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116 www.backstage.com.br SOM NAS IGREJAS Com o objetivo de criar um novo padrão para todas as igrejas, já que a proposta agora é investir no segmento de louvor, o missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, usou o templo inaugurado no bairro da Taquara, em Jacarepaguá, para servir de perfil para o que deverá ser feito daqui por diante em se tratando de sonorização. Karyne Lins [email protected] Igreja Internacional A tualizar-se e aperfeiçoar-se no mercado de áudio é hoje uma de- cisão da Igreja da Graça. Já que todas as outras denominações estão se de- senvolvendo nessa área, o ministério de R.R. Soares iniciou seu processo dentro desse segmento. Inicialmente o perfil da Igreja da Gra- ça era diferente das igrejas chamadas Congregacionais, Comunidades ou Batis- tas, conhecidas pelo seu histórico musical. O sistema de som se baseava somente em algumas pequenas caixas de som e micro- fone para o pregador, pois a proposta da igreja era trabalhar com a voz. Até então não existia a hipótese de investir em som profissional, que, por sua vez, seria utiliza- do se houvesse uma banda de louvor com características musicais dos cultos de ado- ração. Para entrar na era da tecnologia e mudar a visão da igreja em relação à mú- sica, seria necessário um tipo de investi- mento mais amplo e específico. O missionário R.R. Soares percebeu essa necessidade e deu o primeiro passo para que as melhorias para os próprios membros começassem a ser uma realida- de em todo o ministério da Igreja da Gra- ça. Nos últimos três anos, a liderança pas- sou a dar importância ao ministério de louvor tanto quanto dava para o momen- to da Palavra. O engenheiro de som Roberto Bra- gança, que já cuidava do equipamento das igrejas no Rio de Janeiro antes da de- terminação do missionário em relação às novidades, foi chamado para orientar e elaborar os projetos de sonorização de to- das as igrejas filiais no Rio de Janeiro (lembrando que a sede do missionário e líder da Igreja Internacional da Graça, R.R. Soares, é localizada em São Paulo). A essa altura, o equipamento monta- do nas igrejas não suportava atender aos grupos de louvor que começaram a ser formados. O ministério de louvor passou então a ter prioridade e um novo depar- tamento foi criado. Só faltava instalar da Graça de Deus na Taquara, RJ Fotos: Karyne Lins / Divulgação

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SOM NAS IGREJAS

Com o objetivo de criar um novo padrão para todas as igrejas, já que aproposta agora é investir no segmento de louvor, o missionário R.R.Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, usou o temploinaugurado no bairro da Taquara, em Jacarepaguá, para servir de perfilpara o que deverá ser feito daqui por diante em se tratando desonorização.

Karyne [email protected]

Igreja Internacional

Atualizar-se e aperfeiçoar-se no

mercado de áudio é hoje uma de-

cisão da Igreja da Graça. Já que

todas as outras denominações estão se de-

senvolvendo nessa área, o ministério de

R.R. Soares iniciou seu processo dentro

desse segmento.

Inicialmente o perfil da Igreja da Gra-

ça era diferente das igrejas chamadas

Congregacionais, Comunidades ou Batis-

tas, conhecidas pelo seu histórico musical.

O sistema de som se baseava somente em

algumas pequenas caixas de som e micro-

fone para o pregador, pois a proposta da

igreja era trabalhar com a voz. Até então

não existia a hipótese de investir em som

profissional, que, por sua vez, seria utiliza-

do se houvesse uma banda de louvor com

características musicais dos cultos de ado-

ração. Para entrar na era da tecnologia e

mudar a visão da igreja em relação à mú-

sica, seria necessário um tipo de investi-

mento mais amplo e específico.

O missionário R.R. Soares percebeu

essa necessidade e deu o primeiro passo

para que as melhorias para os próprios

membros começassem a ser uma realida-

de em todo o ministério da Igreja da Gra-

ça. Nos últimos três anos, a liderança pas-

sou a dar importância ao ministério de

louvor tanto quanto dava para o momen-

to da Palavra.

O engenheiro de som Roberto Bra-

gança, que já cuidava do equipamento

das igrejas no Rio de Janeiro antes da de-

terminação do missionário em relação às

novidades, foi chamado para orientar e

elaborar os projetos de sonorização de to-

das as igrejas filiais no Rio de Janeiro

(lembrando que a sede do missionário e

líder da Igreja Internacional da Graça,

R.R. Soares, é localizada em São Paulo).

A essa altura, o equipamento monta-

do nas igrejas não suportava atender aos

grupos de louvor que começaram a ser

formados. O ministério de louvor passou

então a ter prioridade e um novo depar-

tamento foi criado. Só faltava instalar

da Graça de Deus na Taquara, RJ

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equipamento adequado para este objeti-

vo e comprar estrutura de backline para

músicos e backing vocals.

Há exatamente dois anos que Ro-

berto vem trabalhando com este desa-

fio. “Houve então uma grande mudan-

ça em todo o sistema de áudio nas igre-

jas: mesas e periféricos específicos,

monitores, microfones e sistema de pal-

co para uma banda de louvor completa

no palco. E o templo situado na Taquara

foi o ponto de partida para essa nova ex-

periência”, disse Roberto.

O engenheiro enfatizou que sem dú-

vida há um custo maior, muito além do

que o departamento administrativo está

acostumado a administrar e pratica-

mente o setor de gerência principal da

igreja da Taquara optou por dar priori-

dade ao sistema de som (P.A. e palco).

A partir de 2005, o som passou a fazer

parte do orçamento da igreja. Só que no

início não foi tão fácil e a ajuda de Ro-

berto para orientar e mostrar a neces-

sidade de um investimento em determi-

nado produto era de suma importância

para pôr em prática o desejo do missio-

nário. “Todos os valores são discutidos,

as plantas dos projetos, o critério de es-

colha dos equipamentos, tudo é passado

de acordo com a minha visão de áudio,

pois com certeza estou pensando no

melhor para a igreja”, completou.

Seguindo uma lógica bem simples, a

discussão sobre a questão do investimen-

to em equipamento também apontou

para um detalhe muito importante: o in-

vestimento em pessoal. Isso significa con-

tratar operadores de som e, portanto, ofe-

recer treinamento especializado para

manusear os novos equipamentos de

som, instrumentistas, backing vocals, en-

fim, uma estrutura necessária para criar

música na igreja.

Roberto lembrou que a única igreja

que tinha um aparato mais moderno

em termos de equipamentos era a sede

em São Paulo que transmite o progra-

ma Show da Fé para a TV, ou seja, um

sistema de áudio preparado para aten-

der à igreja e outro sistema específico

para televisão.

Acústica e som

A igreja na Taquara é um diferencial

em termos de modelo por causa de sua

acústica e som. O templo está totalmente

voltado para as avenidas e, no entanto, não

Roberto Bragança é o responsável técnico pelo som

da Igreja da Graça

Vista geral da extensão da igreja e do sistema

completo de P.A

A questão doinvestimento em

equipamento tambémapontou para um

detalhe muitoimportante: o

investimento empessoal

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entra ruído, mesmo

com as portas abertas.

Isso também fez parte

da proposta do novo

perfil, que foi alcan-

çado nesta igreja, que

comporta 700 pessoas

sentadas. O local que

abriga hoje o templo

era uma agência de

automóveis e sua an-

tiga estrutura foi rea-

proveitada. Roberto

acompanhou o projeto

desde o início e teve

uma participação mui-

to efetiva junto ao de-

partamento de enge-

nharia e arquitetura.

Para fazer a diferença e entrar em

uma nova fase do ministério, o próprio

missionário colocou no papel tudo o que

tinha planejado, desde a altura, o espaço

para receber as pessoas, número de pesso-

as acomodadas, estética, paredes rebaixa-

das, palco, etc. Depois a arquiteta passou

tudo para a planta do projeto arquitetô-

nico e trabalhou junto a Roberto, para de-

finir o sistema de áudio.

Esse formato final já é considerado o

ideal para os próximos templos a serem

levantados e não prejudicou o áudio.

Para Roberto foi mais que um desafio

profissional, pois se tratava de adaptações

de som e ao mesmo tempo novas propos-

tas de templos. “Como havia muitos de-

talhes na estrutura, eu me preocupei se

isso iria causar problemas e se fosse o caso

mudar alguma coisa no projeto de acústi-

ca e sonorização. Felizmente executa-

mos tudo o que foi planejado e nada foi

alterado”, lembrou Roberto.

Na hora de instalar o sistema de P.A.,

pelo fato de a igreja ter um corredor mui-

to comprido e a largura estreita, ela pas-

sou por uma preparação para receber o

sistema, que na verdade ficou bem dife-

rente se comparado aos sistemas instala-

dos até o momento.

Um detalhe foi o cuidado com o posi-

cionamento das caixas, pois poderia gerar

reverberação e as pessoas que sentam no fi-

nal das fileiras receberiam rebatimento

de todas essas caixas. Nesse sentido, Ro-

berto fez apenas alguns ajustes.

“Quando a engenharia me mostrou a

planta da arquitetura do prédio eu pensei

que fosse dar problema na hora de montar

o sistema de sonorização. Foi quando pas-

sei para o papel as possibilidades de como

montar as caixas”.

O P.A. não poderia ser montado em

cluster, line, nem havia estrutura interna

para suportar caixas de delay. A sugestão

Lista de Equipamentos10 caixas Staner VS600 (P.A.)

Console Phonic MR 4243APQ

Compressor Berhinger MDX4600

Equalizador Ciclotron TGE2313 XS

Equalizador Berhinger FBQ 6200

4 caixas Staner VSM (monitores)

Microfones: SM58, SM58 Beta, PGX24

Amplificadores para guitarra e baixo

Meteoro

Teclados Yamaha e bateria Mapex

CDJ 6000 SKP

T Verb Pro Berhinger 2496

foi colocar as caixas

uma a uma em fly

com intervalos de

15 em 15 inclinadas

de forma que atin-

gissem as fileiras da

frente e conseqüen-

temente as laterais,

sem provocar can-

celamento. Foram

ao todo dez caixas

Staner modelo VS

600. O engenheiro

escolheu estas cai-

xas por serem full-

range. Elas possuem

um alto-falante Sta-

ner de 15" e um dri-

ver fenólico. “Em relação à potência,

300 W RMS, elas atenderam à proposta

do meu projeto. Foram posicionadas em

fly para atingir melhor as pessoas, mas

eu poderia optar por colocá-las em pe-

destais, já que possuem encaixe próprio

para isso. Cada uma pesa 25 kg e con-

fesso que isso me deixou pensativo”,

explicou Roberto.

Os técnicos da Staner foram cha-

mados a fim de darem o suporte neces-

sário para Roberto na hora da instala-

ção destas caixas, desde que ficou de-

finido que o sistema seria em fly. Eles

utilizaram um material específico para

P.A. montado em fly ao longo da igreja foi a única forma de sonorização

Como havia muitosdetalhes na estrutura,eu me preocupei se

isso iria causarproblemas e se fosse o

caso mudar algumacoisa no projeto de

acústica e sonorização

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suspensão e posicionamento das caixas

de maneira que tivessem 100 % firmes

no teto e não apresentassem risco al-

gum. Isso foi feito com acompanha-

mento de outros departamentos (enge-

nharia e arquitetura) e nada no teto foi

modificado ou quebrado para resolver

essa questão.

As características das caixas vão con-

tinuar atendendo tanto à voz, como ao

grupo de louvor. Para complementar o

sistema, posteriormente, serão colocados

os subgraves, assim que a igreja estiver

pronta para ter uma banda “de peso”,

como disse Roberto, que não se esque-

ceu deste detalhe e já deixou pronto o

espaço para essas caixas.

Para monitoração de palco são usadas

as caixas VSM Staner, modelos do fabri-

cante para serem usados como moni-

tores. Todos no palco utilizam moni-

toração tradicional e não sistema in-ear,

como a maioria das igrejas está optando

em ter no setup do palco, mesmo com

uma banda de louvor completa.

O tratamento acústico dentro do

templo e na região do palco possibilitou

que o som gerado pelos músicos não va-

zasse, podendo assim fazer uso da forma

convencional de monitoração. Não há

problema de poluição sonora, micro-

fonação e nem há necessidade de aquá-

rio para bateria.

“Todos estes detalhes técnicos, do que

precisa ser feito para dar prosseguimento a

essas melhorias que a igreja quer fazer eu

levo para a minha diretoria. Apresento as

sugestões, fazemos uma avaliação e eles

concordam porque não somos uma igreja

conhecida como igrejas que têm uma

projeção de som de peso e voltadas para

louvor. Estamos entrando nessa área ago-

ra e pelo que estou vendo vamos ter mui-

tas mudanças e trabalho daqui para fren-

te”, disse Roberto, satisfeito com o resul-

tado alcançado.

Padronizando tambémos equipamentos“A visão da igreja é custo-benefício.

Eu particularmente prefiro que a maioria

dos equipamentos comprados para a

igreja seja nacional, apesar de usarmos

boas marcas importadas também. Esse

Detalhe do suporte utilizado para suspender ascaixas e como estão posicionadas

Backline montado para atender à banda de louvorque começa a crescer na igreja

“Todos estes detalhes técnicos, do que precisaser feito para dar prosseguimento a essas melhorias

que a igreja quer fazer eu levo para a minha diretoria.Apresento as sugestões, fazemos uma avaliação

e eles concordam”

procedimento visa principalmente à

praticidade na hora da manutenção”,

comentou Roberto.

Hoje a igreja trabalha com uma linha

de doutrina específica para crianças, jo-

vens e adultos. Roberto acompanhou a

chegada do pastor Joel de São Paulo para

esta missão no Rio de Janeiro, onde co-

meçou o ministério da Taquara do zero.

O pastor também coordena o ministério

de louvor que começa a dar os primeiros

passos e Roberto foi operador de áudio

nos primeiros meses depois da inaugura-

ção da igreja.

Desde a conclusão e finalização de

todo o conceito do projeto de som na

Taquara, Roberto vai padronizar o som

nas demais igrejas, incluindo as marcas

dos equipamentos. “No nosso caso é viá-

vel colocar uma mesa nacional de fácil

manuseio porque os operadores estão

ainda em fase de treinamento para pos-

teriormente pegar o jeito e as manhas do

áudio e pilotar mesas melhores. Não adi-

anta colocar uma mesa sofisticada para

um iniciante, até porque todas as igrejas

estão vivendo esta fase no momento”, fi-

nalizou Roberto.

A igreja investiu em periféricos para atender

sistemas de P.A. e palco