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  • 19 MAR 1993

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    MARY DEL PRIORE

    AO SUL DO CORPO

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    C~O FEMININA, MATERNIDADES E MENTALIDADES NO

    BRASIL COL8NIA

    Tese de Doutoramento apresentada ao Departamento de Histria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ci@ncias Humanas d3 Universidade de So Paulo, sob a orienta~o da Profa.Dra.Maria Luiza Marclio.

    So Paulo - 1990

  • SUMRIO

    INTRODUO . . . . ' . . . . ' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

    !. PARTE - MULHER E HISTdRIA

    Capitulo 1- A mulher na Histclria da Col8nia . . . . . . . ~16

    A. A feiro e a fogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . t

    B. O tempo das almas .................. , . 24

    C. O tempo do corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    Capitulo 2 - A mulher e o encontro dos tempos . . . . . . ~

    A. A mulh~T sem ~:~ualidades ....... '..... 35

    B. "A casa e a rua" ................. .... 39

    2 PMTE - F'RTICAS DE MATERNIDADE

    Captulo 1 -.Sensibilidades de ontem: a maternidade na

    Colnj.a

    A. Mes que davam leite. mes que davam mel

    44

    51

    B. 11f.\es e filhos: pontcls e ns . . . . . . . . . . 66

    Captulo 2 - Mul1eres seduzidas e mies abandonadas ...

    A. Cartografia da sedu,io

    B. A perda da honra e a valoriza,~o da

    maternidade dentro do casamento

    86

    .. !1

    16

  • Capitulo 3 - As filhas-da-mie .....................

    A. A constru,So do avesso da m~e .... .

    B. A :~\!~vare de maus frutos .......... .

    3. PARTE - PR.DICAS SOBRE A MATERNIDADE

    Captulo 1 - A fabrica~o da santa-mezinha

    A. A mulher-errada

    B. Abusos e culpas

    Capitulo 2 - O matrim&nio como forma de adestramento

    A. O amor demasiado e o amor domesticado

    B. Carnes tristes, corpos frios

    C. Uma topogr-afia amO\~osa

    D. Dos "pecados dos casados" ...... , ..... .

    E. gua na fervuta ..................... .

    F. O buraco da fechadura da Histria

    Captulo 3 - Semeadura e Procria;io

    A. O fabulrio sobre o ''sexo feminil''

    116

    !!B

    . 134

    !4e

    !51

    !61

    !73

    173

    !B7

    !95

    111

    1!3

    '117

    114

    131

    B. Esterilidade: a natureza mO\-ta da mulhel- 243

    C. Fecundas realidades

    Capitulo 4- Luxdria ou melancolia: o mau uso do corpo

    fe-:minino ....

    A. Diabas, sereias e medusas

    B. As melanccilicas

    C. A caixa de Pandora .......... .

    153

    158

    16B

    176

    185

  • 4. PARTE - O OLHAR DA MEDICINA

    Captulo 1 - A madre e seus segredos . . . . . . . . . . . . . . . . . 29!

    animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296

    B. Os males da mad1e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3&9

    Capitulo 2 - Sangrias, sangue secreto e sangue

    embranquecido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 338

    A. A madre enfeiti:adora . . . . . . . . . . . . . . . . 348

    B. O leite e o aleitamento 359

    Captulo 3 - Mentalidades e prticas em torno do parto 377

    A. ''Parir com dor'

    B. Para diminuir a dor ............... . C. Devoes e crenas ................... D. Pesadelos do dtero

    377

    413

    4!3

    427

    Captulo 4- Do aborto ................ ............... 442

    A. As repJesenta:es sobre o abo1to . . . . . 442

    B. As prticas abortivas 451

    s. PARTE- ATITUDES MATERNAS Capt-ulo 1 - Um convvio feito de piedade e devoo . . 464

    - . A. Risos, palmadas e l~grimas .......... . Capitulo 2 - Filhos, espelho do corPo materno

    A. Gestos maternos do dia-a-dia

    478

    411

    487

  • CDNCLUSIO .

    FONTES E BIBLIOGRAFIA ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...

    Abreviaturas utilizadas neste trabalho

    A.C.H.S.P. - Arquivo da C~ria Metropolitana de S~o Paulo

    A.E.S.P. - Arquivo do Estado de Sio Paulo

    A\N. - Arquivo Nacional

    A.N.l'.l'. - A1qutvo Na~ional da Torre do Tombo

    B.N.L. - Biblioteca Nacional de Lisboa

    B.N.P. - Bibliotque Nationalle de Paris

    B.N.R.J. - Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

    ses

  • AGRADECIMENTOS

    Escrever uma tese ~ uma tarefa dividida entre a

    paixSo e a desordem, ~ Provar o go~to simultneo de ddvidas

    e certezas, realizar a amplidio de uma tarefa que parece

    sempre inacabada. "Fazer tese" tambm uma caminhada muito

    solit~ria cuja dureza s minimizada pela presen'a de

    amigos com quem se contrai imensas dividas de gratidia.

    Ag~~ade;o a Ferna'\do Londoffo e a Renato Pinto

    Venincio, pastores que, do inicio ao fim desta jornada,

    conduziram minhas inquieta;5es entre os documentos, as

    fontes e as leituras. A Leila Mezan Algrant~ que me ajudou a

    decidir um ponto de part.ida para este trabalho. Ao

    entusiasmo de Laura de Mello e Souza que me trouxe nimo e

    encorajamento. A Maria Helena Trigo e Lucila Brioschi,

    leitoras de alguns capitulas dos quais fizera~ proveitosos

    c:ome.nt 1~ ias. A Ftima Neves e Li1 ian que

    pacientemente c:on-igiram, datilografar~m e ajudaram a

    conferir as referncias desta tese. A Regina Clara Sim5es

    Lopes e Luciano Figueiredo pelo constante estmulo e as

    longas conversas. Aos colegas do CEDHAL e aos meus alunos

    que tanto vm colaborando para a minha forma,~o intelectual.

    Sou grata ao Padre Jos~ Oscar Beozzo e a Jair

    Mongelli, ambos generosos colaboradores no Arquivo da C~ria

    Metropolitana. A Maria Itilia Causin do Instituto de Estudos

  • Brasileiros, a Val~ria Gauss da Biblioteca Nacional do Ria

    de Janeiro e a Margarida Marat Mendes da Biblioteca Nacional

    de Lisboa por sua igualmente atenciosa acolhida quando das

    minhas investidass entre as ''obras raras'' 1 ao Professor I

    Jean-Louis Flar1drin em cujbs seminrios adquiri idias que

    iluminaram v~rios destes captulos e ao professor B.Lahon-

    Cressai que me ajudou a desbravar o Cabinet des Estampes na

    Biblioteque Nationale de Paris.

    CAP~S que financiaram, respectivamente, a minha pesquisa e

    uma viagem a Portugal.

    Tenho uma grande dvida para com a Profa.Maria

    Luiza Marcilio cuja envolvente afei~~o irrigou todo este

    trabalho, permitindo-lhe crescer com ampla liberdade. Sua

    associada exigncia intelectual

    constituram as baGes sobre as quais pude desenvolver minha

    pesquisa.

    A Hugo, Isabel fica consignada

    minha maior gratido: sem seu carinho nem este tema seria

    pensve,'1

  • INTRODUC;!IO

    Este trabalho nasceu de uma profunda paixlo por

    arquivos, documentos histricos e f'ontes impressas. o

    entusiasmo e a atividade: devotados aos arquivos histricos,

    esta apaixonante esp~cie de reservatdrio sem fundo - e nio ~

    toa que se fala em "fundos de arquivos" - permitiram-me

    ouvi1v claramente os sonS vindos de um mundo de.sc:onhecido;

    vozes e rudos de uma sotie:dade viva e agitada/ apl-isionada

    em papis to pudos e desgastados, que ~ais pan:;ciam velhas

    rendas amai-elas. Atravs desta tese, permiti-me assumir uma

    curiosidade infinita pelos fundos de arquivos, estes que,

    como diz Arlette Farge, parecem leitos marinhos, deixando

    emtreVe.-r o solo pedregoso de realidades ignoradas e

    .f!ascinantes, quando se descobrem ' nas man::s

    equinoc: iaj.s.

    As in f'o1mae.::s que amealhei em documentos

    manuscritos e fontes impressas permitiram reconstituir a

    tr~jetdr~a de personagens e situa5es an6nimas e, junto a

    elas, o irrisrio ou o trgico, o singular ou o colEtivo, o

    marginal e o getal do perodo hist1ico' que escolhi pa1a

    estudar: o Colonial.

    1

  • Aliada paixio por arquivos, havia, ainda,

    empurrando este trabalho, uma antiga teima de meus tempos de

    graduao em provar que existic:.:un, sim, fontes para a

    histria da mulher no Perodo Colonial. Achei que j~ era

    tempo de detonar as justificativas capengas que costumam

    acompanhar o fazer-a-histria-da-condi~o-feminina em

    perodo to remota, que insistem apenas nos problemas e

    dificuldades que se tem pela frente para a realizaio de

    qualquer pesquisa.

    As mulhere~ fazem parte dessa sociedade barulhenta

    que encontrei nos arquivos, e surgem na documenta:ao sem

    qualquer neutralidade, exibindo plenamente as marcas de sua

    dif'en?nt;a sexual. F'ara captur-las, ilite:gl"adas ao mundo que

    as envolvia, foi preciso estai atenta ls suas priticas, aos

    di-scw~sos que se tinha sobre o seu gne\~a, s imagens que

    havia sobre a feminilidade, tentando em tudo perceber a

    1ela:o entre os sexos, fazendo desta rel adio seu

    interlocutor mais eloqUente e o objeto histdrico a ser

    investigado.

    Auscultando as trajetrias femininas em documentos

    e fontes impn::ssas entre os sculos XVI e XVIII, encontrei

    imagens recorrentemente associadas l domina,~o e ~ opress~o

    sobre a mulher. Nelas, a mulher vtima constant:e da dor,

    do sofrimento, da solidio, da humilha,io e da explora,io

    fsica, emocional e sexual; mas tateei igualmente a natureza

    de discretos poderes que reagiam e resistiam a estas

    sit~a~aes pintadas nas imagens, poderes estes assegurados

    2 "

  • mulher atfavs de sua e~ancipaio bioldgica, tanto quanto de

    sua emancipao domina:o masculina.

    Sensibilize