Imagens da democracia

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IMAGENS DA DEMOCRACIA Luciano Oliveira

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IMAGENS DA DEMOCRACIA

Luciano Oliveira

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OS DH E A ESQUERDA: O ESPANTO Indignação moral da esquerda, “vítima da

guerra suja.” O tema dos direitos humanos associados aos

países ocidentais e ao anti-comunismo, ligado na AL a uma utopia de esquerda

DH como burgueses para os marxistas Anos 1970, o tema dos DH passa a ser

valorizado pela esquerda

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INFORMAÇÕES SOBRE AS VÍTIMAS DO GOULAG Campos de trabalho forçado da ex-União Soviética (URSS), criados

após a Revolução Comunista de 1917 para abrigar criminosos e "inimigos" do Estado. Gulag era uma sigla, em russo, para "Administração Central dos Campos", que se espalhavam por todo o país. Os maiores gulags ficavam em regiões geográficas quase inacessíveis e com condições climáticas extremas. A combinação de isolamento, frio intenso, trabalho pesado, alimentação mínima e condições sanitárias quase inexistentes elevavam as taxas de mortalidade entre os presos. Para se proteger da violência, alguns grupos de presos criaram códigos e leis internas que deram origem aos Vory v Zakone - a máfia russa. A quantidade de campos foi reduzida a partir de 1953, logo após a morte de Stálin - ditador que expandiu o sistema de gulags nos anos 30. Porém, os campos de trabalho forçado para presos políticos duraram até os anos 90.Na época de Stálin, contar piadas sobre o Partido Comunista ou seus membros rendia pena de 25 anos num gulag. Chegar atrasado ao trabalho por quatro vezes dava cana de três anos

O gulag de Kolyma, na Sibéria, era o mais casca-grossa da ex-URSS

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GOULAG Os prisioneiros chegavam de trem. Em seguida, eram despidos e colocados em cubículos - 0,3 m2 para quatro pessoas -

dentro de um alojamento sem teto. Enquanto isso, documentos e pertences eram checados. Boas roupas, objetos de valor e calçados eram confiscados pelos guardas

Além de ficar espremidos, os recém-chegados não tinham acesso a banheiro. Por isso, pisavam em fezes congeladas que não eram retiradas nunca!

O alimento era distribuído de acordo com a produtividade. Isso acelerava a morte dos mais frágeis e mantinha os fortões trabalhando mais. Quem cumpria a meta do dia recebia cerca de 1 kg de alimento, composto de pão, batata e macarrão. De proteína, só uns 20 g de carne, e olhe lá!

Os prisioneiros eram responsáveis por retirar as próprias fezes acumuladas nos banheiros - que ficavam fora dos alojamentos. Além das condições sanitárias precárias, os caras eram infestados de piolhos. Para piorar, havia pouquíssimo investimento em instalações médicas

Era comum guardas e detentos estuprar e abusar de prisioneiras. A situação forçava as mulheres a buscar proteção, muitas vezes se juntando com um homem - os chamados "maridos do campo". As presas que engravidavam iam para um alojamento separado e cuidavam umas das outras

• Crianças nascidas nos gulags iam para orfanatos fora do campo. Na maioria das vezes, a mãe jamais voltava a ver o filho

A jornada de trabalho era de 14 horas diárias. Em Kolyma, o principal trabalho era na mineração de carvão. Apesar de haver picaretas e carrinhos precários para exploração do solo congelado, a maioria dos prisioneiros era obrigada a extrair os minérios com as mãos

Os guardas eram treinados para não sentir empatia pelos presos, enxergando-os como subumanos. A violência era recompensada, e tentativas de fuga eram inaceitáveis. Por isso, qualquer assassinato podia ser justificado com a frase "ele estava tentando escapar"...

Bons camaradasContrariando o ideal socialista, os presos acabavam divididos em classes desiguais Detentos à beira da morte - quase sempre por fome - lembravam o destino de quem não cumprisse a cota de trabalho

diária Criminosos comuns, como assassinos e assaltantes, eram procurados para auxiliar os guardas e intimidar os colegas Grande parte dos prisioneiros era inocente, considerada como oponente do regime pela polícia secreta soviética Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-eram-os-gulags

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DH NA AMÉRICA LATINA Enquanto na Europa o tema dos DH

expressava uma reação ao totalitarismo comunista, na AL ele traduziu uma reação as ditaduras de direita.

Os militantes da esquerda revolucionária dos anos 1960 e 1970, passaram de uma indiferença praticamente total a um ativismo militante.

Nos anos 1980, novos militantes se juntaram a este grupo.

Na AL e, principalmente, no Brasil o tema dos DH parece tipicamente de esquerda.

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MOVIMENTO NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS A luta igualitária liga o MNDH a perspectiva

socialista, mas diferente do modelo leninista de condução das massas.

Ao mesmo tem que defende a sociedade igualitária, valoriza as diferenças étnicas, culturais e políticas.

Não se fala em nome dos interesses do proletariado, mas do povo.

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MNDH Luta pelos direitos socioeconômicos, mas

reivindica valores do liberalismo político. Cultura política brasileira dos anos 1980 é

fortemente marcada pelo tema dos DH. DH – imagem de marca da esquerda Mudança na cultura política brasileira e latino

americana a partir de meados dos anos 1970.

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MOTIVOS Experiência da esquerda brasileira nos

porões do regime militar Crise de mentalidade revolucionária dos anos

1960 – crise do socialismo real. O choque entre os militantes de esquerda e o

Gulag brasileiros.

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MUDANÇA NA CULTURA POLÍTICA DE ESQUERDA Confluência de concepções religiosas,

liberais e marxistas, ecleticamente se misturaram no movimento pelos DH no Brasil e AL.

Frustrações com as experiências do socialismo real.

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DITADURA, TORTURA E DH A irrupção da tortura foi um acontecimento,

do ponto de vista teórico, importante na cultura política de esquerda, pois propiciou uma sensibilidade com relação ao tema dos DH.

Tornou a referência dos DH uma bandeira de luta contra o regime da ditadura militar.

Favoreceu a mobilização pela defesa dos direitos civis e políticos.

Alterou significativamente a cultura política de esquerda.

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MARXISMO E TORTURA História e ética Não é possível considerar os valores fora da

sua historicidade A ética é conduzida por uma classe que

deteria o interesse universal: o proletariado.

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MARXISMO E TORTURA Na prática estes autores reconhecem que

existem limites para o seu historicismo, que existem interditos éticos a ação política, que não podem ser infringidos, nem mesmo em nome das leis do desenvolvimento histórico. A tortura constitui um desses interditos.

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FIM