ligeiro passa por vários hotéis da operadora norte--americana de Jogo [Sands], mas não passa no lote onde fica o pro-jecto construído por uma empresa

local e isso é difícil de entender”, sublinhou Leong.

Angela Leong “cita ainda a opi-nião de cidadãos” e sugere que seja acrescentada mais uma estação jun-to ao parque temático, situado entre a estação do Jogos da Ásia Oriental e o Posto Fronteiriço de Lótus. A linha deverá ainda compreender a estação do Hospital das Ilhas e de Seac Pai Van. “Desta forma, os turistas podem ir directamente do parque temático para o posto fron-teiriço e para o aeroporto, sendo a linha igualmente conveniente para os moradores de Seac Pai Van”, explicou a deputada.

SJM Noodle & Congee Corner substituído por mesas de jogo

a descer. O grupo SJM teve uma descida de 16% das suas receitas este ano, compara-tivamente a 2013 e essa é a principal razão pela qual So considera necessário instalar mais locais de jogo.

“A SJM tem relativa-mente menos visitantes do continente [que os outros] no mercado de massas e isto joga tanto a nosso favor, como nos prejudica”, referiu o director-executivo ao jornal diário. A decisão é justificada por Ambrose So com o facto de não haver mais espaço na

sala de jogo comum para a colocação de mais mesas. A esta questão acresce o facto dos empreendimentos da SJM no Cotai estarem apenas prontos em 2017.

Além das 15 mesas no local onde actualmente se encontra um dos restau-rantes de ‘noodles’ mais requisitados do território, a SJM planeia ainda instalar mais cinco mesas na zona de apostas elevadas.

Yuan AMCM quer acabar com limites

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HOJE

MAC

AU

9 sociedadehoje macau quinta-feira 13.11.2014

O encontro, a ter lugar amanhã, visa aprofundar a cooperação no âmbito da educação e da língua portuguesa e ainda fazer o pontode situaçãona ligação entreos dois territórios

A comissão mista Portu-gal-Macau reúne-se na sexta-feira na RAEM para discutir a coo-

peração bilateral em áreas como a Cultura, juventude e desporto ou ambiente, disse ontem à Lusa fonte oficial.

De acordo com a mesma fonte, a terceira reunião da Comissão

Mista Macau Portugal será lidera-da, na parte portuguesa, por Fran-cisco Duarte Lopes, director-geral de política externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e in-clui o cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, e a presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho.

A delegação nacional integra também a delegada da AICEP, Maria João Bonifácio, Rui Pereira, da divisão de relações exteriores e multilaterais do Ministério da Economia, e João Neves, director do Instituto Português do Oriente.

EQUIPA LOCALDo lado de Macau, Alexis Tam, porta-voz do Governo e chefe do gabinete do Chefe do Executivo, é o líder da delegação que integra tam-bém Raimundo do Rosário, chefe da missão Económica e Comercial de Macau em Lisboa, Leong Lai, directora dos Serviços de Educação e Juventude, os assessores Rafael Gama, Madalena Leong e Joaquim Adelino e Carlos André, director do Centro Pedagógico e Científico

de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau.

Na agenda de trabalhos, as duas delegações vão ainda discutir áreas como o Jogo, cartografia e cadastro, gestão territorial e redes urbanas.

O acordo-quadro de cooperação entre Portugal e Macau foi assinado pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros português Jaime Gama e o, também então, Chefe do Exe-cutivo de Macau, Edmund Ho, em Maio de 2001.

O acordo-quadro de coopera-ção é um instrumento de referência para a cooperação bilateral em áreas de interesse mútuo, insti-tuindo mecanismos de contacto regular entre Portugal e Macau.

A reunião de sexta-feira é a terceira desde que o acordo foi assinado.

De acordo com um comuni-cado do Executivo, a reunião da Comissão Mista servirá ainda, e em especial, para aprofundar a cooperação no âmbito da educação e da língua portuguesa e ainda para fazer o ponto de situação sobre a cooperação existente entre a RAEM e Portugal. - Lusa/HM

Taipa Maioria apoia construção de corredor pedonal Mais de 70% dos residentes inquiridos pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) apoiam a construção de um sistema pedonal da Taipa. Os cidadãos estão, no entanto, preocupados com as questões da segurança dos peões e sistema irregular do passadiço, que não protege as pessoas do sol. Dos mais de 1000 inquiridos, 68% consideram que este projecto pode contribuir para “a melhoria do ambiente” daquela zona. Em comunicado, a DSAT aproveita ainda para referir que a construção do corredor “verde” vai servir para aliviar a pressão sentida pelos habitantes da Taipa no que diz respeito ao trânsito rodoviário. Além de passar na zona central da Avenida de Guimarães, prevê-se que a passagem inclua o estádio, o Edifício do Lago e outras instalações desportivas e sociais. A conveniência e a localização dos pontos de acesso são, para os inquiridos, os dois problemas mais preocupantes deste projecto, a seguir aos já referidos.

‘Webcam’ GPDP apela para uso cauteloso O Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais alertou, ontem, para o uso das ‘webcam’, depois de confirmar que determinado website alega ser capaz de recolher “algumas imagens obtidas” pelo dispositivo de vídeo, emitindo-as em directo na internet. Este é frequentemente utilizado para conversações online em plataformas como Skype ou Facebook ou segurança e vigilância de bebés, em casa. Em comunicado, o GPDP alerta todos os utilizadores para os mais de 50 sistemas de vigilância instalados por todo o território e que podem envolver “utilizadores de empresas, associações” e familiares. “A investigação preliminar revela que as webcams podem ser controladas porque não se alteram as senhas predefinidas”, explica o GPDP. A mesma entidade aconselha ainda os utilizadores a criarem palavras-passe complexas e fazerem uso destes dispositivos de forma cuidadosa.

Macau Incêndio em loja mata quatro pessoasQuatro pessoas morreram devido a um incêndio que deflagrou numa loja da Rua do Tarrafeiro, junto ao Jardim de Camões em Macau. Os números são avançados pela Polícia Judiciária, que diz ainda que eram quatro da manhã quando o incêndio deflagrou. Na loja, que fica no rés-do-chão do Edifício Lei Tak, tinha quatro corpos carbonizados no primeiro piso, quando os bombeiros chegaram ao local. Os corpos eram de três mulheres e um homem, que dormiam na loja. Uma das vítimas mortais era empregada doméstica do dono da loja, de acordo com a versão que o proprietário do estabelecimento comercial contou à Polícia Judiciária (PJ), e as outras três pessoas seriam amigas da vítima. Os bombeiros consideraram que a causa do incêndio foi invulgar e já entregaram o caso para investigação da Polícia Judiciária (PJ), ainda que não suspeite de fogo posto. Ainda não estão confirmadas a identidade das pessoas.

TNR Jovem suicida-se nos Nova TaipaUm homem de 28 anos morreu na terça-feira, após saltar do bloco 29 do Edifício Nova Taipa. De acordo com a Polícia Judiciária, o jovem era trabalhador não-residente em Macau, sendo que estaria a trabalhar na construção civil. O homem suicidou-se por volta das 8 horas da manhã e, segundo um colega de casa, “já não se estaria a sentir bem” nos dois dias anteriores, tendo inclusive pedido folga à empresa de obras onde trabalhava para “descansar”. Às cinco da manhã de terça-feira, o colega ainda viu que o jovem dormia na sua cama, não tendo suspeitado, diz a PJ, de nada “anormal”. As autoridades estão agora a investigar o caso.

O Instituto de Habita-ção (IH) vai ajustar

a tipologia das novas fracções de habitação social na zona do Fai Chi Kei, sendo que estas serão principalmente de tipo T2.

Numa resposta a uma interpelação do deputado Si Ka Lon, o director substituto do IH, Leong Kam Wa, apontou que a ideia é corresponder às opiniões da população sobre as necessidades de habitação social. Recorde--se que foram muitas as

pessoas a dizer que o T1 já não é suficiente para os residentes que ainda precisam de casa, uma vez que, devido ao tempo necessário para conseguir uma casa, quem pede um T1 acaba por desistir.

O responsável do IH disse que o organismo ia ajustar, principalmente, a tipologia dos projectos após a construção das 19 mil fracções de habitação social, sendo que 714 fracções de T2 e cem de T3 estão localizadas no Fai

Chi Kei e na Bacia Norte do Patane.

O director substituto salientou ainda que o IH está não só atento à oferta da habitação social, mas também ao design e qua-lidade dessa habitação. Além disso, o organismo diz ainda que vai elabo-rar inquéritos e recolher opiniões em relação às necessidades de fracções de habitação económica, para que estas sirvam de referência no planeamento futuro.

PORTUGAL-MACAU COMISSÃO MISTA EM REUNIÃO

Da cultura ao ambiente

AVISO

Informa-se que a lista definitiva para o preenchimento de dois lugares de intérprete-tradutor de 2.ª classe, 1.º escalão, da carreira de intérprete-tradutor, da área de interpretação e tradução (línguas chinesa e portuguesa), do quadro de pessoal da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, encontra-se afixada na sede da DSPA, sita na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.os 393 a 437, Edifício “Dynasty Plaza”, 10. ° Andar, em Macau, e publicada na página electrónica www.dspa.gov.mo.

A Directora, substituta,Vong Man Hung

Aos 5 de Novembro de 2014

IH T2 será principal tipo de habitação social

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10 hoje macau quinta-feira 13.11.2014EVENTOS

VIDADUPLA • Sérgio GodinhoO que esconde e o que revela um velho lençol puído sobre a intimidade de uma mulher? Como se prova a inocência quando um álibi incrimina? O que significa a morte na vida de um carrasco, e o que significa a vida no dia da sua morte? Para onde rolam as bicicletas e caminha a história das duas operárias? O que leva um homem a deixar a sua casa, noite após noite, para dormir na rua? Estas são algumas questões propostas pelas histórias de “Vidadupla”: um extraordinário mosaico – poético e operático –, em que as figuras se desdobram de pessoas comuns em fantasiosas personagens (e vice-versa), que cumprem um singular destino através do papel que lhes coube no circo da vida.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

GALVEIAS • José Luís PeixotoO universo toca uma pequena vila com um mistério imenso. Esse é o ponto de acesso ao elenco de personagens que compõe este romance e que, capítulo a capítulo, ergue um mundo.Como uma condensação de portugalidade, Galveias é um retrato de vida, imagem despudorada de uma realidade que atravessa o país e que, em grande medida, contribui para traçar-lhe a sua identidade mais profunda. “Galveias” está entre os grandes romances alguma vez escritos sobre a ruralidade portuguesa.

LEVANTE-SEE RIAPara Maxim Bessmertny, faltam espectáculos e séries de ‘stand-up comedy’ – estilo de comédia originalmente britânica e que tem ganho notoriedade nos EUA – em Macau. “Espero, por tudo, que comecem a existir mais porque este sítio precisa de sentido de humor, uma vez por outra”, disse ao HM.

ALBERGUE CURTA-METRAGEM DE MAXIM BESSMERTNY CHEGA A MACAU

Ladrão de riquexós“Tricycle Thief”, a mais recente curta-metragem de Maxim Bessmertny, vai estar disponível pela primeira vez no território a 28 de Novembro

LEONOR SÁ [email protected]

O realizador local Maxim Bessmertny vai ver o seu mais recente filme exibido pela primeira

vez no território, às 19h30 horas de dia 28 de Novembro, no Alber-gue SCM. A exibição integra-se na iniciativa cultural ‘This Is My City’ (TIMC), que se prolonga por três dias.

‘Tricycle Thief’ já passou no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá, onde estreou. Agora, é a vez de regressar a casa, já que foi cá que foi filmado. O filme conta a história de um Ah Leong (Sam Leung), um condutor de triciclos que

descobre como Macau pode ser um lugar atribulado por trás de todas as luzes néon, becos escuros e ruas aper-tadas, quando o seu riquexó é roubado por um homem que tem um negócio urgente – e perigoso – para fazer.

Maxim Bessmertny mostra-se contente com o regresso a Macau, mas mantém-se calmo quanto às reacções que poderão chegar da plateia. “[Quero] apenas que toda a gente apareça para ver o filme e

que reajam como acharem melhor”, afirmou o jovem cineasta ao HM.

Embora a obra verse sobre o territó-rio e a vida dos condutores de riquexó, nunca foi exibida localmente. Maxim, que actualmente estuda Cinema no

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11 eventoshoje macau quinta-feira 13.11.2014

FLIPSIDE NOVA FESTA SECRETA DE INDIE ROCK

“O melhor das décadas de 60,70 e 80”

“G ET Ready” é a nova mú- sica que vai servir de inspiração a Ng Kuok

Kun, lutador de boxe de Macau, que tem vindo a subir ao ringue da arena do Venetian nos últimos eventos do território. A música foi criada pelos músicos Hyper Lo, Adriano Jorge e Josie Ho, todos de Macau, para acom-panhar o atleta, que volta a competir no dia 23 deste mês, no Clash in Cotai II.

A música é especialmente criada para o momento em que Ng entra na arena. “Get Ready” foi oficialmente lançada ontem no Venetian e a sua produção teve o apoio do grupo Sands China.

O lançamento contou com a presença de vários visitantes do casino, bem como de fãs, tendo sido realizado através de uma actuação ao vivo, no Venetian Theatre. “O Sands China está muito feliz em patrocinar a produção de uma música tão inspiradora e que esperamos que dê força à geração mais nova para seguir os seus so-nhos”, referiu a vice-presidente dos Assuntos Comunitários e Relações Públicas do grupo, Melina Leong, em comunicado.

BOXE QUE INSPIRASobre a parceria, um dos cantores, Hyper Lo, comentou que cooperar com uma empresas como a Sands China é “um grande avanço” para a indústria da música do território.

ALBERGUE CURTA-METRAGEM DE MAXIM BESSMERTNY CHEGA A MACAU

Ladrão de riquexós

Há muito talento e sempre houve muito bons técnicos e fotógrafosno território, mas penso que sempre houve escassez de escritoresque tenham já alguma experiência de vida

pólo de Singapura da Universidade de Nova Iorque, considera que há espaço em Macau para fazer mais pela cultura e, principalmente, pela história local. “Quando vamos a Veneza, não que-remos simplesmente ver restaurantes de ‘fast-food’ e coisas do género, mas sim adquirir alguma cultura e ir a sítios emblemáticos”, explicou.

O QUE É LOCAL É BOMPoucas foram as pessoas de Ma-cau que já tiveram a oportunidade de assistir à curta-metragem, mas Maxim confessa que quem ajudou na produção está “contente” com o ainda recente desenvolvimento da indústria e panorama cinematográ-ficos da região.

“Há muito talento e sempre hou-ve muito bons técnicos e fotógrafos no território, mas penso que sempre houve escassez de escritores que tenham já alguma experiência de vida”, refere o jovem.

Segundo o realizador, falta quem tenha coragem para passar “a fronteira entre o profano e o sagrado”, referindo--se ao espectro cultural e das artes local.

São os condutores de riquexó, amigos e família que Maxim deseja principalmente presentes na estreia daquele que é um dos mais recentes filmes sobre o território, mas as portas do Albergue estarão abertas a quem quiser espreitar a vida de um ladrão de riquexós.

HONG KONG PRÓXIMA PARAGEM‘Tricycle Thief’ promete mostrar um lado da cidade que muitos resi-dentes terão, muito certamente, já esquecido. Trata-se de uma película ficcional que versa sobre o roubo de um riquexó e a aventura na qual o seu proprietário emerge pela sua busca. Para os mais curiosos, o trailer do filme já pode ser visto online.

Há já grandes planos para ‘Tri-cycle Thief’ além-Macau, o primeiro sendo a sua estreia no território vi-zinho e, quem sabe, mais longe. O filme encontra-se já na lista de obras para serem exibidas nos dias 13 e 19 de Dezembro do Festival de Cinema Fresh Wave, em Hong Kong.

“Depois disso, quero só que o filme vá até onde for possível por si próprio. Tem agora as suas pequenas pernas e já anda sozinho”, revelou Maxim. A mesma iniciativa conta ainda com a estreia de obras realiza-das por autores dos quatro cantos do mundo, nomeadamente da Alemanha, Bélgica, Áustria ou Israel.

O colectivo de Macau Flipside volta a or-ganizar, este sábado,

uma festa secreta, desta vez dedicada à música Indie Rock. Depois de uma primeira festa de máscaras no Halloween - num local apenas desvendado a convidados ou a quem tivesse entrado em contacto com o grupo -, as festas secretas vol-tam ao território este sábado, às 23h00.

Flipside promete trazer o que de melhor há nas sonori-dades rock das décadas de 60, 70 e 80 e mais além. Na mesa de som e mistura do local mis-tério, estará DJ 108, vencedor do campeonato de DJ’s WTF 2014. O nipónico, que é tam-bém produtor, é proveniente do Japão, mas vive actualmente em Londres, onde toca um pouco por toda a cidade. O grupo ao qual pertence, SoL8, já misturou sons para editoras como Ape Music, Digital Sen-sation, ou Dusted Breaks.

DIVIDIDO POR DOISO evento terá duas pistas, sendo que haverá um espaço

mais reduzido dedicado a sonoridades mais alternativas e electrónicas. As duas pistas dividem-se, oferecendo aos convidados músicas e cenários diferentes. A marcar o ritmo estarão Devlar, The Storyte-llers, Ryoma, CM, Gordon e Budball.

Esta não é a primeira vez que o grupo Flipside se de-dica à organização de festas de Indie e Rock e o regresso, asseguram, promete. “Depois de um longo, é hora para um retorno forte e uma noite da música de que Macau tanto anseia. A entrada é gratuita, por isso não há desculpas para não virem ouvir a vossa música preferida, entre ami-gos”, escreve a organização. “Se já estiveram em festas anteriores nossas, sabem onde chegar”, diz um dos organizadores.

Para os restantes e sendo que a festa é, então, secreta, para saber a localização têm de enviar um email para [email protected] ou ligar para o número 6205 0001. A entrada é livre.

BOXE TRIO DE MACAU CRIA MÚSICA PARA LUTADOR LOCAL

O caminho do sonhoLo aproveitou ainda para contar de onde surgiu a inspiração para a criação da faixa. “A inspiração veio de todos os duelos de boxe que têm sido realizados no Venetian e que deram a toda a gente a oportunidade para torcer por atletas como KK”, explica.

A música versa sobre o caminho a percorrer para atingir os sonhos e pretende encorajar quem o esteja a percorrer.

Contudo, o trio não é o primeiro grupo que o Venetian leva até às luzes da ribalta, tendo feito o mesmo em 2012, com o musical cantonense

‘Mito da Raposa’ e a peça de teatro em patuá ‘20 Anos... Dále Más!!!’. Além de “Get Ready”, o trio partici-pou, juntamente com outros artistas locais, na produção do primeiro álbum musical de solidariedade feito no território “Macau Original Melodies Vol.1”.

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12 CHINA hoje macau quinta-feira 13.11.2014

O S Estados Unidos e a China alcançaram esta quarta-feira um acordo histórico na

área da redução das emissões de dióxido de carbono. As metas anunciadas implicam esforços adicionais por parte dos dois governos, mas as promessas das duas maiores potências mundiais servem como um incentivo para as próximas cimeiras climáticas.

A China comprometeu-se a atingir o pico das suas emissões de CO2 no máximo em 2030, ou se possível antes. Ou seja, depois disso, o país começará a reduzir as emissões. Até agora, a China tinha-se comprometido apenas a reduzir a sua intensidade carbóni-ca – isto é, o volume de emissões por unidade de PIB – em 40-45%

CHINA/EUA ACORDO HISTÓRICO PARA EMISSÃO DE GASES COM EFEITOS DE ESTUFA

Gigantes mostram caminho

O acordo sem precedentes, estabelecido pelos dois países responsáveis por 45% das emissões mundiais de gases de efeito de estufa, é visto como um incentivo para o compromisso de reduzir as emissões poluentes a partir de 2020

Barack Obama e Xi Jinping têm assumido o combate à poluição e a aposta nas energias renováveis apesar dos sérios obstáculos internos. O acordo agora alcançado surge como um forte estímulo para as próximas cimeiras climáticas

até 2020, em relação a 2005. É a primeira vez, agora, que o país assume uma meta relacionada com as emissões absolutas.

Pelo seu lado, os EUA prome-tem uma redução das emissões entre os 26% e os 28% até 2025, tendo como nível de referência o ano de 2005. A nova meta proposta por Washington é mais ambiciosa do que a anterior, de um corte de 17% até 2020.

O anúncio surgiu após um en-contro bilateral em Pequim entre os dois líderes, que sucedeu à cimeira da APEC (Fórum para a Coopera-ção Económica da Ásia-Pacifico).

INCENTIVO PARA PARISO acordo sem precedentes, es-tabelecido pelos dois países res-ponsáveis por 45% das emissões

mundiais de gases de efeito de estufa, é visto como um incentivo para o compromisso de reduzir as emissões poluentes a partir de 2020 e que será negociado durante a cimeira de Paris, em Dezembro de 2015.

“Temos uma responsabilidade especial na liderança do esfor-ço global contra as alterações climáticas”, disse o Presidente norte-americano, Barack Obama,

numa conferência de imprensa conjunta. “Hoje, estou orgulhoso em podermos anunciar este acordo histórico”, acrescentou.

O Presidente chinês, Xi Jin-ping, afirmou que o compromisso assumido pelos dois países serve para “assegurar que as negociações internacionais sobre as alterações climáticas irão chegar a um acordo em Paris”.

A grande intenção do acordo

parece ser a de constituir uma pressão adicional sobre outros países no âmbito do debate sobre as emissões de gases de efeito de estufa. “Se os dois maiores intervenientes globais no clima são capazes de aparecer juntos, a partir de duas perspectivas mui-to diferentes, o resto do mundo pode ver que é possível realizar verdadeiros progressos”, notou o vice-presidente da Fundação das Nações Unidas, Timothy Wirth, através de um comunicado citado pela Reuters.

RESISTÊNCIAS INTERNASTanto Obama como Xi têm as-sumido o combate à poluição e a aposta nas energias renováveis como grandes prioridades das suas administrações. No entanto, os dois líderes enfrentam sérios obstáculos internos que levantam muitas reservas quanto às reais possibilidades de que as metas sejam efectivamente alcançadas.

Em Washington, as eleições intercalares do início do mês deram o controlo do Senado ao Partido Republicano, que também aumen-tou a sua maioria na Câmara dos Representantes — o que deverá dificultar qualquer entendimento sobre nova legislação.

As reacções ao anúncio de Obama fizeram-se chegar pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que criticou a “guerra ideológica contra o car-vão” do Presidente. “Este plano irrealista, que o Presidente iria despejar sobre o seu sucessor, iria implicar impostos mais ele-vados e menos emprego”, disse McConnell, acrescentando que a prioridade da nova maioria repu-blicana é a “diminuição do peso” das regulações ambientais.

Para a China, o caminho para reduzir a dependência dos com-bustíveis fósseis parece ainda mais longo. De acordo com o Washington Post, a cada oito a dez dias é construída uma nova central eléctrica a carvão no país. Para além disso, para alcançar a fatia de energia não-fóssil de 20% até 2030, no conjunto total da energia produzida — outra das promessas de Xi —, a China terá de realizar um enorme esforço. Será necessário assegurar uma capacidade de gerar cerca de 800 a 1000 gigawatts em energias reno-váveis até 2030, algo semelhante à capacidade geradora de electri-cidade total nos Estados Unidos actualmente, segundo o WP.

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13 chinahoje macau quinta-feira 13.11.2014

Descontentes com a posição do governo britânico, os manifestantes têm agendado um protesto junto ao consulado para o próximo dia 21

M ANIFESTAN-TES em Hong K o n g p l a -neiam ocupar

as vias junto ao consulado britânico, pela alegada fal-ta de apoio de Londres ao movimento pró-democracia, noticia a AFP.

O governo de Hong Kong instou, na terça-feira, os manifestantes – a maioria estudantes – a abandonarem os locais de protesto que ainda ocupam algumas das principais vias da cidade, mais de seis semanas depois do início das manifestações pelo sufrágio universal.

A ‘número dois’ do Exe-cutivo local, Carrie Lam, disse não haver “mais espaço para negociação” com os estudantes, depois de, na segunda-feira, a polícia ter sido autorizada a apoiar os oficiais de justiça para fazerem cumprir ordens judiciais com vista à retirada das barricadas das estradas.

Não foram adiantados detalhes nem datas sobre as eventuais acções levadas a cabo pelas autoridades de Hong Kong.

Fontes citadas pela Rá-dio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) refe-

Obama EUA não estão envolvidos nos protestosO Presidente norte-americano Barack Obama disse ontem que os Estados Unidos não desempenham nenhum papel nos protestos pró-democracia em Hong Kong, apesar de acusações chinesas de que forças estrangeiras estão envolvidas. “É inequívoco dizer que os Estados Unidos não estão envolvidos na promoção dos protestos que decorrem em Hong Kong”, disse Obama numa conferência de imprensa conjunta em Pequim. Obama recordou que, segundo o ponto de vista dos Estados Unidos, “a população de Hong Kong e da China têm o direito a decidir” sobre os seus governantes. O Presidente norte-americano afirmou que o seu país “vai defender sempre o direito de expressão das pessoas”, e disse esperar que as eleições de Hong Kong, quando se realizarem, sejam “justas, transparentes e reflictam as opiniões da população”.

A EDP – Energias de Portugal infor-mou ontem que vendeu metade dos

66,67% que possuía na brasileira Empresa de Energia São Manoel S.A. (São Manoel) à subsidiária da China Three Gorges (CTG) no Brasil.

A posição era detida pela EDP - Ener-gias do Brasil (EDP Brasil) e foi alienada para a CWEI (Brasil) Participações Ltda (CWEI), conforme informação disponibi-lizada no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A EDP explicou que a transacção realizou-se “no âmbito da parceria estra-tégica EDP/CTG acordada em Dezembro

de 2011 e que entrou em vigor em Maio de 2012”.

Com esta operação, a CWEI junta-se à EDP Brasil e Companhia Furnas Centrais Elétricas como accionista da São Manoel, resultando em uma participação final detida pela EDP Brasil de 33,334%, por Furnas de 33,333% e pela CWEI Brasil de 33,333%.

A Empresa de Energia São Manoel detém a concessão para a construção e exploração da central hidroeléctrica de São Manoel, com capacidade instalada de 700 MW, a ser construída na fronteira entre os Estados do Mato Grosso e Pará, no rio Teles Pires.

HONG KONG “OCCUPY BRITISH CONSULATE”

Cerco à rainha“Estamos zangados com a forma como o governo britânico tem, há vários anos, negado que a China viola a Declaração Conjuntaao interferirna políticade Hong Kong”ANNA-KATE CHOI Coordenadora do grupo “Occupy British Consulate”

rem, no entanto, que cerca de 7.000 polícias podem ser destacados para uma operação de larga escala para ajudar os oficiais de justiça a aplicarem as ordens do tribunal em várias vias ocu-padas pelos manifestantes, nomeadamente junto à sede do Governo, em Admiralty, e em Mong Kok, na Península de Kowloon.

CONTRA O SILÊNCIONuma aparente indiferença aos avisos do governo, ac-tivistas colocaram cartazes nos locais de protesto a anunciar a ocupação das imediações do consulado britânico para o próximo dia 21 e criaram o evento numa página do Facebook que esta manhã já tinha mais de 700 ‘likes’, segundo a AFP.

Os organizadores da iniciativa querem mostrar o seu descontentamento para com a Grã-Bretanha por não erguer a voz contra a China no que consideram ser “vio-lações” do acordo estabele-cido entre os dois países, ao abrigo do qual Hong Kong foi devolvida à China pela Grã-Bretanha em 1997.

bilidade de garantir que a Declaração Conjunta foi bem implementada e que a democracia e o elevado grau de autonomia de Hong Kong estão protegidos”, afirmou Anna-Kate Choi, mencionando a necessidade de proteger o modo de vida da antiga colónia britânica.

O consulado britânico em Hong Kong não fez co-mentários sobre o assunto.

A antiga colónia britâ-nica vive a mais grave crise política desde a transição de soberania para Pequim, em 1997.

Pequim aprovou o prin-cípio “uma voz, um voto”, mas reserva a um comité eleitoral, maioritariamente favorável ao Partido Comu-nista chinês a pré-selecção dos candidatos a chefe do Executivo em 2017, con-dições consideradas ina-ceitáveis pelo movimento pró-democracia.

“Estamos zangados com a forma como o governo britânico tem, há vários anos, negado que a China viola a Declaração Conjunta ao interferir na política de Hong Kong”, disse à AFP Anna-Kate Choi, coorde-nadora do grupo “Occupy British Consulate”.

“Eles têm a responsa-

EDP vende à Three Gorges metade da posição que tinha na brasileira São Manoel

Anúncio[N.º 201411-2]

Torna-se público que, nos termos do artigo 29.º do Regulamento Administrativo n.º 5/2014 (Regulamentação da Lei do planeamento urbanístico), vai proceder-se à recolha de opiniões dos interessados e da população respeitantes aos projectos de Planta de Condições Urbanísticas (PCU) elaborados para os lotes abaixo indicados:─ Processo N.º: 2001A043, Terreno junto à Estrada Flor de Lótus – Zona de Aterro entre Taipa e

Coloane (Lotes G300, G310 e G400);─ Processo N.º: 2006A096, Rua Correia da Silva nos11-13 – Taipa;─ Processo N.º: 2014A050, Rua de Camilo Pessanha no25 – Macau;─ Processo N.º: 2014A053, Rua Correia da Silva no27 – Taipa;─ Processo N.º: 2014A059, Pátio da Hera no4 – Macau;─ Processo N.º: 2014A064, Terreno junto ao Caminho das Hortas (TN16c) – Taipa.Para efeitos de referência, os projectos de PCU dos lotes supracitados já estão disponíveis para consulta no Departamento de Planeamento Urbanístico, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 19º andar, Macau, e encontram-se afixados na Rede de Informação de Planeamento Urbanístico desta Direcção de Serviços (http://urbanplanning.dssopt.gov.mo).O período de recolha de opiniões tem a duração de 15 dias e decorre entre 17 de Novembro de 2014 e 01 de Dezembro de 2014.Os interessados e a população poderão apresentar as suas opiniões sobre os projectos de PCU referidos, mediante o preenchimento do formulário O011, o qual pode ser descarregado nos websites http://urbanplanning.dssopt.gov.mo ou www.dssopt.gov.mo, ou levantado nesta Direcção de Serviços (Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau), podendo submetê-lo no período de recolha de opiniões através dos seguintes meios:─ Comparecendo pessoalmente: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau, durante o horário de expediente

nos dias úteis─ Correio: Estrada de D. Maria II n.º 33, Macau (o prazo limite de entrega é contado a partir da data de

envio indicada no carimbo do correio)─ Fax: 2834 0019─ Email: [email protected] mais informações pode pesquisar o website http://urbanplanning.dssopt.gov.mo e para qualquer informação adicional queira contactar o Centro de Contacto desta Direcção de Serviços (8590 3800).Macau, aos 07 de Novembro de 2014

Directora Subst.a da DSSOPTChan Pou Ha

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14 hoje macau quinta-feira 13.11.2014

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS António GrAçA de Abreu

A cidade de Guiyang, e a ida à própria província de Gui-zhou de que é capital, cor-responderam ao esperado,

uma viagem simpática por lugares de esfuziante beleza natural mas pouco conhecidos. Toda a região é monta-nhosa, encravada entre Yunnan, Si-chuan, Hunan e Guangxi e tem sido, há muitos séculos, considerada como um dos lugares mais pobres e atrasados da China.

Guiyang tem 2,5 milhões de habi-tantes e o crescimento económico, o arranjo recente da malha urbana pare-ce ter afastado o espectro da pobreza e do subdesenvolvimento. Nestes úl-timos vinte anos rasgaram-se amplas avenidas bordejadas por prédios de dez ou quinze andares cheios de es-critórios, de grandes e pequenas lojas. Como em toda a China, a descom-pressão social na era Deng Xiaoping, a partir de 1979, com a introdução da “economia socialista de mercado”, ou seja, o capitalismo, na sequência dos dolorosos falhanços do comunismo e do socialismo, apontou para um futuro de progresso, associado naturalmente à necessária modernização das mentes e quotidianos do povo chinês. Mas, como diz o provérbio, quando se abre uma janela, entram muitas moscas, daí também a aparição de um capitalismo selvagem, a luta pelo dinheiro, o vale tudo, passando-se por cima de toda a folha, de toda a dignidade. É verdade que o novo sistema económico possi-bilitou um crescimento imparável da China, com centenas de milhões de pessoas a retirarem-se, ou a serem re-tiradas dos assustadores níveis de indi-gência e pobreza, embora ainda hoje, ano 2014, haja 110 milhões de chine-ses a viverem com menos de dois dóla-res por dia.

Quase no centro da cidade de Guiyang, subi de teleférico ao alto do parque Qianling 黔 灵, com macacos irreverentes à solta na floresta, depois desci a pé até ao interessante templo budista de Hongfu 弘福que data do século XVII onde, porque era hora de almoço, havia um buffet vegetariano preparado pelos monges que custava 10 yuans, cerca de um euro e vinte. O meu filho João, que tem uma cos-

PROVÍNCIA DE GUIZHOU贵州

ÀS VOLTAS POR GUIYANG贵阳, CAPITAL DE GUIZHOU

tela budista, não desgostou da comida mas eu que sou um empedernido por-tuguês, com saudades de um bom ba-calhau ou de um cabrito assado, só de olhar a comida perdi o apetite e deixei o almoço para a hora de jantar. Abai-xo do mosteiro budista, desemboquei num arremedo de jardim zoológico, algo deprimente com os pobres tigres e leopardos fechados em minúsculas jaulas, com gradeamentos enferrujados e sujos.

Vamos dar uma volta pelos arredo-res de Guiyang. A cidade tem apenas sete séculos de história e não faz par-te do cardápio normal de viagens pela China, sobretudo para quem vem de longe e tem a possibilidade de entrar na descoberta de um mundo chinês, clássico, tradicional para entreter e en-

riquecer sensibilidades e entendimen-tos. Aqui é terra de minorias nacionais e é quase só para as tentar conhecer que as pessoas vêm a Guizhou.

Saio de Guiyang para a primeira jornada de dia inteiro na região, du-zentos e trinta quilómetros para leste, e volta, inserido numa excursão, de auto-carro, com uma grande molhada de tu-ristas chineses. Vamos até Xijiang, uma espécie de vilazinha modelo habitada

pelos miao苗, uma das dezoito minorias existentes na província de Guizhou. As etnias minoritárias constituem 35% da população da província – os restantes 65% são han, os chineses propriamen-te ditos –, e formam um extraordinário mosaico de gentes, com outros usos, costumes e idioma. Por estradas verde-jantes e sinuosas, por vales férteis com a terra toda trabalhada muitas vezes em socalcos, chegamos a Xijiang. A vila, com 5.000 habitantes, 99,5% de-les de etnia miao, teve a sorte de quase não ser tocada pelo progresso. Conta com centenas de casas de madeira que sobem pela encosta, plantadas em ruas íngremes que parecem pairar na névoa. Quatro pontes recentemente construí-das -- com típicos telhados sobrepos-tos que cobrem grande parte dos tabu-

AQUI É TERRA DE MINORIAS NACIONAIS E É QUASE SÓPARA AS TENTAR CONHECERQUE AS PESSOAS VÊM A GUIZHOU

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 13.11.2014

leiros apenas pedonais --, atravessam as águas pouco profundas do rio Xi. Tudo bonito e autêntico, assim vivem os miaos, mas também alindado para tu-rista ver. Mas os homens e mulheres a trabalhar nos campos estão lá ao lado, os arrozais são laboriosamente cultiva-dos, há milho, sorgo, trigo, campos de colza a trepar pelas encostas. Às onze e meia da manhã temos um grande es-pectáculo de cantos e danças da mino-ria miao. Uns trezentos turistas chineses distribuem-se pelas bancadas, tudo ao ar livre, no centro da povoação, para assistir ao evento artístico. Mulheres da terra, bailarinas de ocasião ou pro-fissionais, paramentadas com os tra-jes típicos dos miao e com magníficos toucados de prata, dançam, ritualizam, cantam estranhas melodias, um grupo de velhas e velhos camponeses entram a seguir para ensaiar umas longas e quase monocórdicas melopeias que de imediato me fizeram recordar os canta-res do nosso Alentejo.

Almoçámos pessimamente, à conta da agência de viagens que nos trouxe, num restaurante (?) enfiado num escon-so escuro de casas de madeira degra-dadas. Da parte da tarde, mais trinta quilómetros de autocarro e mudámos de aldeia, agora para um pequeno con-junto de habitações em madeira, típi-cas da minoria bouei, alcandoradas qua-se no alto de um monte. O lugar era magnificente, pouco mais de uma dúzia de casas com vista panorâmica sobre montanhas e vales. Passou-se quase a passo de corrida por dentro da aldeia e depois todos os quarenta turistas foram alojados numa sala para assistir a uma

SAÍ SORRATEIRAMENTE PELA ESQUERDA BAIXA DA SALA E FUI PASSEAR PELA ALDEIA, TIRAR UMAS FOTOGRAFIAS ÀS CASAS, ÀS PESSOAS, ÀS LAVADEIRAS BATENDO A ROUPA NA FONTE,AOS HOMENS QUE REGRESSAVAM DE MOTA DO LABOR NO CAMPO,À MULHER QUE MATAVAE ESTRIPAVA UM PATOPARA O JANTAR DA FAMÍLIA

longa palestra dada por uma senhora em traje da minoria bouyei. Ficámos a saber imenso sobre a história e a socie-dade dos miao e dos bouyei, mas o objec-tivo da conversa era outro. De repente, a palestrante tira uma coberta de seda que tapava uma grande mesa e apare-cem uns tantos produtos regionais para venda. Ah, afinal a visita à aldeia pres-supunha negócios, convencer os turis-tas a comprar sabe deus o quê, de xaro-pes para a tosse a batiks ou a líquidos milagrosos para o crescimento do ca-belo. Como não estava interessado em comprar nada, saí sorrateiramente pela esquerda baixa da sala e fui passear pela aldeia, tirar umas fotografias às casas, às pessoas, às lavadeiras batendo a roupa na fonte, aos homens que regressavam

de mota do labor no campo, à mulher que matava e estripava um pato para o jantar da família.

Outra viagem agora para oeste de Guiyang, também de dia inteiro com des-tino às cataratas de Huangguoshu 黄果树 e às grutas de Longgong龙宫. Cento e sessenta quilómetros desde Guiyang, com passagem mas sem paragem pela cidade de Anshun cuja universidade pro-curou o ano passado um relacionamento cultural e intercâmbio de estudantes com a minha Universidade de Aveiro.

Chegamos à grande catarata de Huangguoshu, a mais alta da China, com as águas imponentes a cair num desnível de 72 metros. Há muito turis-ta chinês de visita ao lugar mas, no que me diz respeito, o turbilhão das águas a descer do alto já não me faz acelerar o passo. Quem pouco viu, estranha tudo, dizem os chineses. Eu já vi algum mun-do e já não estranho nada. Depois das cataratas do Iguaçu, no rio Paraná entre o Brasil e a Argentina, que em 1989 so-brevoei de helicóptero, todas as outras quedas de água espalhadas pelo vasto mundo, Niagara incluído, me parecem pequenas. Dois quilómetros acima da grande catarata, em Dapubu大瀑布, as águas do rio também caem entre ro-chas enormes num desnível de 23 me-tros por 105 de largura. Dizem-me que na época das chuvas, quando engros-sam os caudais, ouve-se o bramido des-ta catarata a quilómetros de distância. No jardim adjacente a Dapubu encon-tro uma grande estátua de Xu Xiake徐霞客(1587-1641), o infatigável viajan-te da dinastia Ming que durante trinta anos percorreu a pé e a cavalo quase

toda a China e nos deixou o seu Diá-rio da extraordinária jornada, hoje ca-talogado como youji wenxue遊記文學” ou seja prosa narrativa a testemunhar as suas experiências de viagem. Eu, no casulo da minha humildade, também tenho algo a ver com isto. Xu Xiake passou por aqui e é sempre com prazer que, algures no império, encontro mais uma vez referências a este homem, bem mais capaz e brilhante do que eu, que tinha o fantástico ofício de viajante.

Depois, foi tempo de visita às grutas de Longgong龙宫, ou seja do “dragão no vazio”. Outro parque verde encai-xado na paisagem, com as águas de um rio pequeno a serem domadas por dois açudes, muita vegetação, muitas flores nas margens. Para a posteridade tiro uma fotografia rodeado de meninas da nacionalidade tujia. No lago forma-do pela última represa apanhamos uns barcos, tipo canoas onde cabem ape-nas oito pessoas, mais o barqueiro que manobra o leme e cuida de um motor de cinco cavalos. Avançamos pelo lago e depois os barcos entram por grutas naturais rasgadas na rocha, por uma se-quência de rios subterrâneos É curioso vogar sobre águas tão límpidas tendo por cima enormes abóbodas com vin-te ou trinta metros de altura, estalacti-tes, o calcário kárstico iluminado com néons verdes, azuis, vermelhos que desfiguram a originalidade das grutas e dão tonalidades kitsch a estes percurso em grutas que se estendem por quiló-metros, com a água sempre a entrar, ou a nascer por dentro da montanha de pedra. Entendo porque o lugar se cha-ma Longong, o “dragão no vazio”.

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16 DESPORTO hoje macau quinta-feira 13.11.2014

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O futebolista in-ternacional por-tuguês Cristiano Ronaldo precisa

apenas de apontar um golo à Arménia, na sexta-feira, no Algarve, para se isolar na lide-rança dos melhores marcadores da história dos Europeus.

Com o golo apontado à Dinamarca, aos 90+5 minu-tos, que valeu uma preciosa vitória por 1-0, no Grupo I de apuramento para o Euro2016, o “capitão” luso passou a contar os mesmos 22 tentos do turco Hakan Sukur e do dina-marquês Jon Dahl Tomasson, contabilizando qualificação e fase final.

Desta forma, Cristiano Ronaldo precisa apenas de mais um golo para se isolar na liderança de uma lista que tem no quarto posto, a apenas um golo, o irlandês Robbie Keane, que marcou três a Gilbraltar (7-0) e também está na corrida.

A par de Keane, segue o “gigante” checo Jan Koller, que, a exemplo de Sukur e Tomasson, já terminou a sua carreira de futebolista.

Autor de um total de 51 golos em 116 internacionaliza-ções “AA”, Cristiano Ronaldo marcou seis dos 22 tentos

Futebol Talisca nos onze internacionais de Jorge Jesus

O espanhol Nolito prepara-se para se tornar o quinto jogador que passou pelas mãos de

Jorge Jesus que apenas chegou a internacional depois de deixar o Benfica. Nolito vai juntar--se a Rodrigo, André Gomes, Mitrovic e Derlis González como estreantes nas selecções após deixarem a Luz. O balanço do técnico encarnado é, no entanto, positivo, pois Anderson Talisca prepara-se para ser o 11.º debaixo da sua alçada a estrear-se, neste caso particular pelo Brasil.

O avançado espanhol, que brilha no Celta de Vigo depois de ter sido vendido pelos encar-nados por 2,6 milhões de euros, foi chamado por Vicente del Bosque para os jogos com a Bielorrússia, de qualificação para o Europeu, e o particular com a Alemanha, pelo que tem boas hipóteses de se estrear pela principal selecção espanhola.

Além de Nolito, os actuais campeões eu-ropeus contam também com Rodrigo, transfe-rido no último verão para o Valência por 22,8 milhões de euros. Curiosamente, também o hispano-brasileiro só teve oportunidade de ser internacional após deixar o Benfica, mas na realidade as suas boas exibições de águia ao peito já lhe tinham valido várias observações pelos responsáveis da selecção espanhola.

Apesar destes cinco internacionais (Nolito está à beira de se estrear) sem assinatura de Jorge Jesus, o balanço do treinador do Benfica é amplamente positivo, pois desde 2009 foram 11 os futebolistas que chegaram às selecções representando o clube da Luz.

RONALDO QUASE “REI” A SOLO DOS EUROPEUS

Só falta mais um

O “capitão” luso conta com os mesmos 22 tentos do turco Hakan Sukur e do dinamarquês Jon Dahl Tomasson, contabilizando qualificação e fase final

“europeus” em fases finais: dois em Portugal (2004), um na Áustria e Suíça (2008) e três na Polónia e Ucrânia (2012).

PLATINI NA FRENTENas fases finais, o “7” luso apenas é batido pelo francês Michel Platini (nove) e o inglês Alan Shearer (sete), seguindo empatado com o compatriota Nuno Gomes, os holandeses Patrick Kluivert e Ruud van Nistelrooy e o gaulês Thierry Henry.

Exceptuando as fases fi-nais, Robbie Keane é o líder, pois todos os seus 21 golos em Europeus foram apontados em qualificação: cinco em 2000, dois em 2004, quatro em 2008, sete em 2012 e três em 2016.

Keane soma mais um tento em qualificação do que Sukur, dois em relação a Tomasson e três face a Koller e ao espanhol Raul Gonzalez. Cristiano Ro-naldo conta 16.

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hoje macau quinta-feira 13.11.2014 (F)UTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 23 HUM 70-85% • EURO 9 .9 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

ACONTECEU HOJE 13 DE NOVEMBRO

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

H O J E H Á F I L M E

João Corvofonte da inveja

Morre Infante D. Henrique, mentor da expansão ultramarina• Neste dia, recorda-se o Infante D. Henrique de Avis, a mais importante figura do início da era dos Descobrimen-tos. O Infante de Sagres, ou ‘O Navegador’, morreu a 13 de Novembro de 1460.Filho de D. João I, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre, o Infante D. Henrique teve uma infân-cia discreta, até que em 1414 convenceu o pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, no estreito de Gibraltar, junto à costa norte africana. A cidade viria a ser conquistada no ano seguinte, o que permitiu ao reino de Portugal controlar todas as rotas marítimas de comércio, entre o Atlântico e o Levante.O Governo de Ceuta entrega ao infante a missão de organizar o reino, coordenando aquela praça-forte de Marrocos. E em 1418, o Infante D. Henrique regressou a Ceuta, na companhia de D. João, irmão mais novo. Juntos, comandavam uma expedição de ajuda à cidade, que enfrentava, nesse ano, o primeiro grande cerco.A sua armada actuava junto ao estreito de Gibraltar, a partir de Ceuta, sendo que muitos dos homens do infante se habituaram à vida no mar. Foram esses homens que, mais tarde, empreenderam as viagens dos Descobrimentos.Em 1420, D. Henrique foi nomeado dirigente da Ordem de Cristo, exercendo esse cargo até morrer. O seu trabalho foi preponderante na defesa da exploração do Oceano Atlân-tico. Sete anos mais tarde, os seus homens descobriram as primeiras ilhas dos Açores, que mais tarde viriam a ser povoadas por portugueses.O Cabo Bojador era então o ponto mais meridional na costa de África que os europeus conheciam. Mas Gil Eanes, que comandou uma expedição, foi o primeiro a ultrapassá-lo, em 1434, acabando com os receios que os navegadores alimentavam, em virtude do desconhecimento.Ao avanço nos mares juntou-se uma evolução no tipo de embarcações utilizadas. As caravelas foram empurradas pelos ventos para grandes conquistas, para lá do Cabo Branco, da Baía de Arguim, do rio Senegal e de Cabo Verde. D. Henrique conseguiu, assim, atingir o maior dos seus objectivos: chegar às riquezas na África Meridional.

“BURN AFTER READING”(ETHAN E JOEL COEN, 2008)

Protagonizado pelos gigantes da sétima arte Tilda Swinton, George Clooney, Brad Pitt e John Malkovich, “Burn After Reading” é uma das comédias contemporâneas mais trágicas. Incomum, sem dúvida, mas divertido e curioso de assistir. Toda a trama gira em volta de um DVD roubado, que alegadamente contém um segredo de Estado. Através de uma série de percalços e incidentes, sucedem-se mortes, desaparecimentos e outros desastres que tal. Este é um dos filmes mais adequados para um daqueles dias de chuva, fartos em trabalho e escassos em descanso. - Leonor Sá Machado

• HojeINÍCIO DO GRANDE PRÉMIO DE MACAU (ATÉ DOMINGO)

CONCERTO “ACAPELLA DE FUNKSCHON”Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

“VILLAGE MUSIC NIGHT” (MÚSICA AO VIVO)Portal Bar, 18h30Entrada livre

• SábadoPEÇA DE TEATRO “ESPERPENTO”, DA COMPANHIA DE TEATRO DA AREIA PRETA (FRINGE)Rua dos Mercadores, parque dos grafites, 18h15Entrada livre

CHROMATICS PELA ARTFUSION (FRINGE)Largo do Senado, 16h30Entrada livre

DANÇA VOYEUR PELA TAMI DANCE COMPANY (FRINGE)Largo do Senado, 13h00, 13h20, 14h00, 14h20, 15h00 e 15h20Entrada livre

DANÇA PARA O PANTANAL PELA COMPANHIA DE DANÇA DE TAIWAN (FRINGE)Casas-Museu da Taipa, 16h00Entrada livre

CONCERTO DE MIRAGE (FRINGE)Edifício do antigo tribunal, 20h00Entrada livre

• DomingoDESFILE DE ARTE (FRINGE) Ruínas de São Paulo, 16h00 – 18h00Entrada livre

ESPECTÁCULO DE FOGO-DE-ARTIFÍCIO (GRANDE PRÉMIO)Baía em frente à Torre de Macau, 20h00Entrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “ESCREVER MACAU EM PORTUGUÊS”, DE ANTÓNIO MIL-HOMENS (ATÉ 23/11)Edifício do antigo tribunal Entrada livre

EXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS (ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

FEIRA DE ARTESANATO DA CHINA E DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESAFeira do Carmo, Taipa, 16h00 às 21h00Entrada livreHá um cadáver que o povo arrasta: qualquer tipo de crença.

C I N E M ACineteatro

SALA 1INTERSTELLAR [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain14.30, 18.00, 21.00

SALA 2DON’T GO BREAKINGMY HEART 2 [C](FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Johnnie ToCom: Louis Koo, Miriam Yeung, Gao Yuanyuan, Vic Chou14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3BEFORE I GO TO SLEEP [C]Um filme de: Rowan JoffeCom: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong14.15, 16.00, 19.30, 21.30

GANGSTER PAY DAY [C](FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Lee Po CheungCom: Anthony Wong, Charlene Choi, Wong Yau Nam19.30

BEFORE I GO TO SLEEP

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18 OPINIÃO hoje macau quinta-feira 13.11.2014

“M ESMO a maior das caminhadas começa sempre com um pri-meiro passo” – esta é uma frase cuja autoria se atribui ao Buda, e que para mim faz todo o sentido. Assim como um pequeno passo pode ser o início

de um longo percurso em direcção a um destino incerto, é possível que este simples artigo possa ajudar a entender melhor algu-mas diferenças entre a mentalidade ocidental e oriental, e que se evidenciam no dia-a-dia de uma pequena cidade como é Macau. O caso que pretendo expor hoje é um dos mais intrigantes, dos mais difíceis de entender, pois não existe uma tradução exacta quando transportado para a nossa cultura. Mais uma vez recordo que este é um artigo de opinião e as minhas conclusões são, como o nome indica, minhas, obtidas através de observa-ção e resultantes de experiências pessoais.

Muitos leitores devem recordar-se cer-tamente de um incidente que ocorreu com um distinto elemento da nossa comunidade por ocasião da abertura do último Festival da Lusofonia. Uma conhecida causídica e presidente de uma associação de matriz portuguesa “perdeu as estribeiras” devido a uma alteração de última hora na progra-mação do festival, e foi possível observar a sua indignação através das imagens na televisão – uma “reacção a quente”, como alguém fez questão de referir, mesmo que aqui o “calor” tenha demorado alguns dias a passar. O que mais me chamou a atenção foram as declarações publicadas na imprensa no dia seguinte, onde a personalidade em causa dava conta de “uma série de obstácu-los”, e não fosse a boa vontade demonstrada pelas altas individualidades da RAEM, “dava a impressão que alguém não queria que o festival se realize”.

Vou confessar uma pequena maldade: quando li estas declarações daquela nossa compatriota, pessoa por quem tenho aliás uma enorme estima, não pude deixar de sorrir. Foi mais do que um sorriso, mas não chegou a ser uma risada, e garanto que não foi por desdém ou por ter achado cómico ver a senhora naquela aflição; nada disso. A minha reacção explica-se pela forma in-tempestiva como alguém com mais de três décadas de convívio com esta civilização encarou algo que acontece com bastante frequência. É simples: tratando-se de uma profissional liberal, que raras vezes ou nunca se encontra numa posição de subordinada, foi apanhada de surpresa em pé de igualdade com outra(s) entidade(s), com quem necessi-tou de fazer uma articulação de funções. Ao não conseguir fazer a leitura adequada das circunstâncias, caiu na cilada, e sem saber deu uma explicação que lhe era pedida. É confuso, este raciocínio? Nunca poderia ser fácil de entender, pois também não é fácil de explicar.

Conta, peso e medidabairro do or ienteLEOCARDO

Para os chineses tudo tem conta, peso e medida, e nada acontece por acaso. O abstracto não tem valor, e apenas “porque sim” não é resposta. Qualquer coisa que se faça tem um objectivo, ou serve de meio para atingir um fim

Acredito que a intenção nunca foi a de colocar entraves à realização do Festival da Lusofonia, como foi deixado bem claro por uma personalidade do Governo presente na altura do incidente. O que se passou aqui foi uma espécie de teste; quanto é que a organizadora quer que o festival se realize, até onde pode ir para que se concretizem os seus intentos, quais são os seus limites, e a que temperatura atinge o ponto de ebu-lição. Aqui devo dizer que fiquei um pouco desiludido, pois esperava mais “dureza de rins” da parte da nossa representante. Mas se isso acontece com alguém numa situação esporádica onde não está no con-

trolo total das operações, imaginem como será com quem se encontra subordinado a outrem, exposto frequentemente a esta “especificidade”. O mais curioso é que isto acontece quase que subliminarmente, e é provável que nem tenha sido a intenção de ninguém irritar aquela responsável pela organização da festa, mas “já que aconteceu”, ficou identificado o seu nervo mais sensível, catalogado, e arquivado para referência futura.

Para os chineses tudo tem conta, peso e medida, e nada acontece por acaso. O abstracto não tem valor, e apenas “por-que sim” não é resposta. Qualquer coisa que se faça tem um objectivo, ou serve de meio para atingir um fim. O próprio conceito de “diversão” ou de “lazer” é diferente do nosso, e até um simples jogo de “mahjong” entre familiares – mesmo com crianças – não dispensa pelo menos uns trocados em cima da mesa para apostar em cada jogada, “para dar sentido”, pois caso contrário, “qual é o interesse”? É possível que já vos tenha acontecido um colega chinês se tenha aproximar de vocês durante um período, desenvolvendo uma aparente relação de amizade, para depois se afastar inexplicavelmente, deixando-vos um pouco baralhados, com um sentimento de culpa, e a interrogam-se sobre o que

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teriam feito de errado. Não fizeram nada, pois é provável que o ou a camarada esti-vesse apenas a “estudar-vos”, apenas isso. Não estou aqui a generalizar, e claro que existem casos em que a intenção pode ser boa, e a amizade, ou pelo menos alguma empatia, genuína. Estou apenas a dizer que “pode acontecer”.

A forma como os chineses encaram as re-lações pessoais diverge da nossa: enquanto temos a tendência para fazer uma aborda-gem mais abrupta, directa e descontraída, deixando saber tudo e mais alguma coisa sobre nós, a nossa personalidade, gostos, dando a ler o nosso perfil, revelando qua-lidades e fraquezas, os locais preferem um certo distanciamento, mostrando reserva, alguma frieza ou até indiferença – uma táctica de “esconder o jogo”, que por vezes pode ser interpretada como um sinal de rejeição. Penso que neste particular não estou a anunciar nenhuma novidade, pois muitos de nós já chegou a esta conclusão. Talvez por isso se torna mais difícil entender porque teimamos em cair na mesma arma-dilha que a presidente da nossa agremiação por ocasião do Festival da Lusofonia. Vou terminar da mesma forma que comecei, com uma citação do Buda: “A vida não é uma pergunta para ser respondida, mas a um mistério para ser vivido”.

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hoje macau quinta-feira 13.11.2014

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIO 19DE BORDO

“São principalmente a preocupação quanto aos estudos e ao futuro. Alguns deles têm pais, especialmente as mães, que são [mais ligados] aos filhos, são os seus filhos queridos e tratam de tudo na sua adolescência. Alguns pacientes contam--me que, como não podem decidir nada na sua vida, o único sítio onde [se sentem bem] é na casa da banho”BOBO LO• Directora de um programade reabilitação psicológica

“A poluição luminosa tem vindo a aumentar nos últimos anos com o crescimento do número de casinos e infra-estruturas recreativas na cidade, especialmente para os residentes que vivem juntos dos principais sistemas luminosos em distritos de casinos. Não há legislação que regulamentea poluição luminosa”• Estudo sobre o ambiente feitopor académicos de Hong Kong

“Eventualmente, as pessoas não sabem, mas a certificação, tanto dos hospitais como dos centros de saúde são pagas. A empresa que a faz é uma empresa que vende serviços, por isso tudo se compra neste mundo”RUI FURTADO• Presidente da Associaçãodos Médicos de Língua Portuguesa

DE NADA adianta ao Gover-no encomendar estudos sobre os mais diversos aspectos e problemas que afectam a nossa sociedade, se não existir uma real vontade de implementar soluções. A nossa elite dos negócios parece muito pouco preocupada com qualquer coisa que não seja encher os seus já repletos bolsos e, por enquanto, o Executivo parece curvar-se aos seus desígnios. Por isso, vivemos situações relativamente caricatas em que se permitem acções que, claramente, vão contra o inte-resse geral da população, em nome de um segundo sistema que é entendido como merca-do selvagem. Contudo, não o é porque, objectivamente, está desenhado para servir o interesse de alguns. Os problemas da habitação, tráfego e poluição estão obvia-mente incluídos neste pacote. Sendo Macau uma pequena cidade, habitada unicamente por meio milhão de habitantes (um bairro de Cantão), será um lugar comum dizer que as soluções são extremamente fáceis de encontrar. Só não o são porque algumas dessas soluções parecem, à primeira vista, ir contra os interesses instalados. E os visados não têm imaginação suficiente para compreender que even-tuais mudanças poderiam também ser lucrativas.Por que razão foi tão fácil implementar as medidas anti-tabagismo (incluindo os casinos, o que é um erro es-tratégico) e não se consegue, por exemplo, legislar de modo a permitir motos eléctricas na cidade? Porque as primeiras não afectam bolsos locais. E mais nada. Tudo aquilo que os nossos oligarcas crêem prejudicial ao seu bolso, é escovado para as calendas e a nossa qualidade de vida vai paulatinamente piorando.Espera-se que o novo Go-verno saiba contornar esses interesses de alguns a favor dos interesses da esmagadora maioria da população. É uma questão de coragem política e de colocar valores comuns acima dos ganhos financeiros individuais de meia-dúzia de famílias. Serão os novos Secretários capazes de tanta ousadia?

OusadiaEPA/

ATEF

SAF

ADI

PALESTINIANOS INSPECCIONAM os danos de uma mesquita na vila de West Bank de Al Mughayir,depois de ter sido incendiada a 12 de Novembro. Uma recente onda de violência tanto do lado de Israel,como da Palestina tem espalhado o medo na região.

“O Chefe do Executivo só consegue falarmas não faz, só tenho confiança nele se conseguirresolver os problemas da habitação e do trânsito”

Don Lou, residente, a propósito do balanço governativo feito por Chui Sai On | P. 5

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cartoonpor Stephff

hoje macau quinta-feira 13.11.2014

Japão Homem imola-se contra expansão militar Um homem imolou-se pelo fogo em Tóquio num aparente protesto contra a medida controversa de o Japão expandir o papel das suas Forças Armadas, informou ontem a imprensa local.O corpo não identificado foi encontrado na noite de terça-feira no parque de Hibiya, perto do palácio imperial no centro do distrito administrativo de Tóquio, de acordo com a agência de notícias Jiji e o diário Asahi. O homem ter-se-á imolado pelo fogo num parque, onde deixou cartas de protesto contra a política de defesa nipónica, de acordo com a imprensa. Em Julho, o gabinete do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou a flexibilização das restrições militares, numa mudança altamente controversa na postura pacifista do país assumida após a II Guerra Mundial. De acordo com a nova interpretação, as tropas japonesas poderão auxiliar os seus aliados – principalmente os Estados Unidos – em caso de ataque de um inimigo comum, mesmo que o Japão não seja alvo do ataque.

C ERCA de 60 empresas de Portugal, 48 das quais produtoras de vinhos, participam em duas feiras

agro-alimentares internacionais inauguradas ontem em Xangai, numa das maiores representações da indústria portuguesa do sector na “capital económica” da China.

Trata-se da edição anual da Pro Wine China e da FHC (Food and Hospitality China), cuja inaugura-ção conta com a presença da ministra portuguesa da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas

Os dois certames, que decorrem durante três dias, com centenas de expositores de dezenas de países,

M ANIFESTANTES fu-riosos pediram ontem a demissão do chefe

do executivo de um estado no centro da Índia depois da morte de 13 mulheres na sequência de um programa de esterilização em massa realizado no sábado.

Além das mortes, 14 mu-lheres continuam em estado grave no Estado de Chhattis-garh, registando complicações devido à cirurgia, pela qual receberam uma indemnização do Estado de 1.400 rupias (cerca de 20 euros).

Na capital de Chhattisgarh, Raipur, dezenas de manifes-tantes, na maioria da oposição, exigiram a demissão do chefe do governo do Estado, Raman Singh, e danificaram viaturas, segundo imagens televisivas.

“Análises preliminares sugerem que um choque sép-tico pode estar na origem das mortes”, disse à agência Fran-ce Presse um responsável do executivo local, Amar Thakur.

“Parece que o material clínico utilizado poderia estar infectado. Aguardamos o rela-tório” do inquérito, adiantou,

ÍNDIA PROTESTOS APÓS MORTEDE 13 MULHERES ESTERILIZADAS

A fúria do povonum contacto telefónico a partir do distrito de Bilaspur, onde decorreu a operação.

TRISTES HÁBITOSAs mulheres foram submeti-das a uma esterilização lapa-roscópica, um processo pouco invasivo. A intervenção visa bloquear as trompas de Faló-pio e é realizada geralmente sob anestesia geral.

A esterilização é um dos métodos mais difundidos de planeamento familiar na Índia, onde muitos estados orga-nizam operações em massa geralmente tendo como alvo as mulheres de áreas rurais.

Segundo media locais, as 83 mulheres que participaram no programa em causa foram todas operadas no sábado em cerca de cinco horas por um cirurgião e o seu assistente.

O primeiro-ministro india-no, Narendra Modi, determinou a abertura de um inquérito e quatro responsáveis do sector da saúde de Chhattisgarh foram suspensos. A polícia apresentou uma queixa contra o cirurgião que realizou as operações.

A promoção do vinho e outros produtos agro-alimentares portugueses acontece na “capital económica” da China com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas

XANGAI VINHOS PORTUGUESES COM FORTE APOSTA

Que Baco nos ajude

1,28mil milhões de dólares, valor

das exportações portuguesas

para a China, até Setembro

coincidem com um bom momento das exportações portuguesas para a China.

Pelas contas chinesas, nos primeiros nove meses de 2014, as exportações portuguesas cresceram 27% em relação a igual período do ano passado, somando 1,28 mil milhões de dólares.

Mas o saldo da balança co-mercial bilateral, no valor de 1,05 mil milhões de euros, mantém-se largamente favorável à China, indiciam os números da Admi-nistração-Geral das Alfandegas Chinesas.

Assunção Cristas iniciou no domingo em Macau uma visita de uma semana à China, cujo pro-grama inclui ainda deslocações a Hangzhou e Pequim.

VISITAS EM CATADUPAA ministra da Agricultura é o primei-ro dos oito governantes portugueses esperados até ao final de Novembro na China, numa invulgar coincidên-cia de agendas.

Estes contactos “traduzem um saudável acompanhamento por par-te do governo da actual dinâmica das relações económicas luso-chinesas e das perspectivas abertas com a visita do presidente da Republica (em Maio passado)”, comentou à agência Lusa o embaixador portu-guês na China, Jorge Torres-Pereira.

“A nossa relação com a China é tão importante e economicamente relevante que há necessidade de manter este ritmo de contactos”, acrescentou.