Hora de Crescer

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Edição 127 - Outubro 2013

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3revista notícias da construção / outubro 2013

Sergio Watanabeé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CbiCe diretor da Fiesp

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

Lições do Oriente

Precisamos de políticas que elevemos investimentos em produtividade

e d i t O r i a L

Na recente Missão Técnica do Sindus-Con-SP ao Japão, em setembro, nos depa-ramos com um estreito terreno no centro de Tóquio, onde nada menos de dez equi-pamentos, entre fresas, guindastes e gruas, trabalhavam simultaneamente.

Ao visitarmos a Misawa Homes, tive-mos a oportunidade de conhecer uma tecno-logia inovadora de pré-fabricação de casas. A partir de um acurado planejamento custo-mizado e da fabricação de pré-moldados, a empresa é capaz de montar uma residência de 1º Mundo em menos de um dia.

Preocupação idêntica com o planeja-mento e a qualidade na execução foram res-ponsáveis pelo feito da construtora Obayashi, que em 2012 concluiu a Skytree, a torre de comunicações mais alta do mundo, com 634 m, na capital japonesa.

Também tivemos a oportunidade de presenciar a cooperação – e não o antagonis-mo – entre o governo e a iniciativa privada, para viabilizar operações urbanas que não só dão margem a gigantescos empreendimentos mistos, como revitalizam extensas áreas de-terioradas e melhoram a mobilidade urbana.

A mesma cooperação se fez sentir em iniciativas de construtoras japonesas na pesquisa e no desenvolvimento de novos materiais, sistemas construtivos e sustenta-bilidade, bem como em soluções visando o desenvolvimento de cidades “inteligentes”, voltadas ao bem-estar de seus cidadãos.

Enquanto no Japão todo esse desen-volvimento continua em pé mesmo que a economia daquele país tenha parado de

crescer nos últimos 20 anos, no Brasil ti-vemos crescimento econômico em meio à crise internacional, o que foi benéfico, mas lutamos diariamente contra a deterioração do ambiente de negócios.

No caso da construção, enfrentamos um problema adicional. Entre 2007 e 2011, en-quanto os salários no setor cresceram 3,2% acima da inflação ao ano, a produtividade caiu 5%. Esta situação não pode continuar, sob pena de nossa atividade se inviabilizar.

Para elevar a produtividade, boa parte do setor tem se mobilizado via treinamento da mão de obra e elevação do nível de in-dustrialização. Mas este esforço não será suficiente se não houver uma firme determi-nação dos governos da União, dos Estados e dos Municípios, em formular políticas que proporcionem horizontes à construção.

Por exemplo, falta pouco mais de um ano para o término da atual gestão do governo federal e o Programa Minha Casa, Minha Vida ainda não foi transformado numa polí-

tica de Estado. Essa perenização é funda-mental para assegurar um fluxo firme de in-vestimentos sem os quais a industrialização nesse segmento não prospera, obrigando-nos a seguir edificando com práticas artesanais e pouco produtivas.

Outra condição necessária ao aumento da produtividade é a diminuição da carga tributária. No próximo mês, a construção ingressa na desoneração da folha, que vai beneficiar quem faz uso de mão de obra intensiva, mas prejudicará justamente quem se modernizou pela industrialização e pela subcontratação de serviços especializados. Precisamos de uma desoneração para valer, que nos permita de fato investir no aumento da produtividade.

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4 revista notícias da construção / outubro 2013

• Trabalhadores do ABC lotam auditório do Sesi• Evento congrega 200 trabalhadores em Bauru

SinDUSCon-SP eM aÇÃo .......................... 37• Sindicato vai à Conferência Nacional das Cidades• Cônsul-geral da Alemanha visita o SindusCon-SP

regionaiS ............................................... 42• Falcão Bauer conclui palestras em Santo André• Santos debate a logística portuária• São José dos Campos discute desoneração• Formalizada a criação da CPR em Franca• Sorocaba lança curso superior de construção

s u m á r i O

QUaLiDaDe .............................................. 10• Setor busca inspiração na inovação

HabitaÇÃo .............................................. 12• PDE: Prefeitura acolhe parte das propostas• SindusCon-SP defende um MCMV perene

reLaÇÕeS internaCionaiS ..................... 17• Japão: um tsunami de inspiração• Visita à torre mais alta do mundo• O edifício que menos emite CO2

• Prédio tem 50 itens de sustentabilidade• Operações urbanas feitas com sucesso• Demolição “ecológica” inova• Casas são montadas em um dia• Construtoras investem para inovar• Construtora financia cidade “inteligente”• Embaixada do Brasil abre as portas

Meio aMbiente ....................................... 27• SindusCon-SP discute resíduos em Conferência• Recuperação de terrenos requer incentivos

reLaÇÕeS CaPitaL-trabaLHo ................. 33• SindusCon-SP prestigia Prêmio Seconci-SP• Ishikawa recebe premiação no Chile• Megasipat reúne mais de 350 em Sorocaba• Ribeirão sorteia de cursos de qualificação

C a p aSEMINÁRIO MOSTRA POTENCIALDOS PRÉ-MOLDADOS NO PAÍS .............6• Patologias em fundações assustam• Controle de execução: sempre na mira• Em busca da “engenharia de relacionamento”

Conjuntura | Robson Gonçalves .............................5

gestão da obra | MaRia anGélica covelo silva ..........25

empreendedorismo | MaRco antonio conejeRo ........26

Marketing de relacionamento | Rodolfo ZaGallo .28

Saúde | jeffeRson Podestá bRandão .........................30

gestão empresarial | MaRia anGelica l. PedReti ......36

Marketing | antonio jesus de bRitto cosenZa .............38

Soluções inovadoras | KaRina YuMi iaMato e josé MaRia de

caMaRGo baRRos................48

Construção da Carreira | feliPe scotti calbucci ....50

c O L u n i s t a s

MobiLiDaDe UrbanaA Missão Técnica do SindusCon-SP observou no Japão uma solução de mobilidade que também evita a deterioração urbana: vias expressas suspensas, às vezes de três andares, com construções na parte inferior destinadas ao comércio e aos serviços.

Alexandre de OliveiraPresidente da CompraCon-SP (Associação de Compras da Construção Civil no Estado de São Paulo)

CULtUra MiLenarNa Missão Técnica ao Japão, vimos o respeito, o comprometimento, a competência e a obstinação das pessoas em suas atividades.

Renato Genioli Jr.Coordenador do Comitê de Trabalho de Sistemas Prediais do CTQ do SindusCon-SP

eSCreva Para eSta SeÇÃoe-mail: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

v O z d O L e i t O r

“O papel desta revista foi feito commadeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

PresidenteSergio Tiaki Watanabe

Vice-PresidentesCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos NetoHaruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

DiRetOResPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

DiRetORes DAs ReGiOnAisEduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Elias Stefan Junior (Sorocaba)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Rogério Penido (São José dos Campos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

RepResentAntes JuntO à FiespTitulares: Eduardo Ribeiro Capobianco,Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti,José Romeu Ferraz Neto

AssessORiA De impRensARafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

cOnselhO eDitORiAlDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

supeRintenDenteJosé Luiz Machado

eDitOR RespOnsávelRafael Marko

ReDAÇÃONathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Homero Ferreira (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

ARte e DiAGRAmAÇÃOMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

puBliciDADeVanessa Dupont - (11) 3334-5627Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312Bruna Batista Avelino - (11) 3334-5659Thiago Rodrigues - (11) 3334-5637Vando Barbosa - (11) 97579-8834Jéssica Schittini - (11) 96646-6525André Maia - (21) 7834-5379Eneida Cristina Martins - (11) 99942-7403 Hamilton Silva - (11) 7714-1148

enDeReÇOR. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

central de Relacionamento sinduscon-sp(11) 3334-5600

ctp/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

tiragem desta edição: 15 mil exemplares

Opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do sinduscon-spnoticias@sindusconsp.com.brwww.sindusconsp.com.brfacebook.com/sindusconsptwitter.com/sindusconspyoutube.com/sindusconspmkt

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5revista notícias da construção / outubro 2013

robSon gonÇaLveS é professor dos Mbas da Fgv e consultor da Fgv Projetos

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Das muitas coisas descabidas que se es-pera dos economistas, a mais angustiante é a capacidade de prever o futuro. E muitos de nós simplesmente não resistem a sacar números da cartola. Meses depois, voltam para explicar porque erraram. Mas nem tudo é tão incerto sobre o futuro. A essa altura do ano, por exem-plo, começa a ficar claro que o crescimento do PIB deve superar os 2%, desmentindo os mais pessimistas, como eu.

Acontece que o PIB é um dos animais mais estranhos e mais incompreendidos da fauna econômica. Por exemplo: qual leigo sabe o que é “efeito carregamento”? Esse fenômeno está ao mesmo tempo puxando as projeções de 2013 para cima e as de 2014, para baixo.

A coisa é simples. Quando dizemos que o PIB cresceu x% em determinado ano, o que estamos medindo não é a variação entre janeiro e dezembro, o chamado “ponta a ponta”. O crescimento do PIB confronta o nível médio de um ano contra o nível médio de outro. Mas, o que acontece quando o ano já termina muito acima da média? Isso faz com que o ano se-guinte já abra em um nível alto, favorecendo o crescimento. Esse é o efeito carregamento.

Vamos a um exemplo. Suponha que, ao longo de 2013, o PIB trimestral teve a seguin-te sequência (já descontada a inflação): 100 no primeiro trimestre, 102 no segundo, 106 no terceiro e 112 no quarto. Média do ano: 105. Se, no ano seguinte, o PIB estagnasse, mantendo-se nos mesmos 112 do final de 2013, qual seria o crescimento? A resposta ingênua é: “Ora, se o PIB ficou parado de janeiro a

dezembro de 2014, então o crescimento foi zero!” Lego engano! Se a média do ano foi 112, o PIB de 2014 ficou 6,7% acima da média de 2013, que foi de 105.

Agora, imagine o contrário. Suponha que o PIB de 2013 teve a seguinte sequência trimestral: 112, 106, 102, 100. O contrário da sequência anterior, certo? Mas com a mesma média 105. Se o PIB de 2014 ficasse parado no nível de 100, o crescimento no ano seria negativo em 4,8%, pois 100 (média 2014) estaria abaixo dos 105 (média 2013).

Agora, vamos aos fatos concretos. O cres-cimento do PIB brasileiro no segundo trimestre do ano surpreendeu favoravelmente. A alta foi de 1,5% contra o trimestre anterior, já descon-

tada a sazonalidade. Mais investimento, mais exportações, bom desempenho da agropecuária. Tudo aparentemente muito bom. Quer dizer, bom

no horizonte do ano de 2013. Mas, o que será o amanhã?

Os efeitos da forte alta da taxa de câmbio costumam ser desfavoráveis ao crescimento no curto prazo. Os custos se elevam, as em-presas importadoras perdem rentabilidade, a classe média se sente mais pobre, pois se recusa a cancelar as férias de final de ano na Flórida. Até que os efeitos benéficos apare-çam, demora um pouco.

Sendo assim, devemos fechar 2013 com menos crescimento do que na média do ano. Graças a isso, o efeito carregamento não vai favorecer tanto o desempenho de 2014. Entra-remos o ano em ritmo mais lento, até, quem sabe, engrenar lá pelo segundo semestre. Mas, estatisticamente falando, o ano que vem deverá ter um PIB com menos brilho do que 2014. O tempo, senhor da razão, é quem dirá.

O que será o amanhã?

O crescimento do PiB no início de2014 deverá ser em ritmo mais lento

c O n j u n t u r a

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c a P a

estruturas:hora de crescer

O segmento de pré-moldados não para de crescer no Brasil. A Abcic (Associação Brasileira de Construção Industrializada de Concreto) diz que a expectativa de aumento deste sistema em 2013 deverá ficar em torno de 9%. Mesmo assim, quem ousa apostar nesta forma industrializada ainda enfrenta obstáculos, demonstrou o arquiteto e urba-nista Sidonio Porto, ícone de projetos com sistemas industrializados e pré-fabricados, em sua palestra no 15º Seminário “Tec-nologia de Estruturas: projeto e produção com foco na racionalização e qualidade”, realizado em setembro pelo SindusCon-SP, por meio dos Comitês de Tecnologia e Quali-dade (CTQ) e de Meio Ambiente (Comasp), no Caesar Business São Paulo Faria Lima.

Desde 1966, suas construções mostram ser possível projetar e realizar obras de su-cesso com pré-moldados. “Há preconceito em relação à industrialização fechada. Alega-se que ela limita a criatividade. Mas os projetos podem ser mistos, usar vários sistemas, e dar liberdade criativa com o uso de elementos como brises, que conseguem eliminar a rigidez estética”, afirmou Porto.

“Venho sugerindo fazer projetos dentro dos conceitos de sustentabilidade e industria-lização. Mas precisamos ainda conquistar a aceitação dos clientes e dos construtores. É frustrante. Você propõe, desenvolve o projeto e a coisa não acontece”, lamentou.

O Edifício Oscar Americano, na av. Paulista (1968), podia ser erguido todo em

pré-moldados. “Só conseguimos fazer as fachadas”, comentou. Do lado, em 1970, também não foi possível finalizar o sonho, mas o Ed. New Center tinha um sistema que escondia o aparelho de ar condicionado e reduzia a insolação, numa época em que todas as fachadas eram de vidro.

Em 1988, o “mix total” de soluções aconteceu, segundo Porto, numa fábrica, que recebeu estrutura e forro metálicos, alvenaria armada (escadas), estrutura moldada in loco e concreto pré-moldado.

Grande desafioÍria Oliva Doniak, presidente da Abcic,

comemorou a inclusão de novos segmentos de obra –como as de infraestru-tura, habitacio-nal e comerciais. Também ajuda-ram as Datec (diretrizes de a valiação téc-nica) do Sinat, do PBQP-H .

O presiden-te do Sindus-Con-SP, Ser-gio Watanabe, prometeu lutar pela isenção tri-butária dos pré- fabricados.

Íria, Porto, Jorge Batlouni, Watanabe, Milititsky, Luiz Lucio e Paulo Sanchez:Seminário de Estruturas dissemina as boas práticas nas obras

NathaLia BarBoza

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7revista notícias da construção / outubro 2013

Patologias em fundações assustamProblemas de manifestações patológi-

cas em fundações acontecem em todas as etapas da obra –investigação do solo, análise, projeto, execução, no pós-conclusão e na degradação dos materiais. A advertência foi dada no 15° Seminário de Estruturas do Sin-dusCon-SP pelo engenheiro civil geotécnico Jarbas Milititsky, professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vice-presidente para a América Latina da International Society for Soils Mechanics and Geotechnical En-gineering e diretor da Milititsky Consultoria Geotécnica, que falou sobre o assunto e fez recomendações de boas práticas.

“Gostaria que estes desafios fossem motivadores, no setor da construção civil, para melhorar as práticas. Afinal, no Brasil temos tecnologias e procedimentos do sécu-lo 21 ou do século 19, dependendo de onde a obra está localizada”, disse.

Segundo ele, os problemas relativos a investigações do subsolo são os mais frequentes. “Não temos estatísticas no Brasil, mas, na França, 80% dos problemas acontecem pelo desconhecimento do solo. A geotecnia deveria ser como na área médica.

Evoluímos nos ensaios para diagnósticos, mas paramos no tempo e só fazemos os testes em obras muito especiais”, comparou. “Não importa o tamanho e a relevância da obra; a investigação é sempre fundamental.”

Há também quem faça a investigação, mas falhe na análise dos resultados. “É cada vez mais difícil encontrar qualidade nas son-dagens. Temos desde o uso de equipamentos inadequados ou quebrados até procedimen-tos fraudulentos de geração de resultados ou de multiplicação de furos de sondagem que não foram feitos”, comentou Milititsky.

O especialista recomenda sondagens re-alizadas por técnicos idôneos, equipamentos calibrados e acompanhamento (supervisão). “Não dá para dispensar a contratação de quem faz a melhor sondagem.”

Análise e projetoEm termos de análise e projeto, os

problemas podem ser relativos ao compor-tamento do solo sob carga, aos mecanismos de transferência de solicitações, à estrutura das fundações, especificação construtiva etc. Milititsky também citou que muitas vezes a execução começa antes de uma última revi-são do projeto de estruturas (após uma série de mudanças de projeto ao longo do tempo).

Já os problemas construtivos são o se-gundo maior responsável pelas patologias de comportamento das fundações. “Pessoal especializado, material correto, supervisão e controle rigoroso são as soluções”, afir-mou. Para ele, os chamados ensaios “PIT”, de verificação de integridade, devem ser usados “de forma inteligente e racional”. Segundo Milititsky, eles detectam padrões ou anomalias. “Prefiro usá-los para detectar padrões”, observou. E a “prova de carga es-tática”, disse, é “a única forma de entender o desempenho das fundações”.

Nos eventos pós-conclusão, disse o geotécnico, os problemas são “geralmente devidos a deslocamentos da massa de solo”.

Fotos: Gabriel Pevide

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caPa

controle de execução: sempre na mira

erro de feitio, o “gogó da ema” volta à pauta do

seminário de estruturas“O aço só trabalha quando o concreto

fissura”, relembrou o engenheiro projetista de estruturas Ricardo Leopoldo e Silva Fran-ça, professor da Poli-USP, em sua palestra no Seminário de Estruturas do SindusCon-SP.

Falando sobre controle de execução, de-sempenho estrutural e durabilidade, França destacou o caso do “gogó da ema” e revelou que, por conta da palestra do seminário em 2011, recebeu consultas do país inteiro sobre “o improviso” que faz retorcer o vergalhão retirando dele boa parte de sua resistência e vida útil. “Pude ajudar a agir para resolver muitos casos de estruturas que poderiam colapsar a qualquer momento”, contou.

Em sua apresentação deste ano, França enumerou os problemas na concepção de es-truturas projetadas: falhas no detalhamento das armaduras ou decorrentes do detalha-mento automático feito pelos programas de estruturas, e não detectadas por revisão de um engenheiro experiente; falhas decorren-tes de interferências não detectadas na fase de projeto e coordenação; na execução das armaduras na obra; no processo de concreta-gem e cura; no fornecimento dos materiais; ou ainda na interação estrutura/vedações decorrentes da estrutura ou das vedações. “Também o controle de fissuração é essen-cial e não tem sido feito nas obras”, disse.

Já o procedimento de “escora e reesco-ra” é para cuidar bem da laje enquanto ela está em processo de cura. “Uma boa prática é posicionar a reescora no mesmo ponto da es-cora. Do contrário, você judia da laje recém concretada e promove um carregamento não previsto nela, provocando flexão e fissuras.”

Em relação aos furos que vazam as

lajes, França advertiu que há “casos absur-dos” em vigas, nas quais muitas furações são feitas sem levar em conta as perdas de resistência. “Alguns tubos embutidos são totalmente inadequados. Não sobra espaço para a laje e a viga funcionar! Além disso, furos muito próximos fazem a viga perder fortemente sua capacidade! Tudo fica como um grande furo horizontal que precisa de grandes reforços e concretagem bem feita.”

Segundo ele, as condições necessárias para que a corrosão se inicie são dadas por 5 fatores, que precisam acontecer todos: pH do concreto menor que 9; permeabilidade alta do concreto; presença de água; presença de oxigênio; diferença de potencial elétrico entre duas partes da armadura.

Desde a concepção“O problema mais grave é o de concep-

ção de estruturas. A única forma de evitar é ter a verificação de projetos”, defendeu França. Um dos problemas é a falta de ex-periência de engenheiros novatos nos can-teiros. Por isso, o ideal seria ter uma espécie de “Exame da Ordem” para quem quisesse trabalhar como projetista de estruturas.

França criticou os “casos absurdos” de furos nas lajes e vigas: “a perda de resistência é enorme”

Fotos

: Gab

riel P

evide

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9revista notícias da construção / outubro 2013

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Setor deve valorizar a engenharia de relacionamento

O fator humano tem sido primordial na obra da Arena Corinthians, que a Odebrecht Infraestrutura executa na zona Leste.

Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa, gerente Operacional da Odebre-cht, contou que, não fosse a “engenharia de relacionamento” que implementou na obra, “dificilmente esta teria chegado até aqui sem greves e com bons índices de produtividade”.

Segundo ele, os 1.400 operários do canteiro foram “lapidados” pela construtora e a rotatividade ficou “abaixo de 1%”. Pelos menos 300 chegaram à Arena pelo programa Acreditar, de qualificação de mão de obra da Odebrecht, e 700 puderam receber cursos de requalificação, o que lhes permitiu trabalhar também em outras etapas da construção. Além disso, 85 pessoas foram alfabetizadas no canteiro. “Fidelize que eles te dão produ-tividade”, garantiu Barbosa.

Para ele, a relação com as pessoas será o grande legado da obra, mais que a construção em si do estádio para a Fiel e do que isto pode significar para Itaquera. “Você pode ter um planejamento bem feito, a melhor tecnologia à sua disposição, o melhor equipamento, mas se não tiver o trabalhador motivado, a máquina vai quebrar. Se você conquista

a confiança dele e tira de cena a ideia de demissão, o trabalhador se paga. No fim das contas, este é diferencial imenso”, disse.

Entre as atividades que são realizadas na obra estão um campeonato interno de futebol, cafés especiais, visita familiar aos domingos, ajuda para o planejamento de férias e a compra de passagens, casamento comunitário, doação de alimentos e sangue, campanha contra as drogas, bolo de aniver-sário e confraternização de fim de ano. Entre os resultados de produtividade que Barbosa revelou está a redução de nove para seis meses de execução das fundações. A opção pelo sistema Trejor de execução de juntas de pilar também baixou o tempo de 130 min, no método tradicional por solda, para 50 min.

SoluçõesAo analisar a produtividade na concep-

ção de estruturas de concreto, Francisco Pau-lo Graziano, professor da Poli-USP, concluiu que as estruturas com maior consumo de fôrmas em viga tendem a apresentar maior custo relativo de mão de obra, com um risco de aumento de custo para variações de prazo.

Segundo ele, “a espessura média e a taxa de armadura não refletem necessaria-

mente o custo da estru-tura e não são referências confiáveis para a decisão do sistema estrutural”.

Além disso, Gra-ziano advertiu que a re-muneração da mão de obra por m³ de concreto inviabiliza a adoção de sistemas mais rápidos, por “transferir ao em-preiteiro grande parte do benefício destes sis-temas”.

Graziano (à esq.) e Barbosa:produtividade passa pelo fator humano

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q u a L i d a d e

setor busca inspiração na inovação

“Inovar é gerar dinheiro novo”. A frase do pesquisador de gestão e estratégia Cle-mente Nóbrega foi lembrada por Roberto Maschetta, diretor executivo do TecnoPUC, centro de inovações da PUC-RS, no evento “Caminhos para a Inovação na construção e implantação do BIM”, do ciclo de debates “Agenda Produtiva da Construção”, que o CTE está promovendo em 2013.

Segundo Maschetta, não há condição de inovar com o modelo atual de organiza-ção das empresas brasileiras. “O ambiente é fundamental para a criatividade e o envol-vimento da direção da empresa também. É obrigação do processo trabalhar em grupo”, afirmou.

Maschetta sugeriu que, no ambiente de inovação, “o padrão é dar errado algumas vezes”. Segundo ele, é preciso insistir, investir, ter liberdade e aceitar o desafio. “Dá certo lá pela quarta vez...”

Fundador do CBB (Centro Cerâmico do Brasil) e da Anfacer (2003), Sergio Risola, CEO do Cietec, organismo liga-do à USP/Ipen que abriga as chamadas startups, lembrou que as incubadoras e os parques tecnológicos “estão na base do sucesso da Coreia”, além da educação de base. “Queremos deselitizar a inovação”, comentou.

Com autonomia administrativa e finan-ceira, o Cietec mantém uma estrutura capaz de fazer com que 91% das empresas que nasceram ali estejam vivas. “O empreende-dor é o cara que consegue resistir à vontade de desistir”, definiu Risola.

Para Luiz Henrique Ceotto, diretor da Tishman Speyer e membro do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do

SindusCon-SP, a despeito das melhores condições para o desenvolvimento tec-nológico da construção civil, o setor não avança e, ao contrário, enfrenta declínio na qualidade das obras e prejuízos e desvalori-zações das ações, entre outros obstáculos.

Segundo ele, o problema é que “não estarmos preparados para o sucesso”, que requer entender que a cadeia da produção é uma cadeia de valor, suas necessidades e possibilidades; criar indicadores de desempenho; promover melhores condi-ções de competitividade; e, sobretudo, ter liderança.

IndustrializaçãoJorge Batlouni Neto, diretor da Tec-

num e coordenador do CTQ, afirmou que “as obras precisam ser executadas de forma mais produtiva”. Segundo ele, “o aumen-to da competitividade das construtoras depende do aumento da produtividade no canteiro e isso passa pelo uso de soluções industrializadas”.

Batlouni alertou que, “se não mudar-mos agora, não va-mos sobreviver”. Segundo ele, a mé-dia de crescimento da produtividade no mundo é de 4% e a do Brasil, de apenas 2%. Mes-mo assim, a alta foi sensível para estruturas de con-creto. “Em 1960, a produtividade da atividade era de 72,43 Hh/m³; em 2008, baixou para 17 Hh/m³; em 2013, a melhor obra da Tecnum

construção debateu o que deve fazer para se tornar mais competitiva

Para Fernando Correa, adotar o BiM nas construtoras “é voltar a fazer engenharia”

Fotos: Satoru Takaesu

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11revista notícias da construção / outubro 2013

conseguiu 12,77 Hh/m³ com o uso de grua”, afirmou Batlouni.

“As empresas mantêm uma postura conservadora, não consideram o desen-volvimento tecnológico como algo real-mente importante e ainda usam processos construtivos artesanais e de baixa produ-tividade”, disse Ceotto. “Sequer sabemos avaliar o impacto da tecnologia no nosso negócio.”

Caminho sem volta

E n t r e a s ações de inova-ção que ainda estão em anda-mento, destacou o debate, está o entendimento de que o BIM (Building Information Modeling) é um dos cami-nhos inevitáveis. A defesa desta visão foi feita por Fernando Correa, diretor da Sinco Construtora e coordenador da Comissão de Trabalho de BIM do CTQ. Para ele, ado-tar o BIM na construtora é “voltar a fazer engenharia”.

Correa disse que, além de possibilitar a inclusão de planos mais complexos dentro do projeto, como o planejamento da obra (4D), o BIM permite gerenciar o orçamento

(5D) e execução (6D) do projeto. “Um ge-rente BIM precisa saber das duas coisas. E isto muda a visão dentro da empresa: todos na obra percebem melhor o projeto e entre-ga melhores resultados”, contou.

Alio Ernesto Kimura, diretor da TQS, que fornece softwares para o sistema BIM, revelou que em breve a empresa lançará uma ferramenta de interligação de infor-mações entre o projeto e o canteiro de obra. “A construtora poderá gerenciar a execução integrando todos os agentes, com mobilidade total”, prometeu. A ideia é que o produto faça o controle da qualidade e te-nha o mapeamento de fotos digitais tiradas no local, em tempo real, tudo registrado e documentado. “A empresa poderá controlar a concretagem, comparando os volumes de materiais projetados e efetivamente utiliza-dos”, anunciou.

A arquiteta Miriam Addor, dire-tora da Addor e Associados, destacou o pa-pel da coorde-nação de proje-tos BIM. “Mais importante que a detecção de interferências é a tomada de decisão a partir disso”, justifi-cou. Segundo ela, a adoção dos chamados

“modelos federados” é boa, mais ainda guarda as partes do projeto “em silos”. O ideal, afirmou, seria o “modelo composto”, que agrega e funde todas as disciplinas.

Para Thomas Martin Diepenbruck, ge-rente técnico da Hochtief do Brasil, o BIM é um caminho sem volta, mas o país ainda precisa mudar seus paradigmas, ter mais colaboração entre as empresas e “saber a dose certa do remédio certo”. E alertou: “cuidado para não ficar para trás!”

(Nathalia Barboza)

roberto de Souza, do CtE, e Ceotto: problema é o conservadorismo

Para Batlouni,setor precisa mudar para sobreviver

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12 revista notícias da construção / outubro 2013

H a B i t a Ç Ã O

Proposta de Plano diretor reduz a insegurança

A proposta do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para o novo Plano Di-retor Estratégico (PDE) da cidade atendeu a maioria das sugestões enviadas pelo Sin-dusCon-SP. Entre as questões centrais para o sindicato está a vigência dos efeitos da lei.

Em carta enviada ao prefeito, o Sin-dusCon-SP havia pedido que os projetos protocolados até seis meses após a data da publicação da lei sejam analisados de acordo com a legislação hoje em vigor. Isto porque o anteprojeto dispunha que os processos protocolados após 31 de julho já seriam apreciados pelo futuro Plano Diretor, o que gerou insegurança no setor.

A sugestão foi parcialmente atendida pela Prefeitura, que no anteprojeto deixou de fazer menção aos projetos protocolados “após” 31 de julho. E dispôs que os proces-sos de licenciamento protocolados “até” 31 de julho de 2013, nos quais não tenha sido expedido alvará de aprovação ou alvará de aprovação e execução, poderão ser aprecia-dos de acordo com a legislação hoje em vi-gor, caso o interessado manifeste sua opção no prazo de 90 dias a partir da publicação da futura lei. Possivelmente, por engano, “após” foi trocado por “até”.

O sindicato também havia pedido re-gras para se evitar a “corrida do protocolo”. Nesse contexto, o PDE de Haddad propõe que os processos de licenciamento de obras e edificações protocolados até 31 de julho de 2013 sejam indeferidos caso não estejam instruídos com a documentação mínima que possibilite a análise do projeto.

A proposta de uso da Planta Genérica de

Valores do IPTU para o cálculo da outorga onerosa, o que elimi-naria a possibilidade de opção pelos valores de referência do ITBI, também foi aceita pelo prefeito. A entidade também pediu a revisão dos fatores de planejamento indicados no quadro 06 referente ao tema, cujo custo da outorga onerosa muitas vezes inviabilizaria o desenvolvimento imobiliário. Os fatores foram revistos e o sindicato fazia sua análise no fechamento desta edição.

Com relação ao limite de 25% para vagas não computá-veis na rede de estruturação da transforma-ção urbana, que na avaliação do sindicato seria incompatível com o perfil das unidades habitacionais menores para famílias de renda média, a prefeitura acatou a sugestão do SindusCon- SP e adotou o limite de uma vaga não computável por apartamento.

Entre as propostas apresentadas pelo sindicato, mas que não foram atendidas e agora devem ser objeto de discussão na Câmara Municipal, estão: a manutenção do coeficiente máximo de 2,5% no centro de bairro (visto que uma diminuição desse pa-râmetro ensejaria um aumento no custo das unidades); a definição de parâmetros para casos híbridos de demolição e reconstrução de edifícios com os mesmos parâmetros urbanísticos (retrofit total), considerando a possibilidade de se agregar lotes lindeiros; e que no caso de exigência de doação de áreas ao município para fins de produção de Habitação de Interesse Social, a legislação “deva” prever a concessão de incentivos ao empreendedor (e não apenas “possa” prever). (RM e FH)

Haddad atendeu boa parte das sugestões

do sinduscon-sP

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HaBitaÇÃO

Futuro do mcmv em jogo

A estratificação por faixas de renda do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), uma das bases do programa federal, poderá se tornar seu maior problema caso o governo não reveja os valores das faixas 1 e 2. O alerta ao governo foi dado em setembro pelos empresários do setor, durante o Painel “Programa Minha Casa, Minha Vida: Pre-sente e Futuro”, da Convenção Secovi 2013.

O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, solicitou a Maria do Carmo Avesani, diretora do Departamento de Pro-dução Habitacional da Secretaria Nacional de Habitação, que levasse ao governo o pedido de correção de valores e perenização do Minha Casa. “No MCMV 1, a diferença entre as faixas foi muito clara. Mas, com o crescimento econômico, muitas famílias passaram para a faixa 2, perdendo o direito a um subsídio maior, sem o qual elas não conseguem comprar imóvel nas Capitais.”

Ele questionou “o que será do Minha Casa” após as eleições: o programa acaba em 2014. “Em 2011, ficamos 9 meses para retomá-lo. Se isso se repetir, nenhum inves-tidor dará continuidade aos projetos.”

José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC, defendeu o estudo daquilo que chamou de “faixa um e meio”. Ele lembrou

que, para os empresários, as regras da faixa 1 são indispensáveis. “Nela, você consegue trabalhar em parceria com os governos. A faixa 2 depende só do mercado”, disse.

Política de EstadoEm relação à transformação do MCMV

em política de Estado, Watanabe citou a PEC 285/2008, que tramita na Câmara com o apoio dos empresários, trabalhadores e movimentos sociais de luta pela moradia. “Perenizar o MCMV é fundamental, mesmo que seja em valores inferiores aos da PEC”, disse. A Proposta de Emenda à Constituição 285 prevê destinar recursos orçamentários aos Fundos de Habitação de Interesse Social, na União (2%), nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios (1% cada). Sua aprovação é uma das principais bandeiras da Campanha Nacional pela Moradia Digna, que o SindusCon-SP e a CBIC encabeçaram.

Martins concordou. “Perenizar é fun-damental. Antes do MCMV, 87% destas habitações eram feitas informalmente. O programa é vitorioso e muito bem-avaliado. Não passa pela cabeça de ninguém que não se mantenha no longo prazo.”

Maria do Carmo disse que um futuro MCMV 3 deverá tratar os valores “de forma regionalizada”. Ela disse ainda caber ao mercado privado buscar alternativas “cons-trutivas” e áreas com terrenos mais baratos nas grandes cidades, para adequar os preços dos imóveis aos limites do programa.

(Nathalia Barboza)

sinduscon-sP pede ao governo rever os valores e perenizar o programa

Flávio Prando, doSecovi-SP, Martins,Maria do Carmo e Watanabe: Minha Casa, Minha Vida é fundamental para opaís, mas precisa de ajustes urgentes

Fotos: Calão Jorge

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16 revista notícias da construção / outubro 2013

r e L a Ç Õ e s i n t e r n a c i O n a i s

um tsunamide inspiração

qualidade e inovaçãono japão entusiasmam

a missão técnica dosinduscon-sP 2013

raFaEL MarKo

Mesmo atingido por estagnação eco-nômica e deflação, o Japão não deixou de produzir obras e projetos inspiradores. As construtoras japonesas esbanjam: rigor no planejamento; execução industrializada, produtiva, limpa e perfeitamente acabada, feita por mão de obra bem formada e quali-ficada; atualização tecnológica permanente, e preocupações crescentes com resistência antissísmica e sustentabilidade ambiental.

Tudo isso entusiasmou os 29 integran-tes da Missão Técnica do SindusCon- SP que visitou aquele país, de 6 a14 de se-tembro. Líder do grupo, o presidente do SindusCon- SP, Sergio Watanabe, observou que “a construção japonesa chegou a um alto padrão tecnológico num país de tradições e cultura milenares. Tecnologia até se pode comprar, mas estamos muito distantes na qualificação da mão de obra. Precisamos correr, porque ficará cada vez mais difícil nos atualizarmos.”

“O grande diferencial foi vermos ino-vações em projetos e tecnologias já sendo aplicadas”, comentou o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, Paulo Sanchez.

A Missão foi realizada pela Diretoria de Relações Internacionais, conduzida por Salvador Benevides – a décima sob sua responsabilidade e na qual se despediu do encargo por razões pessoais. “O SindusCon- SP trouxe inúmeras contribuições em tec-nologia, qualidade e sustentabilidade para

a construção brasileira de suas viagens, das quais pretendo continuar participando como integrante. Esta foi uma das melhores missões, graças à excelente agenda técnica, à agência de viagens e a toda a equipe do SindusCon-SP.”

Promovida pelos Comitês de Tecno-logia e Qualidade e de Meio Ambiente do sindicato, a Missão teve a agenda técnica elaborada pelo ex-superintendente Sussumu Niyama, com o apoio de Itamaraty, Embai-xadas do Brasil em Tóquio e do Japão em Brasília, e Consulado Geral do Japão em São Paulo. A operação foi da Interbusiness Tours.

Além de Watanabe, Sanchez, Benevides e Niyama, pelo SindusCon-SP participaram os vice-presidentes Eduardo Zaidan, Haruo Ishikawa, João Lemos e Maurício Bianchi; os representantes junto à Fiesp José Ro-meu Ferraz Neto e Sergio Porto; o diretor Jurídico, Paulo Batistella; o ex-presidente e conselheiro Artur Quaresma Filho; o 2º vice-presidente do Conselho Consultivo, José Batista Ferreira; os membros do CTQ Alexandre Oliveira, Fábio Ribeiro Filho, Fernando Fernandes, Luiz Lucio, Paulo Aridan e Renato Genioli Jr.

Também participaram o presidente do Sinaenco-SP, José Bernasconi; o membro do Conselho Deliberativo da Abece, Fran-cisco Graziano; o diretor da Abece, Virgílio Ramos; o vice-presidente da Ademi-RJ, Joaquim Andrade; o presidente do Conselho Consultivo da Asbea, Henrique Cambiaghi; o presidente da Formaplan, Francisco Pigat-to Neto; os diretores José Arruda Sampaio (JDL); Carlos Franck (Gesso New); Arge-miro Villaça (Interbusiness), e o editor de Notícias da Construção, Rafael Marko.

integrantes da Missão técnica em reunião na Embaixada do Brasil em tóquio, com o embaixador Marcos Galvão (no destaque)

Benevides no trem para Kashiwa-no-ha, com a bandeira brasileira que sempre fez questão de levar nas 10 missões do SindusCon-SP ao exterior, por ele coordenadas

Veja a galeria de fotos da Missão Técnica ao Japão em facebook.com/sindusconsp

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Etapa da construção da Skytree, quando ela já ultrapassava 300 m de altura; utilização de BiM no projeto da edificação; com 634 m, a torre de comunicações eleva-se sobre tóquio

Detalhe das fundações da torre, que têm 50 m

Membros da Missão dentro do elevador que tem capacidade para 3 t e velocidade de 100m/minuto, na obra da Kajima; organização e limpeza impressionaram

A torre mais alta do mundoUm dos destaques da Missão Técnica ao

Japão foi conhecer o processo de construção da Skytree, a torre mais alta do mundo, com 634m, concluída em 2012. Antes, o grupo subiu ao mirante da torre a 350 m de altura (alguns foram até 450 m) nos elevadores mais velozes do Japão (600m/minuto).

A montagem das 37 mil t de tubos de aço da estrutura externa foi feita usando BIM, medição em 3D com GPS e correções de até um décimo de milímetro com solda.

Kiyoshi Tanabe, vice-diretor da obra da Obayashi, apresentou o processo que custou US$ 650 milhões à Togo, dona da torre: as estacas de 50m; os tubos feitos por 19 siderúrgicas e sua montagem por 2 gruas que subiam junto com a obra e 2 guindastes no chão; a construção com fôrmas deslizan-tes da coluna central interna (que funciona como contrapeso quando há terremotos ou ventania); os 12 shafts por onde passam os 8 elevadores com capacidade para 40 pessoas cada, e o içamento da antena. “É engenha-ria na veia!”, entusiasmou-se José Roberto Bernasconi, do Sinaenco-SP.

Também impressionou filmagem feita no topo da torre, no terremoto de 2011. A estrutura e os trabalhadores nada sofreram. Durante os 3 anos e 8 meses da obra não se registrou acidente grave entre os 3 mil operá-rios. Uma vez ao ano verificam-se a pintura, a posição dos pilares centrais e o sistema de controle antissísmico, informou o vice- diretor de manutenção, Tatsuo Sugiyama.

Edifício altoA Missão Técnica visitou um dos dois

edifícios altos que a Maeda e a Kajima estão construindo em Idabashi, investindo US$ 600 milhões. A obra de 30 andares, 136m de altura e 124 mil m² de área, que depois de pronta abrigará 7 mil pessoas, com 36 elevadores à velocidade de 360m/minuto, impressionou: estrutura mista com pilares de aço recheados de concreto, e proteção antichama; reforço a partir do 4º andar com sistema de amortecimento a terremotos (tu-bos de aço recheados de concreto); refeitório e área de vivência com ar condicionado para os 800 trabalhadores, com circuito interno de TV para orientações diárias; elevador de obra para 3 t e velocidade de 100m/minuto; limpeza da obra e proteção segura do poço do elevador definitivo, o que chamou a aten-ção do vice-presidente Haruo Ishikawa e do consultor José Carlos Sampaio.

O chefe da obra, Ichiyanagui Shigeyuki, apresentou detalhes como a fachada de perfis montados na Tailândia com vidros da China e que depois recebem brises para elevar o conforto térmico. O edifício comercial prevê apenas 140 vagas para automóveis em seus dois subsolos numa região bem servida pelo transporte público. Contrapartidas viárias estão sendo feitas em troca da autorização para a altura elevada.

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18 revista notícias da construção / outubro 2013

reLaÇÕes internaciOnais

O edifício com a menor emissão de CO2

O destaque ambiental da Missão Técni-ca ao Japão foi a visita à nova sede da Shi-mizu, inaugurada em 2012 e que conquistou o título de edifício em operação que menos CO

2 emite no mundo.O gerente de Planejamento, Toru Fu-

ruya, apresentou inovações como: combina-ção da conservação de energia com raciona-lização dos espaços de trabalho; economia de 93% de energia gasta em iluminação me-diante luminárias de LED nos tetos, abajures de mesa e desligamento automático da luz em ambientes vazios; persianas com grada-ção automática controlada; refrigeração do ambiente por dutos de água nos tetos e ar frio que sai do piso; dois tipos de painéis de captação de energia solar e monitoramento informatizado do gasto energético e térmico regulando persianas internas.

Vigas de alumínio recebem revestimen-

to de poliestireno que também ajuda à não dilatação do concreto interno, e sensores apagam a luz quando não há ninguém no ambiente (exceto no refeitório, usado para reuniões). Diante da necessidade de econo-mizar o consumo de energia da rede pública, ocasionada pelo acidente da usina nuclear de Fukushima, a temperatura ambiente no verão é elevada, porém com baixa umidade.

SustentabilidadeNo mesmo dia, a Missão Técnica co-

nheceu as iniciativas ambientais da Toda, a única construtora japonesa que tem uma sub-sidiária no Brasil. Shoichirou Iguchi, diretor de Assuntos Ambientais, mostrou alguns dos 50 itens de sustentabilidade ambiental na construção e operação de um edifício na cidade de Aoyama.

Entre estes, figuram o resfriamento da água utilizada no sistema de ar condicionado passando por tubulações enterradas a 34m de profundidade; paredes externas duplas, painéis de captação de energia solar, ilu-minação e ventilação naturais, telhados e paredes “verdes”, e reuso de água de chuva para irrigá-los.

Ele também mostrou outras iniciativas de responsabilidade socioambiental da construtora, como a construção e instalação no mar de um protótipo de equipamento gerador de energia eólica, e a coleta de óleo de cozinha e sua transformação em biodie-sel e posterior utilização nos equipamentos utilizados em canteiro de obras.

A empresa ainda apresentou um sistema de mudanças nas cores e na intensidade da iluminação interna ao longo do dia, visando adaptação ao ritmo de trabalho conforme o horário (luminosidade mais forte pela manhã), bem como a filtragem do ar con-dicionado para a eliminação de bactérias.

Combinação de luz natural, LED e sensores de presença diminuiu em 93% a energia para iluminação das salas na sede da Shimizu

Fio vertical com 5 sensores de temperatura, chapa de alumínio revestida de poliestireno e bloco de concreto armado, na Shimizu

Edifício da toda em aoyama, com 50 itens de sustentabilidade

reforço antissísmico na obra da Kajima

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19revista notícias da construção / outubro 2013

Canteiro limpo e organizado da obra do toranomon hills; dos 2 mil trabalhadores na obra do edifício, os de laranja são da construtora; os demais, terceirizados

o edifício da Mori de 247m de altura, em fase de acabamento

sucesso em operações urbanasA Missão Técnica assistiu a uma apre-

sentação do diretor de Projetos da constru-tora Mori, Masayochi Yuge, sobre o investi-mento de US$ 850 milhões na edificação do complexo Toranomon Hills, dentro de uma operação urbana. O edifício está praticamen-te concluído, com 247m de altura, 244 mil m² de construção e 6 mil m² de área verde. Seus 52 andares serão distribuídos para uso hoteleiro, residencial e comercial, além de 544 vagas de garagem.

Como a prefeitura planejava completar no local um anel viário, ela permutou o direito de passagem desta via sob o edifício pelo direito de construção com coeficiente de 11,5 vezes a metragem do terreno.

Esta proposta de edificação do comple-xo foi apresentada pela Mori à prefeitura, que a aceitou e abriu a licitação ganha pela incorporadora. “É um projeto cidadão”, elogiou o vice-presidente Maurício Bianchi. “Foi louvável como o poder público e a iniciativa privada se uniram para revitalizar uma área degradada e concluir um anel viá-rio”, comentou o vice-presidente Eduardo Zaidan.

Foi utilizada a técnica da escavação invertida das fundações para edificar os subsolos ao mesmo tempo em que se erguem os pavimentos. Haverá geração própria de eletricidade a partir de painéis solares, com possibilidade de venda do excedente para a rede pública. Coleta e reutilização de água de chuva também foram providenciados. Uma curiosidade: entre os materiais de acabamento, será utilizado basalto adquirido em Porto Alegre.

Gabarito elevadoO gerente de Planejamento da Mitsu-

bishi Estate, Tetsuya Shirane, e sua equipe apresentaram à Missão Técnica detalhes da operação urbana que possibilitou o retrofit de edifícios da região central de Marunouchi, elevando a altura de alguns deles de 31m (gabarito que vigorava desde 1923, com a construção do primeiro shopping center lo-cal) para 200m, com aumento proporcional do número de vagas para carros.

O grupo pagou US$ 500 milhões de outorga onerosa à Prefeitura, realizou melho-rias viárias e remodelou a estação ferroviária de Tóquio, situada na mesma região. Desde 1890, a Mitsubishi é dona de 30% da área de Marunouchi.

Os edifícios têm lojas e restaurantes nos andares inferiores, e escritórios nos supe-riores. Aumentou o número de vagas de garagem. A lar-gura das ruas diminuiu, para expandir a área destinada aos pedestres. Áreas verdes foram criadas, elevando o movimento de pessoas nos fins de semana. O acesso dos pedestres às estações de metrô e de trem foi ampliado. O grupo visitou o Shimanou-chi, um dos 100 edifícios da área que está sendo reurba-nizada, e recebeu itens de sustentabilidade, como um sistema de ar condicionado por aquecimento e refrige-ração da água.

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reLaÇÕes internaciOnais

Demolição “ecológica”

O método de demolição “ecológica”, pelo qual o edifício do Hotel Príncipe Aka-saka em Tóquio ia sendo rebaixado andar por andar por macacos hidráulicos, foi apresentado à Missão Técnica por Hideki Ichiara, gerente da Taisei Corporation.

Segundo ele, o método, indicado para edifícios de estruturas de aço com mais de 100 m de altura, reduz em 90% a po-eira e em 70% o ruído que incomodam a vizinhança; destina à reciclagem 95% dos resíduos, e reutiliza a energia produzida du-rante a descida do material pelo guindaste central montado no centro da obra.

Os três últimos andares e meio do edi-fício foram envelopados com uma película de aço fina, as paredes e as lajes secciona-das internamente e o material descia por um guindaste que gerava energia com este movimento, usada para puxar o cabo para cima e iluminar o ambiente. Distribuídos pelas colunas, os macacos hidráulicos tra-balhavam simultaneamente. Levaram-se 8 dias para demolir cada 2 pisos, e meio dia para a descida do material.

Utilização de BIMEm outra visita, a Missão conheceu a

utilização de BIM pela construtora Toda, no edifício comercial que ela está construindo

da nova sede da Takigen, para substituir a anterior destruída pelo terremoto de 2011. Aiko Takimoto, dona da obra, contratou o renomado escritório de arquitetura de Shin Takamatsu para desenvolver um projeto aliando um ambiente de trabalho motiva-dor para os funcionários a uma estrutura resistente a terremotos, idealizada em co-laboração com a Universidade de Tóquio.

Bence Kovacs, diretor da Graphisoft no Japão, e a equipe de tecnologia da Toda explicaram a utilização de BIM para o projeto executivo, para evitar colisões e definir os locais dos equipamentos e até da fixação de parafusos. Os softwares Vico, para gerenciar custos, e ArchiCAD também foram usados.

Na demolição do edifício existente na área, descobriram-se estacas de madeira da era Edo. Em vez de parede diafragma, usou- se a técnica de Soil Mixed Wall, bastante difundida no Japão. A estrutura de aço foi construída do oeste para o leste (e não de baixo para cima) no prazo de 45 dias.

Brises pré-moldadas em madeira clara, especialmente projetadas pelo escritório de arquitetura, controlarão a luminosidade

interna.A o t é r m i n o

do dia, o grupo foi recepcionado pela Graphisoft no res-taurante Gonpachi, que serviu de inspi-ração para o cineasta Quentin Tarantino retratar uma casa do gênero em Tóquio, no filme Kill Bill.

rebaixamento por macacos hidráulicos do edifício do hotel Príncipe akasaka, enquanto ele era demolido internamente

Macaco hidráulico instalado em viga

os níveis de ruído (acima) e da vibração (abaixo), medidos em tempo real e mostrados no tapume da obra do toranomon hills

Maquete do futuro edifício comercial da takigen, com brises em madeira

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interior de uma casa pré-fabricada pela empresa; membros da Missão vibram em simulador de terremotos na Misawa

teste de resistência da fixação de madeiras (as amarelas ao centro), com cola feita de resina natural da Misawa

Montagem da residência com partes industrializadas leva um dia, diz a empresa

oshiro e tenkumo, na apresentação à Missão brasileira

casas montadas em um diaO processo de construção industrializa-

da de casas pré-fabricadas da Misawa Ho-mes foi apresentado à Missão Técnica pelo diretor da empresa, Toshitsugu Hirata, e pelo gerente de Tecnologia, Takami Mukayama. Atuante desde 1967, a Misawa já edificou 1,247 milhão dessas residências, incluindo a estação japonesa de pesquisas na Antártida.

Com vida útil de 60 anos e custando em média entre US$ 2 mil e US 3 mil o metro quadrado (excetuado o terreno), as residên-cias combinam produção industrializada com rigor técnico, sistemas de amortecimen-to a abalos sísmicos, conforto térmico e uma arquitetura funcional e de apurada estética.

Entre a assinatura do contrato e a en-trega da residência passam-se cerca de seis meses, dos quais metade é dedicada à elabo-ração do projeto em conjunto com o cliente. Depois de ter as partes fabricadas, a casa pode ser montada em um dia, estruturada em madeira, aço ou concreto.

Paredes com isolamento térmico, painéis solares, ar condicionado à base de tubulações de água fria, vidros duplos e iluminação de LED garantem produção de energia maior que o consumo e a consequen-te venda do excedente à rede pública.

Vergalhão inovador em estudosUma apresentação sobre os desenvol-

vimentos da Kuraray em fibrocimento e suas pesquisas sobre um novo geopolímero para substituir o aço em vergalhões foram o destaque da recepção oferecida à Missão Técnica. Ficou acertado um contato da empresa com projetistas no Brasil, para uma avaliação mais profunda.

O grupo foi recebido pelo presidente da Divisão de Fibras da Kuraray, Kazuhi-ro Tenkumo; pelo diretor Hideki Oshiro, e pelo representante no Brasil, Stanley Fukuyama.

Eles mostraram os materiais produzi-dos para a construção, como os polímeros para reforço de concreto e argamassas, e em substituição ao amianto na fabricação de telhas.

A empresa também desenvolve pes-quisas com construtoras japonesas em pavimentação e na prevenção de desco-lamentos de placas de revestimento em túneis.

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22 revista notícias da construção / outubro 2013

construtoras investem para inovar

A pesquisa e o desenvolvimento de inovações, feitos por institutos ligados a construtoras do Japão em parceria com o go-verno e as universidades daquele país, “são um exemplo para a construção brasileira”.

A afirmação foi feita pelo presidente Sergio Watanabe a Hajime Taniguchi, geren-te geral do Instituto de P&D da construtora Takenaka Komuten, ao término da visita da Missão Técnica àquela instituição, em Chiba.

Considerado o maior centro de pesqui-sas em estado da arte da construção civil do mundo, o instituto com 150 pesquisadores foi fundado em 1953 e tem laboratórios vol-tados à pesquisa e desenvolvimento em som e acústica, materiais e instalações prediais, sistemas de paredes “verdes”, estruturas e resistência ao fogo, resistência ao vento, fundações e tecnologias de ponta.

A Missão Técnica conheceu os tra-balhos do laboratório que desenvolveu o sistema acústico de reprodução de sons de instrumentos e vozes humanas do Teatro Nacional do Japão. Viu amostras de con-creto que passaram por ensaios para evitar rachaduras, bem como sistemas de paredes “verdes” plantadas sobre estruturas de metal e de concreto com fibra de vidro. Ouviu

uma explicação sobre o desenvolvimento de estruturas de madeira que recebem placas de concreto em seu interior, para que resistam a incêndios por uma hora. E assistiu a uma apresentação sobre os estudos desenvolvidos para otimizar a iluminação natural de acordo com as estações do ano, para um prédio de escritórios de Osaka.

O instituto recebe anualmente cerca de US$ 60 milhões de sua principal mantenedo-ra, a construtora Takenaka, além de subsídios do governo e de outras instituições. Muitas de suas pesquisas são feitas em conjunto com fabricantes de materiais de construção.

Cidade “inteligente”A Missão Técnica viajou de trem para

Kashiwa-no-ha, onde conheceu uma cidade sustentável em formação, gerida a partir de parcerias entre a Mitsui Estate, outras cons-trutoras, universidades e a prefeitura local.

Hiroya Mimaki, vice-presidente da en-tidade sem fins lucrativos UDCK, formada para impulsionar o projeto, apresentou as iniciativas em desenvolvimento: soluções ambientais como o esforço para monitorar e gerar toda a energia consumida; soluções para uma sociedade como a japonesa com 25% de idosos, como o controle preventivo

de saúde e atividades diversas para a sociedade promovidas pela universidade; e inovações para a indústria, aproveitando a sinergia de se ter nas proximida-des 20 institutos de pesquisa e desenvolvimento nacionais, 70 ligados à iniciativa privada e 3 universidades locais de primeira linha.

No instituto takenaka, guia mostra madeira com enxertos de placas cimentícias para resistir ao fogo por ao menos uma hora; iluminação natural otimizada em edifício de escritórios de osaka, a partir de estudo feito pela instituição

Pesquisa com parede “verde” no instituto takenaka Komuten

Maquete da cidade “inteligente” de Kashiwa-no-ha, em parte já edificada

reLaÇÕes internaciOnais

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23revista notícias da construção / outubro 2013inoue, ao receber a Missão no Ministério da terra

Embaixada abre as portas

O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Bezerra Galvão, colocou a em-baixada brasileira em Tóquio à disposição da Missão Técnica do SindusCon-SP para localizar empresas japonesas interessadas em levar às construtoras brasileiras mate-riais e tecnologias que tragam produtivi-dade e sustentabilidade ambiental.

Saudando o embaixador e os diploma-tas Paulo Martins, Iberê Barbosa e Fábio Schmidt, o presidente Sergio Watanabe manifestou o interesse na busca de tecno-logias que aumentem a produtividade das construtoras, salientando que “o setor pode oferecer oportunidades para investimentos japoneses”.

Galvão traçou um histórico da econo-mia japonesa, que busca sair da estagnação com a política econômica do primeiro- ministro Shinzo Abe. Destacou que as empresas daquele país seguem com grande capacidade de inovação e têm interesse em compartilhar tecnologias, sobretudo em sustentabilidade ambiental. “O Brasil dá menos atenção ao Japão do que a outros países, e estamos prontos a aproximar cons-trutoras brasileiras e empresas japonesas.”

O embaixador comentou que o re-duzido interesse das empresas japonesas nas concessões de infraestrutura no Brasil advém principalmente de uma cultura

bastante conser-vadora e avessa ao risco.

HabitaçãoA M i s s ã o

Técnica foi rece-bida pelo diretor do Departamento de Habitação do Ministério da Ter-

ra, Infraestrutura, Transportes e Turismo, Inoue Toshioki, e equipe. Watanabe fez um relato da política habitacional brasileira e salientou que o Brasil “oferece grandes oportunidades de negócios em toda a cadeia produtiva da construção” e neces-sita “espelhar-se no Japão para produzir habitação em massa e combater o déficit habitacional”.

Toshioki relatou que, devido à estag-nação econômica, o Japão produz apenas 900 mil moradias por ano, contra 1,8 milhão no passado, e que o país tem 57 milhões de unidades habitacionais para as 50 milhões de famílias que compõem sua população de 127 milhões de pessoas.

Ele informou que a construção japo-nesa tem características próprias: cuidado com a acessibilidade (25% da população tem mais de 65 anos); racionalização energética (o Japão importa todo seu pe-tróleo e reduziu drasticamente o consumo da energia nuclear depois do tsunami que paralisou a usina de Fukushima); seguran-ça antissísmica das construções (a norma técnica de estruturas é revista periodica-mente, e hoje as novas edificações são construídas para resistir a terremotos no grau 9 da escala de Richter); e manutenção do corpo técnico das construtoras, apesar da redução da produção habitacional.

idoso dança e canta observado por menina, em apresentação no Museu Metropoliltano de Edo, em tóquio, no dia livre da Missão técnica: 25% da população têm mais de 65 anos

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24 revista notícias da construção / outubro 2013

reLaÇÕes internaciOnais

cenas do japão 2013

a Missão diante de casa pré-fabricada da Misawa; Watanabe, ao centro, ladeado por hirata, diretor da empresa, e Sussumu Niyama, responsável pela agenda técnica

“a missão técnica foi ótima para termos uma projeção do futuro da construção no Brasil, com mais equipamentos, tecnologia e qualidade.”Sergio Porto, RepResentante do sindusCon-sp junto à Fiesp

Edifício na “cidade eletrônica” de akihabara, em tóquio: comércio fervilhante de eletroeletrônicos

instrumentistas em quimonos tradicionais, tocando shamisen em uma moderna praça de alimentação

terreno exíguo repleto de gruas e guindastes em tóquio

itens de segurança, como este vasto andaime,

impressionaram a Missão

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25revista notícias da construção / outubro 2013

Maria angeLiCa CoveLo SiLva é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da ngi Consultoria e Desenvolvimento

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna:[email protected]

tragédias evitáveis

G e s t à O d a O B r a

O trágico desabamento de uma obra no bairro paulistano de São Mateus, em 27 de agosto, recolocou a construção civil na triste estatística dos “acidentes” evitáveis que vêm aumentando.

O mais impressionante é a indiferença percebida nestas situações. Ninguém do setor se manifestou, como se fosse um problema isolado, pontual, que afetasse somente os en-volvidos. As 10 vidas perdidas, as 20 pessoas feridas e os vizinhos desalojados não bastaram para mobilizar a construção em torno de ações efetivas de análise sobre o que está levando às várias ocorrências dos últimos anos.

Para maior espanto ainda, dias depois, o prefeito de São Paulo assinou uma lei dis-pensando, do Auto de Conclusão (Habite-se) para obtenção de licença de funcionamento, as edificações comerciais de até 1.500 m² de área construída. Era o caso da obra que desabou antes de ser concluída.

E se tivesse desabado quando o comércio ali previsto estivesse funcionando? Em vez de encontrar solução para a insuficiência de recursos para fiscalizar, adota-se o caminho mais simples: acabar com a exigência. So-lução política simples, mas tecnicamente e socialmente desastrosa. Que todos fiquemos bem atentos ao usarmos o comércio que fun-ciona neste tipo de edificação. Podemos ser as próximas vítimas de obras mal projetadas, mal executadas e mal fiscalizadas.

O ciclo completo de exercício das pro-fissões ligadas à construção –fiscalização de projetos e obras, licenças para construir, e até fabricação e comercialização de materiais de

construção– está muito aquém em organização e capacidade do que precisamos para as dimen-sões de cidade, de país e de nível de atividade econômica atual.

E por que nada é feito? Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, 242 pessoas morreram e em nenhuma parte, nenhuma, do processo noticiado pela imprensa de todo o país, viu-se qualquer menção ao fato de a causa primária de tudo ter sido um material desprovido dos aditivos necessários para não se inflamar da-quela forma que causou a tragédia.

Temos norma brasileira para o ensaio destas condições naquele material desde 2003 (NBR 9178), mas se permite que o mesmo seja comercializado sem qualquer fiscaliza-ção, liberando gases altamente tóxicos em situação de incêndio quando não contém os aditivos. Mas fica “bem mais barato” fabricar sem estes.

A não-conformidade no setor da constru-ção sempre é associada a materiais de cons-trução, mas podemos dizer que a não-confor-midade às normas e le-gislação é generalizada

em projetos, obras, uso e manutenção.O que será preciso acontecer adicional-

mente para que a atividade de construção civil seja mais fiscalizada em todas as suas dimen-sões e agentes produtivos – proprietários e empreendedores, projetistas, construtoras, fabricantes de materiais, administradores etc., sem corporativismo, mas com foco na segurança da sociedade que utiliza edifica-ções e empreendimentos de toda natureza? Mais mortes? Certamente as teremos em breve, se tudo continuar como está, mas não dá para saber se um dia serão suficientes para sensibilizar quem tem o poder de mudar esta situação.

O ciclo da construção precisa serfiscalizado com foco na segurança

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26 revista notícias da construção / outubro 2013

MarCo antonioConeJero éeconomista, doutor em administração pela Fea-USP, pro-fessor pesquisador da FaCCaMP e sócio -consultor da Stracta Consultoria

envie seus comentá-rios, críticas, pergun-tas e sugestões de temas para esta colu-na: [email protected]

cuide do planejamento

Muito se sabe da pujança vivenciada pelo setor da construção civil em função do bom momento enfrentado pela economia brasileira e de programas governamentais de incentivos fiscais e creditícios. As construto-ras claramente vêm buscando acompanhar essa tendência via crescimento orgânico, parcerias estratégias, ou fusões e aquisições de outras companhias.

Considerando a história econômica brasileira, com ciclos de alta e baixa, é acon-selhável que o empresário do setor aproveite o momento com o uso da ferramenta de planejamento. Em especial, na análise de oportunidades de fusão ou aquisição de outras empresas.

É bastante disseminada no mundo dos negócios a prática do Valuation, termo em inglês que significa avaliação de empresas. Nada mais é do que o processo de avaliar o valor dos ativos, financeiro ou real, integran-tes da empresa a ser vendida.

Antes da concretização da transação, a pedido da compradora, a empresa alvo passa por um processo de Due Dilligence, que sig-nifica Diligência Prévia. A ideia é fazer uma investigação formal, que vai além da avalia-ção econômica, e verificar o cumprimento de aspectos legais, contábeis, fiscais, trabalhistas e ambientais, para minimizar riscos e even-tuais passivos futuros.

Independentemente do Valuation ou do Due Dilligence, essas práticas não garantem uma boa integração das empresas. Nesse sen-tido, esse artigo procura discutir como reali-zar esse processo sem perda de market share e

fuga de talentos. É preciso realizar um projeto do tipo PMI (Post Merger Integration), que foca em alinhar a empresa adquirida à cultura e estilo de gestão da empresa adquirente, mas preservando os pontos fortes como marca, pessoas, capacidade de inovação e carteira de clientes.

Para a empresa adquirente, a compra do concorrente sempre visa ganhar market share e agregar competências complementares. Mes-mo assim, lacunas e pontos de melhoria são possíveis de serem identificados. Recomen da-se então a realização de um diagnóstico inter-no, em ambas as empresas, para identificar la-cunas em estratégia, estrutura organizacional, recursos humanos, e em processos comercial, industrial e administrativo-financeiro.

Em paralelo a isso, é recomendável a rea-lização de uma pesquisa de mercado com os clientes estratégicos e segmentos de atuação de ambas as empresas, com vistas a identifi-car percepções de posicionamento de preço e

qualidade de serviços. A voz do mercado é um importante instrumento para evitar possíveis miopias dos executivos internos.

Tendo em mãos a lista final de lacunas e pontos de melhoria, sugere-se a proposição de um modelo de gestão (e estrutura organi-zacional) para a empresa resultante, que leve em consideração:

• novo corpo diretivo para a empresa resultante;

• admissão e demissão de pessoas con-forme a nova estrutura;

• melhorias em processos e rotinas nas áreas administrativo-financeira, comercial e industrial;

• rotina de reuniões entre a nova admi-nistração da empresa resultante.

O que observar nas aquisições efusões de empresas da construção

e m P r e e n d e d O r i s m O

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27revista notícias da construção / outubro 2013

m e i O a m B i e n t e

destaque na 4ª cema

A parceria que o SindusCon-SP man-tém com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente para a realização de um projeto piloto de implementação de um sistema on-line de gestão e rastreabilidade de resíduos sólidos da construção foi destacada pelo secretário da pasta, Bruno Covas em seu pronunciamento na cerimônia de abertura da 4ª Conferência Estadual do Meio Am-biente (Cema) do Estado de São Paulo, no Memorial da América Latina, em setembro.

Covas confirmou que o piloto se iniciará em Santos a partir de fevereiro. Segundo ele, se o sistema se mostrar confiável e eficiente, em seis meses poderá ser implementado em outras cidades. Para Ricardo Beschizza, di-retor da Regional Santos do SindusCon-SP, a ferramenta “facilitará o trabalho de gestão das construtoras e de monitoramento pela Prefeitura”. Segundo ele, o piloto também poderá servir para reverter o que não funcio-nar na Lei Municipal de Gestão de Resíduos e melhorá-la.

PropostasO presidente do SindusCon-SP, Sergio

Watanabe, compôs a mesa de abertura da Cema, que encerrou o ciclo das etapas pre-paratórias para a Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), marcada para 24 a 27 de outubro, em Brasília.

A coordenadora técnica do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon- SP, Lilian Sarrouf, é membro da COE (Comissão Organizadora Estadual). A 4ª Cema contribuiu com propostas de solução dos entraves e desafios de implementação dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

No evento estadual, cerca de 800 par-ticipantes elegeram os 70 delegados que representarão São Paulo na etapa nacional e votaram em plenário as 20 sugestões priori-tárias, 5 por eixo temático (o Eixo 2 refere-se aos resíduos sólidos da construção).

Duas propostas das construtoras foram levadas a voto: a primeira de criação de no-vas linhas de crédito e incentivos fiscais às cooperativas, associações e empresas cujos produtos resultam em redução do consumo de recursos naturais e para usinas de tria-gem, processamento de RCCs, ecoponto e resíduos de compostagem; a segunda, para incluir nas licitações de obras públicas o uso de resíduos reciclados da construção.

Em São Paulo, foram realizadas 32 conferências municipais, 22 regionais (com participação de 507 municípios) e 42 con-ferências livres. Um total de 539 dos 645

municípios participou das conferên-cias regionais e municipais, o que representa 83,56% dos municípios do Estado.

O SindusCon-SP também teve um estande no saguão do auditório Símon Bolivar, no Memorial, no qual expôs e distribuiu material im-presso sobre as ações do sindicato na área de meio ambiente.

(Nathalia Barboza)

sinduscon-sP discute resíduos na

conferência estadualdo meio ambiente

Estande do SindusCon-SP distribuiu informações sobreas ações de meio ambiente

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28 revista notícias da construção / outubro 2013

roDoLFo ZagaLLo é presidente do grupo ZaZCoMM. e fundador do C3 – Clube da Construção Civil. atua há 15 anos no mercado de comunicação e marketing

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

Nesta edição vamos falar sobre como atingir o alvo com o “calibre certo”.

Fala-se cada vez mais em segmentação, mas o mercado continua usando esta prática de forma primária e equivocada.

Muitos definem seu foco de atuação em cima do tradicional público alvo, que todo empresário já escutou um dia: homens ou mulheres de x a y anos, casados ou solteiros.

Atualmente temos ferramentas para trabalhar a segmentação de forma muito mais profunda, mídias dirigidas para um público muito mais fechado e receptivo a certos pontos de contato. Novamente volto a falar da importância do relacionamento, é muito mais barato manter um cliente feliz do que conquistar um novo.

Enfim, muitos continuam dando tiro de canhão no lugar de usar uma sniper e o resul-tado não pode ser diferente do que dispersão de dinheiro. As agências de propaganda não se cansam de usar a tradicional “fór-mula de bolo”, até porque a velha máxima “está dando certo assim, para que mudar?” continua sendo aceita principalmente nas grandes empresas.

O profissional que ousa, inova ou tenta mudar, muitas vezes é mal visto por vários departamentos da empresa, e quando dá certo quase nunca é reconhecido.

As empresas que se propõem a rein-ventar enfrentam uma barreira grande e na maioria dos casos escutam: “Nossa, que grande ideia, mas acho melhor não arriscar”.

Como sempre, gosto de usar exemplos. Vou arriscar e dar um do mercado da indús-

tria da construção civil.Sempre escuto de muitos empresários

que o maior volume de vendas está nos in-vestidores e na mão dos corretores... Apesar disso, continuam investindo milhões em uma campanha de jornal ou revista que fala com 300 mil pessoas.

Gostaria muito de saber: por que falar com uma pessoa de Guarulhos sobre um empreendimento residencial nos Jardins? Para que comunicar o lançamento de um empreendimento corporativo em Campinas, para empresas de Taubaté?

É aí que entram as estratégias de seg-mentação e marketing de relacionamento, por exemplo, relacionamento com investidor e cultura do corretor.

As pessoas se esquecem de analisar o perfil de consumo da região, fazer uma pes-quisa no entorno, conversar com moradores da região, entender o comportamento do seu futuro cliente. Antes de definir qualquer campanha, precisamos entender com quem queremos falar, o que eles querem escutar e, muito além disso, quais os sonhos e desejos deles.

Não podemos nos esquecer de que cada região é quase como um outro mundo, com costumes, desejos e ambições diferentes.

Quando falamos de empreendi-mentos corporativos não muda mui-

to, as empresas também têm DNA próprio. E quando pensamos no empreendimento a ser lançado, imediatamente temos que imaginar qual o DNA da empresa que queremos para povoar este complexo. Atualmente, existem dados prontos de mercado que nos orientam para seguir estes caminhos.

Reflita:Inovar e criar dá trabalho, o mercado

está cada dia mais preguiçoso.

tiro certeiro

mercado imobiliário deveria usarestratégias regionais e dirigidas

m a r k e t i n G d e r e L a c i O n a m e n t O

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29revista notícias da construção / outubro 2013

www.urbe.com.brwww.urbe.com.br

São Paulo (11) 2256-6000Osasco (11) 3601-2777Campinas (19) 3216-4440

São Paulo (11) 2256-6000Osasco (11) 3601-2777Campinas (19) 3216-4440

Andaimes Urbe fornece equipamento para estádio da Copa do Mundo Brasil 2014

Sede da abertura do mundial, o Estádio do Corinthians, já tem 82% das suas obras concluídas. A versatilidade de aplicações do Andaime Fachadeiro Urbe proporcionará rapidez e produtividade para a fase de acabamento da obra e ajudará a garantir a inauguração dentro do prazo previsto, dezembro / 2013.

meiO amBiente

Falta incentivar a remediaçãoApós a regulamentação da Lei Estadual

13.577/2009 pelo decreto 59.263, que permi-te gerenciar efetivamente áreas contamina-das no Estado de São Paulo, os debates sobre a questão poderiam avançar um pouco mais com a criação de um mecanismo de incenti-vo à recuperação destas áreas por empresas do mercado imobiliário, indica Francisco Vasconcellos Neto, vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP.

Segundo ele, os 103 artigos do decreto sobre as diretrizes e procedimentos para a proteção da qualidade do solo e das águas subterrâneas representam “um grande pro-gresso”, sobretudo ao criar o Feprac (Fundo Estadual para Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas), mecanismo financei-ro destinado à identificação e remediação das chamadas “áreas órfãs”. “O Estado não dispunha de mecanismo que lhe permitisse

assumir os custos de um projeto de remedia-ção, cobrando judicialmente do responsável num segundo momento. Isto vinha fazen-do com que muitas áreas potencialmente descontamináveis ficassem abandonadas”, comenta Vasconcellos.

Segundo ele, os incentivos às construto-ras seria ótima alternativa. “No mundo todo isto acontece. As empresas remediam a área e, em troca, têm um andamento mais rápido nos processos de licenciamento”, conta.

A regulamentação obriga, entre outras coisas, a averbação da informação sobre a contaminação identificada na área na respec-tiva matrícula do imóvel e institui o seguro ambiental que garante a execução do Plano de Intervenção.

“O decreto juntou, melhorou e deu base legal às ações de descontaminação de áreas”, diz o vice-presidente do SindusCon-SP.

Vasconcellos: incentivos às construtoras beneficiariamtoda a sociedade

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30 revista notícias da construção / outubro 2013

saúde bucal

P r e v e n Ç Ã O e s a Ú d e

A saúde bucal é parte integrante e insepa-rável da saúde do indivíduo. Os trabalhadores da construção apresentam problemas bucais relevantes que podem culminar em urgências odontológicas com impacto na qualidade de vida, produtividade e, eventualmente, em absenteísmo, chegando em alguns casos até a comprometer os relacionamentos sociais, evidenciando a importância do atendimento odontológico na saúde desses trabalhadores.

É fundamental conhecer as doenças bucais que afetam os trabalhadores. Compar-tilhar dados estatísticos sobre atendimentos e procedimentos permite evidenciar o impacto das afecções bucais no processo produtivo e na saúde do trabalhador.

Em 2012, a equipe de Odontologia do Seconci-SP realizou 40.617 atendimentos para os trabalhadores titulares, o que corres-ponde a 66% do total de pacientes atendidos.

Entre os principais procedimentos rea-lizados no período, as restaurações foram a maioria com 36,5%, seguidos de triagem (sem hora marcada) com 26,5%, periodontia (trata-mento de gengivas) com 14% e a reabilitação protética (próteses) com 10%.

Considerando que os procedimentos vin-culados à triagem e à periodontia trabalham conceitos e ações preventivas, evidencia-se a relevância dessas especialidades no combate à cárie e aos problemas gengivais.

Nos atendimentos odontológicos no Seconci-SP, o conceito de escovação, o uso do fio dental e informações sobre hábitos alimentares adequados são transmitidos aos pacientes. O flúor, importante na redução da

incidência de cárie, é aplicado durante as consultas.

Os serviços odontológicos no SUS têm se revelado insuficientes e os planos de saúde que preveem assistência odontológica apre-sentam impactos financeiros significativos que limitam o acesso, sobretudo para os tra-balhadores do setor e suas famílias. Um dos diferenciais do Seconci-SP é proporcionar o acesso à assistência odontológica, com recur-sos físicos e materiais de primeira qualidade e com atendimento humanizado, contando com um índice de satisfação elevado entre os usuários.

Diferentemente do que ocorre na rede pública e privada de saúde, o tempo de espera para agendamento de consultas no Seconci- SP é inferior a 15 dias. A instituição oferece ainda pronto atendimento para as urgências e emergências, contando com um rol completo

de especialidades.Outro fator rele-

vante é que os atestados emitidos em 2012 tive-ram prazo máximo de afastamento entre um

e dois dias. Assim como os atestados médi-cos emitidos pela entidade, os odontológicos representaram 4% do total de atendimentos realizados. A extração dentária foi responsável por 95% desse total.

Mediante solicitação das empresas, o atendimento também pode ser oferecido diretamente nos canteiros de obras, pois o Seconci-SP dispõe de Unidades Móveis Odontológicas, capacitadas para percorrer todas as regiões do Estado.

A manutenção da saúde bucal dos trabalhadores, além de melhorar a qualidade de vida, contribui para o aumento da pro-dutividade e para a redução dos índices de absenteísmo nas obras.

JeFFerSon PoDeStÁ branDÃo é cirurgião-dentista formado pela Unisa, com especialização em periodontia e gerente de odontologia do Seconci-SP

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

seconci-sP dá tratamento e levadentistas aos canteiros de obras

Page 31: Hora de Crescer
Page 32: Hora de Crescer

SEDETel (11) [email protected]

BauruTel (14) [email protected]

CampinasTel/fax (19) [email protected]

Mogi das Cruzes (Delegacia)Tel: (11) [email protected]

Presidente PrudenteTel/fax (18) [email protected]

Ribeirão PretoTel (16) [email protected]

Santo AndréTel (11) 4990-6433Fax (11) [email protected]

SantosTel (13) 3222-5396Fax (13) [email protected]

São José do Rio PretoTel/fax (17) [email protected]

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Page 33: Hora de Crescer

33revista notícias da construção / outubro 2013

r e L a Ç Õ e s c a P i t a L - t r a B a L H O

Maristela entre os premiados do Seconci-SP

ishikawa (dir.) recebe o prêmio das mãos de Gacitúa, em Santiago

sinduscon-sP é premiado no chileO SindusCon-SP recebeu a “Distinción

Asociación Latinoamericana de Seguridad e Higiene en el Trabajo”, prêmio conce-dido pela Asociación Latinoamericana de Seguridad e Higiene en el Trabajo (Alaseht) a empresas ou instituições que realizem atividades e ações meritórias nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde no traba-lho, em setembro, em Santiago, no Chile. A distinção foi entregue ao vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do sindicato, Ha-ruo Ishikawa, pelo presidente do Conselho Nacional de Seguridade do Chile, Guillermo Gacitúa Sepúlveda, eleito novo presidente da Alaseht.

Criada em 1977, a Alaseht é composta por nove membros, entre os quais o Brasil, para promover a segurança por meio de prevenção de acidentes, saúde e segurança no trabalho, proteção ambiental, bem como para melhorar a produtividade e a compe-titividade na construção latino- americana.

Prêmio Seconci-SPHaruo Ishikawa e a vice-presidente de

Responsabilidade Social, Maristela Honda, representaram o SindusCon-SP na segunda edição do Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho, promovido em se-

tembro. Distribuída em quatro categorias, a premiação incentiva as melhores práticas em saúde e segurança do trabalho em can-teiros de obras residenciais, comerciais e industriais em todo o Estado de São Paulo.

Ishikawa entregou o bronze na catego-ria “Campanhas motivacionais em saúde e segurança no trabalho” para a equipe da Racional Engenharia responsável pela obra do Shopping Iguatemi Esplanada, em Sorocaba.

Coube a Maristela entregar a prata na categoria aos engenheiros da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR).

Personalidade Nesta edição, o presidente do

Sintracon- SP, Antonio de Souza Ramalho, foi escolhido a Personalidade do Ano. Na categoria de Trabalhador Modelo foi home-nageada a carpinteira Lenice Carvalho da Silva Oliveira, da MPD Engenharia.

Além de Ishikawa, Maristela e Antonio Carlos Salgueiro de Araújo, presidente do Seconci-SP, a cerimônia contou com as participações de José Sílvio Valdissera, pre-sidente do Sindinstalação, e Carlos Alberto Laurito, representante do Sinicesp.

(Fabiana Holtz)

Page 34: Hora de Crescer

34 revista notícias da construção / outubro 2013

reLaÇÕes caPitaL-traBaLHO

megasipat reúne mais de 350 trabalhadores em sorocaba

Mais de 350 trabalhadores da cons-trução civil aproveitaram o dia no Sesi de Sorocaba na 14ª edição da Megasipat (Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) em setembro. Realizada pelo SindusCon-SP, em parceria com Fiesp, Sesi- SP, Senai-SP e Seconci-SP, a Megasipat é o maior evento paulista de Saúde e Segurança do Trabalho.

Em nome da vice-presidente de respon-sabilidade social, Maristela Honda, o diretor da regional, Elias Stefan Junior, deu as boas--vindas aos trabalhadores e agradeceu as entidades parceiras. Julio Cesar Martins, di-retor do Sesi Sorocaba, disse ser importante que os participantes repliquem em casa o que aprenderam durante o evento. Emílio Alves, presidente da Feticom, também ressaltou a importância da segurança do trabalho. Já o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil em Sorocaba e Região, Vitorino Gabriel, chamou a atenção para a prevenção de acidentes, um procedimento que deve ser constante.

Para Jocilei Oliveira, diretor do Senai Sorocaba, a Megasipat é um momento para se pensar na formação de cada um. “Os tra-

balhadores precisam aproveitar para refletir sobre novos aprendizados e qualificação”.

Os participantes fizeram exames mé-dicos, receberam orientações sobre saúde e qualidade de vida. Também assistiram a palestras sobre segurança no trabalho e violência doméstica, intercaladas com es-quetes teatrais e sorteios. Foi oferecido aos trabalhadores café da manhã e almoço.

O evento percorrerá, até novembro, as nove Regionais do SindusCon-SP, além da Delegacia de Mogi das Cruzes e a Capital. A expectativa neste ano é de reunir mais de 2.500 trabalhadores da construção civil em todo o Estado. (Lívia Camargo)

Ribeirão tem sorteio de cursosCom a participação de aproximada-

mente 200 trabalhadores, a Megasipat de Ribeirão Preto aconteceu no Teatro do Sesi e nas dependências do CAT José Villela de Andrade Jr.

A abertura do evento contou com as presenças do diretor adjunto da Regional, Fernando Junqueira, da auditora fiscal do Ministério do Trabalho Nara Soares Borba, do coordenador administrativo do Seconci- SP Agnaldo Silva e dos representantes do

Sesi-SP, Heloísa Lança, e do Senai-SP, Val-deir Borges, além de Iussef Miguel Iun, que representou a prefeita Dárcy Vera.

Ao final foram sorteados diversos brindes, entre eles cursos de qualificação profissional oferecidos pelo Instituto da Construção.

“É preciso que as pessoas se cuidem bem. Vocês são a mão de obra que todos procuram”, afirmou Iussef Iun.

(Márcio Javaroni)

reunidos em Sorocaba, Martins, do Sesi, Stefan Júnior, da regional, alves e Costa, da Feticom-SP, e oliveira, do Senai

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35revista notícias da construção / outubro 2013

Público recebeu dicas de prevenção de acidentes

trabalhadores do aBc lotam auditório do sesi mauá

Na Regional Santo André, a Megasipat lotou o Sesi CAT Ministro Raphael de Al-meida Magalhães, em Mauá. Para o diretor da Regional, Sergio Ferreira dos Santos, o sucesso de público é sinal de que a iniciativa está atingindo sua finalidade: a conscienti-zação sobre a importância que devemos dar à segurança em nossas vidas, e não só em nosso ambiente de trabalho.

Na abertura do evento, a diretora- adjunta da Regional, Rosana Carnevalli, destacou a importância dessa ação, que tem contribuído para a prevenção de acidentes e apresentado reflexos importantes na saúde

do trabalhador há 14 anos. Para o professor Carlos A. Carvalho, diretor do Sesi local, “é motivo de grande honra e satisfação poder prosseguir com essa parceria em prol da saúde e segurança dos trabalhadores da Indústria da Construção Civil.”

Nancy Fasioli, agente de treinamento do Senai A. Jacob Lafer, comentou “É um dia diferente e especial para os trabalhadores. Quando falamos em segurança, precisamos ficar atentos a todos os detalhes.”

Ao dar as boas-vindas ao público, Wilson Roberto Anighi, diretor de saúde e segurança do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, disse que a conscientização dos trabalhadores eleva também a produtividade. “Ainda há muito trabalho pela frente, mas evoluímos muito nesse sentido”, argumentou.

Anighi abordou também a importância da boa saúde piscológica do trabalhador, que deve ser desenvolvida em casa, com diálogo e bom relacionamento entre os familiares, o que resulta em um trabalhador mais atento.

(Sueli Osório)

Bauru tem curso de artesanatoEm Bauru, a Megasipat reuniu cerca

de 200 trabalhadores do setor da construção civil no Senai João Martins Coube. Além de exames gratuitos, palestras sobre importân-cia da prevenção para a saúde de homens e mulheres e sorteio de brindes, neste ano a programação incluiu um minicurso de artesanato. As apresentações de um gru-po teatral, que interligavam as palestras, também fizeram sucesso com músicas e participação da plateia.

(Sabrina Magalhães)

Page 36: Hora de Crescer

36 revista notícias da construção / outubro 2013

Maria angeLiCa LenCione PeDreti é professora de Contabilidade e Finanças da Fgv e mestra em administração de empresas; trabalha em Planejamento estratégico

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novo paradigma

empresas precisam se preparar paraenfrentar resistências a mudanças

G e s t à O e m P r e s a r i a L

Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário concluiu que as empresas brasileiras que faturam mais de R$ 48 milhões/ano costumam viver, em média, 35 anos. Esta amostra representa apenas 2% das 13 milhões de empresas do Brasil. Ainda segundo o estudo, uma em cada seis empresas pequenas morrem antes de completarem cin-co anos, o que não é diferente da estatística do resto do mundo.

Se enxergarmos as empresas como um conjunto de pessoas e de culturas, fica mais fácil entender que as ideias podem ficar ul-trapassadas e muitas vezes, as culturas, que foram importantes em certo momento da vida da empresa, se tornem um obstáculo ao seu crescimento futuro ou até à sua sobrevivência.

As empresas são feitas de pessoas, que acabam criando procedimentos para defen-derem seus interesses, e muitas vezes isso conflita com os interesses, especialmente de longo prazo, da organização. Assim, torna-se imperativo preparar a cultura da empresa ao que está por vir, para que ela seja um fator propulsor, e não um entrave ao crescimento sustentável.

Outro fator encontrado na pesquisa refere-se às crescentes fusões e aquisições. Se uma empresa possui uma estratégia de crescer via aquisições e não apenas por crescimento orgânico, as empresas adquiri-das, uma vez incorporadas, tendem a desa-parecer. E como a estratégia de aquisições leva a um crescimento mais rápido, é de se esperar que ocorram num mundo cada vez mais dinâmico.

A mudança dos paradigmas também possui um papel importante nesse processo: enquanto for mais eficiente e eficaz que uma empresa tenha funcionários, uma sede, uma só razão de ser, ela existirá. O que ocorre, segundo os especialistas, é que os custos de transação estão se reduzindo, de modo que, em alguns casos, pode ser mais fácil e mais barato contratar profissionais de acordo com o projeto a ser realizado, com a vantagem de contar com profissionais especializados, a custos mais baixos, graças aos avanços das comunicações.

Assim, a empresa, constituída hoje como um conjunto de pessoas que entram em di-ferentes tipos de contratos, em torno de uma mesma ideia, será substituída por um novo tipo de organização, baseada num conjunto de contratos e de ideias para cada oportuni-dade. A organização antiga dará lugar à nova e quem mudar não precisará morrer.

Obviamente, há empresas que morrem por erros de administração, de gestão de ris-co, por briga entre os sócios, problemas de sucessão, práticas desleais da concorrência.

Mas um dos maiores riscos à existência de uma empresa são as ações de outra empre-sa, como aquele jogo de xadrez, em que você deve prever o que o oponente fará antes

de tomar sua posição. E, segundo o consultor e acadêmico Clayton Christensen, inovações de ruptura são praticamente imprevisíveis.

Não posso deixar de destacar, no entanto, que mesmo imprevisíveis são estas inovações de ruptura que potencializam as empresas ao crescimento sustentável que criará valor.

Nas próximas edições, detalharemos um pouco mais sobre os principais problemas das empresas e como tratá-los a tempo!

Page 37: Hora de Crescer

s i n d u s c O n - s P e m a Ç Ã O

Watanabe (3º à dir.) na Conferência Estadual, que marcou a criação do Concidades-SP

Friedrich Däuble

SindusCon-SP é eleito para a Conferência Nacional das Cidades

Na 5ª Conferência Estadual das Cida-des, no final de setembro, três representantes do SindusCon-SP foram eleitos entre os delegados do setor empresarial que irão par-ticipar da Conferência Nacional das Cidades, em novembro, em Brasília: Cristiano Golds-tein Filho, Miguel Sastre e Vânia Bonafin. O sindicato também foi eleito para compor o segmento empresarial no Conselho Estadual das Cidades (Concidades-SP).

Com a presença de duas mil pessoas, o

evento marcou a criação do Concidades-SP, que integrará o Sistema Nacional e garantirá acesso paulista a projetos e recursos do Fun-do Nacional de Desenvolvimento Urbano.

O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, participou da abertura da Confe-rência Estadual, no Memorial da América Latina, ao lado do ministro das Cidades Ale-xandre Cordeiro (interino) e dos secretários estaduais Edson Aparecido (Casa Civil) e Silvio Torres (Habitação).

cônsul-geral da alemanha visita o sindicatoO presidente do SindusCon-SP, Sergio

Watanabe, afirmou que “a economia brasi-leira precisa muito da contribuição alemã em tecnologia para elevar a produtividade”. A afirmação foi feita ao receber o novo cônsul- geral da Alemanha em São Paulo, Friedrich Däuble, em setembro, no sindicato.

Participaram do encontro o cônsul para Assuntos Políticos e Imprensa, Christoph Oversolhl; o vice-presidente Administrativo

e Financeiro do sindicato, Cristiano Golds-tein, e o superintendente José Luiz Machado.

Watanabe relatou que a construção tem se ressentido do baixo crescimento da econo-mia brasileira, devendo crescer cerca de 2% neste ano e acompanhar o desempenho do PIB em 2014. Ele manifestou a preocupação de que a política econômica adote medidas populistas em função das eleições do ano que vem.

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38 revista notícias da construção / outubro 2013

antonio JeSUS De britto CoSenZa é consultor de empresas e professor da eaeSP-Fgv e da bbS

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

espaços urbanos

comodidade do mundo virtual trazconsigo uma perda da privacidade

m a r k e t i n G

É comum lermos reportagens sobre o que pode ser feito para minimizar o tempo perdido em deslocamentos aproveitando a conectividade gerada pelas redes sociais.

Estamos preparados para abrir mão da liberdade do cidadão em prol do monitora-mento para uma qualidade de vida melhor nas cidades? Estamos educados para con-viver socialmente de forma civilizada sem abusarmos das “pequenas” transgressões de trânsito e da ocupação do espaço público? Já temos maturidade para democraticamente propormos normas de convívio nas cidades, independentemente da tutela governamen-tal? Podemos ter menos interferência estatal porque já somos responsáveis socialmente?

Essas e outras questões surgem quando pensamos nas cidades inteligentes. A big data, o big brother, o Admirável Mundo Novo, 1984, a Aldeia Global tornam-se parte de nossa realidade quando somos monito-rados por câmeras em nossos movimentos, em nome de uma melhor qualidade de vida.

O Rio de Janeiro já está pronto para a Copa do Mundo com todo esse equipamento. Os aplicativos nos smartphones indicam os melhores itinerários para fugirmos dos con-gestionamentos. Também enviam mensagens de ofertas quando passamos próximos a uma loja, dentro de um shopping ou na rua. Permitem-nos identificar o táxi mais próximo e fornecem uma avaliação sobre o motorista.

Toda essa enorme comodidade e con-forto não vêm sem uma perda considerável de privacidade. Será que damos importância à privacidade, quando testemunhamos nas

redes sociais uma incessante exposição? A revista The Economist trouxe uma excelente reportagem resultante de um estudo realizado por dois professores, mostrando que, quanto mais as pessoas usam o Facebook, menos satisfeitas elas estão com a vida. Descreve, ainda, as consequências do uso incessante do Facebook no estado de humor dos jovens e recomenda a todos que usem menos as redes sociais e tenham mais contatos pessoais, pois eles fazem bem à saúde emocional e mental. Termina dando a todos um simples e prático conselho: get a life.

O equilíbrio entre a intervenção es-tatal e a liberdade democrática precisa ser buscado, mas é necessária a compreensão

do que seja liberdade democrática. Quando esta é confundida com liberalidade ou mesmo libertinagem; quando condutores de veícu-

los realizam conversões proibidas porque não podem perder tempo, estacionam em fila dupla ou em locais proibidos; quando manifestantes depredam patrimônios públi-cos e privados em nome de reivindicações; quando uma ida a um restaurante ou a uma lanchonete se transforma em uma perda de patrimônio pessoal com risco de vida, não podemos acreditar que haja educação para a vida em uma sociedade democrática.

Será que o monitoramento para uma convivência em uma cidade mais inteligente, em nome de uma maior qualidade de vida, não deva ser também policialesco por total falta de compreensão de que cidadania é um conjunto de direitos e deveres?

Instrução, educação e civilidade são premissas para um smarter planet.

Não há computador capaz de substituir esses pressupostos.

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Page 40: Hora de Crescer

40 revista notícias da construção / outubro 2013

JoSé CarLoS baPtiSta PUoLi é coordenador do Conselho Jurídico do SindusCon-SP e sócio da Duarte garcia, Caselli guimarães e terra advogados

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

De tempos para cá, tem crescido a quan-tidade de processos ajuizados por adquiren-tes de imóveis em produção, questionando o pagamento da comissão devida ao corretor de imóveis que atua na intermediação da venda.

Explica-se: o alvo do questionamento refere-se à prática de, na aquisição de imó-vel na planta, ser destinada ao comprador a responsabilidade pelo direto pagamento da comissão de corretagem. Quando assim é feito, o adquirente, no momento da con-tratação, emite diversos cheques, parte dos quais destinada ao incorporador imobiliário (a título de pagamento de parcela do preço) e os restantes destinados ao “corretor”.

Os argumentos utilizados para im-pugnar este tipo de contratação podem ser reduzidos a dois principais. De um lado, afirma-se que se trataria de venda casada, pois o adquirente só poderia optar por um corretor que atue com o incorporador para realizar a intermediação no estande do em-preendimento. De outro lado, afirma-se que a atuação do corretor, neste tipo de caso, seria apenas do interesse do incorporador o qual, por isto, deveria assumir o custo do serviço.

Tais argumentos, contudo, são equi-vocados. Havendo a intermediação imo-biliária (e a realização do serviço não tem sido questionada, pois ele de fato existe), a atuação do corretor deve ser remunerada, de modo que, com a sistemática acima descri-ta, tal pagamento é feito com transparência, permitindo maior grau de informação ao comprador que pode distinguir exatamente

qual o preço do imóvel e qual a remu-neração do corretor (e/ou da empresa de comercialização). Não fosse assim, o custo da intermediação passaria a ser considerado mais um insumo da produção imobiliária e estaria embutido no preço, reduzindo o detalhamento da informação hoje prestada ao comprador.

De outro lado, considerado o fenômeno do ponto de vista econômico, também aqui não há prejuízo ao adquirente pois, direta ou indiretamente, este acabaria arcando com o custo da intermediação.

Cabe anotar que o serviço realizado é do interesse de ambos os contratantes que “querem” realizar o negócio e contam com a colaboração do intermediador.

Neste contexto, parecem realmen-te equivocados os argumentos de quem questiona este mecanismo. Entende-se ser plenamente legal a transferência ao adqui-rente de imóveis, no ato da contratação, da responsabilidade por este pagamento.

A despeito de ser assim, o tema tem sido levado para apreciação do Judiciário e, mesmo já sendo anotados precedentes favoráveis ao acima exposto, não se tem

como prever qual será a palavra final dos juízes a respeito desta controvérsia.

Em vista disto, serve o presente para

comentar a ocorrência, convidando os empresários do setor da construção a me-ditarem sobre como esta contratação tem sido realizada. Com tal meditação, a esco-lha do modelo a ser empregado em cada empreendimento pode ser realizada com conhecimento do risco acima mencionado, reduzindo a surpresa que, esta sim, tem sido muito difícil de assimilar no setor.

taxa questionada

na aquisição de imóvel na plantaé legal pagar comissão ao corretor

j u r Í d i c O

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42 revista notícias da construção / outubro 2013

r e G i O n a i s

Falcão Bauer conclui ciclo em santo andré

Pela terceira vez neste ano, o diretor técnico do Grupo Falcão Bauer – Centro Tecnológico de Controle de Qualidade, engenheiro Roberto José Falcão Bauer, palestrou na região do ABC por meio da parceria entre o SindusCon-SP e o Grupo Falcão Bauer.

O tema “Durabilidade e Vida Útil de Es-truturas de Concreto Armado” foi distribuído em dois dias, devido ao seu extenso conteú-do. As palestras, realizadas no auditório da Etec Júlio de Mesquita, foram dirigidas a engenheiros, mestres de obras e alunos dos cursos de Edificações Modular, Edifica-ções Integrado e Desenho de Construção

Civil. O diretor da Regional Santo André, Sergio Ferreira dos Santos, afirmou ser gratificante ver o retorno que esta iniciativa do SindusCon-SP traz. “Seja com relação à qualidade da palestra, como pela presença de tantas pessoas, mostrando o quanto o assunto abordado foi interessante”, afirmou.

Para Valéria Santos, engenheira e co-ordenadora do curso de Edificações da Etec Julio de Mesquita, as palestras despertaram a preocupação em relação à confecção do concreto. “Ele deve ser bem executado na sua parte técnica e composição, com atenção em relação a possíveis patologias desde a execução”, disse. (Sueli Osório)

o diretor da regional Santo andré, Sergio Ferreira (esq.) assistiu à última palestra de Bauer (dir.)

Page 43: Hora de Crescer

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SetembroDia 18, em Sorocaba (Sesi)

Dia 20, em Ribeirão Preto (Sesi)Dia 25, em Santo André (Sesi-Mauá)

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outubroDia 2, em São José do Rio Preto (Sesi)Dia 16, em Presidente Prudente (Sesi)

Dia 23, em Campinas (Senai)Dia 30, em São José dos Campos (Sesi)

NovembroDia 6, em Santos (Sesi)

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44 revista notícias da construção / outubro 2013

reGiOnais

santos debate a logística portuáriaOs empresários da construção esti-

veram representados pelo SindusCon-SP na 11ª edição do Santos Export – Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos, no Mendes Convention Cen-ter. “A possibilidade de desenvolvimento do porto traz expectativa, tendo em vista que a expansão aquece o setor por exigir a realização de obras”, disse o diretor da Regional Santos, Ricardo Beschizza.

Estímulo para as ferrovias e leilão de terminais foram as novidades no se-minário, em agosto. O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leô nidas Cristino, anunciou que a secretaria pretende se unir ao Ministério dos Transportes para aumen-tar a capacidade das ferrovias que seguem em direção à Baixada Santista.

Outra iniciativa será inserir, nos novos contratos de arrendamento de terminais graneleiros, a exigência de que um per-

centual de cargas chegue ou saia do porto em trilhos.

ChurrascoEm clima de confraternização, em-

presários de Santos se reuniram em con-corrido churrasco que aconteceu no Grill do Tênis Clube de Santos, em setembro. O evento, uma promoção conjunta da Regional do SindusCon- SP e da Assecob, reuniu mais de cem participantes.

Conforme Beschizza, o tradicional encontro, que no início se restringia a em-presários e familiares, hoje atrai autorida-des e representantes de vários segmentos ligados ao setor, com potencial para gerar negócios. O evento contou com o patro-cínio: Grupo Mega Forma, Viapol, Pinte Pronto, Hyundai Elevadores, Fundamenta, Caixa Econômica Federal e Gerdau.

(Giselda Braz)

Formalizada a criação da cPrem Franca

Desde setembro, a cidade de Franca, segunda mais populosa entre as integrantes da Regional Ribeirão Preto, tem seu Comi-tê Permanente Regional (CPR) da NR-18 (norma de segurança e saúde do trabalho).

O SindusCon-SP será o coordenador dos trabalhos do Comitê, que terá como membros titulares Carlos André de Car-valho Fávero (Governo - GRTE Franca), Fernando Junqueira (Empregadores - SindusCon-SP) e Jaime Plácido Barbosa (Trabalhadores - Sindicato dos Trabalha-dores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Franca).

As reuniões serão mensais, na terceira quarta-feira de cada mês.

(Márcio Javaroni)

Para Beschizza, tradicional encontro tem potencial de negócios

São José dos Campos discute desoneração

O Painel Tributário, promovido pela regional São José dos Campos em se-tembro, discutiu entre outros temas a desoneração da folha de pagamento das empresas. O evento foi uma parceria entre o SindusCon-SP e a Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba).

Cerca de 80 pessoas participaram do painel no auditório da Aconvap. As pales-tras foram ministradas por Renato Romano Filho e Rosilene Carvalho Santos, assesso-res jurídicos do SindusCon-SP.

Durante o encontro também foram dis-cutidos o Regime Especial de Tributação e as ações regressivas, bem como o Nexo Técnico Epidemiológico .

(Elizânio Silva)

Page 45: Hora de Crescer
Page 46: Hora de Crescer

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Page 47: Hora de Crescer

47revista notícias da construção / outubro 2013

reGiOnais

sorocaba lança curso para construção de edifíciosAtendendo a uma sugestão da Regio-

nal Sorocaba do SindusCon-SP, a Univer-sidade Paulista (Unip) terá o novo Curso Superior Tecnológico de Construção de Edifícios. As inscrições já estão abertas para o processo seletivo.

Para Maristela Honda, vice-presidente de Responsabilidade Social do Sindus-Con-SP, o programa-piloto é mais um passo do comprometimento do sindicato com o desenvolvimento da cidade no setor da construção.

“Fico orgulhosa em participar de mais

uma etapa que une educação e tecnologia aos nossos futuros empreendedores”, afirmou.

O curso pretende suprir, com mão de obra qualificada, o vazio existente entre o engenheiro civil responsável pela cons-trução e os trabalhadores que compõem a equipe de execução da obra.

Com duração de três anos, o curso será oferecido a partir de 2014. Mais in-formações podem ser obtidas: www.unip.br ou pelo telefone (15) 3412 1022.

(Lívia Camargo)

Page 48: Hora de Crescer

48 revista notícias da construção / outubro 2013

Hidrofresa inovadoras O L u Ç Õ e s i n O v a d O r a s

Com a diminuição de áreas disponíveis para novos empreendimentos e o crescimento da frota veicular, há uma forte demanda por edifícios com mais subsolos.

Dentre as alternativas existentes, a parede diafragma é a contenção mais recomendada quando se precisam escavar subsolos abaixo do lençol freático. Constituída por lamelas ou painéis de concreto armado e muitas vezes atirantada, essa solução é muito utilizada. Procura-se sempre embuti-la em solo imper-meável, eliminando-se assim a necessidade do rebaixamento externo do lençol freático.

Em geral não há maiores dificuldades para escavações em solo, utilizando-se o equipamento clam-shell. Entretanto, em razão do grande número de subsolos, atinge-se com frequência o material rochoso, onde a esca-vação é bem mais complexa. É aí que entra a hidrofresa.

Quando se utiliza o clam-shell, as fases principais de execução são:

• execução da mureta-guia para proteção do topo da escavação;

• escavação com clam-shell até a profun-didade de projeto, mantendo-se o furo sempre cheio de lama bentonítica ou polímero;

• limpeza do fundo da escavação, tra-tamento da lama bentonítica, colocação das chapas-junta e colocação da armadura;

• lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubos de concretagem;

• recuperação das chapas-junta e da mureta-guia.

As muretas-guia de concreto armado têm a função de guiar o equipamento nos primeiros metros de escavação. Após sua exe-cução, começa-se a escavação da lamela com o clam- shell, que tem espessuras variando de 30 a 120 cm e larguras de 250, 280 ou 320 cm. Esse equipamento, preso a um cabo de aço, cai com as mandíbulas abertas dentro da vala.

Estas se fecham, levando para a superfície o material escavado.

Para o sucesso desta escavação é indis-pensável a utilização da lama bentonítica ou de polímeros sintéticos para seu preenchimento. Estes são cada vez mais usados, pois, embora mais caros, reduzem os impactos ambientais e os custos com o descarte da lama. Ambos os materiais dão estabilidade à escavação e devem passar por testes de qualidade no canteiro de obras antes de serem utilizados.

Terminada a escavação, colocam-se ver-ticalmente, com seção trapezoidal, as chapas -junta nas extremidades laterais da lamela, dando-lhe o formato de encaixe. As chapas são retiradas após o inicio da pega do concreto.

A armadura é montada em formato de “gaiola” conforme especificações de projeto, içada por guindaste e posicionada dentro da lamela. A concretagem, feita após o posiciona-mento da armação, é submersa, empregando-se um tubo tremonha que executa o processo de baixo para cima, expulsando a lama bentoní-tica conforme o concreto é lançado.

Assim são executados todos os painéis. Ao final, é necessária uma viga de coroamen-to, que unifica todas as lamelas, para que não trabalhem isoladamente e não tenham reações diferenciadas.

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]@ipt.br

JoSé Maria De CaMargo barroSé engenheiro civil, doutor Poli/USP e pesquisador do iPt

Karina YUMi iaMato é engenheira civil da Damasco Penna en-genharia geotécnica, formada pela Fesp

Execução das juntas secantes com a hidrofresa

Page 49: Hora de Crescer

49revista notícias da construção / outubro 2013

Com o emprego da hidrofresa, os proces-sos iniciais são os mesmos. Como a hidrofresa apresenta bom desempenho somente em ro-chas, matacões e solos mais duros, é necessário o uso do clam-shell para escavação da lamela nos seus primeiros metros em solo.

A velocidade para execução com clam -shell em solos depende de diversos fatores, mas, em geral, varia de 2 m/h a 12 m/h. Quando essa faixa de valores não é atingida, entra em ação a hidrofresa, e a partir daí a execução começa a ser diferenciada.

A hidrofresa é montada num guindaste movimentado sobre grandes esteiras ou por unidade hidráulica. O equipamento possui espessuras variando de 60 até 150cm e larguras de 250 à 320cm.

A hidrofresa possui duas rodas de corte, acionadas por motores hidráulicos. Elas giram em sentidos opostos em torno de seus eixos horizontais e possuem bits de tungstênio ou vídea, para triturar a rocha.

Os detritos, juntamente com o fluido estabilizante, são aspirados por uma bomba hidráulica de alta capacidade de sucção, e direcionados à estação de tratamento da lama, onde ela é reciclada e limpa, retornando à vala. Esse procedimento garante o uso de materiais estabilizantes permanentemente reciclados e limpos. Ao final, o posicionamento das ar-mações e a concretagem seguem os mesmos processos descritos.

Sensores instalados no equipamento medem a sua velocidade de avanço e o torque do motor. Sua verticalidade também é medida continuamente e eventuais desapru-mos podem ser corrigidos.

A central de tratamento de fluidos necessita de um espaço maior e é bem mais complexa, por possuir mais eta-pas de tratamento, do que a utilizada na escavação com o clam-shell.

Em geral, executam-se inicial-mente duas lamelas separadas denomi-nadas primárias e entre elas posterior-mente uma denominada fechamento ou secundária. As primárias podem ser simples ou duplas (com duas descidas

da hidrofresa) e as de fechamento são sempre simples.

O espaço entre as duas primárias reservado para a de fechamento tem uma largura menor que a do equipamento, de forma que, quando essa lamela é escava-da, a hidrofresa escarifica as laterais das lamelas primárias vizinhas. Obtém-se uma superfície rugosa no contato entre o concreto fresco e o já endurecido. Essas juntas secantes proporcionam melhor desempenho estrutural da parede e maior estanqueidade da escavação.

Como no caso convencional, exe-cuta-se a viga de coroamento ao final da execução de todos os painéis.

A experiência brasileira no uso de hidrofresa é bastante recente, cerca de quatro anos, e por essa razão ainda há pouca informação sobre seu desempenho.

Em certos tipos de rochas, prin-cipalmente as mais resistentes e sãs, o desempenho do equipamento deixa a desejar, apresentando dificuldades de avanço e até mes-mo não atingindo a profundidade de escavação prevista. Por outro lado, tem mostrado um de-sempenho bastante satisfatório em obras com a presença de rochas mais brandas ou mais alteradas. Para essas situações, a hidrofresa é uma ferramenta bastante interessante para viabilizar obras com escavações profundas em rocha.

Agradecemos à empresa Geofix Funda-ções pela cessão de algumas das ilustrações deste trabalho.

Processo executivo de uma lamela primária dupla

Conjunto completo da hidrofresa

Page 50: Hora de Crescer

50 revista notícias da construção / outubro 2013

FeLiPe SCotti CaLbUCCi égraduado em Comunicação Social e gerente executivo de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

A maioria dos executivos tem dúvidas sobre como se portar diante de um processo seletivo. Vejamos quais são as boas maneiras e os erros mais comuns.

Tudo começa com uma ligação de um headhunter ou do departamento de RH da empresa. Geralmente, este contato é feito no momento do dia menos esperado e esta-mos ocupados. Por isso, costumamos pedir retorno posterior e às vezes este contato nunca vem.

Recrutadores estão sempre em bus-ca de prazos para atender seus clientes e quando entram em contato com o candidato encontram-se em meio a ao menos 50 liga-ções seguidas, para definir quem será pré- selecionado às entrevistas. Ao final destes contatos, provavelmente o selecionador já escolheu os nomes para seu cliente e por isso não liga novamente. Há inúmeras exceções de processos de mapeamento ou quando você foi indicado por alguém.

Duas dicas: • tente atender a ligação na hora ou

anote o telefone da pessoa e retorne; • zele por sua reputação no mercado.

Em nosso negócio imobiliário, você é o que suas referências dizem.

Entrevista agendada. Como se pre-parar da melhor maneira?

• Pesquise sobre o presente e a história da empresa, e sobre o entrevistador; descu-bra se existe alguma ligação entre você e ele.

• Seja pontual, vista-se de maneira ade-quada e prepare sua rotina no dia para estar bem na hora da entrevista. Você terá só esta

chance para causar boa impressão.Reforço a recomendação feita em edi-

ção anterior: vale ser você mesmo, falar seus resultados tangíveis e ser totalmente sincero em suas respostas.

Ao final da entrevista, pergunte sobre os próximos passos. Assim você terá sua expectativa alinhada e saberá o momento certo de fazer um acompanhamento. Um dos maiores erros dos candidatos é o ex-cesso de ligações enquanto não recebe um retorno. Não me interprete mal: feedback é obrigatório e qualquer recrutador sério lhe dará retorno. Contudo, vale a pena dosar as ligações para não “sufocar” a outra ponta e também se fazer presente e interessado.

Provavelmente, haverá novas etapas e, na medida em que o processo avança, o re-crutador esperará que seu interesse aumente. Por isso, seja sincero caso não esteja 100% interessado no projeto. Não pega bem mudar de ideia na etapa final e como consequência

as portas na empre-sa podem se fechar, especialmente se não houver um headhunter intermediando a rela-ção com a companhia.

Caso seja aprova-do e receba uma proposta não satisfatória, o melhor é responder com suas dúvidas e con-traproposta rapidamente. Assim a empresa saberá que você está decidido a ingressar no projeto, mas faltam ajustes.

Recebendo uma proposta satisfatória, é bem aceito que você peça um dia para pensar e conversar com sua família.

Ao aceitar a proposta, vale reforçar todos os pontos do projeto que lhe foram apresentados para posterior acompanha-mento por você, caso o dia a dia não seja como imaginou.

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Ribeirão Preto - 05, 06, 07 e 08/12 – dias úteis 18h30 às 22h30 e final de semana 09h às 13h30 e 15h às 20h

InSCRIçõeS e InfoRmaçõeS: 31 3282.2939 – 31 8765.8481 • www.incorporacaodeedificios.com.br

são paulo

DIa 6A Estrutura do Concreto e a Sustentabilidade

DIa 6Custos

DIa 7Construção Civil x Retenção Previdenciária

DIa 26Workshop EFD Social

DIa 27Aplicabilidade e Conceitos do Contrato Built to Suit

DIa 28Tributação na Fonte do IRPJ, CSLL, PIS E COFINS na Construção Civil

bauru

DIa 7Gestão de Custos em Projetos

Campinas

DIa 5A Gestão da Obra Civil em Edifícioscom Transporte Vertical

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DIa 29Controle Estatístico de Processo (CEP)

ribeirão preto

DIa 6Entendendo a Construção Civil na Área Previdenciária

DIa 9Técnicas de Negociação emCompras

são José dos Campos

DIa 19Gestão de Contratos Públicos

anuncio 21cm x 28cm TREINAMENTOS 2013 (ESPECIAL) - NOVEMBRO 2013.indd 1 01/10/2013 16:30:09

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