I Seminário sobre Design e Gemologia de Pedras, Gemas e...

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A RIQUEZA BRASILEIRA EM GEMAS

Geól. Pércio de Moraes Branco

Consultor autônomo [email protected]

Resumo – É bem conhecida internacionalmente a riqueza brasileira em gemas, tanto em volume produzido quanto em sua enorme diversidade. A relação das gemas do Brasil publicada em 1983 pelo Departamento Nacional da Produção Mineral foi revista pelo autor, que obteve um total de 107 tipos diferentes, número bem maior que as 90 da relação original. Palavras-chave: gemas, Província Gemológica Brasileira, gemas brasileiras. Abstract – Internationally recognized as a major gemstones producer, Brazil is known by the total amount of its production and by its remarkable gem diversity. Reviewing the list of these gemstones published in 1983 by the National Department of Mineral Production, the author concluded that Brazil have not only 90 different kinds of gems, but 107. Keywords: gemstones, Brazilian Gemological Province, Brazilian gemstones. 1. Introdução

Existem, no mundo, nove províncias gemológicas, ou seja, nove regiões geográficas onde são produzidas gemas em volume e variedade excepcionais. O Brasil é uma dessas nove províncias e destaca-se em relação às demais pela grande produção e pela enorme diversidade das pedras preciosas aqui existentes. Quem vive em estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia, por exemplo, sabe que as pedras preciosas são importantes ou pelo menos tem idéia de que são abundantes em seus estados. Mas, o grande público está longe de avaliar corretamente a grau de importância que as gemas têm no Brasil.

Segundo Favacho (2001), somente Minas Gerais contribui com cerca de 25% da produção mundial de gemas, e essa participação é ainda maior se não se considerar rubi, safira e diamante. 2. As gemas brasileiras

No curso de Gemologia de caráter introdutório que ministra há vários anos, o autor costuma perguntar aos alunos, no primeiro dia de aula, quais são as gemas que eles conhecem ou pelo menos de que já ouviram falar. Essa pequena e informal enquete o levou a concluir que uma pessoa de bom nível cultural, bem informada, consegue citar cerca de 15 gemas. Isso é muito pouco, como se verá. A relação mais completa das pedras brasileiras conhecidas pelo autor foi publicada em 1983, (DNPM, 1983). Nela, constam nada menos de noventa gemas diferentes, e este era o número que ele vinha apresentando a seus alunos e para outros públicos, como em congressos e seminários.

Em março de 2009, revisando aquela relação, ele introduziu as seguintes alterações: a) foram eliminadas gipsita, agalmatolito e esteatito por não serem usados como adorno pessoal. b) foram eliminados também os nomes turmalina e feldspato, por designarem grupos de minerais e não um

único mineral ou gema. c) foram eliminados ainda espodumênio, pois já estavam incluídas suas três variedades gemológicas (trifana,

hiddenita e kunzita). d) afrizita foi substituído por schorlita e esfênio, por titanita, adotando-se a denominação formalmente

recomendada pela Comissão de Minerais Novos Nomenclatura e Classificação da International Mineralogical Association.

I Seminário sobre Design e Gemologia de Pedras, Gemas e Jóias do Rio Grande do Sul

Soledade, RS – 06 a 08/05/2009. http://www.upf.br/ctpedras/sdgem

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e) também substituiu-se quartzo, termo que designa um grande número de gemas diferentes, por cristal-de-rocha, que é o quartzo macrocristalino e sem impurezas. Embora esta seja uma denominação muito inadequada, está consagrada pelo uso em todo o mundo e em muitos idiomas.

e) substituiu-se ainda opala, termo que também designa pelo menos dois tipos de gema, por opala preciosa e cacoxenita, denominação equivocada, por quartzo com goethita.

f) foram acrescentadas as seguintes gemas: adulária, jarina, madeira fossilizada (= madeira petrificada), ônix-real, concreção de sílica, copal, cornalina, espinélio, nefrita, obsidiana, oneguita, opala-de-fogo, quartzo azul, quartzo enfumaçado, quartzo olho-de-gato, quartzo rosa, rubi, topázio-imperial, turmalina-melancia, turmalina bicolor, turmalina Paraíba e verdelita.

Foi mantido o nome siberita, que designa uma turmalina de cor vermelho-violeta ou púrpura (Branco, 2008),

mas com dúvidas, pois o autor nunca o viu ser usado no comércio de gemas do nosso país e tampouco lembra de ter visto alguma turmalina com uma das cores citadas. O quartzo verde é uma substância gemológica muito usada em objetos ornamentais, mas, na dúvida se é usada também para adorno pessoal, não foi incluída na lista. 3. Conclusão

Com essas alterações, a relação das gemas brasileiras passou de 90 para 107 tipos, conforme se vê a seguir. Portanto, as cerca de 15 gemas que uma pessoa culta e bem informada consegue citar não são nem 15 % do elenco de gemas brasileiras.

RELAÇÃO DAS GEMAS BRASILEIRAS Gemas orgânicas Copal Jarina

Granadas Almandina Grossulária Hessonita Piropo Rodolita Spessartina Grupo das olivinas Crisólita Peridoto Variedades de berilo Água-marinha Berilo verde Esmeralda Goshenita Heliodoro Morganita Variedades de coríndon Rubi Safira Variedades de crisoberilo Alexandrita Crisoberilo Olho-de-gato Variedades de espodumênio Hiddenita Kunzita Trifana

Variedades de feldspato Adulária Amazonita Variedades de opala Opala-de-fogo Opala preciosa Variedades de quartzo Ágata Ametista Aventurino Calcedônia Cornalina

Crisoprásio Jaspe Ônix Ônix-real

Concreção de sílica Heliotrópio Citrino Cristal-de-rocha Madeira fossilizada Oneguita Quartzo azul Quartzo com goethita Quartzo enfumaçado Quartzo mórion Quartzo olho-de-gato Quartzo rosa Quartzo rutilado Variedades de turmalina Acroíta Dravita Indicolita

Rubelita Schorlita Siberita Turmalina bicolor Turmalina melancia Turmalina Paraíba Verdelita Variedades de topázio Topázio Topázio-imperial Demais gemas Allanita Ambligonita Anatásio Andaluzita Apatita Apofilita Aragonita Axinita Barita Brasilianita Calcita Cassiterita Childrenita Cianita Cordierita Crisocola Diamante Diopsídio Dumortierita Epídoto Escapolita Esfalerita Espinélio

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Estaurolita Euclásio Fenaquita Fluorita Gahnita Hematita Herderita Lazulita

Malaquita Nefrita Obsidiana Petalita Pirita Quiastolita Rodonita Rutilo

Scheelita Sillimanita Sodalita Titanita Turquesa Zircão

As mesmas 107 gemas em ordem alfabética são: Acroíta Adulária Ágata Água-marinha Alexandrita Allanita Almandina Amazonita Ambligonita Ametista Anatásio Andaluzita Apatita Apofilita Aragonita Aventurino Axinita Barita Berilo verde Brasilianita Calcedônia Calcita Cassiterita Childrenita Cianita Citrino Concreção de sílica

Copal Cordierita Cornalina Crisoberilo Crisocola Crisólita Crisoprásio Cristal-de-rocha Diamante Diopsídio Dravita Dumortierita Epídoto Escapolita Esfalerita Esmeralda Espinélio Estaurolita Euclásio Fenaquita Fluorita Gahnita Goshenita Grossulária Heliodoro Heliotrópio Hematita

Herderita Hessonita Hiddenita Indicolita Jarina Jaspe Kunzita Lazulita Madeira fossilizada Malaquita Morganita Nefrita Obsidiana Olho-de-gato Oneguita Ônix Ônix-real Opala-de-fogo Opala preciosa Peridoto Petalita Pirita Piropo Quartzo azul Quartzo com goethita Quartzo enfumaçado Quartzo mórion

Quartzo olho-de-gato Quartzo rosa Quartzo rutilado Quiastolita Rodolita Rodonita Rubelita Rubi Rutilo Safira Scheelita Schorlita Siberita Sillimanita Sodalita Spessartina Titanita Topázio Topázio imperial Trifana Turmalina bicolor Turmalina melancia Turmalina Paraíba Turquesa Verdelita Zircão

4. Referências bibliográficas BRANCO, P. M. Dicionário de Mineralogia e Gemologia. Oficina de Textos, São Paulo. 608p. 2008. BRASIL. DNPM Boletim de Preços. Brasília. 38p. 1983. (Número Especial) FAVACHO, M. Quartzo. In: CASTAÑEDA, C. et al. (org.) Gemas de Minas Gerais. Belo Horizonte, Soc. Brasil. Geologia. p. 220-233. 2001.