Ibadep - A Trindade

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A TRINDADE PAI FILHO ESPÍRITO SANTO

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A TRINDADEPAI

FILHO ESPÍRITO SANTO

TRINDADE – (Do gr. Trias, três; do lat. Trinitatem, grupo de

três pessoas) Doutrina cristã, segundo a qual a

divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas

pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O termo não

se encontra nas Sagradas Escrituras. Mas as evidências

que atestam esta doutrina são, tanto no Antigo

Testamento, como no Novo Testamento, incontestáveis. A

palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua

forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por

Tertuliano. O credo Atanasiano assim se expressa acerca

da doutrina da Santíssima Trindade: “ Adoramos um Deus

em trindade, e trindade em unidade, sem confundir as

pessoas, sem separar a substância”.

LIÇÃO 1

A DOUTRINA DA TRINDADE

As Escrituras ensinam que Deus é um, e que além dele

não existe outro Deus. Poderia surgir a pergunta: Como podia

Deus ter comunhão com alguém antes que existissem as

criaturas finitas? A resposta é que a unidade divina é unidade

composta, e que nesta unidade há realmente três pessoas

distintas, cada uma das quais é a divindade, e que, no

entanto, cada uma está sumamente consciente das outras

duas. Assim é que vemos que havia comunhão antes que

fossem criadas quaisquer criaturas finitas. Portanto, Deus

nunca esteve só. Não é o caso de haver três Deuses, todos

três independentes e de existência própria. Os três cooperam

unidos e num mesmo propósito, de maneira que no pleno

sentido da palavra, são “um”.

O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito Santo santifica; e, no

entanto, em cada uma dessas operações divinas, as três

pessoas participam. O Filho é preeminentemente o redentor,

contudo, o Pai enviou o seu Filho para redimir, e no início da

missão redentora, o Filho disse: “O Espírito do Senhor está

sobre mim...” Lc 4.18

A trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da

redenção do homem evocou a sua manifestação histórica. O

filho entrou no mundo duma maneira nova ao tomar sobre si

a natureza humana e lhe foi dado um novo nome, Jesus. O

Espírito Santo entrou no mundo duma maneira nova, isto é,

como o Espírito de Cristo incorporado na Igreja. Mas ao

mesmo tempo, todos os três cooperam. O Pai testificou do

filho, Mt 3.17; e o filho testificou do Pai, Jo 5.19. O filho

testificou do Espírito Santo, Jo 14.26, e mais tarde o Espírito

testificou do filho, Jo 15.26. Será tudo isso difícil de entender?

Como poderia ser de outra maneira sendo que estamos

tentando explicar a vida íntima do Deus Todo-Poderoso! A

doutrina da trindade é claramente uma doutrina revelada, e

não doutrina concebida pela razão humana. De que maneira

poderíamos aprender acerca da natureza íntima da

Divindade a não ser pela revelação? I Co 2.16. É verdade que a

palavra “trindade” não aparece no Novo Testamento; é uma

expressão teológica, que surgiu durante o 2º século para

descrever a Divindade. Mas assim como o planeta Júpiter

existiu antes de receber ele este nome; da mesma forma a

doutrina da trindade encontrava-se na Bíblia muito antes de

receber a terminologia.

DEFININDO A DOUTRINA DA TRINDADE

Bem podemos compreender porque a doutrina da

trindade era às vezes mal entendida e mal explicada. Era

muito difícil achar termos humanos que pudessem expressar

a unidade da Divindade e ao mesmo tempo, a realidade e

distinção das pessoas. Ao dar ênfase sobre a realidade da

Divindade de Jesus, e da personalidade do Espírito Santo,

alguns escritores corriam o perigo de cair no triteísmo ( a

crença em três deuses). Outros escritores, pondo ênfase

sobre a unidade de Deus, corriam perigo de esquecer da

distinção entre as três pessoas. Este último erro é

comumente conhecido como sabelianismo (doutrina do

bispo Sabélio que ensinou que Pai, Filho e Espírito Santo são

simplesmente três aspectos ou manifestações de Deus.

Este erro tem surgido muitas vezes na história da Igreja e

existe ainda hoje. Essa doutrina do sabelianismo é

claramente antibiblica e carece de aceitação, por causa das

distinção bíblicas entre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. O Pai

ama e envia o Filho; o Filho veio do Pai e voltou para ele. O Pai

e o Filho enviam o Espírito; o Espírito intercede junto ao Pai.

Se, então, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas um Deus

sob diferentes aspectos ou nomes, então o Novo Testamento

é uma confusão. Por exemplo, a leitura da oração

intercessória de Jo 17, com pensamento de que Pai, filho e

Espírito Santo fosse uma só pessoa, revelaria o absurdo

dessa doutrina, isto é, seria mais ou menos isto:

“Assim como eu me dei poder sobre toda a

humanidade.... Eu me glorificarei na terra,

cumprindo a obra que me tenho dado para

fazer; agora, glorifico-me a mim mesmo com a

glória minha que eu tive junto de mim mesmo

antes que houvesse mundo”

Como foi preservada a doutrina da Trindade de não se

deslocar para os extremos, nem para o lado da Unidade

(sabelianismo) nem para o lado do triteísmo (três deuses)?

Foi pela formação de dogmas, isto é, interpretações que

definissem a doutrina e a cercasse contra o erro. O seguinte

exemplo de dogma acha-se no Credo de Atanásio, formulado

durante o 5º século:

“Adoramos um Deus em trindade, e trindade em unidade. Não

confundimos as pessoas, nem separamos a substância. Pois

a pessoa do Pai é uma, a do Filho outra, e a do Espírito Santo,

outra. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma

divindade, glória igual e majestade co-eterna. Tal qual é o Pai,

o mesmo são o Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho

incriado, o Espírito incriado. O Pai é imensurável, o Filho é

imensurável, o Espírito Santo é imensurável. O Pai é eterno, o

Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. E, sem embargo, não

há três eternos, mas sim um eterno. Da mesma forma, não há

três seres incriados, nem três imensuráveis, mas um incriado

e um imensurável. Da mesma maneira o Pai é Onipotente. No

entanto, não há três seres Onipotentes, mas um Onipotente.

Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. No

entanto não há três Deuses, mas um Deus. Assim o Pai é

Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor..

Todavia não há três Senhores, mas um Senhor. Assim como a

veracidade cristã nos obriga a confessar cada pessoa

individualmente como sendo Deus e Senhor, assim também

ficamos privados de dizer que haja três Deuses ou Senhores.

O Pai não foi feito de coisa alguma nem criado e nem gerado.

O Filho procede do Pai somente, não foi feito, nem criado, mas

sim gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi

feito, nem criado, nem gerado, mas, sim, procedente. Há,

portanto, um Pai, não três Pais; um Filho, não três Filhos; um

Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade não

existe primeiro nem último; maior nem menor. Mas todas as

três pessoas co-eternas são iguais entre si mesmas; assim

através de tudo isso, como acima foi dito, tanto a unidade na

Trindade como a Trindade na Unidade devem ser adoradas.”

O credo de Atanásio pode parecer um amaranhado,

mas nos dias primitivos demonstrou ser um meio eficaz de

preservar a declaração correta sobre verdades tão preciosas

e vitais para a Igreja.

FUNDAMENTANDO A DOUTRINA NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO

Sendo a Doutrina da Trindade concernente à natureza

íntima das três pessoas da santíssima Trindade, não poderia

ser conhecida, senão por meio da revelação Bíblica. Embora

o Antigo Testamento não ensina diretamente sobre a

Trindade, até porque, num mundo de tantos deuses, tornou-se

necessário acentuar em Israel, a verdade de que Deus é “UM”,

e que não havia outro além dele. Naturalmente, se essa

doutrina fosse ensinada na Antiga Aliança, teria sido mal

entendida e mal interpretada.

Porém, mesmo não sendo explicitamente mencionada, ela

está fundamentada tanto no Velho como no Novo

Testamento, como veremos a seguir:

1. Referências ou inferências no Velho Testamento, Gn 1.26

(Façamos o homem), Gn 11.7 (desçamos e confundamos), Is

6.8 (quem há de ir por nós?), Is 48.16 (juntamente com o

seu Espírito).

ELOHIM, o Deus Criador.

Este nome ocorre mais de 2.700 vezes na Bíblia.

Literalmente, ELOHIM é a forma pluralizada de ELAH ou

ELOAH. Significa o Poderoso, “aquele que põe o poder para

fora” Pode ser uma forma plural, daí se infere a Doutrina da

Trindade. Segundo o Pastor Gesiel Gomes, ELOHIM é um

vocábulo uni-plural. É singular e também plural.

Vem de EL (o Poderoso) e ALAH (jurar). É o Deus que se

compromete com juramento, Hb 6. 13-18. O sufixo HIM em

ELOHIM fala de pluralidade e comunhão; aliás, a própria

existência divina reclama essa doutrina. A existência

divina é a base do amor. O amor é impossível a um ser

solitário. Sem a Trindade o problema da revelação de Deus

se tornaria extremamente complicado, e, rigorosamente,

não poderia existir. A Obra da criação e da redenção

resultam do amor cooperativo das três pessoas.

2. Jesus referiu-se expressamente às três pessoas, Jo

14.16,26.

3. O batismo cristão deve ser administrado em nome da

Trindade, Mt 28.19.

4. A bênção apostólica se relaciona intrinsecamente com a

Trindade, II Co 13.13.

5. O ministério terreno de Jesus foi confirmado pela Trindade,

Mt 3. 16,17.

6. Todas as três pessoas da Trindade são chamadas de Deus, I

Co 1.9; Hb 1.8; At 5.3,4.

7. Nos ensinos do Apóstolo Paulo, Ef 2.18; Rm 8.9; Ef 4. 4-6; I Co

2. 2,4,5. Paulo nunca cessou de crer na unidade de Deus como

lhe fora ensinado desde a sua mocidade, I Tm 2.5; I Co 8.4. No

entanto, pregava a divindade de Cristo, Fp 2. 6-8; I Tm 3.16 e a

personalidade do Espírito Santo, Ef 4.30, e incluiu as três

pessoas na bênção apostólica, II Co 13.13.

8. Nos ensinos do Apóstolo Pedro, I Pe 1.2.

9. Nos ensinos do Apóstolo João, Ap 1. 4-6.

10. Na epístola de Judas, Jd 20,21. (citados nominalmente)

ILUSTRANDO A DOUTRINA DA TRINDADE

É bem possível que até mesmo um autêntico cristão

encontre dificuldades para entender como três pessoas

distintas pode, ao mesmo tempo, ser um só Deus. E não é de

se estranhar, porque ao estudarmos sobre a Trindade

estamos considerando a natureza interna do eterno Deus,

algo que está muito além do alcance da razão humana,

porém, a ilustração é um meio pelo qual, pode até certo

ponto, tornar-se perceptível a ela; contudo, ao usar

ilustrações não podemos esquecer o que disse um sábio da

antiga Grécia: “Toda a comparação manca”. Até as melhores

são imperfeitas e inadequadas, entretanto, não deixam de

fornecer uma pequena luz para o entendimento humano.

Analise as ilustrações a seguir:

1. Água (Sólido, líquido e gasoso)

2. Um objeto pode se manifestar quanto à cor, forma e

tamanho.

3. A eletricidade produz movimento, luz e calor.

4. O raio de luz é composto de três raios: O raio actínico, que é

invisível; o raio lumífero, que é visível, e o raio calorífico,

que produz calor que se pode sentir, mas não se vê. Onde há

estes três raios, aí há luz; e onde há luz, temos estes três

raios.

5. Três palitos de fósforo, juntos produz uma só chama.

6. O triângulo tem três lados e três ângulos, portanto, onde há

três ângulos há um trângulo.

7. O ser humano é constituído de espírito, alma e corpo.

Conclusão

Não cremos em três deuses. Isto é triteísmo. Não

cremos em mais de um Deus. Isto é politeísmo. Cremos em

um Deus. Isto é monoteísmo. Este Deus em quem cremos

existe essencialmente UNO e manifestamente TRINO.

LIÇÃO 2

A DOUTRINA

DE DEUS PAI

TEOLOGIA

A EXISTÊNCIA DE DEUS

Em parte nenhuma as Escrituras Sagradas tratam

de provar a existência de Deus através de provas

formais. Reconhece-se como fato auto-evidente e

como crença natural do homem. De acordo com alguns

comentaristas, a existência de Deus é uma verdade

primária e fundamental, ou seja, algo caracterizado

pela universalidade, necessidade e auto-evidência.

Porquanto, a idéia de que Deus existe é universal, está

presente em qualquer cultura, povo ou época. O

propósito da Bíblia não é provar a existência de Deus, e

sim, expô-la, já que é um dos meios da revelação de

Deus. A Bíblia inicia dizendo: “No princípio......Deus...”

SUA EXISTÊNCIA PROVADA

Embora as Escrituras não oferecem nenhuma

demonstração racional da existência de Deus,

abordaremos algumas provas, não objetivando convencer

quem quer que seja, até porque, a fé é uma questão moral e

não intelectual. Se a pessoa não está disposta a concordar

com Deus, porá de lado todas e quaisquer evidências.

Entretanto, as evidências fortalecem a fé daqueles que já

crêem. Onde acharemos evidências da existência de

Deus?

1. Na criação (Argumento cosmológico) da palavra grega

“cosmos”, que significa “mundo”.

2. No desígnio (Argumento teleológico) da palavra “Teleos”,

que significa “desígnio ou propósito”

3. No homem (Argumento antropológico) da palavra

“anthropos”, que significa “homem”

4. Na história (Argumento histórico)

5. Na crença universal (Argumento do consentimento

comum)

Existem três instrumentos especiais da

Revelação de Deus . Estes são:

“A natureza, revelando as Obras de Deus; Jesus Cristo,

revelando a Pessoa de Deus e a Bíblia, revelando a

Palavra de Deus.

ARGUMENTO COSMOLÓGICO

Sem dúvida, toda criatura de bom senso compreende

que o Universo teve um princípio e uma causa. Ora, todo

efeito deve ter tido uma causa, e o universo é um efeito. Que

ou quem é a causa do Universo? Por outro lado, a matéria não

é eterna. Não sendo eterna, deve ter sido criada. E quem a

criou? Nas palavras de Jorge W. Grey, o Universo, como o

imaginamos, é um sistema de milhares e milhões de

galáxias. Cada uma delas se compõem de milhares e milhões

de estrelas. Perto da circunferência de uma dessas galáxias

– a Via Láctea – existe uma estrela de tamanho médio e

temperatura moderada, já amarelada pela velhice, que é o

nosso Sol. E imaginem que o Sol é milhões de vezes maior que

a nossa pequena terra! Prossegue o mesmo escritor: O Sol

está girando numa órbita vertiginosa em direção à

circunferência da Via Láctea a 12 milhas por segundo,

levando consigo a terra e todos os planetas, e ao mesmo

tempo todo o sistema solar está girando num gigantesco

circuito à velocidade incrível de 200 milhas por segundo,

enquanto a própria galáxia, qual colossal roda gigante

estelar. Calcula-se que o número de galáxias de que se

compõe o universo é da ordem de 500 milhões de milhões.

Surge então a questão: Como se originou tudo isso?

O ARGUMENTO TELEOLÓGICO

Esta palavra vem do grego “teleos”, significa

“desígnio, fim). Existem três elementos básicos no

Universo que nos obrigam a admitir a existência de um

ser Criador, os quais são: 1º) A ordem; 2º) O desígnio e 3º)

A adaptabilidade.

A ORDEM – Apesar de extraordinariamente complexo, o

Universo é de uma ordem perfeita. Isto se observa nos corpos

celestes, no sistema solar, na lei da gravitação, etc.

O DESÍGNIO – Os desígnios da criação que se

evidenciam no Universo são surpreendentes. O homem

respira o ar, absorvendo o oxigênio que lhe é indispensável, e

devolve o ar carregado de carbono que lhe é inútil.

Simultaneamente as plantas absorvem o dióxido de carbono

e expelem o oxigênio.

A ADAPTABILIDADE – Quanto à adaptabilidade, é o

conjunto de faculdades espontâneas de que dispõem o

homem e as demais criaturas de se juntarem à terra e esta a

eles. Isto constitui a harmonia de um mundo desenhado com

perfeição.

Por exemplo, os peixes se adaptam à água, as aves aos

ares, o ar aos pulmões, tudo funcionando de acordo com um

plano que envolve Poder, Sabedoria e Bondade. É possível

excluir a presença de Deus desse panorama magnífico?

Tomemos a vida dos insetos para mais uma ilustração.

Há uma espécie de escaravelho chamado “Staghorn” ou

“Chifrudo”. O macho tem magníficos chifres, duas vezes mais

compridos do que o seu corpo; a fêmea não tem chifres. No

estágio larval, eles enterram-se a si mesmos na terra e,

silenciosamente, esperam na escuridão pela sua

metamorfose. São naturalmente meramente insetos, sem

nenhuma diferença aparente e, no entanto, um deles escava

para si um buraco duas vezes mais profundo do que o outro.

Por que? Para que haja espaço para os chifres do macho se

desenvolverem com perfeição. Por que essas larvas,

aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos?

Quem ensinou o macho a cavar o seu buraco duas vezes mais

profundo do que o faz a fêmea? É porventura um processo

racional? De maneira nenhuma. Foi o próprio Deus Criador,

quem pôs naquelas pequenas criaturas a percepção

instintiva que lhes seria útil. Sem dúvida, muitos outros

exemplos poderiam engrossar o argumento teleológico ou

argumento do desígnio.

O ARGUMENTO ANTROPOLÓGICO

Este argumento (da palavra grega “antropos”, que

significa “homem”), diz respeito à natureza moral do homem,

cuja vida é regulada por conceitos do bem e do mal, através

da consciência que aprova ou condena as suas ações,

conforme sejam boas ou más. A natureza do homem prova a

existência de um legislador santo e justo.

Qual é a conclusão que podemos tirar desse

sentimento de responsabilidade? Que o legislador é também

um juiz que recompensará os bons e castigará os maus.

Aquele que impôs a lei finalmente defenderá essa lei. E não

somente a natureza moral do homem testifica da existência

de Deus, mas também todos os aspectos da sua natureza. O

salmista exclamou: “...a minha alma tem sede de Deus”, Sl

42.2. Como a alma humana almejaria algo inexistente? Um

erudito da Igreja primitiva, disse:

“Para Ti Tu nos fizeste, e nosso coração estará

inquieto enquanto não descobrir o descanso de Tua

presença.”

O ARGUMENTO HISTÓRICO

A marcha dos eventos da história universal fornece

evidência de um Poder e duma Providência dominante. Toda

a história bíblica foi escrita para revelar Deus na história, isto

é, para ilustrar a obra de Deus nos negócios humanos.

“Os princípios do divino governo moral, encontram-se na

história das nações tanto quanto na experiência dos

homens”. (Sl 75.7; Dn 2.21)

D. S. Clarke

Quem conhece um pouco da história, sabe que a mão

de Deus controla a história da humanidade, no que diz

respeito ao surgimento e declínio de nações, como Babilônia,

Roma, etc.

O ARGUMENTO DA CRENÇA UNIVERSAL

Existe algo no homem que jamais pode ser

satisfeito com o visível e o temporal. Trata-se de algo

que clama pelo espiritual e pelo eterno. Onde quer que

os homens tenham estado, através dos milênios, esse

clamor tem ecoado. Todos os homens de todas as

raças clamam por Deus. E ainda que os conceitos

variem drasticamente, percebe-se a existência de uma

vocação natural para o encontro o Deus Criador.

Analisando os princípios bíblicos concluímos que Deus

é real, é uma Pessoa que está presente na Natureza, na

História, na Consciência, nas Escrituras e na

experiência humana, Jo 5.39; Is 6. 1-3; Jo 1.46; Hb 11.6; Mt

7.7.

SUA EXISTÊNCIA NEGADA

Alguns presumem ignorar a existência de Deus, ou

contestá-la. Quanto mais o homem ousa ignorar a Deus, mais

brutal se demonstra. A ignorância o induz a sentir-se e a atuar

como se fosse o próprio Deus, mas a fé o conduz à aceitação

da revelação divina e a humildade o induz a apropriar-se das

bênçãos do verdadeiro Deus. Sabe-se que, imediatamente

depois da desobediência cometida no Éden, o homem

procurou fugir da presença divina. Esse tem sido o

comportamento humano em todas as circunstâncias e

lugares no decurso da história. Um certo jovem cético disse à

uma senhora de idade: “Eu em certo tempo cria em Deus, mas

agora, desde que estudei filosofia e matemática, estou

convencido de que Deus não é mais do que uma palavra ôca.”

“Bem”, disse a senhora, “é verdade que eu não aprendi essas

coisas, mas sendo que você já aprendeu, você pode me dizer:

donde veio este ovo? Naturalmente de uma galinha,

respondeu o jovem. E donde veio a galinha? Naturalmente

dum ovo. Então indagou a senhora, permita-me perguntar:

qual existiu primeiro o ovo ou a galinha? Certamente, a

galinha, respondeu o jovem. Oh, então, a galinha existia antes

do ovo? Oh, não, devia dizer que o ovo existia primeiro. Então,

eu suponho que você quer dizer que o ovo existia antes da

galinha? O moço vacilou: Bem, a senhora vê, isto é,

naturalmente, bem, a galinha existiu primeiro. Muito bem,

disse ela, quem criou a primeira galinha de que vieram todos

os sucessivos ovos e galinhas? Que é que a senhora quer

dizer com tudo isto? Perguntou o jovem. Simplesmente isto,

replicou ela: Digo que Aquele que criou o primeiro ovo ou a

primeira galinha é Aquele que criou o mundo. Você nem pode

explicar, sem Deus, a existência dum ovo ou duma galinha, e

ainda quer que eu creia que você pode explicar, sem Deus, a

existência do mundo inteiro. Como vimos, numa simples

coisa evidenciamos a existência de Deus. Portanto, antes que

se diga que não há Deus, devem se analisar todos os

elementos do Universo; devem-se investigar todas as forças

mecânicas, elétricas, biológicas, mentais e espirituais. Deve-

se ter conhecimento de todos os seres e compreendê-los

completamente; deve-se estar em todos os pontos do espaço

a um só tempo, para que possivelmente Deus não esteja em

alguma outra parte e assim escape à sua atenção. Essa

pessoa deve ser onipotente, onipresente, e eterna; de fato,

essa mesma pessoa deve ser Deus antes que ela afirme

dogmaticamente que não há Deus. Por isso, o único Deus,

sendo onipresente e preenchendo todo o espaço, declarou:

Eu sou Deus e não há outro Deus, não há outro

semelhante a mim, Is 46.9

A NATUREZA DE DEUS

Ao estudarmos a natureza de Deus, partimos do

pressuposto de que se trata de matéria realmente

transcendental. É muito importante que qualquer estudante

de teologia entenda a priori que nenhuma forma de

autoconfiança ou espírito de presunção subsiste diante da

presença do Todo-Poderoso, cuja natureza se pretende

estudar. Qualquer forma de conhecimento nesta difícil área

estará sempre subordinada à revelação do Espírito Santo e

das Escrituras, sem esquecermos a inegável limitação de

nosso próprio entendimento para compreender tão denso

mistério.

Naturalmente o estudo da natureza de Deus há de

envolver a essência e os atributos que lhe são inerentes.

Entretanto, neste tópico nos limitaremos ao estudo da sua

natureza.

1. DEUS É ESPÍRITO – Jesus afirmou à mulher samaritana que

Deus é Espírito, Jo 4.24. Sendo Deus Espírito, não tem

formas humanas. Deus é incorpóreo. Deus é Espírito, e

como não sabemos coisa alguma de espíritos, só o

podemos conhecer o que as Escrituras revelam:

a) Deus é Espírito, Jo 4.24

b) Um espírito é imaterial, Lc 24.39

c) Por isso é proibido ao homem fabricar qualquer forma de

imagem de Deus, Ex 20.4

A Bíblia usa a linguagem antropomórfica, a fim de que a

mente humana melhor entenda as manifestações pessoais

de Deus. A palavra antropomorfismo vem do grego

ANTHROPOS ( homem); MORPHÉ, (forma) e significa a atitude

que identifica Deus com os homens, só podemos falar de

Deus em termos de homens; mas precisamos tomar

cuidado de não falar de Deus como sendo mero homem

ampliado.

Exemplos de linguagem antropomórfica:

1. Olhos de Deus, I Rs 8.29; II Cr 16.9; Dt 11.12.

2. Pés de Deus, Gn 3.8; Sl 8.6

3. Mãos de Deus, Is 65.2; Hb 1.10

4. Braço de Deus, Sl 44.3; 77.15

Deus é Espírito auto-existente e auto-suficiente. Deus não se

parece com ninguém. Deus não necessita de ninguém. Deus

não depende de ninguém. Deus se basta a si próprio. Ele

existe e subsiste por si mesmo. Ele está acima do mundo. Ele

se curva para o que se passa no céu, Sl 113.6. Ele é supremo,

soberano. Ele é Deus.

2. DEUS É INFINITO – Ele não está sujeito às limitações naturais

e humanas. A sua infinitude vê-se de duas maneiras: 1º) Em

relação ao espaço. A natureza da divindade está presente de

modo igual em todo espaço infinito e em toda a parte do

mesmo, I Rs 8.27. 2º) Em relação ao tempo. Deus é eterno, Ex

15.18; Dt 33.27; Ne 5.5; Sl 90.2; Jr 10.10; Ap 4. 8-10. Sendo eterno

é imutável, é o mesmo ontem, hoje e eternamente, Hb 13.8

3. DEUS É INVISÍVEL – Jo 1.18, Cl 1.15; Rm 1.20; I Tm 1.13

4. DEUS É AUTO-EXISTENTE – A declaração “Eu sou o que sou”,

declara, pressupõe e evidencia o auspicioso fato de sua

Auto-existência. Ele é a razão de tudo o que existe. Deus é

imanente, isto é, qualidade, força permanente num ser, algo

inseparável dele, força ou virtude interna que não se

comunica a outra externamente.

5. DEUS É ONIPOTENTE – A Onipotência de Deus significa que

pode fazer tudo que esteja em harmonia com a sua natureza.

Significa que para Deus nada será impossível. Ele tem

controle sobre tudo, nem mesmo Satanás pode fazer alguma

coisa sem a sua permissão, Jó 1,2.

6. DEUS É ONIPRESENTE – Significa que o espaço material não o

limita em ponto algum, Gn 28.15,16; Dt 4.39; Js 2.11; Sl 139.7-10;

Pv 15.3,11; Is 66.1; Jr 23. 23,24; am 9. 2-4,6; At 7. 48,49; Ef 1.23.

7. DEUS É ONICIENTE – “Ciência universal absoluta.” Significa

que conhece todas as coisas, Gn 18.18,19; II Rs 8.10,13; I Cr

28.9; Sl 94.9; 139.1-16; 147.4,5; Pv 15.3; Is 29.15,16; Lc 16.15; At

15.8,18; Rm 8.27,29; I Co 3.20; II Tm 2.19; Hb 4.13; I Pe 1.2; I Jo

3.20. O conhecimento de Deus é perfeito, ele não precisa

arrazoar ou pesquisar as coisas, nem aprender

gradualmente. Seu conhecimento do passado, do presente e

do futuro é instantâneo.

8. DEUS É SÁBIO – A sabedoria de Deus reúne a sua

onisciência e a sua onipotência, Sl 104.24; Pv 3.19; Jr 10.12; Dn

2.20,21; Rm 11.33; I Co 1.24,25,30; 2.6,7; Ef 3.10; Cl 2.2,3.

9. DEUS É SOBERANO – Significa que ele tem o direito absoluto

de governar e dispor de suas criaturas como lhe apraz, Dn

4.35; Mt 20.15; Rm 9.21.

Ele possui esse direito devido a sua transcendentalidade, de

maneira que tudo e todos dependem dele, e ele, por sua vez,

não depende de nada e nem de ninguém.

10. DEUS É SANTO – A santidade de Deus significa que ele

possui absoluta pureza moral; ele não pode pecar nem

tolerar o pecado. O sentido original da palavra santo é

separado. Deus está separado do homem no espaço (Céu e

terra). Ele está separado do homem quanto à natureza e

caráter (perfeito e imperfeito). Somente Deus é santo em si

mesmo, Ex 15.11; Lv 11.44,45; 20.26; Js 24.19; I Sm 2.2; Sl 5.4;

111.9; 145.17; Is 6.3; 43.14,15; Lc 1.49; Tg 1.13; I Pe 1.15,16; Ap 4.8.

Deus é santo de uma maneira tríplice:

a) Infinitamente santo

b) Imutavelmente santo

c) Independentemente santo

“É belo o céu pelo brilho do sol, da lua e das estrelas. É bela a

terra pelo esplendor das suas pedras, pelo viço e variedade

de suas flores. É belo o homem pela regularidade das suas

feições, pela harmonia e perfeição das suas faculdades e

sobretudo pela beleza de sua alma. Mas toda a beleza de

todas as criaturas é apenas uma gota em comparação com

aquele oceano sem limites que é a beleza de Deus.”

Shinibaldi

11. DEUS É JUSTO – Justiça é a santidade em ação. A justiça é a

santidade de Deus manifesta no tratar retamente com suas

criaturas, Gn 18.25; Is 11.3; Sl 51.14; I Jo 1.9 Justiça é obediência

a uma norma reta; é a conduta reta em relação a outrem.

Porque o homem pecou o Deus justo justificou o pecador

mediante um ato misericordioso por meio do seu Filho.

12. DEUS É FIEL – significa que ele é absolutamente digno de

confiança; as suas palavras não falharão. Seu povo pode

descansar em suas promessas, Ex 34.6; Nm 23.19; Dt 4.31; Js

21.43-45; 23.14; I Sm 15.29; Jr 4.28; Is 25.1; Ez 12.25; Dn 9.4; Lc

18.7,8; Rm 3.4; 15.8; I Co 1.9; 10.13; II Co 1.20; I Ts 5.24; II Ts 3.3; II

Tm 2.13; Hb 6.18; 10.23; I Pe 4.19; Ap 15.3.

13. DEUS É MISERICORDIOSO – Misericórdia (Do lat. miser,

miséria + cordis, coração) Literalmente significa ter o

coração voltado à miséria de outrem, Tt 3.5; Lm 3.22; Dn 9.9; Jr

3.12; Sl 32.5; Is 49.13; 54.7; Sl 103.8-18; 130.7.

14. DEUS É AMOR – O amor é o atributo de Deus em razão do

qual ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a

sua imagem e, mui especialmente, com aqueles que foram

santificados em caráter, feitos semelhantes a Ele, Dt 7.8; Ef 2.4;

Sf 3.17; Is 49. 15,16; Rm 8.39; Os 11.4; Jr 31.3; Jo 3.16.

15. DEUS É BOM - A bondade de Deus é o atributo em razão do

qual ele concede a vida e outras bênçãos às suas criaturas,

Sl 25.8; Na 1.7; Sl 145.9; Rm 2.4; Mt 5.45; sl 31.19; At 14.17; Sl

68.10; 85.5

OS NOMES DE DEUS

Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou

proclamando o seu nome, Ex 6.3; 33.19; 34.5,6. Adorar a Deus é

invocar o seu nome, Gn 12.8; temê-lo, Dt 28.58; louvá-lo, II Sm

22.50; glorificá-lo, Sl 86.9.

a) ELOHIM (Traduzido “DEUS” . A forma plural significa a

plenitude de poder e representa a trindade.

b) JEOVÁ (Traduzido “Senhor” na versão Almeida) O nome

JEOVÁ tem sua origem no verbo ser e inclui os três tempos

desse verbo, passado, presente e futuro.

O nome, portanto significa: Ele que era, que é e que há de ser,

em outras palavras “O Eterno” Aos que jazem em leitos de

doença manifesta-lhes como JEOVÁ-RAFA, “O Senhor que

cura”, Ex 15.26. Os oprimidos pelo inimigo invocam a JEOVÁ-

NISSI, “O Senhor nossa bandeira”, Ex 17. 8-15. Os carregados de

cuidados, aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, “O Senhor

nossa paz”, Jz 6.24. Os peregrinos na terra sentem a

necessidade de JEOVÁ-RAAH, “O Senhor meu pastor”, Sl 23.1.

Aqueles que se sentem sob a condenação e necessitados da

justificação, esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSIDKENU,

“O Senhor nossa justiça”, Jr 23.6. Aqueles que se sentem

desamparados aprendem que ele é o JEOVÁ-JREH, “O Senhor

que provê”, Gn 22.14. E quando o reino de Deus se houver

concretizado sobre a terra, será ele conhecido como JEOVÁ-

SHAMMAH, “O Senhor está ali”, Ez 48.35

c) EL (Traduzido “Deus”) É usado em certas combinações: EL-

ELYON, Gn 14. 18-20, o Deus Altíssimo. EL-SHADDAI, o Deus que é

suficiente para as necessidades do seu povo, Ex 6.3. EL-OLAM,

o Eterno Deus, Gn 21.33.

d) ADONAI (Significa literalmente Senhor ou Mestre e dá a

idéia de governo e domínio, Ex 23.17; Is 10. 16,33.

A DOUTRINA DE CRISTO

CRISTOLOGIA

(Do gr. Christhos, ungido + logia, estudo) Estudo

racional e sistemático que tem como objeto a vida e

obra de Cristo. É um dos compartimentos da teologia

sistemática. Tendo como fonte primária as Sagradas

Escrituras, a cristologia utiliza-se das ferramentas da

lógica para apresentar a doutrina de Cristo de

maneira ordenada e coerente, levando-se em conta

uma cadeia temática.

Saber quem é o Senhor Jesus Cristo, tem sido a preocupação

tanto de homens nobres e eruditos, como também de homens

comuns e simples; esse assunto tem sido o tema de muitas

discussões ao longo de toda a história da Cristandade.

Verdadeiramente, Jesus se mostrou um ser controverso para

os seus contemporâneos; havia muitas divergências a

respeito da sua pessoa, por exemplo: Porque comia e bebia,

para muitos, ele não passava de um comilão e beberrão, Mt

11.19; naturalmente, se não comesse nem bebesse, como João

Batista, haveriam de dizer que tinha demônios, Lc 7.33. Entre a

multidão que o seguia, havia muita dissensão a respeito dele;

diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não; muito pelo

contrário, ele engana o povo, Jo 7.12. Alguns escribas

blasfemaram dizendo que ele operava sinais pelo poder de

Belzebu, o príncipe dos demônios, Mc 3.22; e outros

criticaram-no porque comia com publicanos e pecadores,

Mt 9.11. Mas por outro lado, para o seu precursor, ele era o

“Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jo 1.29; para

os samaritanos que encontraram-se com ele no poço de Jacó,

não havia dúvidas, Ele era “Verdadeiramente o Cristo, o

Salvador do mundo”, Jo 4.42. Tomé, um dos seus discípulos, ao

vê-lo depois da ressurreição, exclamou: “Senhor meu e Deus

meu! Jo 20.28. O centurião e os que com ele guardavam a

sepultura chegaram à seguinte conclusão:

“Verdadeiramente, este era o Filho de Deus” Mt 27.54. Embora

houvesse muita controvérsia acerca dele, a Bíblia testifica

com inúmeros testemunhos que Ele é Deus, e, dentre os

muitos testemunhos bíblicos, o texto em apreço destaca a

célebre e tradicional declaração apostólica, proferida pelo

apóstolo Pedro por divina revelação, a qual enfaticamente,

afirma: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” Mt 16.16;

declaração semelhante foi também proferida

retumbantemente pelo próprio Pai, por ocasião do batismo

de Jesus no Rio Jordão: “Este é o meu Filho amado, em quem

me comprazo”, Mt 3.17. A Bíblia afirma que ele é o rei dos reis

e Senhor dos senhores, Ap 19.16, e o que você diz acerca

dele? O que pensa você a respeito do Maior Mestre de todos

os tempos ?

“O que Pensam os Homens Acerca

de Cristo”

O texto sagrado relata-nos que ao chegar às partes de

Cesaréia de Felipe, o Mestre interrogou aos seus discípulos,

dizendo-lhes: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?

Mt 16.13. E os discípulos que estavam bem inteirados da

opinião pública acerca do seu Mestre, responderam:

“Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos

profetas” Mt 16.14. Naturalmente, aqueles que o ouviam citar

a lei, diziam: “Este é Moisés”; e aqueles que viram o seu zelo

pela casa de Deus, expulsando corajosamente os cambistas

do templo, diziam: “Ele é Elias”; e aqueles que o viram chorar

sobre Jerusalém, diziam: “Ele é Jeremias”; e aqueles que o

ouviram pregando sobre a necessidade de arrependimento,

diziam: “Ele é João Batista”. Esta resposta dada pelos

discípulos, demonstrou que o povo em geral tinha uma falsa

idéia sobre a sua pessoa, pois, o nivelavam com as demais

pessoas dos sábios e profetas, e não viram que Ele era o

Salvador prometido, o Messias de Israel, o Filho de Deus, etc.

Então o Senhor se dirigiu aos seus discípulos, e lhes

interrogou: “E vós, quem dizeis que eu sou ? Mt 16.15, e , Simão

Pedro, respondendo, disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus

vivo”, Mt 16.16, ao que Jesus respondeu:

“Bem-aventurado és tu, Simão BarJonas, porque

não foi carne e sangue que to revelou, mas meu

Pai, que está nos céus” Mateus 16.17

A enfática declaração de Pedro, digna de louvor por

parte do Senhor, deixou claro que somente os discípulos

conheciam a verdadeira identidade da sua magnânima

pessoa, e, ao dizer que Simão fora revelado por Deus, Jesus

deixou claro que a percepção puramente humana é incapaz

de ver no homem chamado Jesus, o Deus criador dos céus e

da terra, isso somente se torna possível mediante uma

revelação divina. E hoje também não é diferente, somente

pela revelação do Espírito Santo, mediante a pregação do

Evangelho, que homens e mulheres confessam que Jesus

Cristo é o Senhor, e se tornam autênticos cristãos,

passando a desfrutar de íntima comunhão com ele, o único

meio de crescer na graça e conhecimento de Nosso Senhor e

Salvador Jesus Cristo, II Pe 3.18.

“As Especulações Sobre a Natureza do

Mestre”

No desenrolar da história da igreja surgiram várias

opiniões sobre a dupla natureza de Cristo, opiniões que

tornaram-se verdadeiros alicerces para inúmeras teorias

errôneas acerca da natureza de Cristo, analisemos algumas

delas:

“O Ebionismo”

autênticos cristãos,

Teoria oriunda do Judaísmo; Ébion, foi o autor dessa

teoria heresiarca surgida no II Século d.C., embora

reconhecesse que Jesus era o Messias prometido, negava

por completo a natureza divina de Jesus. Naturalmente, esse

ensino partiu do monoteísmo judaico, o qual considerava que

somente o Pai era Deus, e que Jesus era meramente humano,

portanto, consideravam Jesus um homem comum que fora

gerado por Maria e José, e não gerado pelo Espírito Santo no

ventre de Maria.

“O Gnosticismo”

A palavra “gnósticos”, tem origem no grego

“gnostikós”, que significa “conhecimento”. Tornou-se uma

escola que floresceu nos primórdios do Cristianismo,

contrariando as pregações dos apóstolos. Seus adeptos

diziam-se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito

de Deus. a essência dessa heresia é que consideravam a

matéria irremediavelmente má. Por isso diziam que a

humanidade de Cristo era apenas aparente, isto é, eles não

admitiam que Cristo sendo Deus tivesse um corpo real, já que

consideravam a matéria má; em outras palavras, diríamos

que esses heresiarcas negavam a humanidade de Cristo.

Embora os gnósticos causassem dano à igreja, foram muito

combatidos pelo apóstolo João que em suas epístolas, fazia

questão de provar ser o Senhor Jesus, verdadeiro homem e

verdadeiro Deus.

“O Arianismo”

O Arianismo, oriundo do Cristianismo, chamado assim

por causa do nome de seu fundador, Ário, um presbítero de

Alexandria no Egito (250-336 d.C.). A essência do seu ensino

era a negação da eternidade de Jesus, ou seja, negava a

integridade e a perfeição da natureza divina de Cristo.

A Bíblia ensina que Jesus é co-eterno com o Pai, pois o

próprio Senhor disse: “Eu e o Pai somos um, Jo 10.30. O

Arianismo foi condenado no Concílio de Nicéia em 325 d.C.

“O Apolinarianismo”

Teoria oriunda do Cristianismo, é assim chamada por

causa do nome do seu principal proponente, Apolinário, que

viveu entre 310-390 d.C.. Apolinário se opunha

vigorosamente ao Arianismo. Ele ensinava que Cristo era

divino e não havia natureza humana nele, segundo o seu

ensino, no lugar da natureza humana de Cristo, estava o logos

divino. O Apolinarianismo foi condenado pelo Concílio de

Constantinopla em 381 d.C.

“O Nestorianismo”

Teoria oriunda do Cristianismo, defendida por Nestório,

patriarca de Constantinopla. A essência do ensino herético

de Nestório consistia na afirmação de que as duas naturezas

de Cristo relacionavam-se de tal maneira que a humana e

divina eram claramente distintas uma da outra. Isso levava a

conclusão de que Jesus Cristo era duas pessoas separadas. O

nestorianismo foi rejeitado no Concílio de Éfeso em 431 d.C.

“O Docetismo”

Termo derivado do grego “dokeo”, que significa

“pensar” ou “parecer”. O Docetismo foi uma antiga heresia

Cristológica, a qual ensinava que Cristo não era homem, pois

jamais assumiu a forma humana. Jesus simplesmente

parecia ser o que não era. Sua aparência na carne era um

“fantasma”

“O Monarquianismo”

Teoria oriunda do Cristianismo. O Monarquianismo era

uma doutrina antitrinitariana que se desenvolveu no II e III

século, o seu ensino dizia que Deus era um único Ser, e Jesus

Cristo não era divino, mas um simples homem nascido de

forma miraculosa de uma virgem e depois adotado por Deus.

Esta idéia era também conhecida como adocionismo.

“O Monofisismo”

Teoria oriunda do Cristianismo, segundo a qual Jesus

possuía apenas uma natureza, essencialmente divina, e não

duas, como o Concílio de Calcedônia afirmava, porém, nesse

concílio realizado em 451 d.C., o Monofisismo foi

definitivamente condenado.

“O Ensino Bíblico sobre a Natureza de

Cristo”

A doutrina da Cristologia está fundamentada e também

demonstrada na Bíblia, pois, a Bíblia é a autoridade máxima

no que diz respeito às doutrinas fundamentais da fé cristã.

Portanto, a Bíblia ensina que Jesus era uma única pessoa que

possuía duas naturezas. A natureza divina de Cristo é

comprovada pelos nomes divinos que lhe são atribuídos,

pelos atributos e ofícios divinos que lhe são conferidos, por

sua própria declaração, e também pelos testemunhos

contidos nas Escrituras Sagradas.

“Nomes divinos atribuídos a Cristo”

1. Deus, Jo 1.1; Jo 20.28; Hb 1.8

2. Senhor, At 9.17; 16.31.

3. Filho de Deus, Mt 8.29; 14.33, 16.16; Jo 10.30,36.

“Atributos divinos atribuídos a Cristo”

1. Eterno, Jo 8.58; Cl 1.17; Ap 22.13; Hb 1.12

2. Onipotente, Jo 1.3; Mt 28.18; Ef 1.22.

3. Onisciente, Jo 16.30; 21.17; Ap 2.2,19; 3.1,8,15.

4. Onipresente, Mt 18.20; 28.20

“Ofícios divinos atribuídos a Cristo”

1. Criador, Cl 1.16

2. Sustentador de todas as coisas, Hb 1.3

3. Perdoador de pecados, Mt 9.2; Lc 7.48

4. Ressuscitador, Jo 2.19-21; 6.40; 10.17; 11.25.

5. Juiz, Jo 5.22; II Tm 4.1

“Testemunhos quanto à divindade de Cristo”

1. João Batista, Jo 1.34

2. O povo em geral, (cego de nascença) Jo 9.38; (o leproso) Mt

8.2; (Jairo) Mt 9.18; (mulher cananéia) Mt 15.22; (Maria, irmã de

Lázaro) Jo 11.27.

3. Os seus discípulos, Mt 14.33; Jo 6.69; Mt 16.16; Jo 20.28,31.

4. Os demônios e os ímpios, Lc 4.41; 8.28; Mc 3.11; 5.7; Mt 27.54.

5. Deus, o Pai, Mt 3.17; Mc 9.7.

6. O próprio Cristo, Mt 26.63,64.

“A Natureza humana de Cristo”

A humanidade de Cristo não diminui a sua divindade,

Jesus Cristo era cem por cento, Deus e, cem por cento,

homem; a união das duas naturezas na única pessoa de

Cristo é incompreensível à mente céptica, mas é uma

irrefutável verdade bíblica, observe:

1. Cristo teve um parentesco humano, Lc 3.23; Mt 13. 55,56.

2. Cristo se submeteu às leis normais de desenvolvimento

humano, Lc 2.52.

3. Cristo apresentou aspectos humanos.

a) Ele tinha aparência humana, Jo 4.9; Hb 2.14-17.

b) Ele foi chamado Filho do Homem, I Tm 2.5 (Ele se referiu-

se a si mesmo como Filho do Homem, várias vezes) Mt 8.20;

9.6; 10.23, 11.19; 12.8; 12.32; 12.40; 13.37; 13.41, 16.13, etc.

c) Sentia cansaço como nós, Mt 6.31; 8.24,25.

d) Sentia fome, sede e dor, Mc 2.15; Jo 4.7; Mc 14.33-38.

e) Sentia tristeza, Lc 19.41; Jo 11.35.

f) Identificou-se com a humanidade, Hb 4.15,16

“Considerações sobre a natureza de Cristo”

“Cristo era tão realmente homem como se não fosse Deus, e

era tão realmente Deus como se não fosse homem”

Truett

“Jesus foi o mais puro entre os poderosos, e o mais poderoso

entre os mais puros”

Jean Ritcher

“Rejeitando todos os milagres de Jesus, temos ainda o

milagre de sua própria vida, de sua personalidade!

Charles Bovee

“Em Jesus, as duas naturezas”

Em Jesus tudo se concretiza. Nele temos a Lei e o seu

cumprimento. Como Deus, ele é o seu autor, e como homem,

ele foi o único a cumpri-la; tornando-se dessa forma, o fim da

lei, como expressou Paulo em Romanos 10.4:

“Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que

crê”

Como Deus, ele é o Criador Poderoso; e como homem,

foi o mais sublime representante de toda a criação. Sendo o

Deus-Homem, Ele satisfez as exigências divinas e as

necessidades humanas. Como Deus, nEle se concentra tudo o

que o homem necessita de Deus; e como homem, nEle se

concentra tudo o que Deus requer dos homens. Assim sendo,

Ele é o ponto de encontro entre Deus e os homens; Ele tornou-

se o ponto convergente entre o céu e a terra, por isso, disse

Paulo que na plenitude dos tempos, em Jesus congregar-se-

ão todas as coisas, tanto as que estão no céu como as que

estão na terra, Ef 1.10. Ele é verdadeiramente o Deus Todo-

Poderoso e, ao mesmo tempo, o Homem perfeito. Portanto,

sendo Deus Todo-Poderoso, esvaziou-se de sua infinita e

majestosa glória, e tornou-se homem como nós, com

exceção do pecado; mas, tornando-se homem não deixou de

ser o Eterno Deus Todo-Poderoso. Aleluia!!!

“As duas Naturezas de Cristo demonstrada”

A Bíblia não somente ensina sobre as duas naturezas

de Cristo, ela faz uma verdadeira demonstração das mesmas.

1º) Na Tipologia Bíblica

“Farás também o altar de madeira de cetim; cinco côvados

será o seu comprimento, e cinco côvados, a largura (será

quadrado o altar), e três côvados, a sua altura. E farás as suas

pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas serão uma só

peça com o mesmo, e o cobrirás de cobre” Êxodo 27.1,2

Na madeira de cetim, temos um simbolismo da

natureza humana de Jesus, e, no cobre, a natureza divina, já

que o altar dos holocaustos é um tipo de Cristo.

2º) Na Profecia Bíblica

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o seu

nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da

Eternidade, Príncipe da Paz” Isaías 9.6

Como menino, Jesus nasceu e como Filho, Jesus foi dado;

como menino, ele é humano e como Filho, é Deus.

“E tu Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá,

de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens

são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”

Miquéias 5.2

Como humano, Jesus saiu por Belém, mas como divino,

suas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da

eternidade.

3º) No Ministério Terreno

“E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade

de vento no lago, e o barco enchia-se de água, estando eles

em perigo. E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo:

Mestre, Mestre, estamos perecendo. E ele, levantando-se,

repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se

bonança” Lucas 8.23,24.

Como homem, sentiu-se cansado e adormeceu, mas como

Deus, levantou-se, repreendeu o vento, e o mar lhe obedeceu.

“Jesus chorou. E, tendo dito isso, clamou com grande voz:

Lázaro vem para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés

ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-

lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir” João 11. 35,43,44

Como homem, Jesus chorou; e como Deus ressuscitou a

Lázaro.

4º) Na saudação apocalíptica.

“....Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela

da Manhã” Apocalipse 22.16b

Como raiz, Jesus antecede a Davi, e como geração, Jesus veio

depois, como raiz ele é divino e como geração é humano.

Jesus como homem, teve mãe e não teve pai; porém,

como Deus, tem Pai e não tem mãe. Portanto, Maria não é mãe

de Deus, e sim, mãe do corpo humano de Jesus. Como homem,

Jesus nasceu, e como Deus é preexistente; como homem

estava limitado ao tempo e ao espaço, mas como Deus é

infinito e, está acima do tempo e do espaço. Como homem,

José e Maria exerceram influência sobre a sua vida, Lc 2.48,

mas como Deus, ele era o Salvador de Maria, Lc 1.47.

Jesus não é metade homem e metade Deus, ele é 100%

homem e 100% Deus, também as suas duas naturezas não se

manifestavam simultaneamente de acordo com a

necessidade de cada uma, as duas naturezas coexistiam, ele

nunca deixou de ser o Deus Todo-Poderoso, e nunca deixou

de ser também o homem perfeito; de maneira que tanto faz

dizer que ele é o Deus-Homem como Homem-Deus. Glória a

Jesus !!!

COMENTÁRIO DO ERUDITO MARTIN J. SCOTT

Como todos os cristãos sabem, a encarnação significa

que Deus, isto é, o Filho de Deus se fez homem. Isso não quer

dizer que Deus tornou-se homem, nem que Deus cessou de

ser Deus e começou a ser homem; mas que, permanecendo

como Deus, Ele assumiu ou tomou uma natureza nova, a saber,

a humana, unindo esta à natureza divina no ser ou na

pessoa, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Na festa das bodas de Caná, a água tornou-se em vinho pela

vontade de Jesus Cristo, o Senhor da criação, Jo 2. 1-11. Não

aconteceu assim quando Deus se fez homem, pois em Caná a

água deixou de ser água, quando se tornou em vinho, mas

Deus continuou sendo Deus, quando se fez homem. Um

exemplo que nos poderá ajudar a compreender em que

sentido Deus se fez homem, ainda que não ilustra de maneira

perfeita a questão, é aquela de um rei que por sua própria

vontade se fizera mendigo. Se um rei poderoso deixasse seu

trono e o luxo da corte, e tomasse os trapos de um mendigo,

vivesse com mendigos, compartilhasse de seus sofrimentos,

etc., e isto, para poder melhorar-lhes as condições de vida,

diríamos que o rei se fez mendigo, porém, ele continuaria

sendo verdadeiramente, rei. Seria correto dizer o que o

mendigo sofreu era o sofrimento de um rei.

Sendo que Jesus Cristo é Deus e homem, é evidente

que Deus de alguma maneira, é homem também. Agora, como

é que Deus é homem? Está claro que ele nem sempre foi

homem, porque o homem não é eterno, mas Deus o é. Em um

certo tempo definido, portanto, Deus se fez homem tomando a

natureza humana. Que queremos dizer com a expressão

“tomar a natureza humana?” Queremos dizer que o Filho de

Deus, permanecendo Deus, tomou outra natureza, a saber, a

do homem, e a uniu de tal maneira com a sua, que constituiu

uma pessoa, Jesus Cristo. A encarnação, portanto, significa,

que o Filho de Deus, verdadeiro Deus desde toda a eternidade,

no curso do tempo se fez verdadeiro homem também, em uma

pessoa, Jesus Cristo, constituída de duas naturezas, a

humana e a divina. Isso, naturalmente é um mistério. Não

podemos compreendê-lo, assim como tão pouco podemos

conceber a própria Trindade. Há mistérios em toda parte.

Não podemos compreender como a erva e a água, que

alimentam o gado, se transformam em carne e sangue. Uma

análise química do leite não demonstra conter ele nenhum

ingrediente de sangue, entretanto, o leite materno se torna

em sangue e carne da criança. Nem a própria mãe sabe como

no seu corpo se produz o leite que dá a seu filho. Não

devemos, pois, estranhar se não podemos compreender a

encarnação de Cristo. Cremos nela porque Aquele que a

revelou é o próprio Deus, que não pode enganar nem ser

enganado.

NOTA:

Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorificá-la e

desta maneira adaptá-la para um destino celestial. Por

conseguinte, formou um modelo, por assim dizer, pelo qual a

natureza humana poderia ser feita à semelhança divina.

Ele, o Filho de Deus, se fez Filho do homem, para que os filhos

dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus, Jo 1.2, e um

dia serem semelhantes a Ele, I Jo 3.2,; até os corpos dos

homens serão conforme o seu corpo glorioso, Fp 3.21. O

primeiro homem, Adão, da terra, é terreno, o segundo homem,

o Senhor é do céu, I Co 15.47; e assim, como trouxemos a

imagem do terreno, assim traremos também a imagem do

celestial, I Co 15.49, porque o último Adão foi feito em espírito

vivificante. Porém, o obstáculo a impedir a perfeição da

humanidade era o pecado, o qual, ao princípio, privou Adão da

glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do

pecado e de seu poder, o Filho de Deus morreu como

sacrifício expiatório. O credo de Nicéia (Século IV), expressa

fielmente a convicção da igreja primitiva:

“Cremos em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o

Unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus,

Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não

feito; sendo da mesma substância que o Pai; pelo Qual foram

feitas todas as coisas que estão no céu e na terra, e o Qual

por nós os homens e por nossa salvação desceu, encarnou e

foi feito homem, sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e

ascendeu ao céu, donde virá outra vez para julgar os vivos e

os mortos”

LIÇÃO 4

A DOUTRINA

DO ESPÍRITO SANTO

PNEUMATOLOGIA OU

PARACLETOLOGIA

INTRODUÇÃO

Pneumatologia é a ciência que estuda a existência do

Espírito Santo, sua natureza divina, seus atributos e

manifestações, seu relacionamento com Deus e com Cristo,

bem como sua atuação em relação ao universo físico e

espiritual, os seres e as coisas. Muitos têm empreendido

enormes esforços para negar sua existência e poder. Há os

que negam a sua personalidade argumentando que a palavra

“Espírito” é a tradução dos termos “Ruar” no hebraico, e

“pneuma” no grego, os quais pertencem ao gênero neutro;

porém, ao consideramos o que a Bíblia expõe quanto à sua

personalidade, certificamo-nos de que ele não é

simplesmente uma influência. Ele é uma pessoa divina. Ao

referir-se a ele, a Bíblia utiliza-se de pronomes pessoais,

como: “Ele, aquele, dele, etc.

O CONSOLADOR

Você compreenderá que este título não pode ser

atribuído a nenhuma influência ou força impessoal e

abstrata. Em I Jo 2.1, a mesma palavra é traduzida por

advogado, e tem relação a Cristo. Em Jo 14.16, o Espírito Santo

é o outro Consolador, enviado pelo Pai, para substituir a

Cristo, uma pessoa divina. Este outro Consolador viria para

ministrar aos discípulos como Jesus fazia. Uma mera

influência impessoal não pode substituir uma pessoa, nem

desempenhar sua funções. Só o Espírito Santo, a terceira

pessoa da Trindade, poderia tomar o lugar de Jesus, o maior

personagem que já viveu no mundo e ministrou aos homens.

O Espírito Santo é uma pessoa que identifica-se com o Pai,

com o Filho e com o cristão, fato implícito na ordenança do

batismo e na bênção apostólica, Mt 28.19; II Co 13.13.

Em Mt 28.19, se lê: “Em nome” e não “nomes”,

significando que todos os três são pessoas igualmente. Você

poderia até rir, se lesse:

“Batizando-os em nome do Pai, do Filho e de uma influência”,

ou “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a

comunhão do poder”.

Nada disso seria aceito por uma mente sadia, uma

consciência iluminada.

Pelos textos que vamos citar, você verá que o Espírito Santo é

descrito de tal modo que não pode haver duvida alguma

quanto à sua personalidade.

Provas de sua Personalidade:

1. O Espírito Santo pensa, Rm 8.27 (O texto fala da mente)

2. Ele tem vontade, I Co 12.11 (Distribui como lhe apraz)

3. Ele sente tristeza, Ef 4.30

4. Ele pode ser resistido, At 7.51

5. Ele ensina, Jo 14.26; I Jo 2.27.

6. Ele fala, Ap 2.7; At 13.2; 21.11; 28.25.

7. Ele dirige, Gl 5.18; At 8.29.

8. Ele intercede, Rm 8.26

9. Ele convence, Jo 16.8

O Espírito santo é suscetível de trato pessoal, tanto é que,

alguém pode mentir perante o Espírito Santo, At 5.3, como

também pode blasfemar contra Ele, Mt 12. 31,32.

NOMES DO ESPÍRITO SANTO

São diversos os nomes dados ao Espírito Santo, que

provam a sua natureza divina. Não nos é possível

mencionar todos os títulos atribuídos ao Espírito Santo,

contudo, faremos menção de alguns.

1. Espírito de Deus, I Co 3.16

2. Espírito Santo, Ef 4.30

3. Espírito de Cristo, Rm 8.9

4. Espírito de Vida, Rm 8.2

5. Espírito de Adoção, Rm 8.15

6. Espírito de Verdade, Jo 16.13

7. Espírito de Jesus, At 16.7

8. Espírito de Graça, Hb 10.29

9. Espírito da Promessa, Ef 1.13

10. Espírito da Glória, I Pe 4.14

Outras Provas de sua Divindade:

1. Ele é chamado de Deus, At 5.,3,4.

2. É Senhor da Igreja, At 20.28.

3. É onipresente, Sl 139. 7-10.

4. É onisciente, I Co 2.9-11.

5. É onipotente, Lc 1.35

6. É Co-autor da criação, Jó 26.13; Sl 104.30.

7. É eterno, Hb 9.14.

O Espírito Santo convence o pecador, Jo 16.8, opera nele a

regeneração, Jo 3.3-5, passa a habitar nele, Jo 14.17, então,

ensina-o, Jo 14.26; Lc 12.12, torna-se o seu guia, Jo 16.13; Rm

8.14, ajuda-o nas suas fraquezas, Rm 8.26, e ainda o santifica, I

Pe 1.2.

MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

1. Na Criação, Gn 1.2 (Lei da incubação)

2. Em Israel, Ez 37. 1-10.

3. Em Cristo, Lc 4.18.

4. Na Igreja, At 19.6; 10.44-46; 11.15.

5. No mundo, Jo 16. 8-11.

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

“O Fogo”

“O Fogo ilustra as diversas operações do Espírito Santo na

vida do crente”

O fogo derrete a cera da impiedade, Sl 68.2

O fogo purifica, Ml 3. 2,3.

O fogo aquece, Lc 22.55; Sl 39.3; 104.4; Is 44.16.

O fogo ilumina, Ex 13.21; Sl 78.14; II Co 4.6.

O fogo quebra, Jz 16.9.

O fogo prova, I Pe 1.7.

O fogo limpa, Nm 31.23

O fogo tem conexão com a glória de Deus, II Cr 7.1; Zc 2.5.

O fogo fala da aprovação divina, Lv 9.24

a) Fogo na cabeça, Rm 12.20 b) Fogo na mão, Ez 10.2 c) Fogo

nos pés, Dn 3.25; Rm 16.20 d) Fogo na boca, Is 6. 6,7. e) Fogo

no coração, Sl 39.2,3.

O fogo relaciona-se com a Palavra de Deus, Jr 20.9

O fogo é símbolo da sua presença, Ex 3.2; At 2.3.

O fogo fala de juízo, tanto para os salvos I Co 3.13-15, como

para os perdidos, Mt 3.10.

O ferreiro leva o aço ao fogo para amolecer e para

torná-lo mais duro. O Espírito Santo, torna o crente mais

brando, e o torna também mais forte, mais resistente, mais

calejado, leia At 20. 23,24.

Água, Rio, Chuva

Cristo, a fonte, Jo 7.37-39

Cristo, a Rocha ferida, Ex 17.6; I Co 10.4

O Rio procede do altar, Ez 47.

Água pelos artelhos, Ez 47.3, pelos joelhos, Ez 47.4, pelos

lombos, Ez 47.4, água profunda, Ez 47.5, água sanadora, Ez 47.8,

produz fruto, Ez 47.12

A chuva vem do céu, Is 55.10, o Espírito Santo também, At

2.33.

PROPORÇÃO

Água de um odre, Jo 7.37 – (Acomodação, vida espiritual

raquítica)

Água de um poço, Jo 4.6,13 – (A proporção que recebemos

depende da disposição de buscar)

Água a jorrar, Jo 4.14 – (Ilimitada)

Qual é a sua escolha? Um odre, um poço ou a Fonte?

UTILIDADE

Água refresca e dessedenta, Sl 42.2; 23.2

Água faz brotar as árvores e a erva, Jó 14.9; Is 44.3,4.

Água limpa ou lava, Hb 10.22, Tt 3.5

Água suporta carga, I Pe 3.20, o Espírito também, Nm 11.11-17.

A água é indispensável a vida, o Espírito também é, Rm

8.2,10.

O AZEITE

Azeite na orelha, Lv 14.17

a) Para ouvir a Palavra de Deus, Ap 2.17; Tg 1.19.

Azeite na mão, Lv 14.17

a) Para bendizer ao Senhor, Sl 134.2.

b) Para orar pelos enfermos, Mc 16.18

c) Para trabalhar, Ef 4.28

Azeite no pé, Lv 14.17

a) Para andar no Espírito, Gl 5.16

b) Para pregar o evangelho, Is 52.7; Sl 126.6

c) Para em breve, esmagar o inimigo, Lc 10.19; Rm 16.20

Azeite no rosto, Sl 104.15

a) Brilho da alegria espiritual, II Co 3.18.

b) Óleo sobre a cabeça, Ec 9.8

Azeite em outras vasilhas, II Rs 4.4-6.

Bênçãos para outras pessoas, Lc 1.41.

Azeite nas feridas, Lc 10.34

Símbolo da restauração pelo Espírito.

USO ESPECIAL

Era proibido fabricar outro com a mesma composição, Ex

30.32,33.

Significa que ninguém pode imitar o Espírito Santo

Era proibido usar o óleo para fins particulares, Ex 30.32.

Significa que o Espírito Santo não pode ser usado. Ele é que

usa os seus servos.

UNÇÃO

TRIPLA UNÇÃO

1ª) No leproso, Lv 14.18 (PURIFICAÇÃO)

2ª) Sacerdotes e profetas, Ex 30. 29,30 (SANTIFICAÇÃO)

3ª) Rei, I Sm 16.13 (PODER)

NA IGREJA PURIFICAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E PODER

Para enxergar perfeitamente, Ap 3.18

Para comunicar conhecimento, I Jo 2.20; I Co 2. 9,10

Para os doentes, Mc 6.13; Tg 5.14.

O SELO

Propriedade, Rm 8.9

Ilustração – Em Éfeso, nos dias do apóstolo Paulo, este

costume era comum. Um comerciante ia a uma floresta

selecionar para si certas madeiras de lei, imprimindo nelas o

seu selo, um conhecido sinal de propriedade, mais tarde

mandava o seu servo com o seu sinete correspondente para

identificar e transportar a madeira, na qual era visto o dito

selo.

O selo fala de legitimidade e autoridade

Nos documentos, Dn 12.4; Ap 5.1.

Exemplo de autoridade na sepultura de Jesus, Mt 27.66.

Violar aquele selo era afrontar o governo romano.

Segurança e Preservação

Nas conservas de frutas e vegetais é posto um lacre para

evitar deterioração, da mesma forma, somos preservados da

má influência deste mundo contaminado.

A POMBA

O Espírito Santo desceu sobre os discípulos no

Cenáculo em forma de fogo, porque havia o que queimar. Mas

sobre Jesus, desceu em forma de pomba, símbolo da pureza e

da inocência de Jesus.

A Pomba nos Dias de Noé.

A Pomba saiu da arca depois do dilúvio, Gn 8.8-12. O Espírito

Santo desceu sobre a Igreja depois do juízo de Deus no

Calvário, At 2.14; Rm 6. 3-5.

A pomba foi enviada três vezes, na terceira vez ficou, Gn 8. 8,9;

10. 11,12. O Espírito Santo foi enviado três vezes, primeira

sobre os Profetas, I Pe 1.10-11, na segunda vez sobre Jesus, Lc

4.18, e na terceira sobre os discípulos no Pentecostes, para

ficar, At 2.1-4.

A Pomba fala de simplicidade e ternura, Mt 10.16.

A Pomba fala de pureza, Mt 5.8

Pomba come sementes limpas, Rm 12.9

O VENTO

O Vento Alimenta

Sem ar não há vida. E sem o Espírito Santo não há vida

Espiritual, Ez 37.9,10.

Sem ar não há comunicação, Ap 1.10

Através do Espírito Santo o homem fala com Deus e Deus fala

com o homem, Rm 8.26; Lc 4.18.

O Vento opera o refrigério.

O Espírito Santo opera trazendo o refrigerado senso da

presença de Deus, At 3.19,20.

O Vento limpa ou purifica.

O Vento elimina a praga, Ex 10.19

Praga do conformismo, Rm 12.2

Praga dos mexericos, Lv 19.16; Pv 11.13; 10.19.

Praga da preguiça, Pv 6.6.

Praga da mentira, Pv 6.17.

Praga da inveja, Pv 14.30.

O Vento opera a agitação e calma

Agita a água, Mc 4.37 como também a aquieta, Gn 8.1

O Vento movimenta ferramentas pneumáticas.

Ferramentas de corte, bola de encher.

O Espírito impeliu Sansão para Dã, Jz 13.25.

O Espírito moveu os profetas, II Pe 1.21.

O Vento conserva a chama, Jó 33.4; Jo 20.22.

O ESPÍRITO SANTO NOS LÍDERES ANTIGO TESTAMENTO

“E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com

eles, e te mudarás em outro homem” I Samuel 10.6

Na vida de José

Capacidade para revelar mistério, Gn 41.16-31.

Sabedoria para administrar, Gn 41.38.

Na vida de Moisés,

Autoridade para liderar, Is 63.11.

Na vida dos setenta anciãos de Israel

Para auxiliar, Nm 11. 16,17 e também para profetizar, Nm 11.25.

Na vida de Bezaleel e seus companheiros.

Para inventar, Ex 31.3,4.

Para realizar, Ex 31. 3,4.

Para auxiliar, Ex 31.6

Para ensinar, Ex 35.34

“Aprendemos que o egoísmo não provém do Espírito de Deus”

Na vida dos Juízes.

Otniel, Jz 3.10,11.

Gideão, Jz 6.34; 7.12.

Jefté, Jz 11.29.

Sobre Sansão está escrito que o Espírito do Senhor se

apossou dele tão possantemente ... Que feriu um leão, Jz 14.5,6

O Espírito do Senhor se apossou dele tão possantemente que

feriu aos trinta asquelonitas, Jz 14.19.

O Espírito do Senhor possantemente se apossou dele que

feriu a mil homens com uma queixada de jumento, Jz 15.15.

Os gazitas fecharam as portas da cidade, Jz 16.2, porém,

Sansão cheio do Espírito Santo arrancou as portas da cidade

com as ombreiras e trancas, Jz 16.3.

Para o crente cheio do Espírito Santo não há portas que o

detém, exemplo: Pedro, At 12.10 e Paulo e Silas, At 16.26

Na vida dos reis

Sobre Saul, a Bíblia diz:

O Espírito do Senhor se apoderou dele, e o capacitou para

profetizar, e o mudou em outro homem, I Sm 10.6, 9,10.

Sobre Davi, a Bíblia diz:

E desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se

apoderou de Davi, I Sm 16.13.

Matou um Leão, I Sm 17.34

Matou um urso, I Sm 17.34

Matou o gigante Golias, I Sm 17.49

O crente cheio do Espírito Santo vence também o

Leão, uma figura do inimigo, o urso, uma figura da

carne, e o gigante, uma figura do mundo.

O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO

Na vida de João Batista

Antes do seu nascimento, Lc 1.15.

No seu crescimento, Lc 1.80

No seu ministério, dando-lhe autoridade para exortar o povo a

fim de preparar o Caminho do Senhor, Lc 3. 2-4.

Na firmeza com que anunciava, Lc 3. 5,6.

Na energia com que denunciava o pecado, Lc 3. 7-9.

Na segurança com que ensinava o caminho, Lc 3. 10-14.

Na convicção com que predizia o caráter sobrenatural de

Jesus, Lc 3. 16,17.

Na Vida de Jesus.

Na geração, Lc 1. 34,35.

Na identificação de Jesus no templo, Lc 2. 25-33.

No batismo de Jesus, Mt 3.13-17; Lc 3.21,22.

Na tentação no deserto, Mt 4.1; Mc 1.12.

No seu ministério, Lc 4.18.

Na sua morte e ressurreição, Rm 8.11

Na Igreja

Prometido por Jesus, At 1.5

Mediado por Jesus, At 2.33

Enviado por Jesus, Jo 14.26; 16.7.

Nos crentes para testemunhar, At 1.8.

Na ordenação de ministros, At 13.1-4.

Na solução das divergências entre judeus e gentios, At 15.

Na orientação da obra missionária, At 16.6,7,9.

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

No dia de Pentecostes ocorreu um dos maiores

eventos da Igreja Cristã. Aos cento e vinte, homens e

mulheres, que estavam no Cenáculo, veio uma experiência

que resultou em completa mudança de suas vidas. Não eram

mais aqueles de outrora. Aquele João que desejava um lugar

ao lado do trono de Cristo, aquele Pedro que o negara perante

uma serva do sumo sacerdote, agora estavam dominados

pelos melhores sentimentos de altruísmo e abnegação.

O Espírito Santo é que transformou radicalmente a vida

daqueles crentes. A esta experiência que tem sido vivida por

milhões de servos de Deus durante os séculos do

cristianismo, chamamos de batismo com Espírito Santo. O

evento do batismo com o Espírito Santo não surpreendeu,

nem trouxe confusão aos estudantes das Escrituras do Antigo

Testamento, pois o batismo com o Espírito Santo era uma

bênção já prometida, relacionada com o plano divino da

salvação em Cristo, e foi predita conforme as afirmativas

bíblicas, a seguir:

Através do rei Salomão, no ano 1000 a.C., Pv 1.23.

Através do profeta Joel, no ano 800 a.C., Jl 2.28-32.

Através do profeta Isaías, no ano 700 a.C., Is 44.3.

Através do profeta Zacarias, no ano 487 a.C., Zc 12.10.

Através do profeta João Batista, no ano 27 a.D., Mt 3.11.

Através do próprio Senhor Jesus, At 1.4,5,8.

O batismo com o Espírito Santo é para todos que

professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim,

receberam o Espírito Santo para neles habitar. Quase sempre

há um intervalo entre o dia da conversão e o batismo no

Espírito Santo. O fato de haver o Senhor ensinado aos seus

discípulos já salvos, que esperassem “a promessa do Pai”,

bem revela que a experiência do revestimento com o “poder

do alto” pode vir algum tempo depois da conversão. É certo

que às vezes, a experiência do batismo com o Espírito Santo

ocorre logo após a conversão, especialmente se a pessoa já

está instruída e crê nas duas bênçãos. Quando uma pessoa

está faminta das bênçãos de Deus e se entrega ao Senhor de

coração, o céu se abre para ela de modo maravilhoso.

PARA QUEM É A PROMESSA DO BATISMO?

Para os apóstolos, At 2.4.

Para os discípulos em geral, At 2.4

Para os samaritanos, At 8.14-17.

Para os gentios, At 10.44-47.

Para os crentes, Pv 1.23.

Para os sedentos, Is 44.3

Para os Israelitas e seus filhos, At 2.39

Para os que estão longe, At 2.39.

Para tantos quantos nosso Senhor chamar, At 2.39.

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E AS

CIRCUNSTÂNCIAS

Não depende de merecimento próprio.

Não depende de métodos.

Não depende da postura.

Não depende do lugar, isto é, do local.

Não depende do horário

QUEM ESTÁ PREPARADO PARA RECEBER?

Quem é convertido, Pv 1.23.

Quem sente sede, Is 44.3.

Quem está frio e seco, mas decide buscar, Is 44.3.

Quem é novo na fé, At 10.44-48.

Quem se sente tocado por Deus, mesmo antes tendo sido

rebelde, At 2.39; Sl 68.18.

Qualquer crente que busca com fé, Jo 7.37; Lc 11.13

COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?

Com fé, Gl 3.14; Lc 11.13; Mt 7.7; Tg 1.6.

Em obediência ao Evangelho, At 5.32; Lc 24.49; At 1.4,12,13.

Esperando em constante oração, At 1.4,14; Lc 18.1.

Com oração importunadora, Lc 11.5-13.

Tendo real sede de poder, Is 44.3; 41.17,18; Sl 143.6; Ap 21.6.

Buscando oportunidade, At 8.14-17; 10.44.

RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Produz união fraternal, At 4.32,33; Rm 15.5-7.

Produz fruto do Espírito, Jo 15.16; Gl 5.22.

Produz atitude vitoriosa, At 7. 55-60.

Produz identidade cristã, At 4.13,14; 11.22,23,26.

Produz vida de gozo, At 13.52; 2.46.

Produz multiplicação de maravilhas, Hb 2.4; Rm 15.18.

Produz homens e mulheres espirituais, I Co 2.16; At 16.6,7.

O crente deve começar no Espírito, Gl 3.3; viver no

Espírito, Gl 5.25; Rm 8.1; pregar no Espírito, I Ts 1.5; e

finalmente terminar no Espírito, Gl 3.3.

COMO PERMANECER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?

1. Mantendo uma vida de oração, At 4.31.

2. Evangelizando, At 4.31,33.

3. Tendo uma vida de renúncia, testemunho e santificação.

4. Adorando e louvando a Deus, Ef 5.18,19.

A EVIDÊNCIA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

O falar noutras línguas, ou a glossolália, desde os

primórdios da igreja, têm se constituído como um sinal da

parte de Deus para evidenciar o batismo com o Espírito Santo.

Alguns perguntam por que o povo pentecostal admite o falar

línguas como evidência individual do batismo no Espírito,

quando também houve , línguas repartidas como que de fogo

e um som como de um vento impetuoso no dia de

Pentecostes. É verdade que as três coisas se manifestaram

na mesma ocasião, mas conforme registra o livro de Atos,

entretanto, somente o falar em outras línguas ocorreu outras

vezes quando os primitivos cristãos receberam o batismo

com o Espírito Santo, em diferentes lugares e ocasiões.

Podemos admitir que Deus escolheu o falar em outras

línguas como evidência do batismo, observe as provas

bíblicas deste argumento:

No dia de Pentecostes, houve línguas, At 2.4.

Na casa de Cornélio, houve línguas, At 10. 45,46.

Embora o relato bíblico não declara que os crentes em

Samaria falaram línguas, contudo, inferimos do texto que

houve línguas, porque qual teria sido o sinal visível que

ensejou a Simão oferecer dinheiro aos apóstolos para que a

ele também fosse dado o poder de impor as mãos e os

crentes receberem o Espírito Santo, At 8. 18,19.

Em Éfeso, houve línguas, At 19.6

Concluímos que foi o próprio Deus quem constituiu o falar em

outras línguas, como uma confirmação física do recebimento

do batismo com o Espírito Santo. Contudo, o simples fato de

alguém falar noutras línguas, ou exercitar outra

manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da

obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode

imitar as línguas estranhas como fazem os demônios. Somo

advertidos pela Bíblia a não crermos em todo espírito, e

averiguarmos se tais experiências espirituais procedem

realmente de Deus, I Jo 4.1. Os crentes primitivos falavam

línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que

falassem, At 2.4; e não como algo aprendido nem ensinado.

OS DONS ESPIRITUAIS

Poucos assuntos no Novo Testamento são tão

importantes quanto os Dons do Espírito. Paulo, no capítulo 12

de I Coríntios, descreve a Igreja como o corpo de Cristo e

afirma que os crentes são membros desse corpo, com

diferentes dons, provindos de Deus, pelo Espírito Santo, do

mesmo modo como os membros do corpo humano têm

diferentes funções para diversos propósitos. Os Dons do

Espírito são os meios pelos quais os membros do corpo de

Cristo são habilitados e equipados para a realização da obra

de Deus. Sem os dons do Espírito, ao invés de a Igreja ser um

organismo vivo e poderoso, seria apenas mais uma

organização humana e religiosa. A manifestação dos dons

espirituais eleva a atuação da igreja da esfera do natural

para a transcendental esfera do sobrenatural.

A DOUTRINA

Não devemos ignorar os dons, I Co 12.1.

Deus é quem dá os dons à igreja, Rm 11.29.

Os dons revelam a Igreja ao mundo como sendo o corpo de

Cristo, Ef 1.22,23; I Co 12.12.

Os dons são para benefícios de toda a comunidade, I Co 4.1;

I Pe 4.10.

Os dons destinam-se a Igreja, I Co 12.7

Os dons devem promover edificação, exortação e

consolação, I Co 14.3.

A Bíblia descreve nove dons do Espírito, os quais são

classificados em três diferentes grupos, como segue:

I - DONS DE REVELAÇÃO

1. Palavra de sabedoria

2. Palavra de conhecimento ou ciência

3. Discernimento de espíritos

II – DONS DE ELOCUÇÃO

1. A Profecia

2. A variedades de línguas

3. a interpretação de línguas

III – DONS DE PODER

1. Fé

2. Dons de curar

3. Operação de milagres ou maravilhas.

A PALAVRA DE SABEDORIA

Sabedoria para temer a Deus, Jó 28.28; Pv 1.7.

Sabedoria para livrar-se do mal, Mt 6.13; Jó 1.8.

Sabedoria para aconselhar, Pv 12.20; 15.2.

Sabedoria para glorificar a Deus em hora crítica, Mt

10. 18,19.

Sabedoria para ganhar almas, Pv 11.30.

Sabedoria para ensinar, Dn 12.3; I Co 2. 1-4.

Sabedoria para solucionar casos difíceis, At 6. 3,10;

15.28.

A PALAVRA DE CIÊNCIA

“Revela mistérios de Deus”

Mistério Deus-Cristo, Cl 2. 2,3.

Mistério da piedade, I Tm 3.16.

Mistério Cristo em vós, Cl 1. 26,27.

Mistério da fé, I Tm 3.9.

Mistério da Igreja, Ef 5.32.

Mistério do Evangelho, Ef 6.19.

Mistério da sua vontade, Ef 1.9.

Mistério do Arrebatamento, I Co 15.51.

Revela o oculto, I Sm 16.7; Jo 2.24,25; 1. 47,48; 4. 16-18; II Rs 5.25-27

O DISCERNIMENTO DE ESPÍRITO

“Tipos de espíritos”

Espíritos malignos, Mt 17.21; I Co 10.21.

Espírito de inveja, At 5.17; Fp 1.15; Mc 7.22.

Espírito de homicídio, II Sm 3.27; Jo 8.44; Ap 22.15.

Espírito de vaidade, Sl 4.2; Ef 4.17.

Espírito de ambição, Mc 4.19.

Espírito de traição, II Sm 3.27.

Espírito de apostasia, II Ts 2.3; Lc 18. 8,9.

Espírito de enfermidade, Lc 13. 12-16.

A PROFECIA

Consolar, edificar e exortar, I Co 14.3.

Este dom não se destina a dirigir ou estabelecer normas, At

11. 28; 21. 11.

É um sinal para os fiéis, I Co 14.22.

VARIEDADES DE LÍNGUAS

Por que falar línguas?

Porque falaremos melhor com Deus, I Co 14.2.

Porque falaremos em mistérios, I Co 14.2.

Porque nós nos edificaremos melhor, I Co 14.4.

Para a complementação do culto, I Co 14.26.

É um sinal para o infiel, I Co 14.22.

Porque oraremos melhor, I Co 14.15; Rm 8.26.

Porque engrandecemos a Deus, At 10.46.

Conduto, o dom de Variedades de Línguas somente deve ser

exercitado para toda a comunidade se houver intérprete,

caso contrário, o crente deve falar consigo mesmo e com

Deus.

INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

A interpretação é feita sobrenaturalmente.

Temos as línguas como sinal, I Co 14. 2,28.

Temos as línguas como dom, I Co 12.30

Línguas como dom só deve ser exercitado em

conjunto com a interpretação, I Co 14.28.

O crente não pode esquecer que este dom é

limitado, I Co 14. 26,27.

O DOM DA FÉ

Fé salvadora, Tt 1.4; Jd 3, 20.

Fé que vem pela pregação, Rm 10.17; Ef 2.8.

Fé como fruto do Espírito, Gl 5.22.

Fé – Dom do Espírito, I Co 12.9.

OS DONS DE CURAR

São dados à igreja, Mc 16.17,18; At 14. 1-4; 10.38; 5. 11,12.

Constituem numa confirmação à pregação, Mc 16.20.

Vemos no ministério de Estevão, At 6.8.

Vemos no ministério de Pedro, At 4. 6,7; 9. 32-43.

Vemos no ministério de Felipe, At 8.7.

Vemos no ministério de Paulo, At 14.8-10; 28.8,9.

A OPERAÇÃO DE MARAVILHAS

No ministério de Moisés, Ex 4.17; 7.20,21; 8.5,6,17; 9.10,23-25.

No ministério de Josué, Js 3.13-17; 10.12-14.

No ministério de Jesus, Mt 8.26; Jo 11.43,44.

No ministério de Paulo, At 13.10,11; 20.9-12.

“Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no

Céu e na terra; Ele livrou Daniel do poder dos

leões”, Daniel 6.27