HowStuffWorks - Técnicas de Lavagem Cerebral 2

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7/17/2019 HowStuffWorks - Técnicas de Lavagem Cerebral 2 http://slidepdf.com/reader/full/howstuffworks-tecnicas-de-lavagem-cerebral-2 1/3 tuffWorks - Técnicas de lavagem cerebral /pessoas.hsw.uol.com.br/lavagem-cerebral1.htm[07/08/2013 05:29:52] rincipal > Sociedade e Cultura > Cultura imprimir  enviar por e-mail Introdução Técnicas de lavagem cerebral A lavagem cerebral ontem e hoje 4. Mais informações 5. Veja todos os artigos sobre Cultura Foto cedida Exército Americano Prisioneiros de guerra americanos na Guerra da Coréia Como funciona a lavagem cerebral por Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil este artigo Técnicas de lavagem cerebral o final dos anos 50, o psicólogo Robert ay Lifton estudou ex-prisioneiros dos ampos das guerras da Coréia e China. O sicólogo chegou à conclusão que eles nham passado por um processo múltiplo ue começava com ataques contra a dentidade do prisioneiro e terminava com o ue parecia ser uma mudança nas crenças o indivíduo. Lifton definiu um conjunto de tapas envolvidas nos casos de lavagem erebral que estudou: 1. ataque contra a identidade 2. culpa 3. autotraição 4. ponto de colapso 5. clemência 6. compulsão para confissão 7. canalização da culpa 8. liberação da culpa 9. progresso e harmonia 0. confissão final e renascimento ada um desses estágios acontece em um ambiente de isolamento. Todos s pontos de referência social considerados normais estão indisponíveis técnicas como a privação de sono e desnutrição são partes comuns do rocesso. Há ameaças físicas freqüentes, o que aumenta a dificuldade do vo em pensar de maneira independente e crítica. O processo que Lifton identificou pode ser dividido em três estágios: ponto e colapso do eu, apresentação da possibilidade da salvação e reconstrução o eu. onto de colapso do eu Ataque contra a identidade: você não é quem pensa que é. É um ataque sistemático à identidade (ego) do alvo e a seu principal sistema de crença. O agente nega tudo o que faz do alvo ser quem é (por exemplo: "você não é um soldado", "você não está defendendo a liberdade"). O alvo fica sob ataque constante por dias, semanas ou meses, até o ponto em que fica exausto, confuso e desorientado. Nesse estado, suas crenças parecem menos sólidas. Culpa:  você é ruim. Enquanto a crise de identidade está se instalando, simultaneamente o agente está criando uma irresistível sensação de culpa no alvo. Ele ataca o alvo repetidamente sobre qualquer deslize que tenha cometido (seja grande ou pequeno). O alvo começa a sentir uma sensação geral de vergonha, de que tudo que faz está errado. Autotraição:  concorda comigo que você é ruim? Uma vez que o paciente está desorientado e se martirizando pela culpa, o agente o força (com ataques físicos e mentais) a denunciar família, amigos e parceiros que compartilham das mesmas idéias "erradas" que ele. Essa traição com relação às suas crenças e às pessoas com as quais tem lealdade é para aumentar a vergonha e a perda da identidade que o alvo já está experimentando. Ponto de colapso:  quem sou eu, onde estou e o que tenho de

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IntroduçãoTécnicas de lavagem

cerebral

A lavagem cerebral ontem e hoje

4. Mais informações5. Veja todos os artigos sobre Cultura

Foto cedida Exército Americano

Prisioneiros de guerra

americanos na Guerra da

Coréia

Como funciona a lavagem cerebralpor Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil

este artigo

Técnicas de lavagem cerebral

o final dos anos 50, o psicólogo Robert

ay Lifton estudou ex-prisioneiros dosampos das guerras da Coréia e China. Osicólogo chegou à conclusão que elesnham passado por um processo múltiploue começava com ataques contra a

dentidade do prisioneiro e terminava com oue parecia ser uma mudança nas crençaso indivíduo. Lifton definiu um conjunto detapas envolvidas nos casos de lavagemerebral que estudou:

1. ataque contra a identidade2. culpa3. autotraição4. ponto de colapso5. clemência6. compulsão para confissão7. canalização da culpa8. liberação da culpa9. progresso e harmonia0. confissão final e renascimentoada um desses estágios acontece em um ambiente de isolamento. Todoss pontos de referência social considerados normais estão indisponíveistécnicas como a privação de sono e desnutrição são partes comuns do

rocesso. Há ameaças físicas freqüentes, o que aumenta a dificuldade dovo em pensar de maneira independente e crítica.

O processo que Lifton identificou pode ser dividido em três estágios: ponto

e colapso do eu, apresentação da possibilidade da salvação e reconstruçãoo eu.

onto de colapso do eu

Ataque contra a identidade: você não é quem pensa que é.É um ataque sistemático à identidade (ego) do alvo e a seuprincipal sistema de crença. O agente nega tudo o que faz do alvoser quem é (por exemplo: "você não é um soldado", "você não estádefendendo a liberdade"). O alvo fica sob ataque constante por dias, semanas ou meses, até o ponto em que fica exausto, confusoe desorientado. Nesse estado, suas crenças parecem menossólidas.

Culpa:  você é ruim.Enquanto a crise de identidade está se instalando, simultaneamente

o agente está criando uma irresistível sensação de culpa no alvo.Ele ataca o alvo repetidamente sobre qualquer deslize que tenhacometido (seja grande ou pequeno). O alvo começa a sentir umasensação geral de vergonha, de que tudo que faz está errado.

Autotraição: concorda comigo que você é ruim?Uma vez que o paciente está desorientado e se martirizando pelaculpa, o agente o força (com ataques físicos e mentais) adenunciar família, amigos e parceiros que compartilham dasmesmas idéias "erradas" que ele. Essa traição com relaçãoàs suas crenças e às pessoas com as quais tem lealdade é paraaumentar a vergonha e a perda da identidade que o alvo já estáexperimentando.

Ponto de colapso: quem sou eu, onde estou e o que tenho de

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fazer?Com sua identidade em crise, passando por uma profundavergonha e tendo traído o que sempre acreditou, o alvo podepassar pelo que na comunidade leiga é conhecido como umcolapso nervoso. Na psicologia, o colapso nervoso é umconjunto de graves sintomas que podem indicar distúrbiospsicológicos. Isso pode envolver um soluço descontrolado, umaprofunda depressão e desorientação geral. O alvo pode ter perdidoa compreensão da realidade e ter a sensação de estar completamente sem rumo e sozinho.

Quando o alvo atinge o ponto de colapso, seu senso do eu está

muito confuso. Ele não tem um entendimento claro de quem é oudo que está acontecendo com ele. Nesse ponto, o agente mostra apossibilidade de o alvo se converter para outro sistema de crençaque o libertará de sua sutuação atual.

Apresentação da possibilidade da salvação

Clemência: eu posso ajudar você.Com o alvo em estado de crise, o agente oferece algumaspequenas gentilezas. Ele pode, por exemplo, oferecer ao alvo umcopo d'água ou perguntar do que ele sente saudade em casa.Em estado de colapso resultante de um ataque psicológicoconstante, a pequena gentileza parece enorme e o alvo podeexperimentar sensação de alívio e gratidão completamente fora daproporção daquilo que foi oferecido, como se o agente estivessesalvando sua vida.

Compulsão para confissão: você pode se ajudar.Pela primeira vez no processo, o alvo encara o contraste entre aculpa e a dor do ataque contra a identidade e o alívio repentino daclemência. O alvo pode sentir um desejo de retribuir a gentilezaoferecida a ele e, nesse ponto, o agente pode apresentar apossibilidade da confissão como um meio de aliviar a culpa e a dor.

Canalização da culpa: esta é a razão pela qual você estásofrendo.Após semanas ou meses de ataque, o alvo não tem certeza do quefez de errado, sabe apenas que está errado. Isso cria algo comolacunas e que prontamente podem ser preenchidas pelo agente:ele pode acrescentar culpa para qualquer coisa que quiser. Oagente transfere a culpa para sistema de crenças que está

tentando substituir. O contraste entre o velho e o novo foiestabelecido: o antigo sistema de crença é associado com a agoniapsicológica (e geralmente física) e o novo sistema de crença éassociado com a possibilidade de fugir dessa situação.

Liberação da culpa: não sou eu, são minhas crenças.O alvo preparado está aliviado para aprender que existe umacausa externa para estar errado, que não é ele que éinevitavelmente mau, o que significa que pode escapar dosentimento de erro. Tudo o que precisa fazer é denunciar aspessoas e instituições associadas ao seu sistema de crença e todoo sofrimento acabará. O alvo tem o poder de se liberar do que estáerrado, confessando os atos associados com seu antigo sistema decrença.

Com sua total confissão, o alvo completou a rejeição psicológica de

sua antiga identidade. Agora cabe ao agente oferecer ao alvo umanova identidade.

Reconstrução do eu

Progresso e harmonia: se quiser, pode escolher o melhor paravocê.O agente apresenta um novo sistema de crença como o caminhopara o "bem". Nesse estágio, o agente pára com os ataques,oferecendo ao alvo conforto psicológico e alívio mental. O alvoé levado a sentir que a escolha entre o velho e o novo é dele. Asensação que sente é que tem seu destino nas mãos. A essaaltura, já denunciou seu antigo sistema de crença em resposta àclemência e tormento. Fazer uma "escolha consciente" em favor do

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IntroduçãoTécnicas de lavagem

cerebral

A lavagem cerebral ontem e hoje

4. Mais informações5. Veja todos os artigos sobre Cultura

novo sistema de crença ajuda a ampliar o alívio: se ele realmenteacredita, então não traiu ninguém. A escolha passa a não ser algodifícil pois a nova identidade é "segura" e atraente porque nãose parece com a que o levou ao colapso.

Confissão final e renascimento: eu escolho o bem.Contrastando a agonia do velho sistema de crença com a paz donovo, o alvo escolhe a nova identidade, apegando-se a ela parapreservar sua vida. No estágio final, com freqüência, há rituais oucerimônias para introduzir o alvo convertido na sua novacomunidade. Esse estágio foi descrito por algumas vítimas delavagem cerebral como um sentimento de "renascimento".

eja Como funcionam as seitas para detalhes sobre o processo de reformao pensamento que acontece especificamente em cultos destrutivos.

O processo de lavagem cerebral exposto acima não foi testado em umaboratório porque seria um experimento científico contrário à ética. Liftonriou essa descrição a partir de narrativas das técnicas usadas pelosaptores na Guerra da Coréia e de outros exemplos relatados ao redor do

mundo. Desde que Lifton e outros psicólogos identificaram variações sobre oue parece ser um conjunto de etapas que guiam ao estado daugestionabilidade, uma questão interessante é por que funciona comlgumas pessoas e com outras não.

ertos traços de personalidade dos alvos podem determinar a eficácia ouão do processo. Pessoas que já tiveram grandes dúvidas sobre si

mesmas e as que demonstram uma tendência à culpa são bastante

uscetíveis. Já as pessoas com um forte senso de identidade e de auto-onfiança podem ser mais resistentes ao processo. Algumas narrativasmostram que a fé em um poder superior pode ajudar um alvo a se neutralizar mentalmente do processo. A neutralização mental é uma técnica deobrevivência dos prisioneiros de guerra e agora faz parte deeu treinamento. Os militares também ensinam aos soldados os métodossados na lavagem cerebral, porque o conhecimento do processo tende aorná-lo menos eficaz.

Os estudiosos traçaram as origens da sistemática da reforma do pensamentoara os campos de concentração da Rússia comunista no começo do séculoX, quando os prisioneiros políticos eram rotineiramente "reeducados" para asão comunista do mundo. Foi quando a prática se espalhou pela China es escritos do presidente Mao Tse-tung ("O Pequeno Livro Vermelho")pareceram, que o mundo começou a conhecer o tema.

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