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Como anda a saúde do NEUROCIRURGIÃO? Pesquisa realizada pela SBN mostra que o profssional não tem o mesmo cuidado com a sua saúde como tem com a de seus pacientes. Marco Túlio França analisa o questionário e dá dicas para uma vida com mais qualidade hoje setembro/2012 | vol. 22 | www.sbn.com.br BIBLIOTECA Neurocirurgião possui mais de 2 mil livros em casa GESTÃO | Candidatos à presidência expõem suas ideias BALANÇO | Eberval Gadelha Figueiredo faz levantamento dos últimos 2 anos da SBN DEPARTAMENTO | Paulo Kadri apresenta a Base de Crânio

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Como anda a saúde do neurocirurgião?Pesquisa realizada pela SBN mostra que o profssional não tem o mesmo cuidado com a sua saúde como tem com a de seus pacientes. Marco Túlio França analisa o questionário e dá

dicas para uma vida com mais qualidade

hojesetembro/2012 | vol. 22 | www.sbn.com.br

BIBLIOTECANeurocirurgião

possui mais de 2 mil livros em casa

GESTÃO | Candidatos à presidência expõem suas ideias

BALANÇO | Eberval Gadelha Figueiredo faz levantamento dos últimos 2 anos da SBN

DEPARTAMENTO | Paulo Kadri apresenta a Base de Crânio

PRINCIPALEm entrevista especial, Marco Tulio França analisa a saúde do neurocirurgião

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SEÇÕES

EDITORIAL | 5

ARTIGO | 7

AGENDA DA DIRETORIA | 8

CuRTAS | 10

SBN GENTE | 11

CALENDáRIO SBN | 13

VOCê fAz A SBN HOjE | 23

NOTA DE fALECIMENTO | 30

SBN

GESTÃOCandidatos à presidência SBN e à sede do congresso apresentam suas ideias

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ENTREVISTAMarco Aurélio Marzullo fala sobre os preparativos do CBN

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PARCERIAMicromar e SBN juntas em prol do desenvolvimento do neurocirurgião

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VIAGEMConheças Roma e Rimini, cidades italianas que encantam os turistas

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setembro/2012 | vol. 22 | www.sbn.com.br

hoje

ALÉM DA NEuROCIRuRGIANeurocirurgião no mundo da Literatura | 24

DEPARTAMENTOConheça a área de Base de Crânio da SBN | 26

HOMENAGEMProfissionais falam sobre Roberto Godoy | 28

PATRIMÔNIOPaulo Henrique Pires de Aguiar: diretor fala sobre os avanços na gestão 2010-2012 | 31

ENTREVISTAEberval Gadelha faz balanço da gestão | 32

EDuCAÇÃO MÉDICAProfissão perigo: porteiro do inferno | 34

ALMANAQuE CuLTuRALSeção apresenta dicas culturais | 38

03/2012

Presidente: José Marcus Rotta Vice-presidente: Benedicto Oscar Colli Secretário geral: Marco Túlio França Tesoureira: Marise Augusto Fernandes Audi 1º Secretário: Eberval Gadelha Figueiredo Secretário auxiliar: Modesto Cerioni Junior Presidente anterior: Luiz Carlos de Alencastro Presidente da SBN 2012:Sebastião Nataniel Silva Gusmão Presidente do Congresso 2012:Marco Aurélio Marzullo de Almeida Presidente do Congresso 2014:Luis Alencar Biurrum Borba Diretor de Formação Neurocirúrgica:Benedicto Oscar ColliDiretor de Relações Institucionais:Cid Célio Jayme CarvalhaesDiretor de Políticas:Clemente Augusto de Brito Pereira Diretor de Divulgação e Projetos:Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini Diretor de Recursos Financeiros: Jânio Nogueira Diretor de Departamentos:José Fernando Guedes Correa Diretor de Patrimônio:Paulo Henrique Pires de Aguiar Diretor de Representantes Regionais:Paulo Ronaldo Jubé RibeiroDiretor de Diretrizes:Ricardo Vieira Botelho

Conselho Deliberativo Presidente: José Antonio Damian Guasti Secretário: Luis Alencar Biurrum BorbaMembros: Albert Vincent B. Brasil, Atos Alves de Sousa, Cid Célio Jayme Carvalhaes, Carlos Roberto Telles Ribeiro, Djacir Gurgel de Figueiredo, Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Alberto Landeiro, José Carlos Saleme, Kunio Suzuki, Léo Fernando da Silva Ditzel, Luis Alencar Biurrum Borba, Mário Gilberto Siqueira, Nelson Pires Ferreira, Paulo Andrade de Mello e Sebastião Nataniel Silva Gusmão

ComissõesAperfeiçoamento: Carlos Gilberto Carlotti Jr, Antonio Cesar de Melo Mussi, Helder Tedeschi, João Cândido Araújo, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Kunio Suzuki, Luis Alencar Biurrum Borba e Samuel Tau ZymbergCredenciamento: Roberto Colichio Gabarra, Aziz Rassi Neto, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Marcelo Paglioli Ferreira, Orival Alves, Sandoval Inácio CarneiroAcreditação de Eventos: Antonio Carlos Montanaro, Alessandra de Moura Lima, Nelci Zanon Collange, Daniel Freire de Figueirêdo, Osvaldo Vilela Filho, Juan Oscar Alarcon Adorno

Ensino: Paulo Andrade de Mello, Arlindo Alfredo Silveira D Avila, Carlos Henrique Ribeiro, Maria Carolina Martins de Lima, Jean Gonçalves de Oliveira, Wen Hung TzuÉtica: Francisco Flávio Leitão de Carvalho, Kurt Cléssio Morais Figueiredo de Mendonça, Luiz Alcides ManrezaExercício Profissional: Júlio César Meyer, Edson Lopes Jr, Alexandre Varella Giannetti, Pedro Garcia Lopes, Bruno Silva Costa, Marcelo Luis MudoGerenciamento do Fundo Financeiro: Carlos Batista Alves de Souza, Modesto Cerioni Junior, Nelson Pires Ferreira Comissão Fiscal: Modesto Cerioni Junior, Jânio Nogueira, José Carlos Saleme, Roberto Colichio Gabarra

DepartamentosBase de Crânio: Paulo Abdo do Seixo Kadri, Carlos Eduardo da Silva, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira e José Alberto Landeiro Coluna: Ronald de Lucena Farias, Aluízio Augusto Arantes Junior, Albert Vincent B. Brasil, Alexandre José Reis Elias, Antônio Vinícius Ramalho Leite, Asdrubal Falavigna, Carlos Henrique Ribeiro, Cleanto Moreira de Lacerda, Edson Lopes Jr, Eidmar Augusto Neri, Ericson Sfreddo, Fernando Luiz Rolemberg Dantas, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Gladstone Santos da Costa, Jefferson Walter Daniel, João Domingos Barbosa Carneiro Leão, Marcelo Luis Mudo, Márcio Vinhal de Carvalho, Marcos Masini, Mario Augusto Taricco, Osmar José Santos de Moraes, Paulo Roberto Romano Ribeiro, Paulo Sergio Teixeira de Carvalho, Ricardo Vieira Botelho e Wilson Eloy Pimenta Jr.Endovascular e Imagem: Benjamim Pessoa Vale, Valdir Delmiro Neves, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Gibrail Dib Antunes Filho, Jean Gonçalves de Oliveira, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Wilson Guimarães NovaisFuncional e Dor: Alexandre Novicki Francisco, José Roberto Pereira Guimarães e Marcelo Neves LinharesJovem Neurocirurgião: Lórimer Sandoval Carneiro, Bruno Lôbo Mota de Siqueira , Giordano Queirós Miranda, André Bedin, Christian Diniz Ferreira, Tiago da Silva FreitasNervos Periféricos: Roberto Sergio Martins, Fernando Henrique Morais de Souza, Herbert Almeida Oliveira e Souza, Joel Monteiro de Jesus, Jorge Roberto Cilento, José Álvaro Bastos Pinheiro, José Fernando Guedes Correa, José Milton Peixoto, Leandro Pretto Flores, Luiz Antonio Araujo Dias, Manoel Baldoino Leal Filho, Marconi Alves Rosa, Marcos Alcino Soares Siqueira Marques, Marcos Flavio Ghizoni, Mário Gilberto Siqueira, Paulo Cézar Grigolli, Pedro Luís Gobbato, Ricardo de Amoreira Gepp e Ricardo Torres SantanaNeurointensivismo: Jorge Luiz da Rocha Paranhos, Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Carlos Umberto PereiraOncologia: Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Eduardo da Silva, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira, José Alberto Landeiro, Paulo Abdo do Seixo KadriPediatria: José Aloysio da Costa Val Filho, Hamilton Matsushita, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, José

Francisco Manganelli Salomão, Ricardo Santos de OliveiraTrauma e Terapia Intensiva: José Luciano Gonçalves de Araújo, Audrey Beatriz Santos Araujo, Rodrigo Moreira FaleiroVascular: Jean Gonçalves de Oliveira, Benjamim Pessoa Vale, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Guilherme Augusto Rodrigues do Prado, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Nilson Ferreira Novais, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri e Valdir Delmiro NevesRadiocirurgia: Leonardo Frighetto, Carlos Alberto Mattozo, Evandro César de Souza, Gilberto de Almeida Fonseca Filho, José Paulo Montemor, Luiz Fernando Martins, Marcos Antônio Dellaretti Filho, Marcelo Neves Linhares, Sérgio Adrian Fernandes Dantas, Yuri Mascarenhas de Andrade Souza

Intercâmbio Internacional Alemanha: Dierk Fritz Bodo Kirchhoff e Juan Oscar Alarcon Adorno | Árabe - Líbano: Aziz Rassi Neto | Canadá: Leonardo Vieira Neto e Osvaldo Vilela Filho | EUA: Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Carlos Lynch Araújo e Wen Hung Tzu | França: Atos Alves de Sousa | Japão: Koshiro Nishikuni | Portugal: José Alberto Landeiro

Representantes Estaduais: Alagoas: Abynadá de Siqueira Lyro | Bahia: José Marcos Ponde Fraga Lima | Ceará: Otaviano B. Alencar Araripe | Distrito Federal: Ana Luiza de Oliveira Machado | Espírito Santo: Robson Ribeiro Modenesi | Goiás: Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro | Maranhão: Arthur Lopes Gonçalves Almeida | Mato Grosso: Roger Thomaz Rotta Medeiros | Mato Grosso do Sul: Luiz Antônio Monteiro Simões | Minas Gerais: Carlos Batista Alves de Souza Filho | Paraíba: Luciano Ferreira de Holanda | Pernambuco: Geraldo de Sá Carneiro Filho | Piauí: José Nazareno Pearce Oliveira Brito | Paraná: Pedro Garcia Lopes | Rio de Janeiro: Francisco Ricardo Borges Ribeiro | Rio Grande do Norte: José Luciano Gonçalves de Araújo | Rio Grande do Sul: Marcelo Paglioli Ferreira | São Paulo: Juan Oscar Alarcon Adorno

Representantes Internacionais: Luiz Carlos de Alencastro (Flanc e World Federation – WFNS) e José Marcus Rotta (Flanc e World Federation – WFNS)

Telefone: (11) 3051-6075 [email protected] / www.sbn.com.br

Diretor geral Renato GregórioDiretor comercial Marconde MirandaEditor Bruno Aires (MTB 26.204/RJ)Coordenação editorial Marcello ManesRepórter Gabriela LopesDesigners gráficos Danielle V. Cardoso e Monica MendesFotógrafa Drika Barbosa

RJ Estrada do Bananal 56 - JacarepaguáRio de Janeiro - (21) 2425 8878SP Av. Santa Catarina 1521 sala 308Vila Mascote - São Paulo - (11) 2539 8878www.editoradoc.com.br

Sim, nós podemos

Estamos chegando ao fim do meu mandato. Eu e meus colegas de diretoria esta-mos com aquela sensação de missão cumprida, já que ao longo dos últimos dois anos fizemos tremendos esforços para melhorar a situação do neurocirurgião brasileiro e da Neurocirurgia como um todo. Evoluímos em vários pontos, melhoramos em outros tantos. Muita coisa precisava ser revista e outras tantas criadas. Está tudo resolvido? Claro que não, mas a evolução foi sensível. Poderíamos ter feito melhor? Claro que sim, sempre podemos. O importante é que fizemos o nosso máximo, nos doamos e chegamos até onde fomos capazes. Há ainda muito o que fazer, mas o caminho está traçado e a evolução é inequívoca.

Desde o princípio, nossos objetivos foram ambiciosos. E a despeito dos imensos desafios, sempre acreditamos que seria possível superá-los. Desde o princípio nosso

pensamento foi “sim, nós podemos”. Sem medo de pegar emprestado o slogan de Barack Obama, estávamos con-fiantes de que poderíamos atingir as metas propostas e, se possível, superá-las. Em minha opinião, este é o primeiro passo para buscar qualquer conquista. Acreditar. Acreditar mesmo se as circunstâncias a sua volta insistirem em negar possibilidades. Mesmo se houver muita gente jogando contra. Acreditar que é possível já é quase 50% do caminho. Não é garantia de nada, mas um grande e indispensável passo.

E foi com essa confiança e um sentido profundo de transparência e ética que promovemos, ao longo destes dois anos, uma série de melhorias e benefícios. Não foi fácil, pois nunca é. Mas foi gratificante. Ver a SBN mais forte, mais relevante, mais catalizadora de profissionais, mais parceira de seus associados, enfim, de acordo com os princípios que sempre regeram a nossa organização, dá um tremendo orgulho e uma profunda realização.

Sob minha administração, foram vários eventos de grande importância para nossa especialidade e acredito que, no frigir dos ovos, o resultado foi amplamente positivo. Acredito que não existe possibilidade de avanços técnicos sem uma constante troca de experiências, seja entre médicos brasileiros, seja entre médicos de todo o mundo. Não podemos, jamais, por mais experiência que tenhamos, acreditar que não precisamos aprender mais, ficar satisfeitos com nosso conjunto de conhecimento, mesmo que seja imenso. Há sempre lugar para mais. Há sempre para onde evoluir. A cada dia são desenvolvidas novas técnicas, são criados novos conceitos, são quebrados alguns paradigmas. Não podemos também ser egoístas e guardar o que sabemos apenas para nosso usufruto. É preciso compartilhar. É preciso ter uma visão ampla e abrangente de nossa missão na vida. Temos a obrigação inquestionável de colaborar com a evolução da Neurocirurgia como um todo e não apenas com o nosso desenvolvimento pessoal. A troca de ideias e experiências engrandece nossa profissão e, por tabela, a nós mesmos. É por isso que lutei toda a minha vida, é por isso que lutei nos dois anos à frente da SBN. E é por isso que continuarei lutando.

Procurei durante estes dois anos imprimir uma visão mais humana e fraterna ao nosso trabalho. Falei de amor à profissão e ao próximo como condição sine qua non para o exercício pleno de nossa atividade. Falei, também, da obrigatória sobreposição da legalidade diante da liberdade sem responsabilidade. Falei da necessidade de parcerias e de diálogo, mesmo com aqueles que nos prejudicam, intencionalmente ou não. Falei da importância do apoio aos profissionais mais jovens, do aprimoramento de nossa atividade do ponto de vista técnico e humano, pois acredito que estes dois componentes não podem andar separados, sob o risco de estarmos criando profissionais frios e inca-pazes de exercer a profissão com plenitude e eficiência. Tentei trazer de volta membros da Sociedade que haviam nos abandonado, não com ameaças, mas com compromissos, com propostas sérias e realizáveis. Devo dizer que muitos foram aqueles que nos deram voto de confiança e retornaram ao nosso convívio, a quem eu gostaria de agradecer e parabenizar. Ampliamos também o escopo de nosso projeto Pense Bem, que tem demonstrado imensos resultados na prevenção de acidentes, graças também ao apoio crescente do governo federal. Enfim, tentei imprimir em minha administração a minha visão de mundo, que não é melhor nem pior que a de ninguém, mas tem a seu favor o fato de ser positiva, agregadora, progressista e transparente. Espero, sinceramente, ter conseguido deixar uma semente que, devidamente cuidada e regada, trará doces frutos à SBN e seus associados.

Desde o princípio, uma de minhas principais plataformas foi a necessidade de união de nossos profissionais com o objetivo de fortalecer a categoria. Sempre acreditei na frase que apesar de batida ainda traz em seu conteúdo uma ver-dade inabalável: a união faz a força. Unimo-nos mais nestes dois anos e ficamos mais fortes. Com isso, conquistamos

EDITORIAL

| 5 | SBN Hoje

EDITORIAL

A SBN Hoje é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), distribuída gratuitamente aos membros da Sociedade. Os artigos publicados não representam necessariamente a opinião da diretoria da entidade ou da Editora DOC. É autorizada a reprodução, desde que citada a fonte: www.sbn.com.br

mais espaço, mais benefícios, mais respeito. Ainda podemos melhorar, mas os resultados mostram que estávamos certos. É preciso seguir nesta toada sabendo que todos os dias teremos que trabalhar duro para mantermos nossa Sociedade forte e representativa, dando-nos orgulho de sermos neurocirurgiões e sentindo-nos protegidos por uma entidade que conhece nossos anseios, entende nossas necessidades, que tenta aplacar nossas angústias e confere dig-nidade, reconhecimento e apoio irrestrito no exercício de nossa nobre atividade.

Nosso próximo presidente, Sebastião Gusmão, tem um desafio tremendo pela frente. Por isso conclamo a todos os colegas que continuemos dando o nosso apoio incondicional, que continuemos unidos em torno das causas que nos são caras, que participemos ativamente de todas as atividades da Sociedade, mantendo o leme firme desta nauna direção da excelência profissional e da fraternidade entre colegas.

Quando digo apoio incondicional não estou querendo dizer que precisamos concordar com tudo o que é feito. O que produz um grupo forte é a sua capacidade de ser democrático, de administrar as diferentes ideias de seus membros, de sempre buscar, sem preocupações individuais, o que for melhor para o grupo. Por isso as críticas foram e sempre serão bem-vindas. Não concordar não é o oposto de colaborar, não. A união que prego, e sempre preguei, inclui essas duas modalidades de comportamento: apoiar uma ideia que considere positiva e criticar aquela que considerar inadequada. E apenas através do debate saudável e democrático poderemos sem-pre chegar a consensos que objetivem, inequivocamente, o desejo da maioria. E a partir daí, sim, espero que as vozes dissonantes se disponham a lutar a favor do que foi decidido e, abrindo mão de paixões, apoie totalmente a posição da Sociedade. Isso é união, isso é força.

Foi graças a essa união de nossa Sociedade que me senti seguro de enfrentar as grandes dificuldades que me foram impostas. Pude agir com tranquilidade e firmeza nas questões mais delicadas que cercaram nossa atividade. Graças à união dos neurocirurgiões conseguimos avanços significativos em nossas complicadas relações com o governo e com as operadoras de planos de saúde. Mais uma vez, avanços foram feitos, mais ainda há muito que fazer. A união precisa ser cada vez maior e mais frequente. Repito quantas vezes forem necessárias: sem a união e a participação ativa de todos nós, dificilmente conseguiremos avançar, seja tecnicamente ou pessoalmente. Portanto, não podemos e não devemos colocar as nossas questões pessoais acima dos interesses do nosso grupo.

Termino dizendo que apesar do sentimento de missão cumprida, a vida continua. E com ela os desafios, as barrei-ras, os objetivos. Por isso garanto que continuarei participando ativamente da SBN, mantendo meu compromisso de aprimoramento e fortalecimento de nossa especialidade e, consequentemente, da felicidade de cada neurocirurgião brasileiro.

Tenho a profunda certeza de que podemos melhorar ainda mais. Podemos ser mais unidos, podemos ser mais respeitados, podemos ser mais bem remunerados, podemos ser mais efetivos nos procedimentos, podemos ser mais humanos, podemos ser mais felizes. Sim, nós podemos. Só depende de nós.

Obrigado a todos que colaboraram ativamente de nossa jornada à frente da SBN. Foi um imenso prazer e uma honra indescritível poder representar os colegas daquela que reputo ser uma das mais nobres profissões do mundo.

Boa sorte, Sebastião Gusmão. Tenha certeza de que darei todo meu apoio ao seu trabalho frente à SBN.Um grande abraço a todos

José Marcus Rotta

SBN Hoje | 6 |

é homenageado em evento internacionalBrasil

Durante o Congresso anual da ANS|CNS (Section on Disorders of the Spine and Peripheral Nerves), Brasil é recebido como “país convidado do encontro”

Entre 7 e 12 de março, foi rea-lizada em Orlando (Estados Unidos) uma sessão conjunta Brasil/Estados Unidos (AANS-

SBN) organizada por Asdrubal Falavig-na, Ricardo Botelho e o departamento de coluna (Ronald Lucena de Farias e Aluízio Arantes). O presidente da SBN, José Marcus Rotta, foi convida-do a apresentar o estado atual da cirur-gia de coluna no Brasil.

Os palestrantes brasileiros Osmar Moraes, Geraldo Sá Carneiro, Ricardo Ribeiro, Marcio Vinhal, Luiz Pimenta, Eduardo Barreto, Ronald Farias, Alui-zio Arantes, Marcelo Simões, Marcelo Mudo, Ericson Sfreddo, Marcos Masini e Fernando Dantas apresentaram os temas de interesse no tratamento das patologias mais comuns da coluna vertebral, em que as visões americana e brasileira puderam ser discutidas. Vale ressaltar a excelência das apresentações que propiciaram um altíssimo nível de discussão científica.

O Departamento de Coluna da AANS|CNS foi fundado em 1978 por Albert Rhoton, Chales Drake, Stewart Dunsker e Russel Travis. Seu objetivo é servir aos neurocirurgiões com subes-pecialização em coluna vertebral que atuam em prática acadêmica e privada, sendo, hoje, o maior departamento da-quela entidade que congrega mais de 1.400 neurocirurgiões, detendo uma influência decisiva nas ações internas de ambas as sociedades.

O departamento está estruturado em três pilares: educação, pesquisa e advo-cacia. O Joint Meeting da AANS|CNS, do qual a SBN participou, é o elemen-to mais importante do pilar educação. Este evento reúne lideranças nacionais e internacionais que propiciam apresen-tações consensuais e controversas que geram grande participação e entusiasmo nos debates. Foram abordados temas como: Junção Cranio-vertebral, Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna, Tu-mores, Artroplastias, Complicações e como evitá-las, Exposição e Reparo das Lesões de Nervos Periféricos. Temas importantes para o dia a dia da prática profissional, como Codificação e Organização de uma Clínica Especializada fizeram parte da programação.

Foi possível observar que os residen-tes dos serviços oficiais têm direito a participação gratuita em cursos de trei-namento e preparo para se submeterem às provas de título. O pilar pesquisa in-cluiu também vários incentivos, como as premiações oferecidas aos autores de melhores trabalhos, avaliados previa-mente e apresentados de forma oficial pelos residentes durante os eventos. Alguns prêmios, como Cahill, Cloward e Crockard, Sonntag foram destinados a residentes dos Estados Unidos e Ca-nadá. Existem outros prêmios específi-cos, como os dirigidos para Outcomes, o Mayfield, o NRFE e o Kline, que se-guem a mesma linha.

O pilar referido como advocacia desenvolveu uma estrutura muito inte-ressante através da criação do Comitê de Resposta Imediata, fundado no en-contro realizado em 2011. Diante das constantes mudanças no ambiente se-curitário (seguros para tratamentos), ao adotarem novas políticas que afetam de imediato o tratamento dos pacientes, o comitê passou a agilizar as respostas e propostas, utilizando pesquisas basea-das em evidências sobre temas variados. Sua finalidade é garantir a continuidade no tratamento dos pacientes. Este co-mitê também mantém uma supervisão ativa com relação aos pagamentos rea-lizados pelos seguros governamentais e privados, solicitando regularmente atu-alização nas tabelas de codificação e pa-gamento. Desta forma, procedimentos microendoscópicos, vertebroplastias, cifoplastias e fusão lombar, que foram muito criticados nos últimos anos, fo-ram mantidos dentro de uso regular.

Considerando a alta incidência de doenças da coluna vertebral e dos nervos periféricos, o Comitê, fundamentado no tripé educação, pesquisa e advocacia, pro-porciona uma boa base ideológica para o tratamento dessas doenças aos membros do AANS e CNS. A reunião deste ano, realizada em conjunto com o Departa-mento de Coluna da SBN, foi funda-mental para nossa integração e resultou em grande sucesso. Agradecemos a opor-tunidade aos organizadores e á SBN.

Fernando Dantas, Aluízio Arantes, Osmar Moraes, Geraldo Carneiro, Marcelo Mudo, Ricardo Botelho, Osvaldo Cruz Abibe, Marcelo Simões, Gilberto Fonseca e Marcos Masini

| 7 | SBN Hoje

Agenda da diretoria

reunião na aPMEm 16 de julho, o presidente da

SBN, José Marcus Rotta, participou da reunião com sociedades de espe-cialidades na sede da Associação Pau-lista de Medicina (APM) sobre Defi-nição das Estratégicas com Relação aos Planos de Saúde.

Parceria entre aMB, BMJ e MsD

José Marcus Rotta, presidente da SBN, participou da celebração da par-ceria entre a Associação Médica Brasi-leira (AMB), BMJ Learning e Merck Sharp & Dohm em 19 de julho. O evento ocorreu em São Paulo.

reunião da Câmara Técnica da aMB

Participaram da reunião da Câma-ra Técnica de Implantes da Associação Médica Brasileira (AMB) os ilustres José Marcus Rotta, presidente da SBN; Ricardo Vieira Botelho, diretor de Diretrizes da SBN; e Osmar Mora-es, realizada em 3 de agosto na sede da AMB. O tema da reunião foi A Cons-trução de Uma Plataforma de Registro de Próteses e Órteses.

reunião sBN e amilOcorreu em 8 de agosto, na Sede da

Amil, a reunião entre José Marcus Rot-ta, presidente da SBN, e Wellington Gomes Brasil, diretor da Amil.

Encontro entre sBN e sbot

Em 5 de julho, José Marcus Rotta e Modesto Cerioni Jr., presidente e secre-tário auxiliar da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), respectivamente, reuniram-se com Geraldo Rocha Mot-ta Filho, presidente da Sociedade Bra-sileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), para tratar de assuntos comuns às duas Sociedades.

SBN Hoje | 8 |

No dia 10 de agosto, a diretoria da SBN promoveu sua última reunião na sede da Sociedade, antes do XXIX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

reunião pré-congressoEm 10 de agosto foi realizada a última

reunião da diretoria da Sociedade antes do Congresso Brasileiro de Neurocirurgia (CBN), na sede da SBN, em São Paulo.

Plenária da Comissão Nacional de residência Médica em Natal (rN)

Em 25 de julho, Benedicto Oscar Colli, vice-presidente e coordenador de Formação Neurocirúrgica da SBN, re-presentou a Sociedade na Plenária da Comissão Nacional de Residência Médi-ca (CNRM) junto com Maria do Patro-cínio Tenório Nunes, secretária executiva da CNRM, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Encontro entre a sBN e o Ministério da saúdeEm 15 de agosto, o presidente da SBN, José Marcus Rotta, e os Drs. Mo-

desto Cerioni e Ronald de Lucena Farias estiveram em reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a equipe ministerial, em Brasília, para discutir os seguintes tópicos:

1. Situação da Neurocirurgia no Sistema Único de Saúde (SUS)

2. Câmara Técnica da Neurocirurgia

3. Código 7 (serviço executado pelos médicos pagos diretamente pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde)

4. Projeto Pense Bem

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Problemas emocionais elevam riscos de aVCUm estudo feito pela Universidade de Londres e publicado no periódico Canadian Medical Association Journal (CMAJ) mostrou que pessoas que sofrem de ansiedade, depressão, dis-túrbio do sono, insegurança etc. têm até 66% mais chances de desenvol-verem um acidente vascular cerebral. Os pesquisadores acompanharam 68.652 pessoas ao longo de oito anos, avaliando sua saúde mental por meio de questionários.

Neuroterapia pode rejuvenescer cérebro em até 15 anosPor meio de jogos e exercícios, o mé-todo conhecido como neuroterapia cognitiva pode fazer com que neu-rônios mortos sejam reativados. A técnica foi trazida para o Brasil pelo neurocientista e professor da Uni-versidade Federal do Rio de Janei-ro (UFRJ) Rogério Panizzutti após estudos realizados na Califórnia. O professor observou um rejuvenesci-mento de dez a 15 anos no cérebro de pessoas com mais de 65 anos.

Jejum pode prevenir doenças degenerativas do cérebroEstudo realizado pelo National Institute on Ageing (NIA), em Baltimore, nos Estados Unidos, comprovou que a re-dução do consumo diário de 500 calorias pode ajudar a prevenir doenças como o Mal de Parkinson e Alzheimer. O teste foi realizado em ratos de laboratório, por inserção de calorias em dias alternados.

Desenvolvimento cerebral pode ser afetado por traumas na infânciaUm novo estudo feito nos Estados Uni-dos com exames de ressonância mag-nética mostra que problemas físicos e psicológicos na infância, como abuso, violência, abandono e pobreza extre-ma podem causar redução da massa cinzenta e branca. Foram analisadas 74 crianças romenas. As conclusões estão publicadas na revista científica america-na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Exame ajuda a identificar doenças no cérebro a partir de imagensEstudo realizado nos Estados Unidos mostra que a captura da imagem do cérebro é feita após uma avaliação psicológica do paciente. Uma substância é injetada gerando uma imagem no cérebro. Avaliando a distribuição da substância no cérebro e sua cor, é possível diagnosticar problemas psicológicos. O “spect cerebral” foi criado pelo professor da Universidade da Califórnia Ismael Mena e trazido para o Brasil pelo médico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Roberto Jales.

curtas

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SBN Gente

1| Armando Basso, Nestor Renzi, Alessandra de Moura Lima, Leonidas Quintana, Hector Giocoli, Rogélio Re-vuelta e Cláudio Yampolsky, no Cone Sul2| Oreste Paulo Lanzoni e Marcos Magário, avaliadores da Prova de Título de Espe-cialista 20123| Rotta e Dr Atos Alves de Sousa no Congresso da San-ta Casa da Misericórdia de Ouro Preto4| Américo Leite dos Santos e Antonio Aversa, examina-dores da prova de Título de Especialista de 20125| Paulo Roland Kaleff e Nelson Geraldo Freire6| Alexandre Novicki Francis-co e José Roberto Pereira Gui-marães em reunião na SBN7| Marcelo Nery e Kunio Su-zuki, examinadores da prova8| Candidatos da prova de título de especialista realizada em maio

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| 11 | SBN Hoje

SBN Hoje - Qual é a expectativa para o Congresso de Neurocirurgia 2012?Marco Aurélio Marzullo - Queremos atu-alizar os neurocirurgiões brasileiros com aquilo que ainda não se encontra em li-vros e revistas. Isto será possível através da transmissão de conhecimentos e experiên-cias pessoais e pontuais de renomados pro-fessores nacionais e internacionais. Vamos trazer, também, tecnologias de ponta que estão sendo usadas no diagnóstico e no tratamento das patologias do sistema ner-voso central e periférico.

SBN Hoje - Quantos neurocirurgiões são esperados?MAM - Desde o primeiro congresso, re-alizado há cerca de 50 anos, o número de participantes vai crescendo a cada evento. Como o último (realizado há dois anos em Salvador, BA) teve a pre-sença de 1.600 inscritos, esperamos que o XXIX CBN tenha em torno de 1.800, principalmente porque será no Rio de Janeiro. A cidade dispensa comentários e está localizada na região Sudeste, onde concentra-se o maior número de neuro-cirurgiões do país. Além disso, existe uma acessibilidade maior por ser um ponto central no continente.

SBN Hoje - O que os neurocirurgiões podem esperar dos convidados inter-nacionais?MAM - Os convidados internacio-nais, em torno de 50, são referências mundiais na área neurocirúrgica. O alto nível das apresentações trará be-nefícios muito grandes para a Medi-cina brasileira com o que há de mais moderno. A troca de experiências com renomados professores de Neu-rocirurgia do Brasil engrandecerá o aprendizado dos mais jovens.

SBN Hoje - Que novidades a 29ª edi-ção traz para os neurocirurgiões?MAM - Teremos sessões de “Cross Fire”, “How do I do it” e “Take home a message”, em que haverá discussões en-tre várias áreas da Neurocirurgia junto com os congressistas, procurando che-gar a um consenso do que é melhor para o tratamento de determinadas patologias. Vários cursos serão minis-trados através de vídeos e cadáveres, abordando o conhecimento da neu-roanatomia, endoscopia, tratamento endovascular, radiocirúrgico e neu-rocirúrgico propriamente dito, tanto do sistema nervoso central como do

periférico. Experiências pessoais e pontuais, além de pesquisas na área da Neurociência e da Neurocirurgia serão abordadas.

SBN Hoje - Qual o diferencial desse evento para os congressos de ou-tros anos?MAM - Com este novo tipo de aborda-gem didática, pretendemos atingir de forma mais estimulante àqueles que as-sistirão às palestras e às apresentações.

SBN Hoje - De que forma o congresso mostrará preocupação com o meio ambiente?MAM - Infelizmente ainda não se consegue fazer um congresso total-mente sustentável, o que esperamos conseguir nos próximos eventos. Demos alguns passos neste sentido: reduzimos o uso do papel, substi-tuindo o mesmo por informações eletrônicas; dentro do pavilhão do congresso todos os copos usados se-rão de material reciclável e o próprio Riocentro, depois da Rio+20, adotou um serviço de coleta de lixo seletiva, entre outras ações que visam a pre-servar o meio ambiente.

Expectativa para o CBN 2012Acontece em setembro um dos eventos mais esperados na área de Neurocirurgia: o XXIX Congresso Brasileiro de

Neurocirurgia. Esse ano, o encontro acontece no Rio de Janeiro e traz muitas novidades. Em entrevista à SBN Hoje, o presidente do CBN 2012, Marco Aurélio Marzullo, adiantou algumas informações sobre o evento. Atualizações na

didática das palestras e preocupação com o meio ambiente marcarão o congresso.

SBN Hoje | 12 |

SBNCalendário

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Mais informações no nosso site:

www.sbn-neurocirurgia.com.br

XXIX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia7 a 12 de setembro

Local: Rio de Janeiro

Curso de Cirurgia da Base do Crânio e Neuroendoscopia

07 a 09 de novembro Local: Barretos (SP)

14 a 19 de setembro Local: São Paulo

IV Simpósio

Internacional em

Neuromodulação

27 a 29 de setembro Local: Porto Alegre (RS)

10º Congresso da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia

Diagnóstica eTerapêutica

19 e 20 de Outubro Local: Porto Alegre (RS)

II Simpósio de Neurocirurgia e Cirurgia

da Base do Crânio do Hospital Ernesto

Dornelles

| 13 | SBN Hoje

Conheça as ideias dos três candidatos à presidência da SBN para a gestão de

2014 a 2016

Prezados colegas neurocirurgiões,A humanidade conseguiu muito nos

últimos anos no que se refere a avan-ços tecnológicos. O homem foi à Lua, lançou satélites, criou computadores supermodernos etc. Em relação à mo-ral, à dignidade e à promoção e respei-to do outro, em nada evoluímos. Ainda há alguns que estão na idade da pedra, com atitudes predatórias e egoístas. Es-tas atitudes, que poderiam se justificar para a sobrevivência na selva, não se justificam mais. Cada vez mais necessi-tamos uns dos outros, principalmente com a proximidade que a tecnologia proporcionou, transformando o mun-do na aldeia global. Só existirá saída para o planeta se agirmos com respon-sabilidade, se não pensarmos somente em nós mesmos e se nossas atitudes refletirem e levarem em consideração a existência de sobrevivência do outro, inclusive dos animais.

Na minha última comunicação, fa-lei para vocês dos maus colegas que se apropriam de nossos pacientes, sedu-zindo-os. Mas esta atitude não é apenas de neurocirurgiões e médicos. Este é um mau hábito de pessoas e institui-ções que não perceberam que o negó-cio bom é aquele que contempla todas as partes. É aquele em que os valores a serem distribuídos são proporcionais às responsabilidades e dedicação de quem presta o serviço.

Candidato: Carlos Eduardo BrandãoVice: Rogério Nascimento Fabbrini

Aprendemos na faculdade de Medi-cina que cada caso é um caso. É preci-so particularizar e prestar atenção aos pequenos detalhes para que possamos dar um tratamento adequado a cada paciente, uma vez que existem aspectos individuais e que, apesar de as patolo-gias serem as mesmas, os pacientes são únicos e têm que receber tratamento levando-se em conta estas particula-ridades. São estas sutilezas, estas pe-quenas diferenças que fazem com que a Medicina seja uma arte. A Medicina não pode ser massificada.

Abordo este tema porque quando solicitamos um determinado material de implante para nossos pacientes, es-tamos considerando estas sutilezas. As-sim, se vamos implantar uma prótese de disco e o paciente tem uma coluna retificada, seria interessante que a pró-tese tivesse o seu centro de gravidade no terço posterior, para que pudésse-mos recuperar a lordose. Os graus de mobilidade, de absorção de impacto e tantos outros dos diferentes produtos não são os mesmos e devemos conside-rá-los quando fazemos nossas escolhas, para o bem do paciente e para o sucesso de nossa atividade.

Infelizmente, os convênios médicos e as pessoas que liberam estes materiais querem nos impor as próteses e os im-plantes que negociam pelo menor preço e não respeitam nossas argumentações.

As firmas de materiais cirúrgicos quan-do negociam com os convênios nos informam que eles argumentam: “Não gaste saliva. Para artroplastia tenho esta prótese por este valor. Se quiser que use-mos a sua, tem que me vender pelo mes-mo preço!”. As técnicas são diferentes, os materiais são diferentes, as indicações são diferentes. Estes convênios, depois, querem impor, na hora da liberação da cirurgia, aqueles materiais mais baratos e que muitas vezes não são os que têm a correta indicação para o caso.

Os convênios que agem assim são antiéticos. Não têm comprometimento com o paciente, não têm comprometi-mento com nossos resultados.

Lutar para recuperar a nossa digni-dade, respeito e remuneração. Esta será a linha-mestra de nossa atuação, caso sejamos eleitos.

Forte abraço.

SBN Hoje | 14 |

Candidato: Modesto Cerioni JuniorVice-presidente: Clemente Augusto de Brito Pereira

• Cuidar da residência médica: A SBN fortalecerá, junto ao MEC, sua posição de formadora e defensora da qualidade dos futuros residentes, defi-nindo o conteúdo programático e par-ticipando das visitas conjuntas com o MEC, usando os critérios mais rígidos de avaliação da SBN.

• Cuidar da valoração do título de es-pecialista: O título de especialista valo-riza o currículo e a carreira e diferencia o profissional no mercado de trabalho.

• Negociações contínuas com as fontes pagadoras para a melhoria das condi-ções de trabalho e remuneração digna dos neurocirurgiões; intermediação junto aos CRMs estaduais e ao CFM na defesa dos associados e na interação com outras entidades.

• Ações no MS/SUS para atualização das tabelas de procedimentos do SUS e presença ativa na Câmara Técnica de Neurocirurgia, em que são discutidas as portarias regulamentadoras do MS.

• Incrementar a Educação Continua-da: Diversificar cursos à distância para facilitar a obtenção de pontos para re-certificação da CAP, através da emissão dos certificados ao final de vídeo-aulas e palestras no site da SBN.

• Facilitar o contato com o associado: O associado é a parte mais importante da sociedade. Atuação junto aos chefes de serviços formadores de residentes, para que estes sejam estimulados a se associarem à SBN ao finalizar seus treinamentos, divulgando vantagens e benefícios.

• Instituir a pesquisa de satisfação contínua junto aos associados para que a SBN entenda as reais necessi-dades deles e as insatisfações, identi-ficando as mudanças para se adequar as suas aspirações.

• Incrementar o canal de comunicação com os associados pelo site da SBN, re-vistas e boletins.

• Ações junto à AMB/CBHPM pre-veem a ampliação do sequenciamento de procedimentos realizados nas neu-rocirurgias, além de divulgar e definir a interpretação dos códigos CBHPM.

• Auxiliar o associado a limitar a ação abusiva dos auditores das fontes pagadoras e da famigerada segunda opinião, que interferem pernicio-samente no exercício profissional, colocando-se como veículo de en-dereçamento das queixas (que forem fundamentadas e identificadas com os nomes dos auditores e diretores médicos) aos CRMs.

• Carreira do médico no serviço públi-co estadual e federal.

• Apoiar a implantação do piso salarial do médico proposto pela FENAM.

• Parceria com a Sociedade Brasileira de ortopedia traumatologia e outras socie-dades brasileiras de especialidades com

atuações em comum para a elaboração de ações e negociações de interesse mútuo.

• Vigilância no cumprimento do Có-digo de Ética Médica e respeito ao Có-digo de Ética Profissional, à legislação vigente sobre a conduta profissional e a conflitos de interesses.

• Apoio ao Projeto Pense Bem, para prevenção e redução de acidentes que causam o neurotrauma e prevenção do acidente vascular cerebral.

• Estimular a participação das regionais na defesa dos diversificados interesses comu-nitários e peculiares dos neurocirurgiões.

• Desenvolvimento dos departamentos e criação de espaços para que divul-guem seu trabalho.

• Parceria com o Conselho Federal de Enfermagem e implantação de um programa comum para treinamento e desenvolvimento de enfermagem espe-cializada em Neurocirurgia.

• Formação da Comissão de Eventos: Viabilizar eventos científicos de menor custo nas inscrições.

• Criação da Comissão de Avaliação de Órteses, Próteses e Materiais especiais (OPME) utilizados pelos neurocirur-giões e certificá-los para uso, mostran-do suas adequadas funções, qualidades e vantagens.

• Criação da Comissão de Novas Tecno-logias, integrada a outras áreas capacita-das a entender, definir e desenvolver prio-ridades de novas tecnologias aplicadas à pesquisa e prática na Neurocirurgia.

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Candidato: Paulo de Carvalho Vice-presidente: Antonio Ribas

Paulo de Carvalho: graduou-se em Medicina, em 1973, pela Universida-de do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Foi chefe de clínicas, assistente do professor Portugal durante 15 anos e o primeiro brasileiro a trabalhar com o professor Mario Brock, em Berlim (Alemanha), em 1979. Ingressou no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), em 1983, fundando a Neurocirurgia. Foi aprovado por concurso público para professor titular da Escola de Medicina e Cirurgia - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Antonio Ribas: membro titular da SBN. Neurocirurgião do Hospital Miguel Couto, RJ. Escritor e poeta – membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.

O que é a SBN? Somos nós! E como estão as nossas condições de trabalho? A nossa remuneração? A nossa qualida-de de vida? Como conjugamos o algo-ritmo da vida, saúde, família, estudo, trabalho e lazer? Juntos poderemos!

Ser presidente da SBN é ter vocação e disposição diuturna para atender aos

anseios de toda a comunidade neuro-cirúrgica, em defesa da autonomia da relação médico-paciente, honorários justos, condições de trabalho dignas e respeitabilidade como fiéis seguidores de Hipócrates. Candidatar-se ao cargo de presidente da SBN implica em ter um programa de trabalho confiável e exequível, não bastando querer ser “o presidente”. É buscar uma gestão pacífica com determinação sem, con-tudo, abrir mão do contraditório, pri-mando pelo real desenvolvimento da

nossa SBN. Tem que ser um neuroci-rurgião experiente e competente, que assuma compromisso com a Medicina privada e também com a pública de qualidade, propiciando grande desen-volvimento, justiça social e fortaleci-mento da nossa sociedade. No sistema público, somos acusados de dar pre-juízos ao sistema (apesar da iniciativa privada querer encampar a Medicina pública) e na clínica privada represen-tamos lucro para o hospital. O merca-do é antiético, só tendo compromisso com o lucro. O processo sucessório

democrático permite que a sociedade eleja os seus reais representantes, que tenham vivenciado a evolução his-tórica da SBN, que conheça bem os seus potenciais e dificuldades, saiba agregar e que tenha experiência tan-to em gestão pública quanto privada, para exercerem a autêntica liderança, conduzindo os membros da nossa So-ciedade ao cenário desejado, fruto da otimização do uso dos potenciais da SBN. Assim, os neurocirurgiões pas-sam a se identificar melhor com a di-

retoria que os representa e a SBN ganha mais força, analogamente ao esprit de corps da revolução francesa, em 1789, um marco nas mudanças socioeconômicas mundiais. Estamos projetando cenários de futuro que possibili-tam decisões seguras, coerentes e de efeito, criando-se um progra-ma de trabalho que nos conduza a um patamar de avanço real, moderno, produtivo e contínuo.

Ser presidente da SBN é para quem quer somar para o seu desenvolvimen-to, sendo autêntico e amigo de todos, administrando as diferenças, sem ja-mais perder a humildade. É continuar sendo o mesmo, sem se transmutar em épocas eleitorais, saber auscultar todos os colegas, tendo dentro de si o espírito de cada um que acredita na SBN representativa. É para quem pensa grande! É para quem sente or-gulho em ser SBN!

A união faz a força. Neurocirurgiões do Brasil, uni-vos!

Candidatar-se ao cargo de presidente da SBN

implica em ter um programa de trabalho confiável e

exequível

SBN Hoje | 16 |

Cidade apresenta candidatura ao CoNgrESSo dA SoCiEdAdEBrasília 2016: capital de todos os Neurocirurgiões

Excelentíssimo doutor José Mar-cus Rotta, presidente da SBN,

Brasília acaba de fazer 52 anos e já conquistou seu lugar no país. A quarta maior cidade da nação já tem a sua identidade própria, fortalecida pelas suas conquistas ratificadas pelos números expressivos que atestam sua capacidade de se renovar e absorver brasileiros provenientes de todos os quadrantes do país. Possui a maior renda per capita do país e é a terceira cidade mais rica da nação. A capital da República passa por uma revolução urbana, para, mais uma vez, absorver pessoas atraídas pelos ciclos repre-sentativos enquanto celeiro de oportunidades.

Desde que as linhas de Lúcio Costa e Oscar Nie-meyer saíram da prancheta e ganharam forma no Pla-nalto Central, não se obser-vavam tantos investimentos quanto nos tempos atuais, preparando a cidade para a Copa do Mundo daqui a dois anos.

Dispomos de mais de 27 mil leitos distribuídos em 60 hotéis localizados no Plano Piloto. A cidade planejada, estrategicamente localiza-da, possui a menor distância média para as principais capitais do Brasil. Contamos com atividade gastronô-mica rica e diversificada, assim como condições de lazer e cultura. Temos

o segundo maior aeroporto em movi-mentação de passageiros, localizado a dez minutos dos principais hotéis e do centro de convenção da cidade.

Na capital há uma simbiose das po-pulações de todas as regiões, mesmo que a influência e os modismos dos seus estados de origem se preservem. É neste contexto que a “brasilianida-de” confunde-se com a “brasilidade”, e que Brasília, sem exageros, é um re-flexo de todos os estados, preparada e pronta para receber o XXXI Congres-so de Neurocirurgia.

Em 2016 serão decorridos 28 anos desde a última vez que Brasília sediou um CBN. Assim, solicitamos o apoio de todos os membros da SBN para que o

congresso seja realizado aqui sob a nossa coordenação

O primeiro congresso realizado em Brasília foi em 1970, à época, presi-dido por José Ribe Portugal e orga-nizado por Paulo Andrade de Mello. Este evento foi marcado pela conso-lidação do Programa de Treinamento da Sociedade Brasileira de Neuroci-rurgia, o Protocolo de Brasília, hoje

reconhecido pelas Orga-nizações Internacionais. O segundo congresso foi em 1988, presidido pelo ilustre Paulo Andrade de Mello e teve um marco importante para consoli-dação da Sociedade.

Em 2016 serão decorri-dos 28 anos desde a última vez que Brasília sediou um CBN. Assim, solicitamos o apoio de todos os membros da SBN para que o congres-so seja realizado aqui sob a nossa coordenação e com a ajuda de uma equipe com

vivência e experiência para realizar um encontro grandioso.

Atenciosamente,doutor Kunio Suzuki

Candidato à presidência do XXXI Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

2016

| 17 | SBN Hoje

Parceria

Pioneira em Estereotaxia na América Latina, a Micromar busca o aprimoramento contí-nuo de seus produtos: sincronia entre a tradição no mercado de Neurocirurgia e sua alta tecnologia de reconhecimento internacional. Sua expansão no decorrer dos anos permitiu a entrada da empresa no mercado europeu em 2007, gerando mais dinamismo na nego-

ciação e distribuição internacional. Com unidades na Europa e América Latina, a Micromar possui sua sede em um dos principais

polos industriais do Brasil, no estado de São Paulo. O compromisso com a Neurocirurgia é um dos diferenciais da empresa, que possui um departamento de treinamento que oferece capacitação aos clientes e distribuidores, com infraestrutura, material didático e coordenação para utilização dos produtos de acordo com as mais variadas técnicas cirúrgicas. Em entrevista para a Revista SBN Hoje, o presidente da Micromar, Antonio Martos Calvo, fala sobre a importância da parceria da empresa com a SBN e o que ela agrega à carreira dos neurocirurgiões associados.

investimento em educação continuadaMicromar:

SBN Hoje - Como é a atuação da Micromar no setor neurocirúrgico?

Antonio Calvo – Há 26 anos a Mi-cromar vem atuando em diversas áreas da Neurocirurgia, como a Estereota-xia, a Radiofrequência e a Neurona-vegação nos mais renomados centros de Medicina em cerca de 30 países. Nosso principal objetivo é beneficiar milhares de profissionais ao redor do mundo, permitindo o diagnóstico, a intervenção e a recuperação dos pa-cientes com segurança e tecnologia. Hoje, a Micromar é líder em diversos segmentos, principalmente a Neuro-cirurgia nacional e internacional, que recebe a supervisão de departamen-tos específicos.

SBN Hoje – De que forma a empresa se tornou referência no segmento?

AC – A Micromar desenvolveu o pri-meiro Sistema Estereotáxico produzido

A Micromar preza pela capacitação

profissional e pela educação continuada

no Brasil.

na América Latina, o modelo TM-01B (Teixeira Martos). Sua primeira cirurgia foi realizada em 1986 pelo professor doutor Manoel Jacobsen Teixeira, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Desde então, tornou-se referência na re-gião por representar a tecnologia neuro-cirúrgica nos países latino-americanos. A partir daí, uma série de produtos foi desenvolvida e exportada pela Micro-mar, que se consolidou no mercado pelo alto padrão de qualidade, aplican-do rigorosas normativas internacionais como ISO 13485, marca CE, além de BPF (GMP).

SBN Hoje – Como se dá a parceria entre a SBN e a Micromar?

AC – A parceria entre a SBN e a Micromar existe há muitos anos por meio de publicidade nas publicações e participação nos eventos realizados pela sociedade. Recentemente, além

SBN Hoje | 18 |

do apoio na reforma da sede da SBN, estivemos presentes na 7ª edição do Curso Micromar Latino-americano de Estereotaxia e Neurocirurgia Fun-cional. O evento contou com mais de 250 médicos latino-americanos, além de alguns representantes europeus. Por sabermos da importância do en-dosso da entidade, sempre frisamos o apoio da SBN em nossos materiais de divulgação. A Micromar, assim como a SBN, valoriza a qualidade da edu-cação continuada no país.

SBN Hoje – Qual a importância des-sa união para os associados da SBN? Quais vantagens e benefícios são ofe-recidos aos neurocirurgiões?

AC – A Micromar cria longas parce-rias, além de prover acompanhamento

e suporte durante as cirurgias. Ofere-cemos suporte e treinamentos para os neurocirurgiões no Centro de Trei-namentos localizado em São Paulo e nos demais estados do Brasil. Nossa empresa preza pela capacitação pro-fissional e pela educação continuada. Não há mais a necessidade de sair do país para se aprimorar ou treinar em produtos importados, o que gera mais economia aos neurocirurgiões. É muito importante que o consumi-dor fique atento aos treinamentos e ao pós-venda oferecido pela empre-sa em questão, pois o suporte e o acompanhamento são extremamente importantes. Aconselhamos também a valorização da indústria nacional, que está em constante crescimento e atenuante avanço tecnológico.

Oferecemos suporte e treinamentos para os neurocirurgiões

no Centro de Treinamentos de São Paulo e nos demais estados do Brasil.

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Como anda a saúde do neurocirurgião?

Após pesquisa realizada no site da SBN, Marco Túlio França orienta como o profissional pode levar uma vida de mais qualidade

Caro colega como vai?Espero que esteja bem, dormindo

satisfatoriamente, alimentando-se de maneira balanceada e com tempo ade-quado, fazendo exercícios físicos e, é claro, sem muitos estresses.

Opa! Como diria um amigo meu, “acho que acabei de ter uma crise de vi-tiligo cerebral”. Deu-me um “branco”! Esqueci que somos neurocirurgiões e que nossa profissão não nos permite muito isso, ou melhor, nada disso.

Você já parou para pensar na sua qualidade de vida e o que isto pode re-presentar para o seu futuro e de seus fa-miliares? São atitudes simples que po-dem melhora a sua vida. Por exemplo:

• Sentar-se por alguns instantes para tomar um café da manhã e comer uma fruta. Você pode responder: “Ah, mas e o trânsito?” Respondo: “Ah, e o seu estômago? Está de ‘mal’ dele?”.

• Evitar o jejum prolongado. Você pode responder: “Ah, mas estou ope-rando e não posso parar”. Pergunto: “E não dá para tomar um suco ou comer uma barra de cereais? Brigou com o seu pâncreas?”.

• Pense no que vai comer, não ape-nas encha o prato. Você é um médico. Se você não se preocupa com a sua die-ta, como vai prescrever alguma para o seu paciente?

• Aprenda a planejar o seu dia e tam-bém a sua noite. Você precisa assistir ao último jornal na TV? Precisa ir a todas as atividades sociais noturnas? Só falta você ter brigado com o seu travesseiro também. Repito: você é um médico e sabe da im-portância do sono. Ou faltou a essa aula? Depois, quando estiver diabético, hiper-tenso, obeso, com disfunção erétil (ou va-mos falar no popular: impotente mesmo) e for procurar um médico, não se admire se ao perguntar “tenho retorno?” ele res-ponder “ah, agora não dá mais, né?”.

Por falar em aula, podemos não ter faltado, mas às vezes esquecemos. Olha o “vitiligo cerebral” aí de novo. Então, vamos rever alguns conceitos básicos:

1| A falta do café da manhã não é uma atitude inteligente e sensata. Nesse mo-mento, o cortisol está nas alturas e a gli-cemia está no precipício. Para modular essa situação, precisamos fornecer ao nosso organismo matéria prima de boa qualidade, uma fruta com cereais, sucos naturais mais um pão integral molhado no azeite são mais que suficientes para iniciar o longo dia com o pé direito.

2| O jejum prolongado durante horas e horas de cirurgias estressantes ou entre longos períodos de atendimento no con-sultório volta a cair no drama do cortisol. Estudos mostram que uma privação ali-mentar maior que três horas eleva a pro-

• Faça algum tipo de atividade físi-ca, esportes ou academia. E de maneira regular. De novo você diz: “Ah, mas não tenho tempo”. Então caminhe um pouco, evite o elevador, vá de escada. E você novamente: “Ah, mas vou perder minha sala”. Pergunto: “E o seu cora-ção, está com raiva dele?”.

• Administre o estresse. “Ah, este eu não tenho como controlar. O trânsito é terrível”. Não dá para ir de metrô? Re-vezar a direção com alguém? Você con-tinua: “Existem muitos pacientes espe-rando para serem operados”. Agende-os de maneira saudável, por ordem de prio-ridade e preocupando-se em não impor ao seu corpo e à sua mente um ritmo além daquele que possa executar. Pense na sua qualidade de trabalho, pois, afinal, seus pacientes não têm culpa por você es-tar cansado. Aprenda a dividir, você não é o único responsável pela saúde do mun-do. Você retruca: “Mas eu preciso ganhar dinheiro para garantir o futuro dos meus filhos”. Se você partir antes, seus filhos não terão nem o futuro e nem o presente.

• Compense o estresse buscando ati-vidades geradoras de prazer. O que você tem feito por você ultimamente? E para a sua família? Depois vai ficar dizendo “nossa como meus filhos cresceram rá-pido”. E você burramente envelheceu! Então aproveite com seus netos. Ou você ainda não arrumou tempo?

SBN Hoje | 20 |

dução do cortisol, o que leva à compulsão alimentar por doces e alimentos gordu-rosos quando você finalmente chega em casa “morto” de fome. Essa dobradinha jejum prolongado-cortisol elevado é res-ponsável pelo aumento da gordura visce-ral. Hoje sabemos que o tecido adiposo não é um zero à esquerda como se pen-sava, ele é um notável e dinâmico órgão endócrino com implicações inflamatórias resultando em hiperinsulinismo e obesi-dade, quadro não muito interessante. Há um detalhe importante de relembrar: a cafeína, em quantidade moderada, isto é, mais que três xícaras de 50ml, é suficiente para aumentar o cortisol, principalmente nos colegas hipertensos.

3| Uma dieta balanceada é aquela que tem o percentual adequado de proteí-nas, gorduras de boa qualidade, carboi-dratos integrais, rica em nutrientes an-ti-inflamatórios, vitaminas e minerais antioxidantes, pouco sódio e cafeína, pouquíssimo açúcar refinado e pouco ou quase nada de alimentos industriali-zados (isso inclui principalmente o re-frigerante, que não tem nada de bom, mesmo o diet, o light e o zero). Ufa!

Um exemplo de dieta saudável é a fa-mosa dieta do mediterrâneo. Lembram-se dela? Aquela dieta em que se conso-me peixes ricos em ômega 3 (gordura anti-inflamatória e muito interessante na melhora do perfil lipídico), como a sardi-nha, o salmão e o bacalhau (dessalgado), e castanhas e azeite extra virgem, ricos em ômega 9. Esta é outra gordura muito

boa que reduz a circunferência abdomi-nal. Os carboidratos são sempre integrais (arroz integral e pães integrais), sem falar nos vinhos tintos ricos em resveratrol, que é um baita amigo do coração e da dieta. Mas veja bem, não tome uma gar-rafa de uma vez, estamos falando de uma dose de até 240ml.

Caro colega, faça você também uma MEV (mudança do estilo de vida) e não apenas recomende aos seus pacientes. Ex-perimente o que isso significa na prática.

Comece bem o dia, tomando café da manhã. Controlando ao longo do dia o consumo de cafeína, tire o açúcar e o adoçante do seu café e sinta-se vitorioso por isso. Fracione a dieta a cada três ho-ras, consumindo frutas frescas ou secas e barras de cereais. Veja bem: barras de cereais, e não de chocolate com iogurte.

Consuma diariamente um punha-do de castanhas, como avelãs, nozes, amêndoas e sempre duas unidades de castanha-do-pará (garantindo o aporte de selênio, extremamente antioxidan-te). Não troque o almoço por lanches, muito menos o jantar. Nos lanches não tem todos os nutrientes de que seu cor-po precisa e está louco para receber.

Monte pratos coloridos, consuma fo-lhas verde escuras, arroz integral, feijão, pouca carne vermelha e lembre-se: mas-tigue muito bem os alimentos e man-tenha-se bem hidratado. Experimente novos sabores, como leite de castanhas com quinua, acrescente sementes de chia a sua vida e prepare-se para experi-mentar mais saúde.

4| A falta de atividade física é uma das causas da chamada resistência in-sulínica. O exercício físico praticado regularmente estimula a translocação dos Glut-4, promovendo captação da glicose e redução da sua concentração no sangue, além de ativar a quebra da gordura no tecido adiposo.

5| O estresse faz a sua suprarrenal li-berar “quilos” de cortisol e adrenali-na, contribuindo para o acúmulo de gordura visceral, que, por sua vez, libera toneladas de mediadores infla-matórios que infelizmente gera obe-sidade, resistência insulínica, dislipi-demia, aterosclerose e hipertensão. É triste, mas é a realidade.

6| O sono inadequado provoca estresse e você sabe muito bem sobre o dilema do cortisol. Mas o que você precisa saber é que existe uma relação entre a diminuição do tempo de sono (<7 horas) e a diminuição da saciedade com redução do gasto de calorias, ele-vando mais uma vez cortisol e resultan-do naquele ciclo vicioso de resistência à insulina, obesidade e diabetes. Cuide-se.

Recentemente a Sociedade Brasi-leira de Neurocirurgia realizou em seu site, uma pesquisa em que houve uma participação maior de colegas com ida-de entre 31 e 40 anos. Observamos que 68% disseram estar sobrecarregados ou estressados pelo trabalho. Do total, 74% se dedicam mais de oito horas

Você já parou para pensar na sua

qualidade de vida e o que isto pode

representar para o seu futuro e de seus familiares? Atitudes

simples podem melhorar a sua vida

Marco Túlio França

| 21 | SBN Hoje

por dia à Neurocirurgia. Quase 60% consideram a alimentação inadequada e 47% já fazem uso crônico de medica-mentos para hipertensão, disglicemias, dislipidemias e outras “dis...mias”.

Colega, espero que você tenha compreendido que esta matéria é um alerta e não um puxão de orelha, se bem que, se a sua esposa ou esposo ler este texto, com certeza você ganhará um, ou no mínimo, como diria meu avô, você vai levar um “pito”.

O segredo é buscar continuamente a felicidade, vivendo com equilíbrio e se perguntando, todos os dias, o que você poderia fazer para que sua vida fosse melhor?

Não sei se este negócio de reencar-nação existe ou não, tomara até que exista, mas é melhor garantirmos esta vida. Não poderia terminar esta maté-ria de outra maneira e, para economizar o tempo, usarei apenas uma palavra:

Saúde!

Veja a seguir a pesquisa realizada pela SBN

12%39%28%14%

6%1%

menor que 30 anos31 a 40 anos41 a 50 anos51 a 60 anos61 a 70 anosmais de 71 anos

1. Qual é sua idade:

2. Você trabalha em uma cidade cujo n° de habitantes é:

8%30%14%49%

até 100 mil100 a 500 mil500 mil a 1 milhãomaior que 1 milhão

3. Quantas horas por dia você dedica à neurocirurgia?

26%74%

até 8 horasmais de 8 horas

4. Sente-se sobrecarregado ou estressado pelo trabalho?

68%32%

simnão

5. Qual é seu tempo livre (horas/se-mana) dedicado à família e ao lazer?

21%35%21%22%

12 horas24 horas36 horas48 horas

6. Você se alimenta regularmente durante o dia?

50%50%

simnão

7. Considera sua alimentação adequada?

44%56%

simnão

8. Qual é seu tempo médio (horas) de sono diário?

97%3%

até 8 horasmais de 8 horas

9. É portador de doenças metabólicas?

18%82%

simnão

10. É portador de hipertensão arterial?

23%77%

simnão

11. Faz uso de medicamentos?

47%53%

simnão

12. É fumante?

11%89%

simnão

13. Pratica alguma atividade física/esportiva regularmente?

48%52%

simnão

14. Quando foi sua última visita ao médico?

26%

74%

68%

32%

21%

35%21%

22%

50%50%

44%56%

97%

3%

18%

82%

23%

77%

47%53%

11%

89%

48%52%

43%57%

43%57%

há menos de 1 anohá mais de 1 ano

Colaborou nesta matéria: débora Pandolfi, nutricionista.Aprimoramento profissional em Nutrição em doenças tropicais pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) - UNESP. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Pós-graduada em Fitoterapia Funcional pela VP Consultoria Nutricional/Divisão de Ensino e Pesquisa. Atendimento em consultório na área de Nutrição Clínica.

Débora Pandolfi, nutricionista

8%

30%

14%

49%

12%

39%28%

14%

6% 1%

SBN Hoje | 22 |

Você faz a hoje

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Além da Neurocirurgia

Um neurocirurgião mergulhado na

LiTErATurAo estudo e a leitura são hábitos constantes na vida dos médicos. Luiz

Carlos Favaro, responsável pelos Serviços de Neurocirurgia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, foi além. Amante de livros, o profissional, hoje, possui uma verdadeira biblioteca em sua casa.

São mais de dois mil exemplares, que passam desde livros médicos a livros de literatura clássica.

Em entrevista especial para a SBN Hoje, o médico resgata como sua paixão pela leitura começou, o seu primeiro livro e dá conselho àqueles que querem mergulhar no mundo da Literatura.

revista SBN Hoje: Como começou sua coleção de livros? Por que decidiu ini-ciá-la? Tem algum motivo em especial?

Luiz Carlos Favaro: Meu apreço pelos livros começou muito cedo. Garoto solitário, tímido, introspectivo, com sequela de poliomielite e tão logo aprendi a ler. Encontrei nos livros a principal fonte de conhecimentos para alimentar minha sede de saber. Com esse perfil psicossocial, desenvolvi um autodidatismo que me caracteriza até hoje, e para o qual a leitura constan-te tornava-se necessária como fonte de informações e fundamentos para meu desenvolvimento intelectual, cultural e moral. Na época não havia Internet. A presença física do livro era imprescindí-vel para que se buscasse conhecimento, esclarecimento e saber, sendo sua posse a garantia de um resgate pronto e preci-so de qualquer informação, sempre que se fizesse necessário.

revista SBN Hoje: Sua coleção possui só livros de Medicina ou de assuntos variados?

LCF: Já possuí mais livros de Medicina do que os tenho hoje. Com a evolução

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acelerada da ciência, principalmente no que toca a Medicina, os livros técni-cos tendem a tornar-se desatualizados muito cedo. Com a facilidade de acesso à Internet e revistas especializadas, estas se tornaram as fontes de informações técnicas mais utilizadas na atualidade. O principal acervo de minha biblioteca consta de livros de Ciências Humanas. Por ser bacharel em Filosofia, tenho especial interesse nessa área e também em Política, História, Sociologia e lite-ratura geral, principalmente de autores considerados clássicos.

revista SBN Hoje: Onde você guarda os livros? Há algum tratamento espe-cial para preservá-los?

LCF: Infelizmente, por residir em apar-tamento com pouco espaço disponível, meus livros não são acondicionados em locais específicos e de forma adequa-da, o que facilitaria sua conservação e pronta localização sempre que necessá-rio fosse. Portanto, guardo o acervo em estantes e armários.

revista SBN Hoje: Com que frequência você adquire novos exemplares?

LCF: Atualmente tenho adquirido em torno de três livros por mês.

revista SBN Hoje: A Medicina re-quer muita leitura e estudo de seus profissionais. A sua profissão in-fluenciou bastante para o aumento da sua coleção?

LCF: Creio que comigo ocorreu o in-verso. Pelo fato de já cultivar o hábi-to da leitura quando de meu ingresso na Faculdade de Medicina, apenas mudei o foco de meu interesse para a literatura médica, disponibilizando um tempo extra para leituras diversas como um hobby.

revista SBN Hoje: Seus pacientes têm conhecimento da sua “biblioteca”?

LCF: Os pacientes com os quais man-tenho uma relação mais próxima têm conhecimento dessa minha predileção por livros, os quais me são frequente-mente oferecidos como presentes.

revista SBN Hoje: Os livros estão abertos para consulta de demais mé-dicos e outras pessoas?

LCF: Os colegas e amigos, com os quais mantenho afinidade intelectual, têm pleno acesso ao meu acervo literário, bem como me disponibilizam suas respectivas bibliotecas para consultas.

Raramente recebo solicitações de con-sultas fora desse círculo íntimo.

revista SBN Hoje: Você se lembra do primeiro livro da sua coleção? E o mais recente?

LCF: Meu primeiro livro foi uma obra de Viriato Correia, intitulado Cazuza, no qual ele narra suas vivências pessoais da infância, como menino da roça do in-terior do Maranhão, de forma realista e pungente. Minha mais recente aquisição foi uma obra clássica da Sociologia mo-derna de Richard Sennett, O Declínio do Homem Público. Este adquiri num sebo, pois está esgotado no fornecedor.

revista SBN Hoje: Qual o conselho você pode dar às pessoas para de-senvolverem o hábito e a paixão pela leitura?

LCF: O hábito da leitura deve ser en-carado como uma das necessidades de nosso dia a dia, principalmente quan-do não queremos fazer eco às opiniões de terceiros. E o mais importante: ter-mos uma capacidade crítica fundada em informações e conceitos provindos de fontes bem estabelecidas, que obte-mos de obras selecionadas e de autores sérios e conceituados. Devemos ter cri-térios na escolha de obras para nossas leituras. Além de conhecimento sobre o autor, através de fontes seguras, deve-se ter atenção também à editora e, se for literatura estrangeira traduzida, buscar informações sobre o tradutor. Em temas polêmicos, diversificar suas fontes de in-formação, para que seu posicionamento não seja o reflexo da opinião de um úni-co autor que pode estar equivocado.

revista SBN Hoje: Quais são os planos para os livros? Você pensa em aumen-tar sua coleção ou quem sabe doá-los para alguma instituição?

LCF: Alguns livros são difíceis de en-contrar, por isso acabo adquirindo dois ou três exemplares. Meu plano inicial é catalogar todos os exemplares, organizando-os em locais mais ade-quados. Futuramente, pretendo doar minha coleção para uma biblioteca pública, desde que a escolha tenha um bom serviço de manutenção, garan-tindo o devido cuidado e respeito que os livros merecem.

O hábito da leitura deve ser encarado como

uma das necessidades de nosso dia a dia,

principalmente quando não queremos fazer eco às opiniões de

terceiros

Luiz Carlos Favaro

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SBN Departamentos

Conheça os objetivos do Departamento de

BasE DE CrâNio da sBN

Quando da instituição dos de-partamentos, com os obje-tivos de fomentar e difundir os conhecimentos e conquis-

tas, ao mesmo tempo em que agrega-va membros com interesses afins, o Departamento de Base de Crânio foi sempre muito bem representado por membros que se destacaram pela sua atuação acadêmica, administrativa e social junto à Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

Em seu curto tempo de história, já foram coordenadores do Departa-mento de Base de Crânio um presi-dente da SBN (Jose Alberto Landeiro – 2006/2008) e um presidente eleito do Congresso Brasileiro de Neuro-cirurgia (CBN) (Luis Alencar Bor-ba – 2014). A acessibilidade de seus ex-coordenadores e secretários, cuja experiência em muito auxilia o fun-cionamento do departamento, é a sua grande força. Tal funcionamen-to, embora centrado nas atuações do coordenador e secretário Carlos Eduardo da Silva, tem contado com a presteza de seus membros.

Estimular a educação, a discus-são, a pesquisa e a integração entre os cirurgiões que tratam patologias envolvendo a complexidade dessa subespecialidade, permitindo a tro-ca de conhecimento entre os mais experientes, assim como o acesso à essa experiência aos mais jovens, tem sido o cerne das ações dos seus coor-denadores atuais. Diversos encontros científicos têm sido realizados pelos seus membros, em diferentes cida-des do país, sempre com o auxílio da SBN. Em todos eles, o departamen-to tem buscado participação ativa, o que tem sido vivenciado pelo cres-cente interesse em agregarmos cada vez mais membros, principalmente entre os mais jovens.

Ex-coordenadores do departamen-to de Base de Crânio hoje têm lugar de destaque junto às diferentes estân-cias administrativas da SBN, o que muito facilita a divulgação da filosofia da subespecialidade. Com a sua aju-da, o conhecimento microanatômico tem sido um dos pilares da formação da Neurocirurgia brasileira, o que nos

Paulo Kadri

Coordenador do Departamento de Base de Crânio da SBN

Ex-coordenadores do departamento de Base

de Crânio hoje têm lugar de destaque junto às diferentes estâncias

administrativas da SBN, o que muito

facilita a divulgação da filosofia da

subespecialidade

Paulo Kadri

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destaca em nível internacional, não só em apresentações de palestras anatô-micas, mas também em discussões de resultados cirúrgicos e seu impacto so-bre o tratamento e qualidade de vida de nossos pacientes.

Cursos de anatomia microcirúrgi-ca, entre os mais destacados do meio, são realizados rotineiramente sob a coordenação do professor Evandro de Oliveira, com a participação e es-tímulo de membros do departamen-to. Demonstrações de diversos aces-sos cirúrgicos, que muitos tiveram pouca oportunidade de presenciar, em dissecções em cadáveres, realiza-das pelos grandes mestres, também foram proporcionadas com o auxílio do departamento de Base de Crânio nos últimos encontros científicos (Sonesp 2012).

Em termos administrativos, a discussão e a integralização de soli-citações de seus membros em rela-ção à codificação de procedimentos

maior integração das subespecialida-des em nível institucional. Da mesma forma, buscamos estreitar as relações de troca de conhecimento com outras sociedades, neurocirúrgicas ou de ou-tras especialidades, que se envolvem no tratamento de lesões dessa área.

Defender, valorizar e difundir a atu-ação da subespecialidade e da Neuroci-rurgia, nos âmbitos científico, social e profissional, completam o anseio deste departamento e de seus membros.

também foi pauta da atuação do Departamento junto à Comissão de Exercício Profissional, luta esta que é de todos nós.

Promover o conhecimento e difun-dir novas técnicas, como endoscopia, radiocirurgia, robótica e neurogenéti-ca, e integrá-las ao tratamento de pa-tologias de base de crânio, têm sido almejado e estimulado para prover os armamentos técnico e científico ao ci-rurgião. Assim, há estímulo também a

Buscamos estreitar as relações de troca de conhecimento com outras sociedades, neurocirúrgicas ou de

outras especialidades, que se envolvem no tratamento de lesões dessa área

Paulo Kadri

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Homenagem ao Professor Doutor

roberto godoyPor Antonio Carlos Montanaro

Para mim é muito fácil falar de Roberto Godoy, apesar desta situação tão trágica que passa-mos com a sua perda no últi-

mo dia 6 de julho. O conheci há 30 anos quando eu,

recém-formado, vim para a Benefi-cência Portuguesa a fim de prestar concurso para residência em Neuro-cirurgia. Ele me recebeu muito bem e, como me formei no meio do ano, fiquei no serviço do professor doutor Walter Carlos Pereira por seis meses, até chegar a época de prestar a prova. Nesse período, fui amparado pelo Go-doy. Ele sempre me orientou e partici-pou ativamente de todas as aulas e reu-niões, sempre norteando e ensinando. No resto de minha residência, nem é preciso falar o quão importante ele foi para minha formação, como médico, neurocirurgião e homem.

Nascido em São Paulo em 30 de outubro de 1943, viveu sua infância no bairro da Aclimação. Godoy sem-pre foi uma pessoa extremamente inteligente e muito culta. Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), foi o primeiro colocado no concurso de residên-cia em Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da USP. Em 1972, foi convidado pelo doutor Walter Carlos Pereira a auxiliá-lo na condução de seu serviço no Hospital Beneficência Portuguesa. Fez pós-graduação e ob-teve o título de mestre e doutor tra-balhando com monitorização de PIC nos laboratórios de neurofisiologia do professor doutor César Timo-Iara

na Faculdade de Medicina da USP. Atuou na Associação Paulista de Me-dicina (APM) e também foi presiden-te do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), o que lhe custou um infarto agudo do miocárdio e posteriormente cirurgia para colocação de pontes de safena.

Terminada a gestão no Conselho Regional de Medicina, resolveu in-gressar em curso de Direito. Assim, em 1995, prestou concurso vestibular e ingressou na Universidade Paulis-ta, graduando-se bacharel em direito

Godoy sempre foi uma pessoa extremamente

inteligente e muito culta. Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo, foi o primeiro colocado no concurso de residência em Neurocirurgia do Hospital

das Clinicas da USP

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convites para palestras em associações de advogados.

Sempre interessado em participar da vida associativa, fez parte de diver-sas comissões nas associações médicas e jurídicas, como também no Hospital São Joaquim. Entre elas, a Comissão de Revisão de Prontuários no hospital, Comissão de Defesa do Consumidor na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e, atualmente, estava na Câ-mara Técnica de Políticas de Saúde no Conselho Regional de Medicina e Co-missão Especial de Planos de Saúde e Assistência Médica na OAB.

Nos últimos meses, vinha se dedi-cando com maior afinco para os resi-dentes de nosso serviço, deixando para mim a atividade de centro cirúrgico. Tínhamos montado uma dupla fantás-tica: ele ligado à parte administrativa da equipe e à parte teórica da residên-cia, enquanto eu às atividades práticas em laboratório e centro cirúrgico.

Sempre teve participação ativa jun-to à SBN, em vários mandatos, partici-pando de comissões e principalmente nesta última gestão com o doutor José Marcus Rotta, no assessoramento jurí-dico, visto que sempre foi um expoente da ética profissional.

Perdi meu mestre, sócio e grande amigo. Vou sempre me lembrar de nos-sas conversas sobre quais os melhores rumos a serem dados ao serviço e nas condutas aos pacientes, de nossas reu-niões para discussões de caso, de nossas aulas, nossas visitas e nossas reuniões para degustação de vinhos.

Infelizmente, o trem da vida não para e nós teremos de continuar nosso trabalho com o grupo: mantendo o atendimento aos pacientes que nos procuram e dando todo suporte aos residentes de nosso servi-ço. Espero que nessa condução, eu tenha a capacidade de manter a união, a atenção e a ética que sempre foram o grande lega-do deixado por Roberto Godoy.

Como advogado, publicou trabalho na Revista

dos Tribunais sobre a Responsabilidade Médica,

trabalho esse que lhe valeu vários convites para palestras em associações

de advogados

em 1999. No ano seguinte, prestou a prova da Ordem dos Advogados, sen-do aprovado. Como advogado, publi-cou trabalho na Revista dos Tribunais sobre a Responsabilidade Médica, trabalho esse que lhe valeu vários

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Notas de falecimento

Recentemente, a SBN e toda comunidade neurocirúr-gica brasileira perderam três grandes profissionais: Armando da Glória Jr., José Maria Pinheiro Rodri-

gues e Mario Ferreira Coutinho. Os anos dedicados à espe-cialidade e aos seus pacientes fizeram destes neurocirurgiões

referências para todos: para sua classe, para seus colegas e para os novos profissionais que surgiam.

Nesta edição, a SBN Hoje convidou alguns profissio-nais para que prestassem uma homenagem que, com cer-teza, é mais do que merecida.

Homenagem a Armando da Glória Jr.Por Carlos Henrique Ribeiro

A vida para nós é como um navio que sai de um porto e tem a sua rota.

Quando perguntou ao seu pai o que de-veria ser, o mesmo disse que poderia realizar

o concurso para maquinista ou tentar o vestibular para Medici-na na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com os seus méritos, passa no vestibular, em uma época que ainda não existiam cotas. Faz a sua residência no Instituto de Neurologia Deolindo Couto e depois passa no concurso do município, es-colhendo o Hospital Salgado Filho. Trabalhamos juntos, com o

Armando sempre procurando aprender e assimilar novas técnicas para o seu aperfeiçoamento. Culminou passando no concurso para médico militar no Corpo de Bombeiros. Ajudei-o na prova prática, auxiliando em sua cirurgia, e depois fui convidado para ser seu padrinho em sua formatura no Corpo de Bombeiros para entrega de espada. Em 2011, assumiu a chefia do Serviço de Neurocirurgia no Hospital Municipal Salgado Filho e, infeliz-mente, teve uma passagem rápida, até maio de 2012.

Ficará para sempre em nossas mentes o seu jeito bonachão com suas risadas largas e sempre tendo um caso para contar. Deixou-nos aos 42 anos bem vividos, sempre acreditando em Deus e tendo o carinho de sua esposa Simone e de seus filhos Pedro Henrique (5 anos) e Isadora (3 anos).

Homenagem a José Maria Pinheiro RodriguesPor Modesto Cerioni

No último 23 de maio, fomos surpreen-didos pelo falecimento do neurocirurgião José Maria Pinheiro Rodrigues, médico-

assistente do Hospital Heliópolis e do Hospital do Servidor

Público Estadual. Nascido em Manaus, AM, em 9 de maio de 1953, estudou na capital até completar o curso de Medi-cina. Fez residência em Neurocirurgia no Hospital da Benefi-cência Portuguesa em São Paulo entre 1977 e 1979. Atuou na es-pecialidade por mais de 30 anos em hospitais e prontos-socorros da grande São Paulo e do ABC. Com sua simplicidade, persona-lidade calma e sempre disponível, contribuiu para a formação de inúmeros residentes e hoje deixa amigos que conquistou.

Homenagem a Mario Ferreira CoutinhoPor Ivan de Mello Chemale

A Neurocirurgia brasileira perdeu um gran-de nome: Mario Ferreira Coutinho. Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade

do Brasil (atual UFRJ) no Rio de Janeiro, já demonstrava inte-resse pela Neurologia e Neurocirurgia, especialidades incipientes na época, influenciado pelos professores Ackerman e José Ribas Portugal, de quem foi assistente no Instituto de Neurologia do Rio de Janeiro. Aos 30 anos, foi transferido para Porto Alegre, RS. Com seu espírito inquieto e empreendedor, organizou o Serviço Neurologia do Hospital da Criança Santo Antonio. Pos-teriormente formou o Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, onde em

1973 iniciou uma das primeiras residências médicas em Neuro-cirurgia do estado. No mesmo ano participou como professor convidado do Serviço de Neurocirurgia do Professor Frowein em Colônia, na Alemanha. Nesta época, já ensinava Neurologia e Neurocirurgia na Faculdade de Medicina da Universidade Fe-deral de Pelotas (UFPEL) e, em 1975, entrava como professor de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (UFCSPA). Desde a sua chegada a Porto Alegre colaborou para a formação de mais de uma centena de neurocirurgiões. Apesar de estar aposentado de suas atividades acadêmicas desde 1993, manteve sua atuação no hospital, atendendo pacientes, orientando residentes e enri-quecendo as reuniões científicas até 2009. Aqueles que tiveram o privilégio de conviver com o médico sabem que ele é exemplo de dignidade, ética, desprendimento e dedicação à Medicina, aos seus amigos e pacientes.

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Visão da

diretoria de patrimônio sobre a gestão 2010-2012

Paulo Henrique Pires de Aguiar

Diretor de Patrimônio da SBN e Membro

da Comissão de Aperfeiçoamento da

SBN.

Estamos terminando os dois anos desta diretoria. Com ale-gria percebo que os objetivos propostos pelo Dr. José Marcus

Rotta foram alcançados:1- Modernizar a prova para título de

especialista tornando-a mais global, de-mocrática e indo ao encontro do ensino proposto pela SBN;

2- Disponibilizar um acesso melhor ao MEC e conjuntamente trabalhamos hoje pela integração das residências de maneira democrática e com regras estabelecidas as quais os serviços têm que se adequar;

3- Dignificar a obtenção e a valorização do título de especialista;

4- Proporcionar um diálogo amplo com a diretoria entre os membros da SBN que se sentissem prejudicados por segundas opini-ões, seguradoras, convênios ou por ataques de colegas, não ao procedimento, mas sim à pessoa enquanto ser político e jurídico;

5- Criar os guidelines básicos referentes às condutas no AVCH, cirurgia de coluna;

6- Trabalhar junto com a irmã Academia Brasileira de Neurocirurgia (hoje praticamen-te todos seus membros são membros da SBN) no sentido de fortalecer os interesses do Brasil no cenário político internacional com uma ação conjunta nas decisões políticas;

7- Coibir ações discriminatórias e for-talecer democraticamente as opiniões que são construtivas para a SBN;

8- Organizar sistematicamente o pa-trimônio desta instituição, que se eleva a cada ano, para proporcionar aos futuros gestores uma segurança e visão global administrativa a ser seguida;

9- Proporcionar facilidades ao neuroci-rurgião comum filiado a SBN junto ao Ban-co do Brasil para se obter financiamento do seu consultório e casa;

10- Organizar e sistematizar o site para um acesso simples e seguro com informa-ções pertinentes, bem como seu boletim;

11- Assegurar um balanço financeiro com prestações de contas extremamente fiel à receita e despesas, sem qualquer espólio ou desperdício do dinheiro desta instituição;

12- Elevar a qualidade da revista Arqui-vos Brasileiros de Neurocirurgia, hoje com notabilização, organização, melhora dos ar-tigos e estruturação, mantendo a tradição dos seus antigos editores;

13- Humanização do espaço e secreta-riado da SBN, proporcionando melhorias nas instalações;

14- Melhoria no ensino a distância com palestras em tempo real pela internet e com aumento de cursos, simpósios e con-gressos de sociedades afins;

15- Ampliar a relação política com as de-mais sociedades internacionais e aumentar o apoio aos neurocirurgiões jovens que, atra-vés da SBN, seguirão seu destino com expe-riência adquirida em serviços do exterior;

16- Equilibrar e ouvir os mais jovens e seus anseios junto à SBN para direcioná-los no seu caminho árduo que é a carreira de neurocirurgião, porém um caminho magnífi-co pela excelência da nossa profissão;

17- Tentar o diálogo e também pressio-nar as seguradoras e convênios de saúde, sem fechar a porta ao diálogo, e impossibi-litar o futuro do neurocirurgião por atitudes precipitadas. Sou testemunha das reuniões com Amil, Bradesco e outras;

18- Normatizar juridicamente ações de política interna e externa para se manter a ordem e disciplina, orientan-do colegas a atitudes éticas, legais e positivas em seus meios de trabalho e relacionamento (trabalho) magnífico de Roberto Godoy que, infelizmente, fale-ceu há poucos dias) e a normatização na política junto a órgãos governamentais, de Cid Célio;

19- Proceder uma passagem de gestão com segurança, amizade e respeito a Sebas-tião Gusmão, fornecendo os dados para que

ele possa trabalhar como se propôs, com efi-ciência e com objetivo comum que é a SBN;

20- Modernizar administrativamen-te e captar recursos para as melhorias propostas. Melhor relacionamento com patrocinadores para SBN.

Há muitos outros itens que poderia relatar, porém termino aqui. Para todos que acham fácil este trabalho, boa sorte, e lembrem-se de que perderão muitos dias do convívio familiar, ficarão sábados au-sentes de casa, gastarão horas de reunião e ouvirão críticas injustas, mas que são im-portantes para o desenvolvimento. Con-flito de ideias é salutar! E terão que seguir todos os dias, lembrando-se das tarefas e deste tempo difícil, mas compensador para a sociedade neurocirúrgica.

Obrigado aos amigos da diretoria: Marise, Eberval, Guedes, Eduardo Vellutini, Clemente, Godoy (in me-morian), Botelho, Modesto, Gabarra, professor Colli, Carlotti, professor Melo e aos demais pelo aprendizado e aco-lhimento nestes dois anos. Obrigado a você, Rotta, por cuidar tão bem da SBN nestes dois anos.

Obrigado ao Conselho da SBN e atual presidente do congresso, Marco Aurélio Marzullo, pelo convívio harmo-nioso e junto com a diretoria dignificar a profissão de neurocirurgião. Obrigado a Marli e Rose e, em especial, a Shirley, Sabrina e Priscila, sem as quais não po-deríamos avançar no nosso trabalho.

Obrigado aos poucos membros neu-rocirurgiões da SBN que nos criticam com veemência, pois podemos nos orien-tar para trabalharmos melhor, tentar ajudá-los a trabalharem melhor e, quem sabe, abrandar estes anseios impetuosos. Assim, no futuro orgulhar-se-ão do tra-balho como eu me orgulho pela SBN.

Boa sorte a Sebastião Gusmão e ao próximo presidente. Missão cumprida.

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Um biênio de Diálogo, ProJETos E

ParCErias

A Secretaria da SBN possui importante função. É o “braço-direito” que auxilia o presidente da entidade, no que diz respeito à condução das reuniões onde são tomadas as decisões e assentadas em ata. O di-

ferencial do biênio 2010-2012 foi a união de seus membros, que agiram em conjunto, como um time.

A diretoria manteve diálogo com as entidades de classe no mo-vimento associativista frente aos planos de saúde, com o Ministé-rio da Educação e com o Ministério da Saúde, além de uma refor-mulação na revista Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia. Para falar sobre as principais conquistas dessa gestão, a SBN Hoje conversou com o 1º Secretário SBN, Eberval Gadelha Figueiredo.

SBN Hoje: Como o senhor avalia a sua experiência como 1º Secretário da SBN? Quais conquistas do biênio 2010-2012 merecem destaque em sua opinião? Quais foram os principais avanços?

EgF: Foi um período de aprendizado da rotina de uma entidade representativa em que podemos colaborar com im-portantes conquistas alcançadas pela atual diretoria. Destaco as conquistas relativas aos honorários médicos para neurocirurgião no SUS, as melhorias no teste de título de especialista, os trabalhos da Comissão de Ensino e de Credenciamento, a melhor interlocu-ção com os hospitais universitários e a renovação e a dinamização da revista Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia. Além dos progressos concretos, há os de valores intangíveis. Foi importante o comprometimento, o desapego e o espírito de equipe demonstrados por todos, decisivos essa gestão.

SBN Hoje: Como foi ficar à frente da revista Arquivos Brasileiros de Neuro-cirurgia? Foi um grande desafio?

EgF: Foi uma honra. A revista era uma preocupação desta e de outras direto-rias. Apesar do esforço dos antecessores, os problemas da revista pareciam inso-lúveis. Assumimos, o professor Manoel Jacobsen e eu, em nome da universidade de São Paulo, imbuídos de uma estraté-gia simples e que parecia ser o lenitivo para a revista: aproximá-la das Univer-sidades, celeiro da produção científica. Traçamos objetivos de curto e longo prazo. Entre os de curto prazo, destaco: garantia de regularidade, mudança do projeto gráfico para dinamizar a revista e atrair leitores e prepará-la para uma futura indexação, sempre preocupados com a qualidade técnica dos artigos. Foi formado um corpo editorial inter-nacional, condição sine qua non para indexação em bases de dados interna-cionais. As normas de submissão foram alteradas, enfatizando-se a submissão eletrônica dos artigos, agilizando o pro-cesso de submissão, análise e edição. A base de dados Lilacs foi atualizada com as últimas edições da revista, sendo a estratégia de médio prazo a indexação na base de dados Scielo, cujos requisitos

são a regularidade e a existência de um corpo internacional de colaboradores. Todos os objetivos já foram atingidos e a revista trabalha com uma antecedência de oito meses, ou seja, todas as edições deste ano e a primeira edição de 2013 já estão fechadas. O apoio do presiden-te José Marcus Rotta foi fundamental para que cumpríssemos os compromis-sos. Todos os chefes de serviço do país foram convocados a publicar na revista. Ainda foram contatadas as principais bibliotecas do país para divulgação.

Dentre os objetivos de longo prazo estão a indexação da revista e a publi-cação de artigos em inglês. A indexação Scielo será solicitada e a partir de 2013 o título da revista será Brazilian Neurosur-gery, com subtítulo Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia. Os artigos em inglês terão prioridade, porém, durante esta fase de transição, artigos em português conti-nuarão a ser publicados. Estudamos a possibilidade de a edição impressa conter artigos em português e inglês, enquanto a versão eletrônica conteria apenas os de língua inglesa. Esta estratégia possui van-tagens: indexação mais rápida, melhor

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divulgação internacional e maior liberda-de aos membros da SBN para escolher a versão que melhor se adequa.

SBN Hoje: Qual a importância dessa publicação para os neurocirurgiões?

EgF: Os Arquivos Brasileiros de Neuro-cirurgia representam o esforço da co-munidade neurocirúrgica brasileira ao longo de décadas para se colocar em posição de destaque na Neurocirurgia mundial e formar uma das maiores en-tidades representativas do mundo. É indubitável o reconhecimento interna-cional da Neurocirurgia brasileira, com expoentes em suas subespecialidades Há uma flagrante incongruência entre a excelência assistencial e a produção científica e acadêmica nacionais.

A revista oficial da Sociedade tenta se colocar como genuíno e natural ve-ículo de divulgação científica e, para-lelamente, desempenhar seu papel de instrumento de educação continuada das novas gerações de neurocirurgi-ões. Após três décadas de existência, os Arquivos cumpriram parcialmente seus objetivos. Inúmeras dificuldades se interpuseram, e uma das mais sig-nificativas foi desvinculação da revis-ta com o meio acadêmico.

Previamente um empreendimento de poucos, destacando-se Gilberto Ma-chado de Almeida e Milton Shibata, a reconstrução da revista foi agora tarefa de todos. A reformulação foi mais do que mudança de layout. Foi uma mu-dança de concepção do que seja uma revista científica e uma tentativa de tornar os neurocirurgiões brasileiros partícipes e co-responsáveis com o pre-sente e o futuro dos Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia.

SBN Hoje: Qual balanço final o senhor faz da gestão?

EgF: Sem dúvida muito positivo. Hou-ve conquistas em relação à moderniza-ção da prova para título de especialista e uma nova abordagem didática em sua aplicação. A interação com os Ministé-rios da Saúde e da Educação foi estreita-da e conquistas relacionadas à remune-ração SUS e a integração das residências MEC/SBN foi consolidada. Demandas adicionais estão em andamento no Mi-nistério da Saúde visando a um reajuste

na tabela do SUS que beneficiem a to-dos nós e aos nossos pacientes. Maior atuação da diretoria no atendimento a membros da SBN em assuntos relacio-nados a seguradoras e planos de saúde foram implementados.

Novas diretrizes foram elaboradas junto à AMB, mormente na área de vascular e coluna. O site foi reformulado e seu conteúdo acrescido, permitindo acesso aos membros às principais revis-tas da especialidade, facilitando a reci-clagem de conhecimentos e a educação continuada. Palestras on-line foram ofe-recidas, premitindo fácil acesso às infor-mações aos colegas e aos residentes. Foi criada a SBN News, uma nova iniciativa em que jovens da cada subespecialidade discutem artigos de periódicos do site da SBN. Os membros recebem estas dis-cussões por e-mail e são incentivados a consultar o site.

Ressalto também o trabalho da Tesou-raria, representada pela Marise Audi, que, com maestria, administrou os recursos. A minúcia dos dados que apresentava era impressionante e demonstrava o zelo de toda a diretoria. Destaco o empenho do saudoso Roberto Godoy nas questões jurídicas, que foram resolvidas com a sabedoria e ponderação que lhe eram próprias. A reformulação dos Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, também foi

uma grande realização. Destaco o traba-lho individual de todos os membros da diretoria: José M. Rotta, Benedicto O. Colli, Marco Túlio França, Marise A. F. Audi, Modesto Cerioni, Cid Carvalhaes, Clemente B. Pereira, Eduardo Vellutini, José Fernandes Guedes, Jânio Nogueira, Paulo H. Aguiar, Paulo Ronaldo J. Ribei-ro e Ricardo Botelho. Foi uma diretoria que trabalhou em uníssono, escolhida com precisão pelo presidente.

SBN Hoje: Qual a expectativa sobre o próximo biênio da SBN, que será pre-sidida por Sebastião Gusmão?

EgF: As melhores possíveis. Sebastião Gusmão dispensa apresentações. É figura de destaque, amplamente co-nhecida e representará com muito trabalho e dignidade os neurocirur-giões do país. É conhecedor de nossa prática e de nossa história. Seus ser-viços prestados à SBN são muitos e sua capacidade de trabalho, caráter conciliador e espírito agregador o credenciam a se tornar um grande presidente. Tem um compromisso assumido de manter e aprofundar as conquistas alcançadas, mas tomará iniciativas novas que permitirão adi-cionais avanços. Representa, em suas próprias palavras, continuidade sem continuísmos.

A partir de 2013 a revista oficial da SBN passará a se chamar Brazilian Neurosurgery

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Educação médica

PROFISSÃOPERIGO:

porteiros do infernoPor Sergio Listik Médico.Especialista em Neurocirurgia.Ocupa atualmente a

2a.Vice-Presidência da SONESP.

empregam-se compromissados ao jura-mento hipocrático.

De partida, forçoso lembrar que nesta Província, o atendimento às emergências alicerça-se em alguns hospitais estaduais e municipais (que são poucos e estrutu-ralmente incompletos), em hospitais-escola, universitários ou não, e nas Mise-ricórdias, as "hollyhouses". Dos hospitais regionais estaduais-municipais, pode-se dizer que aumentaram em número, mas a população quer da província, quer dos irmãos pátrios que aqui acorrem em bus-ca de socorro, aumentou muito mais, ou seja, pioramos em relação ao passado, na prática. Ademais, não são nosocômios completos. Uns têm isso, mas não têm aquilo; outros têm aquilo, mas não têm isso. Quanto aos hospitais universitários ou escola, estes, sempre necessitados de verba, celebram convênios com o "bu-reau" da saúde, cujo resultando prático transforma-os em depositários de nú-mero inadmissível de pacientes, quer de alta, quer de baixa complexidade, já que o "sistema" não funciona bem, nem me-dianamente bem. Pior, ao serem submis-sos a isto, passam a falhar em seu mister primordial, que é o de formar bem aos médicos, transformando acadêmicos e residentes em tocadores de hospitais de batalha, nos quais a última preocupação é o ensino. Aí vem uma destas áureas fi-guras dos novos tempos, membro de câ-mara temática das urgências no Egrégio e do corpo médico de vetusta instituição nos altos do Araçá, dizer que o hospital universitário deveria ser reservado só para

patologias terciárias ou de altíssima com-plexidade. E o aprendizado das cousas de menor complexidade, se fará donde? Na casa de Irene, talvez?

Ah! Que saudades do “fellow”, Prof.Waldomiro de Paula. Este sim era mes-tre verdadeiro.

Já as "Holly Houses" (some not so holly)também, sempre em busca de re-cursos, celebram seus convênios com o establishment da saúde pública. Já que os pagamentos SUS são risíveis, quer das diárias hospitalares (percebe-se me-nos que um hot-dog no sujinho), quer dos gastos nos insumos (menos que uma arruela por unidade na Florêncio de Abreu), isto sem falar dos procedi-mentos médico-cirúrgicos até de grande porte (menos que uma ida ao borrachei-ro), criou-se o tal do "pró holly house", que repassado pelo executivo da Provín-cia, acertaria as contas, por assim dizer.Mas, novamente, surge aquela história da carochinha: esqueceram de combinar o acordo com o corpo clínico, homessa! Este se queixa de que não recebe repasse deste combinado, ficando só nos tostões que não pagam o borracheiro. Recla-mado este "pequeno detalhe" junto às mordomias e provedorias das "holly", estas afirmam que não recebem o pro-metido. E assim vai, como nos 500 anos de nossa história em saúde pública. Isto sem mencionar uma eterna dúvida que se tem, quanto ao fato das instituições que mesclam atendimento SUS aos da saúde suplementar receberem as ver-bas SUS, mas destinarem sua estrutura

Participei recentemente de ses-são aberta em nosso Egrégio que versou sobre a situação

do atendimento hospitalar às urgências e emergências nesta Província Tropicália. Discursaram alguns facultativos, dois destes até nobres membros da Edilida-de. De suas falas, não deu suco, como, aliás, era de se esperar. Falou também, jovem e brilhante Promotor de Justiça, afeito às questões da Saúde Pública. Este, direto aos pontos, não tergiversou e, ao contrário do juízo que esculápios fazem do Ministério Público, culpou à Sociedade, e aos seus (des)governos, pela famélica situação do atendimento público hospitalar às emergências.

Estando, vira e mexe como vice da SONESP para assuntos do exercer da profissão (e sempre obediente à máxima que vice não fala, muito menos escreve e jamais opina), frequentemente ouço quei-xumes dos colegas desta coisa envolvendo o atendimento das urgências, e sua (des)regulação. Apesar de sempre, nestes anos neurocirúrgicos, na lida com tais cousas, desde a residência e na labuta diária, quer no público quer no sistema suplementar, achei que deveria enxergar com olhos próprios como estava esta novidade, pa-rida alhures e para cá importada, da “re-gulação” dos atendimentos e provimento dos recursos às sangrias desatadas.

É preciso compartilhar esta desven-tura em série. Aquilo com que convivi e me imiscui, nem sempre com o melhor de mim, é epopeia nos infernos, em cujos diferentes círculos, nas portarias,

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Estando, vira e mexe como vice da SONESP

para assuntos do exercer da profissão, ouço queixumes dos colegas envolvendo o atendimento das

urgências, e sua (des)regulação”

muito mais aos casos de seus convênios suplementares, por assim dizer.

Nesta Província, vastas regionais da saúde pública dependem visceralmente das "Holly Houses”.

E a “regulação”? Bem, esta atividade é relativamente nova, tendo nascido por penada dos (des)governos nas 3 esferas.Foi importada de sociedades alienígenas, culturalmente muito diversas da nossa.Nossos Egrégios, sempre prestativos às "ôtoridades" de plantão, açodadamente publicaram resoluções formatando a no-vidade. Quando se lê tais preciosidades, verifica-se que tudo é muito frouxo, sem muita sustança, ou seja, não está ainda bem normatizado, assentado, sempre na filosofia "vai que dá" ou "empurra que eu vou", tão característica de nosso modelo tropicalista. Não está nem de longe regu-lamentado, até propositalmente, o limi-te de atuação da "regulação" quer ética, quer juridicamente.

Ora, onde não há norma ou limite, viceja o conflito, a diatribe, a agressão, o desrespeito e tudo o mais do bom e me-lhor do ser humano, que como já escrevi, é o grande problema da Humanidade.Mas, e os reguladores? Com estes con-vivi, sendo por alguns meses, agregado à plêiade. Como tudo nesta Pindorama, trata-se de juntado de diferentes matizes. Há os que já passaram pela profissão em nobres funções de diferentes especialida-des, inclusive com vasta experiência em urgências (e que, portanto, muito po-dem contribuir em regulação). Há os que nisto estão, contingencialmente, fruto do mercado de trabalho desfavorável (e isto não deixa de refletir em sua ação regu-latória).Há os recém-formados, médicos graduados há poucos meses, e que assim mesmo são contratados para regular e in-teragir com situações que requerem mais vivência, até para dialogar com proprie-dade e respeito com docentes dos hos-pitais-escola. Mas nisto estão percebendo para custear seus cursilhos preparatórios às residências. O inverso também é ver-dadeiro, quando reguladores calejados na profissão são cabalmente desrespeitados no trato por jovens colegas, impetuosos em sua juventude, algo arrogantes por sua pouca vivência, nas incontáveis situa-ções a “regular”. Enfim, uma torre de Ba-bel, onde cada um fala uma língua, cada um se acha o dono da verdade, onde os

instrumentos de trabalho, os tais cadernos e fluxogramas de regulação, ou estão ca-balmente incompletos e desatualizados, ou mais parecem o mapa dos infernos, cujas "flechas" levam do nada a lugar nenhum.

Mas para quem administra ou cria tais fluxogramas, tudo vai muito bem, obrigado. De seus postos de coman-do, das escrivaninhas que pilotam, o horizonte sempre se vê de um azul celestial, calmo e seguro. Já ao pé do chão, campeia a desgraça, a morbi-dez e a mortalidade. Campeia o mau relacionamento e o mau resultado. Quem a isto tudo comanda, me fazem lembrar o "scheissmeister", citado por Jean François Steiner em sua premiada obra-prima. Mas, "scheiss" à ilharga, que soberba rescendem, meu Pai!

Para ouvir,a propósito,entendendo:

http://www.youtube.com/watch?v=AxwiLowC44I, http://www.youtube.com/watch?v=QMRPcOVeYXk

dane, nada tenho com isso". E vivam as “hollyhouses”! Jovem contratado, de ve-tusta casa do saberno meio-oeste da Pro-víncia, me perguntou (com voz de cas-trati), após ter-lhe apresentado um caso envolvendo mãe e filho recém-nato, se eu estava lhe telefonando para dizer "oi".

Ora, que eu saiba “oi” é breque de boi, né?

São alguns exemplos que me voltam às lembranças. Um asqueroso Decame-ron, transposto aos nossos tempos, de arregalar os olhos a Boccaccio. Ora, até nas mais pobres Casas de Tolerância há regras, códigos e certa Ética nos afaze-res. Nisto que discorro, a norma rígida é considerada empecilho; campeia a utopia, a demagogia, só expondo a to-dos: solicitantes receptores, reguladores e aos necessitados.

Mas a Geni do momento é a regu-lação, pois é carne fresca nesta arena.Cuidem-se os reguladores.

Já para quando há problema sem aparente acordo ou solução, construiu-se esta joia nominada "vaga-zero". Em sua essência, entendia-se o provimento de um atendimento em local próximo, de recurso não existente originalmente. Assim, levar aonde cirurgião há, pa-ciente que se, operado na urgência não for, perecerá. Ou, recurso diagnóstico fundamental, a proteger a condição do doente, oferecendo suporte irretorquí-vel às condições críticas. Mas disto, que o bom senso dá guarida, expandiu-se para, por exemplo, transferir-se a uni-dades de terapia intensiva, onde leito intensivo não há, e por aí vai.

Nestes infernos, nem anjos caídos há. Qual em Sodoma e Gomorra, não se encontrará um justo sequer. Este re-lato não é um clamor. É um pedido de desculpas. À Vida. Pelo mau jeito.

Por fim, é obrigatório escrever que tudo isto é uma obra de ficção. Claro. Quem em sã consciência pode crer, que no século XXI, em 2012, nesta 5ª. eco-nomia do planeta, neste Gigante pela própria natureza, nesta Província de far-tura Bandeirante, isto possa ocorrer?

No dia a dia destadesordem, o pior do ser humano se retrata: maus modos; per-fídia; insensibilidade; insensatez; omissão; a mentira e por aí vai. Quem pede a re-gulação, muitas e muitas vezes esquece-se que o profissional responsável pelo pa-ciente é aquele que com o paciente está. Não adianta omitir-se, ou carregar nas tintas da eventual condição do doente, mentindo, factualmente. De quem, em recurso melhor está, a falta do bom senso; da solidariedade quer ao doente, quer ao companheiro. Jamais esquecerei situação em que na pequena cidade, colega, aos prantos, mantinha paciente vivo, com prognóstico na ventilação manual, pois mecânica não havia, e, vetusto "profissional" a 20km de proximidade, quando por mim consultado, verbalizou: "que se

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Dicas de Viagens

Belas paisagens naturais e o rico patrimônio histórico, artístico e cultural fazem de Roma um dos principais destinos de tu-

rismo internacional. Apesar do trânsito caótico e da poluição, realidade comum das metrópoles, Roma é irresistível de-vido a seus restaurantes, animados ca-fés na calçada, lojas elegantes e mais de 300 fontes iluminadas.

Os principais monumentos da capi-tal italiana estão localizados no centro histórico, sendo possível explorá-los a pé mesmo. Assim, os turistas podem aproveitar e apreciar a arquitetura histó-rica das estreitas ruas e das belas praças de Roma. No entanto, os que tiverem preferência pelo transporte público po-dem encontrar passagens nas tabacarias e bares que exibem a placa azul com a letra T, ou nas próprias estações e gui-chês. É bom lembrar que as passagens têm duração de 75 minutos.

Os pontos mais visitados da Cida-de Eterna são o Coliseu, maior an-fiteatro romano, onde aconteciam os famosos combates entre gladiadores, as escadarias da Piazza di Spagna,

uma das praças mais deslumbrantes de Roma, a famosa Fontana di Tre-vi, maior e mais ambiciosa fonte da Itália e o Panteão de Agripa, o único edifício construído na época Greco-romana que ainda se encontra em perfeito estado de conservação.

Para quem quer conhecer a Roma cristã, o ideal é começar seu passeio pelo Vaticano, o menor Estado do mundo. O museu do Vaticano guarda valiosas coleções de artes e antiguida-des, reunidas pelos diversos pontífices

romanos. Imperdível também são a Capela Sistina, com seus famosos afres-cos no teto pintados por Michelangelo, e a Basílica de São Pedro, um dos mais importantes santuários católicos. É im-portante levar um xale e calças compri-das, mesmo em dias de calor, pois não é permitida a entrada de turistas vestidos com bermudas e regatas na basílica.

A noite de Roma também é muito animada. O Teatro dell’Opera promove eventos inesquecíveis, em especial o Rome Opera Ballet. Quanto ao entretenimento ao ar livre, as melhores opções estão ao longo da Via di Monte Testaccio, onde acontecem concertos de jazz no verão. Os barzinhos e cafés mais recomendados encontram-se espalhados por Via Vene-to, Piazza della Rotonda e Piazza Del Po-polo. É uma ótima opção para sentar e conversar, bebendo um bom vinho. Por último, existe a boate Alpheus, na Via Del Commercio. É uma das boates mais animadas da cidade, com três pistas, cada uma com um estilo musical diferente. A noite de Roma oferece atrações para todo o tipo de pessoa, locais e turistas, de todas as idades.

Roma: a Cidade Eterna

Os principais monumentos da capital

italiana estão localizados no centro histórico, sendo possível explorá-los a pé

mesmo

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Rimini: encantos da costa italiana

A lém de visitar Roma, os turistas podem aproveitar para conhecer Rimini, um dos locais mais visitados da

região costeira da Itália está a apenas 400 quilômetros da capital. A cida-de será sede do próximo congres-so italiano de Neurocirurgia, o 61º Congresso Nazionale SINch Joint Meeting with SBN, de 11 a 14 de outubro desse ano. Será uma ótima oportunidade para conhecer a Itália e essa bela cidade banhada pelo mar Mediterrâneo.

Além do neurocirurgião brasileiro se atualizar durante o congresso, o profis-sional também pode conhecer um pou-co mais dos encantos dessa charmosa cidade. Apesar de bastante tradicional, Rimini oferece atrativos para todos os tipos de turistas, desde os clássicos pas-seios culturais, conhecendo a história das construções e dos monumentos, até passeios animados para conhecer a noite do local. Além disso, suas belas paisagens marítimas naturais não dei-xam a desejar. É um destino ideal para casais, famílias e amigos.

Um dos passeios mais indicados aos turistas é conhecer a orla da cida-de, banhada pelo mar Mediterrâneo. Um dos lugares mais badalados para passar o dia embaixo do sol é o Bagno Egisto 38, ponto da praia que conta com enorme infraestrutura e onde você é acariciado pela leve e constan-te brisa do mar.

Outros pontos que nenhum turista deve deixar de visitar são: Tempio Mala-testia, catedral da cidade construída no século XV; Rocca di San Leo, fortaleza

localizada no alto de uma montanha, o que proporciona uma vista da cidade de tirar o fôlego; Arco d’Augusto, arco construído em 27 a.C. em homenagem ao imperador Augusto. Ele marcava o fim da Via Flaminia, que ligava a ci-dade à capital; e Castel Sismondo, um verdadeiro castelo do século XV. Vale fazer o passeio para se sentir um verda-deiro nobre.

Rimini, da Neurocirurgia aos pas-seios clássicos, sem deixar de fazer uma paradinha na praia.

O 61° Congresso Nazionale SINch Joint Meeting with SBN acontece de 11 a 14 de outubro desse ano. Será uma

ótima oportunidade para conhecer a Itália e essa bela cidade banhada

pelo mar Mediterrâneo

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Almanaque Cultural

Teatro

Bom retiroPara comemorar seus 20 anos, o grupo Teatro da Ver-

tigem apresenta um espetáculo itinerante onde o público acompanha os atores em uma caminhada pelas ruas do Bom Retiro. O ponto de encontro é a Oficina Cultural Oswald de Andrade. O Bom Retiro é um lugar no qual predomina o comércio, mas no final do expediente, as portas fecham e a região se transforma em um bairro fan-tasma. As ruas são tomadas por personagens assombrados pela história, pela febre de consumo, pela ânsia de trans-formação e pelo trabalho. Direção de Antônio Araújo e dramaturgia de Joca Rainers Terron.

Oficina Cultural Oswald de Andrade | Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, São Paulo – (11) 3255-2713 – Quinta a sábado, às 21h; Domingos, 19h. Ingressos a R$30. Até 30 de setembro.

o Mágico de oZ - o MusicalO espetáculo conta a história de Dorothy, menina órfã

que mora com os tios em um sítio. Ela sente-se incompreen-dida por seus familiares e resolve fugir de casa levando Totó, seu cachorro de estimação. Mas um tornado aparece e carrega a garota para uma terra encantada, o Mundo de Oz.

Neste reino de magia, seu maior desejo é voltar para seu lar, mas, para tanto, precisa encontrar o Mágico de Oz, homem poderoso que realizará esse pedido. No caminho encontra Leão, Homem de Lata e Espantalho, companheiros que tam-bém precisam de um favor do grande mágico. Estrelado por Maria Clara Gueiros, Lúcio Mauro Filho e Malu Rodrigues.

Teatro João Caetano | Praça Tiradentes s/n, Rio de Janeiro – (21) 2332-9166 – Sexta às 20h, sábado às 16h e 20h e do-mingo às 15h. Ingressos de R$50 a R$100. Até 7 de outubro

Ato de coragem(Act for valor, Estados Unidos, 2012)

Os conhecidos Navy SEALs são a divisão de elite da Marinha dos Estados Unidos e também os protagonistas dessa produção, que conta a história da tentati-va dos militares em resgatar um agente da CIA que foi sequestrado. O elenco conta com as presenças de verdadeiros oficiais da Marinha, mas seus nomes não apare-cem nos créditos. Com Timothy Gibbs e Roselyn Sanchez. A direção é da dupla Mike McCoy e Scott Waugh.

A música segundo Tom Jobim(Brasil, 2011)

O universo da música de Antonio Carlos Jobim não cabe em palavras. Foi com essa ideia e a sensibilidade aguçada que o diretor Nelson Pereira dos Santos, ao lado de Dora Jobim, encarou o desa-fio de desvendar em filme a trajetória do compositor brasileiro, de alcance interna-cional. Escolheram o caminho sensorial da imagem e do som para exibir o traba-lho do músico, considerado, ao lado de Villa-Lobos, um dos maiores expoentes de todos os tempos da música brasileira.

Cinema DVD

Sabor do Brasil(Alice Granato e Sergio Pagano,

editora Sextante/GMT)O livro é

fundamenta-do em repor-tagens sobre o interior do país. Para produzí-lo, os autores vi-sitaram cida-des e regiões, levantando a vocação na-

tural de cada uma delas, seus produtos genuínos e suas influências, conhece-ram mercados e feiras, observaram os modos de consumo, as pessoas e os artistas que retrataram esses locais. Sa-bor do Brasil desvenda o rico universo da cozinha regional sob um ponto de vista contemporâneo. É uma obra de referência para quem deseja conhecer nossa cultura gastronômica.

Livro

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