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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 11 Cores: Preto e Branco Área: 26,20 x 28,75 cm² Corte: 1 de 2 ID: 83705495 28-11-2019 Luís Ventura Depois de Peniche e de Ílhavo, é a vez de a Murtosa receber, até ao próximo domingo, a se- gunda edição do Festival Gas- tronomia de Bordo, uma ini- ciativa que exalta os sabores e os saberes que têm a sua gé- nese nos pratos preparados desde tempos imemoriais pe- los nossos pescadores e que se tornaram ícones gastronómi- cos. Patrícia Borges, chefe e do- cente na Escola Superior de Tu- rismo e Tecnologia do Mar (ESTTM), em Peniche, é uma espécie de embaixadora das es- pécies sustentáveis e quer es- crever um livro no final desta aventura. Sendo de Peniche, tem “aprendido muito nas via- gens por Ílhavo e pela Mur- tosa”. “Sou muito curiosa e te- nho aprendido muito sobre ba- calhau, em Ílhavo, e sobre a forma de confeccionar caldei- radas de enguias aqui na Mur- tosa”, confessou. A chefe sente- se, assim, em condições de fa- zer uma caldeirada de enguias. “Pode não ser como vocês a fazem, mas já entendi a essên- cia dela”, admitiu. Para a chefe que abraçou a missão da Gastronomia de Bordo, “uma das mais-valias deste projecto é pegar na sim- plicidade destas confecções culinárias e mostrá-las aos vi- sitantes e aos turistas”. Depois, defende que “é importante ainda que contem a história da caldeirada, porque é que ela leva pó de enguias e pão de unto, porque hoje as pessoas querem saber o que está no prato, querem saber de onde vêm os ingredientes”, explicou. Na Murtosa, o certame está no bom caminho e se, em 2018, eram seis os restaurantes ade- rentes, este ano já são uma de- zena. “Isto significa que aqui há algo que está a mudar e para o ano ainda seremos mais”, comentou a chefe, re- forçando que estes pratos, “além de contarem uma histó- ria, estão a reforçar o orgulho da pertença aqui à Murtosa”. A génese das caldeiradas murtoseiras está, precisamente, nos pescadores da Ria deAveiro e nos seus peculiares hábitos de pesca, que atestam bem a dureza do trabalho de outrora. Januário Cunha, vice-presi- dente da Câmara Municipal da Murtosa, agradece a todos os restaurantes “que embarcaram nesta aventura que é, ao mesmo tempo, um desafio para se mostrarem”. “Temos cons- ciência de que organizamos um evento que é catalizador, num período que é época baixa”. Se Peniche contribui com a pesca costeira e Ílhavo com a pesca longínqua, a pesca lagu- nar é o contributo da Murtosa para o projecto da gastronomia de Bordo. “É muito importante divulgar o que temos de me- lhor e aqui o melhor é a sim- plicidade das nossas caldeira- das, que eram confeccionadas pelos pescadores para se ali- mentarem”. Januário Cunha contou a tal história: “Depois de dias na safra da Ria, a para- gem para as refeições acontecia na borda da Ria e para a panela ia o peixe com menor valor económico”. A pesca lagunar do chinchorro, em particular na freguesia da Torreira, tinha a singularidade de se desenvol- ver em jornadas de 24 horas consecutivas, com lanços su- cessivos de dia e de noite. A dura safra era entrecortada pe- las pausas para as refeições, sempre em função da maré. É assim em Portugal. “O que temos de melhor são coisas simples, que exaltam a matriz identitária local, e isso é ex- traordinário”, conclui o autarca. Os dez restaurantes aderen- tes à iniciativa prepararam me- nus específicos para o festival, tendo como referencial os pra- tos de peixe e, de um modo es- pecial, as caldeiradas. Paralela- mente, o município propõe al- gumas actividades comple- mentares às degustações nos restaurantes, que visam dar a conhecer o património gastro- nómico, cultural e social da Murtosa. Assim, no próximo domingo, a tarde começa, pelas 15 horas, com a Rota da Enguia, com ponto de encontro no Cais do Bico para percorrer a beira-ria, terminando na “Ti Alcina”, na Bestida, com um “workshop” de confecção de caldeirada de enguias. | Competitividade local e regional servem-se à mesa na Murtosa Sabores A segunda edição do Festival Gastronomia de Bordo está de regresso à Murtosa com um número recorde de restaurantes aderentes. O objectivo é favorecer o incremento do turismo cultural Uma dezena de restaurantes aderentes A divulgação do patri- mónio cultural lagunar associado à gastrono- mia murtoseira, como forma de favorecer o in- cremento do turismo cultural e o aumento da competitividade local e regional passa, este ano, por dez restaurantes aderentes. São eles A Va- rina, Avenida-Praia, Bas- tos, Braseiro do Mar, Bú- zios-Pousada da Ria, Casa Silva, O Veleiro, Xá- vega-Mar, O Bico e o Feira dos Cinco. | Festival Gastronomia de Bordo divulga o património cultural lagunar PAULO RAMOS

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Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 11

Cores: Preto e Branco

Área: 26,20 x 28,75 cm²

Corte: 1 de 2ID: 83705495 28-11-2019

Luís Ventura

Depois de Peniche e de Ílhavo,é a vez de a Murtosa receber,até ao próximo domingo, a se-gunda edição do Festival Gas-tronomia de Bordo, uma ini-ciativa que exalta os sabores eos saberes que têm a sua gé-nese nos pratos preparadosdesde tempos imemoriais pe-los nossos pescadores e que setornaram ícones gastronómi-cos.

Patrícia Borges, chefe e do-cente na Escola Superior de Tu-rismo e Tecnologia do Mar(ESTTM), em Peniche, é umaespécie de embaixadora das es-pécies sustentáveis e quer es-crever um livro no final destaaventura. Sendo de Peniche,tem “aprendido muito nas via-gens por Ílhavo e pela Mur-tosa”. “Sou muito curiosa e te-nho aprendido muito sobre ba-calhau, em Ílhavo, e sobre aforma de confeccionar caldei-radas de enguias aqui na Mur-tosa”, confessou. A chefe sente-se, assim, em condições de fa-zer uma caldeirada de enguias.“Pode não ser como vocês afazem, mas já entendi a essên-cia dela”, admitiu.

Para a chefe que abraçou amissão da Gastronomia deBordo, “uma das mais-valiasdeste projecto é pegar na sim-plicidade destas confecçõesculinárias e mostrá-las aos vi-sitantes e aos turistas”. Depois,defende que “é importanteainda que contem a história dacaldeirada, porque é que elaleva pó de enguias e pão deunto, porque hoje as pessoasquerem saber o que está noprato, querem saber de ondevêm os ingredientes”, explicou.

Na Murtosa, o certame estáno bom caminho e se, em 2018,

eram seis os restaurantes ade-rentes, este ano já são uma de-zena. “Isto significa que aquihá algo que está a mudar epara o ano ainda seremosmais”, comentou a chefe, re-forçando que estes pratos,“além de contarem uma histó-ria, estão a reforçar o orgulhoda pertença aqui à Murtosa”.

A génese das caldeiradasmurtoseiras está, precisamente,nos pescadores da Ria de Aveiroe nos seus peculiares hábitosde pesca, que atestam bem adureza do trabalho de outrora.

Januário Cunha, vice-presi-

dente da Câmara Municipal daMurtosa, agradece a todos osrestaurantes “que embarcaramnesta aventura que é, aomesmo tempo, um desafio parase mostrarem”. “Temos cons-ciência de que organizamos umevento que é catalizador, numperíodo que é época baixa”.

Se Peniche contribui com apesca costeira e Ílhavo com apesca longínqua, a pesca lagu-nar é o contributo da Murtosapara o projecto da gastronomiade Bordo. “É muito importantedivulgar o que temos de me-lhor e aqui o melhor é a sim-

plicidade das nossas caldeira-das, que eram confeccionadaspelos pescadores para se ali-mentarem”. Januário Cunhacontou a tal história: “Depoisde dias na safra da Ria, a para-gem para as refeições aconteciana borda da Ria e para a panelaia o peixe com menor valoreconómico”. A pesca lagunardo chinchorro, em particular

na freguesia da Torreira, tinhaa singularidade de se desenvol-ver em jornadas de 24 horasconsecutivas, com lanços su-cessivos de dia e de noite. Adura safra era entrecortada pe-las pausas para as refeições,sempre em função da maré.

É assim em Portugal. “O quetemos de melhor são coisassimples, que exaltam a matrizidentitária local, e isso é ex-traordinário”, conclui o autarca.

Os dez restaurantes aderen-tes à iniciativa prepararam me-nus específicos para o festival,tendo como referencial os pra-tos de peixe e, de um modo es-pecial, as caldeiradas. Paralela-mente, o município propõe al-gumas actividades comple-mentares às degustações nosrestaurantes, que visam dar aconhecer o património gastro-nómico, cultural e social daMurtosa.

Assim, no próximo domingo,a tarde começa, pelas 15 horas,com a Rota da Enguia, componto de encontro no Cais doBico para percorrer a beira-ria,terminando na “Ti Alcina”, naBestida, com um “workshop”de confecção de caldeirada deenguias. |

Competitividade local e regionalservem-se à mesa na MurtosaSabores A segunda edição do Festival Gastronomia de Bordo está de regresso à Murtosa com um número recordede restaurantes aderentes. O objectivo é favorecer o incremento do turismo cultural

Uma dezenade restaurantesaderentesA divulgação do patri-mónio cultural lagunarassociado à gastrono-mia murtoseira, comoforma de favorecer o in-cremento do turismocultural e o aumento dacompetitividade local eregional passa, este ano,por dez restaurantesaderentes. São eles A Va-rina, Avenida-Praia, Bas-tos, Braseiro do Mar, Bú-zios-Pousada da Ria,Casa Silva, O Veleiro, Xá-vega-Mar, O Bico e oFeira dos Cinco. |

Festival Gastronomia de Bordo divulga o património cultural lagunar

PAULO RAMOS

Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

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Fundador Adriano Lucas (1925-2011) | Director Adriano Callé Lucas | Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras

28 DE NOVEMBRO DE 2019 QUINTA-FEIRA, Edição n.º 11.529 DIÁRIO | 0,80 EUROS

Anadia FC assinala 93 anos e traçametas para o futuroSAD avança em Janeiro | P28

CONFIRMADOS 25 ANOSPARA PEDRO DIASSupremo Tribunal de Justiça confirmou a pena aplicada ao arguido, natural de Arouca,pelos crimes cometidos em Aguiar da Beira, entre os quais três homicídios Página 32

iGastronomia de bordoi

iserve-se à mesa na Murtosai

Festival Gastronomia de Bordo promove o património lagunar até domingo Página 11

AssembleiaMunicipalaprova PDMDecisão | P2

Morte de fetoleva a aberturade inquéritoAveiro | P13

Turismo sobfortes críticasem AveiroNova Plataforma | P6

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