Humanizaçao dos cuidados

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5 ÍNDICE Página 0 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 14 I PARTE - FASE CONCEPTUAL 1 HUMANISMO …………………………………………………………………... 18 1.1 Breve Resenha Histórica ……………………………………………………… 18 1.2 Humanismo em Portugal ……………………………………………………... 20 2 DO HUMANISMO À HUMANIZAÇÃO ……………………………………… 22 3 A HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE …………………………. 25 3.1 Humanização no Cuidar ……………………………………………………… 27 3.2 OS Profissionais de Saúde como Agentes Humanização …………………… 31 II PARTE - FASE METODOLÓGICA 1 METODOLOGIA ……………………………………………………………….. 37 1.1 Tipo de Estudo ………………………………………………………………… 37 1.2 Questão de Partida e Questões de Investigação ………………………...…… 38 1.3 População e Amostra ……………………………………..…………………… 39 1.4 Hipóteses ……………………………………………………………………….. 40 1.5 Operacionalização e Categorização das Variáveis …………..……………… 41 1.6 Instrumento de Recolha de Dados …………………………………………… 43 .2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS …...………………… 46 3 INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS …..… 94 4 CONCLUSÃO ………………………………………………………………….. 101

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ÍNDICE

Página

0 – INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 14

I PARTE - FASE CONCEPTUAL

1 – HUMANISMO …………………………………………………………………... 18

1.1 – Breve Resenha Histórica ……………………………………………………… 18

1.2 – Humanismo em Portugal ……………………………………………………... 20

2 – DO HUMANISMO À HUMANIZAÇÃO ……………………………………… 22

3 – A HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE …………………………. 25

3.1 – Humanização no Cuidar ……………………………………………………… 27

3.2 – OS Profissionais de Saúde como Agentes Humanização …………………… 31

II PARTE - FASE METODOLÓGICA

1 – METODOLOGIA ……………………………………………………………….. 37

1.1 – Tipo de Estudo ………………………………………………………………… 37

1.2 – Questão de Partida e Questões de Investigação ………………………...…… 38

1.3 – População e Amostra ……………………………………..…………………… 39

1.4 – Hipóteses ……………………………………………………………………….. 40

1.5 – Operacionalização e Categorização das Variáveis …………..……………… 41

1.6 – Instrumento de Recolha de Dados …………………………………………… 43

.2 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS …...………………… 46

3 – INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS …..… 94

4 – CONCLUSÃO ………………………………………………………………….. 101

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5 – BIBLIOGRAFIA ………………………………………………………………. 104

ANEXOS

Anexo I – Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes ………………………………. 109

Anexo II – Consentimento da Instituição para Aplicação do Instrumento de Recolha de

Dados …………………………………………………………………………….….. 118

Anexo III – Instrumento de Recolha de Dados ………………………..…………… 120

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ÍNDICE DE TABELAS

Página

Tabela 1 – Distribuição da amostra de acordo com a idade ………………………..... 46

Tabela 2 – Distribuição da amostra de acordo com o sexo …………………….……. 47

Tabela 3 – Distribuição da amostra de acordo com o estado civil ……………..……. 47

Tabela 4 – Distribuição da amostra de acordo com o nível de escolaridade ……...…. 48

Tabela 5 – Distribuição da amostra de acordo com a profissão ………………….….. 48

Tabela 6 – Distribuição da amostra de acordo com o diagnóstico actual ………...….. 49

Tabela 7 – Distribuição da amostra de acordo com o número de internamentos

anteriores ……………………………………………………………………………... 50

Tabela 8 – Distribuição da amostra de acordo com o tempo de internamento actual (em

dias) ………………………………………………………………...………………… 51

Tabela 9 – Opinião dos doentes no que respeita à apresentação de cara alegre por parte

dos profissionais de saúde, aquando da prestação dos cuidados ……………………... 52

Tabela 10 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que mais se notou esta

expressão de “cara alegre” ……………………………………………….…………… 52

Tabela 11 – Resposta dos doentes no que respeita à atitude dos profissionais de saúde

aquando da sua admissão ……………………………………………………….…….. 53

Tabela 12 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais que mais demonstraram esta

preocupação em integrá-los no serviço ………………………………………………. 53

Tabela 13 – Resposta dos doentes no que respeita ás atitudes dos profissionais de saúde

durante o internamento, em relação ao carinho, à amizade e à simpatia ……………... 54

Tabela 14 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que o notaram mais ... 54

Tabela 15 – Resposta dos doentes no que respeita à explicação do motivo do

internamento por parte dos profissionais de saúde …………………………………… 55

Tabela 16 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstraram em explicar o motivo do internamento ……………………………….. 55

Tabela 17 – Resposta dos doentes no que respeita à explicação do motivo do

internamento por parte dos profissionais de saúde, em relação à sua família ………... 56

Tabela 18 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstraram em explicar o motivo do internamento à sua família …………………. 56

Page 4: Humanizaçao dos cuidados

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Tabela 19 – Resposta dos doentes em relação ao tratamento com respeito por parte dos

profissionais de saúde ………………………………………………………………… 57

Tabela 20 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais em que mais se notou

este tipo de tratamento ………………………………………………………………... 57

Tabela 21 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ao carinho e respeito com que estes falam …………………………………………… 58

Tabela 22 – Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram

mais …………………………………………………………………………………… 58

Tabela 23 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

à compreensão ………………………………………………………………………... 59

Tabela 24 – Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram

mais …………………………………………………………………………………… 59

Tabela 25 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ao tipo de linguagem com que estes lhes falam durante o internamento …………….. 60

Tabela 26 – Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que notaram mais

esta capacidade de diálogo …………………………………………………………… 60

Tabela 27 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ás explicações que estes dão aquando da prestação dos cuidados ……………………. 61

Tabela 28 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta preocupação ……………………………………………………………………… 61

Tabela 29 – Resposta dos doentes em relação à disponibilidade que os profissionais de

saúde apresentam para conversar e ajudar, durante o internamento …………………. 62

Tabela 30 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta disponibilidade …………………………………………………………………... 62

Tabela 31 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

à paciência que estes demonstram aquando da prestação dos cuidados ……………… 63

Tabela 32 – Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram

mais …………………………………………………………………………………… 63

Tabela 33 – Resposta dos doentes no que respeita à disponibilidade dos profissionais de

saúde para as suas solicitações ……………………………………………………….. 64

Tabela 34 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais que maior disponibilidade

apresentam para as suas solicitações …………………………………………………. 64

Tabela 35 – Resposta dos doentes no que respeita à atenção e preocupação com o seu

bem-estar demonstradas pelos profissionais de saúde durante o internamento ………. 65

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Tabela 36 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que notaram mais esta

preocupação …………………………………………………………………………... 65

Tabela 37 – Resposta dos doentes no que respeita ás discriminações feitas por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados ………………………..….. 66

Tabela 38 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que o notaram

mais ………………………………………………………..………………………….. 66

Tabela 39 – Resposta dos doentes no que respeita ao modo como os profissionais de

saúde chamam pelo doente ……………………………………………..…………….. 67

Tabela 40 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais que mais se preocupam em

tratá-los pelo nome ……………………………………………………..…………….. 67

Tabela 41 – Resposta dos doentes acerca do respeito que os profissionais de saúde

demonstram pelos seus valores, crenças e religião, aquando da prestação dos

cuidados …………………………………………………………………………..…... 68

Tabela 42 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que notaram mais esta

preocupação …………………………………………………………..………………. 68

Tabela 43 – Resposta dos doentes relacionadas com o respeito com que os profissionais

de saúde tratam os seus familiares ………………………………………………..…... 69

Tabela 44 – Resposta dos doentes relacionadas com os profissionais em que notaram

mais este tipo de tratamento com os seus familiares ……………………………..…... 69

Tabela 45 – Resposta dos doentes em relação ao apoio moral dado por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados …………………..……….. 70

Tabela 46 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais apoio

lhes dão ……………………………………………………………………………….. 70

Tabela 47 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde os

fazerem sentir-se úteis …………………………………………………………..……. 71

Tabela 48 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais de saúde que mais

preocupações demonstram em fazê-los sentir-se úteis ……………………………..… 71

Tabela 49 – Opinião dos doentes no que respeita ao modo como os profissionais de

saúde fazem o serviço ……………………………………………………..………….. 72

Tabela 50 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

fazer o serviço com gosto ……………………………………………..……………… 72

Tabela 51 – Resposta dos doentes em relação à dedicação com que os profissionais de

saúde os tratam durante o internamento …………………………………..………….. 73

Tabela 52 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta dedicação ……………………………………………………………………….... 73

Page 6: Humanizaçao dos cuidados

10

Tabela 53 – Resposta dos doentes em relação ao saber brincar com respeito e fazê-los

rir, por parte dos profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados ……..…... 74

Tabela 54 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

demonstram esta virtude …………………………………………………..………….. 74

Tabela 55 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

perguntarem como preferem as coisas aquando da prestação de cuidados …………... 75

Tabela 56 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se evidenciou

esta preocupação …………………………………………………………….………... 75

Tabela 57 – Resposta dos doentes em relação à importância demonstrada pelos

profissionais de saúde no que respeita à sua recuperação ……………………..……... 76

Tabela 58 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstraram

esta importância ………………………………………………………….…………... 76

Tabela 59 – Resposta dos doentes em relação à confiança transmitida por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados ……………..…………….. 77

Tabela 60 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais confiança lhes

transmitem ………………………………………………………….………………… 77

Tabela 61 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

darem explicações para todos os actos que praticam aquando da prestação de

cuidados ……………………………………………………………………………..... 78

Tabela 62 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se preocupam

em lhes dar explicações …………………………………………………….………… 78

Tabela 63 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

compreenderem o seu medo e angústia …………………………………………..…... 79

Tabela 64 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que melhor os

entendem ……………………………………………………………………..……….. 79

Tabela 65 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

serem amáveis e compreensíveis para com os seus familiares …………………..…… 80

Tabela 66 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

demonstram esta amabilidade ………………………………………………..……….. 80

Tabela 67 – Resposta dos doentes em ralação ao facto de os profissionais de saúde

explicarem o que não é entendido relativamente aos diversos aspectos da sua situação

clínica ………………………………………………………………………………..... 81

Tabela 68 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se esforçam

para esclarecer as suas dúvidas …………………………………………..…………… 81

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11

Tabela 69 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

proporcionarem um método de aviso quando se ausentam da enfermaria ………..….. 82

Tabela 70 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta preocupação de proporcionar este método de aviso ………………..……………. 82

Tabela 71 – Resposta dos doentes em relação à permissão da utilização de roupa

pessoal durante o internamento ……………………………………………………..... 83

Tabela 72 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstram em explicar-lhes a roupa que têm de vestir …………………………….. 83

Tabela 73 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

atenderem ás suas preferências alimentares …………………………..……………… 84

Tabela 74 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupação

demonstram em atender ás suas preferências alimentares …………………………..... 84

Tabela 75 – Resposta dos doentes no que respeita ao apoio dado aos familiares e

explicação do processo de internamento por parte dos profissionais de saúde ………. 85

Tabela 76 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstram em dar explicações aos familiares acerca do

internamento ………………………………………………………………………..… 85

Tabela 77 – Resposta dos doentes em relação à calma e tranquilidade transmitida por

parte dos profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados ………………..... 86

Tabela 78 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

calma e tranquilidade lhe transmitem ………………………………..……………….. 86

Tabela 79 – Resposta dos doentes em relação ao respeito pela sua privacidade aquando

da prestação de cuidados por parte dos profissionais de saúde …………..…………... 87

Tabela 80 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais se

preocupam em respeitar a sua privacidade ……………………………..…………….. 87

Tabela 81 – Resposta dos doentes em relação à preocupação demonstrada por parte dos

profissionais de saúde no que respeita à sua aparência …………………..…………... 88

Tabela 82 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

preocupações demonstram com a sua aparência …………………………..…………. 88

Tabela 83 – Resposta dos doentes em relação ao facto dos profissionais de saúde se

preocuparem em como estes se sentem e em como estão, durante o internamento ….. 89

Tabela 84 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se preocupam

em com se sentem ……………………………………………………….……………. 89

Tabela 85 – Relação entre as médias das idades dos doentes inquiridos e as suas

perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados ……………………...…….. 90

Page 8: Humanizaçao dos cuidados

12

Tabela 86 – Relação entre as médias dos níveis de escolaridade dos doentes inquiridos

e as suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde

humanizados.………………………………………………………………………….. 91

Tabela 87 – Relação entre o tempo de internamento actual dos doentes inquiridos e as

suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados .…………………...….. 92

Tabela 88 – Perspectivas dos doentes inquiridos acerca dos cuidados de saúde

humanizados que lhes foram prestados ……………………………………………..... 93

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Página

Gráfico 1 - Relação entre as médias das idades dos doentes inquiridos e as suas

perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados ……………………………. 90

Gráfico 2 - Relação entre as médias dos níveis de escolaridade dos doentes inquiridos e

as suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados …………………..... 91

Gráfico 3 - Relação entre o tempo de internamento actual dos doentes inquiridos e as

suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados ………………….……. 92

Page 10: Humanizaçao dos cuidados

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0 – INTRODUÇÃO

Toda a profissão tem por base um corpo de conhecimentos específicos, ao qual só é

possível chegar através da investigação. A investigação gera, inevitavelmente, novos

conhecimentos que irão ser suporte conceptual de qualquer profissão. É, pois, segundo

esta perspectiva que a investigação assume particular importância para que a

enfermagem e as restantes profissões do campo da saúde se desenvolvam, tendo em

vista novos conhecimentos, novos caminhos e novas actuações, sem esquecer a

evolução no sentido de uma melhor humanização dos cuidados de saúde. Assim, a

investigação “é um processo que permite resolver problemas ligados ao conhecimento

dos fenómenos do mundo real, no qual vivemos.”1

A progressão das ciências da saúde, só é possível desde que os profissionais desta classe

participem nos trabalhos de investigação, como forma de aquisição de conhecimentos e

que estes sejam utilizados na prática. Com a investigação é possível obter soluções para

diversos problemas. Do plano de estudos do 4º Ano da Escola Superior de Saúde Jean

Piaget / Nordeste, do ano de 1999/2003, faz parte a elaboração de um trabalho de

investigação de acordo com os objectivos do curso. O problema para o qual este estudo

pretende obter uma resposta diz respeito à perspectiva que os doentes têm da prestação

de cuidados de saúde humanizados.

A prática da saúde não se baseia simplesmente na arte de saber fazer, mas na de saber

agir e saber estar. Estes termos englobam uma atitude que parte do interior e que exige

sensibilidade, discernimento, criatividade, habilidade para ir ao encontro das vivências

pessoais e não somente fazer a rotina que satisfaça as necessidades biológicas,

esquecendo as outras dimensões do homem. Os profissionais de saúde enquanto

prestadores de cuidados de saúde, nas suas acções devem ter sempre em mente uma

visão holística da pessoa humana.

Apesar do avanço das tecnologias e das condições de trabalho em determinados locais

poderem levar a uma prestação de cuidados mecanizada, no qual o grande e principal

objectivo era o tratamento das doenças, hoje em dia verifica-se uma preocupação para

Page 11: Humanizaçao dos cuidados

15

que os cuidados sejam cada vez mais humanizados, visando a pessoa na sua

globalidade, sendo esta a preocupação dominante para os profissionais de saúde, ou

seja, tratar as pessoas doentes em vez de tratar doenças.

Para os enfermeiros é precisamente o ser humano, em toda a sua dimensão e

vulnerabilidade, que constitui o objecto da sua ciência. Por isso, tanto como o saber

fazer, o enfermeiro deve também desenvolver o seu saber ser, tanto com ele mesmo

como com o doente, de forma a prestar cuidados humanizados com base numa relação

de ajuda sólida que leve o doente a um processo de reabilitação positivo.

O cuidar e o tratar pressupõem que os profissionais de saúde estabeleçam uma relação

com o doente na sua globalidade, atendendo às suas necessidades e características

pessoais na procura congruente de soluções para as situações que ele enfrenta.

Na pesquisa bibliográfica que efectuámos podemos verificar que é já muito antigo o

conceito de humanização e a tentativa de o aplicar e verificar a validade da sua

aplicação na prestação dos cuidados. Hoje em dia não é diferente. Pelo contrário, é

visível o empenho dos profissionais de saúde em contribuir para a evolução dos

cuidados direccionando-os para a vertente da humanização, como se pode verificar por

várias iniciativas onde tanto se debate este problema.

Na sequência desta problemática surge então a seguinte questão de partida: Saber, na

perspectiva dos doentes, se lhe foram prestados cuidados de saúde humanizados?

Este estudo é, então, orientado por esta questão no sentido de a clarificar no âmbito da

população seleccionada.

Consciente das dificuldades que poderão surgir pela pouca experiência na realização

deste tipo de trabalhos, pretende-se atingir os seguintes objectivos:

Desenvolver capacidades críticas e reflexivas sobre humanização dos cuidados

de saúde;

Aprofundar conhecimentos acerca de metodologia científica;

Aplicar conhecimentos adquiridos na disciplina de métodos de investigação;

Proporcionar um meio de avaliação de acordo com o plano de estudos do 4º ano

de licenciatura em enfermagem;

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16

Contribuir para uma reflexão sobre a prestação de cuidados na vertente da

humanização;

Saber a perspectiva que os doentes da amostra seleccionada, têm por cuidados

de saúde humanizados;

Conhecer experiências, vividas pelos doentes da amostra seleccionada.

Para atingir os objectivos propostos, propomo-nos a desenvolver um estudo exploratório

descritivo transversal. Este estudo é constituído, numa primeira parte, por uma

teorização sobre o assunto, com base em pesquisa bibliográfica, uma vez que “a

exploração de um dado tema de investigação comporta uma revisão que nos fornece um

nível de conhecimentos sobre o assunto em questão1. Numa segunda parte segue-se a

fase metodológica do estudo, onde se levantam as questões de investigação que o

orientam, se apresentam os dados e se faz a sua análise e interpretação.

Page 13: Humanizaçao dos cuidados

17

I PARTE – FASE CONCEPTUAL

Page 14: Humanizaçao dos cuidados

18

1 – HUMANISMO

1.1 – Breve Resenha Histórica

Embora o conceito de humanismo tenha uma história multissecular, tentamos, de

seguida, expor algumas das definições mais comuns da época contemporânea.

Segundo Meyland (1939), citado por Maria Carvalho (1996), o humanismo consiste “na

tentativa de apresentar todos os valores humanos desde o literário ao artístico, do

artesanal ao científico, de modo a adquirirem-se todas as atitudes, todos os poderes

que fazem um homem e suscitam uma actividade criadora.”

Para Niethamer (1970), citado por Maria Carvalho (1996), “o humanismo é a

característica que define o homem, como homem, aquilo que vincula um homem a outro

homem e aos homens em geral […] aquilo que forma o homem como homem”.

Rocha (1990), citado por Maria Carvalho (1996), entende por humanismo, em sentido

lato, “toda a posição filosófica, estática, ética, etc., que atribua ao homem (pessoa e

comunidade), um lugar de especial relevo entre os seres do universo (conhecido) e

tente apontar caminhos para traduzir na prática essa perspectiva.

O humanismo assenta no valor do ser humano, de existir e na qualidade dessa

existência, dando grande relevo à natureza das pessoas.

Surgiu na época do renascimento e é considerado um movimento literário e filosófico,

desenvolvido em três áreas: humanismo estético, filosófico e epistemológico, onde se

procura o valor do homem enquanto homem.

Segundo Joaquim de Carvalho, referido por Maria Carvalho (1996), o humanismo foi

originariamente um acontecimento italiano, que se manifestou plenamente no século

XV e se propagou a toda a Europa […], foi um movimento de renovação de letras e de

formação humana […] que reanima o ideal do homem completo, na plenitude das suas

capacidades físicas, intelectuais e artísticas.

Na Grécia clássica, o Humanismo era uma educação, como uma iniciação na formação

e no estilo de vida grego, um estilo que diferencia o homem dos animais, os gregos dos

bárbaros.

Page 15: Humanizaçao dos cuidados

19

O sistema grego de educação era um processo de humanização e tinha dois tipos de

valores: os morais, tais como a prudência, sabedoria, respeito pelos outros e a justiça; e

os intelectuais como arte. A noção de educação de Aristóteles era essencialmente

humanística, e visava a libertação do ser humano.

A delicadeza e a docilidade constituem a essência do humanismo. Reverência e

prudência são a sua base. Humildade e cortesia a sua função, cerimónia e ritual os seus

modos, partilha e distribuição a sua expansão.

Para Mencius, citado por Ana Palma (1995), “ser homem é tarefa suprema do homem,

sendo a humanidade, justiça, dignidade e prudência quatro virtudes do homem”.

Como referido por Ana Palma (1995), com o Cristianismo aparece uma nova visão da

dignidade humana, sendo dado um novo significado à natureza do homem. O

Cristianismo encara a civilização humana como sendo, integralmente humana, e em que

a humanidade é dedicada à fé e ao amor. O Cristianismo dá-nos uma nova visão e um

entendimento do ser humano, feito à imagem de Deus, e de um novo significado à

natureza humana, de origem e do destino do ser humano.

O humanismo e humanidades tomaram o seu pleno significado a partir do

Renascimento, na medida em que se emanciparam da tutela teológica, opondo-lhe a

liberdade de pensamento e a consciência da submissão exigida pelas autoridades

eclesiásticas.

A partir da Renascença o humanismo, experiência um rumo decididamente diferente.

Os acontecimentos da idade média repercutem-se de uma maneira assustadora nas

aspirações sociais, políticas, culturais e religiosas dos povos. O mundo vindo da

Renascença e da Reforma tornou-se poderoso em energias monstruosas, onde o erro e a

verdade estão intimamente ligados, sustentam-se uma à outra, por verdades que são

mentiras e mentiras que falam a verdade.

O Humanismo contemporâneo, está ligado ao aparecimento de novas ciências, mas

também ao desenvolvimento e progresso das ciências físicas, da medicina e

essencialmente da enfermagem. Tenta definir o homem pelo conhecimento do seu ser

biológico, das suas relações com a realidade sócio-económica, das suas capacidades

intelectuais e das suas exigências espirituais.

Page 16: Humanizaçao dos cuidados

20

O Humanismo não mudou ao longo dos séculos, o homem é que vem dando diferentes

interpretações de um mesmo e único valor, a “humanitas”. Segundo Séneca, citado por

Maria Carvalho, “a humanitas contém a ideia pura do homem”, num pensamento mais

alargado de Cícero como referiu Marrou, “humanitas é aquilo por que o homem se

torna mais profundamente homem”.

Entre o passado que fez a história e o futuro que há-de ter, o humanismo no presente e

neste início de século, e o seu aspecto mais especificamente humano, é o que tem sido

sempre: é o que há de mais humano no indivíduo, a essência do ser.

Pensar, educar e ensinar, em termos de direitos humanos e em termos de fé na dignidade

da pessoa, é ter presente que o humanismo liga o passado ao presente, não pertence à

história recente, nem se esgotou nas origens. Mantém-se como doutrina sempre

renovada, embora as pessoas, as instituições e o sistema dominante possam, em dado

momento conceptual, desviá-lo da sua viabilidade e verdadeiro sentido de um modelo

cultural que suporta e anima a inteligência do homem.

1.2 – Humanismo em Portugal

O humanismo surge em Portugal com Cataldo Parísio Sículo em 1495, que será o

primeiro a defender em latim as humanidades clássicas.

O percurso da cultura humanista em Portugal está profundamente correlacionado com o

poder político-cultural do Rei/Estado. É a política cultural do aparelho central-estatal,

com o jogo das suas opções, que marca os ritmos e as fases da difusão do humanismo,

no século XV e da sua progressão cultural na derrota institucional ao longo do século

XVI.

A cultura humanista define-se por um horizonte metódico da significação e por isso a

problemática humanística é a do seu sentido do humano, sendo o seu campo de

investigação o conjunto fenomenal dos valores, comportamentos e obras do homem. A

emergência do humanismo na cultura portuguesa dá-se ao longo do século XV em

estreita articulação com as forças culturais da corte/aparelho central do Estado.

A emergência do humanismo em Portugal, ao longo do século XV, apresenta uma

primeira fase, bem mais latente que patente, e uma segunda, bem mais patente (que se

concretiza na obra e acção de Cataldo Parísio Sículo e na frequência de estudantes

portugueses em Itália, em especial nas universidades de Sienna, Bolonha, Florença, e

Page 17: Humanizaçao dos cuidados

21

Pádua). Contudo, a totalidade da cultura portuguesa nos finais do século XV afirma

ainda um mais conservar que eliminara da herança e horizontes medievais,

apresentando-se, por isso, o humanismo como expressão pontual e disseminada. À

medida que avançamos no século XVI, o humanismo toma uma forma sistemática e

profunda, tornando-se uma hegemonia cultural que invade e influencia, em graus e

função variável, os restantes programas culturais de quinhentos. Numa palavra, ao longo

do século XVI passamos do fenómeno humanismo em Portugal para o fenómeno

«humanismo português».

Ao longo do século XVI, e sempre em relação com o Estado, multiplicam-se os focos

da cultura humanista na universidade, nos colégios, nos mosteiros, na Corte e na

administração estatal. Os círculos de D. Leonor, da Infanta D. Maria, do Infante D. Luís

e centros como Coimbra (Colégio das Artes, Mosteiro de Santa Cruz), Braga (Convento

de Penha Longa), Vila Viçosa e Évora atestam essa proliferação institucional do

humanismo.

Como referido por Pacheco (1990), o Humanismo Português parece ter possuído duas

grandes fases de afinidade/formação: uma primeira de clara ascendência italiana,

dominante até à década de 30, e uma segunda de maior identificação com o humanismo

cristão. O mais frequente contudo é a combinação destas duas afinidades num todo de

afirmação cívico-nacional que pensa a condição cristã do homem todo e de todos os

homens enquanto acção e valoração, pensamento e obra tão imanentes-naturais quanto

transcendentais.

Page 18: Humanizaçao dos cuidados

22

2 – DO HUMANISMO À HUMANIZAÇÃO

A própria palavra humanismo, exprime dois aspectos diferentes que se completam

mutuamente: por um lado o despertar das letras humanas, em contraposição ás letras

sagradas ou divinas; por outro, o valor do princípio humano que constitui o centro deste

movimento literário e cultural. De um modo geral, o humanismo defende o Homem

como um valor supremo, um ser cuja dignidade deve ser afirmada e protegida contra

todas as formas de sujeição: religiosas, ideológicas, políticas ou económicas, e, neste

sentido, o humanismo foi severamente criticado.

Todas as pessoas que demonstrem qualidades tais como: tolerância, compaixão,

entendimento, podem ser denominadas de humanistas, porque a conotação de

humanismo está também relacionada com a formação intelectual, cultural e a área das

artes e letras. A filosofia humanista considera o homem como o centro e medida de

todas as coisas.

Foi certamente o humanismo uma revolução dentro da concepção cristã da vida, pois a

filosofia cristã, tal como a humanística, tem como linha central o homem e não a

natureza física, e ambas têm como caracteres fundamentais a afirmação do valor e da

dignidade humana. A alma do humanismo e do renascimento, que, no fundo, são dois

momentos de um único movimento, têm como objecto a natureza integral humana, ou

seja o naturalismo do humanismo.

A conquista da personalidade humana pode ser considerada o regresso do homem a si

próprio, sendo condicionada pela sua própria originalidade relativamente aos outros, ao

mundo e a Deus.

Neste entender, a personalidade humana compreende o ser humano e a sua liberdade

como um valor superior, sendo o indivíduo convertido ou reconhecido na sua

personalidade.

Para muitos personalistas, o indivíduo faz parte de uma categoria biológico-natural,

enquanto que a personalidade é uma categoria histórico-social, porque o indivíduo é

parte integrante de uma sociedade de grupos, de classes, etc. A personalidade

compreende então um todo, qualidades intelectuais, espirituais, de carácter e

potencialidades várias, sendo estas as que nos diferenciam uns dos outros. Todo o ser

Page 19: Humanizaçao dos cuidados

23

humano é um indivíduo, e de cada indivíduo resulta uma personalidade. Todo o ser

humano é livre e deve defender a sua auto-suficiência, independência, liberdade e

personalidade.

O que caracteriza o humanismo renascentista é a convicção de que cada homem é

obreiro do seu próprio destino, dependendo daquilo que faz e realiza por si só.

A orientação do homem é feita pelo pensamento, pelos sentidos, pela vontade e pelo

conhecimento que tem de si mesmo, adaptando a si a natureza e actuando sobre ela,

transformando-a.

O humanismo relaciona-se directamente com os direitos humanos e a dignidade da

pessoa. O homem caminha para o fundamento do humanismo, ou seja, para a sua

própria natureza ou essência, através da dignidade. Os direitos humanos devem ser

respeitados na íntegra, assim como as dimensões humanas devem ser valorizadas em

todos os momentos da vida do ser humano, caminhando para um homem humanizado

na sua totalidade.

O ser humano deve ser abordado numa visão holística, deve ser visto como um todo,

tendo sempre em consideração três aspectos indissociáveis, a relação consigo próprio,

relação com os outros e a relação com o meio-ambiente.

A visão verdadeira e global do homem foi a procura do humanismo. Surgiu numa época

de mudanças (Renascimento), orienta-se para o valor, a dignidade, a liberdade da pessoa

humana e o seu valor no universo. O homem é um valor supremo cuja dignidade deve

ser afirmada e protegida, é visto como o centro e a medida de todas as coisas, é

convertido ou reconhecido na sua personalidade, assim, espelha o humanismo.

Uma vez que o humanismo representa o que há de mais universal no homem, que é o

respeito por ele próprio e pela sua dignidade, alguns autores tentaram definir o conceito

de humanismo/humanizar.

Em 1970 Sarte, citado por Oliveira (2000), defendeu que “o humanismo se podia

entender como uma teoria que torna o homem como fim e como um valor supremo.”

Para Antunes (1972), referido por Oliveira (2000), o humanismo, no seu significado

ideal, designa uma concepção do mundo e de existência que tem por centro o próprio

homem.

Page 20: Humanizaçao dos cuidados

24

Humanizar é tornar humano, é cuidar da pessoa como pessoa, é dar a atenção que ela

merece. A humanização implica, sem dúvida, dar atenção ao outro, pessoa com um

nome e uma história, uma família e sujeito de direitos.

Page 21: Humanizaçao dos cuidados

25

3 – A HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE

Num mundo que parece desarticulado, cheio de stress, em que as pessoas se preocupam

mais com a vertente tecnicista e monetária, onde dos gestos de solidariedade, de

respeito e de justiça são cada vez mais escassos, e as pessoas reduzidas a meros

objectos, que sentido terá falar de humanização?

Hoje em dia, assiste-se a uma maior complexidade nas relações interpessoais na nossa

sociedade, convidando-nos cada vez mais a ser anónimos.

Como diz Renaud, citado por Ezequiel Martins Carrondo, “o anonimato do homem

significa que o homem aparece como um ser sem nome, sem cara, uma unidade no seio

da multidão.”

Ser profissional de saúde implica, acima de tudo, ter consciência da concepção do

homem, enquanto ser único, livre e responsável pela sua história e futuro, e pessoa em

relação com os outros. Além das implicações éticas, morais e deontológicas, intrínsecas

ao exercício de cada profissão, há um vínculo entre os profissionais de saúde e

doente/utente no sentido de o aceitar tal como ele é, a compreendê-lo como pessoa,

respeitando o seu ponto de vista, ou seja, estabelecendo uma relação pessoa a pessoa e

não pessoa a objecto.

É necessário que os profissionais de saúde estejam atentos, sejam competentes,

mantenham adequada distância crítica para agir no momento oportuno, nunca

esquecendo que são as pessoas que cuidam e tratam, ajudando-a por isso a encontrar a

autonomia e a aceitar as limitações da doença.

Humanizar consiste em tornar humano, em adequar os cuidados às características

essenciais do homem; não do homem já acabado, mas do homem em processo de

interioridade e exterioridade com densidade crescente.

Os cuidados de saúde humanizados segundo Oswald, referido por Oliveira (2000),

incluem o atender com cortesia e benevolência, o reforçar o clima humano de

Page 22: Humanizaçao dos cuidados

26

interacção, o acolher com simpatia, o ter compreensão com quem se encontra

angustiado.

Daniel Serrão, citado por Oliveira (2000), diz-nos que o primeiro e fundamental direito

do homem/utente “é ser tratado com dignidade e respeito.”

A humanização implica, para além de acções humanizantes, a existência de um processo

orientado e permanente de cuidados, que deve ser dirigido ao doente enquanto pessoa e

não coisificá-lo, torná-lo num «objecto» ao qual são dirigidas apenas tarefas.”

“Só se prestarão cuidados humanizados se as relações entre as pessoas e os próprios

princípios que suportam a organização forem eles também humanizados.”

Daí que as relações humanas entre as pessoas têm de ser consideradas um meio para os

cuidados humanizados. Costumamos dizer que entre o profissional e o doente/utente há

uma relação personalizada. O doente é uma pessoa humana em crise e em esperança. O

profissional é igualmente uma pessoa humana, mas preparado tecnicamente, a trabalhar

em equipa, ao serviço do outro que nele confia, respeitando sempre os princípios da

humanização.

Daí que falando de humanização de algo, implica que as pessoas, agentes de

humanização, devem humanizar-se a si mesmas, fazendo desabrochar as virtualidades

pessoais e assimilando os valores humanos universais que tornam a pessoa adulta, auto

e heteroavaliativa, aberta, disponível, acolhedora e conscientemente participativa.

Sendo os profissionais de saúde agentes de humanização, estes devem ser possuidores

de determinados valores como maturidade intelectual, espiritual, afectiva, relacional,

capacidade avaliativa e de discernimento em cada situação de modo a tomar as decisões

mais ajustadas a cada caso, supondo que para isto cada profissional possua uma ciência

profissional actualizada, técnicas ajustadas ao desempenho do respectivo papel, função

e estatuto profissional, apurada consciência ética dos valores, tendo em conta o bem

maior e o mal menor, consciência ética e profissional dos direitos e deveres a respeitar e

a promover em todas as situações.

Falar de humanização em saúde é então falar de uma relação humana positiva em todo o

exercício de cuidados.

Page 23: Humanizaçao dos cuidados

27

3.1 – Humanização no Cuidar

Colliére (1989) entende que o cuidar é, e será sempre indispensável, não apenas à vida

dos indivíduos mas à perenidade de todo o grupo social. Esta função primordial,

inerente à sobrevivência de todo o ser vivo foi profundamente alterada entre os

humanos à medida das grandes mutações tecnológicas, sociais económicas e a

dissecação das práticas de cuidados numa imensidão de tarefas e actividades diversas,

disputadas tanto por profissões como por ofícios.

Cuidar, deriva do latim de cogitare, que significa agitar no espírito, resolver no

pensamento; pensar, apresentar pelo espírito, meditar, projectar, ter pensamentos ou

intenções boas ou más a respeito de alguém. Cuidar é, de facto, um acto individual que

prestamos a nós próprios, desde que adquirimos autonomia mas é, igualmente, um acto

de reciprocidade que somos levados a prestar a toda a pessoa que, temporária ou

definitivamente, tem necessidade de ajuda para assumir as suas necessidades vitais.

O cuidar é indispensável à sobrevivência do homem. Todos nós cuidamos de nós

próprios e por vezes dos outros, variando essa capacidade conforme cada fase da vida.

Temos necessidade de ser cuidados, quando nascemos, a partir daí desenvolvemos a

capacidade de cuidar dos outros e conforme as experiências que vivemos projectamo-las

nos outros.

Cuidar de indivíduos, famílias e intervir nas comunidades é o fundamento dos

profissionais de saúde, não apenas pela relação que se estabelece, mas principalmente

pela aplicação dos conhecimentos adquiridos, pelo empenhamento e dedicação, pelos

valores humanos e pelo compromisso pessoal, social e moral que os profissionais de

saúde têm com a sociedade, que os reconhecem como profissionais responsáveis e

habilitados para as funções que exercem e que os direccionam para a protecção da

dignidade humana e preservação da humanidade.

Todos os que cuidam, principalmente os enfermeiros, devem responder às necessidades

da sociedade porque os cuidados de saúde têm que ser baseados no respeito pelos

valores humanos e na preocupação com o bem-estar dos outros.

“Toda a actividade do enfermeiro, desde o pensar ao agir, na relação com o utente,

constitui um acto de cuidar.”

Page 24: Humanizaçao dos cuidados

28

O cuidar envolve uma vontade, um compromisso, conhecimentos, acções e valores que

no conjunto devem reflectir uma prática de saúde que vá ao encontro das necessidades

do utente na sua globalidade e que se complete na relação de ajuda.

Segundo Watson, o cuidar consiste em valores associados com um profundo respeito

pela admiração e mistérios da vida; o reconhecimento de uma dimensão espiritual pela

vida e poder interior do processo de cuidar; crescimento e mudança. Cuidar requer

elevada consideração e reverência pela vida humana.

O homem é considerado um ser holístico, como referido no ponto anterior, é importante

dirigir os cuidados nesse sentido, promovendo a saúde, o humanismo e a qualidade de

vida. O cuidar, pretende envolver o doente na sua globalidade considerando o seu

aspecto físico, psicológico e social; os utentes têm que ser entendidos holisticamente,

respeitando e reconhecendo os seus direitos fundamentais como a vida, a saúde, a

morte, a dignidade, a identidade, a liberdade e a autonomia.

Segundo Castro (2002), o cuidar exige, hoje, mais do que o saber, pois este pode ser

memorizado e muito mais do que fazer, pois os gestos, também eles podem eles podem

ser automáticos. O cuidar exige hoje dos profissionais de saúde, além do saber e do

saber fazer, o saber ser, tanto com ele quanto com o utente.

O cuidar, e como já foi referido, orienta-se pelo modelo holístico que se centra na

relação humana entre os profissionais de saúde e o doente considerando todas as suas

dimensões.

O cuidar não pode apenas focalizar-se para técnicas e terapêuticas correctas que

conduzam, à cura, tem que mobilizar todas as capacidades de vida do doente, tendo em

vista a dignidade e a individualidade da pessoa humana.

Humanizar não é mais do que ser humano e tornar humana toda a situação sobre a qual

agimos directamente. Sendo assim, o profissional de saúde presta cuidados de saúde

humanizados quando se humaniza a si mesmo de modo a ser capaz de tornar cada vez

mais humanas as suas intervenções.

É fundamental que ao cuidar, os profissionais tenham consciência de que para

humanizar terão que humanizar-se de forma a conseguir desenvolver a capacidade de

ser, simultaneamente, “competentes, atentos e dedicados”. Reconhecendo e reflectindo

sobre as circunstancias em que vivem determinadas emoções e sentimentos, os

profissionais habilitam-se a uma melhor compreensão e a melhores opções em situações

Page 25: Humanizaçao dos cuidados

29

similares. São formas de aprender a agir e de condicionar posturas que contribuem para

um cuidar cada vez mais humanizado.

Para prestar cuidados de saúde humanizados, é também “condição” essencial que os

profissionais sintam as suas funções como um motivo de satisfação, realização e

enriquecimento pessoal.

Segundo Frei Bernardo, “humanização implica maturidade pessoal.”18

Na

humanização dos cuidados de saúde a maturidade dos profissionais de saúde é também

fundamental na medida em que, ao tornar conscientes as suas características e ao querer

desenvolver outras, vão sendo capazes de ter uma boa relação consigo próprios, o que

lhes permitirá sair da sua própria esfera para responder às necessidades do próximo. É

através da maturidade que os profissionais desenvolvem a capacidade de “poder «sair

de si» para se interessar verdadeiramente pelo outro”.

Esta maturidade traduz-se em “saber escutar, ouvir, acolher e compreender a situação

dos outros de uma forma empática e mantendo-se, simultaneamente, a adequada

distancia critica para decidir com lucidez, ponderação e no momento oportuno”.

Para além dos saberes e princípios científicos que adquirem, os profissionais de saúde

têm que investir numa formação cultural e humanista, pois o humanismo vai permitir

equilibrar o lado técnico-científico com o comportamento humanista, favorecendo o

crescimento da sua personalidade e uma aproximação global da pessoa que cuida.

Os profissionais têm que relacionar conhecimentos múltiplos e saberes diferenciados,

para agir e cuidar, que se desenvolvem na prática com vista ao aperfeiçoamento da

técnica, porque os cuidados e as técnicas exigem um espírito e rigor científico; mas

estes pressupostos não podem estar isolados nos actos de saúde, tem que estar presente

nos saberes e nas técnicas uma imagem humanizada que irá reflectir no cuidar da

pessoa.

A imagem que os profissionais devem transmitir ao cuidar é uma imagem serena,

confiante e de equilíbrio emocional para que os seus cuidados desenvolvam uma

motivação positiva, realista, estimulante e com espírito de disponibilidade através de

atitudes adultas e humanizadas. Para que possam criar uma verdadeira e plena relação

de ajuda com o utente, os profissionais de saúde devem desenvolver e aperfeiçoar

algumas qualidades humanas como a empatia, a escuta, o respeito, a congruência, a

paciência, a honestidade, a sensibilidade, a responsabilidade e qualidades

comportamentais como o toque, o confortar, “chamar pelo nome”, informar o utente no

âmbito da saúde.

Page 26: Humanizaçao dos cuidados

30

Roach afirma que “ a experiência de cada um, em ter sido cuidado, influencia a

habilidade para cuidar. O cuidar não pode ser somente uma resposta emocional e

comportamental, tem sobretudo a ver com uma força total de ser, de relação e de

acção.”

Cabral (1999) diz que “a pessoa, é um ser altamente complexo, que se constrói numa

relação permanente e dinâmica entre o mundo interior – a vida mental – e o seu mundo

exterior – a experiência do dia a dia.”

O doente é a razão de ser dos profissionais de saúde, ele é único, com uma

individualidade própria, que tem de ser respeitado na globalidade e que se encontra

inserido num contexto familiar, social e histórico-cultural.

Tem-se vindo a observar um crescente interesse sobre a humanização dos cuidados, a

visão do ser humano segundo uma perspectiva global e holística, considerando o

indivíduo na sua totalidade, na sua riqueza como um todo, e não somente um corpo, um

conjunto de sistemas segundo uma visão redutora e minimalista.

Segundo Frei Bernardo, a pessoa não é um número, é um ser único, original e exclusivo,

tendo uma individualidade própria da qual derivam necessidades e desejos seguramente

diferentes dos de outrem.

Para Rocha, a dignidade humana é algo que está presente em todas as culturas

ocidentais, como um direito que toda a pessoa tem, e não como um simples meio ao

serviço dos fins dos outros. É um valor que se baseia nas capacidades originais da

pessoa e supera a estrutura biológica do ser humano.

Antes de mais, o respeito pela dignidade é um direito de qualquer ser humano, fazendo

parte da declaração universal dos direitos do homem, adoptada e proclamada pela

Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1948, estando garantido pela

Constituição da República Portuguesa.

Numa situação de doença, aguda ou crónica, a pessoa humana não perde nenhum dos

seus direitos de cidadania. Pelo contrario, “o homem doente não deixa de ser homem e

deve ser tratado como tal, ou seja, de forma humanizada”. O que se verifica é a

atribuição de uma maior importância a alguns desses direitos, através de características

especiais facultadas a certos direitos fundamentais, dadas as consequências práticas para

o doente. Esta aplicação especial dos direitos universais, assenta na Declaração

Page 27: Humanizaçao dos cuidados

31

Universal dos Direitos Humanos, na Constituição da República Portuguesa e encontra-

se exposta na Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes, da Direcção Geral de Saúde.

Assim sendo, a “Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes” (Anexo ?) representa mais

um caminho na dignificação dos doentes, no pleno respeito pela sua particular condição

e, por isso, na humanização dos cuidados de saúde. Entre outros, a “Carta dos Direitos e

Deveres dos Doentes” tem como objectivos:

- Consagrar o primado do cidadão, considerando-o como figura central de todo o

sistema de saúde;

- Promover a humanização no atendimento a todos os doentes, principalmente aos

grupos vulneráveis.

Assim, para que a prestação de cuidados de saúde seja humanizada, não se pode nunca

minimizar os direitos da pessoa doente.

3.2 – Os profissionais de Saúde como Agentes de Humanização

Para que os profissionais de saúde sejam agentes de humanização é importante que

sejam possuidores de uma identidade pessoal dinâmica e em constante auto-

actualização; que apresentem valores e crenças individuais mas que sejam capazes de se

adaptar às situações que lhes vão surgindo, desenvolvendo as suas capacidades

intelectuais praticando a sua relação interpessoal com a pessoa doente, aceitando o seu

quadro de valores, crenças e desejos individuais. É necessário que os profissionais

estabeleçam uma relação empática com base na comunicação de forma a realizar um

diagnóstico correcto, tornando assim possível a elaboração do plano de cuidados de

enfermagem que responde ás necessidades do doente. É importante que sejam

possuidores de uma competência científica e técnica e que desenvolvam uma filosofia

de vida que lhes permita ser capaz de desenvolver capacidades para estimular, estimar e

apoiar quem necessita. Os profissionais têm de ser capazes de gerir a dinâmica da sua

personalidade, educando-se para serem disponíveis, acolhedores e pacificadores.

Da convicção de que a pessoa humana tem um valor incomensurável e de que a vida

humana é inviolável, surgem um conjunto de normas que constituem o código ético e

deontológico. Este, representa o mais sólido alicerce da qualidade relacional da

Page 28: Humanizaçao dos cuidados

32

prestação de cuidados de saúde pelos profissionais de saúde. Desta forma, o código

ético e deontológico dos profissionais de saúde, traduz-se no conjunto de

responsabilidades que os profissionais assumem de modo a garantir uma melhor

qualidade dos cuidados de saúde, em que o foco das suas atenções é única e

exclusivamente a pessoa que necessita de cuidados, sejam estes prestados em regime

público ou privado, individualmente ou em equipes multidisciplinares.

Segundo Pinto (1996), falar de humanização em saúde é falar de uma relação humana

positiva em todo o exercício de cuidados. É por isso, fundamental que os profissionais

de saúde, para além das competências técnico-profissionais que lhes são exigidas,

desenvolvam capacidades relacionais que lhes permitam transformar atitudes

meramente técnicas em atitudes verdadeiramente terapêuticas para os doentes.

Por ser prestador de cuidados, o enfermeiro é a pessoa que mais tempo permanece junto

ao doente, sendo, por isso, fulcral o desenvolvimento de uma relação empática

enfermeiro/doente para a construção de um ambiente terapêutico e relação de ajuda

adequados, condição fundamental para a humanização dos cuidados de saúde. Os

aspectos relacionais não podem nunca ser excluídos dos momentos de prestação de

cuidados, já que “a relação é a essência do cuidar e o enfermeiro competente é aquele

que, quando cuida, tem presentes no máximo do seu potencial as vertentes técnico-

científicas e relacional”.

Para que a interacção profissional de saúde – doente resulte de forma positiva é

necessário que o profissional tenha como base o principio fundamental de que o doente,

seja qual for o diagnóstico e prognóstico, é uma pessoa. Prestar cuidados de saúde

humanizados é considerar que a pessoa doente é mais do que um sintoma ou problema

físico, o que pressupõe a existência de uma relação humana de qualidade em que

tenham lugar privilegiado “a palavra amiga, o olhar, o gesto, o circulo afectivo,

desfazendo as cadeias de isolamento e proporcionando ao doente um sinal inequívoco

da qualidade humana da sua vida”. Por vezes a notícia de que há necessidade de

hospitalização é invariavelmente desconcertante, pois significa uma interrupção na vida

normal do individuo, sendo, algumas vezes, causa de maior sofrimento do que a própria

doença. Por tudo o que pode acarretar para o doente, a hospitalização deve acontecer

num ambiente propício de relacionamento afectivo, que proporcione o início de uma

relação de confiança, imprescindível para a humanização dos cuidados prestados e para

a eficácia do tratamento.

Page 29: Humanizaçao dos cuidados

33

Segundo relatos de doentes, o stress, o medo, a ansiedade e todo o sofrimento causados

pela doença e consequente internamento em unidades de saúde hipertecnicizadas, são

substancialmente reduzidos ou controlados quando a equipe de saúde, principalmente o

enfermeiro sendo quem cuida do doente vinte e quatro horas por dia, desenvolve uma

adequada relação de ajuda com os mesmos.

Na base de uma boa relação interpessoal está a comunicação, “factor fundamental da

humanização”. Para que os cuidados de saúde evoluam no sentido de uma maior

humanização, é essencial que os profissionais desenvolvam a capacidade de estabelecer

uma relação adequada com o doente, utilizando como meio a comunicação. A

comunicação efectiva implica troca de informação, onde haja emissão e recepção de

informação pelos intervenientes. A recepção de informação exige compreensão da

mesma. Assim sendo, para que a comunicação profissional-doente seja eficaz, é

fundamental que a informação seja transmitida de uma forma acessível à pessoa doente,

uma vez que só assim esta pode ser humanizante e fonte de humanização. Comunicar é

muito mais do que falar ou verbalizar, pois muito do que queremos ou sentimos é

transmitido pela mímica, pela posição, pela expressão facial. Assim, “a comunicação

constitui a base da nossa vivência e existência em relação com o outro.”

No meio hospitalar, para que seja possível o estabelecimento de uma boa relação

profissional de saúde-doente, é muito importante a forma como o acolhimento do

doente ocorre.

Os primeiros momentos passados no hospital assumem uma importância crucial para o

doente, daí a necessidade dos profissionais de saúde orientarem os maiores esforços no

sentido de revelar simpatia, compreensão e interesse para com o doente e a situação

clínica que o levou até ali. Quando entra no hospital, o doente deve ser recebido como

pessoa em toda a sua individualidade, caso contrário, se for acolhido “como número,

passa a fazer parte da realidade inanimada das coisas, dos aparelhos, dos

instrumentos”.

O acolhimento da pessoa doente no hospital é um momento muito importante e o

profissional de saúde, ao considerá-lo como tal, desenvolve um “atendimento”

personalizado e adequado, o que ajudará o doente a baixar o seu nível de ansiedade, a

sentir-se pessoa e não um número ou parte de uma realidade inanimada. Para muitos

doentes “uma simples gentileza que reconheça a sua individualidade, é capaz de aliviar

sintomas de inadaptação e alterar o carácter interpessoal tantas vezes acometido a este

processo”.

Page 30: Humanizaçao dos cuidados

34

Como se pode verificar, a comunicação, o acolhimento do doente e a relação

estabelecida com este estão interligados e são inerentes à humanização dos cuidados de

saúde, devendo, por isso, ser-lhes atribuída a importância merecida por parte dos

prestadores de cuidados.

Apesar das condições de trabalho terem um grande peso e por vezes não serem as

melhores, cabe à consciência de cada profissional determinar o modo de agir aquando

da prestação de cuidados, sendo ele o responsável pela sua humanização ou não.

Nunca é demais referir que a humanização dos cuidados de saúde, para além de assentar

num saber científico e técnico e em relações interpessoais, traduz-se como um valor

intrínseco e implica reconhecer, respeitar e defender o doente como pessoa, sujeito de

direitos e deveres. Espera-se então que, aquando da prestação de cuidados, o

profissional seja capaz de ajudar o doente, incentivando sempre a sua autonomia,

substituindo-o apenas quando necessário, e respeitando-o sempre, seja qual for a

situação e o contexto em que se encontra.

Deverá existir uma relação aberta e sincera entre os profissionais de saúde e os utentes

para que estes tenham responsabilidade e participação activa na sua recuperação e

manutenção da saúde.

A humanização, consiste simultaneamente na promoção integral da pessoa humana por

todos os profissionais de saúde e na auto-promoção. O humanizar pode-se traduzir na

capacidade que os doentes terão em promover o seu funcionamento integral, aproveitar

as suas potencialidades ou desenvolver novas para que a recuperação e/ou reabilitação

seja também resultante do esforço de cada um, individualmente, tendo em vista

cuidados mais autónomos e independentes. Quando entra numa instituição de saúde, o

doente deve ser participante, informado, responsável pela sua saúde; não tem apenas

direito à saúde, tem o dever de se preocupar com o seu bem-estar biológico, físico,

psicológico, social e espiritual.

Como ninguém consegue viver sozinho, também ninguém consegue humanizar-se

sozinho. A humanização tem que envolver todo o ambiente familiar e social, iniciando-

se antes do processo de doença e seu tratamento e continuando na fase de reabilitação

ou da morte com dignidade.

Page 31: Humanizaçao dos cuidados

35

A humanização não se pode restringir às instituições hospitalares, deve sim, começar

pela base, os cuidados de saúde primários e a comunidade envolvente, exigindo uma

valorização e desenvolvimento dos recursos da comunidade.

É importante, e a concluir que tenhamos consciência de algumas

características/requisitos, que deveriam estar presentes em todos os profissionais de

saúde:

- Assim, podemos considerar como atributos humanos: a capacidade de comunicar,

escutar e tocar, o respeito, a maturidade, a integridade, o apoio incondicional, a

amizade, o acompanhamento nas decisões, a empatia e simpatia, a compaixão, a

congruência, a aceitação, a paciência, a satisfação pessoal, entre muitos outros;

- A nível profissional são importantes e ressaltam: a confiança mútua, a

atenção/observação, a privacidade, o sigilo, a competência técnica, o holismo, a

iniciativa, a perseverança, a criatividade, o auto-controlo, a auto-confiança, a auto-

estima, a flexibilidade, a responsabilidade, a motivação, a pontualidade, a capacidade de

adaptação e liderança, a realização.

Estes atributos não podem ser considerados isoladamente, mas sim compreendidos

como uma complementaridade entre si e aos diferentes níveis do ser humano e do

profissional.

E os doentes? Será que na sua perspectiva lhes são prestados cuidados de saúde

humanizados?

Page 32: Humanizaçao dos cuidados

36

II PARTE – FASE METODOLÓGICA

Page 33: Humanizaçao dos cuidados

37

1 – METODOLOGIA

“A investigação científica é um processo que nos permite resolver problemas ligados ao

conhecimento dos fenómenos do mundo real no qual vivemos.”1

Nesta segunda fase deste trabalho de investigação, ou seja, a fase metodológica, o

investigador determina os métodos que utilizará para obter respostas às questões de

investigação colocadas. O investigador define a população e escolhe os instrumentos

mais apropriados para efectuar a colheita de dados, de modo a responder validamente às

questões de investigação colocadas.

1.1 – Tipo de Estudo

Será realizado um estudo quantitativo, pois através de um processo dedutivo e de dados

numéricos obterei conhecimentos objectivos do fenómeno em estudo, através de uma

amostra que procurarei que seja significativa.

Neste trabalho de investigação será realizado um estudo exploratório e descritivo, pois

“existem poucos conhecimentos sobre o fenómeno em questão; neste estudo o

investigador visa acumular a maior quantidade de informações possíveis a fim de

abarcar os diversos aspectos de fenómeno”1, com o qual tentarei saber, na perspectiva

dos doentes, se lhe foram prestados cuidados de saúde humanizados. Com a utilização

deste tipo de estudo explorarei a perspectiva dos doentes acerca deste assunto, através

da colheita de dados procedendo à apresentação, análise e interpretação dos dados

obtidos de modo a conhecer realmente se lhes foram prestados cuidados de saúde

humanizados por parte dos profissionais de saúde.

Page 34: Humanizaçao dos cuidados

38

1.2 – Questão de Partida e Questões de Investigação

Segundo Talbot (1995), referido por Fortin, as questões de investigação são as

premissas sobre as quais se apoiam os resultados de investigação, estes incluem as

variáveis que serão descritas a as relações que possam existir entre eles.1 As questões de

investigação são utilizadas nos estudos exploratórios descritivos.

Desta forma, as questões servem de guia ao investigador no decurso da pesquisa.

Permite restringir o campo da análise e, ao mesmo tempo, delimitar o âmbito das

observações, para que o investigador não se perca no meio de factores que pretende

investigar.

As questões de investigação do trabalho em causa são:

- Saber, na perspectiva dos doentes da amostra seleccionada, se lhes foram prestados

cuidados de saúde humanizados?

- Quais os profissionais de saúde que, segundo a opinião dos doentes, lhe prestam

cuidados de saúde mais humanizados?

O fenómeno que se pretende estudar e compreender é: “saber, na perspectiva dos

doentes das unidades de medicina e cirurgia do hospital de Macedo de Cavaleiros,

internados no dia 29 de Maio, se lhes foram prestados cuidados de saúde humanizados.”

Apesar do conceito de humanização estar presente no dia-a-dia dos profissionais de

saúde, este nem sempre é tido em conta na prestação dos cuidados, pelo que os doentes

se apercebem desta realidade.

Page 35: Humanizaçao dos cuidados

39

A pergunta de partida para este estudo foi a seguinte:

“Saber, na perspectiva dos doentes internados nos serviços de cirurgia 1 e 2 do H.D.C,

se lhes foram prestados cuidados de saúde humanizados?”

1.3 – População e Amostra

Logo que a questão em estudo foi definida, caracterizou-se a população estabelecendo

critérios de selecção para o estudo, precisando a amostra e determinando o seu tamanho.

A população compreende todos os elementos (pessoas, grupos e objectos) que partilham

características comuns, as quais são definidas pelos critérios estabelecidos para o

estudo. Acerca deste assunto, é pertinente distinguir entre população alvo e população

acessível. A primeira refere-se à população que o investigador quer estudar e para qual

deseja fazer generalizações. A população acessível é a porção da população alvo que

esta ao alcance do investigador.

Assim considera-se como população alvo para este estudo aquela constituída pelos

elementos que satisfazem os critérios de inclusão definidos. Neste estudo a população é

constituída pela totalidade dos doentes internados nos serviços de cirurgia 1, 2 do

Hospital Distrital de Chaves.

A população acessível, ou seja, aquela que sendo representativa da população alvo é

constituída pela porção da população alvo que é acessível a quem investiga, ou seja, a

amostra.

Assim foram definidos os seguintes critérios de inclusão para que os elementos da

população pudessem integrar a amostra:

- doentes com idade superior ou igual a 18 anos;

- doentes com internamento superior ou igual a 5 dias;

- doentes conscientes e orientados no tempo e no espaço;

- responder à totalidade das questões do instrumento de recolha de dados.

Os critérios de exclusão para este estudo são todos aqueles que não obedecem ao

anteriormente referido nos critérios de inclusão.

Page 36: Humanizaçao dos cuidados

40

Como já foi referido anteriormente, a definição da amostra ou dos grupos de sujeitos a

considerar é um dos aspectos essenciais numa investigação. Dois factos condicionam

este ponto na planificação de uma investigação. Por um lado, há uma impossibilidade e

desinteresse em serem incluídos todos os indivíduos, em segundo lugar a necessidade

de, não sendo tomados todos os indivíduos, mesmo assim os resultados poderem ser

generalizados. Na investigação científica, por norma recorre-se a amostras extraídas de

populações às quais se querem depois generalizar os resultados. As amostras devem,

então, possuir determinadas características, como forma de se constituírem boas

representações das populações de onde foram retiradas.

O processo de selecção de uma parte da população para representar a sua totalidade tem

o nome de amostragem.

A amostragem utilizada no estudo em questão é não probabilística pois, foi utilizado um

processo de selecção, segundo o qual cada elemento da população não tem uma

probabilidade igual de ser escolhido para formar a amostra. É também acidental pois é

formada por sujeitos que são facilmente acessíveis e estão presentes num local

determinado, num momento preciso.

Page 37: Humanizaçao dos cuidados

41

1.4 – Hipóteses

A organização de uma investigação em torno de hipóteses de trabalho constitui a melhor

forma de a conduzir com ordem e rigor. Uma hipótese é uma proposição que prevê uma

relação entre dois termos, que, segundo os casos, podem ser conceitos ou fenómenos.

Uma hipótese é, portanto, uma proposição provisória, uma pressuposição que deve ser

verificada.

Foram construídas as seguintes hipóteses para este estudo:

1 - Será que a idade influencia a perspectiva dos doentes no que respeita à prestação dos

cuidados de saúde humanizados por parte dos profissionais?

2 - Será que o nível de escolaridade influencia a perspectiva dos doentes no que respeita

à prestação dos cuidados de saúde humanizados por parte dos profissionais?

3 - Será que o tempo de internamento dos doentes inquiridos influencia a perspectiva

que os mesmos têm acerca dos cuidados de saúde humanizados prestados por parte dos

profissionais?

1.5 – Operacionalização e Categorização das Variáveis

As variáveis são qualidades, propriedades ou características de objectos, de pessoas ou

de situações estudadas numa investigação. Uma variável pode tomar diferentes valores

para exprimir graus, quantidades ou diferenças. É um parâmetro ao qual valores

numéricos são atribuídos. Uma variável tem uma propriedade inerente da variação e

atribuição de valores.

As variáveis utilizadas neste estudo são classificadas de variáveis independentes e

dependentes. A variável independente é “a que o investigador manipula […] para

medir o seu efeito na variável dependente.”

Page 38: Humanizaçao dos cuidados

42

Neste trabalho são utilizadas variáveis independentes que são características do sujeito

em estudo. As variáveis utilizadas são: a idade, sexo, estado civil, nível de escolaridade,

profissão, motivo de internamento/diagnóstico actual, número de internamentos

anteriores e tempo de internamento actual.

A idade “é o tempo decorrido desde o nascimento. O período de vida que corresponde

a uma fase da evolução do ser humano […]”.33

A idade mede-se em anos.

O sexo “é o conjunto de características que permitem distinguir a maior parte dos seres

vivos […]”33

.O sexo pode apresentar-se em dois géneros, o masculino e o feminino.

O estado civil é um estado que assenta na organização dos direitos civis de uma

pessoa.33

O estado civil pode dividir-se em várias categorias, como por exemplo:

solteiro, casado, viúvo, divorciado, união de facto e separado.

O nível de escolaridade “é o conjunto de conhecimentos reconhecidos através da

concessão, pela entidade de ensino responsável […]”.33

Segundo a lei de directrizes e

bases da educação nacional (Lei nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996) o nível de

escolaridade pode categorizar-se em analfabeto, 1º ciclo (inclui a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª classe);

2º ciclo (inclui o 5º e 6º ano); 3º ciclo (inclui 7º, 8º e 9º ano); ensino secundário (inclui o

10º, 11º e 12º ano) e para finalizar o ensino superior.

A profissão “é uma actividade regular exercida para ganhar a vida; um oficio […]”.33

Esta actividade pode categorizar-se nas mais diversas profissões existentes, como por

exemplo: enfermeiros, médicos, agricultores, engenheiros, professores, etc.

O motivo de internamento é o conjunto dos sinais e sintomas que levaram o doente a

recorrer ás instituições de saúde. E, devido a estes, a permanecer na instituição por um

determinado período de tempo com a finalidade de diagnóstico e tratamento dessa

situação. O motivo de internamento pode manifestar-se de variadas formas, como por

exemplo: cefaleias, dispneia, taquicardia, tosse, dor, etc. O diagnóstico é determinado

pelo médico em função dos sinais e sintomas apresentados pelo doente. Como exemplo

de diagnósticos passo a apresentar: AVC’s, pneumonia, bronquite asmática, infecção

urinária, etc.

Page 39: Humanizaçao dos cuidados

43

O número de internamentos anteriores, pode definir-se como o número de vezes que o

doente esteve internado em instituições de saúde, antes do internamento actual.

O tempo de internamento actual é medido em dias, e é contabilizado desde o dia da

admissão do doente na instituição de saúde até ao dia em que foi efectuada a recolha de

dados.

A variável dependente “é a que sofre o efeito esperado da variável independente.”1 A

variável dependente deste estudo é a perspectiva dos doentes sobre a humanização dos

cuidados de saúde que lhes foram prestados.

A operacionalização desta variável é a opinião que os doentes têm sobre a humanização

dos cuidados de saúde que lhes foram prestados em consequência do internamento a que

estão sujeitos. Para poder avaliar esta variável, foram construídas questões que

envolvem situações específicas de prestação de cuidados de saúde. As questões que são

utilizadas para a avaliação desta variável, são as questões número 1; 3; 6; 7; 8; 9; 10;

11; 12; 13; 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 26; 27; 28; 29; 30; 31; 33; 34;

35; 36; 37 e 38, correspondentes à segunda parte do formulário. Todas estas questões

têm como diferentes opções de resposta uma escala de Likert, em que foram atribuídos

valores ás diferentes opções respostas. Sendo atribuído o valor de três à opção sempre

(3-Sempre); o valor de dois à opção frequentemente (2-Frequentemente); o valor de um

à opção raramente (1-Raramente); e o valor de zero à opção nunca (0-Nunca); à

excepção da questão número 15, em que foram atribuídos valores inversos ao

anteriormente referido, sendo 0-Sempre; 1-Frequentemente; 2-Raramente e 3-Nunca.

Assim, obtiveram-se scores para estabelecer as categorias em que cada entrevistado se

situa relativamente à sua perspectiva sobre se os cuidados de saúde que lhe foram

prestados foram humanizados. Desta forma as categorias estabelecidas em função do

score obtido no formulário, são as seguintes: de 0 a 26 pontos significa que, na opinião

dos deontes, estes nunca recebem cuidados de saúde humanizados; de 27 a 52 pontos

significa que, na opinião dos doentes, estes raramente recebem cuidados de saúde

humanizados; de 53 a 78 pontos significa que, na opinião dos doentes, estes

frequentemente recebem cuidados de saúde humanizados; e de 79 a 105 pontos significa

que na opinião dos doentes, estes recebem sempre cuidados se saúde humanizados.

Page 40: Humanizaçao dos cuidados

44

1.6 – Instrumento de Recolha de Dados

Como instrumento de recolha de dados foi utilizada a entrevista estruturada pois é

aquela que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas

feitas aos doentes foram pré-determinadas.34

Esta entrevista foi realizada através de um

formulário.

Na entrevista estruturada o investigador exerce o máximo de controlo sobre o conteúdo,

o desenrolar da entrevista, a análise e a interpretação da medida.1 O investigador não é

livre para adaptar as suas perguntas em determinadas situações nem de alterar a ordem

dos tópicos ou de fazer outras perguntas.34

O formulário apresenta uma série de vantagens e de desvantagens. Como vantagens

podemos enumerar:

é utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados, analfabetos,

populações heterogéneas, etc., porque o seu preenchimento é feito pelo investigador;

a presença do pesquisador facilita na explicação dos objectivos da pesquisa, orientar o

preenchimento do formulário e elucidar significados de perguntas que não sejam muito

claras;

flexibilidade para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo o

entrevistador reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de cada

informante;

obtenção de dados mais complexos e úteis;

facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em determinado

grupo;

uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio pesquisador.

Como desvantagens apresenta:

menor liberdade nas respostas em virtude da presença do entrevistador;

risco de distorção pela influência do aplicador;

menor prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar o que pode

torná-las inválidas;

mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez;

insegurança das respostas por falta do anonimato;

Page 41: Humanizaçao dos cuidados

45

pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades muito

distantes, tornando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.

Assim, foi utilizado, como já referido anteriormente, o formulário como método de

recolha de dados, sendo este constituído por duas partes distintas, a primeira parte do

instrumento de recolha de dados é composto por questões, chamadas fechadas, que

permite a caracterização sócio-demográfica desta amostra, nas quais se incluem a idade,

o sexo, estado civil, nível de escolaridade, profissão, motivo de internamento e

diagnóstico actual, número de internamentos anteriores e o tempo actual de

internamento. A segunda parte é constituída por 38 questões fechadas, que envolvem

situações especificas de prestação de cuidados de saúde humanizados, tendo como

opções de resposta uma escala de Likert constituída por quatro hipóteses de resposta,

sendo elas: sempre, frequentemente, raramente e nunca, à excepção das questões

número 1.1; 2 e 2.1; 4 e 4.1; 5 e 5.1; 6.1; 7.1; 8.1; 9.1; 10.1; 11.1; 12.1; 13.1; 14.1;15.1;

16.1;17.1;18.1;19.1; 20.1; 21.1;22.1; 23.1; 24.1; 25.1; 26.1; 27.1; 28.1; 29.1; 30.1; 31.1;

32 e 32.1; 33.1; 34.1; 35.1; 36.1; 37.1 e 38.1, que são questões para complementar a

informação respectiva à opinião dos doentes em relação ao modo como os profissionais

de saúde lhes prestam cuidados. Estas questões relativas a esta segunda parte do

formulário estão direccionadas para a tentativa de saber, na perspectiva de cada doente,

se lhes foram prestados cuidados de saúde humanizados por parte dos profissionais de

saúde.

A colheita de dados será efectuada com base no respeito pelos procedimentos éticos

inerentes a este tipo de pesquisa, entre os quais a autorização por parte da instituição

para a realização do estudo (Anexo II), o conhecimento por parte do doente que estará a

ser submetido ao estudo, o consequente consentimento informado e a não identificação

dos doentes.

O formulário foi aplicado no dia 29 do mês de Maio do ano de 2003. (Anexo III).

Page 42: Humanizaçao dos cuidados

46

2 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Tabela 1 – Distribuição da amostra de acordo com a idade

Idade N (%)

31-40 1 5,6

41-50 1 5,6

51-60 2 11,0

Page 43: Humanizaçao dos cuidados

47

61-70 1 5,6

71-80 10 55,6

81-90 2 11,0

91-100 1 5,6

Total 18 100,0

Classe Modal = 71-80 anos

Média = 71 anos

Mediana = 74,6 anos

Desvio Padrão +/- 13,95 anos

Pelos resultados obtidos verificamos que 55,6% dos doentes inquiridos têm entre 71 e

80 anos, com 11,0% temos as classes de idades de 51 a 60 anos e 81 a 90 anos, todas as

restantes apresentam um valor percentual de 5,6%. A média das idades dos indivíduos

da amostra é de 71 anos, com um desvio padrão de +/- 13,95 anos.

Tabela 2 – Distribuição da amostra de acordo com o sexo

Sexo N (%)

Feminino 11 61,1

Masculino 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Feminino

Page 44: Humanizaçao dos cuidados

48

Através da análise da tabela, pode-se verificar que 61,1% da amostra é do sexo

feminino, correspondendo ao sexo masculino 38,9% dos indivíduos.

Tabela 3 – Distribuição da amostra de acordo com o estado civil

Estado

civil N (%)

Solteiro 2 11,1

Casado 9 50,0

Viúvo 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Casado

Podemos concluir que 50% dos inquiridos são casados, 38,9% são viúvos e 11,1% são

solteiros.

Tabela 4 – Distribuição da amostra de acordo com o nível de escolaridade

Nível de

escolaridade N (%)

Analfabeto 7 38,9

1º ciclo 5 27,8

2º ciclo 2 11,1

3º ciclo 2 11,1

Secundário 2 11,1

Total 18 100,0

Page 45: Humanizaçao dos cuidados

49

Moda = Analfabeto

O nível de escolaridade dos inquiridos revela que 38,9% são analfabetos, 27,8% têm ou

frequentaram o 1º ciclo.

Tabela 5 – Distribuição da amostra de acordo com a profissão

Profissão N (%)

Agricultor 2 11,0

Auxiliar pecuária 1 5,6

Comerciante 1 5,6

Costureira 1 5,6

Doméstica 2 11,0

Ed. Infância 1 5,6

Reformado 9 50,0

Secretária 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Reformado

Os resultados demonstram que 50% dos inquiridos são reformados. De seguida vêm as

profissões de doméstica e agricultor às quais correspondem 11,0%. As profissões menos

representativas são: auxiliar de pecuária, comerciante, costureira, Ed. Infância e

secretária, correspondendo a cada uma 5,6% dos indivíduos da amostra.

Tabela 6 – Distribuição da amostra de acordo com o diagnóstico actual

Page 46: Humanizaçao dos cuidados

50

Através da análise da tabela, podemos constatar que o diagnóstico mais frequente é a

pneumonia, independentemente da causa etiológica, ao qual correspondem 22,2% dos

indivíduos da amostra. Seguem-se os diagnósticos de AVC isquémico, pé diabético e

pericardite, correspondendo a cada uma 11,0% dos indivíduos da amostra. Os

diagnósticos menos representativos, correspondendo a cada um 5,6% dos indivíduos da

amostra, são: cancro da próstata, icterícia colestática, neoplasia da mama, infecção do

trato urinário, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crónica, DPCO e AVC

hemorrágico.

Tabela 7 – Distribuição da amostra de acordo com o número de internamentos

anteriores

Número de

internamentos

anteriores

N (%)

Motivo de internamento /

diagnóstico actual N (%)

Pneumonia da comunidade 3 16,6

Pneumonia à esquerda 1 5,6

Cancro da Próstata 1 5,6

Icterícia Colestática 1 5,6

Mastectomia/neoplasia da

mama 1 5,6

Pé diabético 2 11,0

Pericardite 2 11,0

Infecção do trato urinário 1 5,6

Insuficiência cardíaca 1 5,6

Insuficiência renal crónica 1 5,6

AVC isquémico 2 11,0

DPCO 1 5,6

AVC Hemorrágico 1 5,6

Total 18 100,0

Page 47: Humanizaçao dos cuidados

51

1º internamento 3 16,7

1-3 internamentos 12 66,6

4-6 internamentos 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = 1-3 internamentos

Através da análise da tabela, verifica-se que a maior parte dos indivíduos da amostra

tiveram entre 1 a 3 internamentos anteriores, correspondendo a esta situação 66,6% do

total da amostra. A parte da amostra que teve entre 4 a 6 internamentos anteriores e a

parte da amostra em que é o primeiro internamento, corresponde a ambas uma

percentagem de 16,7%, sendo estas, as menos representativas.

Tabela 8 – Distribuição da amostra de acordo com o tempo de internamento actual (em

dias)

Tempo de

internamento

em dias

N (%)

10 dias 1 5,6

Page 48: Humanizaçao dos cuidados

52

11 dias 2 11,0

12 dias 1 5,6

17 dias 1 5,6

20 dias 1 5,6

24 dias 1 5,6

30 dias 1 5,6

5 dias 4 22,2

6 dias 2 11,0

60 dias 1 5,6

8 dias 1 5,6

9 dias 2 11,0

Total 18 100,0

Moda = 5 dias

Média = 14,06 dias

Mediana = 9,5 dias

Desvio Padrão +/- 13,48 dias

Pela da análise da tabela, pode-se concluir que os doentes desta amostra estiveram

internados no mínimo de 5 até ao máximo 60 dias, pode-se verificar também que

aproximadamente 50% dos inquiridos estiveram internados menos de 10 dias e apenas

5,6% estiveram internados mais de 1 mês, o valor médio do tempo actual de

internamento ronda os 14 dias, com um desvio padrão de +/- 13,48 dias.

Tabela 9 – Opinião dos doentes no que respeita à apresentação de cara alegre por parte

dos profissionais de saúde, aquando da prestação dos cuidados.

Opinião N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Page 49: Humanizaçao dos cuidados

53

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através dos resultados obtidos verificou-se 88,9% dos inquiridos dizem que os

profissionais de saúde apresentam sempre cara alegre aquando da prestação de cuidados

e 11,1% referem que frequentemente os profissionais utilizam esta expressão.

Tabela 10 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que mais se notou esta

expressão de “cara alegre”.

Respota N (%)

Enfermeiros 9 50,0

Médicos 1 5,6

Aux. Acção Médica 1 5,6

Outros 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 50% dos doentes referem que notam mais essa

expressão de cara alegre nos enfermeiros, seguido de outros com 38,9%. Na opção

outros justificaram que são todos os profissionais.

Tabela 11 – Resposta dos doentes no que respeita à atitude dos profissionais de saúde

aquando da sua admissão.

Resposta N (%)

Sim 17 94,4

Não 1 5,6

Page 50: Humanizaçao dos cuidados

54

Total 18 100,0

Moda = Sim

Pela análise da tabela verificou-se que 94,4 dos doentes inquiridos dizem que os

profissionais de saúde na sua admissão, mostram-lhe o serviço, deram conhecimento do

piso, do número da cama e do seu funcionamento.

Tabela 12 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais que mais demonstraram esta

preocupação em integrá-los no serviço.

Resposta N (%)

Enfermeiros 15 83,3

Médicos 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 83,3% dos doentes referem que os profissionais que

demonstram mais essa preocupação em integrá-los no serviço, são enfermeiros, e 16,7%

referem que são os médicos.

Tabela 13 - Resposta dos doentes no que respeita ás atitude dos profissionais de saúde

durante o internamento, em relação ao carinho, à amizade e à simpatia.

Resposta N (%)

Sempre 15 83,3

Page 51: Humanizaçao dos cuidados

55

Frequentemente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Verifica-se pela análise da tabela que 83,3% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde durante o internamento lhes dão sempre carinho, são amigos e simpáticos, e

16,7% referem que frequentemente o fazem.

Tabela 14 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que o notaram mais.

Resposta N (%)

Enfermeiros 11 61,1

Outros 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 61,1% dos doentes referem que os profissionais em

que notaram mais estas atitudes, foi nos enfermeiros, embora 38,9% referiram que todos

os profissionais as demonstram.

Tabela 15 – Resposta dos doentes no que respeita à explicação do motivo do

internamento por parte dos profissionais de saúde.

Resposta N (%)

Sim 17 94,4

Page 52: Humanizaçao dos cuidados

56

Não 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sim

Pode-se verificar que 94,4% dos doentes referem que os profissionais de saúde lhes

explicaram o motivo do internamento e apenas 5,6% respondeu que não lhes

explicaram.

Tabela 16 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstraram em explicar o motivo do internamento.

Resposta N (%)

Enfermeiros 1 5,6

Médicos 17 94,4

Total 18 100,0

Moda = Médicos

Pelos resultados verificou-se que 94,4% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde que mais preocupação demonstraram em explicar o motivo do internamento

foram os médicos.

Tabela 17 - Resposta dos doentes no que respeita à explicação do motivo do

internamento por parte dos profissionais de saúde, em relação à sua família.

Resposta N (%)

Sim 17 94,4

Page 53: Humanizaçao dos cuidados

57

Desconhece 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sim

Verificou-se pela análise da tabela que 94,4% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde explicaram o motivo de internamento à sua família, no entanto 5,6% desconhece

qualquer explicação dada por parte dos mesmos.

Tabela 18 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstraram em explicar o motivo do internamento à sua família.

Resposta N (%)

Enfermeiros 4 22,2

Médicos 14 77,8

Total 18 100,0

Moda = Médicos

Pelos resultados verificou-se que 77,8% dos doentes referem que os profissionais de

saúde que mais preocupações demonstraram em explicar o motivo do internamento à

sua família foram os médicos, seguindo-se os enfermeiros com 22,2%.

Tabela 19 – Resposta dos doentes em relação ao tratamento com respeito por parte dos

profissionais de saúde.

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Page 54: Humanizaçao dos cuidados

58

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pela análise da tabela constatou-se que 88,9% dos doentes inquiridos dizem que os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados os tratam sempre com respeito,

e 11,1% referem que frequentemente o fazem.

Tabela 20 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais em que mais se notou

este tipo de tratamento.

Resposta N (%)

Enfermeiros 8 44,4

Outros 10 55,6

Total 20 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 55,6% dos doentes seleccionaram a opção outros,

justificando que todos os profissionais os tratam com respeito, embora 44,4% referem

que notaram mais este tipo de tratamento por parte dos enfermeiros.

Tabela 21 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ao carinho e respeito com que estes falam.

Resposta N (%)

Sempre 17 94,4

Page 55: Humanizaçao dos cuidados

59

Frequentemente 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através dos resultados verificou-se que 94,4% dos doentes inquiridos dizem que os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados falam sempre com carinho e

respeito.

Tabela 22 – Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram mais.

Resposta N (%)

Enfermeiros 10 55,6

Outros 8 44,4

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 55,6% dos doentes referem que os profissionais de

saúde em que notaram mais este modo de falar foram os enfermeiros, embora 44,4%

digam que todos os profissionais o fazem.

Tabela 23 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

à compreensão.

Resposta N (%)

Sempre 13 72,2

Page 56: Humanizaçao dos cuidados

60

Frequentemente 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar pela análise da tabela que 72,2% dos inquiridos dizem que os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados são sempre compreensivos, e

27,8% referem que o são frequentemente.

Tabela 24 - Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram mais.

Resposta N (%)

Enfermeiros 12 66,7

Médicos 1 5,6

Outros 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 66,7% dos doentes revelam que são os enfermeiros os

profissionais mais compreensivos, seguidamente da opção outros (27,8%), justificando

que todos os profissionais o são. Pode-se também concluir que os profissionais que

demonstram menos compreensão são os médicos (5,6%).

Tabela 25 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ao tipo de linguagem com que estes lhes falam durante o internamento.

Resposta N (%)

Page 57: Humanizaçao dos cuidados

61

Sempre 15 83,3

Frequentemente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar que 83,3% dos doentes inquiridos dizem que os profissionais de

saúde, durante o internamento, falam-lhe sempre com linguagem que não seja

complicada, e 16,7% referem que frequentemente o fazem.

Tabela 26 - Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que notaram mais

esta capacidade de diálogo.

Resposta N (%)

Enfermeiros 12 66,7

Outros 6 33,3

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 67,7% dos doentes revelam que os são os enfermeiros

os profissionais em que notaram mais esta capacidade de diálogo.

Tabela 27 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

ás explicações que estes dão aquando da prestação dos cuidados.

Page 58: Humanizaçao dos cuidados

62

Moda = Sempre

Através da análise da tabela verificou-se que 88,9% dos doentes inquiridos dizem que

os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados explicam sempre o que

estão a fazer.

Tabela 28 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta preocupação.

Resposta N (%)

Enfermeiros 17 94,4

Outros 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 94,4% dos doentes revelam que quem mais demonstra

esta preocupação de explicar o que estão a fazer são os enfermeiros.

Tabela 29 – Resposta dos doentes em relação à disponibilidade que os profissionais de

saúde apresentam para conversar e ajudar, durante o internamento.

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Page 59: Humanizaçao dos cuidados

63

Resposta N (%)

Sempre 9 50,0

Frequentemente 7 38,9

Raramente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pela análise da tabela podemos verificar que 50,0% dos doentes referem que os

profissionais de saúde durante o internamento apresentam sempre disponibilidade para

conversar e ajudar, 38,9% dizem que os profissionais o fazem frequentemente e apenas

11,1% referem que raramente apresentam esta disponibilidade.

Tabela 30 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta disponibilidade.

Resposta N (%)

Enfermeiros 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 100% dos doentes inquiridos revelam que são os

enfermeiros que mais demonstram esta disponibilidade.

Tabela 31 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde no que respeita

à paciência que estes demonstram aquando da prestação dos cuidados.

Page 60: Humanizaçao dos cuidados

64

Resposta N (%)

Sempre 12 66,7

Frequentemente 6 33,3

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da análise da tabela, podemos verificar que 66,7% dos doentes dizem os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados demonstram sempre paciência,

e 33,3% referem frequentemente o fazem.

Tabela 32 - Resposta dos doentes no respeita aos profissionais em que o notaram mais.

Resposta N (%)

Enfermeiros 12 66,7

Outros 6 33,3

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados apresentados na tabela, verificamos que 66,7% dos doentes inquiridos

ferem que são os enfermeiros os profissionais de saúde que mais demonstram paciência,

embora 33,3% digam que a notaram em todos os profissionais.

Tabela 33 – Resposta dos doentes no que respeita à disponibilidade dos profissionais de

saúde para as suas solicitações.

Page 61: Humanizaçao dos cuidados

65

Resposta N (%)

Sempre 13 72,2

Frequentemente 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar pela análise da tabela que 72,2% dos doentes dizem os profissionais

de saúde se apresentam sempre disponíveis para qualquer solicitação, e 27,8% referem

que frequentemente apresentam disponibilidade.

Tabela 34 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais que maior disponibilidade

apresentam para as suas solicitações.

Resposta N (%)

Enfermeiros 14 77,8

Outros 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Verificamos pelos resultados apresentados que 77,8% dos doentes referem que são os

enfermeiros, os profissionais que maior disponibilidade apresentam para as suas

solicitações.

Tabela 35 – Resposta dos doentes no que respeita à atenção e preocupação com o seu

bem-estar demonstradas pelos profissionais de saúde durante o internamento.

Page 62: Humanizaçao dos cuidados

66

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da análise da tabela verificamos que 88,9% dos doentes inquiridos dizem que

os profissionais de saúde durante o internamento são sempre atenciosos e preocupados

com o seu bem-estar, e 11,1% referem que frequentemente o são.

Tabela 36 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que notaram mais esta

preocupação.

Resposta N (%)

Enfermeiros 11 61,1

Outros 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 61,1% dos doentes revelam que quem mais demonstra

esta atenção e preocupação são os enfermeiros e 38,9% dizem que todos os profissionais

o demonstram.

Tabela 37 – Resposta dos doentes no que respeita ás discriminações feitas por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados.

Page 63: Humanizaçao dos cuidados

67

Resposta N (%)

Sempre 5 27,8

Raramente 3 16,7

Nunca 10 55,6

Total 18 100,0

Moda = Nunca

Pelos resultados verificou-se que 55,6% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde aquando da prestação de cuidados nunca fazem discriminações entre os utentes.

Tabela 38 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que o notaram mais.

Resposta N (%)

Enfermeiros 10 55,6

Médicos 4 22,2

Outros 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Podemos verificar através da análise da tabela que 55,6% dos doentes referem que são

os enfermeiros os profissionais que mais notaram esta atitude de descriminações entre

os utentes, e 44,4% referem que são os médicos e os restantes profissionais.

Tabela 39 – Resposta dos doentes no que respeita ao modo como os profissionais de

saúde chamam pelo doente.

Page 64: Humanizaçao dos cuidados

68

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 1 5,6

Raramente 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pode-se verificar pela análise da tabela que 88,9% dos doentes dizem que os

profissionais de saúde durante o internamento chamam-os sempre pelo nome.

Tabela 40 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais que mais se preocupam em

tratá-los pelo nome.

Resposta N (%)

Enfermeiros 10 55,6

Outros 8 44,4

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 55,6% dos doentes revelam que quem mais se

preocupam em tratá-los pelo nome são os enfermeiros, e 44,4% dizem que todos os

profissionais o fazem.

Tabela 41 – Resposta dos doentes acerca do respeito que os profissionais de saúde

demonstram pelos seus valores, crenças e religião, aquando da prestação dos cuidados

Page 65: Humanizaçao dos cuidados

69

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da análise da tabela podemos verificar que 88,9% dos doentes inquiridos dizem

que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados respeitam sempre os

seus valores, crenças e religião.

Tabela 42 - Resposta dos doentes acerca dos profissionais em que notaram mais esta

preocupação.

Resposta N (%)

Enfermeiros 6 33,3

Outros 12 66,7

Total 18 100,0

Moda = Outros

Pelos resultados verificou-se que 66,7% dos doentes seleccionaram a opção outros,

justificando que são todos os profissionais que mais demonstram a preocupação em

respeitar os seus valores, crenças e religião, e 33,3% referem que são os enfermeiros.

Tabela 43 – Resposta dos doentes relacionadas com o respeito com que os profissionais

de saúde tratam os seus familiares.

Page 66: Humanizaçao dos cuidados

70

Resposta N (%)

Sempre 18 100,0

Moda = Sempre

Pela análise da tabela pôde-se constatar que 100% dos doentes inquiridos referem que

os profissionais de saúde tratam sempre com respeito os seus familiares.

Tabela 44 - Resposta dos doentes relacionadas com os profissionais em que notaram

mais este tipo de tratamento com os seus familiares.

Resposta N (%)

Enfermeiros 12 66,7

Médicos 6 33,3

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 66,7% dos doentes revelam que são os enfermeiros, os

profissionais em que notaram mais este tipo de tratamento com os seus familiares,

embora 33,3% refiram que são os médicos.

Tabela 45 – Resposta dos doentes em relação ao apoio moral dado por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados.

Page 67: Humanizaçao dos cuidados

71

Resposta N (%)

Sempre 8 44,4

Frequentemente 7 38,9

Raramente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através dos resultados verificou-se que 44,4% dos doentes dizem que os profissionais

de saúde aquando da prestação de cuidados dão sempre apoio moral, 38,9% dizem que o

fazem frequentemente e apenas 16,7% referem que raramente lhes dão apoio moral.

Tabela 46 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais apoio

lhes dão.

Resposta N (%)

Enfermeiros 13 72,2

Outros 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 72,2% dos doentes revelam que são os enfermeiros os

profissionais que mais apoio lhes dão, e 27,8% dizem que todos os profissionais o

fazem.

Tabela 47 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde os

fazerem sentir-se úteis.

Page 68: Humanizaçao dos cuidados

72

Resposta N (%)

Sempre 14 77,8

Frequentemente 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pela análise da tabela verificou-se que 77,8% dos doentes inquiridos dizem que os

profissionais de saúde os fazem sempre com que se sintam úteis, e 22,2% referem que

frequentemente o fazem.

Tabela 48 – Resposta dos doentes acerca dos profissionais de saúde que mais

preocupações demonstram em fazê-los sentir-se úteis.

Resposta N (%)

Enfermeiros 14 77,8

Outros 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 77,8% dos doentes revelam que são os enfermeiros

que mais preocupações demonstram em fazê-los sentir-se úteis, e 22,2% referem que

todos os profissionais demonstram esta preocupação.

Tabela 49 – Opinião dos doentes no que respeita ao modo como os profissionais de

saúde fazem o serviço.

Page 69: Humanizaçao dos cuidados

73

Opinião N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pela análise da tabela podemos verificar que 88,9% dos doentes inquiridos revelam que

os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados demonstram sempre fazer o

serviço com gosto, e 11,1% dizem que frequentemente o fazem.

Tabela 50 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

fazer o serviço com gosto.

Resposta N (%)

Enfermeiros 6 33,3

Médicos 1 5,6

Outros 11 61,1

Total 18 100,0

Moda = Outros

Pelos resultados verificou-se que 33,3% dos doentes dizem que são os enfermeiros, os

profissionais que mais demonstram fazer o serviço com gosto, embora a maioria revela

que no geral todos os profissionais o fazem (61,1%). Podemos concluir também que os

médicos são os profissionais que menos demonstram fazer o serviço com gosto (5,6%).

Tabela 51 – Resposta dos doentes em relação à dedicação com que os profissionais de

saúde os tratam durante o internamento.

Page 70: Humanizaçao dos cuidados

74

Resposta N (%)

Sempre 17 94,4

Frequentemente 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através do resultado da tabela verificou-se que 94,4% dos doentes inquiridos dizem que

os profissionais de saúde durante o internamento os tratam sempre com dedicação e

5,6% referem que frequentemente o fazem.

Tabela 52 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta dedicação.

Resposta N (%)

Enfermeiros 13 72,2

Outros 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 72,2% dos doentes revelam que os enfermeiros são os

profissionais que mais demonstram dedicação e 27,8% dizem que todos os profissionais

demonstram dedicação.

Tabela 53 – Resposta dos doentes em relação ao saber brincar com respeito e fazê-los

rir, por parte dos profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados.

Page 71: Humanizaçao dos cuidados

75

Resposta N (%)

Sempre 10 55,6

Frequentemente 8 44,4

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da análise da tabela podemos verificar que 55,6% dos doentes inquiridos dizem

que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados sabem sempre brincar

com respeito e fazê-los rir, e 44,45 referem que frequentemente o fazem.

Tabela 54 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

demonstram esta virtude.

Resposta N (%)

Enfermeiros 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 100% dos doentes revelam que são os enfermeiros

quem mais demonstram esta virtude, a de saber brincar.

Tabela 55 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

perguntarem como preferem as coisas aquando da prestação de cuidados.

Page 72: Humanizaçao dos cuidados

76

Resposta N (%)

Sempre 13 72,2

Frequentemente 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar pela análise da tabela que 72,2% dos doentes inquiridos dizem que os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados perguntam sempre como é que

preferem as coisas, e 27,8% revelam que o fazem frequentemente.

Tabela 56 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se evidenciou

esta preocupação.

Resposta N (%)

Enfermeiros 16 88,9

Outros 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 88,9% dos doentes revelam que são os enfermeiros

quem mais demonstra preocupação em perguntar como preferem as coisas, e 11,1%

dizem que todos os profissionais o fazem.

Tabela 57 – Resposta dos doentes em relação à importância demonstrada pelos

profissionais de saúde no que respeita à sua recuperação.

Page 73: Humanizaçao dos cuidados

77

Resposta N (%)

Sempre 15 83,3

Frequentemente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar pelos resultados que 83,3% dos doentes dizem que os profissionais

de saúde durante o internamento demonstram sempre que a sua recuperação também é

importante para eles, e 16,7% referem que frequentemente o demonstram.

Tabela 58 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstraram

esta importância.

Resposta N (%)

Enfermeiros 6 33,3

Outros 12 66,7

Total 18 100,0

Moda = Outros

Pelos resultados verificou-se que 66,7% dos doentes revelam que todos os profissionais

demonstram esta importância da sua recuperação, embora 33,3% digam que são os

enfermeiros os profissionais que mais o demonstram.

Tabela 59 – Resposta dos doentes em relação à confiança transmitida por parte dos

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados.

Page 74: Humanizaçao dos cuidados

78

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da apresentação dos resultados podemos verificar que 88,9% dos doentes

inquiridos dizem que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados

transmitam sempre confiança, e 11,1% referem que o demonstram frequentemente.

Tabela 60 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais confiança lhes

transmitem.

Resposta N (%)

Enfermeiros 9 50,0

Outros 9 50,0

Total 18 100,0

Através da análise da tabela verificamos que 50,0% dos doentes referem que são os

enfermeiros que mais confiança lhes transmitem, e os restantes 50% dizem todos os

profissionais a transmitem, representados na opção outros.

Tabela 61 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

darem explicações para todos os actos que praticam aquando da prestação de cuidados.

Page 75: Humanizaçao dos cuidados

79

Resposta N (%)

Sempre 14 77,8

Frequentemente 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar pela análise da tabela que 77,8% dos doentes inquiridos revelam que

os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados dão sempre explicações

para todos os actos que praticam e 22,2% dizem que o fazem frequentemente.

Tabela 62 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se preocupam

em lhes dar explicações.

Resposta N (%)

Enfermeiros 15 83,3

Outros 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Verificou-se pela análise da tabela que 83,3% dos doentes dizem que são os enfermeiros

que mais se preocupam em dar explicações para todos os actos que praticam, e 16,7%

referem que todos os profissionais o fazem.

Tabela 63 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

compreenderem o seu medo e angústia.

Page 76: Humanizaçao dos cuidados

80

Resposta N (%)

Sempre 13 72,2

Frequentemente 5 27,8

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através dos resultados apresentados podemos verificar que 72,2% dos doentes

inquiridos referem que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados

compreendem sempre o seu medo e angústia, e 27,8% dizem que frequentemente os

compreendem.

Tabela 64 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais que melhor os

entendem.

Resposta N (%)

Enfermeiros 10 55,6

Outros 8 44,4

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 55,6% dos doentes revelam que são os enfermeiros

que melhor compreendem o seu medo e angústia, embora 44,4% digam que todos os

profissionais o façam.

Tabela 65 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

serem amáveis e compreensíveis para com os seus familiares.

Page 77: Humanizaçao dos cuidados

81

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = sempre

Podemos verificar pelos resultados apresentados que 88,9% dos doentes dizem que os

profissionais de saúde são sempre amáveis e compreensíveis para com os seus

familiares, e 11,1% referem que o são frequentemente.

Tabela 66 - Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

demonstram esta amabilidade.

Resposta N (%)

Enfermeiros 11 61,1

Outros 7 38,9

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 61,1% dos doentes revelam que são os enfermeiros os

profissionais de saúde que mais demonstram esta amabilidade e compreensão para com

os seus familiares, embora 38,9% digam que todos os profissionais as demonstram.

Tabela 67 – Resposta dos doentes em ralação ao facto de os profissionais de saúde

explicarem o que não é entendido relativamente aos diversos aspectos da sua situação

clínica.

Page 78: Humanizaçao dos cuidados

82

Resposta N (%)

Sempre 15 83,3

Frequentemente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pelos resultados verificou-se que 83,3% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde costumam explicar-lhe sempre o que não conseguem entender relativamente aos

diversos aspectos relacionados com a sua situação clínica, e 16,7% dizem que

frequentemente o fazem

Tabela 68 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se esforçam

para esclarecer as suas dúvidas.

Resposta N (%)

Enfermeiros 15 83,3

Outros 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Através da análise da tabela verificamos que 83,3% dos doentes revelam que são os

enfermeiros quem mais se esforçam para esclarecer as suas dúvidas, embora 16,7%

digam que todos os profissionais demonstram este esforço.

Tabela 69 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

proporcionarem um método de aviso quando se ausentam da enfermaria.

Page 79: Humanizaçao dos cuidados

83

Resposta N (%)

Sempre 17 94,4

Frequentemente 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pelos resultados verificou-se que 94,4% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde quando se ausentam da enfermaria, têm sempre a preocupação de lhes

proporcionar um método de aviso, e apenas 5,6% referem que frequentemente o fazem.

Tabela 70 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais demonstram

esta preocupação de proporcionar este método de aviso.

Resposta N (%)

Enfermeiros 17 94,4

Outros 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados apresentados verificou-se que 94,4% dos doentes revelam que quem

mais demonstra esta preocupação de proporcionar um método de aviso, são os

enfermeiros e apenas 5,6% dizem que todos os profissionais demonstram esta

preocupação.

Tabela 71 – Resposta dos doentes em relação à permissão da utilização de roupa

pessoal durante o internamento.

Page 80: Humanizaçao dos cuidados

84

Resposta N (%)

Sim 14 77,8

Não 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = Sim

Pela apresentação dos resultados verificou-se que 77,8% dos doentes dizem que durante

o internamento lhes foi permitida a utilização de roupa pessoal e 22,2% referem que

não.

Tabela 72 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais preocupações

demonstram em explicar-lhes a roupa que têm de vestir.

Resposta N (%)

Enfermeiros 17 94,4

Outros 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 94,4% dos doentes dizem que são os enfermeiros que

mais preocupações demonstram em explicar-lhe a roupa que têm de vestir e apenas

5,6% dizem que todos os profissionais demonstram esta preocupação.

Tabela 73 – Resposta dos doentes em relação ao facto de os profissionais de saúde

atenderem ás suas preferências alimentares.

Page 81: Humanizaçao dos cuidados

85

Através da análise da tabela verificamos que 50,0% dos doentes inquiridos dizem que

raramente os profissionais de saúde, no que respeita à sua alimentação, atendem ás suas

preferências dentro do possível para a sua situação clínica, 44,4% dizem o que fazem

sempre ou frequentemente, e 5,6% referem que nunca o fazem.

Tabela 74 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais

preocupação demonstram em atender ás suas preferências alimentares.

Resposta N (%)

Enfermeiros 17 94,4

Outros 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Podemos verificar que 94,4% dos doentes referem que os profissionais de saúde que

mais preocupações demonstram em atender ás suas preferências alimentares, são os

enfermeiros e 5,6% dizem que todos os profissionais o fazem.

Tabela 75 – Resposta dos doentes no que respeita ao apoio dado aos familiares e

explicação do processo de internamento por parte dos profissionais de saúde.

Resposta N (%)

Sempre 4 22,2

Frequentemente 4 22,2

Raramente 9 50,0

Nunca 1 5,6

Total 18 100,0

Moda = Raramente

Page 82: Humanizaçao dos cuidados

86

Resposta N (%)

Sempre 13 72,2

Frequentemente 2 11,1

Raramente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Pelos resultados verificou-se que 72,2% dos doentes dizem que os profissionais de

saúde costumam sempre dar apoio aos familiares, explicando-lhe todo o processo do

internamento, 11,1% dizem que o fazem frequentemente, e 16,7% referem que

raramente costumam dar apoio e explicações aos seus familiares.

Tabela 76 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais

preocupações demonstram em dar explicações aos familiares acerca do

internamento.

Resposta N (%)

Enfermeiros 13 72,2

Médicos 3 16,7

Outros 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pela análise da tabela verificamos que 72,2% dos doentes revelam que são os

enfermeiros que mais preocupações demonstram em dar explicações aos familiares

acerca do internamento, com 16,7% seguem-se os médicos, e com 11,1% dizem que

todos os profissionais demonstram esta preocupação.

Tabela 77 – Resposta dos doentes em relação à calma e tranquilidade transmitida por

parte dos profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados.

Page 83: Humanizaçao dos cuidados

87

Resposta N (%)

Sempre 15 83,3

Frequentemente 3 16,7

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da tabela apresentada podemos verificar que 83,3% dos doentes referem que os

profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados, transmitem sempre calma e

tranquilidade, e 16,7% dizem frequentemente as transmitem.

Tabela 78 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

calma e tranquilidade lhe transmitem.

Resposta N (%)

Enfermeiros 8 44,4

Outros 10 55,6

Total 18 100,0

Moda = Outros

Podemos verificar pelos resultados que 55,6% dos doentes revelam que todos os

profissionais lhes transmitem esta calma e tranquilidade, e 44,4% referem que são os

enfermeiros, os profissionais que mais calma e tranquilidade lhes transmitem.

Tabela 79 – Resposta dos doentes em relação ao respeito pela sua privacidade aquando

da prestação de cuidados por parte dos profissionais de saúde.

Page 84: Humanizaçao dos cuidados

88

Resposta N (%)

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Através da análise da tabela apresentada verificamos que 88,9% dos doentes inquiridos

dizem que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados, respeitam

sempre a sua privacidade, e 11,1% dizem que o fazem frequentemente.

Tabela 80 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

se preocupam em respeitar a sua privacidade.

Resposta N (%)

Enfermeiros 9 50,0

Outros 9 50,0

Total 18 100,0

Pelos resultados verificou-se que 50% dos doentes revelam que são os enfermeiros que

mais preocupações demonstram em respeitar a sua privacidade, embora os restantes

50% digam que todos os profissionais o façam.

Tabela 81 – Resposta dos doentes em relação à preocupação demonstrada por parte dos

profissionais de saúde no que respeita à sua aparência.

Resposta N (%)

Page 85: Humanizaçao dos cuidados

89

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = Sempre

Podemos verificar que 88,9% dos doentes inquiridos dizem que os profissionais de

saúde se preocupam sempre com a sua aparência, e 11,1% referem que o fazem

frequentemente.

Tabela 82 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais de saúde que mais

preocupações demonstram com a sua aparência.

Resposta N (%)

Enfermeiros 14 77,8

Outros 4 22,2

Total 18 100,0

Moda = enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 77,8% dos doentes revelam que são os enfermeiros

que mais preocupações demonstram com a sua aparência e 22,2% dizem que todos os

profissionais demonstram esta preocupação.

Tabela 83 – Resposta dos doentes em relação ao facto dos profissionais de saúde se

preocuparem em como estes se sentem e em como estão, durante o internamento.

Resposta N (%)

Page 86: Humanizaçao dos cuidados

90

Sempre 16 88,9

Frequentemente 2 11,1

Total 18 100,0

Moda = sempre

Através da análise da tabela podemos verificar que 88,9% dos doentes referem que os

profissionais de saúde durante o internamento se preocupam sempre com o seu bem-

estar e 11,1% dizem que se preocupam frequentemente.

Tabela 84 – Resposta dos doentes em relação aos profissionais que mais se

preocupam em com se sentem.

Resposta N (%)

Enfermeiros 12 66,7

Outros 6 33,3

Total 18 100,0

Moda = Enfermeiros

Pelos resultados verificou-se que 66,7% dos doentes revelam que são os enfermeiros

que mais se preocupam em saber como se sentem e como estão, embora 33,3% digam

que todos os profissionais demonstram esta preocupação.

Tabela 85 – Relação entre as médias das idades dos doentes inquiridos e as suas

perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

Page 87: Humanizaçao dos cuidados

91

Idade N Média Desvio

Padrão F G.L P

[31-40] 1 89 0

10,108 6 ; 11 0,001

[41-50] 1 82 0

[51-60] 2 93 2,82

[61-70] 1 74 0

[71-80] 10 96 3,37

[81-90] 2 96 2,12

[91-100] 1 95 0

Total 18 93,4 6,63

Gráfico 1 - Relação entre as médias das idades dos doentes inquiridos e as suas

perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

IDADE

[91-100]

[81-90]

[71-80]

[61-70]

[51-60]

[41-50]

[31-40]

GRAU

DE

HUMA

NIZA

ÇÃO

MÉDI

O

100

90

80

70

Através da análise e interpretação da tabela e respectivo gráfico verificou-se que a idade

influencia significativamente a percepção dos doentes em relação ao grau de

humanização, pois P<0,05. Conclui-se que quanto maior for a idade dos indivíduos

inquiridos da amostra seleccionada, a sua percepção em relação ao tipo de cuidados

prestados por parte dos profissionais de saúde, melhora favoravelmente, confirmando

assim a prestação de cuidados de saúde humanizados por parte dos mesmos.

Tabela 86 - Relação entre as médias dos níveis de escolaridade dos doentes inquiridos e

as suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

Page 88: Humanizaçao dos cuidados

92

Nível de

Escolaridade N Média

Desvio

Padrão F G.L P

Analfabeto 7 96,1 2,91

1,435 4; 11 0,278

1º Ciclo 5 91,0 10,49

2º Ciclo 2 96,0 1,41

3º Ciclo 2 95,5 0,71

Secundário 2 85,5 4,95

Total 18 93,4 6,63

Gráfico 2 - Relação entre as médias dos níveis de escolaridade dos doentes inquiridos e

as suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

NÍVEL DE ESCOLARIDADE

Secundário3Cic lo2Cic lo1Cic loAnalfabeto

GR

AU D

E H

UM

ANIZ

AÇÃO

MÉD

IO

98

96

94

92

90

88

86

84

Através da análise e interpretação da tabela e respectivo gráfico verificou-se que o nível

de escolaridade não influencia significativamente a percepção dos doentes em relação

ao grau de humanização. Não há significância quando P>0,05. Pode-se concluir que

embora não exista essa significância, é observável uma tendência favorável para os

indivíduos que possuam um nível de escolaridade inferior, uma percepção diferente do

tipo de cuidados de saúde prestados por parte dos profissionais de saúde, confirmado

assim a prestação de cuidados de saúde humanizados.

Tabela 87 – Relação entre o tempo de internamento actual dos doentes inquiridos e as

suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

Page 89: Humanizaçao dos cuidados

93

R2

N P

0,372 18 0,128

Gráfico 3 - Relação entre o tempo de internamento actual dos doentes inquiridos e as

suas perspectivas acerca dos cuidados de saúde humanizados.

TEMPO DE INTERNAMENTO

14121086420

GR

AU

DE

HU

MA

NIZ

ÃO

110

100

90

80

70

Através da análise e interpretação da tabela e respectivo gráfico verificou-se que o

tempo de internamento não influencia significativamente a percepção dos doentes em

relação ao grau de humanização. Não há significância quando P>0,05. Embora não seja

significativa esta correlação entre variáveis, existe uma tendência favorável conforme

observável pela linha do gráfico após aplicação do teste de correlação de Pearson.

Conclui-se que quanto maior for o tempo de internamento em dias, aumenta a percepção

dos doentes em relação ao tipo de cuidados prestados, confirmando assim a prestação de

cuidados de saúde humanizados por parte dos profissionais de saúde.

Tabela 88 – Perspectivas dos doentes inquiridos acerca dos cuidados de saúde

humanizados que lhes foram prestados.

Page 90: Humanizaçao dos cuidados

94

Sempre Frequentemente Raramente Nunca

Perspectiva dos doentes sobre a

humanização dos cuidados de

saúde que lhes foram prestados.

94,4% 5,6% 0% 0%

Através da análise desta tabela podemos verificar que 94,4% dos doentes inquiridos são

da opinião de que lhes são sempre prestados cuidados de saúde humanizados, e 5,6%

referem que frequentemente recebem cuidados de saúde humanizados.

Page 91: Humanizaçao dos cuidados

95

3 – INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Este trabalho tem como principal objectivo saber qual a perspectiva dos doentes das

unidades de medicina e cirurgia acerca da humanização dos cuidados de saúde que lhe

foram prestados durante o internamento. Contudo, conhecer esta perspectiva não é fácil,

uma vez que cada indivíduo é possuidor de características muito pessoais e todas elas

diferentes. Como instrumento de recolha de dados foi utilizado o formulário, o qual foi

aplicado a 18 doentes dos 34 internados, uma vez que foram estes que satisfizeram os

critérios de inclusão, nos serviços de medicina e cirurgia do hospital de Macedo de

Cavaleiros. Contudo, surgiram algumas dificuldades na colheita dos dados, pois o

instrumento escolhido apresenta algumas desvantagens, tal como a influência da

presença do investigador, o que levou a uma menor liberdade na resposta dada pelo

doente. Dado isto, os doentes poderiam sentir-se comprometidos e não responder da

forma mais natural.

A amostra é maioritariamente feminina (61,1%), e com idades compreendidas entre os

71 e 80 anos (55,6%), sendo eles na maioria casados (50,0%). No que diz respeito ao

nível de escolaridade, predomina o analfabetismo, com 38,9%, este resultado está

relacionado com a idade dos inquiridos, pois 55,6% tinham entre 71 e 80 anos e nessa

época a maioria das pessoas não estudava ou frequentava apenas o 1º ciclo. A profissão

de reformado tem a maior representatividade com 50,0%, facto que também está

relacionado com a idade dos inquiridos. O diagnóstico mais incidente nos serviços em

que foi aplicado este formulário, é a pneumonia, correspondendo a 16,6% dos doentes,

seguido da diabetes e AVC’s, com 11,0%. Conclui-se que 66,6% dos doentes da

amostra já tiveram internamentos anteriores, variando de 1 a 3 vezes o número de

internamentos anteriores. Verificou-se que o tempo médio de internamento actual dos

doentes da amostra é de aproximadamente 14 dias.

Analisando a globalidade das respostas obtidas em relação à segunda parte do

formulário, conclui-se que todos os doentes inquiridos entendem que lhe foram

prestados cuidados de saúde humanizados. A prestação de cuidados humanizados deve

iniciar-se desde a admissão do doente até ao momento da alta clínica, sendo este

primeiro contacto com a unidade hospitalar e com os profissionais de saúde muito

importante para a integração do doente. No que respeita aos doentes inquiridos deste

estudo, verificou-se que 94,4% responderam que os profissionais de saúde, aquando da

Page 92: Humanizaçao dos cuidados

96

sua admissão, lhes mostraram o serviço, deram-lhes conhecimento do piso, do número

da cama e do funcionamento do serviço, assim como se verificou, na mesma

percentagem (94,4%), a respectiva explicação do motivo do internamento, tanto ao

doente como à sua família. Estes resultados estão relacionados respectivamente com as

questões número 2 (tabela 11), 4 (tabela 15) e 5 (tabela17). Pela análise das respostas

obtidas, relativamente à questão número 2.1 tabela (tabela 12); verificou-se que 83,3%

dos doentes referem que são os enfermeiros que mais se preocupam em integrá-los, o

que já não se verifica nas questões número 4.1 (tabela16) e 5.1 (tabela18), uma vez que

os doentes responderam que são os médicos, os profissionais que mais preocupações

demonstram em explicar-lhes o motivo do internamento aos próprios (94,4%) e à sua

família (77,8%). Como atrás referido por Pier Luigi Marchesi, quando o doente entra no

hospital, este deve ser recebido como pessoa em toda a sua individualidade, caso

contrário, se for acolhido “como número, passa a fazer parte da realidade inanimada

das coisas, dos aparelhos, dos instrumentos”29

. O acolhimento do doente deve sempre

ser acompanhado de uma boa relação inter-pessoal profissional de saúde/doente.

Para Daniel Serrão, o primeiro e fundamental direito do homem é ser tratado com

dignidade e respeito. Através da análise das respostas dos doentes da amostra ás

questões número 6 (tabela 19); 17 (tabela 41) e 18 (tabela 43), verificou-se que 88,9%

dos inquiridos referem que são sempre tratados com respeito por parte dos profissionais

de saúde, como igualmente respeitam os seus valores, crenças e religião. Na questão

número 18 (tabela 43), pode-se verificar que a totalidade (100%) dos doentes inquiridos,

afirmou que os profissionais de saúde tratam os seus familiares com o devido respeito,

fazendo estes, parte integrante de todo o processo clínico, como peça fundamental para

o bem-estar do doente. Contudo, pode-se constatar pela análise das questões número 6.1

(tabela 20) e 17.1 (tabela 42) que todos os profissionais demonstram preocupação em

tratar os doentes com respeito, facto que já não se verifica na questão número 18.1

(tabela 44), uma vez que são os enfermeiros, os profissionais que mais se preocupam

em tratar com respeito os seus familiares (66,7%).

Maria Teresa Alves Coelho refere na sua coluna publicada na revista servir vol.18 do

ano 2000, que é fundamental que os profissionais de saúde, para além das competências

técnico-profissionais que lhes são exigidas, desenvolvam capacidades relacionais que

lhes permitam transformar atitudes meramente técnicas em atitudes verdadeiramente

terapêuticas para os doentes. Prestar cuidados de saúde humanizados é considerar que a

Page 93: Humanizaçao dos cuidados

97

pessoa doente é mais do que um sintoma ou problema físico, o que pressupõe a

existência de uma relação humana de qualidade em que tenham lugar privilegiado a

palavra amiga, o olhar, o gesto, o circulo afectivo, desfazendo as cadeias de isolamento

e proporcionando ao doente um sinal inequívoco da qualidade humana da sua vida. Por

este motivo, nunca é demais relembrar que na base de uma boa relação interpessoal está

a comunicação, sendo este o factor fundamental da humanização. As respostas dos

doentes referentes ás questões número 3 (tabela 13); 7 (tabela 21); 11 (tabela 29) e 22

(tabela 51), comprovam esta afirmação referida pela autora. Através da análise das

respostas obtidas verificou-se que 83,3% dos doentes inquiridos revelaram que os

profissionais de saúde, durante o internamento, lhes dão carinho, são amigos e

simpáticos, assim como 94,4% referem que os profissionais lhes falam sempre com

devido carinho e respeito, na tentativa de minimizar o seu sofrimento. Na questão

número 11 (tabela 29), 50% dos doentes referem que os profissionais apresentam

sempre disponibilidade para conversar e ajudar no que seja necessário, e 94,4%

responderam que são sempre tratados com a merecida dedicação, mediante as

circunstancias em que se encontram. Também se pode verificar, pela análise das

questões 3.1 (tabela 14); 7.1 (tabela 22); 11.1 (tabela 30); e 22.1 (tabela 52), que os

profissionais de saúde que mais valorizam as relações interpessoais, são os enfermeiros,

obtendo assim respectivamente as seguintes percentagens para esta classe profissional:

61,1%; 55,6%; 100% e 72,2%.

Devido à sua demasiada importância no que respeita aos cuidados humanizados, é que

diversos autores fazem tanta relevância à comunicação. Soares refere na sua coluna do

suporte psico-emocional ao doente, publicada na revista servir vol.39, que comunicar é

muito mais do que falar ou verbalizar, pois muito do que queremos ou sentimos é

transmitido pela mímica, pela posição, pela expressão facial, com a certeza de que a

comunicação constitui a base da nossa vivência e existência em relação com o outro.

Nesta perspectiva, e na tentativa de obter um melhor feedback em relação ao doente, o

profissional deve sempre utilizar uma linguagem acessível para uma melhor

compreensão do receptor da informação. Na questão número9 (tabela 25) da segunda

parte do formulário pode-se verificar que 83,3% dos doentes responderam que os

profissionais de saúde, durante o internamento, lhes falam sempre com linguagem

acessível, favorecendo assim uma boa comunicação. Na questão número 9.1 (tabela 26),

verificou-se ainda que são os enfermeiros (66,7%), os profissionais que mais

demonstram a capacidade de dialogar.

Page 94: Humanizaçao dos cuidados

98

Humanizar é referido por Oswald, citado por Oliveira na sua coluna intitulada

“Aprender a “olhar” quem de nós se aproxima”, publicada na revista servir do ano 2000,

como o atender com cortesia e benevolência, é reforçar o clima humano de interacção, é

acolher com simpatia, é ter compreensão com quem se encontra angustiado. É

fundamental que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados sejam

tolerantes e compreensivos para quem os recebe, temos de ter em conta os sentimentos

de angústia e fragilidade manifestados pelos doentes durante o internamento. Por este

motivo, é que a compreensão demonstrada, tanto para com os doentes como para a sua

família, por parte dos profissionais, adquire uma importância extrema para que estes se

sintam bem e seguros. As questões número 8 (tabela 23) e 29 (tabela 65), foram

construídas na tentativa de conhecer a perspectiva dos doentes em relação à

compreensão demonstrada por parte dos profissionais de saúde. Respectivamente à

questão número 8 (tabela 23), pode-se verificar que 72,2% dos doentes responderam

que os profissionais são sempre compreensíveis aquando da prestação de cuidados. O

mesmo acontece em relação à amabilidade e compreensão demonstrada por parte dos

profissionais, para coma sua família. Isto pode-se observar na análise das respostas à

questão número 29 (tabela 65), em que 88,9% dos inquiridos responderam que os

profissionais são sempre amáveis e compreensíveis para com os seus familiares. No que

respeita ás questões 8.1 (tabela 24) e 29.1 (tabela 66), através da análise das respostas

dos doentes, pode-se visivelmente verificar que, 66,7% e 61,1%, respectivamente, são

os enfermeiros quem mais compreensão e amabilidade demonstram aquando da

prestação de cuidados.

Aquando da entrada de um doente nas unidades hospitalares, é de extrema relevância, o

enorme leque de sentimentos manifestados por parte dos doentes. Segundo relatos dos

mesmos, o stress, o medo, a ansiedade e todo o sofrimento causados pela doença e

consequente internamento em unidades de saúde hipertecnicizadas, são

substancialmente reduzidos ou controlados quando a equipe de saúde, principalmente o

enfermeiro sendo quem cuida do doente vinte e quatro horas por dia, desenvolve uma

adequada relação de ajuda com os doentes. Este facto pode-se verificar na questão

número 28 (tabela 63), em que 72,2% dos doentes responderam que os profissionais de

saúde aquando da prestação de cuidados, compreendem sempre o seu medo e angústia.

Também se pode verificar na questão número 28.1 (tabela 64), que são os enfermeiros

Page 95: Humanizaçao dos cuidados

99

(55,6%), os profissionais que melhor entendem estes sentimentos, pois são eles quem

mais tempo passam junto dos doentes.

Para Frei Bernardo Domingues, atrás inúmeras vezes referenciado pelas suas obras na

missão de capelão, os profissionais de saúde, sendo estes agentes de humanização,

devem ser possuidores de determinados valores como maturidade intelectual, espiritual,

afectiva, relacional, capacidade avaliativa e de discernimento em cada situação de modo

a tomar as decisões mais ajustadas a cada caso, supondo que para isto cada profissional

possua uma ciência profissional actualizada, técnicas ajustadas ao desempenho do

respectivo papel, função e estatuto profissional, apurada consciência ética dos valores,

tendo em conta o bem maior e o mal menor, consciência ética e profissional dos direitos

e deveres a respeitar e a promover em todas as situações. É fundamental que ao cuidar,

os profissionais tenham consciência de que para humanizar terão que humanizar-se de

forma a conseguir desenvolver a capacidade de ser, simultaneamente, competentes,

atentos e dedicados. Reconhecendo e reflectindo sobre as circunstancias em que vivem

determinadas emoções e sentimentos, os profissionais habilitam-se a uma melhor

compreensão e a melhores opções em situações similares. São formas de aprender a agir

e de condicionar posturas que contribuem para um cuidar cada vez mais humanizado.

Este cuidar humanizado, caracteriza-se também por determinadas atitudes tomadas por

parte dos profissionais de saúde na prestação dos cuidados, como por exemplo: a

explicação de todos os actos praticados, o questionar em relação ás preferências do

doente, a transmissão de confiança aquando da prestação de cuidados e a explicação de

tudo o que o doente não consegue entender, são todas elas atitudes que caracterizam um

cuidar humanizado. Estas práticas, vêm referenciadas nas questões número 10 (tabela

27); 21 (tabela 49); 24 (tabela 55); 26 (tabela 59); 27 (tabela 61) e 30 (tabela 67). Pela

análise das respostas obtidas dos indivíduos da amostra, verificou-se que 88,9%

disseram que os profissionais de saúde explicam sempre o que estão a fazer e 94,4%

responderam que são os enfermeiros quem mais se preocupam em dar explicações,

respectivamente ás questões 10 (tabela 27) e 10.1 (tabela 28). Pode-se constatar também

que 88,9% dos doentes referem que os profissionais demonstram sempre fazer o serviço

com gosto, utilizando sempre as técnicas mais adequadas à situação em causa, referindo

que todos (61,1%) os profissionais o demonstram, sem especificar nenhum,

respectivamente ás questões número 21 (tabela 49) e 21.1 (tabela 50). Também é

possível constatar, pela análise das respostas dos doentes à questão número 24 (tabela

55), que os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados, questionam

Page 96: Humanizaçao dos cuidados

100

sempre as suas preferências, como preferem que sejam feitas as coisas, e os

profissionais que mais demonstraram esta preocupação, foram os enfermeiros (88,9%),

respectivamente à questão número 24.1 (tabela 56). Relativamente à confiança

transmitida por parte dos profissionais de saúde, verificou-se 88,9% dos doentes

responderam que transmitem sempre confiança aquando da prestação de cuidados,

referindo também que são os enfermeiros (50%), os profissionais que mais confiança

lhes transmitem aquando da execução de alguma técnica ou outro acto terapêutico,

respectivamente ás questões 26 (tabela 59) e 26.1 (tabela 60). No que diz respeito ás

questões número 27 (tabela 61) e 30 (tabela 67), foram construídas na tentativa de saber

se os profissionais de saúde aquando da prestação de cuidados, preocupam em dar

explicações para qualquer dúvida manifestada por parte do doente. Este facto

comprova-se, uma vez que 77,8% dos doentes responderam que os profissionais dão

sempre explicações para todos os actos que praticam, e 83,3% responderam que é

costume explicarem-lhes tudo o que não conseguem entender relativamente aos diversos

aspectos relacionados com a situação clínica específica de cada doente,

respectivamente. Pode-se ainda concluir que são os enfermeiros (83,3%), os

profissionais em dar explicações e esclarecer dúvidas, isto respectivamente ás questões

número 27.1 (tabela 62) e 30.1 (tabela 68), sendo para cada uma atribuída a mesma

percentagem.

Relativamente a todas as restantes questões do formulário que não estejam aqui

mencionadas, todas elas estão construídas na tentativa de saber se foram prestados

cuidados de saúde humanizados aos doentes da amostra. Apenas foram analisadas e

interpretadas, e não foram discutidas, uma vez que não foi encontrada fundamentação

teórica que comprovasse as ideias mencionadas nestas questões.

Na segunda parte deste estudo, foram construídas três hipóteses, correlacionando três

das variáveis independentes com a variável dependente, sendo elas a idade, o nível de

escolaridade e tempo de internamento actual. Para comprovação das duas primeiras foi

utilizado o teste da Anova e para a terceira e última, o teste de correlação de Person.

Através da análise e interpretação dos resultados obtidos, pode-se verificar que, a idade

influencia significativamente a percepção dos doentes em relação ao grau de

humanização. Conclui-se que quanto maior for a idade dos indivíduos inquiridos da

amostra seleccionada, a sua percepção em relação ao tipo de cuidados prestados por

parte dos profissionais de saúde, melhora favoravelmente, confirmando assim a

Page 97: Humanizaçao dos cuidados

101

prestação de cuidados de saúde humanizados por parte dos mesmos. Isto deve-se a uma

questão talvez de conformismo por parte dos doentes mais idosos. No que respeita à

segunda hipótese, verificou-se que o nível de escolaridade não influencia

significativamente a percepção dos doentes em relação ao grau de humanização.

Embora seja observável uma tendência favorável para os indivíduos que possuam um

nível de escolaridade inferior, uma percepção diferente do tipo de cuidados de saúde

prestados por parte dos profissionais de saúde, confirmado assim a prestação de

cuidados de saúde humanizados. As pessoas com um nível de escolaridade inferior

normalmente são pessoas de classe social baixa, com baixo nível económico onde a

simplicidade e a humildade é uma constante. Relativamente à análise dos resultados

obtidos para a hipótese número três, verificou-se que o tempo de internamento não

influencia significativamente a percepção dos doentes em relação ao grau de

humanização. Embora não seja significativa esta correlação entre as variáveis, existe

uma tendência favorável, após aplicação do teste de correlação de Pearson, conclui-se

que quanto maior for o tempo de internamento em dias, os doentes têm a percepção de

que recebem cuidados de saúde mais humanizados por parte dos profissionais de saúde.

Podemos verificar através da tabela 88, na qual estão representadas as opiniões gerais

dos doentes inquiridos acerca da prestação de cuidados humanizados, que a esmagadora

maioria dos doentes (94,4%) referem receber sempre cuidados de saúde humanizados, e

apenas 5,6% dizem que os recebem frequentemente. É também visível através da

obtenção dos scores do formulário que nenhum dos doentes se inclui nas categorias de

raramente e nunca. Esta opinião dos doentes acerca da prestação de cuidados é muito

favorável e enriquecedora para as conclusões que posteriormente se irão retirar deste

estudo, principalmente para todos os profissionais de saúde, prestadores de cuidados das

unidades de medicina e cirurgia do hospital de Macedo de Cavaleiros. Estes resultados

apenas demonstram o profissionalismo com que estes profissionais prestam cuidados de

saúde humanizados.

Page 98: Humanizaçao dos cuidados

102

4 – CONCLUSÃO

A realização deste trabalho, foi um desafio aliciante, visto ter focado um tema que, na

actualidade, é alvo de interesse por parte de todos os profissionais de saúde e respectiva

sociedade – Humanização dos cuidados de saúde: Qual a perspectiva dos doentes?

Desde a sua concepção até este momento final um longo caminho foi percorrido.

Começamos por reflectir sobre a importância que este estudo assumiria para os

profissionais de saúde, essencialmente para os enfermeiros, no sentido de descobrir

como esta temática é vivenciada e percepcionada pelos doentes.

Este trabalho corresponde a um estudo exploratório, descritivo, no qual se pretende

conhecer o fenómeno da humanização dos cuidados. Procedeu-se ao seu enquadramento

teórico para que melhor se pudesse compreender, desenvolvendo-se ao longo do mesmo

alguns conceitos e atributos significativos para os profissionais de saúde que prestam

cuidados. Elaborou-se para tal um quadro conceptual para integrar a organização das

variáveis e as suas relações num contexto preciso. Os dados foram colhidos através de

um formulário. Na impossibilidade de estudar a população na sua totalidade, foi

definida uma amostra de 18 doentes dos serviços de medicina e cirurgia do hospital de

Macedo de Cavaleiros. O objectivo final foi conhecer a perspectiva que os doentes

destes serviços têm acerca da humanização dos cuidados de saúde que lhe são prestados.

Este trabalho foi dividido em duas partes: fase conceptual e fase metodológica.

Relativamente à elaboração da primeira parte, foi feita uma abordagem ao humanismo,

referindo uma breve resenha histórica, os seus conceitos e a importância deste em

Portugal; foi feita a interligação entre o humanismo e a humanização, foi focada a

humanização nos cuidados de saúde, o papel dos profissionais de saúde como agentes

de humanização.

A segunda parte corresponde à fase metodológica, da qual fizeram parte os seguintes

itens: o tipo de estudo, as questões de investigação e questão de partida, população e

amostra, hipóteses, definição das variáveis e sua respectiva categorização e

operacionalização e instrumento de recolha de dados. Ainda fazendo parte da fase

metodológica segue-se a apresentação e análise de dados relativos às questões do

instrumento de recolha de dados e a discussão e interpretação dos resultados obtidos.

Page 99: Humanizaçao dos cuidados

103

Nas várias fases deste estudo, procedeu-se a uma contínua pesquisa bibliográfica. Esta

pesquisa debruçou-se sobre diversos autores, com especial relevo para as obras de Frei

Bernardo Domingues, na sua missão de capelão, não só pelo facto de acima de tudo ser

português, mas também pelo seu pertinente relevo dado nas suas obras, à humanização

dos cuidados de saúde e ao cuidar humanizado.

A profissão de enfermagem tem de promover os aspectos do seu papel de cuidar para se

distinguir das outras e garantir o futuro como contribuinte principal para os cuidados a

doentes, com alta qualidade. Cuidar de doentes deve ser valorizado e tornado uma parte

mais visível daquilo que os enfermeiros e os restantes profissionais de saúde têm para

oferecer. Para humanizar é necessário respeitarmo-nos e respeitar os outros enquanto

seres humanos e humanizarmo-nos enquanto pessoas únicas e complexas que somos.

A elaboração deste trabalho permitiu-me contactar com outros estudos e reflexões na

mesma área temática, e é necessário realçar que a documentação acerca deste tema

ainda é escassa, sendo portanto necessário continuar a aprofundar este fenómeno, que é

muito actual e que foi descurado em alguns momentos da evolução na carreira de

enfermagem.

Os resultados obtidos foram apresentados sob a forma de tabelas e gráficos e analisados

de um modo reflexivo.

A amostra é constituída por 18 doentes, sendo ela maioritariamente feminina (61,1%), e

com idades compreendidas entre os 71 e 80 anos (55,6%), sendo eles na maioria

casados (50,0%). No que diz respeito ao nível de escolaridade, predomina o

analfabetismo, com 38,9%. A profissão de reformado tem a maior representatividade

com 50,0%. O diagnóstico mais incidente nos serviços em que foi aplicado este

formulário, é a pneumonia, correspondendo a 16,6% dos doentes, seguido da diabetes e

AVC’s, com 11,0%. Verificamos que 66,6% dos doentes da amostra já tiveram

internamentos anteriores, variando de 1 a 3 vezes o número de internamentos anteriores,

e o tempo médio de internamento actual dos doentes da amostra é de aproximadamente

14 dias.

As principais conclusões deste estudo foram as seguintes:

Page 100: Humanizaçao dos cuidados

104

- 94,4% dos doentes inquiridos são da opinião de que recebem sempre cuidados de

saúde humanizados e 5,6% dizem que os profissionais de saúde prestam cuidados de

saúde humanizados frequentemente;

- Os doentes da amostra com maior idade, são da opinião de que recebem cuidados de

saúde mais humanizados por parte dos profissionais de saúde;

- Os doentes da amostra com um nível de escolaridade inferior, são da opinião de que

recebem cuidados de saúde mais humanizados por parte dos profissionais de saúde;

- Quanto maior for o período de internamento (em dias), os doentes da amostra são da

opinião de que os cuidados prestados são humanizados;

- Através da análise das tabelas das questões do formulário concluímos que, na opinião

dos doentes da amostra, os profissionais de saúde que prestam cuidados de saúde mais

humanizados são os enfermeiros.

A pessoa, em primeiro lugar, é a grande síntese de tudo o que foi dito. Mas está-se

longe deste objectivo! É por sentir que a pessoa humana é o porquê de toda a actividade

em saúde que se fala de humanização.

A partir das conclusões constatamos que os objectivos estabelecidos para este estudo

foram atingidos na integra, uma vez que foi descrita e conhecida a perspectiva dos

doentes das unidades de medicina e cirurgia acerca da prestação dos cuidados

humanizados e por que parte dos profissionais de saúde se sentiram mais bem cuidados.

Também foi possível conhecer algumas experiências vividas pelos doentes de cuidados

humanizados e desumanizados. Considera-se que foi muito valido este estudo

efectuado, porque permitiu fazer uma aprendizagem e obter os conhecimentos

fundamentais à elaboração de um trabalho científico.

A execução deste trabalho tornou-se possível com o auxílio de uma consulta

bibliográfica constante, pela consulta de outros estudos na mesma área e por todas as

orientações fornecidas pelo orientador deste estudo – Mestre Enf.º Norberto Silva.

A melhoria dos cuidados passa obrigatoriamente pela tomada de consciência de que é

necessário continuar a questionar e aprofundar o como e o porquê dos cuidados de

saúde e de clarificar o que é o cuidar.

Os profissionais de saúde devem ser atentos, agindo no momento oportuno, cuidando da

pessoa na sua globalidade.

Page 101: Humanizaçao dos cuidados

105

– BIBLIOGRAFIA

- CARVALHO, Maria Manuela Montezuma – A Enfermagem e o Humanismo. Braga,

Lusociência, 1996, p.21; 22; 23; 51.

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Jan/Fev, 1995, p. 6.

- Grande Dicionário Enciclopédico Ediclube. P.3271, vol.4, 1997.

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Filosofia, vol.II, Verbo (Editorial). (Lisboa) São Paulo, 1990. P. 1218 a 1222.

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