II GUERRA MUNDIAL. De homens anônimos a heróis anônimos ... · coletivos então conhecidos por...
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II GUERRA MUNDIAL.
De homens anônimos a heróis anônimos: A Força Expedicionária Brasileira e a participação dos paranaenses no
período do conflito.
El iaquim Sérg io Chaves da Conceição.
e l i aqu im ser g io @hotm a i l . com
e l i aq u im ser g io@seed .p r . gov .b r
Pós - g ra duad o em Educação de Jo vens e Adu l t os , p ro f essor de h i s tó r i a e Coordenador de E xam e de Sup l ênc ia – CEEBJA- I va i por ã .
RESUMO
a r t i go é par te do t raba lho do P lano de ação do
p rogram a de Desenvo lv imento Educac iona l – PDE
2008, e se i nsere na á rea de H is tó r i a Soc ia l e na
l i nha de pesqui sa Ter r i t ó r ios do Po l í t i co . Nosso ob je t i vo é
ana l i sa r o contex to b ras i l e i ro no pe r íodo da I I Guer ra Mund ia l ,
bem como a pa r t i c i pação de pessoas s imples do Pa raná,
j un tamente com ou t ros t an tos j ovens , gaúchos , m ine i ros ,
ca r i ocas , pau l i s tas ,pernambucanos , cea renses , ba i anos , en f im,
b ras i l e i ros do Nor te e do Sul , de Les te e Oes te , que se
m obi l i zam pa ra enf ren ta rem aquele que ser i a o ma io r conf l i to
m undia l do sécu lo XX, com a c r i ação da Força Exped i c ionár ia
B ras i l e i ra , suas con t r i bu ições no pa l co do conf l i t o , e ,
p r i nc i pa lm ente o p rocesso de desmobi l i zação e d i sso lução da
Força Expedi c ionár i a B ras i l e i ra com as im pl i cações e
d i f i cu l dades encon t radas pe los ex -comba tentes no p rocesso de
re i n teg ração soc ia l e p ro f i ss i onal . Também é i n tenção que es te
t rabalho nos l eve a um a i n te rvenção pedagóg i ca no CEEBJA de
I va i porã, onde pa ra a l ém de va lo r i za r as ações da FEB,
p ropo rc i one a i nc l usão do con teúdo nos m atér i as d i dát i cos da
SEED, descub ra ex -com baten tes ou fami l i a res res i den tes no
O
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“ va l e do I vaí ” , e na reve rênc ia da m emór i a reg iona l cont r i bu i r
para o desenvol v imento da consc iênc ia h i s tó r i ca.
Palav ras -Chave. H i s tó r i a . FEB. Memór i a e I dent i dade.
ABSTRACT
he a r t i c l e i s par t o f ac t i on p l an about t he educac ional
Deve lopment – PDE 2008 program, and i t i s i nser ted i n
t he soc i a l h i s to ry a rea and i n the l i ne o f t he sea rch
Pol i t i ca l Te r r i t o ry . Our purpose i s to anal yse the B razi l i an
con tac t i n t he per i od of t he I I W or ld W ar , l i ke t he par t i c i pa t i on of
t he s imple peop le o f Paraná, t oge ther w i th the o ther young
peop le , gauchos , m ine i ros , car i ocas , paul i s tas , nordes t i nos , i n
shor t , B razi l i an peop le f rom the nor th and the sou th , f rom the
East and wes t tha t mob i l i ze themsel ves to f ace tha t was the
b i ggest W or l d conf l i c t o f t he twent i e th centu ry , w i t h t he c rea t ion
of Força Expedic i onár i a Bras i l e i ra i t s cont r i bu i t i ons i n the
boa rds of t he con f l i c t , and , m ain l y t he desm obi l i za t i on and
d isso lu t i on p rocess of t he Força Expedi c i onár i a B ras i l e i ra , wi th
t he impl i ca t i ons and d i f i cu l t i l es met f o r t he ex f i gh te rs i n the
soc i a l re i n tegra t ion and p ro f ess iona l p rocess . The i n tent i on of
t h i s p ro j ec t i s to t ake i s t o t he pedagog i ca l i n te rven t i on at
CEEBJA o f I va i porã , whe re beyond i nc reas ing the va l ue of
ac t i ons of FEB, o f f e r t he i nc l us i on o f t he con ten ts i n the
d i f f eren t sub jec ts o f SEED, d i scover i ng ex - f i ghete rs o r t he i r
f am i l i es t hat l i ve i n “Va le do I vaí ” , and i n t he reve rence o f t he
reg ional mem ory t o coope ra te f o r the deve lopm ent o f t he hum an
consc ience .
Key words . H is to ry. FEB. Memory and Iden t i t y .
T
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Rei n teg ra r o passado , pe r ceber a i den t i dade p resen t e e p r o je t a r um f u tu ro m a i s jus to e hum ano, c ons t i t u i a d im ensã o po l í t i ca d o t r aba lho do h i s to r i ador . (AR IAS NETO, p 81 ) .
Compreender a memór i a de um g rupo soc i a l é de f undamenta l
im por tânc ia para se compreender a sua i den t i dade, se j a e la
l oca l , reg i onal ou de um a nação. Ao com preender o va l o r da
m emór i a , é possíve l perceber como ocor re o seu re lac i onamento
en t re a i dent i dade i nd iv i dual e co le t i va e o cor re to en tend imento
des ta re l ação nos da rá supor te para compreendermos o pape l da
m emór i a na cons t rução da i den t i dade cu l t u ra l de g rupos ou
segmentos b ras i le i ros , e , p r i nc i pa lmente , como es ta cons t rução
l i dou com o p rocesso de l em branças e esquec imento da mem ór ia
da Fo rça Exped ic ioná r i a Bras i l e i ra (doravante FEB) .
( . . . ) va l e d i ze r que a m em ór ia e a i den t i dad e podem pe r f e i t am en te se r negoc i ad as , e não são f enôm enos que d evem ser com pree nd i dos com o essên c ias de um a p ess oa ou de um gr upo . ( . . . ) a m em ór ia e i d en t i dade sã o va l o re s d i sp u tados em con f l i t os s oc i a i s e i n t e r - g rupa i s . ( www.m em ór ia eeducacão .com .br . Acess o j u l ho 2008) .
Segundo Habermas , a i den t i dade l i ga -se a m em ór i a porque o
que nos to rna d i fe ren tes é a nossa p rópr i a h i s tó r i a e o que nos
i gua la é o nosso esquec imento, e como o aspec to f undamenta l
da mem ór i a res i de no f a to , de que sua cons t rução ser
im poss íve l sem o em bate e a negoc iação com o out ro , e a i nda,
que tan to a mem ór i a , quanto a i dent i dade ser ob je tos de d i sputa
en t re os d i f e ren tes g rupos soc i a i s pe las predominânc ias de seus
va l o res na soc iedade . Anal i sa r a exp ressão da FEB nas
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m emór i as dos mú l t i p l os g rupos soc i a i s b ras i l e i ros , nos l eva
obr i ga to r i amente , a pensar na rea l i dade da educação of e rec i da
em nosso país , e espec ia lmente na t ra j e tó r ia de ens i no
v i venc iada pe la d i sc i p l i na de h i s tó r ia .
( . . . ) A dec adênc i a do ens ino e a du ra rea l i dade Soc i a l sã o a rgum ent os bas t an t e co nv i ncen tes pa ra j u s t i f i ca r a i gn orânc i a sobr e a FEB , m as um a pesqu i sa f e i t a po r am os t r a en t re a l uno s da USP em 1990 reve lava q ue 70% dos es tuda n tes da Un i v e rs i dade cons idera da com o a m e l ho r do pa í s , desconhec iam o s i gn i f i cado da s i g l a FEB . (FERRAZ, F .C .A . Ana i s d a ANPOC 2001 ) .
São escassos os t rabalhos sobre a FEB no B ras i l , tan to no que
d i z respei t o à pesqu isa un ivers i t á r i a , quanto à d i f usão do
conhec imento ex is ten te em níve l de ens ino f undamenta l e médio.
Ass im, o p rovável é que as memór ias e au tob iograf ias se j am as
fon tes mais abundantes sobre o t em a em ques tão.
A esco la é um dos p r i nc i pa is i ns t rumentos de f o rmação e de
perpe tuação de va l o res e convenções de uma soc iedade. É ne la
que f es te j os , comemorações e au las , o rgani zados em to rno de
ce r tas da tas c ív i cas ou eventos , re f orçam na memór i a dos
a l unos fa tos e nomes que devem ser l embrados . (ROCHA, R. de
Cáss ia . Temas e ques tões para o Ens ino de H i s tó r ia do Paraná) .
A rea l i dade do B ras i l em sua p rá t i ca esco la r é pe rcep t í ve l a
ex i s tênc i a de um d i scurso h i s tó r i co dominante, que serve de
em basamento para a f o rmação da consc iênc ia e da mem ór ia
co l e t i va da soc iedade , e que o mesmo pode ser exerc i do tanto
no sen t i do de man ipu la r a memór ia i nd iv i dual e co le t i va, quanto
para garan t i r que ce r tos f a tos não se jam (ou se j a ) esquec idos .
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“No c as o d a segu nda Guer ra M und ia l , o peso da m em ór ia e s eus s i l ênc i os , e o da h i s to r i og ra f i a , e de s uas om issõe s , é m u i t o i n tenso . Ser i a i n te i r am en te f undam en ta l que se recup erass e a m em ór ia e a h i s tó r i a dos so ldados da FEB , dos av iado r es d a FAB , b ra s i l e i r os que l u ta ram na Segunda Gu er ra M und i a l n a Eu ro pa . É p r ec i so f a l a r des ta exper i ê nc ia , da d or e do so f r im en t o d os m or tos e dos s obr ev i v en t es . Es ta po s tu r a nad a t em de nac i ona l i s t a . A m em ór ia d os p r ac inhas b r as i l e i r os , que deve s e r p r es ervada e con ta da , é par t e da m em ór ia da popu laç ão do pa í s . (CYTRYNOW ICZ , R . p 23)
O pensam ento a tua l , e em consonânc ia com as D i re t r i zes
Cur r i cu l ares do Es tado do Paraná, a f i na l i dade da h i s tó r i a é
desenvo l ver a consc iênc ia h i s tó r i ca , neste sen t i do, pesqu isar e
re f e renc ia r a m emór i a é f undamenta l para desenvol ver nas
pessoas um sen t imento de per tenc imento, com o também
conf e r i r ao i nd i v íduo um ponto de re f e rênc ia , um a cu l t u ra
p rópr i a , que possa se con t rapuser ao d i scurso hom ogêneo e
g l obal i zan te a tua l , sendo ex t remamente necessár i o pa ra a
compreensão da h i s tó r i a e da mem ór i a l oca l , para o
es tabelec imen to de re l ações ent re o mic ro e a m acro H i s tó r ia .
(BOING, 2007) .
“ l a h i s t ó r i a nac iona l es e l v í ncu lo que no s u ne e t odas l ãs gen erac ione s que n os p r oced ie r on em e l m i sm o so l a r q ue n oso t ro s h ab i t am os . Es t e nexo a f ec t i v o , con nues t ros an t epasados hace que sus g l ó r i as , sean t amb i én l ãs nues t r as , dem ues t r a l a un idad de des t i no d e una c om un id ad y de sp i e r t a y f om en t a , em de f i n i t i v a , e l sen t im ien to pa t r i ó t i co . (CERRI , Lu i z Ferna ndo p 57 ) .
Não se t ra ta aqu i de t rans fo rmar a h i s tó r i a nac i ona l na
c r i s ta l i zação da compreensão l i near do tempo e das co i sas , e
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s im de s i tuar o con tex to onde se i nse re as cond ições de v i da da
m aio r ia da população .
O B ras i l no i n í c io da década de 40 concent rava a m aio r i a de
sua popu lação em uma pequena f a i xa es t re i t a ao l ongo do
l i t o ra l . Segundo dados do Ins t i t u to B ras i l e i ro de Geogra f i a e
Estat ís t i ca – IBGE, o B ras i l com uma popu lação de pouco mais
de 40 m i l hões de hab i t an tes , e o Paraná com 1 .236 .276
pessoas e des te t o ta l apenas 140 .656 hab i t an tes e ra a en tão
popu lação de Cur i t i ba, nes te per íodo apenas o R io de Jane i ro a
en tão capi t a l do Di s t r i t o Federa l e a c i dade de São Paulo
apresentavam popu lação supe r i o r a um mi lhão de hab i t an tes .
Com ra ras exceções , t a i s como a reg ião cafee i ra pau l i s ta ,
espaços de c r i ado res de gado no Ri o Grande do Sul , m ineração
da reg i ão das A l te rosas e o ex t ra t i v i sm o vegeta l da bor racha do
i n te r i o r da Amazôn ia , as a t i v i dade que se des tacam na
economia bras i l e i ra , é represen tada pe las a t i v i dades ru ra i s
como a monocul tu ra do caf é , a l godão, cana de açúca r , cacau e
a l guns p rodutos com o os de o r i gem an imal , as quais
p ropo rc i onam ao in te r i o r um a baixa dens idade populac i onal .
Nes te Estado de economia e com o dec l í n i o dos p reços dos
p rodu tos l a t i f und iá r i os agro-expor tador , dos engenhos de
açúcar a r ru inados , das secas e da m isér i a onde grande par te
do B ras i l co l on ia l nasceu, g rande f l uxo popu lac i ona l m ig ram
para os g randes cen t ros em busca de fa r tu ra e r i queza ,
ep i sód io es te re t ra tado por Grac i l iano Ramos , em V idas Secas,
segundo o qua l nem o rem odelamento de Rec i f e , uma das
p r i nc i pa is cap i t a i s do nordeste b ras i l e i ro reso lveu o surg im ento
de m ai s de 45 mi l m ocam bos , com es t imat i vas de 165 mi l
pessoas v i vendo sobre os m angues, em l ama e m isér i a .
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As condi ções de saúde da popu lação bas tante p recár i as
dem ons t ravam o B ras i l um pa ís doen te .
Em 1 937 – A penas a p es t e bu bôn i ca decr esceu , depo i s
das p ro f i l a x i as em preend i da s no no rd es te , p r i nc i pa l f oco
da m o lés t i a . Já a L epra e a do ença de chagas
c on t i nuavam d i z i mando a pop u lação ( s ó no R io de J ane i ro
ocor r e ram m a is d e se i s cen tos ca sos ) . Quan to a
Tubercu los e , m a i s de 10 m i l pessoas em todo o pa í s
r ecebe ram do ses de vac i na BCG, núm ero que se r ev e lou
i n su f i c i en t e , po i s se reg i s t r a ram m e io m i l h ão de casos de
doenç as . Na á rea de d i s tú r b i os m enta i s , a s i t uação não
e ra d i f e ren te , em d ezesse i s Es t ados c ons ta t ou -s e um
to t a l de 13332 ps i copa tas i n te r nados . E com o h av i a
pouco s m an i côm ios no pa í s , na s ua g r ande m a io r i a os
doen te s es tavam r eco l h i dos na p r i são . ( 100 A nos de
Repúb l i ca . V . IV – 1831 -194 0 . P 42)
A Nação bras i l e i ra e ra a l t am ente dependente de i nvest imentos
ex te rnos. Não d ispúnhamos de i n f ra -es t ru tu ra indus t r i a l e quase
todo o seto r é con t ro l ado po r cap i ta l es t rangei ro .
A comuni cação i n te rna se dava a t ravés dos co r re i os e
t e l ég ra fos , quando as l i nhas não es tavam i n te r rompidas, j á a
comuni cação i n te rnac ional também de fo rm a precár i a e ra
o rgan i zada por empresas não nac iona i s .
Os t ranspor tes de l onga d i s tânc ia se dava por embarcações
f l uv ia i s do R io São F ranc i sco a Bac ia do P ra ta ou mesmo pe los
co l e t i vos en tão conhec idos por “pau de a ra ra ” , (caminhões com
ca r rocer i a e bancos de made i ra cober ta po r l ona) .
As rodov ias não poss ib i l i t avam as i n te r l i gações es tadua i s , com
ra ras exceções, ta i s como, t rechos R io - São Paulo , e Cur i t i ba-
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Paranaguá, enquanto no se to r f e r rov i as não hav ia padrão de
b i t o l as e es tavam en t regue a exp loração de cap i ta l
i n te rnac iona l .
A esco lar i zação ba i x íss im a com express ivos números de
ana l f abe tos , a l guns poucos p r i v i l eg i ados man t i nham a lgum n íve l
de i n f orm ação at ravés de l e i t u ras de per i ód icos e j o rna is .
Embora o B ras i l j á t enha um s i nc ret i smo re l i g i oso , para a g rande
m aio r ia da população as “verdades ” v i nham do poder da Ig re ja
Cató l i ca p reconi zadas pe lo l ema “Deus , pát r i a e f amí l i a” . No
en tan to, o Depar tamen to de Im prensa e Propaganda – D IP ,
c r i ado pe lo Estado Novo se cons t i t u ía na g rande fon te de
i n fo rm ação , onde, o r i en tado pe la censura e p ropaganda po l í t i ca
pa t roc i nava a pub l i c i dade do reg im e nos l i v ros esco la res , nas
fes tas nac iona is , nos docum entár ios an tes de começar o f i lme
pr i nc i pa l , nos rád ios e a té mesmo nas l e t ras de mus i ca e nos
sambas enredos dos carnavai s .
( . . . ) o povo é sem pre m an ipu lado nas q ues tões po l í t i ca s (BORDIEU. O u so do P ovo . Co i sas D i t as 1990) .
Sob o p re tex to d a am eaça do p la no C ohen , o govern o Var gas reun iu o Co ngr esso p ara a vo tação do “es tado de gue r ra ” , com a suspensão dos d i r e i t os c ons t i t uc i ona i s . ( 10 0 Anos de Repú b l i ca . V . IV . P 44 ) .
Em 1937, Ge tú l i o Vargas apo iado pe lo com ando das Forças
A rmadas, por g rande par te dos governos es taduai s , o rdenou que
a po l í c i a m i l i ta r f echasse o Congresso Nac ional . Cancelou as
e l e i ções P res i denc ia i s e decre tou o Es tado Novo (1937-1945) e
no m esm o d i a anunc ia v i a rád io a nova const i t u i ção do B ras i l , a
qua l f o i red i g ida por F ranc isco Campos e i nsp i rada nas l e i s do
reg im e fasc i s ta po lonês do Marechal P i l sudsk, i ns ta l ando no
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Bras i l um a d i t adura m arcada po r m ani fes tações de s impat ia
dem ons t radas pe los mov imentos to ta l i t ár i os de d i re i t a (Ação
In tegra l i s ta B ras i l e i ra - A IB ) e por as tu tos p roced imentos
fo r j ados na popula r i dade conqu is tada a t ravés de m an ipu lação de
i n fo rm ações , censu ra aos meios de comun icações, exacerbação
da i den t i dade nac iona l , e con t ro l e do Es tado a t ravés da
es t ru tu ração e leg i t imação do poder de d i t ador .
“ nós ed i f i ca rem os um a nova A l em anha n o B ras i l . . . nós t em os d i r e i t os adq u i r i do s so bre es te c on t i nen te . . . o nde . . . p i one i ros a l em ães possu í ram te r ras e exer ce ram s uas a t i v i dades” . F rase a t r i bu í da a H i t l e r em 1933 , ano em q ue os naz i s t as s ub i r am ao pode r . ( 100 Anos de Repúb l i ca . V . IV , p . 53 ) .
Para o governo de Getú l i o Vargas , a guer ra europé ia c r i ou
d i versos p rob lemas . As es t re i tas re l ações comerc i a i s com a
A lem anha, a l i adas às s impat i as de governo e f o ra de le pe lo
reg im e f asc is ta e a p resença de grande número de hab i t an tes
p r i nc i pa lm ente no Su l do Bras i l de o r i gem a lemã, l evam o
governo de Vargas a dec isão de abs te r -se de qualquer a to que,
d i re ta ou ind i re tamente , f ac i l i t asse, aux i l i asse ou hos t i l i zasse
as ações be l i geran tes , i nc l us i ve imped indo o povo b ras i l e i ro ou
m esmo est range i ros res i dentes no B ras i l de p ra t ica rem a tos
que pudessem ser cons iderados i ncom pat í ve is com os deveres
de neu t ra l i dade do Bras i l .
Porém, o B ras i l não pod ia m ai s g i ra r apenas em to rno de
p rodu tos de agro-expor tação . Era p rec i so i ndus t r i a l i za r . E não
hav ia no pa ís uma Indús t r i a de Base, t am bém cham adas de
bens de cap i t a l ou de p rodução. Vargas com hab i l i dade po l í t i ca
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f ez j ogo dup lo com os Es tados Un idos e com a A lemanha e
acabou conqu is tando f i nanc iamento amer i cano para a
cons t rução da Companhia S iderúrg ica Nac ional em Vol ta
Redonda.
Ass im o governo b ras i l e i ro , osc i l ava en t re o Fasc ismo de
Musso l i n i , pa rce i ro de H i t l e r i deo log icam ente presente no
governo com Genera l Dut ra e Góes Monte i ro de sua equ ipe os
qua i s defend iam a A lem anha Naz is ta , e a Amér i ca Democ rá t i ca
onde l aços econômicos p rendem o B ras i l ao c i rcu l o de
parce i ros am er i canos i n teressados na hegem onia econômica,
po l í t i ca e mi l i ta r sobre a Amér i ca.
Com o bombardeio de Pear l Harbo r os EUA dec la ram guer ra ao
Japão e em segu ida a A lem anha aos EUA, enquanto o B ras i l f az
rea l i za r a Conferênc ia dos Chance le res , onde o governo
b ras i l e i ro anunc ia o rompim ento das re l ações d i p l omá t i cas com
as potênc ias do e i xo .
Logo após o rom pimento das re l ações d i p l omát i cas b ras i l e i ra , o
nav i o mercante Cabede l o , navegando em águas do A t l ân t i co f o i
t o rpedeado por submar i nos a l emães . E , a par t i r de março de
1941, o B ras i l já t e r i a sof r i do com to rpedeamento em m ai s
c i nco Nav ios de sua f ro ta , opor tun i zando Vargas a t omar as
p r im ei ras med idas con t ra as po tênc ias do e i xo, t a i s como a de
res t r i ng i r as a t iv i dades das pessoas de nac ional i dade das
po tênc ias do e i xo e de responsab i l i zá - l os pe las i nden i zações de
gue r ra .
“ . . . cons i der an do que . . . un i dades desarm adas da M ar i nh a m erca n te b r as i l e i r a , v i a j and o com f i ns d e c om érc io pac í f i co , f o r am a t ac adas e a f und adas . . . c ons ide ran do que t a i s a t os con s t i t uem um a ag ress ão não p r ovocada . . . os bens e d i re i t os dos s úd i t os a l em ãe s , j apone ses e i t a l i a nos , pess oas
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f í s i cas ou j u r í d i cas . . . r e spondem p e lo p r e ju í zo . . . ” ( 100 A nos de Repub l i ca , v . V , p . 10) .
O to rpedeam ento e o a f undam ento dos nav ios b ras i l e i ros l evam
m i lhares de pessoas pa ra as ruas do cent ro do R io de Janei ro ,
onde, com o g r i t o de GUERRA como pa lav ra de o rdem, l evam o
B ras i l á dec l a ração de Guer ra aos pa íses do e i xo , em agos to de
1942.
Ass im o Governo do P res i den te Vargas, es tabelecendo uma
v i s í ve l cont rad i ção no i n te r io r da v i da po l í t i ca nac iona l a l i a -se
aos EUA e em agos to de 1942 d ec la ra guer ra con t ra o naz i -
f asc i sm o. So ldados de todos os Estados O bras i le i ros f o ram
env iados para a I t á l i a para l u ta r con t ra a op ressão e a d i t adura
que avançava pe la Europa e pe lo m undo, o paradoxo é que
den t ro de nossas p rópr i as f ron te i ras v i v i a -se um a s i t uação
m ui to sem elhan te , com pr i sões, t o r t u ras , depor tações , censuras
à imprensa , par t i dos po l í t i cos , da í , resu l t ando , uma re l ação
conf l i t uosa en t re o poder po l í t i co e as ent i dades na
p reservação da memór i a
“ . . .Não o p i n t am com o um be l o her ó i , um f o rm oso guer re i r o da neve . Não é supe r -hom em . É exa t am en te um su je i t o nã o m u i t o f o r t e , n ão m u i t o a l t o , não m u i t o b ranco . Um desses su je i t os , com o há a í em qua l que r t r em de s ubú rb i o , em qua lquer s í t i o do i n te r i o r . Es te t i po de b ras i l e i ro com um , m as f e i o que bon i t o , m a i s d esa j e i t a do do que e l egan t e . . ” (BRAGA, Rubem , p . 136) .
Com a par t i c i pação do B ras i l na guer ra j un to ás f orças a l i adas , o
Genera l DUTRA , M in i s t ro da Guer ra ob tém do Pres i den te da
Repúb l i ca au tor i zação para f o rm ar a F EB, i n i c i a -se a d i vu l gação
da Campanha de A l i s tamento vo l untá r i o pa ra a guer ra . A
1 2
propaganda f o i ve i cu l ada a t ravés dos p rogram as de rád io ,
ca r tazes e c inemas e j orna i s , a f avor da m obi l i zação da nação
pe l a l u ta da dem ocrac i a , no sac r i f íc i o da popu l ação e na m i ssão
do b ras i l e i ro de def ender a pá t r i a con t ra o naz i - f asc ismo .
Apesar de cer tas reservas po r pa r te do A l to Com ando dos
Estados Un idos , o B ras i l p l anejava env ia r para f ren te de
ba ta l ha c i nco d i v i sões , num to ta l de 100 m i l homens , f i cando,
porém dec id i do a i ncorpo ração de 60 mi l b ras i l e i ros . Após do is
anos de i n tens i va d i vu l gação de campanha de a l i s tamento , a
FEB teve um número ín f imo de a l i s tados ace i tos em suas
f i l e i ras .
Os es f o rços para f ug i r do rec ru tamento , a t ravés do
apadr i nham ento po l í t i co , t ornaram -se um g rave p rob lema.
F ranc isco Fer raz (A Guer ra que não acabou. . . p 73) , a f i rm a que
o “ j e i t i nho ” para não i r a guer ra i nc l u ía a té mesm o os m i l i ta res
da a t i va . As conseqüênc ias des tas a t i tudes passam a re f l e t i r ,
d i re tam ente no mora l do expedi c i onár i o e f o i f a to marcan te no
p rocesso de re i n tegração dos ex -com baten tes no pós -guer ra .
O p rocesso de mob i l i zação m i l i t ar pa ra f ormar os quadros da
FEB se deu em todo o t e r r i t ó r i o nac i ona l , t eor i camente para
re f o rçar a imagem do es fo rço da nação com o um todo , es tá
ação t rouxe como conseqüênc ia uma grande d ivers i dade de
convocados , f o rmando os mesmos uma massa d ivers i f i cada em
quanto es tado de o r i gem, g rau de ins t rução , c renças po l í t i cas e
re l i g i osas .
Não hav ia g randes normas para a convocação e se l eção , as
i dades va r i avam en t re 20 e t r i n ta anos e a té ma is . Não se l evou
em cons ideração o es tado c i v i l ou mesmo grau de i ns t rução . Em
sua p ro f i ssão os combaten tes convocados , na ma io r i a e ram
1 3
l av radores , pequenos s i t i an tes , agr i cu l t o res m odes tos ,
ope rá r i os u rbanos e em pregados do comérc i o .
As questões i ns t ruc i onai s d i f i cu l t am a se l eção de so l dados que
pudesse m ane ja r com ef i c i ênc ia as f unções ma is t écn i cas ,
como m ecân i cos , m otor i s tas ou operadores de rád io .
No aspecto saúde, os resu l t ados da se l eção i n i c ia l mos t ram que
m ui tos f o ram reprovados por i nsuf i c i ênc ia f í s i ca, doenças
c rôn i cas ou ana l f abe t i sm o. Po r essa razão a F EB acabou
i ncorporando praças e o f i c ia i s de todos os Estados da
Fede ração, i ndependente de serem rec ru tas convocados,
vo l un tá r i os ou mi l i t a res regula res . Fo i p rec iso rebaixar o n í ve l
de ex i gênc ias dos exam es , para i nc l u i r na FEB os c l ass i f i cados
como “no rm ais ” , e t ambém rever os resu l t ados como os
“ i ncapac i t ados ” . (FERRAZ, F .C.A . p 81 -90) .
Os e xped i c i oná r i os ganha r am um te rm o para des i gná- l os , o “p rac i nha” . Sua s o r i ge ns são obscur as . O Cap i t ão d a Res erva Am ado r C ysne i ros , que na FEB se rv i u n a 2 ª a ud i t o r i a da J us t i ça M i l i t a r , su ger e qu e o t e rm o te nha nasc ido a bo rdo do na v io de t r an spo r te “Gen era l M ann” , num a enquê t e rea l i za da p e lo j o r na l de cam pa nha “E a Cob ra f um ou . . . ” so bre o q ua l dever i a se r o nom e genér i c o do so l dado b ra s i l e i r o na I t á l i a . Vár i os nom es te r i am s id o aven ta dos com o : “ gue r re i r os ” , “Tup i ” e “Cobra ” sem su cesso . M as a l guns j á nos c ham avam de “ p ra c inha” e ass im f i cou popu la r i zado . Par a a im p rens a , t r a tava -s e de um a f o rm a c ar i nhosa d e cham ar os s o ld ado s b r as i l e i ros . Nem t odos os exped i c i onár i os concor dam , porém , c om es ta ex pressão . Par a es tes , o t e rm o é “um d i m inu t i vo i n f am e” , sug er i ndo que os exped i c i onár i o s , e dep o i s da g uer ra ve t e ranos , f ossem “uns co i t ad inhos” , es tabe lecend o “um a s i t uaç ão de d ependênc i a e de i n fe r i o r i dad e do des i gnado ” . ( F ERRA Z, F .C .A . p . 99 ) .
1 4
A i n tenção e ra se l ec i onar uma e l i t e de so l dados b ras i l e i ros , que
pudessem f aze r f ren te ao p ropalado g i gant i smo e supe r i o r i dade
do homem alem ão, mas as d i f i cu l dades i ns t i tuc iona i s , a l i adas a
f a l t a de mater i a l de guer ra moderno c r i ou um sen t im ento
genera l i zado de in f e r i o r i dade onde preva lec i a o pensam ento de
i nv i ab i l i dade de em barcar um grupo de b ras i l e i ros para l u ta r na
gue r ra .
A se l eção das t ropas para compor a FEB fo i execu tada em
todas as Reg iões Mi l i t a res do Bras i l , e , em sua maio r ia os
se l ec i onados , v i eram do Di s t r i t o Federa l , da 2ª RM de São
Paulo , da 4ª RM de Minas Gera i s e da 9 ª RM de Ma to Grosso. A
5ª Regi ão Mi l i ta r f o i com posta pe los Es tados do Pa raná e de
Santa Catar i na . Os exped i c i onár i os paranaenses e ram
i n teg ran tes de t rês reg im entos de i n f an ta r i a , 9 º Ba ta l hão de
Engenhar i a e Corpo de Voluntá r ios de Enfe rmar ia , a l ém de
ou t ras un idades que compuseram o 1º DIE .
A FEB segundo F ranc isco Fer raz (P.13) f o i uma d i v i são de
exérc i t o , de es t ru tu ra t e rnár i a compos ta de un idades var iadas.
O reg ime de In fan ta r i a , que é compos to de t rês : o 1º RI do R io
de Jane i ro , o 6º R I de Caçapava (SP) e o 11º R I de São João
De l Rei . Os t rês reg imentos que compuseram a FEB fo rmaram a
In f anta r i a de sua d i v i são . Embora em cada reg im ento
abr i gassem so ldados de todos os Es tados , hav i a , em cada um,
concent ração ma io r de pessoas de seu Es tado de o r igem.
E les l u t am . Não são m u i t os , m as l u tam , e l u tam
honr adam ente , l u tam d i r e i t o , l u t am d i a e no i t e , ao
f r i o e a chuva , um a l u t a penosa . Não p rec i sam q ue
n i nguém , aqu i ou a í , exagerem o qu e f azem , em
t r o l o l ós pa t r i o te i r os . E les nã o são m ons t r os , s ão
l a v rado r es , t r aba lh ado re s d e vá r i os o f í c i os ,
1 5
es tuda n tes , m oços de esc r i t ó r i o , s im p l es f i l hos de
f am í l i as , sã o rapazes b r as i l e i r os , q ue f o ram
m and ados par a aqu i . E e l es dão con ta do recado .
(BRAGA, Rubem . P .110- 11 1) .
Em ju l ho de 1944, sob o com ando do Genera l Euc l i des Zenóbio
da Cos ta, os p r im ei ros combatentes b ras i l e i ros , a bordo do
nav io nor te am er i cano Genera l W . A Mann a t ravessam o
A t l ân t i co e desembarcam em Nápoles .
Do pon to de v i s ta es t ra tég i co, a cam panha na I t á l i a f o i m ui to
d i f í c i l e de l en ta p rog ressão. As fo rças germâni cas souberam
aprove i t a r do te r reno m ontanhoso do cen t ro e nor te i t a l i ano,
res i s t i do à desocupação e t o rnando d i f í c i l a t are f a dos a l i ados
em der ro ta r e l evar à rendição ás t ropas i n im igas. Nos sete
m eses e dezenove d i as de com bate rea l i zados pe la FEB, os
exped ic i onár i os lu tam consecu t i vamente j un to ao R io Serch io e
ao Rio Reno nos t rechos ma is ac i dentados dos mon tes
apen inos , e em do is m eses en f ren tam o m ais r i goroso i nverno
europeu com tem peratu ras ba ix íss imas e constan te f ogo dos
a l emães .
O b a t i sm o de f ogo dos e xped i c i oná r i os b r as i l e i ros na I t á l i a oc or reu no d i a 16 de se tem bro . O 1º e o 2 º B a ta l hõ es do 6 º Reg im en t o de I n f an ta r i a t om aram M ass aroca . ( 100 Anos de Repúb l i ca , V . V , p , 22)
Não f o i f ác i l para a f o rça expedic ionár i a enf ren ta r a f ren te de
ba ta l ha , t ranspor o r i o Serch io , t omar o Monte P rano e m archar
em d i reção a Cas te l nuovo que se encon t rava em poder do
i n im igo , uma vez que a l ém do f ogo dos a l emães , a i nda
p rec i savam enf ren ta r a escadar i a í ng reme bat i zada de “pon te
1 6
do d i abo” , ún i co caminho que dava passagem para l evar as
suas pesadas peças de a r t i l ha r i a .
Apesar do i n tenso f r i o , e das cond ições ex t remas nos campos
de l u ta a FEB conqu i s ta o Monte Cas te l o em j anei ro de 1945,
l ogo depoi s , março , t om am Cas te l nuovo , ú l t ima pos ição e l evada
da reg ião e i n i c iam a a r rancada f i na l na I t á l i a . Obje t i vando a
l i nha Gêng is Khan , no va l e do Pó e Passos de B renner e
S i l l ano , onde em abr i l de 1945 en f rentam seu m ais duro
combate e resu l t ou na conqu i s ta de Mon teses e reg iões
v i z i nhas , Zocca, p l aníc i e do Pó, ocupando Marano e V ignola .
Em f ina l de abr i l , conseguem a rend i ção i ncond ic i ona l da148ª
D i v i são de In f an ta r i a A lem ã, onde em Fornovo d i Faro,
en t regam-se do i s genera i s A lem ães , 14 .779 homens , o i t en ta
canhões , 1 ,5 mi l v i a tu ras , 4 m i l cava los e g rande quant i dade de
a rmas e m unições . Depo is ocupam a A lexandr i a e a p rópr i a
Tur im . Em doi s de ma io de 1945, o comando do V Exé rc i t o deu
por encer rada a campanha. (100 anos de Repúbl i ca.p .23-24-25 . )
No Bras i l , às 13 horas do d i a 08 de m aio de 1945 , as sessões
c i nematográf i cas se i n te r rompem, o povo can ta o H ino Nac ional
e os rád ios t ransm i tem o comun i cado p ronunc iado por W ins tson
Church i l , p r ime i ro min is t ro da Ing l a te r ra anunc iando a
capi t u l ação a l emã . A Guer ra acaba e de i xa um t r i s te ras t ro de
escom bros e de aprox imadamente 40 mi l hões de mor tos , en t re
campos de ba ta l ha e cam pos de concent ração e ex te rmín i o .
Em f im os so l dados b ras i l e i ros re to rnar i am do f ron t e a v i da
segu i r i a . Após 290 d i as de efe t i va par t i c i pação da Fo rça
Expedic i onár i a B ras i l e i ra no F ron t I t a l i ano , a guer ra acaba . Os
j o rna i s es tam pam em suas manchetes o f im da guer ra , c ron is tas
esc revem e convocam a todos os pa t r i o tas b ras i l e i ros para
1 7
ce lebrar o g rande acontec im ento , e ao mesmo tempo já
i n fo rm am os fes te j os , es t imulando o a rdor c í v i co da popu lação .
No f i na l de ab r i l de 1945, as ações no p rocesso de
desmob i l i zação da F EB serão ef e t i vadas por i n te rmédio do
Estado Ma io r da FEB no In te r i or – EM-FEB| INTERIOR, sob o
comando do Genera l Anor Te i xe i ra dos Santos . Pa ra t a l p ro j e to ,
en t re ma io e j unho de 1945 de com um aco rdo en t re au to r i dades
b ras i l e i ras e nor te -amer i canas, f oram apresentadas p ropos tas
de i ns t ruções sobre os p rocedimentos de v i agem, recepção,
aquar te l amento das t ropas, l i cenc iam ento dos f eb i anos , des t i no
das bagagens e do mater i a l bé l i co cap tu rados em te r r i t ó r io de
gue r ra i t a l i ano, devolução do f a rdam ento e dos equ ipam entos de
uso pessoal u t i l i zados na campanha, concessão de m edalhas e
m enções honrosas , o rgan i zação das f es t i v i dades pa ra aco lher os
ex -combaten tes . (FERRAZ, F .C.A . A Guer ra que não acabou . P
115 -117) .
( . . . ) t odo m i l i t a r qu e f o r evacuado da For ça Exped i c i on ár i a B ras i l e i ra , se rá receb ido pe l o Es t ado M a i o r da F EB , no i n te r i o r e encam inhad o ao p r im e i ro des t i no . . . dec l a ram que os un i f o rm es usado s pe l os p r aças do Ex erc i t o na I t á l i a , de ver ão s e r r es t i t u í do s u rgen t em ente . . . s ó r e to rnaram ao t ea t ro d e o per aç ões os que f o rem so l i c i t ad os pe l o Com an dant e d o D IE , ou r eceberem or dem esp ec ia l do M in i s t r o de G uer r a . . . . .Os o f i c i a i s da re serv a e os p raças , am bos a p tos se rão l i cenc i ados desde que não t enham sua pe rm anênc ia ass egu radas por l e i . (Por t a r i a 8 . 25 0 . BRASIL . M in i s t é r i o d e Guer ra ) .
O processo de desmobi l i zação não ocor reu conf o rme as
p ropos tas e i ns t ruções suger i das . A Por ta r ia 8 .250 , d i sso lve a
Força Expedic i onár i a B ras i l e i ra a i nda em te r r i t ó r i o I ta l i ano, onde
os ex -combatentes recebem os seus cer t i f i cados p rov i só r i os de
1 8
rese rv i s tas impressos em um a t i pograf i a de Mi lão . A d i sso lução
da FEB da m anei ra que f o i f e i ta , conf i rm ava a p revenção do
Exérc i t o e do Governo Vargas (d i ta to r i a l ) de ev i t a r uma rebel i ão
con t ra a o rdem cons t i t u ída . A i dé ia governamen ta l e ra de que os
exped ic i onár i os combaten tes de f ender i am a democrac i a t an to na
Europa quan to no B ras i l . Pe la por ta r i a 8 .250 os so l dados que
hav iam deixados seus l ares , f o ram sum ar i amente de ixados em
suas c i dades de o r i gem , os qua i s dever i am re to rna r as
a t i v idades desenvol v i das antes de serem convocados . Para
m ui tos ex -comba ten tes t a i s a t i v i dades agora não ex is t i am mais .
Centenas de les não encont ra ram os em pregos que t i nham ao
se rem convocados e m ui tos ou t ros vo l t a ram doentes ou
m ut i l ados não t inham mais cond ições f í s i cas para qua l quer
a t i v idade que l hes ga ran t i sse o sus tento , ass im a Por ta r i a não
só p rovocou um sen t im ento de ressen t imento , como des t ru i u os
s ím bolos re l ac ionados à ex is tênc i a da FEB, ao ex t i ngu i r
un i fo rm es e re t i rar seus dí s t i cos .
Es te p rocesso de desm obi l i zação ge rou uma c r í t i ca deprec i a t i va
pe l o g rupo de exped i c ionár i os e pe lo g rupo de h i s to r i ado res da
FEB pela f orma apressada com o fo ra e l evado os a tos e t rami tes
an tes m esm o de seu re to rno ao B ras i l . Ev i den temente, a
desmob i l i zação suceder i a na perspec t i va mi l i t a r , pos to que a
par t i c ipação na guer ra j á houvesse ence r rada . O procedimento
l evou a equ ipa ração j u r í d i ca e po l í t i ca das Unidades de D i v i são
de In f an ta r i a às demais un idades de rec ru tados do exérc i t o em
te r r i t ó r i o b ras i l e i ro . Sendo ass im, as t ropas expedic i onár i as que
chegavam do tea t ro das operações na Europa, passam a ser
subord i nadas à a u to r i dade do Min is t ro Eu r i co Dut ra e não mai s
ao Com andante Gera l da FEB Mascarenhas de Mora is , des t i t u ído
de sua au to r i dade sobre as t ropas desde j u l ho de 1945 e
1 9
af as tado en t re ju l ho e novem bro em v i agens p rotoco la res ao
ex te r i or . (FERRAZ, F .C.A . A Guer ra que não acabou, p 142-145) .
E vão an dando , esp i am as v i t r i nas , m as não p odem
en t ra r n os ba res qu e es t ão che ios de av i sos : OUT
OF BOUNDS TO ALL RANKS. S im , a c i dad e em
g rande pa r t e é o f f l im i ts . Nós os hom ens f a rdado s
de vá r i as r aças e pa í ses , es tam os sep arados na
v i da s oc i a l da popu lação c i v i l p o r i núm eros
c a r tazes qu e o com ando m i l i t a r m and ou p re gar
pa ra p r es erva r pa r a f l o ren t i nos seus pon t os de
r eun i ão , s uas com idas , sua s be b idas . N ossas l i ras
de ocupaç ão não podem c om prar a en t r ada desses
peque nos re i nos c i v i s , La den t r o , os hom ens e
m u lhe r es , es tão p r o teg i dos da i n vasão de nossas
bo tas , de nos sas l í nguas es t r an has , d e nossos
o l ha r es . . . (BRAGA, Rubem . P 101 - 10) .
Decor r i dos o a r reba tamento das fes tas e comemorações pe la
vo l t a do exped ic i onár i o , ve i o à t ona a dura rea l i dade que i r i a
en f ren ta r o ex -combatente , o desamparo por par te das
i ns t i t u i ções governamenta is e a f a l ta e reconhec imen to po l í t i co
e soc i a l . Os com promissos assumidos pe lo governo no
em barque pa ra a guer ra e o descumpr imento no regresso f o ram
causas de i nd i gnação que se m antém no g rupo a té os nossos
d i as .
Os p rocedim entos de desmobi l i zação se revest i ram de caráte r
de renúnc ia ao d i re i t o de cont i nuar f azendo par te das Fo rças
A rmadas e ao reconhec im ento e a ass is tênc i a do Es tado
B ras i l e i ro , gerando para um a grande pa r te de ex -combatente
um a v i da de misér i a , v í c io e i nva l i dez .
2 0
A deb i l i dade i ns t i t uc i ona l b ras i l e i ra na re i n tegração de ex -
combatentes f o i ocu l t a pe los f es te j os e com em orações , que
com o passa r do tempo f o ram percebendo que a l u ta pe lo seu
sac r i f í c i o de sangue ser i a tão ou m ais d i f í c i l do que o p rópr io
f ron t de l u ta .
A l gum tem po pós -guer ra , a l gumas l e i s e benef íc i os f oram
c r i ados em favor dos ex -combaten tes . No i n í c i o f avo rec ia
exc l us i vam ente a f o l ha de se rv i ço em combate , e l ogo fo i
es tendida a t odos mi l i ta res e c i v i s envo l v i dos , es tando em
combate ou não , con t r i bu i ndo e abr i ndo p recedente para a
desvalo r i zação da exper i ênc i a f eb i ana j unto á soc iedade c i v i l
b ras i l e i ra . A dep rec i ação f i ca ev i den te na concessão de
van tagens por m ér i t os de guer ra a g rupos de não combaten tes ,
ou se j a , a am pl iação dos benef íc i os pecuniá r i os e po l í t i cos
àque les que não par t i c i pa ram d i re tam ente das operações de
gue r ra , po i s com o passar do tempo , o número de não
combatente benef i c iados supera o número dos e fe t i vos que
es t i ve ram em combate no con t inen te europeu, c r i ando um
es t i gma para os exped ic i onár i os como uma c l asse p r i v i l eg i ada e
não merecedora dos benef íc i os por se rv i ços p res tados ao pa ís .
A re i n tegração prof i ss i onal f o i t ão d i f í c i l quan to à re i nse rção
soc i a l . As p romessas de emprego, p ro fe r i das no auge das
fes tas de re to rno fo ram esquec idas . A té mesmo os empregos de
an tes de pa r t i rem para a gue r ra , agora e ram ocupados por
ou t ras pessoas, mesmo com as garan t i as da l eg is lação quando
da convocação dos expedi c i onár i os .
A l ém dos vár i os en t raves buroc rát i cos , o g rande e t a l vez um
dos m aio res p rob lem as , o desconhec im ento por par te dos ex -
combatentes desses d i re i t os e benef íc i os , f ossem e les
m oradores das zonas ru ra i s ou dos cen t ros u rbanos . Fora das
2 1
assoc iações poucos t i nham conhec imento das garan t i as
asseguradas pe la l eg is l ação, po is as repar t i ções púb l i cas e
buroc rá t i cas sempre impunham a lguns obstácu los .
A sucessão dos anos to rnou percep t íve l a l acuna en t re o que a
l e i garant i a e o que e ra rea l i zado.
Quan do v im par a c á m eus am igo s do nor t e d i z i am que eu i r i a passa r f om e e eu d i sse a e l es qu e no B ras i l n i n guém pa ss a f om e e as t e r ras que eu hav i a com prado t inham pa lm i t o e coqu e i ros e eu i r i a l eva r sa l , qua l quer c o i sa nó s f a r í am os um a s opa . (Durv a l i no F r anc i sc o Fe l i za ro , ex -c om baten te , Jo r na l Pa raná Cen t r o , Ed i ç ão 414 , p 16 ) .
Com as d i f i cu ldades impos tas , mui tos ex-com baten tes a t ra ídos
pe l a p ropaganda do “ou ro verde” acabaram chegando às t e r ras
do “ va l e do I va í ” , as quais segundo Boing , e ram te r ras do
im óvel Ubá , s i t uadas en t re os r ios Ivaí e Corumbata í e que
em bora não se possa cons iderar a reg ião com o uma
m onocu l t u ra ca fee i ra , houve a t ra t i vo e concent ração em to rno
des te p roduto , e segundo Canc i an (p 33) , o Paraná p rocu rava
a t ra i r o café , porque apesar das d i f i cu l dades con jun tu ra i s , e ra
o p rodu to que m a is representava em d iv i sas pa ra o B ras i l . A l ém
d isso, a ausênc ia de l uc ros ex is t i a pa ra os g randes
p ropr i e tá r i os , em te r ras cansadas e de caf ee i ros ve lhos . Nessa
conjun tu ra, os caf ee i ros p l antados no Paraná f ug i ram da
cond ição de monocu l t u ra das g randes p ropr i edades. Ao
con t rá r i o , desenvol veram-se em pequenas e méd ias
p ropr i edades , onde, por não haver im ig ração subvenc ionada
pe l o Es tado , o l av rador e seus f am i l i a res e ram par te da m ão de
obra da l avoura , d im inu indo o cus to da p rodução e de i xando
um a margem sa t i s f a tó r i a de l uc ro , l em brando a i nda que o ca fé
2 2
por não ser p rodu to exc lus ivo , as pas tagem e as lavouras de
subs is tênc ia compunham um quadro d i vers i f i cado,
opo r tun i zando me lhores condi ções de v i da para as f amí l i as .
A par t i r de 1955 a 1960, A Soc iedade Ter r i t o r i a l Ubá,
responsável pe l a co l on i zação da Reg ião , p romoveu i n tensa
p ropaganda i ncen t i vando a v i nda de im ig ran tes , onde a t ra ídos
pe l as pequenas p ropr i edades , p reços conv idat i vos e p razos
l ongos, aqu i apor ta ram paul i s tas , m ine i ros e nordes t i nos em
gera l que v i e ram para cu l t i va r ca fé em suas p rópr i as t e r ras , e
den t re e l es vár i os com baten tes da I I Guer ra Mundia l , que j unto
com seus fam i l i a res , m oravam no p rópr i o im óve l , p rom ovendo a
der rubada da ma ta e a i nda vendendo a made i ra , a l imentavam -se
com produ tos de seu p róp r i o es fo rço , v i vendo em casas que
e ram ve rdadei ras choupanas , recober ta com fo l has de pa lm i to
ou de pa lm ei ra . No en tan to , em sua pequena propr i edade
con t i nha um pouco de tudo , e os caf ee i ros e ram p lantados em
l ugares ma is a l t os , f i cando ass im menos su je i t os às geadas .
E ass im, enquanto aguardavam a reso lução de seus d i re i t os
p rev i denc iá r i os mu i tos ex -combaten tes do “va l e do I va í ” a t ravés
do “ouro ve rde” ga ran t i rão a c r i ação de seus f i l hos e o sus tento
de suas fam í l i as .
CONCLUSÃO
gu i sa da conc lusão , ressa l t o que quando abordamos o
t em a de Homens anôn imos a he ró is anônim os, não
es tamos nos repor tando nem a heró is , nem a v i l ões , e
s im, es tam os nos repor tando a hom ens e m ulheres que por gos to
ou m esm o a con t ra -gos to es t i veram envolv i dos no con f l i to .
A
2 3
Embora sabedor de que m ui tas das ques tões aqu i re t ra tadas já
f o ram pesqu i sadas e t ambém abordadas por d i versos
pesqu isadores , que r se j a e l es os c i t ados nas f ontes , ou m esmo
ou t ros que não t i vemos opor tun idade em conhecê- l os , podemos
com conv icção a f i rm ar , que es te não é um t raba lho p ron to e
acabado , e t a l vez s i r va para aque les que possam se i n te ressar
em i nser i r novas pesqu isas ou a té mesmo novos en foques .
No aspecto ao propos to pe lo p ro je to de i n te rvenção do PDE-
2008, o t raba lho poss ib i l i t ou: Le i t u ra e f i cham ento de au to res
c i t ados na f onte ; pesqu i sa o ra l com ex - feb iano e /ou f ami l i a res
dos mesmos morado res de I va i porã e reg ião ; I nserção dos tex tos
p roduz idos para d i scussão e aprofundamento jun to ao Grupo de
T rabal ho em Rede –GTR 2008-2009 ; E labo ração de um Caderno
Tem át i co com o tema; e , p r i nc i pa lmente a Im plem entação
pedagóg i ca do tema j unto ao Cent ro Es tadua l de Educação
Bás i ca para Jovens e Adu l t os de Iva i po rã , com as duas tu rmas
de ens ino médio, uma do pe r íodo vespe r t i no e ou t ra do per íodo
no tu rno , com a par t i c i pação de t r in ta e c i nco a l unos , a l ém da
p resença de vár ios p rof essores da i ns t i t u i ção , rea l i zadas no
p r im ei ro semest re de 2009. Cuja ação se deu com os seguin tes
t rabalhos: apresen tação de f onte f i cc i onal a t ravés do f i lme
A rqui t e tu ra da Des t ru i ção , d i reção de Pe te r Cohen e nar ração de
B runo Ganz. Suéc ia 1992-duração de 121 m inu tos , segu ida de
debate e e l aboração de resenha em grupo; apresentação de
S l i des Mic rosof t Power Po in t de Holocaus to (Amaur i Neto ) ,
Parece Impossíve l (Mi n. Da Educação) e W or l d W ar I I –
European Theater . P re l ude r & november 1942-may 1945 (Com bat
S tudes Ins t i t u te ) , e apresentação e es tudos do Caderno
Tem át i co , a l i ados a im agens d i sponíve is na i n te rne t sobre peças
e ob je tos de uso de f eb i anos expos tos j unto a Museu do
Expedic i onár i o .
2 4
AGR ADECIM ENTOS.
APP-SINDICATO.
Pela a tuação e l u ta na conqui s ta des te n íve l no P lano de Car re i ra .
SEED E GOVERNO.
Empenho, f o rmatação e lega l i zação do PDE.
COORDENAÇÃO E ORIENTAÇÃO.
UEL-Londr i na , e , em espec ia l ao Dr . José Miguel A r i as Neto, pe l a pac iênc ia , perseverança e i n te rvenções na e l abo ração do t rabalho .
COLEGAS.
Parce i ros de t ravess ia , nas opor tunas d i cas e t rocas de exper i ênc i a .
F AMÍLI A E ESCOL A.
Compreensão nas ausênc ias e es t ímulo.
2 5
Artigo apresentado como trabalho final, ao Programa de desenvolvimento Educacional – PDE 2008-SEED-Pr. , Orientação professor Dr. José Miguel Arias Neto, Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina-UEL.
REFERÊNCIAS
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