IFPE - Organização do trabalho e da produção.pdf
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Suplemento de Geografia. Profº Marcelo Miranda
Aula: Organização do trabalho no capitalismo.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO
Desde a Primeira Revolução Tecnológica o trabalho artesanal e personalizado pouco a pouco foi substituído pela produção em massa e padronizada das fábricas.
No início do século, Henry Ford introduziu em suas fábricas de automóveis inovações no processo de produção, que ficou conhecido como regime fordista. Com a finalidade de produzir mais em tempo menor, instituiu-se uma divisão e hierarquização do trabalho, de modo que cada trabalhador realizava apenas uma etapa do processo produtivo. No sistema de linha de montagem, uma esteira move as peças (visando acelerar o ritmo da produção) enquanto o trabalhador permanece fixo, realizando tarefas especializadas, simples e repetitivas. Nesse caso, os trabalhadores não precisam de muita qualificação e os produtos finais são homogeneizados, de qualidade padronizada e com preço relativamente baixo. Frederick Taylor sistematizou o processo fordista propondo a separação entre trabalho intelectual e manual. Como o regime fordista incorporou a doutrina de Taylor, é chamado também de fordista/taylorista.
Henry Ford Linha de produção mostrando o modelo fordista.
Durante muito tempo o modelo fordista predominou na produção industrial. A inflexibilidade desse modelo, no qual cada operário deve entrar no ritmo repetitivo e na rotina da esteira de montagem, acarretaram problemas, como defeitos em alguns produtos, obrigando despender enormes somas com a finalização e controle de qualidade. Para inserir alguma mudança no produto, era necessário reestruturar totalmente as máquinas e a linha de montagem.
O chamado modelo pós-fordista ou capitalismo flexível foi introduzido na economia a partir de experiências realizadas na década de 1950 na fábrica Toyota. O chamado modelo toyotista baseia-se numa reestruturação produtiva, com inovações tecnológicas, organizacionais e de gestão. Propõe trabalho em equipes, com utilização de máquinas de ajuste flexível, tornando possíveis modificações rápidas, difíceis de realizar no esquema fordista/taylorista. Esse modelo possibilitava também reduzir custos e fugir da padronização rígida e massificação do fordismo, diversificando e variando a produção, além de permitir a desconcentração espacial da atividade industrial.
Com o processo Just in time (tempo justo), passou-se a fornecer mercadorias sob encomenda, padronizadas, mas com características personalizadas segundo as necessidades do mercado e da demanda. Desse modo foi possível reduzir os estoques, abundantes no regime fordista. Nesse esquema, estimulava-se a polivalência e a atualização dos funcionários fixos, aumentando a participação e a responsabilidade destes na empresas. Com isso, economizava-se com controle de qualidade, pois o trabalho era supervisionado e fiscalizado pela própria equipe.
No entanto, a grande maioria dos funcionários passou a ser contratado em regime temporário ou terceirizado, sem os benefícios destinados aos empregados permanentes, o que debilitou a organização dos trabalhadores e enfraqueceu os sindicatos. O desemprego, que já marcava as sociedades desde a automação da produção, se acentuou nesse período.
Características das fases do CapitalismoCaracterística Capitalismo
ComercialCapitalismo Industrial
Capitalismo Financeiro
Período aproximado
Século XVI a 1850 1850 ao início do século XX
Século XX
Principal prática econômica
Mercantilismo Liberalismo econômico
Neoliberalismo
Escala especial Formação de grandes impérios
Soberania para o Estado-nação e neocolonialismo
Imperialismo e domínio dos blocos econômicos
Papel do Estado(predominante)
Intervenção na economia
Regulação da economia, defesa da propriedade e da livre iniciativa.
Desregulamentação, abertura da economia para as transnacionais
Centro de decisões
Nacional Nacional Supranacional
Principais Inovações tecnológicas
Transportes marítimos, armamentos e técnicas de navegação
1ª Rev. Industrial: máquina a vapor2ª Rev. Industrial: motores, química, aparelhos eletrônicos, trens elétricos, petróleo, automóveis
3ª Rev. Industrial: computação, química fina, telecomunicações, nuclear, robótica, biotecnologia
Mercado Protecionismo alfandegário
Barreiras alfandegárias
Internacionalização da economia
Organização do trabalho (predominante)
Artesanal e personalizado
Produção em massa e padronizada (fordismo / taylorismo)
Tayotismo, inovações, ajustes flexíveis, Just in time
Economia (aspecto determinante)
Expansão comercial Produção Industrial Período técnico-científico: informação e comunicação
Principais espaços de referência
Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Holanda
Grã-Bretanha, França, EUA, Japão, Alemanha
EUA, Japão, União Européia, Tigres Asiáticos.