Igreja dirigida pelo espírito ou orientada por propósitos

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Igreja Dirigida pelo Espírito ou Orientada por Propósitos? Série de 4 estudos contestando o livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren Berit Kjos (Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to) e Tradução: Jeremias R D P dos Santos http://www.espada.eti.br/ Nesta série de estudos, a autora faz uma profunda análise do que vem acontecendo atualmente com as igrejas que têm adotado as metodologias "com propósitos" de Rick Warren. São informações muito preocupantes e devido a gravidade dos fatos, o corpo editorial do JesusSite oferece aos leitores este material, pois entende que a verdade deve prevalecer sempre. Além disso, a Bíblia demonstra claramente que Deus e seu filho Jesus abençoam pessoas e não métodos. Não pretendemos julgar a vida pessoal do Pr. Rick Warren, mas sim analisar e demonstrar as implicações das metodologias "com propósitos" na igreja de hoje. "Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade." 3Jo 1:4 "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." 2Co 12:9 "Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso." Pv 30:5-6 "Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." 2Ti 4:1-5 "Existem algumas coisas e pontos muito bons que Rick Warren apresenta. No entanto, eles parecem estar sempre misturados com tantos pontos confusos e teologicamente fracos que você acaba maluco ao tentar endireitar tudo. Você lê uma ótima frase, mas depois ele faz uma citação de Madre Teresa de Calcutá ou de Aldous Huxley e a sua mente fica confusa. Existe uma tendência para retratar Deus como um rosto sorridente no céu - mas você precisa ignorar Sua justiça e severidade! Além disso, quando você se

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Igreja Dirigida pelo Espírito ou Orientada por Propósitos? Série de 4 estudos contestando o livro Uma Vida com Propósitos, de Rick WarrenBerit Kjos (Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to) e Tradução: Jeremias R D P dos Santos http://www.espada.eti.br/

Nesta série de estudos, a autora faz uma profunda análise do que vem acontecendo atualmente com as igrejas que têm adotado as metodologias "com propósitos" de Rick Warren. São informações muito preocupantes e devido a gravidade dos fatos, o corpo editorial do JesusSite oferece aos leitores este material, pois entende que a verdade deve prevalecer sempre. Além disso, a Bíblia demonstra claramente que Deus e seu filho Jesus abençoam pessoas e não métodos. Não pretendemos julgar a vida pessoal do Pr. Rick Warren, mas sim analisar e demonstrar as implicações das metodologias "com propósitos" na igreja de hoje.

"Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade." 3Jo 1:4

"A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." 2Co 12:9

"Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso." Pv 30:5-6

"Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." 2Ti 4:1-5

"Existem algumas coisas e pontos muito bons que Rick Warren apresenta. No entanto, eles parecem estar sempre misturados com tantos pontos confusos e teologicamente fracos que você acaba maluco ao tentar endireitar tudo. Você lê uma ótima frase, mas depois ele faz uma citação de Madre Teresa de Calcutá ou de Aldous Huxley e a sua mente fica confusa. Existe uma tendência para retratar Deus como um rosto sorridente no céu - mas você precisa ignorar Sua justiça e severidade! Além disso, quando você se torna o único 'do contra' em um grupo, fica chato - especialmente quando todos só têm elogios para o livro." - David, um visitante em nosso site.

"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo..." [2 Timóteo 4:1-5]Nosso site começou a receber pedidos de informações sobre o livro Uma Vida com Propósitos no ano passado. Andy e eu então compramos o livro, lemos rapidamente e ficamos perturbados com algumas de afirmações, promessas e referências "bíblicas" parafraseadas. Mas também encontramos muitas páginas com verdades e encorajamento. Já que não queríamos criticar Rick Warren ou confundir aqueles que aparentemente foram ajudados pelo livro, nós o deixamos na estante.

Neste inverno, o manual de Rick Warren sobre a vida cristã se tornou o tópico de discussão em igrejas ao redor do mundo. As cartas de visitantes preocupados multiplicaram-se. Depois de ter lido

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novamente o livro, nós não podíamos mais ignorar suas distorções sutis, meias verdades, mensagens conflitantes ou sua permissividade pragmática: se funcionar (ou seja, se traz as pessoas para a igreja), está tudo bem! "Deus ama a variedade!" [2]

Não podíamos também aceitar as "regras para o crescimento" do pastor Warren, que diz: "Nunca critique aquilo que Deus está abençoando." [3] Sugerindo que o crescimento das igrejas e as vidas transformadas provam a satisfação de Deus com nossos métodos humanos; mas isso cancela Seu chamado para "vigiar" e discernir a enganação. Alguns dizem: "Não toques no ungido de Deus", mas não cremos que um líder seja tão "ungido" ao ponto de seus ensinos não poderem ser confrontados com a Bíblia. Embora somente Deus possa julgar o coração de uma pessoa, somos chamados a ajudar uns aos outros a seguir Suas diretrizes, não para sermos guiados pelos novos sistemas de administração atuais. Orando para que Deus nos guie, começamos nossa resposta com as seguintes informações de segundo plano.

Como a maioria de vocês já sabe, Rick Warren, pastor e fundador da Igreja da Comunidade de Saddleback, no sul da Califórnia, é um líder e pioneiro no atual Movimento de Crescimento de Igrejas. Com mais de 50.000 nomes no rol de membros de sua igreja, ele é o modelo de sucesso do processo de administração de igrejas que delineou em seu livro Uma Igreja com Propósitos.

Ele também fundou pastors.com, "Uma comunidade global na Internet que serve e guia aqueles que estão no ministério em todo o mundo." Esse site diz que "Mais de 60.000 pastores estão inscritos no Rick Warren's Ministry Toolbox, um boletim semanal gratuito enviado por e-mail. [4] Isto resume seu ministério:

"Rick Warren é mais conhecido como o pioneiro do paradigma da Igreja com Propósitos para a saúde da igreja. Mais de 250.000 pastores e lideres de igrejas de mais de 125 paises assistiram aos seminários sobre Uma Igreja com Propósitos em 18 idiomas. Peter Drucker o chama de 'o inventor do avivamento perpétuo'. O livro anterior de Rick, Uma Igreja com Propósitos, vendeu mais de um milhão de exemplares em 20 idiomas. Ganhador do prêmio Medalhão de Ouro do Livro do Ano Para o Ministério, o livro é utilizado na maioria dos seminários e foi selecionado como um dos 100 livros cristãos que mudaram o século XX" [4]

Observe a referência a Peter Drucker. O que esse lendário guru da administração comunitária começou a ensinar décadas atrás para grandes empresas, está sendo agora aplicado às igrejas de Deus, assim como em comunidades e governos em todo o mundo. Já que os novos métodos parecem "funcionar" igualmente bem tanto para igrejas como para as grandes empresas - e já que os resultados mensuráveis oferecem "provas" estatísticas de "sucesso" - pastores de inúmeros países estão adotando e implementando a abordagem do marketing de Peter Drucker para "fazer igreja"

Em um artigo de 2002 na revista Business Week intitulado "Peter Drucker's Search for Community" [A Busca de Peter Drucker pela Comunidade], Ken Witty descreve a cosmovisão que guia os planos e propósitos de Drucker:

"Ele traz uma filosofia comunitária à sua consultoria ... Ele disse que essa busca se resume na busca pela comunidade, a busca de onde as pessoas e organizações encontram o sentido de comunidade para obter satisfações não econômicas ..."

"Muitas de suas idéias se tornaram tão aceitas que é difícil para qualquer um entender quão originais elas foram no tempo em que ele as apresentou. É mais ou menos como Freud e a psicanálise. Peter Drucker foi o primeiro, por exemplo, a ajudar os administradores de empresas a entenderem que deveriam definir seus negócios de acordo com a perspectiva do cliente." [5]

O foco na "perspectiva do cliente" traz o sucesso. As pessoas se sentem satisfeitas. Elas vêm e

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compram. Quando esse processo é aplicado às igrejas, ele também funciona! Com pesquisas de opinião e questionários estatísticos, uma igreja pode facilmente descobrir as "necessidades sentidas" dos incrédulos na cidade ou bairro - e assim focalizar os serviços para seu publico-alvo.

Por que enfocar as necessidades sentidas dos incrédulos em vez de as verdadeiras necessidades da família de Deus? Essa estratégia não vira pelo avesso os princípios de Deus? Sim, mas também atrai a diversidade espiritual necessária para o processo dialético - a causa das transformações atuais nas igrejas e nas empresas, na educação, nos governos e em outras organizações. O Dr. Robert Klenck resume em seu texto "The 21st Century Church":

"Neste movimento, é fundamental que os incrédulos sejam trazidos à igreja; de outra maneira o processo de mudança contínua não poderá começar. Tem de haver uma antítese (incrédulos) presente para se opor à tese (os crentes), para que se possa mover em direção ao consenso (a contemporização) e levar os crentes para longe de seus absolutos morais (a resistência à mudança). Se todos os membros da igreja ficarem firmes na Palavra de Deus e em sua autoridade final sobre toda doutrina e tradição, a igreja não poderá e não irá se transformar. Essa é a fé comum. Em breve, veremos por que esses "agentes de mudança" estão pressionando tanto para as mudanças ocorrerem na igreja."

O atual tutor do pastor Warren neste processo gerencial é a CMS, uma "agência de prestação de serviços personalizados de marketing e comunicação sediada em Covina, na Califórnia". O website mostra a missão da empresa:

"Na CMS, temos como missão ajudar nossos clientes a crescerem em seus negócios. Fazemos isso trabalhando com cada cliente na identificação das oportunidades e desenvolvendo serviços inovadores, criativos e lucrativos que os auxiliarão na execução de um marketing efetivo, nas vendas e no programa de comunicações... Servimos melhor aos clientes quando eles nos permitem atuar como seus parceiros... A CMS é formada por uma equipe de indivíduos talentosos dos quais a dedicação e habilidade os fizeram merecedores de uma sólida reputação na obtenção de resultados." [6; ênfase adicionada]

Não deveríamos dar crédito a Deus, e não a boas estratégias de marketing, pela "obtenção de resultados"? Afinal, a Bíblia diz que "A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus". Os caminhos "sábios" do homem podem servir aos nossos propósitos humanos, mas entram em choque com os propósitos de Deus. [1 Coríntios 3:19-20; Provérbios 3:5-7]

Embora os parceiros da CMS incluam gigantes seculares como a Quaker e Isuzu Motors, ela também presta serviços a clientes como a cidade de West Covina, Ministérios Propósitos, Igreja da Comunidade de Saddleback, Centro de Relacionamentos Smalley e o "Walk Thru the Bible." [7] Este último foi fundado e é dirigido por Bruce Wilkinson, o autor do livro de grande sucesso de vendas A Oração de Jabez.

Parte do sucesso da CMS baseia-se em pesquisas e acompanhamentos que caracterizam os sistemas gerenciais do século 21:

"Coletar, organizar e gerenciar informações é essencial para entender, avaliar e planejar qualquer promoção de sucesso. É por isso que desenvolvemos nosso CMS Intelligent Redemption System. É um sofisticado software patenteado que nos permite programar e iniciar os dados... Nossos padrões de compra e procedimentos de efetivação incorporam rastreamento e contabilidade... O CMS Fulfillment Center é especializado em projetos de mala direta, lançamento de novos produtos e de promoções." [8]Não é de se maravilhar que visitantes curiosos estão indo aos montes às igrejas com propósitos e que pastores de todo o mundo estão assistindo e ouvindo, prontos para imitar.

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Neste segundo trimestre, "mais de 13.000 ministros e estudantes" ouviram o pastor Warren explicar os modos de uma igreja com propósitos na SuperConferência 2003, que aconteceu na Universidade Liberdade, de Jerry Falwell. Falando sobre 'Atraindo uma Multidão Para a Adoração', o pastor Warren compartilhou alguns princípios básicos por trás do crescimento de igrejas. Ele direcionou suas palavras àqueles que estão "presos no passado":

"Acredito que uma das principais questões a igreja [do futuro] será como iremos alcançar a próxima geração com nossa música", ele disse, admitindo: "Você pode deixar mais pessoas insatisfeitas com a música do que com qualquer outra coisa na igreja..."

"Insistir que a única música boa é a que veio da Europa duzentos anos atrás - há um nome para isto - racismo ... Incentive os membros a fazerem novos arranjos e a reescrever. As novas canções dizem que Deus está fazendo algo extraordinário." [9] Ênfase adicionada.

Dizem mesmo? Ou as novas canções poderiam refletir o desejo do homem de agradar às multidões? É muito fácil justificar nossas tentativas de atender as "necessidades sentidas" e demonstrar sucesso. Basta reinventarmos o caráter e a vontade de Deus, declarando que nossos propósitos são os Seus propósitos. Se assumirmos que Ele ama as mesmas coisas que amamos, atribuímos a Ele uma imagem mais parecida com a nossa. Mas no Salmo 50:21, Deus nos adverte contra essas suposições míopes sobre Sua natureza: "... pensavas que era tal como tu, mas eu te argüirei...", Ele disse ao Seu povo.

O pastor Warren mais uma vez afirmou a aprovação divina durante o seminário "Construindo uma Igreja com Propósitos", que ocorreu na Igreja da Comunidade de Saddleback, em janeiro de 1998. Baseando as estratégias de crescimento de igrejas nas necessidades pessoais, não nos ensinamentos da Palavra de Deus, ele disse:

"Na Igreja de Saddleback, somos assumidamente contemporâneos ... Distribui um cartão para todos na igreja dizendo: 'Escreva os nomes das estações de rádio que você ouve.' Eu não perguntei isso aos incrédulos, mas para as pessoas da igreja: 'Que tipo de música você ouve?' Quando recebi as respostas, nem uma única pessoa respondeu: 'Ouço música de órgão.' Nem uma ... Então, tomamos a decisão estratégica de sermos uma igreja de música contemporânea. Logo depois que tomamos essa decisão e deixamos de tentar agradar a todos, a Igreja de Saddleback experimentou um crescimento explosivo..."

"Serei honesto com você, somos barulhentos. Somos muito barulhentos em um culto de fim de semana... Eu digo, 'Não vamos abaixar o volume.' A razão é que a geração com menos de cinqüenta anos quer sentir a música, não apenas ouvi-la... Deus ama a variedade!" [2]

Deus realmente ama a "variedade" cultural dos dias de hoje? Duvido que Deus se agrada quando alimentamos nossos desejos e fortalecemos nossas "necessidades" de estímulos emocionais. Quando o Israel antigo se enfadou da Palavra de Deus e adotou uma grande variedade de sensações culturais e espirituais, Deus os disciplinou severamente. Ele até comparou Seu povo obstinado a uma "jumenta montês … que, conforme o desejo da sua alma, sorve o vento..." [Jeremias 2:24]

Quando os líderes da igreja passam a fazer uso de músicas energizantes, estímulos emocionais e de pequenas e leves mensagens para satisfazer a carne com suas "necessidades sentidas", tendem a obscurecer nossas necessidades espirituais mais profundas. Alimentados com uma dieta de sermões simplificados, feitos para agradar a todos, tanto buscadores quanto crentes podem perder o apetite pelo ensino bíblico sólido que - pelo Espírito Santo - produz convicção do pecado, arrependimento genuíno, regeneração, verdadeira renovação espiritual e contínua alegria em caminhar com Jesus.

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Alargando a Porta para o Reino

O sucesso fenomenal dos livros de Rick Warren e técnicas de marketing popularizaram e aceleraram o Movimento de Crescimento de Igrejas (MCI). Em todo o mundo, buscadores e crentes estão lendo Uma Vida com Propósitos e discutindo seus quarenta capítulos. Seguindo suas instruções, eles compartilham seus pensamentos e expressam seus sentimentos e "trocam idéias". [1, pg 11] Eles assinam contratos e se fazem responsáveis pelos ideais sociais e espirituais da Comunidade Eclesiástica do século 21. E, diz o pastor Warren, suas vidas estão sendo transformadas. [Leia o item "Transformação", perto do fim deste artigo.]

Tenho certeza que sim. Rick Warren escreveu algumas páginas muito encorajadoras sobre Deus, Sua Glória, nossa caminhada com Ele e nossa comunhão uns com os outros. Gostei especialmente das seções que mostram a alegria de uma relação pessoal com Jesus Cristo. Mas fiquei um pouco preocupada quando ele convida o leitor a "fazer em voz baixa a oração que mudará sua eternidade: 'Jesus, em ti eu creio e te recebo'." [1, pg 53]

Você pode perguntar: O que há de errado com esta pequena oração? Por que questionar sua promessa de que isso abrirá as portas ao reino de Deus e "mudará sua eternidade"? Não queremos trazer o maior número possível de pessoas para a eternidade com Deus?

É claro que queremos! E Deus com certeza poderia usar essas poucas palavras para atrair Seus escolhidos para Si. Mas as promessas e suposições que acompanham a oração poderiam também produzir sérios problemas na igreja. Muitos farão a oração com pouca ou nenhuma consciência da natureza santa de Deus, do poder do pecado, ou do profundo abismo existente entre os dois. Nestes tempos de fácil credulidade e ignorância bíblica, qualquer um pode personalizar e reivindicar as promessas de Deus sem qualquer motivação pelo Espírito, sem conversão genuína (renascimento espiritual) e sem mudança interior duradoura. Quando as pessoas aprendem a tolerar o mal e a seguir as multidões, o verdadeiro arrependimento é raro e a fé freqüentemente se torna presunção. Ainda não regenerados, muitos aceitam com alegria o consenso do grupo: Você fez a oração, portanto, deve ser um cristão.

Rick Warren concorda: "Se você fez essa oração com sinceridade, meus parabéns!" ele diz ao leitor. "Seja bem-vindo à família de Deus! Você agora está pronto para descobrir e começar a viver o propósito de Deus para sua vida." [1, pg 53]

Milhares de grupos pequenos que usam o guia de estudo da Igreja de Saddleback e o Vídeo de Ensino para os Quarenta Dias de Propósitos são levados a fazer uma oração um pouco mais longa. Eles ouvem o pastor Warren dizer:

"Você tem um relacionamento com Jesus Cristo? Se não está certo disso, gostaria de ter o privilégio de levá-lo a fazer uma oração para resolver esse problema. Vamos curvar nossas cabeças. Farei uma oração e você poderá seguí-la silenciosamente em sua mente:

'Querido Deus, quero conhecer Teu propósito para minha vida. Não quero desperdiçar o resto de minha vida em coisas erradas. Hoje, quero dar o primeiro passo para me preparar para a eternidade, conhecendo-O. Jesus Cristo, não compreendo tudo isto, mas pelo que sei agora, quero abrir minha vida a Ti. Peço-Lhe que venha para minha vida e Se faça real a mim. Use esta série para me ajudar a compreender para que o Senhor me fez. Obrigado. Amém.'

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"Se você fez esta oração pela primeira vez, eu o parabenizo. Você acaba de se tornar parte da família de Deus."

Esta é uma resposta ao evangelho? Onde está arrependimento, o reconhecimento de necessidade, ou a confissão de pecados pessoais? Onde está a cruz? A Bíblia nos diz que "A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus." [Romanos 10:17-18] Mas nenhuma das Escrituras que mostram o evangelho são mencionadas nessa primeira lição. Amigos e vizinhos biblicamente ignorantes, que entram no grupo, fariam essa oração sem nenhum conhecimento real sobre a cruz, sobre o Salvador, ou da visão de Deus sobre o pecado. Na verdade, o conceito de salvação não está incluído na primeira lição. E, se estivesse lá, o contexto da lição sugeriria que somos meramente salvos de uma vida sem propósito - não da escravidão ao pecado.

A primeira lição lida com "as conseqüências de não conhecer seus propósitos" - não com Jesus Cristo. Ela adverte o grupo que "sem saber seu propósito, a vida parecerá TEDIOSA ... VAZIA ... INCONTROLÁVEL.". E repete a positiva (mas não particularmente bíblica) promessa que "saber o propósito de sua vida -

"Dará um FOCO à sua vida." "SIMPLIFICARÁ sua vida" ESTIMULARÁ sua vida." "O PREPARARÁ PARA A ETERNIDADE."

Mesmo assim, todos os que fazem a oração serão confirmados e celebrados como novos membros da família de Deus. Mas são mesmo? Não sabemos. As estatísticas, porém, sugerem que a maioria das pessoas que se autodenominam cristãs tem pouco entendimento do evangelho.

Isso não é surpreendente. O evangelho "positivo" de hoje enfatiza o amor, minimiza a doutrina e ignora a justiça divina. As verdades bíblicas essenciais que preparam o coração para uma genuína conversão não servem mais. Um "crente" pós-moderno pode ser cheio de autoconfiança, mas lamentavelmente vazio de compreensão espiritual. Uma pesquisa recente realizada por George Barna confirma que:

"Relativamente poucas pessoas têm uma cosmovisão bíblica - mesmo entre os devotos religiosos. A pesquisa descobriu que apenas 9% dos cristãos nascidos de novo têm essa perspectiva sobre a vida. Os números eram ainda menores entre outras classificações religiosas..."

"Para os propósitos da pesquisa, uma cosmovisão bíblica foi definida como: acreditar que existe a verdade moral absoluta; que essa verdade é definida pela Bíblia; e a firme crença em seis visões religiosas específicas. Essas visões eram: Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado; Deus é o todo-poderoso e onisciente Criador do universo e ainda o governa hoje; a salvação é um dom de Deus e não pode ser merecida; Satanás é real; o cristão tem a responsabilidade de compartilhar sua fé em Cristo com outras pessoas e a Bíblia é correta em todos os seus ensinos ..."

"Ao comparar as perspectivas daqueles que têm uma visão de mundo bíblica com as dos que não têm, o primeiro grupo era 31 vezes menos provável de aceitar a coabitação; 18 vezes menos provável de aprovar a embriaguez; 15 vezes menos provável de tolerar o homossexualismo; 12 vezes menos provável de aceitar a vulgaridade; e 11 vezes menos provável de descrever o adultério como moralmente aceitável. Além disso, menos de 0,5% daqueles com uma cosmovisão bíblica disseram que a exposição voluntária à pornografia era moralmente aceitável (comparado com 39% dos outros adultos), e uma similarmente minúscula proporção endossou o aborto (comparado com 46% dos adultos que não tinham uma cosmovisão bíblica). [10]

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"Pelo menos os cristãos não são os únicos confusos por sua cultura a manterem crenças contraditórias", escreve Gene Edward Veith. "Os ateus estão igualmente confusos sobre sua teologia.... Eles acreditam que aceitar a Cristo pode trazer vida eterna, embora eles mesmos não creiam em Jesus Cristo. Exatamente como os nascidos de novo 'não evangélicos'. [11]

Mas todos eles estão se unindo sob o guarda-chuva ecumênico, de alcance mundial, do Movimento de Crescimento de Igrejas. Como escrevi no artigo "A Infiltração Ocultista na Igreja Cristã Visando Destrui-la a Partir de Dentro", a visão do século XXI a respeito da unidade global está levando diversas igrejas e pessoas a vastas redes "cristãs" que fornecem lideranças treinadas e consultores em administração. Peter Drucker, o guru do gerenciamento comunitário de Rick Warren, descreveu isso bem. Citando-o em um relatório de 1994, a "Leadership Network" escreveu:

"O Espírito está se movendo ... existe uma massa crítica substancial de pessoas e igrejas que já estão se movendo.' ... Embora reconhecendo que ainda existem muitas igrejas não saudáveis [aquelas que não se conformam ao novo padrão inclusivista], existe uma justificada 'mudança nas premissas básicas, nas atitudes básicas, na mentalidade básica ... no geral, estamos em marcha..." [12; ênfase adicionada]

Como você viu anteriormente, essa diversidade é essencial para o processo dialético de mudança mental que Drucker ajudou a estabelecer nas organizações em toda a parte, (Veremos isso mais de perto na Parte 7 desta série) Lembre-se das palavras de Robert Klenck:

"Neste movimento, é fundamental que os incrédulos sejam trazidos à igreja; de outra maneira o processo de mudança contínua não poderá começar. Tem de haver uma antítese (incrédulos) presente para se opor à tese (os crentes), para que se possa mover em direção ao consenso (a contemporização) e levar os crentes para longe de seus absolutos morais (a resistência à mudança)."

Se o membro da igreja continuar a resistir à mudança, e pode ser convidado a se desligar. Muitos cristãos preocupados e intransigentes podem testemunhar sobre a dor de serem excluídos sob a bandeira da "disciplina da igreja".

Ao contrário de alguns líderes da igreja de hoje, o pastor Warren tenta definir o pecado. Antes de apresentar sua oração de salvação, ele escreve:

"Todo pecado, basicamente, consiste na incapacidade de dar glória a Deus, ou seja, amar qualquer outra coisa mais do que a Deus. Recusar-se a dar glória a Deus é rebelião e arrogância, e foi esse pecado que causou a queda de Satanás - bem como a nossa. De formas diferentes, todos já vivemos para nossa própria glória, e não para a de Deus. A Bíblia diz: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." [1, pg 49]

Isso é verdade. Mas esse pecado geral que se aplica a toda a humanidade dificilmente fará com que os incrédulos pós-modernos sintam qualquer culpa genuína ou uma necessidade pessoal da cruz. Ao contrário das gerações anteriores, poucos aprenderam as verdades básicas sobre nosso Deus bíblico e Seus padrões morais. [14] Muitos simplesmente rejeitam a noção de "pecado" como legalismo fora de moda e fecham seus olhos para seu poder corruptor em suas vidas. Quando se deparam com o ensino não ofensivo de hoje sobre o pecado, muitos traduzem isso para uma ainda mais confortável meia-verdade: "O pecado é uma parte normal da vida e sou tão bom quanto todo mundo - talvez um pouco melhor. Além disso, Deus me ama como sou." [15] Em outras palavras, não há nenhum sentimento de culpa, de medo ou quebrantamento diante de nosso eterno Juiz! "Pelo contrário, de maneira nenhuma se envergonham, nem tampouco sabem que coisa é

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envergonhar-se." [Jeremias 6:13-15]

Em contraste com esse padrão pós-moderno, Jesus mostra-nos uma resposta sincera que O agrada. Ao jantar na casa de Simão, Ele explicou a benção de um coração verdadeiramente arrependido:

"Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama." [Lucas 7:37-47; ênfase adicionada]

Aquela preciosa mulher estava familiarizada com a lei moral de Deus - que a Bíblia descreve como "aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados." [Galátas 3:25] Embora aquela Lei inflexível [14] mostrasse sua culpa e depravação, também a fez valorizar a maravilhosa graça perdoadora de Deus com todo o seu coração. Diferentemente daqueles que ignoram os padrões de Deus e suas próprias inclinações pecaminosas, ela ficou tomada de gratidão por Aquele que perdoou seus pecados e a libertou do peso da Lei e da escravidão à "carne" (a natureza humana pecaminosa). Deus havia preparado seu coração e ela humildemente entregou-se de coração, mente e alma ao seu amado Senhor. Jesus, então, a colocou como exemplo para nós.

A resposta dela para a amarosa misericórdia de Deus ilustra a quarta categoria na parábola de Jesus sobre o semeador. Lembre-se, o semeador (Deus) espalha a semente (a "palavra do reino"), que cai em quatro tipos de solo (ou estados de coração):

Tipo 1: Ao pé do caminho: "Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração."

Tipo 2: Em pedregais: "É o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende."

Tipo 3: Entre espinhos: "É o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera." O evangelho de Lucas acrescenta "... e os deleites da vida..."

Tipo 4: Em boa terra: "É o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, outro trinta." [Mateus 10:20-23]

Todos os quatro ouvem a palavra vivificante da verdade, mas apenas dois a recebem. Tanto o segundo quanto o quarto parecem ter entrado no Reino, mas apenas o quarto prova ser fiel e ganha a recompensa: a graciosa suficiência de Deus e a produção de frutos em abundância. Apenas o último grupo "compreende" a Palavra de Deus, demonstra Sua duradoura força e conhece a esperança da vida eterna com Cristo. Esses dons são dados apenas àqueles que verdadeiramente "Não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus." [João 1:13; ênfase adicionada]

Essa fé salvadora será testada. Os novos convertidos irão enfrentar lutas, tentações, sofrimentos e perseguição - tudo normal para aqueles que são chamados a participar dos sofrimentos de Cristo. Eles irão cair, falhar, lamentar-se e arrepender-se, mas sempre retornarão Àquele que transformou seus corações por meio de Sua Palavra e Seu Espírito. Em contraste, outros irão deixar esse caminho estreito quando a vida ficar difícil ou o mundo tornar-se muito tentador - não por que Deus anulou Sua graça salvadora, mas porque não estavam verdadeiramente transformados. Veja a próxima Escritura:

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"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé..." [Colossenses 1:21-23]

O pastor Warren parece minimizar essa sóbria realidade que está por trás das advertências de Deus e inflar as promessas de Deus. Para apoiar sua afirmação de que todos os que fazem sua oração estão automaticamente transformados pelo Espírito Santo, ele cita uma frase da "Escritura" da The Message, uma paráfrase da Bíblia, de Eugene Peterson, que promete: "Qualquer pessoa que aceite o Filho e confie nele receberá tudo, vida completa e para sempre." [João 3:36a] A tabela abaixo mostra o versículo completo nas três traduções padrão:

ACF ARC NVI The Message

"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." [João 3:36]

"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre ele permanece." [João 3:36]

"Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele." [João 3:36]

"Qualquer pessoa que aceite o Filho e confie nele receberá tudo, vida completa e para sempre." [João 3:36a] [1, pg 52]

Você pode imaginar o que a frase em aberto "receberá tudo", significa? Escrita no "futuro do presente" ela pode significar quase qualquer coisa que alguém imaginar. Para os buscadores contemporâneos que pensam que conhecem a Deus, isso poderia implicar em uma excitante e irresistível vida paradisíaca aqui na Terra - uma oferta boa demais que poucos rejeitariam.

Mas quando você compara essa versão de João 3:36 com qualquer tradução padrão, percebe que o Peterson adicionou aquela frase tentadora apesar das repetidas ordens de Deus para não acrescentarmos - ou tirarmos de - Sua imutável Palavra, inspirada pelo Espírito Santo. [16] O resultado é outra meia-verdade enganosa que obscurece o fato que caminhar com Jesus significa participar de Seus sofrimentos. Nós nos esquecemos que alguns dos servos mais fiéis de Deus enfrentaram pobreza, sofrimentos e tortura que desafiam nossa compreensão ocidental centrada no conforto, mas eles suportaram a dor por uma maior alegria de servir ao seu amado Rei agora e para sempre.

O pastor Warren começa o próximo capítulo (8) de seu livro com esta afirmação para todos os que fizeram a oração:

"No instante em que você nasceu neste mundo, Deus estava lá como testemunha invisível, sorrindo ao assistir seu nascimento... Você é um filho de Deus e proporciona prazer ao coração dele como nada mais que ele já tenha criado." [1, pg 57]Esse evangelho "positivo" seguramente irá de encontro às "necessidades sentidas" do homem por afirmação, identidade e o sentimento de pertencer. As massas estão mais do que dispostas a acreditar nesse novo Deus tolerante, que não julga e se encaixa em sua cultura pós-moderna. Mas Deus não promete nos deixar em conforto e mimar nossos sentimentos. Embora de fato prometa os recursos para suprimir nossas necessidades básicas diárias, alguns desses recursos espirituais têm pouco que ver com as "necessidades sentidas" de hoje. Ao contrário, o caminho de Deus para nós poderá ser solitário e áspero, cheio de escaladas íngremes e desafios "impossíveis". Mesmo assim, se perseverarmos na fé, ouviremos Sua doce voz sussurrar: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." [2 Coríntios 12:9]

Você ouviu isto? Deus irá usar nossas fraquezas, não nossas forças! Não há necessidade de consultores gerenciais ou pesquisas para avaliar nossas habilidades naturais e descobrir nossos dons espirituais [1, pg 216] e o propósito de Deus para nós! O Bom Pastor irá nos guiar em Seus caminhos escolhidos, nas veredas estreitas e tortuosas que podem diferir radicalmente de nossos

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planos e propósitos humanos!

Mas aquele que ainda não foi crucificado com Cristo e cheio do Espírito Santo, não ouve o Pastor e nem compreende as coisas do Espírito de Deus. [17] Essa é uma das razões por que a diversidade espiritual de hoje requer Bíblias simplificadas que foram parafraseadas, reinterpretadas e tornadas atraentes para a mente do homem natural.

Suavizando a Palavra de Deus

"Crentes" não regenerados que amam os caminhos do mundo desejarão uma igreja que se enquadre no mundo. Para fazer com que eles se sintam em casa - e para satisfazer os buscadores curiosos - a igreja precisa agora se reinventar. Como ninguém pode realmente entender a verdade de Deus a não ser que o Espírito Santo a revele em seus corações [veja 1 Coríntios 2:9-16], a Palavra de Deus deve ser simplificada para que todos - cristãos ou não - possam se identificar com ela. Não é surpreendente que o pastor Warren cite passagens da The Message (uma "versão" parafraseada da Bíblia, de Eugene Peterson) mais de noventa vezes. Muitas dessas passagens simplificadas alteram tanto as palavras como o sentido das Escrituras. Mas elas se encaixam nos pontos que o pastor Warren está tentando demonstrar. O mesmo acontece com as outras Bíblias parafraseadas que ele usa.

Compare a interpretação da Nova Tradução na Linguagem de Hoje de Isaías 26:3 com as passagens correspondentes em três traduções bíblicas geralmente aceitas: Almeida Corrigida e Fiel (ACF), Almeida Revista e Corrigida (ARC) e a Nova Versão Internacional (NVI). Eu pessoalmente não uso a Nova Versão Internacional, mas as três traduções ilustram a lacuna entre as traduções padrão e as paráfrases modernas. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje parece se enquadrar nas necessidades do pastor Warren aqui:

ACF ARC NVI NTLH

"Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti." [Isaías 26:3]

"Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti." [Isaías 26:3]

"Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia." [Isaías 26:3]

"Tu, ó Senhor, dás paz e prosperidade às pessoas que têm uma fé firme, às pessoas que confiam em ti. [Isaías 26:3] (pg 30)

"Conhecer o seu propósito direciona sua vida", ele nos assegura. "Isso faz que seus esforços e energias se concentrem no que é importante. Você se torna eficiente ao ser seletivo." [1, pg 30]

Mas os documentos hebraicos antigos prometem paz àqueles "cuja mente está firme em Deus", não para aqueles que "têm uma fé firme". Pense nisto: A verdadeira Palavra de Deus não seria mais confiável para nossas vidas? Ela não irá nos guiar quando, pela Sua Palavra e Espírito, mantivermos nossas mentes firmes Nele? A Palavra não sugere que seremos guiados, não orientados, por nosso maravilhoso Pastor? Rick Warren pode concordar, já que nos incentiva a memorizar e meditar na Palavra de Deus. Mas ele sugere que selecionemos os versículos bíblicos de seu livro que começa e termina com citações da paráfrase The Message. Na página 283, ele explica o porquê:

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"Freqüentemente deixamos escapar o pleno significado de versos bíblicos conhecidos; não por causa de uma má tradução, mas tão somente por que se tornaram conhecidos! Achamos que sabemos o que um versículo quer dizer porque o lemos e ouvimos várias vezes. Então, quando o achamos citado em um livro, apenas passamos os olhos, perdendo o pleno significado. Por isso, propositadamente utilizei traduções e paráfrases, a fim de ajudá-lo a ver a verdade de Deus de uma forma nova e original."

"Ademais, como as divisões em versículos numerados não existia na Bíblia até o ano 1560, nem sempre cito o versículo por inteiro, mas me concentro na parte mais apropriada. Para isso, segui o exemplo de Jesus e a forma como ele e os apóstolos citavam o Antigo Testamento. Eles freqüentemente citavam apenas uma frase para reforçar seu ponto de vista." [1, pg 283]

O primeiro argumento dele não corresponde à realidade. Aqueles que são verdadeiramente "nascidos de novo" valorizam a Palavra de Deus da forma como ela foi escrita. Quanto mais conhecida ela se torna, mais preciosa é! Deus traz as palavras que temos "escondidas em nosso coração" para a nossa consciência, dia e noite, ao precisarmos delas para obtermos conforto, força a alegria Nele. "Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR Deus dos Exércitos." [Jeremias 15:16]

Segundo: somos livres para atribuir a autoridade das verdadeiras Escrituras a curtas passagens parafraseadas para validar nossos próprios pontos de vista? Sim, Jesus que era Ele mesmo a Palavra Viva, teve a absoluta autoridade para falar Sua própria mensagem como quis. Mas nós não somos Deus! É por isso que Ele nos adverte repetidamente para não alterarmos ou adicionarmos à Sua santa Palavra de nenhuma maneira.

"Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida..." [Apocalipse 22:18-19]

Essas são palavras fortes. É por isso que muitos líderes pós-modernos as consideram intolerantes e as excluem de seus ensinos. Mas Deus considera a exatidão de Sua Palavra tão vital para nosso caminhar com Ele que repetiu sua advertência diversas vezes na Bíblia.

"Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela..." [Deuteronômio 4:1-2]

"Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso." [Provérbios 30:5-6]

Todavia, a incessante busca do homem por "uma forma nova e original" tem sempre nos tornado vulneráveis à tentação. Desde o início, Satanás oferece prazeres e sabedoria para aqueles que reformulam ou modificam a Palavra intemporal de Deus - misturando mentiras com a verdade, o que esconde a enganação. No Jardim do Eden, isso levou à desobediência de Eva e à alienação da humanidade. Em toda a Idade Média, levou a horrendas heresias e também à perseguição cruel daqueles que se firmavam na Palavra imutável de Deus. No nosso tempo, a chegada do pragmatismo e da pós-modernidade tem levado à outra rodada de revisões. E, com a rejeição pós-moderna aos absolutos imutáveis, isso parece não ter fim. Veja como a paráfrase The Message alterou o sentido da Palavra de Deus nas passagens seguintes. Apesar de os dois primeiros exemplos não serem mencionados em Uma Vida com Propósitos, a valiosa familiaridade dos versos nos ajuda a discernir o contraste e entender como os acréscimos e subtrações do homem distorcem as palavras de Deus. A terceira referência é o último verso bíblico que Rick Warren cita em seu livro. Observe seu novo tom e atitude:

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ACF ARC NVI Message

"Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome." [Mateus 6:9]

"Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome." [Mateus 6:9]

"'Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome." [Mateus 6:9]

"Pai nosso nos céus, revele quem tu és." [Mateus 6:9]

"Meu Pai é maior do que eu." [João 14:28]

"Porque o Pai é maior do que eu." [João 14:28]

"Pois o Pai é maior do que eu." [João 14:28]

"O Pai é o objetivo e propósito de minha vida." [João 14:28]

"Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz." [Romanos 8:6]

"Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do espírito é vida e paz." [Romanos 8:6]

"A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz;" [Romanos 8:6]

"A obsessão consigo mesmo nesses assuntos leva a uma situação sem solução; a atenção para com Deus nos leva a uma vida livre e abundante." [Romanos 8:6] [1, pg 18]

Nota: Não há correspondente em língua portuguesa da paráfrase The Message; as traduções foram feitas a partir dos versos referidos.

Reflita sobre a última seção. A "inclinação da carne" significa muito mais do que "obsessão consigo mesmo". Envolve a cegueira espiritual e a morte de uma pessoa que vive e pensa de acordo com sua natureza humana caprichosa - separada da graça e do Espírito de Deus. Ela pode afirmar ser cristã, mas sua mente finita não compreende as verdades, o coração ou a vontade de Deus. Uma Bíblia mais simples e modificada, despida de suas mais profundas e duras verdades, não ajuda. Deus nunca pretendeu que a Bíblia fosse entendida separadamente de Sua obra sobrenatural nos corações de Seu povo escolhido. [Mateus 13:13; Lucas 8:10; Jeremias 5:21; Atos 26:18]

O mesmo acontece com o outro paralelo. A "inclinação do Espírito" significa que, por meio do Espírito Santo, a mente do cristão é aberta para entender as Escrituras. A verdade de Deus, que transforma as vidas, renovou seu coração e o capacitou a conhecer e amar a Deus; deu-lhe a alegria e firmeza necessárias para seguir o pastor - não naquela larga estrada que atrai as multidões - mas no estreito e impopular caminho que nos leva cada vez mais perto Dele. [Mateus 7:13-14]

Como a Bíblia é o fundamento da nossa fé, é melhor seguirmos suas claras e intemporais instruções. Somente elas nos capacitam a mantermos a pureza e exatidão de Sua Palavra mesmo que a traduzamos para todas as diferentes línguas que existem no mundo. Em sua totalidade, a Bíblia revela a natureza de Deus, a natureza do homem - tanto em Cristo como distante Dele. Vivificada pelo Seu Espírito, ela revela Suas instruções para nossas vidas, Suas promessas para os desafios de cada dia e Sua esperança para a eternidade. Ela é o fundamento da nossa fé e o padrão para nossas vidas.

Mas o pastor Warren vê um fundamento um pouco diferente. Como em Uma Igreja com Propósitos, seu formato mostra cinco propósitos:

1. Você foi planejado para agradar a Deus.

2. Você foi formado para fazer parte da família de Deus. 3. Você foi criado para se tornar semelhante a Cristo. 4. Você foi moldado para servir a Deus. 5. Você foi criado para uma missão. [1, Sumário]

Essas declarações são todas verdadeiras, mas estão incompletas como instruções para todos os desafios da vida. Mais tarde ele nos diz:

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"Conhecer o seu propósito simplifica a vida. Ele define o que você faz e o que não faz. O propósito se torna o padrão pelo qual você avalia quais ações são essenciais e quais não são. Você simplesmente pergunta: 'Esta atividade me ajuda a cumprir o propósito de Deus para minha vida?'"

"Sem um propósito claro, ficamos sem um alicerce sobre o qual fundamentar as decisões, destinar o tempo e empregar os recursos." [1, pg 29]

O que o pastor Warren quer dizer com "um propósito claro"? Uma mistura de seus cinco propósitos declarados?

Nem os cinco propósitos, ou qualquer outro propósito, podem substituir Jesus Cristo, a Palavra Viva, como o "alicerce sobre o qual fundamentar decisões, alocar o tempo e empregar os recursos." A vida de Cristo em nós - falando por meio de Sua Palavra revelada - é nosso supremo e incomparável alicerce e guia. A Palavra Viva continua sendo "lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho" não importando onde os propósitos escolhidos de Deus, ou Seus caminhos, nos levem enquanto estivermos vivendo na Terra.

O Espírito de Adoração

Em Uma Vida com Propósitos, Rick Warren sabiamente aponta para a importância da adoração e da entrega:

"A adoração deve estar baseada na verdade das Escrituras e não em nossas opiniões a respeito de Deus". [1, pg 89]

Isso é verdade! Todavia, seu livro oferece opiniões e ilustrações que solapam essa verdade - incluindo algumas suposições enganosas sobre Deus e o que Ele ama. "A adoração deve ser precisa e autêntica", ele escreve na página 90. "A adoração agradável a Deus é profundamente emocional e profundamente doutrinária ... O melhor estilo de adoração é aquele que mais genuinamente representa o seu amor por Deus, com base na formação e na personalidade que ele lhe deu."

Ele então apresenta a seguinte ilustração:

"Meu amigo Gary Thomas observou que muitos cristãos parecem estar presos em uma rotina insatisfatória de adoração, em vez de terem uma empolgada amizade com Deus. Eles se obrigam a utilizar métodos devocionais ou estilos de adoração que não se adaptam à forma exclusiva que Deus lhes deu."

"Gary refletiu consigo mesmo: Se Deus propositadamente nos criou diferentes, por que deveríamos todos amar a Deus da mesma forma? ... Em seu livro Sacred Pathways [Caminhos Sagrados], Gary identifica nove maneiras pelas quais as pessoas se aproximam de Deus; os naturalistas estão mais motivados a amar a Deus ao ar livre, em ambientes naturais. Os sensitivos amam a Deus com os seus sentidos e apreciam belos cultos de adoração que envolvam o aspecto visual, paladar, aroma e toque, não apenas a audição... Os ascetas preferem amar a Deus em solidão e simplicidade. (Mais tarde no livro, Warren nos diz que apenas aqueles que participam da igreja organizada de hoje podem crescer espiritualmente.) ... Os ativistas amam

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a Deus pelo confronto com o mal, combatendo a injustiça e trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor..." [1, pg 91; ênfase adicionada]

Será se o Pastor Warren iguala os "ativistas" aos ativistas sociais e políticos que empurram igrejas e as nações em direção ao sistema global de bem-estar social baseado nos padrões da ONU para a solidariedade social? As igrejas liberais e o Conselho Mundial de Igrejas são as forças principais nesse movimento acelerado de "parcerias baseadas na fé" que - sob a bandeira do amor e da tolerância - serve aos necessitados e ao mesmo tempo silencia o evangelho. [18] Mas Jesus disse: "O meu reino não é deste mundo." [João 18:36]

"Não há uma abordagem 'tamanho único' para adorar e desenvolver amizade com Deus", continua o pastor Warren. "Deus quer que você seja você mesmo." Isso é verdade. Depois, ele valida seu ponto de vista com uma citação da The Message: "Este é o tipo de pessoa que o Pai está buscando, os que são simples e honestos consigo mesmos perante ele em sua adoração." Compare as três traduções padrão da Bíblia abaixo com a paráfrase Message, de Eugene Peterson. Observe a contradição das palavras e do sentido:

ACF: "A hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." [João 4:23]

ARC: "A hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem." [João 4:23]

NVI: "Está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura." [João 4:23]

Message: "Este é o tipo de pessoa que o Pai está buscando; os que são simples e honestos consigo mesmos perante ele em sua adoração." (pg 91-92; ênfase adicionada)

Embora Deus exija absoluta honestidade da parte de Seu povo, a palavra "verdade" aqui implica muito mais do que "simples e honestos consigo mesmos". A verdade central fala sobre nosso maravilhoso Deus. Adoração é a nossa resposta ao que Sua Palavra e Seu Espírito nos revelam sobre Sua glória e bondade. E o Pastor Warren sabe disso muito bem. Apesar de sua pragmática promoção da contemporização cultural sob a bandeira do crescimento da igreja, ele também inclui algumas belas descrições:

"Onde está a glória de Deus? Basta olhar em volta, Tudo que foi criado por Deus reflete sua glória de alguma forma. Vemos isso em toda parte: da menor forma de vida microscópica até a Via Láctea; do pôr-do-sol e das estrelas às tempestades e estações do ano ... A Bíblia diz que os céus declaram a glória de Deus." [1, pg 48]

"Não há nada que possamos agregar à sua glória, assim como seria impossível aumentar o brilho do sol; mas somos instruídos a reconhecer sua glória, honrar sua glória, declarar sua glória, louvar sua glória, refletir sua glória e viver por sua glória. Por quê? Porque Deus merece! Nós lhe devemos toda a honra que pudermos dar." [1, pg 49]

Verdade! Mas enquanto Warren nos lembra que "Adorar é um estilo de vida", ele baseia sua descrição de Deus em suas suposições pessoais, não na revelação Bíblica:

"A adoração não tem relação com o estilo, volume ou andamento da música. Deus ama todos os tipos de música porque ele inventou todas - rápidas e lentas, altas e suaves, antigas e modernas. É provável que você não goste de todas, mas Deus gosta!" [1, pg 59; ênfase adicionada

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Gosta mesmo? Inclusive da batida vibrante do Rock pesado? [Leia o artigo "Popular Music with Pagan Roots"] Ou a sensualidade pulsante de outras formas de Rock e do Hip-hop? Ou os sons hipnóticos da música de Nova Era?

Embora todas as partes do universo tenham sido criadas pelo nosso Deus soberano, Ele nos deixa usar Suas matérias-primas de acordo com nossas próprias inclinações - independente se elas honrem ou profanem Seu nome. Mas quando nos tornamos parte de Sua família e do Seu Reino, Ele nos faz responsáveis para com Seus elevados e santos padrões - e ao que revelou sobre Si Mesmo em Sua Palavra.

Mais uma vez o pastor Warren parece concordar. Ele diz:

"Devo optar por valorizar o que Deus valoriza. É isso que os amigos fazem - importam-se com o que é importante para a outra pessoa. Quanto mais você se torna amigo de Deus, mais se importa com as coisas com as quais ele se importa, sofre com as coisas que o entristecem e se alegra com as coisas que lhe dão prazer." [1, pg 86]

Esse é um ótimo resumo. Warren continua e diz que: "Paulo é o melhor exemplo disso. As prioridades de Deus eram as suas prioridades, e os desejos de Deus eram os seus desejos." Depois, ele apóia sua afirmação com outra citação da The Message, que deixa de lado um ponto-chave: que Deus é um "Deus zeloso". Seu santo zelo é expresso por meio de Paulo em sua preocupação pela igreja. Para mostrar o contexto, incluímos também o verso seguinte:

ACF: "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos..." [2 Coríntios 11:2-4; ênfase adicionada]

ARC: Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos..." [2 Coríntios 11:2-4; ênfase adicionada]

NVI: "O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura. O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie..." [ 2 Coríntios 11:2-4; ênfase adicionada]

Message: "O que me deixa tão transtornado é preocupar-me tanto com vocês - esse é o zelo de Deus que queima dentro de mim!" [2 Coríntios 11:2] (página 86; ênfase adicionada)

Provando o "zelo" de Deus, Warren pergunta:

"O que importa para Deus? A redenção de seu povo. Ele quer que todos os seus filhos perdidos sejam achados! Esse é o único motivo pelo qual Jesus veio à terra. A coisa mais preciosa ao coração de Deus é a morte de Seu Filho. A segunda coisa mais preciosa é quando seus filhos comunicam essas novas a outras pessoas. Para ser amigo de Deus, você deve se interessar por todas as pessoas ao seu redor, com as quais Deus se importa."

Sim, isso parece correto. Mas é apenas uma meia-verdade. O pastor Warren aparentemente citou as palavras acima da The Message para validar seu ponto de vista sobre "zelo" [19] Mas as traduções-padrão da Bíblia baseadas nas fontes gregas antigas na verdade se referem a uma

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questão diferente: o zelo de Deus pela pureza e santidade da igreja. Paulo estava alertando os coríntios sobre a corrupção no corpo de Cristo - a preocupação principal tanto no Velho quanto no Novo Testamento. O apóstolo enfatiza novamente esse propósito em sua carta à igreja de Filipos:

"Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão." [Filipenses 2:15-16]

Em outras palavras, Deus nos chama para sermos diferentes do mundo corrupto que nos rodeia. Ele nos fez um povo santo e nos separou para Si Mesmo. Jesus disse: "Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade." [João 17:15-18]

A ênfase do pastor Warren nesse zelo esconde esse ponto. O tema da pureza é trocado pelo tema mais contemporâneo das relações pessoais. Portanto, as diretrizes sobre relacionamentos baseados em "sentir-se bem" tornam-se mais importantes do que a necessidade espiritual de arrependimento e santidade em Cristo.

Não pense que eu diminuiria o mandamento mais importante: "Amai-vos uns aos outros", como Cristo nos ama. Mas, quando a corrupção e o mundanismo infiltram-se na igreja, o amor agapao - uma expressão do Espírito Santo em nós - se extingue. Podemos substituí-lo por mais amor humano phileo (amizade, afeição, irmandade), mas isso não irá cumprir o mandamento acima. (Apesar da freqüente referência do pastor Warren sobre nossa "amizade com Deus", a Bíblia nunca usa a palavra phileo em nenhum dos mandamentos para amarmos a Deus. Ela sempre usa a palavra agapao, o amor sobrenatural de Deus fluindo através de seu povo fiel.)

No contexto da filosofia gerencial e de marketing de Peter Drucker, a ênfase do pastor Warren faz completo sentido. As novas diretrizes relacionais são planejadas para construir a lealdade grupal, ensinar "respeito" por todas as opiniões e bloquear as verdades impopulares que exponham o erro e a corrupção. Estas últimas são simplesmente divisivas demais. A "amizade" entre pessoas espiritualmente diversas é muito importante, mesmo que isso entre em choque com a Palavra de Deus [2 Coríntios 6:14-18] e force os cristãos a transigirem. É por isso que muitos cristãos comprometidos, mas de coração partido, estão deixando as igrejas "amigáveis aos buscadores" nas quais serviram fielmente. Eles simplesmente não podem concordar em descartar as instruções bíblicas "ofensivas" para seguir a nova visão de unidade e comunidade.

O povo de Deus precisa ouvir sua consciência instruída pelo Espírito Santo. Se invocamos o nome e promessas de Deus, devemos seguir Seus caminhos em vez de nossos sentimentos ou esquemas populares de marketing. Se nossa adoração é uma expressão de nossa natureza humana em vez da verdade e do Espírito de Deus, ela é inútil. É muito fácil "extingüir o Espírito" e se tornar cego à Sua Luz. Ao tentarmos tornar o cristianismo mais aceitável ao mundo, podemos esquecer as sóbrias advertências de Jesus aos Seus discípulos:

"Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." [João 15:19-21]

"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará." [1 Tessalonicenses 5:19-24]

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Evangelismo Orientado Pela Música

"O estilo de música que você escolhe para usar em seus cultos será uma das mais decisivas (e controversas!) decisões que você tomará na vida da sua igreja," escreveu Rick Warren em um artigo intitulado Selecting Worship Music. "Você precisa fazer combinar a música com o tipo de pessoa que Deus quer que sua igreja alcance ... A música que você usa 'posiciona' sua igreja na cidade ou bairro. Ela define quem você é ... Ela vai determinar o tipo de pessoa que você atrai, o tipo de pessoa que você mantém e o tipo de pessoa que você perde." [20; ênfase adicionada]

A escolha do pastor Warren na área da música está de acordo com as principais tendências atuais de mudança - na cultura, nos negócios e também nas igrejas. Nosso mundo está se tornando cada vez mais uniforme, ao mesmo tempo em que nossas opções se multiplicam. Embora tenhamos inúmeras opções de comidas, livros, religiões e música; a vasta rede de sistemas corporativos gerenciais em todo o mundo segue as mesmas estratégias de marketing. O segredo deles para o "sucesso mensurável" é a monitoração e manipulação das "necessidades sentidas" das massas - uma estratégia astuta que requer contínuas pesquisas, avaliações, estimativas e sistemas de dados digitais. Juntos, como parte de um sistema holístico, eles não apenas expõem as necessidades e vulnerabilidades dos "consumidores" por toda parte, mas também promovem e manipulam essas "necessidades" e desejos.

E funciona! É por isso que governos, escolas, hospitais e grandes igrejas estão todos se reinventando para seguir as trilhas estabelecidas pelas grandes empresas. Eles podem chamar sua visão particular desse sistema de Gerenciamento de Qualidade Total (TQM), Educação Orientada para Resultados ou Igrejas com Propósitos. Não importa, todos seguem o mesmo modelo pragmático, apontam para "resultados mensuráveis", falam em equipes, diálogo, facilitadores, "aprendizado durante toda a vida", contratos e contínuas estimativas de "progressos" em direção ao resultado planejado. Todos devem se conformar ou deixar o sistema.

Mencionamos anteriormente que Rick Warren realizou uma pesquisa em sua congregação para descobrir quais eram as músicas contemporâneas mais ouvidas. [2] Agora, ele está usando pesquisas mais sofisticadas e software de rastreamento. Como mencionado, um de seus consultores gerenciais é a CMS, uma "agência de prestação de serviços personalizados de marketing e comunicação ... que ajuda seus clientes a crescerem em seus negócios." [6] Essa consultoria explica que "coletar, organizar e gerenciar informações é essencial para entender, avaliar e planejar qualquer promoção de sucesso." [8]

Assim, quando Rick Warren ofereceu a música que a maioria das pessoas queria, elas se arrebanharam para a igreja. Mas o "sucesso mensurável" não prova que Deus ordenou ou inspirou esse plano em particular. De fato, Deus nos adverte para não "procurar agradar a homens". [Gálatas 1:10; 1 Tessalonicenses 2:4] A popularidade no mundo nunca foi um sinal da aprovação de Deus. Mais freqüentemente - em toda a Bíblia e também na história - a popularidade prova o oposto. "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia." [João 15:19; ênfase adicionada]

Quando o pastor Warren nos diz que "Deus ama todos os tipos de música" e que "Deus ama a variedade" [2] você pode imaginar onde ele traçaria a linha? Essa linha divisória vital curvar-se-ia de acordo com nossa cultura mutável? Ou com a crescente tolerância a todos os tipos de variações espirituais e escriturais? Essas são questões cruciais, pois a música se tornou uma força motriz no Movimento de Crescimento de Igrejas. Como diz o pastor Warren:

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"A música é uma parte integral de nossas vidas! Comemos com ela, dirigimos com ela, compramos com ela, descansamos com ela, e alguns que não são batistas até dançam com ela! O grande passatempo americano não é o beisebol - é a música, e compartilhar nossas opiniões sobre ela!"

"Quando leio sobre a adoração bíblica nos Salmos, vejo que eles usavam baterias, címbalos, trombetas, tamborins e instrumentos de corda. Isso parece música contemporânea para mim!"

"Saddleback é assumidamente uma igreja de música contemporânea. Somos freqüentemente referenciados na imprensa como 'o rebanho que gosta de Rock.' Usamos o estilo de música que a maioria das pessoas em nossa igreja ouve no rádio." [20]

Essas afirmações pedem pelo menos duas respostas. Primeiro, o pastor Warren escreveu: "Nos Salmos, vejo que eles usavam baterias..." [20] As traduções padrão da Bíblia não mencionam baterias, mas mencionam adufes, que são traduzidos algumas vezes por tamborins. Aparentemente, eram pequenos anéis ou molduras redondas de madeira, cobertos com peles de animais e usados pelas mulheres ou jovens na dança, louvor ou júbilo. Alguns comentários bíblicos os descrevem como pequenos tambores de mãos, "exemplos dos quais foram encontrados nas escavações mesopotâmicas e egípcias." Obviamente, eles não eram como os grandes e vibrantes instrumentos de percussão de hoje, que a Bíblia não proíbe nem aprova. Eles também não são citados em 1 Crônicas juntamente com outros instrumentos prescritos para a adoração no templo. [21]

Segundo, nosso Pai prepara Ele mesmo os corações de seus escolhidos para responderem à verdade salvadora do evangelho e à demonstração de Seu amor. Ele não precisa de nossos hábeis esquemas de negócios. Jesus disse: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer." [João 6:44]

Mas Deus não pode usar a música contemporânea para nos trazer a Ele? Claro que pode! Ele pode usar qualquer coisa que quiser! Repetidamente, Ele tira bênçãos de nossas escolhas humanas, sejam elas sábias, tolas, ou alguma coisa intermediária. Mas Sua maravilhosa graça e misericórdia nunca justificam nossa desobediência. Ele repetidamente alerta Seu povo para se guardar contra as forças sedutoras do sistema deste mundo [Romanos 12:2; 1 João 2:15; Salmos 1:1-3], e a música "cristã" está hoje totalmente nas mãos do corrupto "sistema" do entretenimento deste mundo.

Dois dos mais populares músicos cristãos são: Michael W. Smith e Amy Grant. Ambos têm contrato com a Word Music Company, que pertence à Word Entertainment, a divisão de música cristã da Warner Music Group, uma companhia da Time Warner. Isso explica por que alguns dos flautistas de Hamelin da igreja passam para o outro lado, levando milhões de fãs com eles. Quando isso acontece, os êxtases emocionais que estiveram ligados a Deus são transferidos para os novos temas que excluem Deus e exaltam a luxúria. [22]

Steven Curtis Chapman pode ser o artista mais famoso da Sparrow Records, uma parte da Sparrow Label Group, que pertence à EMI Music Publishing inglesa, a maior editora de música secular do mundo. Tendo apresentado os Beatles à América nos anos sessenta, ela agora é proprietária de selos como Capitol, Angel, Blue Note, Priority e Virgin. Tendo aproximadamente 1.500 artistas, ela comercializa todos os tipos de música popular: Rock, Rap, Jazz, Cristã, Sertaneja … [23] De acordo com a Music Publishing:

"A EMI possui os direitos de mais de um milhão de composições musicais e tem escritórios em trinta países ... Compositores e autores representados pela EMI incluem David Bowie, Janet Jackson, Carole King, Queen, ... Savage Garden, Sting, ... Aerosmith, ..."

"A&R, a arte de identificar o próximo grande autor, a próxima grande música, é a função mais importante da EMI." [24]

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O website da EMI tem uma página sobre Responsabilidade Social que diz:

"Na EMI, acreditamos que os negócios devem ser lucrativos e também benéficos para a sociedade ... Temos um compromisso com a igualdade de oportunidades para todos os funcionários independentemente do gênero, etnia ou nacionalidade, religião, deficiências físicias, idade, estado civil ou orientação sexual ... Apoiamos e defendemos os princípios contidos na Declaração Universal de Direitos Humanos..." [25]

Se você ler nosso artigo Trading US Rules for UN Rules, descobrirá que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é hostil - e não útil - aos cristãos e quaisquer outros que questionem a filosofia da ONU e seu projeto de solidariedade global.

Em abril de 2003, os executivos da EMI e da Time-Warner participaram de uma conferência que tratava de tópicos como "Coisas que você precisa saber para chamar a atenção" e "O futuro espiritual da música cristã." O objetivo da primeira "mesa redonda", moderada pelo diretor da A&R, a Divisão Cristã da Warner Brothers Records, era "compartilhar o que estamos procurando em um artista contratado hoje". [26] Você acha que os participantes do painel - incluindo o gerente geral da Simple Records, um diretor da Sparrow Label Group, e o diretor da A&R Gospel e da Warner Brothers Records - permitiriam letras que expressassem algumas das mais "ofensivas" verdades bíblicas? Eles considerariam a vontade de Deus para a música cristã e para o louvor?

Provavelmente não. A preocupação deles é comercializar música nas culturas de todo o mundo. Cabe a nós conhecer o que está em 2 Coríntios 6:14-17, que adverte:

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? ... Por isso saí do meio deles, e apartai-vos..."

No artigo "Um Novo Cântico - Parte 2", o autor e ex-músico Paul Proctor resume o significado e o propósito do louvor cristão:

"Da maneira como entendo, louvar é chegar diante do Senhor como povo santo e peculiar, em obediência, humildade, reverência, arrependimento e fé; com uma atitude de gratidão para cantar Seus louvores, ouvir Sua Palavra, glorificar Seu nome e honrá-Lo com todo o nosso ser por quem Ele é e o que tem feito."

"Contrariamente às tendências populares, o louvor NÃO é se reunir com qualquer um e com todo mundo para fazer festa em nome de Jesus para sentir-se bem consigo mesmo, com música intoxicante e psicoterapia." [27]

Os membros da Igreja da Comunidade de Saddleback podem não chamar seu tipo de música de intoxicante, mas essa não é a questão aqui. O que realmente importa é a natureza da força que guia a igreja. É fácil listar alguns propósitos bíblicos que parecem indicar para aonde a igreja está se dirigindo. Mas bons propósitos ou "fins" justificam os "meios" ou os métodos que violam os padrões que Deus nos deu em Sua Palavra?

A resposta não importa para aqueles que adotam o pragmatismo - a crença de que a verdade é relativa e que os fins justificam os meios. É triste ver que em grande parte do Movimento de Crescimento de Igrejas, o principal padrão para métodos bons ou maus - ou para o que "Deus está abençoando" - parece ser o sucesso mensurável e não a obediência à palavra de Deus. A questão fundamental parece ser: "Isto funciona?"

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Deveríamos perguntar: "O que a Bíblia (não a paráfrase preferida) nos diz?"

A resposta para a primeira questão é, sim, isto funciona. Mas poucos membros de igreja realmente entendem a Teoria Geral dos Sistemas, a filosofia e cosmovisão que está por trás dos sistemas de controle que dirigem essa transformação mundial. Muitos de seus partidários entusiastas não percebem como ela expulsa o Espírito Santo do processo decisório. Mas podemos reconhecer seu processo de mudança mental por meio seus rótulos inócuos (deveriam ser bandeiras vermelhas) como: estimativas, bancos de dados, facilitador, diálogo e mudança planejada ou contínua. Lynn Stuter, uma respeitada pesquisadora e colunista do site NewsWithViews, resume isto muito bem:

"A filosofia de sistemas ou teoria geral dos sistemas ... diz que podemos criar nosso futuro por meio da construção de sistemas, e levando esses sistemas ao equilíbrio com todos os outros sistemas em um modelo conceitualmente holístico (também referido como mudança sistêmica) usando uma infra-estrutura de sistemas que é análoga a todos os sistemas. Os cientistas referem-se à filosofia de sistemas como silogismo - como obter a mudança planejada de forma sistêmatica. Dentro da filosofia dos sistemas, o sistema e a colocação do sistema em equilíbrio com todos os outros sistemas é o mais importante de tudo. Essa colocação é alcançada por meio da análise dos DADOS DE REALIMENTAÇÃO obtidos dos sujeitos do sistema estabelecido; sejam esses uma agência, uma classe ou um indivíduo. Isso explica os bancos de dados invasivos da privacidade que estão sendo construídos em todos os sistemas - na área da saúde, na educação, na justiça, na área militar ... e nas igrejas."

"... você inicia desenvolvendo sua visão do futuro criado... A visão é então definida em termos de resultados de saída. No caso da reforma educacional, os resultados de saída são os requisitos essenciais do aprendizado "acadêmico" do estado. [No movimento por propósitos, isso estaria ligado ao "propósito"]

"No documento de referência Escolas Para o Século 21 (o fundamento da reforma educacional no estado de Washington e a base do American 2000), o conteúdo é definido como excelência em termos da agenda de mudança; o processo como produto ... o destino ...o que é o aprendizado; emoção e afetividade como meios pelos quais o conteúdo e o processo serão alcançados..."

"A medida dessa maestria é a avaliação... Se algumas poucas crianças falham na avaliação, elas são corrigidas para se ajustarem. As avaliações também avaliam os professores das classes. A avaliação fornece DADOS DE REALIMENTAÇÃO para o sistema..." [28]

É confortante pensar que Deus aprecia todos os métodos que amamos para a produção de crescimento e de estímulos para nos sentirmos bem. Entretanto, isso não é verdade.

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos." [Isaias 55:8-9]

Em seguida, Ele nos dá um sóbrio lampejo do que aprecia ver em Seu povo:

"Mas para este olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra." [Isaías 66:1-2; ênfase adicionada]

"Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera. Saíste ao encontro daquele que se

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alegrava e praticava justiça e dos que se lembram de ti nos teus caminhos..." [Isaías 64:4-5; ênfase adicionada]

O Temor de Deus

Muito antes de Davi escrever seus preciosos salmos ou de Salomão escrever seus provérbios, Jó sabia o segredo da sabedoria e da amizade com Deus. No meio da mais profunda dor e perda, ele disse:

"Eis que o temor do SENHOR é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência." [Jó 28:28]

"O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria." ecoaram os homens sábios que escreveram o Salmo 111:10 e Provérbios 9:10.

Séculos atrás, o povo rebelde e presunçoso de Deus pensou que poderia seguir suas próprias inclinações sensuais, participar nos rituais de seus vizinhos idólatras e sacrificar suas crianças para ganhar favores pessoais - sem perder o favor e a proteção de Deus. Até mesmo os sacerdotes pensavam que estavam seguindo Seus caminhos. Eles estavam errados. Nosso santo Deus, que é o mesmo ontem, hoje e eternamente, advertiu Seu tolo e presunçoso povo:

"Também vos destinareis à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes; falei, e não ouvistes; mas fizestes o que era mau aos meus olhos, e escolhestes aquilo em que não tinha prazer." [Isaías 65:12; ênfase adicionada]

O pastor Warren tem pouco a dizer sobre esse temor a Deus - o fruto abençoado de uma consciência profunda de que Deus é nosso juiz e vingador, assim como também é nosso Pai e é amor. A raiva e ira de Deus não se encaixam no ambiente positivo e agradável aos buscadores da igreja de hoje.

Já que a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, assim como a versão de J. B. Philips, podem ser consideradas traduções ao invés de paráfrases, as diferenças abaixo podem ser menos nítidas. Mesmo assim, elas ilustram uma relutância que muitos líderes cristãos têm em usar a palavra "temor", quando se referem a Deus. Embora certamente devamos (por meio de Seu espírito) reverenciar nosso santo e todo-poderoso Deus, essa palavra mais "positiva" remove qualquer lembrança sutil (ou desconcertante) de que nosso Pai amável é também um Deus "zeloso" - um juiz inflexível que tem pouca tolerância por nossa "obediência" morna e nosso "louvor" agradável a nós mesmos.

ACF: "O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança." [Salmos 25:14]

ARC: "O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhe fará saber o seu concerto." [Salmos 25:14]

NVI: "O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança."

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[Salmos 25:14]

A Bíblia Viva: "O Senhor é amigo chegado de quem o respeita e lhe obedece." [Salmos 25:14a]

ACF: "O SENHOR se agrada dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia." [Salmos 147:11]

ARC: "O Senhor agrada-se dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia." [Salmos 147:11]

NVI: "O Senhor se agrada dos que o temem, dos que colocam sua esperança no seu amor leal." [Salmos 147:11]

Nova Tradução na Linguagem de Hoje: "O que agrada a Deus ... são ... pessoas que o temem e põem a sua esperança no seu amor." [página 63]

[Nota: A paráfrase Today's English Version aqui diz, "Ele tem prazer naqueles que o honram; naqueles que confiam em seu constante amor."]

Em outras palavras, "temor" choca-se com a atual tentativa de mercadejar Deus para as massas pós-modernas. Em menor grau, também as palavras "justo" e "misericordioso". Ambas, lembram-nos de nossos pecados e inadequação. Elas nos trazem a desconfortante sugestão de que Deus é de fato "mais santo do que tu" - uma noção muito desagradável para aqueles que preferem acreditar que Deus é e pensa como eles mesmos.

Ao invés disso, o pastor Warren nos apresenta um Deus mais agradável - um Pai sorridente, semelhante aos pais permissivos atuais, em vez do justo e misericordioso Deus da Bíblia. Se você faz parte da família de Deus ou não, Warren fala confusas meias-verdades que nos asseguram que -

"No instante em que você nasceu neste mundo, Deus estava lá como testemunha invisível, sorrindo ao assistir seu nascimento. Ele quis que você vivesse e sua chegada lhe deu enorme prazer." [1, pg 57]

"Você é um filho de Deus e proporciona prazer ao coração dele como nada mais que ele já tenha criado. A Bíblia diz: "Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o seu prazer e a sua vontade." [1, pg 57]

"Na verdade, Deus gosta de atentar para cada detalhe de sua vida, esteja você trabalhando, brincando, descansando ou comendo." [1 pg 66]

Você já está se sentindo bem consigo mesmo? Você se sente confortável diante de seu santo Deus?

Talvez estejamos nos sentindo confortáveis demais. Pode ser que nosso santo Deus não "goste de atentar para cada detalhe" de nossas vidas. Embora Sua Palavra nos assegure de que Ele se regozija em nós quando confiamos Nele e O seguimos, ela também nos mostra que Ele se entristece com nossas escolhas tolas. E se realmente somos "nascidos de novo" de Seu Espírito, nos entristeceríamos com Ele cada vez que obedecermos nossas próprias concupiscências em vez de Sua Palavra! Nós nos arrependeríamos - voltaríamos e correríamos de volta aos Seus braços!

Sim, Ele espera por nós. Sim, nosso paciente e misericordioso Senhor continua a nos amar profunda e eternamente. Sim, em Cristo, todos os nossos pecados foram cravados na cruz. Mas

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Ele não minimiza nossa rebelião natural, como fazemos. Em vez disso, Ele nos diz: "Operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade." [Filipenses 2:12-13]

O Novo Testamento traz algumas sóbrias advertências sobre um lado de Deus que freqüentemente preferimos esquecer. Lembre-se da história de Ananias e Safira. Eles faziam parte da comunidade na igreja primitiva, onde as pessoas dividiam seus pertences umas com as outras. Você provavelmente se lembra da história:

"Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? ... Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus. E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos ..."

"E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido. E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas."

"E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo ... Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais." [Atos 5:1-4; ênfase adicionada]

Deus não hesitou em julgar um pecado que facilmente teríamos tolerado. Afinal de contas, Ananias fez uma contribuição generosa para a igreja, não fez?

Mas o padrão de Deus para a santidade entre Seu povo é muito mais elevado do que o que somos levados a acreditar em nossas igrejas. Ele quer um corpo purificado, uma noiva santa - lavada e limpa pelo Seu sangue derramado. Cultos para buscadores que trazem o mundo para Seus locais sagrados flexibilizam Seus propósitos revelados. Assim como as amizades baseadas no consenso entre crentes e incrédulos, entre Sua pureza e a vulgaridade do mundo.

Na igreja primitiva, o julgamento de Deus espalhou "grande temor". A comunidade ao redor mostrou dois tipos de respostas típicas. Enquanto o "povo tinha-os em grande estima", apenas aqueles a quem Deus estava trazendo a Si foram acrescentados à igreja. "Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles." Isso não se assemelha em nada com as atuais estratégias de marketing, não é?

O problema não é que o pastor Warren tenha deixado de lado "o temor de Deus". Ele não poderia ensinar todas as instruções de Deus em um único livro. O problema é a falta de equilíbrio. Enfatizando a alegria de Deus "para cada detalhe de sua vida" durante todo o livro, ao mesmo tempo em que raramente menciona a ira de Deus, Seu santo padrão ou julgamento, ele virtualmente nega a parte menos confortante da natureza de Deus. [29]

Embora o amor de Deus seja incondicional, Suas promessas não são. A maioria está ligada - freqüentemente na mesma passagem em que aparecem - a especificações e condições para seu cumprimento. Mas essas condições e instruções são geralmente deixadas de fora. Da forma que são apresentadas no livro, muitas promessas de Deus para aqueles que - por Sua graça e Espírito - O seguem, se tornam, ao invés disto, universais e incondicionais afirmativas para todos os que lêem o livro. Não há necessidade de se entristecer pelos nossos pecados, de tremer diante de Sua Palavra, ou de arrepender-se de nossa dependência ao emocionalismo contemporâneo, pois todos estão bem diante daquele que ama a todos "apaixonadamente" da maneira como somos.

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Mas Deus nos chama a conhecer e seguir Seus caminhos, não os nossos - a negar-nos a nós mesmos e mortificar a natureza carnal. Em nossa fraqueza, Ele nos capacitará! Nosso objetivo deve ser Seu objetivo: sermos santos como Ele é santo. O pastor Warren afirma essa verdade, mas suavizando a revelação de Deus sobre Si mesmo e sobre Seus caminhos, ele distorce nosso entendimento sobre a santidade. Trivializando a autoridade da Palavra de Deus, ele desvia nossa compreensão do elevado padrão de Deus para nossas vidas Nele. Finalmente, quando cita (de várias formas diferentes) as promessas de Deus, ao mesmo tempo em que ignora Suas advertências, ele cria presunção e não uma fé obediente e genuína. Muitos leitores provavelmente nem irão saber o que obedecer!

Eles não encontrarão respostas quando se voltarem para as questões para discussão no fim do livro. Essas questões foram criadas para se encaixarem ao processo do consenso da atualidade. Esse processo para conformar os indivíduos às visões do grupo, envolve instruções como:

Não ofenda ninguém tomando uma posição inflexível para com a verdade ou fatos. Não use expressões como "eu sei" ou "eu creio". Ao invés disso, use expressões

como "eu acho" ou "eu sinto" ,que mostram sua prontidão em flexibilizar e desviar suas visões para correspondam ao consenso do grupo. [Veja Twisting Truth by Group Consensus]

Demonstre respeito e apreço por todas as posições, mesmo por aquelas que entram em contradição com a Bíblia.

A maioria das questões se encaixa nesse padrão. Subjetivas e abertas, elas evocam opiniões baseadas em sentimentos, não nas verdades bíblicas. Algumas das questões implicam respostas que se encaixam mais nos ideais comunitários da atualidade do que na verdade.

Como esperado, as duas primeiras perguntas começam com "Na sua opinião..." e "O que você sente..." Nenhuma delas coloca a Bíblia como ponto de referência. Nenhuma delas encoraja o leitor a buscar respostas que venham da Palavra de Deus.

O resultado natural desse diálogo confortável e baseado em relacionamentos é uma síntese grupal de várias opiniões. No fim, todos se sentem bem consigo mesmos, uns com os outros e com Deus - não importando a maneira como Ele pode ser representado. Nenhum preço a pagar, nenhuma negação de si mesmo, nenhuma separação, nenhuma ofensa! O cristianismo pós-moderno se encaixa perfeitamente no sistema mundial em transformação. (Esse processo baseado em relacionamentos será discutido em mais profundidade na Parte 2.)

Lembre-se, os caminhos de Deus não são os nossos caminhos! Ele é o soberano rei do universo! Para conhecê-Lo e seguí-Lo, precisamos encher nossas mentes com Sua verdadeira Palavra, não com interpretações populares ou afirmações grupais de pensamento positivo.

"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. ... Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras..." [João 14:21-24]

Na Parte 2 veremos:

Unidade e Comunidade. O pastor Warren parece enfatizar um modelo que reflete a visão

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comunitária de Peter Drucker e a visão de Nova Era do Dr. Bernie Siegel da comunidade terapêutica. Veja a Nota no fim deste artigo Essa nova forma de fazer igreja (baseada em estratégias de marketing, em relacionamentos humanos e na diversidade grupal) está transformando as igrejas em todo o mundo de acordo com um plano específico. Os cristãos "tradicionais" - aqueles que amam a Palavra de Deus e buscam amizades baseadas na unidade do Espírito e não no consenso humano - irão deixar suas igrejas em transformação ou serão convidados a sair. Eles não se enquadram mais! Como se posicionam inflexivelmente nos absolutos bíblicos, bloqueiam a transformação planejada e atrapalham a necessária "unidade na diversidade": um novo tipo de comunhão, não em Cristo, mas por meio do diálogo conjunto entre cristãos e não-cristãos, em direção a um consenso global em evolução. [Veja The Mind-Changing Process]

Transformação: Rick Warren promete: "Os próximos 40 dias irão transformar sua vida." [1, pg 10] Em muitas mentes pós-modernas, essa transformação tem pouco que ver com o renascimento por meio do Espírito de Deus. Dentro do Movimento de Crescimento de Igrejas, a palavra "transformação" freqüentemente se refere a pessoas e igrejas sendo conformadas à nova visão "relacional" de "comunidade". Essa mudança usa as mais recentes estratégias psicosociais e tecnologias intrusivas para medir a mudança e a complacência individual com a "visão" estabelecida.

Em breve iniciaremos um glossário de termos utilizados pelos atuais e autoproclamados "agentes de transformação" que liderarão o processo de mudança na igreja. [Leia o artigo A Infiltração Ocultista na Igreja Cristã Visando Destrui-la a Partir de Dentro]

Dons espirituais. O pastor Warren diz: "Comece avaliando seus dons e habilidades. Analise de forma demorada e honesta em que você é bom e em que não é. ... Peça às outras pessoas uma opinião ... Os dons espirituais e as habilidades naturais são sempre confirmados pelos outros".

Para validar sua opinião, ele cita Romanos 12:3b (Phillips). [1, pg 216] Embora a tradução de Phillips (Cartas Para Hoje) possa aparentemente confirmar sua conclusão, as traduções padrão não confirmam. Elas nos dizem para guardar-nos das visões exageradas sobre nós mesmos (orgulho) - um pecado oculto, encorajado pela ênfase atual na auto-estima, na afirmação mútua e na relutância de falar as verdades que parecem ofensivas. As versões padrão também não apóiam a noção contemporânea de os dons espirituais poderem ser identificados, testados ou medidos de acordo com nossas habilidades naturais ou opiniões subjetivas. Deus concede dons sobrenaturais! Se nós, Suas ovelhas, ouvirmos Sua voz e tivermos fé para seguirmos Sua direção pessoal, certamente saberemos onde podemos melhor serví-Lo e dar-Lhe toda a glória.

ACF ARC NVI Phillips

"Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um." [Romanos 12:3]

"Porque pela graça, que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. [Romanos 12:3]

"Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu. [Romanos 12:3]

"Procurem fazer um juízo correto de suas capacidades." Romanos [12:3b]

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Deus freqüentemente nos concede dons espirituais que têm pouco ou nada que ver com nossas habilidades naturais, para que possamos serví-Lo mesmo em nossas fraquezas em vez com nossas forças. Isso foi o que Ele me ensinou. Escrever e falar era difícil e extremamente doloroso para mim, quando Deus me chamou para anunciar Seu evangelho para as crianças. Sendo tímida, calada e introvertida, aprendi a depender unicamente Dele. Ao longo dos anos, meu maravilhoso Pastor provou Sua fidelidade repetidamente, de maneiras maravilhosas. Paulo disse:

"E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus." [1 Coríntios 2:1-5]

Notas Finais

1. Rick Warren, Uma Vida com Propósito, Editora Vida. 2. Dennis Costella, Foundation Magazine, março-abril 1998. http://www.fundamentalbiblechurch.org/Foundation/fbcsdlbk.htm. Você pode encontrar uma mensagem muito semelhante no artigo de Rick Warren intitulado "Selecting Worship Music" (29/7/2002 ) em http://www.pastorport.com/ministrytoday.asp?mode=viewarchive&index=18.

A Bíblia nos adverte sobre um "tipo" de música ou costume que serve ao paganismo: "No mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado." [Daniel 3:7]

3. Rick Warren, Uma Igreja com Propósitos, Editora Vida, pg 62.

4. http://www.pastors.com/aboutus/

5. Ken Witty, "Peter Drucker's Search for Community," Business Week Online, 24 de dezembro de 2002. http://www.businessweek.com/bwdaily/dnflash/dec2002/nf20021224_6814.htm

6. http://www.christian-ministry.com/aboutus_who.htm

7. http://www.christian-ministry.com/clients.htm

8. http://www.christian-ministry.com/services_promo.htm

9. Rick Warren fala sobre música na igreja, http://www.sunlandneighborhoodchurch.com/articles_view.asp?articleid=1382&columnid=

10. "A Biblical Worldview Has a Radical Effect on a Person's Life," 1 de dezembro de 2003, http://www.barna.org/cgi-bin/PagePressRelease.asp?PressReleaseID=154&Reference=A. Ouvi dizer Barna está se tornando cético com relação ao Movimento de Crescimento de Igrejas, que anteriormente apoiou. Posso entender o por quê. Suas próprias estatísticas mostram as trágicas conseqüências da "graça barata" e das orações de salvação sem um fundamento bíblico.

11. Gene Edward Veith, "Unbelieving 'Born-agains," World on the Web, 6 de dezembro de 2003,

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http://www.worldmag.com/world/issue/12-06-03/cultural_4.asp

12. "Peter Drucker on the Church and Denominations" Este arquivo pdf está disponível no site da Leadership Network em: http://www.leadnet.org/allthingsln/archives/netfax/1.pdf

13. Dr. Robert Klenck, "The 21st Century Church", http://www.crossroad.to/News/Church/Klenck1.html

14. A lei moral de Deus não pode salvar-nos nem dar a força necessária para obedecermos suas instruções. Mas ela nos oferece um padrão sobre o que é certo ou errado - e isso, nos ajuda a entender a santidade, justiça, misericórdia e graça de Deus.

15. Muitos afirmam esta crença: "O pecado é uma parte normal da vida, e sou tão bom quanto todo mundo - talvez um pouco melhor. Além disso, Deus me ama como sou." Mesmo que essa afirmação seja, em parte, verdadeira, é também enganosa. A essência do caráter de Deus não é apenas o amor. É também justiça inflexível, santidade indescritível e retidão perfeita. Sem informações corretas sobre Deus, não podemos conhecê-Lo nem segui-Lo.

16. "Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR Deus de vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que eu vos mando." [Deuteronômio 4:1-2] Veja Também: Deuteronômio 12:32; Provérbios 30:5-6 e Apocalipse 22:18-19.

17. "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." [1 Coríntios 2:14]

18. Veja "Church Management and Global Missions". No inverno de 2003, o pastor Warren apresentou o Plano P.E.A.C.E - "uma estratégia para que cada pequeno grupo de nossa igreja e dezenas de milhares de pequenos grupos em outras igrejas, se tornem comprometidos com a solução dos cinco maiores problemas do mundo: a perdição espiritual, a falta de líderes piedosos, a pobreza, as doenças e a falta de educação."

"Acreditamos que é parte do começo de um avivamento espiritual, um movimento global, uma Nova Reforma", escreveu o pastor Warren. "O plano PEACE tratará desses cinco problemas 'gigantes' por meio da implantação de novas igrejas ... equipando os líderes ... dando assistência aos pobres ... cuidando dos doentes ... e educando à próxima geração ..."

"O resultado é que pretendemos reinventar a estratégia missionária no século XXI. Como foi dito, essa será uma nova Reforma. A primeira Reforma nos devolveu a mensagem original da igreja. Foi uma reforma doutrinária - em que a igreja ACREDITA. Essa segunda Reforma nos levará de volta à missão original da igreja. Será uma reforma nos propósitos - o que a igreja FAZ no mundo."

Deus nos chama para compartilhar Seu amor e recursos com os pobres e necessitados. Mas se o plano PEACE do pastor Warren significa treinar líderes de igreja a confiar e seguir as estratégias mundanas de gerenciamento e marketing como ele mesmo faz (veja Parte 1 e 3), eles estarão a serviço da agenda global humana; não servindo a Deus. [Leia Reinventing the World]

19. A ênfase atual em "paixão" e euforia podem ser enganosas. Na tradução Almeida Corrigida e Fiel, "paixão" refere-se ao sofrimento de nosso Senhor na cruz. Mas outras traduções igualam "paixão" a "lascívia" ou "afeição desordenada". Por exemplo, veja Atos 1:3 e Colossenses 3:5 (ACF): "Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria."

20. "Selecting Worship Music", Rick Warren, disponível em: http://www.pastorport.com/ministrytoday.asp?mode=viewarchive&index=18. Como a Bíblia não

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menciona "bateria", não permite nem proíbe seu uso. Mas o restante das Escrituras nos ajuda a entender a visão de Deus sobre o uso de batidas vibrantes. Juntamente com numerosas advertências no Velho Testamento contra a imitação dos rituais e práticas sensuais dos vizinhos pagãos e "animistas" (que provavelmente faziam uso do andamento e do volume dos ritmos para induzir o transe da possessão), Romanos 14:15 diz: "Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu." O pastor Warren admite abertamente que a introdução da música Rock foi ofensiva para muitos cristãos em sua igreja. Para arrebanhar os jovens, ele escolheu um veículo popular que iria deixar agoniados e afugentar a muitos. Essa escolha parece violar as leis de amor de Deus - um princípio que o pastor Warren enfatiza repetidamente no contexto dos pequenos grupos e na construção do novo consenso comunitário solidário. 21. 1 Crônicas 15:16-24; 16:4-6, 42; 25:1-6.

A igreja cristã tornando-se parceira do mundo na atual grande experiência de educar os recursos humanos para a criação de uma sociedade global unificada. Uma análise do livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren. "Mas Deus diz que a vida se constitui de relacionamentos." Rick Warren [1, pg 109]

"Os relacionamentos são a cola que mantém a igreja unida. As amizades são a chave para manter os membros na igreja. Certa vez um amigo me contou sobre uma pesquisa que realizou em sua igreja. Ele perguntou: 'Por que você veio para esta igreja?'. 93% dos membros disseram: 'Vim para cá por causa do pastor'. 'E se o pastor sair da igreja, você também sairá?' 93% das pessoas responderam: 'Não'. Quando perguntou: 'Por que você não sairia?', eles responderam: 'Porque temos amigos aqui!' Note a mudança de aliança feita. Isso é normal e saudável." ... Pense relacionalmente!" [2] Rick Warren Relationships hold your church together [NT: Veja também: 3, pg 313-14]

"Quero ressaltar a importância de continuamente enfatizar para os membros a natureza corporativa da vida cristã", escreveu Rick Warren em seu manual de gerenciamento de igrejas, Uma Igreja com Propósitos. "Pregue, ensine e fale sobre isto. Pertencemos uns aos outros e precisamos uns dos outros. Estamos conectados juntos como parte de um só corpo. Somos uma família. [3, pg 320]

Sim, aqueles que realmente pertencem a Cristo são um Nele! Somos parte de uma vasta e maravilhosa família que alcança todo o mundo e se estende pelo tempo até a eternidade! De fato, a comunhão que temos em Cristo - com aqueles que compartilham do mesmo Espírito, seguem o mesmo Pastor e se regozijam nas mesmas Escrituras - nos dá uma amostra antecipada da alegria que compartilharemos com nossa família celestial por toda a eternidade.

Mas o pastor Warren adiciona algumas razões organizacionais questionáveis para enfatizar a amizade e a unidade. Como ele explica em seu artigo Relationships hold your church together, a amizade entre os membros pode ser o meio mais eficiente de criar uma grande e forte igreja. Assim, no Movimento de Crescimento de Igrejas, a comunhão agradável às pessoas - planejada especificamente para ligar pessoas espiritualmente diversas entre si - se torna o propósito principal. Esse processo inclui os seguintes passos:

1. Enfatize continuamente a importância da amizade e da unidade, comprometimento (inclusive compromissos assinados) e participação comunitária. Reforce a uniformidade - a "natureza corporativa" da igreja. Essa é a base do "pensamento sistêmico", nos negócios seculares ou eclesiásticos: tudo está interconectado; tudo é um. Nada tem significado a não ser que se enquadre "No Todo Maior".

2. Crie estruturas organizacionais para trazer os visitantes e os novos membros rapidamente para os grupos pequenos onde "líderes de mudança" treinados poderão facilitar o diálogo, encorajar a formação de laços e monitorar o treinamento coletivo.

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3. Advirta as pessoas sobre a falta de "responsabilidade" para com os cinco propósitos (ou "Declaração de Propósito") - que estabelecem os limites para os tópicos a serem discutidos. Como tópicos "divisivos" como a educação governamental ou o entretenimento ocultista podem ser vistos como obstáculos para a unidade visada, eles freqüentemente não são incentivados, ou devem até mesmo serem banidos. Como diz o pastor Warren: "Uma 'declaração de propósito' reduz a frustração porque permite que esqueçamos as coisas que na realidade não têm importância." [3, pg 89] É claro que a educação pública anticristã e o entretenimento popular de fato importam - mesmo que os "líderes de mudança" se recusem a reconhecer sua influência em nossas crianças.

4. Empacote a verdade de formas palatáveis e agradáveis a todos: membros, incrédulos e buscadores da mesma forma. Evite as Escrituras ofensivas e as advertências divisivas. Remova a ênfase nos absolutos bíblicos e em "doutrina" pois atrapalham a unidade e a "mudança contínua".

5. Use compromissos assinados, o processo dialético e a contínua avaliação para manter todos os membros compromissados com o tipo de comunhão requerido pelo sistema gerencial orientado por propósitos.

A Igreja da Comunidade de Saddleback padroniza esses cinco pontos e muitas outras instruções para o crescimento da igreja e sua unidade, que veremos posteriormente. Mas, primeiro, consideremos os ensinos do pastor Warren sobre o corpo de Cristo - a comunhão dos crentes. Embora seu livro contenha muitas promessas encorajadoras, também oculta algumas estranhas meias-verdades e sugestões problemáticas. A primeira citação abaixo enquadra-se perfeitamente na nova visão coletiva e holística de que todas as partes de uma organização (o sistema) devem estar interconectadas - e que os indivíduos só têm valor ou significado de acordo com seu lugar no sistema como um todo. (Essa visão holística agora permeia, guia e une as organizações em todo o mundo) Com essa visão em mente, considere as cinco próximas declarações do pastor Warren:

"Você descobre o seu papel na vida pelo relacionamento com os outros. A Bíblia diz: 'Cada parte tem seu sentido no corpo como um todo, e não ao contrário. … Mas como um dedo amputado ou um dedão arrancado não seríamos grande coisa, não é mesmo? '" [1, pg 115]

"A Bíblia não apresenta nenhum santo solitário ou eremita espiritual que tenha vivido isolado dos outros crentes, privado de companhia." [1, pg 114]

"A forma de você tratar as outras pessoas, e não sua riqueza ou realizações, é a influência mais duradoura que se pode deixar na Terra. Como disse Madre Teresa: 'Não é o que você faz, mas o quanto de amor você coloca no que faz que realmente importa." [1, pg 110]

"Deus quer que sua família seja conhecida pelo seu amor, mais do que por qualquer outra coisa. Jesus disse que nosso amor uns pelos outros - e não nossas crenças doutrinárias - é o nosso maior testemunho perante o mundo." [1, pg 108]

"Sempre que você dá seu tempo, está fazendo um sacrifício e o sacrifício é a essência do amor. Jesus foi um exemplo disso: "Sejam cheios de amor pelos outros, seguindo o exemplo de Cristo, que amou vocês e se entregou a Deus como sacrifício a fim de tirar os seus pecados.'" [1, pg 112] (Efésios 5:2 Biblia Viva)

Você vê as mensagens conflitantes? O aprisionado apóstolo Paulo, um "santo solitário" separado de seus irmãos cristãos no fim de sua vida, é um dos numerosos exemplos bíblicos de homens e mulheres que se tornaram fortes na fé, enquanto permaneciam solitários e compartilhavam os sofrimentos de Jesus. Confira os Salmos, os Livros de Isaías, Jeremias e de outros profetas perseguidos, os evangelhos... Lembre-se que em muitas prisões comunistas, a fé bíblica inflexível de crentes torturados trouxe multidões de outros prisioneiros - até mesmo inquisidores e verdugos

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de coração duro para Cristo. Sim, nosso amor visível, concedido por Deus, de uns para com os outros demonstra um dom divino que o mundo deseja, mas não pode reproduzir. Mas apenas a verdade do evangelho (doutrina), vivificada pelo Espírito, pode acender essa mesma vida e amor de Deus em outras pessoas. O "amor" sem a verdade não pode trazer os incrédulos para o reino de Deus.

Na última das cinco citações, o pastor Warren iguala o "tempo" que damos a nossos amigos com o sacrifício transformador de vidas de Cristo por nós. Esse princípio gera as seguintes perguntas: Nosso "sacrifício" deve ser motivado e realizado pelo Espírito ou qualquer tipo de "sacrifício" de tempo conta? E se esse sacrifício glorifica o doador humano e não a Deus? Isso poderia nos tentar a idealizar as "boas obras", como o trabalho altruísta de Madre Teresa, uma freira católica que tinha uma visão universalista de Deus e da cruz? Ela dizia que via "Jesus em cada pessoa" (a maioria de seus pacientes eram hindus doentes e moribundos) - uma noção compassiva, mas totalmente contrária à Palavra de Deus.

Sem doutrina bíblica e um claro entendimento da Palavra de Deus, é muito fácil definir o amor (amor a Deus, amor pelas pessoas...) em termos humanos que contradizem os próprios ensinos de Deus sobre Si mesmo e Sua eterna lei moral. [4] Poderíamos simplesmente aplicar as definições mundanas para amor, compaixão, relacionamentos e simpatia para conceitos que lidam com as realidades espirituais. Em seguida, aplaudimos uns aos outros por alcançarmos nossos próprios padrões agradáveis, esquecendo- que nossos esforços humanos não são nada mais que "trapo da imundícia" à vista de Deus. [Isaías 64:6]

O profeta Isaías entendeu isso bem. O que conta não é nossa visão cultural sobre o que é certo, mas conhecer e seguir os caminhos de Deus, que diferem radicalmente dos nossos. Lembre-se de Isaías 55:8-9 e 64:4-5, onde Deus nos exorta a lembramos Dele de acordo com Seus caminhos - de acordo com o que revelou sobre Si mesmo, não de acordo com nossas próprias percepções míopes, boas intenções, pensamento voluntarioso ou ideais nobres (ou visões). Se nossos relacionamentos se baseiam em metas humanas e em estratégias organizacionais em vez de na fé bíblica e no Espírito Santo, são inúteis para o reino de Deus.

Quando minimizamos a santa Palavra de Deus e suas instruções, cegamos a nós mesmos. Quando convenientemente borramos a linha entre o que Deus chama de certo e errado, nem mesmo saberemos onde nos perdemos. E, quando rejeitamos as instruções bíblicas, considerando-as "doutrinas" fora de moda, tornamos-nos vulneráveis aos enganos intemporais que desviam a base do nosso pensamento de Suas verdades imutáveis para as fábulas e ilusões - como Deus adverte em 2 Timóteo 4:3-4.

Mas as afirmações do pastor Warren fazem sentido para uma geração pós-moderna que valoriza mais os relacionamentos humanos do que a verdade. Afinal, a Palavra absoluta e inflexível de Deus (doutrina) de fato causa divisão. Ela corta uma linha divisória entre a verdade e o erro. "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." [Hebreus 4:12]

Essa verdade penetrante é incompatível com a uniformidade necessária ao novo "pensamento sistêmico" [veja Chuch Growth Glossary] e ao gerenciamento da igreja coletiva. Como afirma o pastor Warren:

"Mas, para o bem da unidade, não devemos deixar que nossas diferenças nos dividam jamais. Precisamos nos manter concentrados no que mais importa - aprender a amar uns aos outros como Cristo nos amou e cumprir os cinco propósitos de Deus para cada um de nós e Sua igreja. O conflito é normalmente sinal de que o foco foi desviado para assuntos menos importantes; coisas que a Bíblia chama de assuntos controvertidos. Quando nos concentramos em personalidades, preferências, interpretações, estilos ou métodos, a divisão sempre acontece." [1, pg 141]

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Isso parece bom. Não devemos enfocar nas personalidades, preferências, estilos ou métodos. Mesmo assim, o pastor Warren parece intensamente focalizado em seus métodos estruturados para a transformação da igreja e comunica esses métodos para as igrejas em todo o mundo como se tivessem saído da Bíblia, não das Escolas de Administração de Harvard e do MIT.

O maior problema com a declaração acima é outra palavra que o pastor Warren coloca em sua lista de "assuntos menos importantes": "interpretações". A tendência atual em direção a interpretações contextuais da Palavra de Deus (adaptada para se encaixar no contexto da cultura popular) deturpa seus significados em mensagens agradáveis feitas sob medida tanto para o mundo incrédulo, quanto para o movimento ecumênico mundial. E as "interpretações" pragmáticas do pastor Warren parecem criadas para bloquear qualquer argumento bíblico tanto contra o processo de transformação mental que guia a amizade quanto contra os métodos gerenciais que guiam sua igreja.

Deixe-me repetir essa declaração enganosa a respeito dos limites sobre que tipos de tópicos e problemas podem ser discutidos:

"Uma 'Declaração de Propósito' reduz a frustração porque permite que nos esqueçamos das coisas que na realidade não têm importância. A Bíblia diz em Isaías 26:3 que Deus '... conservará em paz aquele cuja mente está firme em ti, porque ele confia em ti'. O propósito claro não somente define o que fazemos, mas também o que não fazemos ... O segredo de ser eficiente é saber e fazer o que realmente deve ser feito, e não se preocupar com o que não pode ser feito" [3, pg 89]Tenha em mente que as traduções padrão da Bíblia não usam a palavra "propósito" nesse verso. Você não preferiria manter seu coração e sua mente focados em Jesus e em sua Palavra em vez de nos propósitos definidos por Rick Warren?

AFC: "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti." [Isaías 26:3]

ARC: "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti." [Isaías 26:3]

De acordo com o pastor Warren, o foco deve estar nos relacionamentos e na unidade - os tipos de relacionamentos que o ajudem a sentir-se bem consigo mesmo e com o grupo. Questões divisivas (que podem incluir qualquer coisa controversa, desde o ensino anticristão das escolas públicas aos livros e o entretenimento popular) são desaprovadas, independente de quão importantes sejam para a fé e para os valores da sua família. Essas questões não se encaixam nos cinco propósitos da Igreja da Comunidade de Saddleback! Elas podem até mesmo entrar em conflito com a atmosfera afirmativa da igreja e fazer as pessoas se sentirem desconfortáveis. Em contraste, o pastor Warren proclama uma mensagem mais positiva - uma mensagem de acordo com a ênfase educacional atual na auto-estima:

"Você é parte da família de Deus e, por Jesus tê-lo feito santo, Deus tem orgulho de você! As palavras de Jesus são inequívocas: E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe. [Mateus 12:49-50] [1, pg 106; ênfase adicionada]

Essas declarações suscitam algumas questões. Primeiro, Deus realmente sente orgulho de nós? De qualquer um de nós ou de todos nós? Não é a Sua justiça, não a nossa, que torna Seu povo santo? Jesus nos deu uma resposta muito tempo atrás. Não desejando que seus discípulos pensassem "muito além do que convinha" de si mesmos e de suas próprias "boas obras", Ele contou uma parábola sobre o papel de um servo, que termina com a seguinte pergunta:

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"Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer." [Lucas 17:9-10] Paulo conhecia essa verdade muito bem. Confiante de que tudo o que havia de bom nele vinha de Deus e não de si mesmo, podia regozijar-se totalmente na vitória de Deus em seu favor. "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." [Gálatas 6:14] [5]

Em segundo lugar, Mateus 12:49-50, a Escritura que o pastor Warren usa para provar seu argumento, pelo menos se relaciona com esse ponto em particular? Todos os leitores do pastor Warren conhecem a revelada "vontade de Meu Pai" ou poderiam ser enganados pelas muitas Escrituras tiradas do contexto? Além disso, quando o pastor Warren faz mau uso da Palavra de Deus, não poderia estar construindo um falso fundamento para a unidade cristã?

Não pode haver verdadeira ou duradoura unidade a não ser que ela seja baseada na Palavra de Deus e sem contemporizações. Quando as igrejas adotam as mesmas estratégias psicosociais usadas pelas escolas públicas para o treinamento multicultural - e também pelos governos e empresas em "desenvolvimento-comunitário" para a solidariedade social - precisam distorcer ou esconder as Escrituras contrárias, como 2 Coríntios 6:12-18. [6] Não se pode agradar a Deus apoiando-se em métodos de sucesso do mundo. Quando as igrejas reinterpretam e adaptam partes da Bíblia de acordo com as percepções pós-modernas e as "necessidades sentidas, mudam seu fundamento da sabedoria de Deus para as estratégias e regras humanas. Uma dessas estratégias é simplesmente descartar as advertências bíblicas e "disciplinar" ou expulsar os membros preocupados e piedosos, reputando-os como "divisivos". [7]

A disciplina na igreja é bíblica e estou satisfeita em ver que o pastor Warren a mantém. Mas quando a disciplina bíblica é usada de forma contrária à Bíblia para remover os obstáculos a um processo mundano, não pode trazer sucesso bíblico. É difícil separar todas as coisas boas que o pastor Warren diz de algumas de suas impressionantes distorções, mas Deus diz: "Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal." [1 Tessalonicenses 5:21-22] Portanto, considere estas afirmações:

"Todos os candidatos devem cursar a Classe de Membros e assinar um compromisso. Assinando o compromisso, concordam em contribuir financeiramente, em servir ao ministério, em compartilhar sua fé, em seguir a liderança ... Se você não cumprir o pacto, será retirado do rol de membros. Todos os anos, removemos centenas de nomes de nosso rol." [3, pg 58]

"Regras de Rick para o Crescimento." Primeiro, existe mais de uma maneira de fazer com que uma igreja cresça... Segundo, são necessários todos os tipos de igrejas para atingir todos os tipos de pessoas. Graças a Deus não somos todos iguais! Deus ama a variedade... Por fim, nunca critique aquilo que Deus está abençoando, mesmo que seja um estilo de ministério que faça com que alguns de nós não nos sintamos muito à vontade." [3, pg 64-65]

"Quando o corpo humano está fora de seu equilíbrio normal, dizemos que está doente. Se o Corpo de Cristo está desequilibrado, fica doente... A saúde acontecerá quando o equilíbrio do corpo retornar ao normal. A tarefa da liderança da igreja é descobrir e remover as barreiras e doenças que restringem o crescimento, para que haja um desenvolvimento natural e sadio." [3, pg 20]

"Deus abençoa igrejas unidas. Na Igreja de Saddleback, cada membro assina um pacto que inclui uma promessa de proteger nossa unidade. Conseqüentemente, a igreja jamais teve um conflito que dividisse a congregação. Tão importante quanto isso é o fato de todos quererem fazer parte dela ... Quando Deus tem um punhado de novos cristãos que quer libertar, ele busca como incubadora a igreja mais carinhosa que puder encontrar." [1, pg 145-6

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Busca mesmo? Eu poderia citar diversos exemplos opostos - incluindo minha própria experiência. De fato, tanto a Palavra de Deus quanto a história factual sugere que nosso Senhor tem inúmeras maneiras de treinar os novos convertidos. Muitos de Seus filhos mais frutíferos são nascidos do Espírito e nutridos ao custo de desafios impensáveis. Ao contrário dos líderes do Movimento de Crescimento de Igrejas e dos "agentes de mudança" contemporâneos, Deus não padroniza Seus métodos ou mede Seus triunfos pelas definições mundanas de sucesso, unidade ou solidariedade.

Tenha em mente que as atuais Comunidades do Crescimento de Igrejas não são nada amigáveis com os membros que questionam os sistemas de marketing eclesiástico, as contínuas avaliações e os sistemas de dados digitais que avaliam a "energia relacional". Muitas dessas igrejas são rápidas em "disciplinar" e excluir aqueles que se recusam a aderir aos diálogos dos grupos pequenos ou a assinar os compromissos. Veremos mais atentamente essa parte do sistema gerencial do Movimento de Crescimento de Igrejas na Parte 3.

O testemunho de partir o coração daqueles que foram forçados a deixar essas igrejas em rápida transformação nos faz pensar que uma comunidade que pressiona as pessoas a aceitarem seu molde de marketing mundial pode ser mais perigosa para a fé e para a compreensão bíblica que a ausência de uma comunidade de igreja.

Esse programa não é sobre unidade bíblica e comunidade. A Igreja da Comunidade de Saddleback e as outras igrejas do Movimento de Crescimento de Igrejas não têm um monopólio sobre a unidade. Na verdade, a unidade (ou solidariedade) é o principal alvo de alguns dos mais poderosos sistemas gerenciais em todo o mundo, [8] e seu eminente guia comunitário, Peter Drucker, persegue os mesmos objetivos organizacionais que Rick Warren. Referindo-se à responsabilidade da igreja em servir e ir de encontro às necessidades de bem-estar em suas comunidades, Drucker diz:

"O pastor, como gerente, deve identificar os pontos fortes e as especializações deles [que o pastor Warren chama de dons espirituais e habilidades], direcioná-los e equipá-los para o serviço, e capacitá-los a trabalhar no harmonioso e produtivo todo conhecido como corpo de Cristo." [9]

Em outras palavras, a igreja e o mundo se tornam parceiros na atual grande experiência de educar os recursos humanos para a criação de uma sociedade global unificada. Sim, devemos amar-nos uns aos outros e nos importarmos com os pobres. Mas não podemos nos conformar com o sistema mundial. Nem podemos usar as estratégias psicosociais do mundo (disfarçadas com termos e frases bíblicas) sem deturparmos a Palavra de Deus e voltarmos as costas para Jesus Cristo, nossa única fonte verdadeira de unidade. Lembre-se das advertências de Deus:

"Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso." [1 Coríntios 3:18 -21]

"Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem." [Mateus 7:13-14]

Os Grupos Pequenos e o Processo Dialético 

Quando a Palavra de Deus é colocada em debate em um grupo pequeno formado por crentes e descrentes (em vez de ser ensinada didaticamente) e sob a liderança de um facilitador treinado, o consenso é alcançado - um acordo com o qual todos se sentem confortáveis. A mensagem da Palavra de Deus fica então diluída e os participantes são condicionados a aceitarem (e até a comemorarem) a contemporização. A nova síntese torna-se o ponto inicial (tese) para o próximo

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encontro, e o processo de transformação contínua se repete. Análise do livro Uma Vida com Propósitos, de Rick Warren.

"Nunca é demais enfatizar a importância de ajudar os membros a desenvolverem amizades dentro da igreja. Os relacionamentos são a cola que mantém uma igreja unida." - Rick Warren [2, pg 324]

"Este livro é sobre um processo, não sobre programas. Ele oferece um sistema para desenvolver as pessoas e para equilibrar os propósitos da sua igreja... Estou confiante que o processo orientado por propósitos pode funcionar em outras igrejas em que o ritmo de crescimento é mais razoável..."

"Saddleback ... cresceu e tornou-se grande usando um processo orientado por propósitos. As igrejas saudáveis são construídas com base em um processo, não em personalidades." - Rick Warren [2, pg 69, 70]

* Para compreender o significado de "saudável" neste contexto, leia The UN Plan for Your Mental Health (O Plano da ONU para sua Saúde Mental).

"Incentive todos os membros a ingressarem em um grupo pequeno", diz Rick Warren. "Não somente eles ajudam as pessoas a se conectarem umas com as outras, mas também permitem que sua igreja mantenha uma sensação de 'pequena igreja' na comunhão à medida que cresce. Os grupos pequenos podem fornecer o cuidado pessoal e a atenção que todo membro merece, independente de quão grande a igreja se torne.... Além de serem bíblicos, existem quatro benefícios do uso dos lares:

São infinitamente expandíveis (os lares estão em toda a parte); Não estão limitados geograficamente (você pode ministrar para uma área

muito maior); É boa mordomia (você usa edifícios pelos quais outras pessoas pagam!),

poupando dinheiro para o ministério e Facilita os relacionamentos mais próximos (as pessoas ficam mais

descontraídas no ambiente de um lar)" [4; ênfase adicionada]

Embora não mereçamos as bênçãos que Deus graciosamente nos concede, os grupos pequenos realmente tornam as pessoas mais próximas umas das outras. Assim, a questão aqui não é se eles são ou não eficientes, mas ao invés disso, a natureza da eficácia deles. Eles aprofundam nossa fé em Deus ou nossa dependência de uns para com os outros? Eles nos ensinam a conhecer e a seguir a Palavra de Deus ou promovem formas sutis de contemporização para a unidade na diversidade? Eles encorajam o discernimento bíblico, ou a mente aberta e a tolerância para as crenças e valores sem base bíblica? Finalmente, são dirigidos pelo Espírito Santo ou guiados por facilitadores bem treinados e as "necessidades sentidas" dos grupos?

Hoje, os grupos pequenos ou as equipes facilitadas não são como os antigos estudos bíblicos em que muitos de nós participamos no passado. Naquele tempo, discutíamos a Bíblia e suas maravilhosas verdades; agora, as pessoas dialogam até alcançarem uma forma emocional de unidade baseada em "empatia" por diversas visões e valores. O Dr. Robert Klenck dá uma excelente descrição desse processo em seu artigo "What Is Wrong With The 21st Century Church?" (O Que Está Errado com a Igreja do Século 21):

"O Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) baseia-se na Dialética Hegeliana, inventada por Georg Wilhelm Freidrich Hegel, um psicólogo social marxista e transformacional. Sucintamente, o processo da Dialética Hegeliana funciona assim: Um grupo diverso de pessoas (na igreja, é a mistura de crentes (tese) com incrédulos (antítese), se reúnem em um encontro facilitado (com um facilitador / professor / líder de grupo / agente de transformação treinado), usando dinâmica de grupo (pressão dos pares), para discutir uma questão social (ou dialogar a Palavra a Deus), e

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alcançam um resultado pré-determinado (consenso, contemporização, ou síntese).

"Quando a Palavra de Deus é colocada como tema de diálogo entre crentes e incrédulos (em vez de ser ensinada didaticamente) ... e o consenso é alcançado - um acordo com o qual todos se sentem confortáveis - então a mensagem da Palavra de Deus fica diluída em água, e os participantes são condicionados a aceitarem (e até a comemorarem) sua contemporização (a síntese). A nova síntese torna-se o ponto inicial (tese) para o próximo encontro, e o processo de transformação (inovação) contínua se repete."

"O medo da alienação do grupo é a pressão que impede o indivíduo de se posicionar firmemente pela verdade da Palavra de Deus, e essa pessoa normalmente permanece calada (auto-edição). O temor do homem (a rejeição) torna-se maior que o temor a Deus. O resultado final é uma "mudança de paradigma" em como a pessoa processa as informações factuais."

No passado, a imutável Palavra de Deus era o teste definitivo do certo e do errado e nosso objetivo era conhecer a vontade de Deus e alinhar nossa mente à Sua verdade. Agora, o objetivo é unir pessoas diversas em uma "família" que precisa "respeitar" todos os tipos de interpretação bíblica e opiniões contrárias - até mesmo quando as conclusões se chocam com a Bíblia. As antigas diretrizes para discussão estavam baseadas no chamado de Deus para o amor agapeo, bondade, paciência e integridade bíblicas. As regras básicas de hoje estão baseadas na Psicologia humanista e nas diretrizes manipuladoras para a transformação social, "vitalidade relacional", unidade emocional e sinergia coletiva.

Parece complexo e implausível, não? É por isto que os cristãos estão sendo atraídos ao processo dialético com pouca compreensão da real transformação que ocorre tanto nas igrejas e nos indivíduos que participam no novo "pensamento de sistemas" e no processo de aprendizado "baseado em resultados" ou "dirigido por propósitos".

Talvez o melhor modo de explicar essa transformação seja mostrar alguns dos modos como o processo de grupos pequenos do pastor Rick Warren alinha-se com o processo de transformação definido em um livro intitulado Leading Congregational Change (Liderando a Transformação Congregacional). Esse livro, em grande parte inspirado pelo sucesso da Igreja da Comunidade de Saddleback, nos dá uma visão detalhada do próprio processo de transformação. "Este é um livro que você deve ler antes de mudar qualquer coisa.", disse Rick Warren em seu caloroso endosso.

Esse livro - vamos referenciá-lo daqui para a frente como LCC - apresenta o processo dialético como parte de um sistema. Seu modelo principal é a Igreja da Comunidade da Comunidade de Saddleback, onde os grupos dialéticos são liderados por facilitadores treinados nas estratégias psico-sociais de transformação coletiva.

O livro LLC mostra-nos que o grupo dialético não opera no váculo. Ele é parte de um sistema que controla a transformação planejada com padrões de cima para baixo para os valores grupais, habilidades relacionais e "aprendizado para o serviço". Ele fornece pesquisas, avaliações e sistemas de acompanhamento dos dados que medem continuamente a "transformação" e monitora a conformidade com o padrão estabelecido. E ele segue o mesmo modelo da Administração da Qualidade Total adotado pelos governos, empresas, sistemas educacionais, as Nações Unidas e outras organizações em todo o mundo.

Leading Congregational Change foi escrito por James H. Furr, Mike Bonem e Jim Herrington em 2000. O editor, Jossey-Bass, trabalha de perto com a Fundação Peter Drucker (agora chamada de Leader to Leader (de Líder Para Líder)) e a "cristã" Leadership Network (Rede de Liderança), fundada por Bob Buford. Esta última serve como um instrumento internacional para guiar as grandes igrejas pelo processo de "transformação congregacional". Suas referências a Rick Warren incluem os seguintes comentários:

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"Agradecemos a Rick Warren... pela oportunidade de alcançar e refinar nossa compreensão da transformação congregacional como parte da Conferência Igreja com Propósitos, da Igreja do Vale de Saddleback. Somos também agredecidos a Bob Buford... e a outros na Leadership Network pelos muitas formas como estimularam e facilitaram nosso trabalho."

"Fomos profundamente influenciados por Bill Hybels e Rick Warren e pelos sucessos de suas congregações. Vimos também muitas aplicações no livro The Fifth Discipline (A Quinta Disciplina), de Peter Senge (1990) e em Leading Change (Liderando a Transformação), de John Kotter (1996). " [3; Agradecimentos] [tradução nossa]

"O pastor Russ Osterman... teve a oportunidade de participar de um seminário na Igreja da Comunidade de Saddleback, na Califórnia. Ver e experimentar o modelo de uma congregação dinâmica que estava realmente alcançando novas pessoas teve um profundo impacto em Russ, e ele retornou a Glenwood como uma pessoa transformada. Ele não tinha experiência em liderança para a transformação e nenhum mapa da estrada sobre como conduzir a transformação congregacional.... Ele começou a liderar sua igreja para adotar um novo modelo baseado naquilo que tinha aprendido." [3; pg 28] [tradução nossa]

Esse novo modelo, demonstrado pela Igreja da Comunidade de Saddleback, está delineado no livro LCC. Embora o processo de "transformação" envolva diversas "habilidades" e estratégias complexas, tais como lançamento da visão, pensamento de sistema, tensão criativa, auto-avaliação... veremos aqui somente aquelas que se relacionam especificamente com os grupos pequenos.

Vamos iniciar com o novo significado de "grupo pequeno" (ou "equipe"). O livro LCC define como "um número pequeno de pessoas com habilidades complementares que estão compromissadas com um propósito comum, objetivos de desempenho e abordagem para a qual eles próprios se consideram mutuamente responsáveis." [3; pg 128]

Para validar essa definição, os autores apontam para 1 Coríntios 12: Paulo declara que embora sejamos muitas partes, somos um corpo." [3, pg 128] Mas essa Escritura somente se aplica ao Corpo de Cristo; ela não se refere aos membros diversos dos grupos pequenos, ou às equipes formadas de crentes e incrédulos que aprendem a enfatizar e a se identificar com os valores e estilos de vida uns dos outros. Durante o último século, esse processo dialético baseado na filosofia ocultista de Georg Hegel foi adotado por Karl Marx, Lênin e outros líderes socialistas. Hoje, ele é a peça central de todos os sistemas administrativos do mundo. Seu propósito - que não é nutrir o povo de Deus - é conformar todas as mentes a um padrão global para o "desenvolvimento uniforme dos recursos humanos" nas escolas, nas empresas, nos governos e nas igrejas em todo o mundo. [Veja Reinventing the World e Solidarity]

Em LCC, lemos, "Em uma equipe... um objetivo comum é definido. Esses objetivos podem somente ser alcançados por meio de esforços mútuos cooperativos dos membros... Uma segunda distinção... é a responsabilidade... em uma equpe, cada indivíduo é responsável diante do resto da equipe." [3; pg 131] [tradução nossa]

Na terminologia da Igreja de Saddleback, o "objetivo comum" seriam os "propósitos" comuns. E no guia de estudos "40 Dias de Propósitos", cada membro do grupo concorda em assumir responsabilidades assinando um "Acordo do Grupo". Ele inicia com esta frase e três pontos:

"Concordamos com os seguintes valores:"

Propósito Claro: Desenvolver vidas espirituais saudáveis por meio da criação de uma comunidade saudável de grupos pequenos

Participação no Grupo: Dê prioridade ao encontro do grupo.

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Ambiente Seguro: Ajude a criar um local seguro onde as pessoas possam ser ouvidas e se sentir amadas (nada de respostas rápidas, julgamentos sumários, ou consertos simplistas)

Esse contrato atende à exigência do LCC para valores de grupo ou diretrizes para a equipe. Rick Warren sabe como trocar as palavras desagradáveis como "regras" por palavras mais suaves, como "valores". Mas neste contexto ambas as palavras referem-se ao mesmo requisito: as diretrizes que todos precisam seguir:

Estabeleça Valores Para Guiar as Interações na Equipe: "Antes de uma equipe ser iniciada, regras básicas precisam ser definidas. Os membros da equipe trazem muitas suposições não expressas sobre o que é ou não aceitável na interação do grupo... Abertura, consenso, respeito mútuo, criatividade, e diversidade são alguns dos típicos valores das equipes eficazes."

"... a importância de declarar um valor e impô-lo repetidamente; Dominar o aprendizado da equipe será difícil se os valores não forem deixados bem claros.

"Outro valor a estabelecer é as condições de limites da equipe. Essas condições definem os limites externos de aceitabilidade para as novas idéias... Em algumas congregações, um valor subjacente é que somente programas e prioridades da denominação podem ser considerados. Este e outros limites similares devem ser expostos e discutidos pelo grupo. Fazer isso ajudará a estabelecer os valores do grupo..." [3; pg 135; ênfase adicionada]

VISÃO OU PROPÓSITO: O foco contínuo do grupo precisa ser sua visão. O pastor Warren usa a palavra "propósito" em vez de visão, e - embora ela possa se alinhar mais de perto com uma declaração de missão - serve o mesmo propósito unificador como a visão organizacional. Em seu capítulo sobre "Discernindo e Comunicando a Visão", LCC diz:

"Nossa definição de comunicar a visão é um conjunto abrangente, intencional e em andamento de atividades que são realizadas por meio do processo de transformação para tornar a visão clara para a congregação..."

"Rick Warren reforça esse tema quando diz, "Visão e propósito precisam ser redeclarados a cada vinte e seis dias para manter a igreja na direção certa." [2, pg 111] [3, pg 62]O pastor Warren é mais do que fiel a essa regra. A primeira lição no guia de Estudos de Grupos Pequenos para os Quarenta Dias de Propósito lidam principalmente com a palavra propósito. Seu foco não é em Deus, mas nas "conseqüências de não conhecer seu propósito". Ele adverte o grupo que "sem conhecer seu propósito, a vida parecerá CANSATIVA... SEM PROPORCIONAR SATISFAÇÃO, INCONTROLÁVEL." Em vez de estudar a Bíblia, o grupo recebe uma lição sobre a importância de "propósito". De acordo com o guia de estudos do grupo, "conhecer o propósito de sua vida irá:

"Dar um FOCO na sua vida" "SIMPLIFICAR sua vida." "Aumentar a MOTIVAÇÃO em sua vida." "PREPARÁ-LO PARA A ETERNIDADE."

Em resumo, Rick Warren está colocando "as primeiras coisas primeiro", exatamente como o livro LLC recomenda:

"Visão é a descrição do futuro preferido da congregação em três a cinco anos. Um dos Sete Hábitos das Pessoas Altamente Bem-Sucedidas, de acordo com Steven Covey, é 'colocar as primeiras coisas primeiro'. Essa é a prática de permitir que nosso objetivo de longo prazo (a

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visão) guie nossas ações de curto prazo (a implementação). Ela também envolve a disciplina de permanecer no rumo evitando distrações não importantes." [3; pg 81] [tradução nossa]

O objetivo de longo prazo é a transformação coletiva. Essa transformação inclui unidade e prontidão para fluir com as transformações que estarão à frente. As pessoas "permanecem no rumo" juntas, mantendo seus corações e mentes focados na visão comum. Essa visão é como a cenoura pendurada na frente da boca do cavalo. Ela motiva o animal a caminhar em uma determinada direção. Não há outro objetivo final que não a transformação em andamento e desimpedida e a conformidade - isto é, a transformação contínua. E cada parte do grupo ou da comunidade precisa estar enfocada na cenoura (o propósito declarado, ou a visão) que juntos eles adotam qualquer que seja o novo "modelo mental" (a nova cosmovisão, paradigma ou modo de ver a realidade) que o facilitador ou o pastor apresente. O grupo ou o coletivo precisa aprender a pensar e a seguir como uma única pessoa.

Isso significa um novo tipo de aprendizagem. Como o LCC nos diz, "O aprendizado em equipe faz uso ativo das habilidades associadas com os modelos mentais. Além dessas, o aprendizado em equipe requer:

Relacionamentos próximos e transparentes Um objetivo aceito e desafiador Abordagem colaborativa para compartilhar e examinar as informações.

"Referenciamos essas três habilidades essenciais do aprendizado em equipe como construção de equipe, estalecimento de desafios de desempenho, e diálogo." [3, pg 134] Vamos dar uma olhada mais de perto dessas três habilidades vitais:

1. CONSTRUÇÃO DA EQUIPE. "Ficar no rumo" envolve muita repetição. Parte da visão/propósito é a compreensão cada vez mais aprofundada da natureza coletiva do grupo. Tudo precisa encontrar seu lugar e significado no corpo maior - independente do quanto ele se afasta da verdade e dos caminhos de Deus. Como o pastor Rick Warren escreveu em seu livro Uma Vida Com Propósitos: Sua descoberta do seu papel na vida por meio de seus relacionamentos com os outros. A Bíblia nos diz: "Cada parte recebe seu significado do corpo como um todo, não o contrário." [1, pg 131] Algumas páginas adiante ele acrescenta:

"O Corpo de Cristo, como nosso próprio corpo, é realmente uma coleção de muitas células pequenas. A vida do Corpo de Cristo, como seu corpo, está contida nas células. Por essa razão, todo cristão precisa estar envolvido em um grupo pequeno dentro de sua igreja, seja ele um grupo de comunhão no lar, uma classe de Escola Dominical ou um estudo bíblico. É aqui que a verdadeira comunidade ocorre..." [1, pg 139]

As afirmações do pastor Warren ilustram o "pensamento de sistema" no contexto de uma igreja. Sim, Deus quer que estejamos em união com Ele e uns com os outros: uma família em Cristo, todos dirigidos pelo Santo Espírito, de acordo com o plano perfeito de Deus. Mas quando as diretrizes de Deus para Seu corpo de crentes são colocadas dentro do contexto de um sistema secular de administração - e quando cada membro é instruído a encontrar seu "significado" ou propósito no "corpo" coletivo, em vez de em Jesus Cristo, a Cabeça do Seu corpo - o ideal bíblico torna-se pouco mais que uma ferramenta para conformar as pessoas a um processo sem base bíblica. Deixe-me tentar explicar.

De modo a serem "eficazes", os grupos pequenos envolvidos nos Quarenta Dias de Propósito precisam ser diversos; precisam misturar membros mais tradicionais da igreja com seus vizinhos e amigos convidados, que não têm conhecimento bíblico algum. Essa diversidade é essencial para o processo planejado de "aprendizagem". Um relatório de 1969 do Programa de Educação dos Professores da Ciência do Comportamento (B-STEP, de Behavioral Science Teacher Education Program) - um programa de lavagem cerebral instituído e patrocinado pelo Departamento de

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Saúde, Educação e Bem-Estar Social do governo americano para formar cidadãos globais para um mundo socialista - incluía dois requisitos vitais: ampla diversidade e avaliações contínuas:

"Para o BSTEP ser funcional além da amostra específica de alunos que o programa atende, então essa amostra deve ser representativa da diversidade da sociedade americana. Alta prioridade é recomendada para manter um mix de alunos que inclua: Alunos do ambiente urbano, de cidades pequenas e da zona rural.... Ampla representação racial e étnica.. Ampla gama de potenciais de realizações acadêmicas... Alunos com interesses diversos e incomuns.... Porcentagem representativa de homens e mulheres... A avaliação contínua do progresso dos alunos é importante em um currículo baseado no desempenho." [Veja B-STEP, pg 53]

Na verdade, esse processo de "aprendizado" usado nas escolas ou nas igrejas tem pouco que ver com o conhecimento dos fatos tradicionais, ou das verdades bíblicas. Em vez disso, ele objetiva o desenvolvimento de habilidades de grupo e "pensamento sistêmico" (vendo a nós mesmos e a tudo o mais, não como pessoas individuais ou projetos, mas como partes integradas de um todo maior). À medida que as pessoas aprendem a criar empatia uns com os outros dentro dos grupos diversos, os membros gradualmente aprendem a deixar de lado suas antigas suposições baseadas na Bíblia, e os limites e absolutos divisivos. Os membros diversos juntam seus corações, mentes e emoções como se fossem uma só pessoa. Eles se comprometem uns com os outros. Essa nova e interessante unidade dá uma boa sensação. Ela também motiva os membros cristãos a ignorarem as solenes advertências de Deus referentes à contemporização, à conformação com o mundo, e a estar "em jugo desigual com os infiéis." [veja 2 Coríntios 6:12-18]. Com explica o livro LCC:

"Em uma equipe eficaz, as diferenças criam sinergias. Em vez de ficar separados por uma distância segura, os relacionamentos de trabalho próximos dentro de uma equipe tornam a diversidade em uma fonte de força... A construção de equpes é o lugar para começar a abraçar as diferenças trazidas pelos membros da equipe." [3; pg 135]

"Em um ambiente de relacionamentos de confiança, a colaboração da equipe para definir os padrões de desempenho gera uma tensão criativa para o grupo... As habilidades mais desafiadoras e potencialmente mais importantes para as equipes é o diálogo. Essas três habilidades - construção de equipes, desafios de desempenho, e diálogo - acelerarão todo o processo de aprendizagem para uma equipe." [3, pg 142; ênfase adicionada]

Sim, essas estratégias testadas pelo tempo para a engenharia social realmente acelerarão o "processo de aprendizagem". Mas o "resultado mensurável" será os produtos cegos da manipulação humana, não o Corpo de Cristo ensinado e estabelecido pelo Espírito Santo.

2. DESAFIOS DE DESEMPENHO (ou padrões mensuráveis). Em seu vídeo de ensino para os líderes de grupos pequenos envolvidos nos Quarenta Dias de Propósitos, o pastor Warren propõe Avaliações da Saúde:

"Antes de você assistir ao vídeo de ensino e de começarmos a nos aprofundar nos propósitos, queremos separar um momento para descobrir onde as pessoas estão espiritualmente... Sua saúde nunca é estática. Ela precisa ser verificada regularmente para garantir uma vida com saúde.

"O mesmo é verdade com sua saúde espiritual e é por isto que queremos iniciar esta segunda semana com uma breve verificação da saúde usando um instrumento simples chamado Avaliação da Saúde Orientada por Propósitos. Separe alguns minutos... para preencher sua própria avaliação de saúde (encontrada no Recursos do Grupo no Guia de Estudos de Grupos Pequenos). Anote os números e observe as áreas em que você está indo bem, e as áreas de crescimento. Nos primeiros minutos do seu tempo com o grupo, desafie o grupo a passar pelo mesmo processo...

"Aqui está uma oportunidade para você modelar autenticidade compartilhando com o grupo onde

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você está progredindo e onde precisa se desenvolver. Seja qual for o nível da sua vulnerabilidade, a necessidade de prestar contas rapidamente se tornará a norma no grupo." [5]

De um modo não-ameaçador, o pastor Warren acaba de introduzir o grupo a uma parte essencial do processo de transformação: a avaliação contínua. A saúde, crescimento e progresso de todo membro precisa ser registrado e monitorado. É aqui que entram os sofisticados sistemas de alta tecnologia no paradigma do Crescimento de Igrejas e da Orientação Por Propósitos. [Veja CMS na Parte 1] Cada pessoa, cada passo para a frente e cada transformação precisa ser registrada e acompanhada, analizada e levada em consideração. O mesmo é verdadeiro com relação à Educação Baseada em Resultados nas Escolas, as tentativas do ex-vice-presidente americano Al Gore em "reinventar o governo", e a Administração da Qualidade Total nas empresas de todo o mundo. Todos seguem a fórmula mundial de Peter Drucker para a administração dos negócios.

O livro LCC mostra como a visão (ou o propósito) trabalha junto com as avaliações contínuas para obter a transformação social e humana:

"Ações Sugeridas para Patrocinarem a Transformação. "No fim, o momento para a transformação em progresso é uma função de dois fatores: a capacidade da organização de avaliar continuamente a realidade atual e sua capacidade de criar alinhamento interno em torno da visão...

"Relançar a visão é feito melhor por meio de avaliações periódicas com a comunidade da visão. Deve-se enfocar se a visão precisa ser revisada de modo a ser consistente com a compreensão do chamado de Deus." [3, pg 88]

Compromisso com o Aprendizado. ... os líderes da transformação devem avaliar as habilidades de cada membro e tentar criar experiências de aprendizado em cada estágio do processo de transformação."

"As experiências de aprendizado precisam enfocar em mais do que transferir informações. Os membros da equipe devem ter oportunidades para discutir novas compreensões uns com os outros. Eles devem ser desafiados a extrair as implicações das experiências de aprendizdo que são únicas e úteis para eles e para suas congregações. Habilidades críticas precisarão ser revistas periodicamente.... Apresentação e discussões de acompanhamento normalmente também são necessárias. As práticas reais de aplicar a habilidade e dar um retorno construtivo... são essenciais para o desenvolvimento das habilidades." [3, pg 134; ênfase adicionada]

3. DIÁLOGO: Na primeira de suas lições semanais de vídeo para os líderes, o pastor Warren diz: "Quero que vocês discutam sobre o que conversamos a cada semana, dialoguem uns com os outros, considerem as implicações e planejem alguns passos para ação como resultado. Quanto mais você se envolver e participar, mas benefício receberá desta série de crescimento espiritual nas próximas seis semanas."

Parece bom e verdadeiro, não? Agora, considere a explicação do livro LCC sobre diálogo. Ele cita Peter Senge, fundador e presidente da Sociedade para o Aprendizado Organizacional, do MIT, que escreveu um livro de muito sucesso sobre pensamento sistêmico intitulado The Fifth Discipline (A Quinta Disciplina), que tem servido como um guia mundial sobre transformação social e comportamental.

"O propósito do diálogo é ir além da compreensão de qualquer indivíduo em particular." (Senge) No diálogo, a compreensão de cada indivíduo é tornado disponível para todo o grupo para que todos aprendam..."

"Na discussão, a perspectiva de um indivíduo... é apresentada com o objetivo de persuadir o resto do grupo.... No diálogo, um indivíduo oferece sua perspectiva ou suposições para exame pelo grupo. O objeto do diálogo é permitir que outros vejam aquilo que você vê e por que você vê, não

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convencê-los. O diálogo pode criar uma rica compreensão.se as informações forem compartilhadas abertamente e se todos os participantes ouvirem com atenção."

"Isto somente pode ser feito em um ambiente seguro... Se os membros do grupo acharem que suas visões sejam descartadas ou usadas contra eles, o diálogo não poderá ocorrer. Defesas serão levantadas ou as informações não serão compartilhadas." [3, pg 140]

Você compreendeu a diferença entre discussão e diálogo? Uma boa discussão depende de fatos e da lógica - informações sólidas - para apresentar um argumento lógico que possa persuadir os outros que algo é verdadeiro ou correto. Mas essa discussão didática choca-se com os propósitos do grupo dialético, que treina mentes diversas (lembre-se, todos são incentivados a trazer seus amigos) para ignorar as verdades ofensivas para o bem da unidade. Cada pessoa precisa aprender a compartilhar seus corações autenticamente , a "ouvir" com empatia, colocar de lado os fatos divisivos ou os padrões bíblicos, e continuamente sintetizar as visões individuais e os valores em um terreno comum que evolua continuamente. É claro que esse processo de sentir-se bem ofusca a linha divisória de Deus entre o bom e o mau, entre a verdade e o erro. [Veja 2 Timóteo 4:3-4]

Como na lavagem cerebral soviética, na terapia Gestalt, e nos populares encontros de grupos dos anos 1960, cada pessoa precisa aprender a ser "autêntico" e vulnerável - disposto a compartilhar livremente seus sentimentos pessoais e confessar suas fraquezas. Para incentivar essa autenticidade, o facilitador precisa construir um "ambiente seguro" que seja permissivo e onde ninguém seja julgado. A afirmação, celebração e, freqüentemente, uma visão totalmente inclusiva das promessas de Deus ajuda as pessoas a se sentirem em casa - independente de quais sejam suas crenças, estilos de vidas e valores.

Mas, você pode perguntar: Deus não nos chama para a unidade, empatia e autenticidade (pureza, honestidade...)? Sim, chama. Todos os que são nascidos de Seu Espírito estão em união com ele. Em contraste, não há genuína união entre os cristãos e o mundo. Todavia, os inimigos de Deus gostam de usar as palavras de Deus de formas e em contextos que distorcem seus significados e enganam o povo de Deus. A princípio, esses desvios podem parecer tão sutis que deixam de serem observados. Mas, com cada contemporização e distorção da verdade, o discernimento se reduz e a mudança de paradigma em direção à apostasia se acelera. [Veja America´s Spiritual Slide]

As questões dialéticas na quarta capa de Uma Vida Com Propósitos se encaixam nesse processo. As duas primeiras começam com "O que você acha...?" e "O que você sente...?" Nem uma das perguntas apontam para as Escrituras; em vez disso, todas enfocam os elementos subjetivos dos cinco propósitos do pastor Rick Warren. Elas liberam os membros do grupo para se identificarem com as emoções e os laços subjetivos sem o temor da correção, independente de quais sejam suas crenças e estilos de vida.

Como o programa Quarenta Dias com Propósitos é somente a primeira etapa em um processo infindável de aprendizagem em grupo, ele faz pouco mais do que abrir a porta, iniciar o treinamento no pensamento dialético, demonstrar a unidade obtida em um encontro de grupo facilitado e construir um desejo por mais do mesmo tipo de unidade. Aparentemente, a maioria dos participantes se torna tão ligado ao grupo (e ao processo unificador) que eles continuam ou com os mesmos amigos ou em um novo grupo com outros cujas vidas foram "transformadas".

Agora, dê uma olhada nos objetivos e modos desse processo, conforme explicados no livro LCC. Observe suas raízes na agenda sem base bíblica do Dr. Peter Senge para transformar o mundo:

"Senge identifica três práticas fundamentais para as equipes envolvidas na prática do diálogo:

1. Os Participantes Concordam em Descrever suas Suposições... O verdadeiro diálogo permite que os membros da equipe examinem as suposições uns dos outros. À medida que isso acontece,

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os participantes freqüentemente desenvolvem novas compreensões nas suposições pessoais que trazem ao processo." [3, pg 140]

2. "Os Participantes Concordam em Tratar uns aos Outros como Colegas. ... Senge observa que 'o diálogo pode ocorrer somente quando um grupo de pessoas vê uns aos outros como colegas em uma busca mútua por maior compreensão e clareza." ... Essa prática serve as equipes mais poderosamente quando os indivíduos têm diferentes pontos de vista." [3, pg 141]

3. "O Facilitador Mantém os Membros do Grupo em seu Compromisso com o Diálogo" ... A maioria dos grupos usa e abusa da discussão.... Alterar essa tendência... requer comprometimento, prática e assistência. O facilitador pode fortalecer a capacidade dos membros do grupo de usarem o diálogo, ajudando-os a estabelecer regras básicas e chamando-os de volta às regras quando eles de desviam do diálogo para a discussão...

"Dominar a habilidade de diálogo é um processo que requer muita diligência e atenção... O diálogo é arriscado porque requer um alto nível de transparência e vulnerabilidade de todos os participantes, especialmente do líder da equipe... o diálogo aumenta significativamente a capacidade do grupo de alcançar os resultados que Deus deseja." [3, pg 142]

A próxima citação de Uma Vida com Propósitos ilustra as percepções positivas da comunhão nos grupos pequenos. Em um contexto bíblico, isso representaria o melhor da comunhão cristã:

"Em uma verdadeira comunhão, as pessoas experimentam autenticidade. A comunhão autêntica não é um bate-papo superficial. Ela é genuína, de coração para coração, algumas vezes um nível íntimo de compartilhamento. Ela acontece quando as pessoas se tornam honestas sobre quem são e o que está acontecendo em suas vidas. Elas compartilham seus problemas, revelam seus sentimentos, confessam suas falhas, revelam suas dúvidas, admitem seus temores, reconhecem suas fraquezas, e pedem ajuda e oração." [1, pg 139]

Mas, no contexto do crescimento de igrejas e na Teoria Geral dos Sistemas do MIT, essa autenticidade prescrita encaixa-se corretamente no processo de transformação do livro LCC:

"O evangelho de Cristo nos chama para esse tipo de transparência autêntica. Jesus modelou essa auto-conscientização. Ele sabia quem era... seu propósito na vida. Ele sabia como sua cultura o influenciava."

"Os grupos pequenos de muitos tipos fornecem um ambiente seguro para os indivíduos pensarem em voz alta sobre si mesmos..."

"Os indivíduos que querem dominar a disciplina dos modelos mentais começam compromentendo-se com um senso crescente de auto-conscientização. Isso permite que eles identifiquem e testem seus modelos mentais com relação à realidade." [3, pg 118]

As duas próximas citações colocam a confissão e a autenticidade, primeiro, em um contexto interfé e, segundo, no processo geral da lavagem cerebral soviética. A confissão e a autenticidade são vitais para ambos.

"Pensamos na confissão como um ato que deve ser realizado em segredo, na escuridão do confessionário... A realidade, porém, é que todo ser humano está partido e vulnerável...

"A vulnerabilidade é uma rua de mão dupla. A comunidade requer a capacidade de expor nossas feridas e nossas fraquezas para as outras criaturas." [6] [Veja o ensino de Scott Peck em The Different Drum: Community-Making and Peace]

"... as classes tinham virtualmente parado. Variedades de reuniões de 'aprendizdo estavam tomando todo o tempo. Os alunos estavam trabalhando em confissões, como também muitos dos

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membros do corpo docente...

"As reuniões estavam sendo realizadas em salas vagas e em espaços abertos sempre que um grupo podia se reunir para discutir, se auto-criticar e confessar." [7] [Leia mais sobre esse processo em Brainwashing and Education Reform]

Edward Hunter escreveu seu livro sobre a lavagem cerebral no estilo soviético após numerosas entrevistas pessoais com vítimas da "reforma educacional" chinesa. Os sobreviventes incluíam missionários ocidentais, prisioneiros de guerra, professores e homens de negócios que foram treinados por meio de táticas cruéis, porém sofisticadas de "lavagem cerebral" para trair seu país, aderir ao materialismo dialético, "confessar" mentiras, e servir à máquina de propaganda comunista. No fim, ele mostra como alguns puderam resistir ao processo.

Hoje, no Movimento de Crescimento de Igrejas, os resistentes geralmente são peneirados bem cedo no processo. Na próxima parte, veremos alguns dos modos como os não-conformistas são avaliados, expostos, vilificados e afastados da família da igreja que eles amavam, serviam e apoiavam.

"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." [2 Timóteo 3:1-4]

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TRÊS TIPOS DE RELACIONAMENTOS DE GRUPOS

Comunhão Bíblica e

Comunidade Cristã

Amizade Humana e

Comunidade Tradicional

Grupos Dialéticos e Comunidade Pós-

Moderna Exemplo: Community-

Making

DIRIGIDA pelo ESPÍRITO

ORIENTADA pelas

NECESSIDADES sentidas

ORIENTADA por RESULTADOS ou

PROPÓSITOS organizacionais

Inclui

Cristãos "nascidos de

novo" de todas as nações e culturas

Todos os que decidem fazer parte, querem compartilhar interesses comuns e

são aceitos pelo grupo

Participantes diversos

(espiritual e culturalmente)

no processo dialético

Base Palavra de Deus e

Espírito

Necessidades sentidas; desejo

natural de pertencer a um grupo

Uma estratégia pré-planejada e

resultado (propósito) com

vistas à transformação pessoal e social

Objetivos

Amor, fé e obediência a Deus, amor

agapeo uns pelos outros, unidade

em Cristo

Construir relacionamentos,

atender às necessidades de ter

comunhão, ter diversão

Transformação: das crenças e

valores antigos para uma síntese ou

consenso de grupo sempre em evolução

Resultado

Deus é glorificado por meio da

nossa adoração, louvor, serviço e união com Ele.

Gratificação pessoal, um senso de

pertencer, maior dependência do grupo

União dos membros do

grupo, disposição de

contemporizar, crenças e valores

modificados, rendição da

vontade pessoal e de significado ao

grupo

Mostra aos outros:

O amor agapeo sobrenatural de

Deus Amor humano phileo

Capacidade do facilitador e o

poder do processo dialético

Objetivo final

Eternidade com Deus

Relacionamentos proveitos com este

mundo

Alcançar a visão da

comunidade ideal