IBGE finalmente sai de Mangueira · IBGE finalmente sai de Mangueira Último setor a abandonar o...

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IBGE IBGE finalmente sai de Mangueira Último setor a abandonar o velho prédio da Mangueira, no Rio, o Sistema Central de Computação do IBGEjá está instalado, com sucesso, na Rua Gal. Canabarro, no Mara- canã. Desligado no dia 29 de janeiro às 12 h e reiniciado no dia 1 o de fevereiro às 14 h, no novo endereço, a interrupção não provocou a perda nem de dados nem de equipa- mentos, não tendo sido necessário, tampouco, utilizar os esquemas de emergência que haviam sido montados pela equipe da DI (Diretoria de Informática) em caso de pane. Atualmente, 40 pessoas trabalham t\. em quatro turnos, revezando-se dia e noite numa operação ininterrup- 1 · .. · •. - •. ta que mantém cerca de 15 circuitos de dados interligando o IBGE interna e externamente a bancos, IPEA, SIAS etc .. Com a mudança, alguns links fo- ram abandonados, seja por falta de uso, como o da FGV e do Arquivo Na- cional ou por terem sido substituídos, como o da IBM, destinado ao suporte e que passou a ser feito através da Internet. Embora todo o planejamento da mudança tenha sido feito pelo pessoal do próprio IBGE, sem a contratação de consultorias externas, as novas ins- talações exigiram um ano de trabalho e um bom número de obras civis de adaptação: teto e piso falsos para em- butir cabeamentos, reforço no piso para suportar o peso do robô de fitas, sistema especial de distribuição de energia elétrica dos equipamentos, ar condicionado e estabilizador de ener- gia, são alguns dos itens . Como sobreviveram os últimos inquilinos Durante este período de realização de obras de infra-estrutura, a equipe de operação, que ficou em Mangueira, vi- veu e trabalhou perigosamente. Os chefes da Diretoria de Informática, do Depto. de Serviço de Informática e da Divisão de Suporte e Operações trabalhavam no prédio da Av. Chile, a 10 km de distância. Não bastassem os Nas novas i nstalações, no Maracanã, o Sistema Central de Computação do IBGE transtornos que isso acarretava, como fazer testes à distância, ou receber ins- truções por telefone, o pessoal rema- nescente ainda teve as condições agra- vadas após a saída das diretorias de Pes- quisa e de Informática do local. Como Mangueira era tida como um prédio de manutenção cara, não se justificava fazer mais gastos justamente quando estava em vias de ser desocu- pado. E assim, nos últimos meses, ape- nas o elevador do lado par funcionava (o sistema ocupava dois andares, um par e outro ímpar); contratos emergenciais tiveram que ser feitos para refrigeração deste pedaço do prédio e para manter os sistemas de transmissão de dados e voz (telefonia); não havia manuten- ção nos bebedouros e caixas d'água e até mesmo a infra-estrutura de bar , res- taurante e pequenos serviços que a co- munidade da Mangueira provia aos ou- trora numerosos funcionários do IBGE, foram escasseando, até acabar. A volta por cima do mainframe Ameaçado de extinção após o boom dos microcomputadores, a informática redescobre o mainframe. No IBGE, mais de 90% da produção de pesquisas ainda roda no bom e velho equipa- mento, embora estejam em andamen- to alguns projetos de migração para o sistema descentralizado. Mesmo assim, a concentração de dados e a crítica de qualidade da informação ainda conti- nuará a ser feita no grande porte. Não como não reconhecer que os procedimentos de segurança e recu- perações do mainframe são muito mais eficazes e existem, inclusive, solicita- ções de diversas áreas para que o arma- zenamento de dados permaneça lá. LEIA NESTA EDIÇÃO • Direção do IBGE implanta nova política administrativa para reduzir as despesas. PÁGINA 2 SENAMA curso de educação ambiental. PÁGINA) • Ciclo de palestras reúne mulheres para falar de trabalho, saúde e violência. PÁGINA4

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IBGE IBGE finalmente sai de Mangueira

Último setor a abandonar o velho prédio da Mangueira, no Rio, o Sistema Central de

Computação do IBGEjá está instalado, com sucesso, na Rua Gal. Canabarro, no Mara­

canã. Desligado no dia 29 de janeiro às 12 h e reiniciado no dia 1 o de fevereiro às 14 h,

já no novo endereço, a interrupção não provocou a perda nem de dados nem de equipa­

mentos, não tendo sido necessário, tampouco, utilizar os esquemas de emergência que

haviam sido montados pela equipe da DI (Diretoria de Informática) em caso de pane.

Atualmente, 40 pessoas trabalham t\. em quatro turnos, revezando-se dia

e noite numa operação ininterrup- 1· .. · •. - •.

ta que mantém cerca de 15 circuitos • de dados interligando o IBGE interna e externamente a bancos, IPEA, SIAS etc .. Com a mudança, alguns links fo-ram abandonados, seja por falta de uso, como o da FGV e do Arquivo Na­cional ou por terem sido substituídos, como o da IBM, destinado ao suporte e que passou a ser feito através da Internet.

Embora todo o planejamento da mudança tenha sido feito pelo pessoal do próprio IBGE, sem a contratação de consultorias externas, as novas ins­talações exigiram um ano de trabalho e um bom número de obras civis de adaptação: teto e piso falsos para em­butir cabeamentos, reforço no piso para suportar o peso do robô de fitas, sistema especial de distribuição de energia elétrica dos equipamentos, ar condicionado e estabilizador de ener­gia, são alguns dos itens. Como sobreviveram os últimos inquilinos Durante este período de realização de obras de infra-estrutura, a equipe de operação, que ficou em Mangueira, vi­veu e trabalhou perigosamente. Os chefes da Diretoria de Informática, do Depto. de Serviço de Informática e da Divisão de Suporte e Operações já trabalhavam no prédio da Av. Chile, a 10 km de distância. Não bastassem os

Nas novas instalações, no Maracanã, o Sistema Central de Computação do IBGE

transtornos que isso acarretava, como fazer testes à distância, ou receber ins­truções por telefone, o pessoal rema-nescente ainda teve as condições agra­vadas após a saída das diretorias de Pes­quisa e de Informática do local.

Como Mangueira era tida como um prédio de manutenção cara, não se justificava fazer mais gastos justamente quando estava em vias de ser desocu­pado. E assim, nos últimos meses, ape-nas o elevador do lado par funcionava (o sistema ocupava dois andares, um par e outro ímpar); contratos emergenciais tiveram que ser feitos para refrigeração deste pedaço do prédio e para manter os sistemas de transmissão de dados e voz (telefonia); já não havia manuten­ção nos bebedouros e caixas d'água e até mesmo a infra-estrutura de bar, res-taurante e pequenos serviços que a co­munidade da Mangueira provia aos ou­trora numerosos funcionários do IBGE, foram escasseando, até acabar.

A volta por cima do mainframe Ameaçado de extinção após o boom dos microcomputadores, a informática redescobre o mainframe. No IBGE,

mais de 90% da produção de pesquisas ainda roda no bom e velho equipa­mento, embora estejam em andamen­

to alguns projetos de migração para o sistema descentralizado. Mesmo assim, a concentração de dados e a crítica de qualidade da informação ainda conti­nuará a ser feita no grande porte.

Não há como não reconhecer que os procedimentos de segurança e recu­perações do mainframe são muito mais eficazes e já existem, inclusive, solicita­ções de diversas áreas para que o arma­zenamento de dados permaneça lá.

LEIA NESTA EDIÇÃO

• Direção do IBGE implanta nova política administrativa para reduzir as despesas.

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• SENAMA dá curso de educação ambiental. PÁGINA)

• Ciclo de palestras reúne mulheres para falar de trabalho, saúde e violência.

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(Re) Pensando o futuro das geotecnologias

Com este tema, o evento ExpoGEO Brasil 99, que aconteceu entre os dias 24 e 28 de maio na cidade de Curitiba, teve como proposta rede­senhar o perfil do mercado de geotecnologias.

No encontro foram realizadas 150 palestras, 20 cursos, oito fóruns regionais, seis workshops, três seminários e 12 debates nas áreas de Automação Topográfica, GPS, Cartografia GIS e Sensoriamento Remoto e suas aplicações.

A feira de produtos e serviços con­tou com a participação de cerca de 50 empresas expositoras, tendo sido visitado por um público de, aproximadamente, 2.000 pessoas, sendo 700 congressistas e cerca de1 .300 visitantes em sua área expositiva.

Rf) Faxina ~A. nos correios ~:-:· ·. Aqueles usuários que

costumam deixar quilômetros de mensagens em suas caixas de cor­reio, acabam causando um enorme engarrafamento nos servidores. Gada mensagem recebida ou envia­da é um arquivo que, se não delata­do, fica ocupando lugar em disco nas máquinas centrais da rede Notes.

A falta de espaço faz com que a rede fique mais lenta e, em casos extremos, provoque até mesmo a paralização da máquina, que não tem como receber novas mensa­gens por falta de espaço em disco.

A atitude aconselhável é que cada um limpe as mensagens desneces· sárias para liberar o espaço em dis· co, em proveito de todos os funcio­nários. Caso queira guardar as mensagens, o usuário deve utilizar a opção nova cópia (clicando em Arquivo/ Banco de Dados/ Nova Cóp;a) e quando aparecer local é só dar OK, que o arquivo vai auto· maticamente para o drive C.

2<

CONF·'}\0 IBGE

,

E hora de cortar os gastos

No âmbito do es-

forço para equili- CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA (tm RI mil)

Durante o mes­

mo período, houve redução de 17% nas despesas de telefo­ne. Isto foi conse­guido, principal­mente, através da política de incenti­vo ao uso do Notes para comunicação

80

brar as contas pú- 70

blicas, através do 60

controle de despe- 50

40

sas, a maioria dos 30

orgâos públicos está 20

revendo 10 os seus gastos. O primeiro Out/98 Nov/98

passo tem sido cor--Av.CIIile

tar os custos com material e diminuir as despesas com ta­rifas públicas, como luz e telefone.

No IBGE, a política de revisão de custos começou no final do ano passa­do, com uma medida radical: a mudan­ça do horário de funcionamento. Esta foi a estratégia encontrada pela direção para poupar energia e reduzir a despesa nas contas de luz. Menos gastos com luz e telefone O programa de contenção de gastos já começou a dar sinais de sucesso. De ou­tubro de 98 a janeiro de 99, houve uma redução de 20% no consumo de ener­gia elétrica nas oito unidades do IBGE no Rio de Janeiro, sendo que as unidades da Av. Chile e Cal. Canabarro obtive­ram os percentuais mais elevados: 53% e 38%, respectivamente. No caso da Av. Chile, as novas instalações e equipamen­tos facilitaram a racionalização do uso

de energia.

Hoje, com a disseminação dos servidores de rede espalhados por diversos pontos, o mainframe tornou-se mais um deles, contando com maior capacidade de armazenamento e de processamento, com um sistema de segurança que os outros não podem oferecer.

Apesar disso, a capacidade do atual processador ainda é considerada pe­quena para o IBGE, uma instituição cujo negócio principal é dados e informações.

Oel/98 Jaf\199

Todas Unidades.ru

entre as unidades do IBGE, inclusive nos outros estados. Corte de custos nos contratos Também foram adotadas medidas dera­cionalização dos serviços de expedição referentes a malote, transporte de carga (aéreo e rodoviário), serviços postais e Sedex (nacional e internacional). Os pri­meiros resultados já apareceram nas uni­dades do Rio de Janeiro que, no último trimestre do ano passado, apresentaram uma redução de custos de 65% nestes serviços.

Os contratos de locação de equipa­mento de reprografia (xerox) também sofreram alterações. Na Sede, as máqui­nas passaram de 30 para seis. Esta mu­dança já trouxe uma significativa redu­ção dos gastos da ordem de 62%. Estão sendo, ainda, negociados os contratos com as firmas prestadoras de serviços de limpeza e conservação, visando a redu­ção dos custos mensais.

A solução foi o robô de fitas A capacidade de memória auxiliar do mainframe hoje é de 290 Gigabytes, mui­to abaixo das necessidades reais do IBGE. A solução para manter todos os dados im­portantes para o Instituto foi comprar um robô de fitas {ou células) e implantar uma filosofia de hierarquia dinâmica de memória. O robô conta atualmente com 700 volumes de fitas disponíveis para uso, armazenando os arquivos que não são acessados a todo momento.

CONE l\0 IBGE

'Atlas 500 anos' traz nova concepção

C!> Atlas que o IBGE estará lançando

em abril do ano 2000 está sendo reali­

zf!do com um enfoque diferente dos

anteriores. De acordo com a nova concepção, o

Atlas não constitui um simples levanta­mento inventariai de temas, mas um ins­ttumento de análise capaz de identificar,

J11edir e realizar a projeção espacial dos principais processos sociais e ambientais qrasileiros, de maneira dinâmica.

No novo Atlas, as informações esta­

tísticas e geográficas estariam articuladas qe modo a responder às principais ques­

tões presentes na sociedade brasileira na

década atual. O movimento de ocupação territo­

rial, por exemplo, pode ser identificado através da evolução da população e de

sua distribuição no espaço geográfico brasileiro. Nesse sentido, o mapeamento

do indicador de densidade populacional permite identificar claramente o deli­I)eamento, no território, dos grandes

eixos de penetração do interior do País,

como é o caso das rodovias Belém­

Brasília e Cuiabá-Porto Velho.

A apresentação da informação em

nível municipal, possível graças à in­formatização do mapeamento carto­

gráfico, torna, assim, mais preciso o traçado da distribuição daquele fenô­

meno no espaço geográfico através do

tempo. Em relação à evolução da área ocu­

pada pela produção agrícola, é curioso observar a rota percorrida pela soja pelo interior do território brasileiro, saindo

do Oeste paranaense, passando para o Mato Grosso e Oeste baiano e chegan­

do ao sul do Maranhão. Tudo isso possi­bilitado pelo tratamento georreferen­ciado das informações dos censos agro­

pecuários de 70, 80, 85 e 96.

O Departamento de Geografia (DEGEO/DGC) vai lançá-lo no próxi­

mo ano, primeiramente em uma versão

impressa.

SENAMA dá curso de educação ambiental

A Semana Nacional do Meio

Ambiente (SENAMA), comemorada de 7 a 11 deju­rtho, este ano teve como no­vidade o curso de Educação

Ambiental. Dirigido a pro­fessores de 1° e 2° graus, téc-

nicos e agentes comunitários,

o curso foi composto de pa-SENAMA

como recurso da educa­

ção ambiental; utilização

de sucata e de material de baixo custo para realizar experiências que ajudem

a compreender a nature­za; dinâmica de grupo,

uma ferramenta a mais no

9 9 semana nacional processo educativo e, do melo ambltnte

1\')stras e oficinas de educação

~biental.

oficina de reciclagem ar-tesanal de papel.

O principal objetivo do curso foi As palestras foram realizadas todos

qriar agentes multiplicadores, que disse- os dias (de 7 a 11), durante o período minarão essas informações na co muni­

qade, ajudando a melhorar a qualidade ~biental e, conseqüentemente, a quali­dade de vida da população.

As oficinas, realizadas no período

vespertino, foram desenvolvidas em três

qias {8, 9 e 10) e contaram com quatro

t~mas: o teatro de formas animadas

matutino, e tiveram os seguintes temas: contextualização histórica da educação ambiental, educação ambiental formal versus educação ambiental não formal,

educação ambiental para os recursos hídricos, Agenda 21 e desenvolvimento

sustentável e noções de legislação

ambiental.

IBGE fala do Censo para crianças

Com a peça Brasi/eirinho e o contador de per vo, um grupo de teatro apresen­tou, durante a IX Bienal Interna­cional do Livro, realizada no Rio de Janeiro de 20 de abril a dois de maio, o IBGE para crianças.

Brasileirinho, um menino supercurioso, quer saber porque na sua sala de aula tem mais meninas que meninos, porque nunca encontrou um índio na rua, quantos aposentados como o seu avô existem etc.

- Tá pensando que eu sou o IBGE?, diz seu pai.

E assim, de pergunta em pergunta, o menino descobre que o IBGE é ainda muito mais perguntador que ele. E fica sabendo que o IBGE não conta só gen­te, conta casas, lojas, fábricas, quantas pessoas estudam, quantas trabalham, quantas não trabalham e quantas crianças ainda estão sem escola.

A peça foi apresentada diariamente na Bienal e é baseada no livro de Sônia e Maurício Mota, que vem sendo distri­buído nas escolas.

Com essa brincadeira, do Brasileirinho e o contador de povo, o IBGE pretende mostrar às crianças a importância das pesquisas e das estatísticas, preparando suas famílias para receberem os recen­seadores em suas casas no ano que vem. O Censo 2000 será muito importan­te para se ter uma idéia da situação do país na virada do milênio e da sua posi­ção com relação aos demais países.

Palestras, cursos e exposições

A SENAMA 99 teve como tema central Educação Ambiental e Desenvolvi­mento Sustentável. No auditório da Petrobrás, foi realizado o XI Simpósio sobre Recursos Naturais e Meio Am­biente, além das exposições institucio­nais .. Já, no Centro de Treinamento do BNDES, aconteceram as Oficinas e o Curso de Educação Ambiental.

O evento foi promovido pelo IBGE, Petrobrás, BNDES, CPRM e secre­tarias do Meio Ambiente (estadual e municipal).

>3

CONE /\0 IBGE

Encontro marca a luta das mulheres

Comemorada em todos os continentes que têm em comum um

passado de luta por igualdade, justiça e paz. o Dia da Mulher teve como infcio a data de 8 de março de 185 7, quando 129 operárias de uma indústria têxtil em Nova York, em greve por igualdade salarial

e melhores condições de trabalho, foram brutalmente reprimidas

pela força policial e acabaram queimadas vivas na fábrica.

N IBGE, o Dia Internacional da Mulher

foi comemorado com a Semana da

Mulher de 8 a 12 de março, no audi­

tório da Av. Chile no Rio. O objetivo

desse encontro foi valorizar a saúde e o

trabalho da mulher ibgeana e contou com

a promoção da Área de Saúde.

Foram cinco dias de palestras e deba­

tes sobre a mulher no contexto social. O

primeiro deles, teve como palestrante a de­

putada federal e médica, ]andira Feghali.

Na ocasião, a deputada foi enfática

na crítica às condições de saúde da mulher

brasileira, dizendo que a maioria das mor­

tes de recém-nascidos ocorrem por causas

evitáveis, tais como hipertensão da mãe

ou falta de um pré-natal de qualidade.

Pullic:IÇio IBGE • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Pr..,ça. CGC • Ci:Jordenação Geral de Comunicação Social

Av. Franklin'Roosevelt. 166 , 9' andar • Rio de Janeiro • RJ

Tel.: (021);i14:,:4651 fll: ,(021) 220-'6521

Ceol"deeàr llt Pnjelt e fdillr Carlos Herírjque Vieira (Reg. Prof. n•18.50B MTb-RJ)

Editera-chfe Maria Léa Aguiar

letlattras Fátima Santos e Sheila Riera

Pr1jelo Grlf'a e Eaeraçao Paulo· Weissenberg

~eCiraUçat CDDI • Centro de Documentação e Disseminação de Informações

r~ 7.500 exemplares

Quando a violência começa em casa "Em briga de marido e mulher, ninguém

mete a colher". Certo? Errado. Esta frase,

machista e cômoda, já está em desuso há

muito tempo, pelo menos no Conselho

Estadual dos Direitos da Mulher -

CEDIM. Criado há 10 anos, esse Conse­

lho tem atendido a diferenciadas deman­

das das mulheres.

Para as técnicas do CEDIM, Rosa­

na Alcãntara (advogada) e Cássia Barros

(psicóloga), é muito difícil para a mu­

lher ter coragem de delatar o marido, o

companheiro, o pai de seus filhos. Há o

lado afetivo, que influencia muito.

Quando esse rompimento acontece,

as mulheres são encaminhadas às Dele­

gacias Especiais de Atendimento à Mu­

lher - DEAM, que são órgãos subor­

dinados ao Conselho e que atuam desde

1986. Nas DEAM são recebidas várias

queixas e, entre as mais comuns, estão:

lesão corporal, ameaças de morte, estu­

pro, maus-tratos, constrangimento, abor­

tos provocados por terceiros, sequestro e

cárcere privado. Os últimos dados sobre

violência nas delegacias são: em 96, 9.220

queixas; em 97, 10.984 e, em 98, 15.748.

Estatísticas sobre a Mulher As mulheres brasileiras têm sobrevida

superior à dos homens como, aliás, no

mundo inteiro, mas, especialmente no

Rio de Janeiro, esta diferença chega a

11 anos e mais, devido às mortes violen­

tas que atingem mais os homens, sobre­

tudo entre os 15 e os 29 anos de idade.

Em todas as classes sociais, as mulhe­

res estão tendo menos filhos, numa média

de dois por mulher. A proporção de nas­

cimento por partos de cesária está entre

as mais altas do mundo e, em 1977, a

porcentagem de famílias chefiadas por mulheres chegou a cerca de 25%, embora

os rendimentos girem em torno de três

salários mínimos.

I ~EMANA PAMVLUfR

Essas são apenas algumas das muitas

informações que a socióloga do IBGE,

Lilibeth Ferreira, apresentou na palestra:

"Indicadores Sociais sobre a Mulher", no

dia 1 O de março.

A saúde da brasileira O encerramento da semana da mulher

foi feito pelo médico do Hospital Nacio­

nal do Cãncer - INCA, Dr. Alexandre

Donato. Na oportunidade, o profissio­

nal da área de saúde falou sobre os três

tipos de cãncer que mais matam as mu­

lheres: de mama, de pulmão e de colo

de útero.

O câncer é uma alteração celular e

não aparece de um dia para o outro. Por­

tanto, todo tipo da doença, em fase

avançada, poderia ser evitada se algumas

regras básicas pudessem ser adotadas,

como uma boa alimentação (rica em

fibras e pobre em gorduras), exames

anuais de Papanicolau e mamografia,

que devem fazer parte de qualquer agen­

da feminina. Parece irreal, mas o cãncer

de útero leva cerca de 1 O anos para se

manifestar. O mesmo não acontece com

o de mama, que é tido como uma das

doenças de maior incidência mundial,

sobretudo nos países mais desenvolvi­

dos,justamente devido ao grande consu­

mo de alimentos enlatados, gordurosos

e industrializados. Por isso, o auto-exa­

me nos seios após o sétimo dia de mens­

truação, é um fator primordial na pre­venção desse tipo de tumor. Tanto é que

70% dos casos de cãncer de mama são

diagnosticados pela própria mulher,

através do exame mensal.

Quanto à regionalização da doença,

o Norte e Nordeste detêm o maior nú­

mero de doenças de colo de útero, en­

quanto o Sul e Sudeste ostentam o maior índice de câncer mamário, com Porto

Alegre como o campeão nacional deste

tipo de câncer.