I Seminário Nacional da Política Nacional de Atenção...

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I Seminário Nacional da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional Brasília, 21 de outubro de 2015 Pollyanna Alves

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I Seminário Nacional da Política Nacional de

Atenção Integral à Saúde das Pessoas

Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Brasília, 21 de outubro de 2015

Pollyanna Alves

Sobre o UNODC

• Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime;

• Implementa medidas que refletem as três convenções internacionais de

controle de drogas e as convenções contra o crime organizado

transnacional e contra a corrupção;

• Sede em Viena (Áustria);

• Rede de 21 escritórios de campo presentes em todas as regiões do

mundo.

• Escritório de Ligação e Parceria no Brasil:

• Inaugurado em 1991;

• Responsável pela implementação de ações em cinco países:

Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai;

• Duas grandes áreas: Programa Integrado de Saúde e Programa de

Estado de Direito.

Programa Integrado de Saúde

• Apoia estratégias e intervenções que utilizam

uma abordagem de saúde e bem-estar social

para reduzir o uso abusivo de drogas e suas

consequências sociais e para saúde;

• Encoraja e apoia a implementação de

políticas baseadas em evidências;

• Apoia e implementa ações para que os

países alcancem acesso universal e integral

à prevenção, ao tratamento e ao cuidado

relacionados ao HIV baseados em

evidências e nos direitos humanos;

• Apoia e implementa ações nas áreas de

prevenção, tratamento e cuidado

relacionados ao HIV, ações específicas para

pessoas que usam drogas e que vivam e

trabalhem em ambientes prisionais.

Normas e Príncipios das Nações Unidas sobre Sistema Prisional

•Regras Mínimas para o Tratamento de Pessoas Presas;

• Regras Mínimas para a Proteção dos Menores Privados de

Liberdade (Regras de Pequim);

•Regras Mínimas para o Tratamento da Mulher Presa (Regras de Bangok);

•Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica)

•Declaração Universal de Direitos Humanos

• Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes

Considerações

A Pena é a Privação

de Liberdade

“(...) Quando uma autoridade judicial

manda alguém para a prisão, os standards

internacionais são claros que a pena a ser

imposta deve ser ´somente´a privação de

liberdade. Deve-se garantir acomodação

adequada, condições de higiene,

alimentação, água, exercícios, etc.(..) ”

A LIBERDADE DE OLHAR

OBJETIVOS

Contribuir para a oferta de formação continuada e interdisciplinar

como ferramenta de sensibilização e capacitação dos

trabalhadores(as) do sistema penitenciário; e

Ampliar o conhecimento dos profissionais atuando no sistema

penitenciário do Brasil sobre direitos humanos, com enfoque em

gênero, saúde e violência.

• Oficinas sobre direitos humanos com internxs e servidorxs do

sistema prisional utilizando fotografias como disparador das

discussões;

• Elaboração de um plano de ação conjunto para promover pequenas

melhorias na unidade prisional;

• Projeto já realizado em Porto Alegre, Brasília e Goiânia.

O PROJETO

Quanto à saúde, principais pontos

levantados nas oficinas:

1º Atendimento Odontológico: Dentro

do Sistema Prisional;

“Eu não posso falar que trabalho aqui. As pessoas

dizem que é muito luxo preso ter dentista”

“Meu dente caiu na cadeia e eu continuo com dor

de dente. Dentista aqui é só pra arrancar dente”

Maternidade X Privação de

Liberdade;

- banho de sol mães/bebês

- doações de enxoval e fórmula

SAÚDE

HIV/Aids: Acesso ao tratamento;

“Tive informação sobre HIV e TB na televisão, no programa

amor e sexo e na escola”

“Necessidade de conscientizar as portadoras de HIV. Existe

um autopreconceito. Por medo do preconceito, as pessoas não

aderem ao tratamento e escondem o seu status.”

“Medicação do HIV funciona muito bem”

Disponibilização de Preservativo: ampliar o

acesso e sensibilização da importância

“não usamos pq a camisinha do governo é ruim e fura”

“A gente pega pra brincar, não usa preservativo”

TB: Medo e Preconceito;

“Teve um que entrou aqui e não relatou pra

polícia que tinha TB. Eu fiquei

assustadíssimo, pensei que ia morrer perto

dele. Descobriram no pátio, tiraram ele e

levaram pra outro lugar”

“Uma moradora de rua veio presa e ela

estava com os sintomas de TB, mas o

presídio disse que ela não tinha nada.

Depois de muito, fizeram o exame e deu

positivo. Não avisaram nada e levaram ela

pro PO pra ficar sozinha. Isolaram a gente

que dividia cela com ela. As agentes não

queriam falar com a gente, tinham medo da

gente ter a doença”

“Tivemos um servidor e uma professora que

contraíram TB aqui dentro”

Dados do último relatório sobre

o sistema prisional brasileiro,

lançado pelo DEPEN em 2014,

revelam que a chance de uma

pessoa privada de liberdade

contrair HIV dentro do sistema

prisional é sessenta vezes maior

que a taxa da população

brasileira. No mesmo relatório,

outro dado que chama atenção é

o de tuberculose, que mostra

que as chances de contrair

tuberculose dentro do sistema

prisional é 38 vezes maior que

fora dele.

Relação Saúde x Paciente

“Muitos requerimentos, demanda muito grande. Tem um ano que eu estou aqui e estou tentando

fazer meu trabalho, dar um suporte, mas baseado nos requerimentos não da para fazer uma

triagem real porque é como se todas estivessem morrendo.”

“Paracetamol dividido por 4. Nem sempre recebemos o remédio. Único remédio que pode pedir

sem receita/consulta médica. Justificativa que o remédio não pode entrar por causa do comércio.”

“Saúde precária. Por lei deveria ser obrigado ter um brigadista para cada 4 andares. Eu

já vi uma mulher tendo filho no pátio, no frio e quem fez o parto foi uma presa. Depois

das quatro horas da tarde a gente não pode mais passar mal.”

“A relação médico paciente está comprometida aqui, não existe sigilo”

Relação Saúde Servidor

“tem que cuidar do cuidador”

“é um lugar de contenção..”

A Exposição “ A Liberdade de Olhar”

• Proposta da exposição

Após as oficinas de direitos humanos e fotografia

realizadas com internxs e servidorxs, foi

pactuado com a direção das casas e os demais

parceiros uma exposição para demonstrar os

desafios e avanços presentes na rotina do

sistema prisional.

Abordar o tema dos presídios numa perspectiva

poética, destacando o tema dos direitos

humanos e da saúde, de uma maneira positiva,

que valorize os profissionais e desloque a noção

do preso ou da vítima ou do bandido, dando aos

visitantes a possibilidade de ver diferente o papel

social da instituição, seus desafios e romper com

o preconceito e a discriminação;

Layout Exposição

• A exposição ocorreu em

dezembro de 2013 no centro

de Porto Alegre, na Praça XV

e no Gasometro. Foi exposta

por 2 semanas e teve a

presença de um público

diverso, o qual se identificou e

emocionou com o vídeo e

fotos apresentados.

• Banner – Saída: os visitantes

podiam escrever na foto de

uma parede do presídio e

deixar suas impressões

quanto à exposição.

• A exposição veiculada em Porto Alegre

repercutiu positivamente na mídia do

Rio Grande do Sul, sendo divulgada em

dois veículos importantes, no jornal

Zero Hora e na Rede Globo.

• Fórum Mundial de Direitos Humanos,

• IV Mostra de Atenção Básica do Ministério

da Saúde;

• Consulta Global sobre Sistema Prisional

em Viena (Áustria)

• 13º Congresso das Nações Unidas sobre

Prevenção ao Crime e Justiça Criminal

em Doha (Qatar).

• Revista TPM Especial Prisão Ago/15

A LIBERDADE DE OLHAR

https://www.youtube.com/watch?v=UsLaOuGlqSk

Obrigada!

Pollyanna Alves

[email protected]

61 3204 7215

www.unodc.org.br