IEIJ News - 2015

9
news para gostar de ler Projeto permanente estimula a descoberta dos clássicos da literatura universal tecnologia Quando celulares e dispositivos móveis são bem-vindos em sala de aula viagens Tamarana e Barra Bonita foram alguns dos destinos pedagógicos de 2015 Projetos interdisciplinares: aprendizagem garantida www.ieij.com.br 2015 Em 2015, os alunos estudaram em profundidade dois instigantes temas, e o principal resultado foi um amplo conhecimento sobre a árvore-símbolo do Brasil e sobre a Guerra do Contestado; até uma comitiva catarinense esteve presente no seminário de encerramento

description

Revista do Instituto de Educação Infantil e Juvenil - 2015. Artigos escritos pelos alunos da Escola, a respeito da Escola.

Transcript of IEIJ News - 2015

Page 1: IEIJ News - 2015

news

para gostar de lerProjeto permanente estimula a descoberta dos clássicos da literatura universal

tecnologiaQuando celulares e dispositivos móveis são bem-vindos em sala de aula

viagensTamarana e Barra Bonita foram alguns dos destinos pedagógicos de 2015

Projetos interdisciplinares:aprendizagem garantida

www.ieij.com.br • 2015

Em 2015, os alunos estudaram em profundidade dois instigantes temas, e o principal resultado foi um amplo conhecimento sobre a árvore-símbolo do Brasil e sobre a Guerra do Contestado; até uma

comitiva catarinense esteve presente no seminário de encerramento

Page 2: IEIJ News - 2015

2

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

3

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

o ieij já nasceu com um objetivo que ultrapassa o de ser uma escola.Desde antes de ser fundado, o que o IEIJ queria era ser uma instituição de ensino regular que pusesse em prática as descobertas das Ciências da Aprendizagem.

O IEIJ tinha consciência de que o tempo de ensinar do jeito que se apren-deu, ou, ensinar através de um ou outro método que mostrava bons resulta-dos, era coisa do passado – do século XIX.

No século XX, Jean Piaget – o grande cientista do conhecimento (episte-mólogo) – tinha descoberto os fantásticos mecanismos da inteligência. Piaget conseguiu entender como a inteligência funciona para que possamos aprender – isso, em qualquer área do conhecimento: Matemática, Ciências da Natureza, Ética, Convivência Social, Língua Pátria, Física, Química, História, Artes, Auto-nomia Intelectual e Moral...

Mais tarde, as Neurociências – através de pesquisas do próprio cérebro – corroboraram as descobertas de Jean Piaget sobre a aprendizagem.

O trabalho pedagógico do IEIJ é criar e praticar os procedimentos didáti-cos que auxiliam o desenvolvimento natural da inteligência das crianças e dos adolescentes, descritos pelas ciências cognitivas.

As matérias, relatos, artigos desta revista retratam a pedagogia IEIJ – uma constante busca do essencial, do simples, da natureza humana. O co-nhecimento da tecnologia, da leitura, da escrita tem, por finalidade, apo-derar-se da História, da Ecologia, das Ciências e transformá-las em valores humanos e atuais.

A convivência entre os diferentes mostra a diversidade como sinônimo de realidade.

Através destas páginas, transparece, também, a dualidade do ato de aprender: esforço para enfrentar os desafios e alegria por transpô-los.

Luiza Leonor Cavazotti e Silva – fundadora do IEIJ

A pedagogia IEIJEditorial

03 editorial A pedagogia IEIJ

04 passeios pedagógicos Barra Bonita, Tamarana e Fazenda Bimini

06 festa junina Tradição e cooperação

07 pia Pau-brasil, história e robótica

08 seminário Guerra do Contestado

10 hospital do coração Investindo no futuro

11 tecnologia Uso de celulares em sala

12 projeto Para gostar de Ler

Índice

Aprendera aprendercaro leitor do jornal do ieij, talvez esta não seja a melhor ou mais adequada maneira de se começar o gênero Carta ao Leitor; contudo, acredito não ser possível fugir do que pensa meu cérebro e sente meu coração. Por isso, início fazendo um resgate a minha memória.

“Hum... acho que essas escadas são perigosas!”

Essas foram as primeiras palavras que saíram de minha boca, antes mes-mo de cumprimentar uma das profes-soras que veio me atender, em visita ao Instituto de Educação Infantil e Juvenil, há mais ou menos doze anos. Felizmen-te, resolvi não dar atenção ao suposto “perigo” que as escadas inspiravam, mas sim aos meios que seriam propiciados e aos conhecimentos que seriam cons-truídos para que a autonomia intelectu-al se estabelecesse e o desenvolvimento fosse, de fato, incentivado.

Mais do que “o ensinar” e “o apren-der”, o IEIJ sempre se mostrou atento ao “aprender a aprender”. Estimular o ra-ciocínio, instigar o outro a ter vontade de aprender e a desenvolver sua auto-confiança, buscar entender e, acima de tudo, se fazer compreendido se mostra-ram pontos fundamentais nesse espaço. Espaço este que atrevo-me a chamar de “ieijiano”, pois além de conhecimentos formais, são transmitidos valores vincula-dos ao respeito às diferenças e, portanto, identitários e ideológicos.

E foi assim, acreditando nes-ses procedimentos e valores edu-cacionais do Instituto de Educação Infantil e Juvenil, que comecei a com-preender que as escadas não são “perigosas”, perigoso é o fato de não que-rer encará-las.

Rosemeri Passos Baltazar Machado(mãe da Lorrayne, 14 anos)

13 crônica Como escrever uma crônica

13 artes Galeria Beth Camargo

14 comemorações Dias das Mães e dos Pais

15 contraturno Clubes IEIJ

Carta ao leitor

Expedientetextos e produção

Alunos do IEIJ

supervisão

Ana Luísa Loureiro Bracarense Costa

equipe docente 2015

Aithana Luz da Silva Rabelo

Ana Luísa Loureiro Bracarense Costa

Ana Valéria Palma Gôngora

Anna Carolina Galli

Elaine Cristina dos Santos Araújo

Elaine Stephano Alves da Silva

Eliana Abel Oda Morinaka

Juliane Silva Medeiros

Luiza Leonor Cavazotti e Silva

Márcia Regina Simões Kleinhans

Márcio Hideo Ara Bueno

Margareth Felippe Cuba

Maria Cecília Loures

Maria Kyoko Arai

Matheus Di Osti Romagnolli

Michelle Adriani de Souza Zani

Renato Molin Júnior

Rodrigo D’Ambrozio

Vanessa Duarte

Vivianny Freire Viana Passos

equipe administrativa

Iris Jaqueline Carvalho W. Giufrida

Mirian de Souza Castoldo Liotto

equipe de colaboradores

Clarice da Silva

Dirceu Juliani

Edilaine Oliveira Alves

Márcia Helena dos Reis

fotografias

Maria Kyoko Arai (Arquivo do IEIJ)

projeto gráfico

Débora Helora Gonçalves

edição

Loriane Comeli

impressão

Editora e Gráfica Paraná Press S.A.

tiragem

5.500 exemplares

distribuição gratuita

Clube de Culinária

Tradição em vanguarda

Agora com período integral.Venha conhecer a diferença!

• rua Bélgica, 926www.ieij.com.br

O IEIJ • Instituto de Educação Infantil e Juvenil é uma escola sem fins lucrativos, que há mais de 40 anos aposta em uma educação diferente.

Uma escola piagetiana, que respeita o indivíduo em seu processo de construção do conhecimento.

Uma cooperativa de pais que se interessam pelo crescimento de seus filhos, em um sentido amplo.

Um lugar onde a autonomia é alcançada pela cooperação. Onde a tradição é baseada na vanguarda.

Page 3: IEIJ News - 2015

4

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

5

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

Passeios pedagógicos

passeios e excursões escolares são sem-pre uma diversão para alunos e professores, mas, também, são importantes formas de aprendizagem. No IEIJ, as viagens pedagógi-cas, organizadas pela professora Elaine, são realizadas sempre que possível e para locais que tenham relação com as disciplinas e os conteúdos que estão sendo ministrados.

Foi o caso da recente viagem, em 14 de agosto, para Barra Bonita, cidade paulista às margens do rio Tietê, que fica a 350 km de Londrina. Lá, os alunos conheceram a eclu-sa de Barra Bonita, já que, em sala, estavam estudando o funcionamento deste tipo de dispositivo no Canal do Panamá.

Com um animado guia e experientes professores acompanhantes, o grupo de 30 excursionistas desfrutou de situações ines-quecíveis, como subir e descer o rio pelo elevador de águas, o caprichado almoço a bordo e a sensação de ser capitão do navio, mesmo que por alguns minutos.

tamaranaem tamarana, cidade distante 80 km de Londrina, a empolgação não foi diferente. Guiados pelo ambientalista João Batista Moreira, o João das Águas, da ONG Patru-lha das Águas, alunos do Ensino Funda-mental passaram todo o dia 24 de junho na Reserva Apucaraninha, onde moram índios caingangues, no limite dos municípios de Londrina e Tamarana.

Os alunos ficaram impressionados com a modernidade da aldeia: havia índios andando de motocicletas e carros e índios comerciantes; as casas eram de tijolos e equipadas com eletrodomésticos e piscinas; e havia até uma pequena cadeia, para os ín-dios que não respeitavam as regras.

Visitaram também o Salto do Apu-caraninha, queda d'água com mais de 100 metros de altura, e a usina hidrelétrica cons-truída em 1949, hoje operada pela Compa-nhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Tanto o salto quanto a usina ficam dentro da reserva. Obtiveram informações sobre o funcionamento da hidrelétrica, instalada no Rio Apucaraninha, bem próximo do Ti-bagi, e sobre produção de energia. Segundo a Copel, a usina tem capacidade instalada de 9,5 megawatts.

Além disso, o grupo de estudantes vi-sitou o Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag, fundado em 1967, e entrevistou a professora Larissa, que dá aula de História na escola.

Para completar o passeio pedagógico, os alunos assistiram a uma apresentação de dança caingangue: os índios estavam pinta-dos e usaram roupa típica, chapéu e choca-lho. Os índios até chamaram os alunos para dançar e lhes ensinaram os passos.

“O passeio foi muito educativo, provei-toso e bacana”, comentou João das Águas. A ONG Patrulha das Águas, em razão de acordo com a reserva indígena, emite auto-rizações para visitas mediante pagamento de um pequeno valor (ingresso), com ob-jetivo de promover esse tipo de atividade e divulgar as belezas naturais do local.

TEXTO PORIsabella Cacione, 9º ano

A escolha do destino tem relação com os conteúdos estudados em sala; visitas a uma aldeia indígena e a uma eclusa foram incluídas nos roteiros

Viajar é preciso!

uma aula de biologia ao ar livre. Foi isso o que alunos da Educação Infan-til e do Ensino Fundamental tiveram em setembro, ao visitar a Fazenda Bimini, em Rolândia, a 30 quilômetros de Londrina.

Os proprietários, Daniel Steidle e sua mãe, dona Ruth, vêm fazendo do lugar um modelo ecológico, principalmente, ao re-florestar áreas devastadas pelo plantio de café. A fazenda está na família de Daniel desde a década de 1930, quando seus avós – vindos da Alemanha – adquiriram aquela área de terras.

Mestre em Geografia, Daniel tem se de-dicado a preservar a fazenda e usá-la para “aulas ao ar livre”, recebendo, sem cobrar

Preservação e diversidade ecológica

TEXTO PORMaria Fernanda Gouveia Menegazzo, 7º ano

pela visita, grupos de alunos de escolas e universidades da região.

Aos alunos do IEIJ Daniel proporcionou um grande passeio, muita diversão e apren-dizado. Ele os guiou por trilhas em meio a enormes árvores, respondeu às dúvidas e deu uma aula sobre o local. Os alunos co-nheceram árvores das quais o leite serve como protetor solar, ervas que curam de-terminadas doenças e animais com um pa-pel importante na biodiversidade .

Além disso, o guia mostrou tudo que ele mesmo faz: brinquedos de madeira são a diversão de seu filho de 13 anos e suas construções são um prazer para ele, mas o que Daniel realmente gosta é da natureza,

dos animais e das plantas que ele salva da extinção. Hoje a Fazenda Bimini tem mais de 300 diferentes espécies de árvores.

Na cidade, nos contentamos com di-nheiro e viagens caras, contudo Daniel vive de forma diferente. Para alguns de nós, ele pode ser considerado um homem distante e solitário, mas após a visita, des-cobrimos que ele é o oposto – é a evolu-ção do ser humano, uma pessoa que vive bem mais feliz com sua fazenda do que algumas que têm tudo...

Fazenda Bimini

Em Rolândia, alunos conhecem antiga fazenda de café que se tornou modelo ambiental

O proprietário da Fazenda Bimini, Daniel Steidle (foto acima e à direita), ministrou uma verdadeira aula de ecologia ao ar livre

o ieij fez bonito ao participar da Olim-píada Brasileira de Astronomia e Astro-náutica (OBA) de 2015. Em uma prova feita por todo o País, alunos do Instituto ganharam três medalhas: duas de ouro e uma de bronze.

A OBA é um evento anual aberto a todas as escolas brasileiras. As provas consistem em questões de Astronomia e Astronáutica e abordam temas como fa-ses da Lua, rotação da Terra, constelações, temperatura de estrelas e planetas e posi-cionamento de satélites.

Participam desta prova todos os alunos desde o primeiro ano do Ensino Fundamental até o terceiro ano do Ensi-no Médio. Elas são monofásicas, feitas na própria escola na data estipulada e dentro do tempo de duração permitido pela co-missão organizadora.

A Olimpíada existe desde 1998 e o IEIJ participa dela há mais de 5 anos. Nes-se período, conquistou muitas medalhas. Em 2015, as primeiras medalhas de ouro foram conquistadas por um aluno e uma aluna do 9º ano e quem ganhou a meda-lha de bronze foi uma aluna do 7º ano. As provas são específicas para as idades e mudam de nível de dificuldade conforme a série em que o aluno está.

A correção é feita no Rio de Janei-ro, sede da organização que realiza a OBA, e as provas são reenviadas para as escolas com os certificados, que to-dos os participantes recebem, com as eventuais medalhas.

O IEIJ É OURO!

TEXTO PORLorrayne Baltazar Machado, 9º ano

Page 4: IEIJ News - 2015

6

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

7

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

TEXTO PORBeatriz Trindade Vilas Boas, 7º ano

Pau-brasil,história e robótica

no segundo semestre, um novo e insti-gante Projeto Interdisciplinar de Apren-dizagem (PIA) envolveu todos os alunos e professores do IEIJ: os estudos sobre o pau-brasil revelaram muito mais coisas do que “sabem” os livros de História. Os alunos debruçaram-se sobre temas como o contrabando da primeira madeira de lei do Brasil; o escambo, com a troca de mer-cadorias entre índios e negros; os corantes que eram retirados das árvores; e o signifi-cado do pau-brasil para a Europa e para o próprio Brasil.

O principal resultado prático do PIA foi a confecção de uma maquete robótica que interage com quem a observa, cujo desenvolvimento precisou de conheci-mentos de física, carpintaria e muita cria-

Ao aprofundar estudos sobre a árvore-símbolo do Brasil, alunos avançaram para Matemática e Física e construíram maquete que interage com observadores

2º semestre

o concurso para adivinhar o peso e a quantidade de sementes da abóbora é re-alizado há mais de vinte anos, na época da Festa Junina. Toda a comunidade escolar pode participar, arriscando o seu palpite.

Os alunos da Escola já conhecem as estratégias de adivinhação que, na reali-dade, não é mera adivinhação. Por meio da comparação com outros objetos – e por que não, até com os próprios colegas – crianças e jovens levantam seu colega, sacos de açúcar e outros materiais para comparar a massa da abóbora com ou-tros elementos. Dessa forma, desenvolvem estruturas de pensamento por meio de estimativas, na ação.

Estudam, também, outras abóboras para identificar onde ficam as sementes e, novamente pela estimativa, projetam o número de sementes contadas na abóbora menor para a maior.

Na véspera da festa, uma turma é sor-teada – nesta edição foi o sétimo ano – e todos participam da pesagem e da conta-gem das sementes. João Filipe, do sétimo ano, diz que cortar a abóbora em pedaços “foi interessante, pois nunca tinha feito isso em casa”.

Logo depois, entra em cena a profes-sora Kyoko, que, com seus dotes culinários, transforma aquela abóbora em vários poti-nhos de doce para serem vendidos na festa. De acordo com ela, “cozinhar a abóbora e transformá-la em um doce gostoso, passa por muitas transformações físico-quími-cas”. Os acertadores recebem seus prêmios durante a Festa.

Quem disse que não se aprende com abóboras?

CONCURSODA ABÓBORA

Arrisque um palpite!

TEXTO PORRoberta Arita, 3º ano Ensino Médio; eLouise Moraes, 9º ano

41ª Festa Junina“vai começar a quadrilha pessoal! Pe-guem seus pares e comecem a dançar, por-que a festa é boa...” Essas palavras caracte-rizam a tradicional Festa Junina do IEIJ, que chegou, em 2015, à sua 41ª edição e, claro, não deixou de apresentar sua quadrilha, além de outras danças típicas e coreografias inéditas.

Uma rua inteira, adornada por fileiras de bandeirinhas que se cruzam em zigue--zague à altura das árvores, é o cenário da grande festa. E há uma dezena de barracas, feitas de bambu e enfeitadas de flores de papel, onde há prendas confeccionadas pe-los alunos, doces, espetinhos e refrigerantes

Centenas de convidados dançaram e se divertiram com os corações aquecidos pelo calor da fogueira e embalados pelo som do estalar da madeira e de boa música.

É uma obra conjunta. Os jovens “ieijia-

nos” trabalharam na confecção de prendas para as barracas de jogos como pequenos elfos ou duendes ajudando o Papai Noel a fazer brinquedos no Natal.

Também foi obra das crianças e dos jovens o corte e colagem de bandeirinhas, que cobrem a quadra e enfeitam a rua.

colaboraçãomas, também sobrou trabalho para pais, mães e professores, o que revela uma carac-terística única da Festa Junina do IEIJ: é feita com a dedicação incondicional de muitas pessoas especiais. Veem-se pais martelan-do tábuas, mães cozinhando, professores subindo em árvores, alunos preparando barracas. É uma festa cooperativa: todos organizam, montam, trabalham e festejam; ao final, desmontam, organizam, limpam. Tem sido assim desde as primeiras festas,

há mais de 40 anos. Participar significa fazer parte de um pro-jeto coletivo. “Assim, reforçamos o valor da união, para os nossos filhos”, afirma Laurival Vilas Boas, pai de dois alunos do IEIJ.

o contestado e as danças em 2015, as danças tradicionais da Festa Junina foram enriquecidas pelo Projeto In-terdisciplinar de Aprendizagem (PIA) com o tema A Guerra do Contestado.

A Rapsódia do Contestado, dança dra-mática encenada pelos alunos do terceiro ao quinto anos, introduziu o tema. Em se-guida, foram apresentadas as danças dos heróis e heroínas desse episódio sangrento da história paranaense, como Chica Pele-ga (coreografada pela professora Kyoko) e Maria Rosa (coreografada pelas alunas do nono ano e encenada pelas alunas do Fun-damental II e Ensino Médio).

Além disso, teve a dança do lendário e polêmico Zé Maria, apresentada pelo gru-po de professores do IEIJ.

Uma rua enfeitada. Uma fogueira. Muito doce, comida e música típicas: a mais tradicional festa do IEIJ foi um sucesso

TEXTO PORJúlia Yumi Liotto, 8º ano

Tradição e cooperação

tividade, além da cooperação de todos os alunos do IEIJ.

Para chegar ao resultado final, os alu-nos precisaram mergulhar na história do pau-brasil, mas também nas aulas de Ma-temática, Português, Geografia, Ciências, Estudos Sociais e em estudos ambientais. Um verdadeiro projeto interdisciplinar.

A principal fonte de pesquisa histó-rica foi o livro Pau-brasil - Metáfora Ve-getal de um País, organizado por Eduardo Bueno. Cada turma, do 5º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, ficou res-ponsável por estudar um capítulo e apre-sentar um projeto sobre ele.

Page 5: IEIJ News - 2015

8

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

9

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

estudando a guerra do contestado desde o começo de março, os alunos do IEIJ têm na ponta da língua praticamente todas as respostas sobre o conflito armado entre Paraná e Santa Catarina, que ocorreu no começo do século passado (1912-1916). A disputa de território entre os Estados foi o tema do Projeto Interdisciplinar de Aprendizagem (PIA) do primeiro semestre de 2015 e envolveu alunos e professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio, que, no começo de julho, apresentaram as principais conclusões no seminário Contes-tado: Voz do Passado Falando ao Presente, Alertando o Futuro.

O objetivo de aprender, portanto, foi alcançado. Mas o PIA de 2015 saltou os portões da Escola e as divisas do Estado e mobilizou a comunidade de Irani, cida-de catarinense considerada o berço do Contestado, onde está a sede do Parque Temático do Contestado. De lá, vieram para participar do Seminário o historiador e pesquisador Vicente Telles e o prefeito de Irani, Mauri Ricardo de Lima, além de dois vereadores.

PIA

Guerra do Contestado: a história um século depois

Telles é músico, poeta, folclorista, neto e sobrinho-neto de ex-combatentes do conflito. Desde o início do PIA, o estudio-so auxiliou os alunos do IEIJ com o envio de materiais de pesquisa. Outro convidado do Seminário foi o professor Nílson César Fraga, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Como projeto interdisciplinar, o Con-testado foi objeto de outras disciplinas. Isso ficou claro na Festa Junina, ocasião em que os alunos apresentaram coreografias típicas do período do Contestado, com músicas compostas por Vicente Telles. Dançando, os alunos do Ensino Fundamental e do En-sino Médio contaram a história de Chica Pelega e Maria Rosa, grandes heroínas do conflito. Já as crianças do Ensino Fundamen- tal I apresentaram a “Rapsódia do Contes-tado” para contar a triste história da che-gada da ferrovia, da derrubada das árvores e das mortes.

“A dança foi uma representação viva do Contestado; ela é a expressão máxima do

Ao estudar o conflito armado entre Paraná e Santa Catarina, alunos tiveram auxílio de um ilustre conhecedor do Contestado

ser humano e com ela podemos entender mais ainda o que o conflito representou”, avaliou Eliana Morinaka, coordenadora do Ensino Fundamental.

Há vários anos, o IEIJ adota o PIA como metodologia de ensino, envolvendo em único tema toda a comunidade escolar. A ideia é aprofundar o assunto até que to-dos se tornem “peritos”. Foi assim em 2014, com o estudo sobre Tiradentes, cujo ápice se deu com a superprodução Tiradentes Face a Face.

No caso do Contestado, os professores, durante o planejamento semestral, ao esco-lherem o tema, tiveram grande surpresa ao constatarem que pouco tinham estudado sobre o conflito em seu período escolar. Foi aí que a curiosidade aumentou: por que são tão poucos os estudos sobre uma questão que afeta diretamente os paranaenses e ain-da numa época tão recente – pouco mais de 100 anos do fim do conflito? TEXTO PORPedro Silva Bufalo, 8º anoVicente Telles, historiador do Contestado

TEXTO PORPedro Silva Bufalo, 8° ano; e Francisco Gôngora Zorman, 9° ano

Prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, recebe um genuíno ‘facão de guamirim’, presente do prefeito de Irani, Mauri Ricardo de Lima

como parte dos trabalhos de encerra-mento e avaliativo do PIA, foi realizado o Seminário “Contestado: Voz do Passado, Fa-lando ao Presente, Alertando o Futuro” no dia 8 de julho de 2015.

O tema gerou incômodos, desafios, estudos e, principalmente, reflexão. Pensar sobre o que nós somos, a nossa responsa-bilidade sobre a nossa terra e a nossa gente. Que a maioria de nós somos imigrantes e que fazemos parte de um ecossistema cha-mado planeta. Será que numa guerra, real-mente existe um lado vencedor? Será que é possível entender o sofrimento do outro?

Muitos questionamentos foram levan-tados por todos – desde os pequenos até os adolescentes, pais e professores. Algu-mas perguntas foram vividas e respondidas, outras, ainda não. Mas cada um com a sua capacidade e história de vida pôde refletir sobre um fato histórico.

A presença da comitiva de Irani – Pre-feito, Presidente da Câmara de Vereadores e líder do governo – despertou a nossa cons-ciência acerca da importância do fenômeno estudado.

A vinda da “história viva” – Vicente Tel-les – resgatou um fato ocorrido há mais de cem anos para bem perto de nós. Fez pen-sar e refletir sobre o que somos hoje e que tipo de adultos queremos ser.

A palestra “Contestado, uma guerra para pensar a formação do território e a vida dos paranaenses”, proferida pelo pro-fessor da Universidade Estadual de Londri-na (UEL), Nílson César Fraga, que é doutor em Geografia e coordenador de grupos de estudos da UEL, levantou questionamentos que foram abordados posteriormente, tal dimensão alcançada pela sua fala.

No dia 9 de julho, os alunos e profes-sores apresentaram na Escola os resultados de sua pesquisa e de longos estudos sobre o Contestado. Em forma de minipalestras,

Seminário

Projeto mobiliza autoridades catarinenses

todos tiveram a oportunidade de expor o aprendizado para a comitiva de Irani, pais dos alunos e convidados.

E, como a História, o estudo ainda não terminou. Vêm aí os desdobramentos deste fantástico estudo.

um pouco da históriaExistem muitas questões a respeito do Con-testado que ainda não foram descobertas ou não foram suficientemente exploradas. O conflito, a exemplo de outros movimen-tos sociais, tem, dentro da complexidade de suas causas, a disputa de terra. No início do século XX, houve violento conflito de terras, que envolveu pobres, negros, mestiços e in-dígenas, numa área de cerca de 50 mil qui-lômetros quadrados, região disputada pelas províncias do Paraná e de Santa Catarina.

Em 1908, uma companhia norte-ame-ricana, a Southern Brazil Lumber and Colo-nization Company, que construiu a estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, recebeu do governo federal, como parte do pagamento desta obra, terras em uma faixa de 15 quilô-

metros de cada lado da ferrovia. O seu prin-cipal interesse era a exploração da floresta nativa, rica em pinheiros e imbuias.

A população que morava nessas ter-ras, como posseira, foi expulsa, indo se unir aos trabalhadores da estrada de ferro, que haviam sido recrutados nas grandes cida-des através de promessas tentadoras. Mas, após o término da construção da obra, fo-ram jogados a uma situação de completo abandono.

O nome Contestado advém da disputa de limites entre os estados de Santa Cata-rina e do Paraná. A área disputada era rica em erva-mate, araucária, pastos nativos e madeira de lei. Viviam no território dis-putado cerca de 20 mil sertanejos que se dedicavam ao extrativismo da erva-mate, à agricultura de subsistência e à pequena criação de animais.

Apresentação dos alunos e minipalestras permitiram reflexão sobre passado e um olhar sobre o futuro

Page 6: IEIJ News - 2015

10

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

11

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

ao deparar-se com o mercado de traba-lho, o jovem com necessidades educacio-nais especiais enfrenta diversas dificulda-des inerentes ao mundo corporativo. A profissionalização na área em que irá atu-ar, a constante busca por conhecimento, assim como os valores pessoais construí-dos ao longo de sua vivência são impres-cindíveis para a inclusão do aluno em um emprego formal.

Com esta perspectiva, o Hospital do Coração de Londrina investiu na contrata-ção e profissionalização dos alunos do Ensi-no Médio do Instituto de Educação Infantil e Juvenil (IEIJ). Não demorou para que a prá-tica começasse a ter resultados positivos. A assistente social Andrea Tomezak, uma das responsáveis pelo setor de Serviço Social do hospital, se sente totalmente realizada com a iniciativa. “Os próprios pais se surpreen-dem com o resultado. Muitas vezes, eles [os pais] têm um pouco de receio de o filho não conseguir exercer as funções”, enfatiza.

Os jovens colaboradores exercem di-versas funções na empresa, desde serviços gerais até administrativos. “Com o devido

Investindo no futuroAlunos do Ensino Médio do IEIJ têm sido contratados pelo hospital para funções que os preparam para o mercado de trabalho

Hospital do Coração

TEXTO POREduardo AssadEspecial para o IEIJ News

com o início do ano letivo, a equipe pedagógica do IEIJ introduziu novos mé-todos para trabalhos em sala. Em 2015, os dispositivos móveis passaram a ser não apenas permitidos, mas incentivados. “Além de nos atualizarmos, ainda dimi-nuímos o gasto de papel, uma atitude de cuidado com o meio ambiente”, afirma um aluno. Nas aulas de Informática, os alunos estão aprendendo a usar novas ferramentas em seus computadores, como os leitores de PDF, o Google Drive e aprofundamento nos recursos do Moodle, principal ferra-menta nas aulas de Computação e Cults (sistema de tarefas integradas) online.

Para trabalhos na Escola, os profes-sores orientaram sobre o tipo de dispo-

sitivo adequado às aulas, devendo ser de sete polegadas ou mais, pois, segundo o professor Márcio Hideo, “quando esta-mos lendo um texto, não estamos lendo apenas as palavras, mas também vendo a organização do texto e as imagens, e uma tela pequena atrapalha isso”.

por que o moodle?uma das maiores bases em usuários do mundo - com mais de 25 mil instalações, mais de 360 mil cursos e mais de 4 mi-lhões de alunos em 155 países - a plata-forma Moodle é o sistema usado para a realização de tarefas no IEIJ. A maior instalação do Moodle tem mais de 6 mil cursos e mais de 45 mil alunos.

Algumas universidades baseiam toda sua estratégia de educação à distân-cia neste sistema. Recentemente, a Uni-versidade Aberta da Inglaterra adotou o Moodle para seus 200 mil estudantes, assim como a Universidade Aberta do Brasil. O sistema tem a maior participa-ção de mercado internacional, com 54% de todos os sistemas de apoio online ao ensino e aprendizado.

Alunos, liguem seus celulares!Tecnologia

Em vez de proibir, equipe pedagócica do IEIJ incentiva o uso de disposivos móveis e novas ferramentas tecnológicas

apoio e estímulo para o aprendizado, eles conseguem desenvolver habilidades sur-preendentes, são extremamente capazes. Os alunos trabalham normalmente, com carga horária reduzida, mas com todos os direitos que um trabalhador comum tem. Tudo isso graças à educação que recebem, em casa e na escola”, ressalta Andrea.

A confiança do Hospital do Coração na escola se estende a seu modelo de gestão pedagógica, que investe em uma educação multidisciplinar, buscando valores éticos e morais, na construção de um indivíduo co-erente com a sociedade.

O projeto já mudou o convívio e qua-lidade de vida destes jovens na escola, em casa e, agora, no ambiente de trabalho. Com carga horária reduzida, os novos fun-cionários não ficam sobrecarregados ao aliar estudo e trabalho. Ao contrário, sen-tem-se motivados e capacitados para fazer o melhor possível em ambos os ofícios.

A professora Luiza Leonor Cavazotti e Silva, carinhosamente apelidada de Zizi, é a fundadora do IEIJ. Em 2013, a Escola co-memorou 40 anos, e pela primeira vez, viu

seus alunos ingressarem com eficiência no mercado de trabalho. “O jovem já começa dentro da escola fazendo estágio em di-versas áreas, biblioteca, cozinha, recepção. E então pensamos: por que não colocá-los em outras empresas? Foi aí que o Hospital do Coração entrou com uma oportunidade fascinante”, ressalta.

Zizi deixa claro seu entusiasmo com o projeto e espera ainda mais alunos. “Existe mercado. Eles estão realizados porque tra-balham, têm conta e dinheiro no banco, responsabilidades. Se sentem parte da so-ciedade”, completa Luiza.

O Moodle é desenvolvido na lingua-gem PHP, suporta vários tipos de bases de dados, em especial MySQL, e é idealmente implantado em servidores com o sistema operacional livre Linux. Outra vantagem é que o Moodle tem seu código fonte disponi-bilizado gratuitamente e pode ser adaptado, estendido e personalizado pela organização que o adota.

Além disso, o Moodle adota o padrão Scorm (Sharable Content Object Refe-rence Model) de interoperacionalidade, o que garante a exportação e importação de conteúdos e a mudança relativamente fá-cil para outras plataformas (LMS ou CMS) que obedeçam ao mesmo padrão. Isso per-mite uma grande flexibilidade e segurança na sua adoção.

Os alunos do IEIJ, a partir de 7 anos, uti-lizam esse recurso em suas tarefas (Cults), que são corrigidas diariamente pelos pro-fessores e devolvidas aos alunos para serem melhoradas.

TEXTO PORUgo Castellani, 9º ano; eThiago Lot Silva Fidelis, 8º ano

O estudo sobre a felicidadeos alunos do 3º ano do Ensino Médio Juliana Galvão, 18 anos, Roberta Arita, 21 anos, e Henrique Burgo, 18 anos, fizeram uma enquete no mês de maio para desco-brir o que deixa as crianças e adolescentes do IEIJ felizes. Constataram que o sentimen-to provém de diversos motivos e varia con-forme o gênero e a idade do aluno.

Segundo Juliana Galvão, o tema da enquete surgiu da curiosidade do grupo sobre o que deixa as pessoas felizes, para

tentar conviver em harmonia, fazendo apenas coisas que deixam os outros mais felizes. Essa enquete fazia parte da dis-ciplina de Filosofia. Os alunos da escola responderam ao questionário que ficou afixado no Mural dos Alunos por cerca de duas semanas.

A enquete foi uma sugestão de Marga-reth, que também é professora de Filosofia, no Ensino Médio. Para começar o projeto, foram produzidos cartazes com perguntas

como: “Você se sente feliz? Por quê?”, “Você é feliz? Por quê?", que foram colocados pelos murais da escola.

Juliana contou que os resultados da en-quete mostraram que o motivo da felicida-de de meninos e meninas é diferente. “Mui-tos meninos relataram que o motivo de sua felicidade era baseado em comida, futebol e jogos; já, as meninas escreveram que eram felizes porque gostavam de animais, ouviam determinadas músicas ou tinham amigas", disse a estudante.

A idade também interfere na resposta, emendou Henrique. "Os alunos, no Ensino

Fundamental I, apresentaram motivos mais simples para a alegria, como ganhar um brinquedo; já, alunos do Ensino Fundamen-tal II mostraram motivos mais voltados a re-lacionamentos, como a família ou a saúde".

“Foi uma experiência divertida e di-nâmica. Adoraria realizar um trabalho similar em breve”, concluiu Roberta.

TEXTO POR

Juliana Galvão, 18 Roberta Arita, 21 Henrique Burgo, 18

Page 7: IEIJ News - 2015

12

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

13

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

Projeto

Para gostar (muito) de ler

os alunos do ieij leem bastante e gostam de ler. Pesquisa feita no Ensino Fundamen-tal II pela equipe da editoria de cultura do IEIJ News demonstrou que, em média, cada aluno lê 322,6 páginas por mês. Esses alu-nos responderam a um questionário infor-mando quais livros leram; quantas páginas; qual o gênero preferido.

O bom resultado é fruto direto do projeto permanente “Para Gostar de Ler”, criado há mais de 20 anos no IEIJ e que tem como principal objetivo incentivar os alunos a descobrirem o gosto pela leitura, aliada fundamental no aprendizado e res-ponsável pela formação de um extenso e sólido vocabulário.

O projeto consiste, basicamente, na lei-tura semanal de livros clássicos por todos os alunos, desde a Educação Infantil, com número de páginas estipulado conforme a idade do aluno.

Um livro clássico é aquele que, apesar de ter sido escrito há muito tempo, não perdeu seu valor. Por esse mesmo motivo, um livro recém-publicado não pode ser considerado clássico.

Para dar consistência ao projeto, o IEIJ tem um acervo considerável: a Biblioteca Monteiro Lobato abriga cerca de 24 mil li-vros em suas estantes, incluindo livros das mais diversas áreas e muita literatura de boa qualidade.

A professora de Português do Ensi-no Fundamental II, Eliana Morinaka, indi-cou alguns livros excelentes para a leitura dos alunos e professores, como Crime e Castigo, de Fiodór Dostoiévski; Contos de Mistério e Imaginação, de Edgar Alan Poe; Grandes Esperanças, de Charles Di-ckens; Joana D’Arc, de Mark Twain; e a Odisséia contada por Ruth Rocha.

TEXTO POR

Roberta Arita, 3º ano do Ensino Médio; e Louise

Beatriz, Mariane T. Kim e Pedro Lemos, 9º ano

práticas de incentivo à leituraestas iniciativas provocam nos alunos uma intimidade com o livro, uma necessida-de de viver perto dele. A atração se dá porque, através do livro, encontram eco para a sua necessidade natural de verdade, de bondade, de beleza, de valores morais e espirituais, de aventura – cada um de acordo com sua faixa de idade e características pessoais.

• A leitura antes do descanso, acompanhada por música agradável;

• A biblioteca da Escola como resposta às perguntas, às dúvidas;

• A leitura diária – com grande variedade de suportes e assuntos – durante quinze minutos;

• O livro de final de semana, a partir dos 3 anos;

• O livro da semana ou do mês – aos adolescentes;

A Biblioteca Monteiro Lobato tem mais de 24 mil títulos; alunos são incentivados a conhecer os clássicos da literatura mundial

• O livro de literatura, lido por inteiro pela professora na Educação Infantil, diariamente, e lido em capítulos, no Fundamental I;

• A representação do que leu, através de diversas técnicas de artes.

O espaço das artescom foco na importância da leitura e da apreciação de obras de arte, o IEIJ re-servou, ainda na década de 1990, um es-paço cultural para abrigar a Galeria Beth Camargo, onde trabalhos com diferentes linguagens das Artes Plásticas, de artistas locais e de renome internacional, são ex-postos ao público interno e à comunidade externa, gratuitamente.

O artista é convidado a apresentar as suas obras e após apreciação dirigida pelo professor, os alunos têm a possibilidade de encontrarem-se com o artista para uma conferência ou uma oficina.

A criação do espaço surgiu como uma vertente do projeto permanente Para Gos-tar de Ler, no qual a leitura é concebida

Veja os nomes de artistas que expuseram seus trabalhos no IEIJ:

como escrever uma crônica? Deparei-me com esse problema, no pior dos dias, quan-do a inspiração estava longe de chegar. Olho através da janela e vejo as gotas de chuva escorrendo suavemente pelo vidro. Pensei comigo mesmo que poderia escrever uma crônica da chuva? Mas sobre chuva? Qual é a graça da chuva?

Aprofundei-me na visão daquela jane-la, olhei para as árvores. Ah, as árvores, se-res tão complicados, mas ao mesmo tempo tão simples; seres tão importantes, mas ao mesmo tempo, tão menosprezados. Tentei olhar ainda mais, porém não tinha nada nesse dia tão sonolento, não via mais nada.

A chuva, as árvores, as nuvens, aque-le dia que não me deixava ir além, nem na minha inspiração, nem na minha criativi-dade. Aquele dia em que ninguém gostaria de estar aqui, ou em qualquer lugar. Mas, quando o tempo melhorar, ah sim mi-nha criatividade fluirá, olharei por aquela mesma janela e verei um mundo, um céu azul, pássaros a voar, perceberei os pré-dios que tocam os céus, vislumbrarei todo aquele mundo lá fora, e daí sim, escreverei minha crônica.

O IEIJ News terá uma seção dedicada a crô-nicas, proporcionando assim para os leito-res maior conhecimento sobre os diversos tipos de textos literários.

As crônicas são narrativas históricas que apontam fatos que aconteceram em uma ordem cronológica. A palavra crônica vem do grego “chronos”, cujo significado é tempo.

Como escrever uma crônica?

TEXTO POR

Francisco G. Zorman, 9º ano

no plural, como “leituras”, pois “ler e escrever é um compromisso de todas as áreas”.

Incentivados pelos professores, os alunos, muitas vezes, fazem o que se chama de representação do livro, ou seja, exprimem, com um desenho – ou qualquer outra técnica artística – a ideia central da história que acabaram de ler. Muitas vezes, essa técnica é a mesma empregada pelo artista cujas obras estão expostas, naquele momento, no IEIJ.

A Galeria, cujo nome é uma home-nagem à artista plástica, livreira e asses-sora cultural do IEIJ, Beth Camargo, já recebeu obras de dezenas de artistas.

Algumasobras do artista Jukka Virkkunen, expostas na Galeria Beth Camargo

ângela dianabernardo fariabeth camargobira senatoredavi wangedgard costahenrique de aragãoiara favoreto

josé gonçalvesjukka virkunnenkazuko araileonor siena mafialeticia marquezlia salvani felintoluciana fernandezmarcos costa

marcos valadãopaula faddulpaulo mentempaulo tiosaid maruchtamara almeidawalter neywania tiberywilton miwa

Beth Camargo

TEXTO POR Maria Kyoko Arai

Page 8: IEIJ News - 2015

14

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

15

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015

Clubes IEIJo ieij oferece uma variedade de clubes, no contraturno escolar, para alunos de todas as faixas etárias – e, até, para não alunos da Escola. Os clubes, sob a responsabilidade de professores especializados, objetiva promover aprendizagem através de atividades – divertidas, e que desenvolvam, também, o relacionamento social das crianças e dos adolescentes. Alguns clubes são mais lúdicos, outros têm, também, caráter de cursos.

CULTCults são as atividades diárias, extraclasse, equivalentes às tarefas escola-res. Porém, são interdisciplinares e focam em temas da atualidade, em as-suntos que agregam cultura ao aluno. As Cults não seguem a série escolar. Elas têm uma gradação, e o aluno realiza uma Cult que se adapte ao seu nível de pensamento. A psicopedagoga Viviany Freire auxilia o(a) aluno(a) na realização de sua Cult, com a finalidade de desenvolver sua autono-mia moral e intelectual – isto é, para que, cada vez, necessite menos de sua orientação. todos os dias, das 13h30 às 15h

BALLETA bailarina da funcart, Alessandra Menegazzo Rosa, promove um curso de iniciação ao ballet. Seu foco é desenvolver a expressão corporal natural das crianças, através da dança. quartas-feiras, das 18h às 19h

CULINÁRIAÉ no laboratório chamado cozinha que os alunos observam as transfor-mações físico-químicas; desenvolvem habilidades no manejo dos utensí-lios culinários; exercitam as boas maneiras à mesa e ampliam o repertório gustativo. Essa experiência – coordenada pela professora Maria Kyoko Arai – é uma delícia. quartas-feiras, das 13h30 às 15h

Contraturno

ESPORTEO objetivo da professora de Educação Física Elaine Cristina dos Santos Araújo é o desenvolvimento da coordenação motora, da velocidade, da força física, da rapidez de reflexos, e de outras habilidades físicas, através da prática de esportes do interesse do grupo. segundas e quartas-feiras, das 16h às 17h e das 17h às 18h

ARTESANATOAs habilidades e o bom gosto da profissional Beatriz Barbarotto Gusson levaram-na a coordenar o clube de confecção de arranjos de cabelo e outros acessórios femininos. segundas e quartas-feiras, das 16h às 17h

ENGLISH CORNERCom professores comprovadamente proficientes na Língua Inglesa, o cur-so de Inglês adota as melhores publicações internacionais. O programa abrange todas as habilidades exigidas para o domínio da Língua Inglesa: speaking, reading, listening and writing. A coordenadora do Curso é a profes-sora Márcia Kleinhans, com formação na Inglaterra e nos Estados Unidos. duas vezes por semana, em vários horários

RPGA sigla RPG provém da expressão em inglês “Role Playing Games”. É um estilo de jogo em que as pessoas interpretam seus personagens, criando o enredo de uma história, na qual são guiadas por um membro do grupo – que, geralmente, leva o nome de mestre do jogo. O professor Márcio Hideo Bueno é o coordenador desse clube. horário a combinar

ROBÓTICAEsse clube é dirigido pelos professores da Escola de Educação Tecnoló-gica – EDUTEC. O material utilizado são os kits educacionais da Lego Internacional, que permitem ao aluno sentir a emoção de construir conceitos físicos e matemáticos juntamente às máquinas robóticas. sextas-feiras, das 16h15 às 17h30 e das 18h às 19h15

APRECIAÇÃO E CRÍTICA DE CINEMAA arte cinematográfica pode proporcionar experiências deslumbrantes: as luzes, os sons, as histórias... Além disso, depois do término, do silêncio, da contemplação, depois que todas as letrinhas terminam de subir pela tela, é chegado o momento de compartilhar as impressões, as ideias e as associações. Participe dessa experiência de compartilhar as impressões e os conhecimentos adquiridos. sábados, das 9h às 9h30

para os pais, um jardim!se para as mães os filhos costumam dar flores, os pais, em 2015, saíram em vanta-gem: alunos de algumas séries fizeram para os pais um minijardim na rolha! É uma ati-vidade minuciosa, que começa com o corte da rolha, passando pela colocação da terra, enxerto da planta e, finalmente, é claro, re-gar o minijardim.

Para o presente ficar completo, os alunos escreveram para os pais um hai-cai, pequeno poema japonês que expressa grande sabedoria.

No dia da comemoração, os alunos de-safiaram os pais para um jogo de Mancala, que foi precedido de um estudo matemáti-co para saber a melhor lógica para ganhar esse jogo muito comum na África e em parte da Ásia.

Criado há mais de sete mil anos, o Mancala já foi associado a ritos mágicos sa-grados e, por isso, era jogado só de dia: à noite era de uso exclusivo dos deuses!

Se quiser, você também pode jogar e até montar seu próprio Mancala! Para o tabuleiro, use caixas de ovos ou várias tampinhas de garrafa. Para as peças, pode usar feijões ou pedras. O importante é divertir-se aprendendo!

fazer o bolo de laranja e espremer a laranja primeiro... Pode usar a batedeira? Usar a máquina de costura? Furadeira? Que trabalheira!!!

No IEIJ é assim. Presente comprado, tem em qualquer lugar, mas esses, não! Para a mamãe tem que ser um presente especial, feito sob medida.

Para costurar o chaveiro, muitos preci-saram coordenar a linha dentro do buraco da agulha, fazer o nó para não perder a li-nha, costurar na máquina, pressão no pé e conduzir a agulha. Planificar e depois costu-rar o sleepers para entrar o pezinho daquela que nos deu o primeiro calçado...

Fazer com emoção e alegria.Mãe é aquela que cuida de nós, nos dá

sempre os "sapatos" para que possamos tri-lhar o caminho do bem.

E no dia da comemoração, um desa-fio que deixou muitas mães concentradas,

Homenagem dos filhosNo IEIJ, as comemorações em homenagem aos pais e às mães são preparadas pelos próprios filhos, desde os presentes até o tradicional bolo de laranja e o saboroso chazinho de frutas e especiarias

planejando como seria a sua construção: uma construção para ser feita com fios de macarrão, barbante e marshmellow para concretar a torre mais alta! A equi-pe vencedora foi... foram todas as mães que puderam pensar, interagir com outras mães e tudo isso sob a orientação de seus amados filhinhos.

TEXTO PORJuliana Galvão , 3º ano do Ensino Médio; e Mariane T. Kim, 9º ano

Dia das mães. Dia dos pais.

Page 9: IEIJ News - 2015

16

news |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 2015