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Ventilação Mecânica Não
Invasiva
A Cardiopneumologia associada às Técnicas de Ventilação
Mecânica
Fábio Castro
Ana Rita Santos
Tânia Pinho
2013
Ventilação Mecânica Não Invasiva ESTSP
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Índice
1 Introdução ................................................................................................................ 4
2. Técnica ................................................................................................................... 5
2.1 Evolução 5
2.2 Como se faz 8
2.3 O que se Obtém 9
2.4 Indicações 11
2.5 Contraindicações 11
2.6 Material 12
2.6.1 Ventiladores 12
2.6.2 Máscaras 15
3 O Papel dos Cardiopneumologistas na Ventilação Não Invasiva ........................... 17
4 Patologias............................................................................................................... 18
4.1 Distrofia Muscular de Duchene 18
4.2 Fibrose Cística 20
4.3 Bronquiectasia 21
4.4 Asma 21
4.5 Edema Agudo do Pulmão Cardiogénico ( EAP) 22
4.6 Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) 23
4.7 Doentes imunodeprimidos 23
4.8 Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) 23
Bibliografia ................................................................................................................. 25
Ventilação Mecânica Não Invasiva ESTSP
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Índice de Figuras
Imagem 1- VNI utilizada no tratamento de crianças, no século XXI ........................... 5
Imagem 2 – Ventilação Artificial usada no domicílio para uma melhor qualidade de
vida .......................................................................................................................... 8
Imagem 3 – Máscara + fixador usado na VNI. ............................................................. 9
Imagem 4 – Centro Hospitalar equipado para a VNI. ................................................. 10
Imagem 5 – Máscara e Fixador de VNI ...................................................................... 13
Imagem 6 – Máscara Facial e Fixador de VNI ........................................................... 14
Imagem 7 – Máscara Nasal de VNI ............................................................................ 15
Imagem 8 – Diferentes Máscaras de VNI ................................................................... 16
Imagem 9 – Capacete de VNI ..................................................................................... 17
Imagem 10 – Máscara Nasal de VNI .......................................................................... 22
Índice de Tabelas
Quadro I – Fatores Preditivos do sucesso da VNI ...................................................... 10
Quadro II – Indicações para o uso da VNI ................................................................. 11
Quadro III – Contraindicações para o uso da VNI...................................................... 12
Ventilação Mecânica Não Invasiva ESTSP
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A Cardiopneumologia associada às Técnicas de
Ventilação Não Invasiva
Resumo: A Ventilação Mecânica Não Invasiva é uma técnica que consiste na
aplicação de um suporte ventilatório sem recorrer a métodos invasivos e é
realizada através da colaboração de Técnicos de Saúde do ramo da
Cardiopneumologia, com o objetivo de combater determinadas patologias
respiratórias. A evolução desta técnica, sobretudos nos últimos 20 anos, tem
sido decisiva no combate dessas diversas patologias e os diversos estudos
realizados, acerca da sua eficiência, têm sido motivadores.
Palavras-Chave: Ventilação Mecânica Não Invasiva; Técnicos de Saúde;
Cardiopneumologia; Patologias Respiratórias.
Abstract: Non-invasive Mechanical Ventilation is a technique that involves the
application of a ventilatory support without resorting to invasive methods and is
performed through the collaboration of Technical Health Branch of Clinical
Physiology, aiming to combat certain respiratory diseases. The evolution of this
technique, overcoats in the last 20 years, has been instrumental in combating
many of these diseases and the various studies, about their efficiency, have been
motivators.
Keywords: Non-invasive Mechanical Ventilation; Technical Health; Clinical
Physiology, Respiratory Diseases.
1 Introdução
A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) é uma técnica de suporte ventilatório
alternativa aos métodos invasivos das vias aéreas e tem vindo a sofrer uma grande
evolução com o avanço da tecnologia. Diversas patologias eram tratadas com o uso da
Ventilação Mecânica Invasiva mas a sua utilização acarretava graves consequências
nomeadamente: infeções respiratórias, necessidade de sedativos, aumento do tempo
de internamento, entre outros. O surgimento da VNI veio revolucionar a utilização
dos suportes respiratórios uma vez que aumenta a eficiência deste tratamento e
também diminui os fatores de risco.
Atualmente a VNI é usada, em consultório, nas patologias crónicas que se
relacionam com insuficiências respiratórias agudas (Doença Pulmonar Obstrutiva
Crónica (DPOC) evoluída, doenças neuromusculares, síndrome da apneia do sono,
entre outros). No caso das Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) esta técnica é
usada frequentemente em doentes que sofram de patologias relacionadas com
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insuficiências respiratórias moderadas e em pacientes com capacidade de
colaboração.
A evolução e a importância, que esta técnica tem vindo a adquirir, são, sem dúvida,
impressionantes.
.
Imagem 1- VNI utilizada no tratamento de crianças, no século XXI
2. Técnica
2.1 Evolução
A capacidade de substituir as funções respiratórias do paciente foi determinante para a
evolução do tratamento de várias patologias, mas a sua evolução, até ao que
conhecemos hoje, não foi um processo fácil nem rápido.
Uma das complexidades do sistema respiratório é a sua particularidade de criar uma
pressão negativa (subatmosférica) na caixa torácica produzida por uma interação entre
forças elásticas. É por esta razão que é impossível uma comunicação entre o interior e
o exterior da cavidade torácica sem o colapso dos pulmões, o que para fins
terapêuticos, pode ser considerado um obstáculo. Só no final do século XIX se
descobriu esta particularidade do sistema respiratório e se percebeu que é esta
diferença de pressões que possibilita a ventilação.
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O primeiro aparelho criado com o objetivo de substituir a ventilação natural do ser
humano foi construído nos Estados Unidos da América no final da década de 30.
Chamava-se o pulmão de Aço e foi criado para combater a poliomielite, doença que
nessa época provocou a morte a milhões de pessoas. O aparelho consistia numa
máquina, com forma cilíndrica, em que o paciente era colocado lá dentro ficando
apenas com a cabeça de fora. Essa máquina possuía um motor elétrico que gerava
pressões negativas periódicas o que provocava o aumento da caixa torácica
(inspiração). Esse aumento levava a uma menor pressão intratorácica o que provocava
a consequente expiração. Porém, existiam muitas limitações com este sistema
(imobilidade forçada, impossibilidade de tossir, dificuldade na higiene e alimentação)
e apesar de uma grande afluência houve a necessidade de evoluir.
Em Copenhaga, Dinamarca, por voltada década de 50, um anestesista submeteu um
paciente a uma traqueostomia e utilizou um AMBU de forma a ventilar o doente. Foi
iniciada a Ventilação Mecânica Invasiva. Este processo envolvia uma ventilação
manual, e eram os estudantes de medicina que, por turnos, a realizava. Quando a
poliomielite chegou à Suécia, já os suecos dispunham de ventiladores mecânicos. O
surgimento destes ventiladores de pressão positiva foram um fator decisivo para a
ventilação mecânica que conhecemos hoje.
Uma outra descoberta importante para a compreensão da ventilação é a necessidade
de manter os alvéolos abertos durante os ciclos respiratórios se, no caso de uma
condição patológica, existir uma grande tendência para o colapso. Esta manutenção
dos alvéolos é possível a partir da Pressão Expiratória Final Positiva (PEEP), técnica
obrigatória na ventilação mecânica.
Anos mais tarde surgiu uma questão: Como tratar os indivíduos que recuperaram
parcialmente da insuficiência respiratória aguda sendo que eles estão acordados e
colaborativos? Era necessário criar um mecanismo que além de suportar a sua função
respiratória fosse cómodo, confortável e que fosse possível ajustar o fluxo de ar. Foi
na década de 80 que foi conseguido um grande avanço nesse contexto. Surgiu a
ventilação denominada pressão de suporte que permitia uma ventilação espontânea e
limitada à pressão.
Antes disso, em 1978, surgiram os primeiros ventiladores portáteis como resposta à
necessidade de tratamento de pacientes com insuficiência respiratória crónica. Estes
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ventiladores possuíam a capacidade de gerar um fluxo a partir do ar ambiente usando
apenas a energia de uma bateria interna.
Como referido anteriormente, a traqueostomia é propícia a infeções e sangramentos,
o que trás grandes consequências à saúde do paciente. Era necessário evoluir de forma
a tornar mais eficiente o tratamento da patologia e evitar danos colaterais. Outro
problema associado à traqueostomia era, no caso da insuficiência respiratória crónica,
decidir o momento certo para realizar a técnica. O surgimento dos métodos não
invasivos veio beneficiar decididamente os pacientes que sofrem desta patologia pois
veio retardar o máximo possível a aplicação da técnica invasiva e dos problemas
consequentes.
Foi em 1976 que surgiu, pela primeira vez, um dos métodos que hoje é usado
frequentemente. Ele denomina-se Continuous Positive Airway Pressure (CPAP). Esta
técnica apesar de manter as vias aéreas abertas e diminuir o colapso alveolar não
fornece suporte ventilatório. Porém, é ainda hoje muito utilizado no domicílio como
tratamento da apneia obstrutiva do sono.
Por volta da década de 90 foi adaptada uma pressão de suporte a métodos não
invasivos. Esta adaptação permitiu que existisse uma pressão constante durante a
ventilação. Esta pressão criou um pico de pressão responsável pela maior eficiência
da ventilação. Foi nesta década, também, que surgiu um novo tratamento para a
apneia do sono. Esse tratamento envolvia dois níveis de pressão: um valor maior que
correspondia à pressão inspiratória (IPAP) e um valor menor que correspondia à
pressão expiratória (EPAP). O aumento de secreções pode ser considerado uma
barreira para este tratamento. Porém, descobriu-se que com um aumento da pressão
de suporte e a aplicação de algumas técnicas de fisioterapia essas secreções diminuem
e há um maior conforto por parte do paciente. Este conforto é muito importante para a
recuperação de um doente.
Percebe-se, agora, que o aparecimento da VNI foi necessário não só para o
tratamento de diversas patologias e impedimento de outras mas também a pensar no
conforto e bem-estar do paciente que é fundamental no tratamento de qualquer
doença.
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Imagem 2 – Ventilação Artificial usada no domicílio para uma melhor qualidade
de vida
2.2 Como se faz
Vários protocolos têm vindo a ser desenvolvidos com a evolução da Ventilação Não
Invasiva. Nos próximos parágrafos, são resumidas as principais normas para a
utilização da VNI.
Inicialmente monitoriza-se, adequadamente, a oximetria, a função respiratória e os
sinais vitais. De seguida, o paciente deve estar sentado com uma angulação superior a
30º graus em relação ao plano horizontal caso contrário o método aplicado não será
tão eficaz.
Para que a técnica seja bem-sucedida é necessário que o Cardiopneumologista
selecione a interface, a fixação e o ventilador de acordo com o paciente e a sua
patologia. Após esta seleção, o técnico deve colocar a fixação e a interface. Deve ter
em atenção que a tensão excessiva na fixação deve ser evitada e que o paciente deve
ser encorajado a tolerar a máscara. Seguidamente deve-se conectar a interface no
circuito do ventilador.
Primeiramente, o método deve ser iniciado com baixas pressões ou volumes em
modo espontâneo. Com o decorrer do tempo, a pressão inspiratória e o volume devem
ser aumentados gradualmente, de acordo com a tolerância do paciente, e de forma a
obter o alívio da dispneia. Se necessário deve-se instituir oxigénio suplementar com o
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intuito de obter uma saturação periférica por volta dos 90%. O técnico deve sempre
conferir se há vazamentos e reajustar a fixação, caso seja necessário.
Regularmente, o paciente deve ser encorajado e, utilizando um sistema próprio, a
interface deve ser humidificada. A monitorização dos gases sanguíneos deve ser
verificada em períodos de 1 ou 2 horas.
O Cardiopneumologista deve sempre focar as atenções nas respostas que recebe do
tratamento. A VNI deve ser interrompida caso haja ausência de melhoria ou
agravamento clínico, nomeadamente instabilidade hemodinâmica, broncorreia
acentuada, assincronismo entre o doente e o ventilador ou intolerância à máscara.
Imagem 3 – Máscara + fixador usado na VNI.
2.3 O que se Obtém
Com a técnica, além de haver uma melhoria significativa nas trocas gasosas e na
evolução clínica nos diferentes tipos de insuficiência respiratória aguda, há um
aumento do volume corrente e uma redução do risco à pneumonia nosocomial, da
necessidade de entubação, do trabalho, da frequência respiratória e da mortalidade.
Para além disto, a ventilação mecânica não invasiva é uma técnica que promove o
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repouso da musculatura respiratória, um maior conforto ao paciente bem como uma
redução dos custos e da prevalência hospitalar.
No próximo quadro são exibidos os fatores que preveem que a VNI vai ser bem-
sucedida.
Quadro I – Fatores Preditivos do sucesso da VNI
1 – Ausência de Pneumonia
2 – Gravidade Inicial mais Baixa
3 – Secreções Escassas
4 – Menor Idade
5 – Capacidade de Cooperação
6 – Sincronismo entre o Doente e o Ventilador e boa Adaptação à Interface
7 – Melhor Score Neurológico
8 – 92 mmHg < paCO2 > 45 mmHg
9 – 7,35 < pH sangue arterial > 7,10
10 – Melhoria Clínica e das Trocas Gasosas na Duas Primeiras Horas
Imagem 4 – Centro Hospitalar equipado para a VNI.
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2.4 Indicações
No seguinte quadro são apresentadas as principais indicações do uso do método VNI.
Quadro II – Indicações para o uso da VNI
1 – Agudização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
(DPOC)
2 – Edema Agudo do Pulmão
3 – Pneumonia, especialmente em doentes imunodeprimidos e
DPOC
4 – Desmame Ventilatório
5 – Insuficiência Respiratória Aguda Pós-extubação
6 – Insuficiência Respiratória Aguda no Pós-operatório
7 – Prevenção da Falência Respiratória Pós-extubação na
DPOC
8 – Casos Selecionados de Doença Neuromuscular ou
Traumatismo Vertebro-medular
9 – Doentes Não Candidatos a Entubação Endotraqueal
2.5 Contraindicações
No seguinte quadro são apresentadas as contraindicações do método VNI. O mais
importante é, provavelmente, o atrasar do momento certo da aplicação da entubação
orotraqueal ou de outros métodos invasivos e é por essa razão que o
Cardiopneumologista deve estar familiarizado com as condicionantes do sucesso e do
insucesso da VNI.
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Quadro III – Contraindicações para o uso da VNI
1 – Paragem Cardiorrespiratória
2 – Encefalopatia Grave
3 – Hemorragia Gastrintestinal Grave
4 – Instabilidade Hemodinâmica
5 – Cirurgia Facial ou Trauma
6 – Obstrução da Via Aérea Superior
7 – Incapacidade de Drenagem de Secreções Traqueobrônquicas
8 – Incapacidade de proteção da Via Aérea com Risco de
Aspiração
2.6 Material
2.6.1 Ventiladores
Os ventiladores permitem administrar oxigénio ao paciente sob a forma de pressão.
Ventiladores e modos ventilatórios
A escolha do ventilador e modo ventilatório é fundamental para o sucesso da VNI,
principalmente na fase aguda. Ao longo do tempo, com o aumento do conhecimento e
aplicação da VNI, houve uma maior preocupação para os ventiladores incluírem
funções específicas, facilitando a aplicação da técnica e promovendo o conforto do
paciente e sincronia da técnica. Para além disso o ajuste da interface ao paciente é um
outro fator de sucesso na aplicação da VNI. Desse modo, os dispositivos de hoje em
dia utilizados, para além de existirem em vários tamanhos, são feitos de um material
maleável com um suporte nas zonas da face onde são exercidas maiores pressões,
evitando o aparecimento de complicações e de úlceras na pele, quando ocorre um uso
prolongado da VNI.
No caso das unidades de terapia intensiva, os ventiladores disponíveis são os bi-
levels, intermediários e os microprocessados, sendo os ventiladores regulados por
pressão os mais utilizados devido ao seu menor custo, maior capacidade de
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compensação para fugas, mais portáteis e os mais tolerados pelos pacientes e ainda
pelo facto de poderem ser utilizados em situações agudas bem como em situações
crónicas.
De que modo podem ser aplicados?
Os ventiladores podem ser aplicados em três modalidades: na Modalidade Assistida
(o paciente desencadeia todos os movimentos ventilatórios e o ventilador auxilia
insuflando volumes), Modalidade Assistida/Controlada (o paciente desencadeia
alguns movimentos ventilatórios e o ventilador inicia os restantes), Modalidade
Controlada (o ventilador assegura todos os movimentos ventilatórios).
Ventiladores portáteis regulados por pressão positiva
BIPAP
BIPAP (bi-level positive airway pressure) fornece uma ventilação por pressão
positiva com dois níveis de pressão: o nível de suporte inspiratório (IPAP -
inspiratory positive airways pressure) e nível de pressão no fim da expiração (EPAP
ou PEEP- expiratory positive airways pressure). O BIPAP auxilia a inspiração,
reduzindo diretamente o trabalho respiratório do paciente. Na inspiração, a pressão é
mais elevada do que na expiração.
Imagem 5 – Máscara e Fixador de VNI
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Vantagens na aplicação do EPAP
As principais vantagens na aplicação de EPAP são a prevenção do reinalação de CO2,
a estabilização das vias aéreas durante o sono, e a diminuição da formação de
atelectasias (parte do pulmão que fica sem ar e colapsa), bem como a redução do
trabalho inspiratório necessário para ativar o trigger inspiratório em doentes com
PEEP intrínseca.
Imagem 6 – Máscara Facial e Fixador de VNI
CPAP
O CPAP (continuous positive airway pressure) aplica uma pressão contínua durante
todo o ciclo respiratório (inspiração e expiração), impedindo a ocorrência da apneia e
melhorando a qualidade de sono do indivíduo. O trabalho respiratório é inteiramente
realizado pelo paciente. O CPAP não é capaz de aumentar a ventilação alveolar,
motivo pela qual em casos de hipercapnia (aumento de CO2 no sangue) é preferível
utilizar um modo ventilatório com dois níveis de pressão. O CPAP gera pressões
iguais tanto na expiração como na inspiração sendo este um fator que o diferencia do
BIPAP.
É utilizado especificamente no SAOS (síndrome da apneia obstrutiva do sono) e em
alguns casos de edema agudo do pulmão.
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PAV
O PAV (proportional assist ventilation) é um modo ventilatório espontâneo e
sincronizado, de apoio parcial, que gera pressões de acordo com o esforço muscular
do paciente. Assim sendo, se o paciente exercer um grande esforço muscular, o
ventilador irá fornecer, proporcionalmente, um maior suporte de modo a que o
paciente obtenha um maior conforto bem como o controlo da respiração.
Imagem 7 – Máscara Nasal de VNI
2.6.2 Máscaras
Máscaras Nasais:
As máscaras nasais são interfaces que recobrem o nariz ou apenas as narinas,
diminuindo a sensação de claustrofobia e permitindo a comunicação e alimentação
oral. No entanto, a sua utilização é limitada pelo facto de ocorrer fugas pela boca, em
que uma das soluções passaria pela aplicação de um apoio de queixo. Este tipo de
interface requer uma maior colaboração do paciente e possui uma menor adaptação a
pacientes sem próteses dentárias.
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Máscaras Faciais:
É a máscara mais escolhida e mais comum usada na IRpA (insuficiência respiratória
aguda) em UTI (unidade de tratamentos intensivos).
Estão disponíveis em vários tamanhos e permitem um maior volume corrente quando
comparada com a máscara nasal e consequentemente uma correção mais rápida das
trocas gasosas. São usadas preferencialmente em situações em que é difícil manter o
encerramento da boca. Estas máscaras, no entanto, são mal toleradas devido à
sensação de claustrofobia.
Imagem 8 – Diferentes Máscaras de VNI
Almofadas Nasais:
As almofadas nasais são utilizadas essencialmente quando surgem lesões cutâneas
associadas ao uso das máscaras nasais.
Interface facial total:
A interface facial total é utilizada quando o paciente não se adapta à máscara
oronasal. Com esta interface, as pressões inspiratórias são mais elevadas e o
vazamento é diminuto. Esta máscara recobre a face do paciente, incluindo os olhos,
tornando o seu uso mais confortável na medida em que diminui as lesões de pele
associados ao uso da máscara. Por vezes é mal tolerada devido à sensação de
claustrofobia.
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Capacete (Helmet):
Uma das vantagens do capacete é o facto de este eliminar o contacto da interface com
a pele evitando a lesão desta, um dos problemas mais frequentes da VNI.
Deve ser utilizado a pressões e fluxos elevados devido ao seu grande volume interno
para evitar assincronia. Esta interface é de difícil monitorização e apresenta risco de
asfixia, para além de apresentar um intenso ruído e custo elevado.
Imagem 9 – Capacete de VNI
3 O Papel dos Cardiopneumologistas na Ventilação Não Invasiva
As funções do cardiopneumologista na ventilação mecânica não invasiva passam por
explicar todo o procedimento da técnica a ser aplicada ao paciente, monitorizar o
paciente com oximetria de pulso, frequência respiratória, monitorização cardíaca e
electrocardiográfica, tensão arterial e alarmes de fugas de ar, realizar periodicamente
gasometria arterial, registar e monitorizar a nível clínico, funcional e laboratorial,
selecionar o ventilador adequado ao doente e adequar progressivamente as pressões
inspiratórias e expiratórias (IPAP e EPAP) e da FiO2 (fracção de oxigénio inspirado)
até à obtenção de um nível ótimo, de modo a corrigir ou diminuir as alterações
gasométricas para que não prejudique o paciente.
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Para além disso, o cardiopneumologista intervém na preparação do paciente e a
família, no sentido da sua adaptação e autonomia no manejo do ventilador e restante
equipamento eventualmente necessário.
4 Patologias
4.1 Distrofia Muscular de Duchene
A distrofia muscular é uma designação para um grupo de patologias de origem
genética que afetam diferentes tipos de músculos, levando ao enfraquecimento destes.
De uma forma geral, esta doença é considerada rara, sendo a distrofia muscular de
Duchene a forma mais comum de entre elas, afetando sobretudo crianças de sexo
masculino, numa proporção de 1:3500 nascimentos.
Esta patologia é um distúrbio genético de carácter recessivo, ligado ao cromossoma
X, causado pela perda do gene que codifica a proteína distrofina, que está presente na
membrana da fibra muscular, conferindo-lhe estabilidade. Caso haja falta desta
proteína, há abertura da membrana da célula e, consequentemente, passagem de cálcio
para o seu interior. Este fenómeno leva à sua necrose, sendo esta célula substituída
por uma outra “saudável”. Quando a destruição celular é superior à capacidade de
reposição de novas células, o organismo começa a repor com células do tecido
adiposo e conjuntivo, levando assim ao enfraquecimento dos músculos. A fraqueza
progressiva afeta os membros inferiores e de seguida os superiores. Entre os 8 e 12
anos, há o comprometimento do músculo cardíaco e dos músculos responsáveis pela
respiração, como o diafragma, os músculos intercostais e abdominais, o que
proporciona uma contração ineficaz da caixa torácica, impedindo uma respiração que
atenda às necessidades do organismo.
A expectativa de vida dos portadores desta patologia é de 19 anos, pois eles acabam
por morrer devido a complicações cardiorrespiratórias. Mas, os avanços na área da
ventilação não invasiva conseguiram melhorar a qualidade de vida destes doentes.
O uso de negative pressure body ventilators exerce uma pressão negativa
intermitente ao redor da caixa torácica, facilitando a entrada do ar pelas vias aéreas,
assim como outros aparelhos que atuam aplicando pressões positivas nas vias aéreas
durante a inspiração, ajudando esta musculatura. Mas nos últimos anos, os BIPAP
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(Bilevel positive pressure airway) têm-se tornado mais populares devido ao facto de
estes terem uma manipulação simples, inclusive feita pela própria família ou paciente.
Nestes equipamentos, a pressão positiva é ajustada separadamente na inspiração e
expiração.
Assim, esta técnica diminui o número de mortes causadas por falências respiratórias
em doentes portadores de distrofia muscular de Duchene.
4.2 Doença pulmonar obstrutiva crónica
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença respiratória
progressiva, que resulta da obstrução das vias aéreas, e que pode manifestar-se sobe a
forma de bronquite crónica, que se define como uma inflamação crónica dos
brônquios acompanhada de tosse, expectoração e estreitamento dos brônquios,
provocando assim, dificuldade em respirar, e ainda sob a forma de enfisema pulmonar
que pode surgir isoladamente ou como complicação da bronquite. Nesta patologia, há
destruição progressiva dos alvéolos ficando os que restam com o seu funcionamento
comprometido. Tudo isto leva a que o ar fique retido nos pulmões e que o número de
capilares sanguíneos das paredes dos alvéolos diminua. Estas alterações prejudicam a
trocas gasosas entre os alvéolos e o sangue. Nas primeiras fases da doença, a
concentração de oxigénio no sangue está diminuída, mas os valores de dióxido de
carbono permanecem normais. Nas fases mais avançadas, os valores de CO2
aumentam enquanto os de O2 diminuem ainda mais.
Assim, os principais sintomas dos doentes de DPOC são a limitação do fluxo aéreo
(entrada e saída do ar) principalmente na expiração, dispneia (falta de ar), fadiga
muscular e insuficiência respiratória.
Esta patologia é provocada essencialmente pelo consumo de tabaco, exposição
passiva ao fumo e ao pó por vários anos, poluição ambiental e até por fatores
genéticos nos casos que se comprova a deficiência de enzimas relacionadas com a
destruição da estrutura dos pulmões.
O uso das técnicas da ventilação não invasiva nos doentes de DPOC revela
melhorias nos seus estados de saúde, pois, a utilização de modos ventilatórios por
pressão positiva melhora as trocas gasosas e a função pulmonar.
Ventilação Mecânica Não Invasiva ESTSP
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4.2 Fibrose Cística
A Fibrose Cística, também conhecida como fibrose quística, é uma doença hereditária
que afeta todo o organismo, causando deficiências progressivas e, frequentemente,
levando à morte prematura. Esta é causada por uma mutação de um gene do
cromossoma 7, que transcreve uma proteína transmembranar, reguladora de transporte
iónico, chamada de regulador de condutância transmembranar de fibrose cística
(CFTR). Assim, a fibrose cística é considerada uma doença autossómica recessiva.
Para um funcionamento e uma limpeza adequada dos pulmões, existe uma pequena
quantidade de fluido e muco ao longo das vias aéreas, que em conjunto com o
movimento dos cílios das células da traqueia e dos brônquios, contribui para a
remoção de partículas inspiradas (poeiras, fumos, poluentes, bactérias, vírus, etc.) que
de outra forma poderiam ser prejudiciais à saúde. Para que este movimento constante
se mantenha, o muco das vias aéreas tem que ser fluído, pois caso fosse viscoso
haveria obstrução e a drenagem e a limpeza das vias aéreas estaria dificultada.
Nos doentes portadores de Fibrose Cística, há síntese da proteína CFTR anómala,
por isso, esta não consegue funcionar como canal iónico, ou seja, o cloreto não
consegue sair para o lúmen das vias aéreas arrastando consigo o sódio e a água. Desta
forma, ao ficarem retidos no interior da célula, passa a haver pouca água no fluido das
vias aéreas, o que torna o muco mais desidratado e mais espesso. Por outro lado, há
entrada de sódio para dentro da célula e, consequentemente, também de água. Logo,
mais desidratado fica o fluido e mais espessas ficam as secreções dos brônquios. Ao
ficarem retidas nas vias respiratórias, esses fluidos provocam obstrução, interferem
com as trocas gasosas e com a remoção das bactérias que vão infectar o pulmão. A
utilização da ventilação não invasiva com pressão positiva consegue melhorar a
qualidade de vida dos portadores de fibrose cística. Esta técnica controla a
hipoventilação, melhora a concentração dos gases no sangue, proporciona um sono de
qualidade, melhora o estado geral e, de uma forma geral, pode diminuir os sintomas
da patologia.
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4.3 Bronquiectasia
A bronquiectasia é uma doença que provoca dilatações e distorções permanentes nas
paredes dos brônquios que, normalmente, seriam lisas. O aparecimento desta
patologia vai perturbar a dinâmica normal da árvore brônquica, sobretudo ao nível da
drenagem das suas secreções, com profundos impactos no seu funcionamento.
As secreções produzidas nos brônquios são normalmente drenadas através da tosse
e da drenagem realizada por intermédio dos cílios. Quando existem bronquiectasias,
este processo fisiológico está perturbado: as secreções não conseguem ser drenadas,
acumulam-se nessas dilatações e causam infeções. Assim, esta situação vai provocar
tosse, expectoração, dificuldade em respirar e infeções. O uso da ventilação não
invasiva nestes doentes permite que estes consigam respirar correctamente,
proporcionando-lhes bem-estar.
4.4 Asma
Tal como nas DPOC e nas bronquiectasias, na asma também há um aumento da
resistência das vias aéreas à passagem de ar devido ao seu estreitamento/obstrução.
No caso específico da asma, a inflamação da mucosa das vias aéreas, provocada por
alergénios e o excesso de secreções provenientes da inflamação aumentam a
resistência ao fluxo de ar. A utilização da VNI nesta patologia ainda é muito precoce,
uma vez que a asma, ao contrário das DPOC’s, é reversível mediante a utilização de
broncodilatadores. No entanto, estudos já realizados demonstraram resultados
favoráveis na utilização da VNI nesta patologia, em que houve uma boa tolerância ao
ventilador e a maioria dos pacientes evoluíram favoravelmente.
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Imagem 10 – Máscara Nasal de VNI
4.5 Edema Agudo do Pulmão Cardiogénico ( EAP)
O Edema Agudo do Pulmão Cardiogénico é uma patologia causada pela acumulação
de líquido no pulmão. Quando tal acontece, a diminuição da complacência e o
aumento da resistência pulmonares levam a um aumento do trabalho respiratório e
uma maior variação das pressões intratorácicas durante a inspiração. As alterações
causadas pelas grandes variações das pressões intratorácicas podem ser corrigidas
com o uso do CPAP que leva a um aumento da capacidade residual funcional,
redução do trabalho respiratório, diminuição da pressão transmural do ventrículo
esquerdo e da pós carga e melhoria do débito cardíaco. Outra forma de tratamento
passa pela utilização do BIPAP onde o EPAP torna mais eficaz o descanso dos
músculos respiratórios.
Estudos realizados demonstraram que deve ser recomendada a utilização do CPAP
a doentes EAP e insuficiência respiratória hipoxémica quando esta não responde à
terapêutica habitual. O BIPAP apenas deve ser utilizado em doentes com hipercapnia
ou insuficiência respiratória persistente após a utilização de CPAP e a sua utilização
deve ser evitada no EAP após EAM (enfarte agudo do miocárdio) uma vez que
comprovou-se que a utilização desta técnica pode provocar um aumento do risco de
Ventilação Mecânica Não Invasiva ESTSP
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EAM em doentes com EAP cardiogénico. Ambos os métodos, CPAP e BIPAP,
reduziram a mortalidade em doentes com EAP, embora esta variável seja mais
significativa com a utilização do CPAP.
4.6 Pneumonia adquirida na comunidade (PAC)
A utilização da VNI na pneumonia revelaram grandes taxas de insucesso,
principalmente em situações de pneumonias graves. Apesar de alguns estudos
realizados sobre a utilização de VNI em doentes com PAC, as conclusões obtidas não
são evidenciadas cientificamente, sendo este um dos motivos pelo qual não é
recomendado a utilização de VNI como principal terapia ventilatória nas pneumonias,
apesar de um grupo de doentes de DPOC e exacerbação motivada por pneumonia
serem uma exceção a esta generalização.
4.7 Doentes imunodeprimidos
Nos doentes imunodeprimidos, a VNI é uma modalidade ventilatória de excelência,
uma vez que estudos comprovaram a diminuição da mortalidade, da EOT (entubação
orotraqueal) e de complicações infeciosas em relação à ventilação invasiva. Os
estudos realizados basearam-se em doentes imunodeprimidos por diferentes causas,
sejam elas pelo transplante de órgãos ou de medula óssea e ainda pelo síndroma de
imunodeficiência adquirida (SIDA).
4.8 Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)
A SAOS é caracterizada por episódios repetidos de apneia e/ou hipopneia que
resultam do colapso das vias aéreas superiores essencialmente a nível da faringe. A
perda do padrão normal da respiração durante o sono é acompanhado por um ressonar
intermitente e bastante intenso (roncopatia) e por uma hipoventilação nocturna
profunda que pode levar à paragem respiratória (apneia), para além de outros
sintomas que incluem a hipersonolência diurna.
Embora existam factores externos, como a ingestão de álcool, que possam causar
perturbações na respiração, apneia obstrutiva do sono é uma perturbação intrínseca do
sono, essencialmente associado a alterações fisiopatológicas com efeitos nas
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estruturas respiratórias. A maioria dos doentes com SAOS é obesa, sendo a obesidade
um factor importante nesta síndrome. As formas de tratamento passam pela perda de
peso, em caso de doentes obesos, e a aplicação por via nasal de uma pressão positiva
de ar, CPAP. Esta última forma de tratamento é o meio mais eficaz para doentes com
SAOS, independentemente do seu grau de gravidade. O tratamento cirúrgico é apenas
aplicado em último recurso.
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