Hp12 c lição 1
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HP12C – Ferramenta, Princípios e Diferenciação
História: A HP 12C foi criada em 1981, com o propósito de atender sobretudo às
necessidades dos profissionais de finanças. Seu design e concepção foram
cuidadosamente planejados para atender um tipo de profissional bastante
específico – economistas, trabalhadores da área de finanças e administradores,
tornando-se o “estado da arte” em termos de calculadoras destinadas a
profissionais da área de finanças. Nenhuma outra calculadora manteve-se no
mercado por tanto tempo, o que a torna de fato uma ferramenta diferenciada.
Por incrível que pareça, em um mundo tomado por tablets e smartphones, onde
carregar uma calculadora pode constituir um peso desnecessário, a HP 12C, ao
invés de perecer, ganhou versões “virtuais” para Ipads e Smartphones, mantendo
o seu desenho clássico. Em um mundo onde a calculadora de uso genérico é um
mero objeto mundano e de uso comum, tal e qual uma caneta BIC, manter a
personalidade enquanto objeto é surpreende. Basta lembrarmos de como é
frequente ouvirmos àquela pergunta:
– “onde é que tem uma calculadora aí ?”, ou
– “me empresta a sua calculadora ?”,
No mundo das calculadoras de R$ 1,99, a HP 12C ainda conserva sua aura de
objeto de valor pessoal para profissionais de finanças.
Mas o que a diferencia ?
Para quem nunca teve contato com ela, ou para aqueles que nunca refletiram
sobre isto, a HP 12C possui algumas peculiaridades, que destacamos:
1) Não tem sinal de “=”, igualdade, na calculadora, o que causa a primeira
estranheza.
2) Possui uma tecla ENTER.
3) Não possui tecla de OFF, somente ON.
Além disto, possui duas teclas, “f” e “g”, amarela e azul, que se destacam entre
as outras teclas.
Traçando um paralelo com as calculadoras científicas, podemos notar que a
variedade de modelos é imensa e nenhuma se firmou como ícone ou “estado da
arte”. O público da área científica ou das engenharias, neste sentido, é muito mais
volúvel e corre atrás de qualquer sinal de melhoria ou mesmo prefere o uso de
programas de computador para realizar seus cálculos, traçamento de gráficos e
projetos, sempre na busca da ferramenta mais eficiente.
Por este motivo salta aos olhos que não existe mesmo uma calculadora científica
“famosa” ou que contenha tudo o que o profissional das engenharias precisa,
embora, é claro, existam profissionais que cultivem um apego a alguns modelos
inseparáveis, mas mesmo estes são a exceção e não a regra.
Então, agora é hora de introduzir alguns conceitos que ajudarão a entender o
porquê da disposição das teclas da HP 12C, e qual o uso mais frequente que
poderemos fazer dela. O nosso objetivo aqui é cobrir aqui a maior parte das
operações do dia a dia, aqueles que necessitamos em geral e alguns usos
avançados, e por isto não iremos explorar a totalidade dos seus recursos e
funções, mas apenas aqueles que atendem às necessidades mais comuns do dia a
dia.
Este não é um curso de finanças, ainda que tangeciemos alguns conceitos, o que é
preciso deixar bem claro. Por isto, a fim de usar corretamente uma ferramenta
como a HP12C é pré-requisito ter uma formação financeira anterior e o
conhecimento dos conceitos e princípios básicos dos termos financeiros.
Aprender a usar uma calculadora, que em outras palavras é uma ferramenta
somente, não substitui o conhecimento efetivo em finanças que deva ser
apreendido formalmente. Alertamos ainda que o desconhecimento pode levar a
cálculos equivocados que podem levar a graves prejuízos financeiros, se aplicados
a decisões financeiras reais.
Se você não se sente seguro com o seu conhecimento em finanças, você pode, no
entanto, procurar usar os conhecimentos adquiridos para comparar e comprovar
aquilo que lhe apresentam ou para testar os seus conhecimentos de finanças
aplicados a situações reais. Por exemplo, se lhe apresentarem uma opção de
financiamento “vantajosa”, você pode empregar a HP12C para checar se o que
estão lhe vendendo como “juro baixo” ou “oferta vantajosa” é verdadeiro, por
exemplo. Afinal, é disto que se trata. A HP 12C é uma ferramenta, das mais úteis,
é verdade, para uso na área de finanças, mas nada substitui a compreensão dos
conceitos básicos de finanças, disciplinas que devem idealmente ser aprendidas
em uma sala de aula formal e com muito estudo e literatura, os quais podem ser
encontrados em bons livros e com bons professores em sala de aula.
LIÇÃO 1
LIGANDO, LIMPANDO E PREPARANDO A CALCULADORA
Para ligar e desligar, aperte sempre o . Ou seja, é para ligar e
para desligar, e aqui encerramos a primeira lição.
Neste curso, em geral, vamos usar a notação brasileira, ou seja, casas decimais
ficam atrás da vírgula e vamos escolher em geral manter duas casas decimais para
cálculos financeiros. A notação americana é usar a vírgula para separar milhares e
ponto para os decimais. Nossa notação em oposição a esta requer alterar a
configuração da calculadora, caso ela esteja na notação americana.
Para fazer isto, basta fazer o seguinte:
Com a calculadora ainda desligada, pressione o botão de e ao mesmo
tempo, aperte e logo em siga, solte o . Pronto, a calculadora está
configurada para “,”. O vice-e-versa também ocorre, então, se você desligar a
calculadora e repetir esta operação, ela vai mostrar o “.” como o separador das
casas decimais. Ligue, desligue e ligue e você verá a alternância entre “.”, e “,”.
Depois de exercitar bastante esta alternância, e gravá-la, vamos ao passo
seguinte.
Como vamos procurar manter duas casas decimais para nossos exercícios, é
simples. Digite e depois . Pronto. É só isto.
Para aqueles que não tiveram contato ou não possuem muita familiaridade com a
notação RPN (Reverse Polish Notation), recomendamos a seguinte literatura <
links>.
Bom, vamos lá, nas calculadoras comuns, que todos temos e que são
“socializadas”, fazemos em geral cálculos simples de soma, subtração, divisão e
multiplicação. Se você faz apenas este tipo de cálculo, esqueça a HP12C. Não
precisamos de RPN para fazer nada disto e em geral vamos usar a calculadora que
estiver mais próxima para fazer isto, seja a do celular, do ipod, ou a aquela
chinesa “baratex” que está sempre largada em algum canto. É o mesmo que
ocorre com a caneta BIC. Quando queremos uma caneta vamos logo em cima da
primeira que vemos.
Dito isto, então para que serve o RPN ? Bom, nem tudo está no domínio das
quatro operações básicas. A coisa complica um pouco quando precisamos usar
funções, cálculos mais complexos e muitos dados. O que a HP12C faz é ter teclas
associadas a funções. Quando isto ocorre, estamos falando de vários dados (em
geral isto é quando falamos de mais de duas variáveis), e funções associadas.
A notação da HP serve para facilitar cálculos que requeiram muitos dados e
funções associadas. O que fazemos é entrar com dados, associar a uma tecla de
função e mandar a calculadora computar. Então, em geral, o que vamos fazer é
sempre isto:
Entra com dado 1
Associa a uma variável
Entra com dado 2
Associa a uma variável
Entra com dado 3
Associa a um variável
Compute a quarta variável
Isto ocorre com os cáculos financeiros, que veremos mais adiante.
Já, para realizar operações mais simples, e que poderão não parecer tão naturais
assim, tudo é uma questão de costume. Vamos ver então como fica uma simples
soma:
Vamos somar 5 = 4, como funciona na HP12C ?
Pensemos desta forma: entrar primeiro com um dado, digamos .
Sobre este dado é que vamos operar.
Entremos com o segundo dado: digamos e ao invés do ENTER, entre com a
operação, neste exemplo, de soma. Ou seja, entramos com um número,
depois ENTER, depois outro número e por fim a operação, por último.
Claro, para quem não está acostumado, não faz muito sentido. Melhor é digitar 4,
+, 5,=, e pronto. Mas, como falamos antes, não foi para fazer este tipo de
operação que a HP12C foi bolada.
Porém, novamente, quando falamos de muitos dados, a sua utilidade torna-se
mais evidente. Suponha por exemplo que você tenha que calcular o total
referente à seguinte tabela:
Item A 10,88 5
Item B 13,76 10
Item C 77,12 8
Item D 88 9
TOTAL
Vamos lá:
;aqui computamos a primeira linha da tabela, e que ficou na memória.
;aqui computamos a segunda linha da tabela.
;somamos o resultado da segunda linha com a que estava na memória (primeira
linha) e o resultado fica na memória.
;aqui computamos a terceira linha da tabela.
; e somamos com a soma já guardada das duas linhas anteriores, e o acumulado
fica na memória
;computamos a quarta linha da tabela
;e somamos com o acumulado anterior. Pronto, temos o total. E poderíamos fazer
isto indefinidamente.
Neste primeiro módulo vimos então quais são os princípios básicos da HP12C e o
“conceito diferente” que ela contém. Vimos também como tirar proveito da
mesma para entrada de dados. No módulo seguinte iremos embaralhar um pouco
mais os dados e tirar um pouco mais desta ferramenta.