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IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DINÂMICA DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA Rebecca Laginestra Sinder Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Elétrica. Orientadora: Tatiana Mariano Lessa de Assis Rio de Janeiro Março de 2018

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IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA AVALIAÇÃO

DA SEGURANÇA DINÂMICA DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Rebecca Laginestra Sinder

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Elétrica, COPPE, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre em

Engenharia Elétrica.

Orientadora: Tatiana Mariano Lessa de Assis

Rio de Janeiro

Março de 2018

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IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA AVALIAÇÃO

DA SEGURANÇA DINÂMICA DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Rebecca Laginestra Sinder

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA ELÉTRICA.

Examinada por:

Profª. Tatiana Mariano Lessa de Assis, D.Sc.

Prof. Glauco Nery Taranto, Ph.D.

Prof. João Alberto Passos Filho, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2018

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Sinder, Rebecca Laginestra

Impacto de Limitadores de Sobrexcitação Ativos na

Avaliação da Segurança Dinâmica de Sistemas de Energia

Elétrica / Rebecca Laginestra Sinder - Rio de Janeiro:

UFRJ/COPPE, 2018.

XVII, 102 p.: il.; 29,7 cm.

Orientadora: Tatiana Mariano Lessa de Assis.

Dissertação (mestrado) – UFRJ / COPPE / Programa de

Engenharia Elétrica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 88-90.

1. Limitadores de Sobrexcitação. 2. Segurança Dinâmica. 3.

Estabilidade Transitória. I. Assis, Tatiana Mariano Lessa de. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de

Engenharia Elétrica. III. Título.

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Dedico este trabalho

em memória de Ronaldo e Laura.

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Agradecimentos

À minha mãe Ana Paula por ser meu porto seguro. Obrigada por me mostrar o amor

mais puro e verdadeiro.

À minha orientadora Tatiana por todos os ensinamentos, pelas inúmeras reuniões e,

principalmente, por me mostrar que sou capaz. É sempre um privilégio poder trabalhar

com você.

Aos professores do Programa de Engenharia Elétrica da COPPE por contribuírem

imensamente para a minha formação.

Aos amigos do LASPOT por tornarem essa caminhada mais leve e divertida.

À Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,

CAPES, pelo suporte financeiro.

Finalmente, agradeço a Deus pela saúde, proteção e por me mostrar que o essencial

é invisível aos olhos.

“Education is the most powerful weapon.”

which you can use to change the world.”

Nelson Mandela

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA AVALIAÇÃO

DA SEGURANÇA DINÂMICA DE SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Rebecca Laginestra Sinder

Março/2018

Orientadora: Tatiana Mariano Lessa de Assis

Programa: Engenharia Elétrica

Este trabalho apresenta um estudo sobre o impacto da ativação de limitadores de

sobrexcitação (OELs) na segurança dinâmica de sistemas de energia elétrica. As

análises concentram-se na avaliação da estabilidade transitória, levando em

consideração diferentes modelos de OEL, incluindo o somador e o sobreposição. Para

tanto, o princípio de operação dos limitadores de sobrexcitação é descrito, e seus

modelos detalhados. Inicialmente, a margem de estabilidade transitória para um sistema

Máquina x Barra Infinita é calculada, considerando a presença dos dois tipos de OELs.

Em seguida, o limite de intercâmbio entre duas áreas de um sistema teste é calculado,

mostrando como esse limite pode ser afetado conforme a representação dos OELs.

Posteriormente, demonstra-se o impacto de OELs ativos na região de segurança

dinâmica de um sistema elétrico a partir de uma análise comparativa com o sistema

modificado New England (IEEE 39 Barras). Por fim, a análise de segurança dinâmica é

aplicada a um caso do Sistema Interligado Nacional. Os resultados dos casos analisados

mostraram que a ativação de limitadores de sobrexcitação pode resultar em uma redução

significativa da margem de estabilidade transitória, da capacidade de transferência e,

consequentemente, da região de segurança dinâmica.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

INFLUENCE OF ACTIVE OVEREXCITATION LIMITERS ON POWER SYSTEM

DYNAMIC SECURITY ASSESSMENT

Rebecca Laginestra Sinder

March/2018

Advisor: Tatiana Mariano Lessa de Assis

Department: Electrical Engineering

This work analyzes the influence of overexcitation limiters (OELs) activation on

power system’s dynamic security assessment. The work focuses on transient stability

evaluation, taking into account different OEL models, including the takeover and

summed types. For this purpose, the operating principle of the overexcitation limiters is

described and their models detailed. Initially, the transient stability margin is calculated

considering the two types of OELs. Then, the transfer capacity between two areas of a

test system is analyzed, showing how this limit can be affected according to the OELs

representation. After that, comparative security regions are mapped to the modified

New England system. Finally, the dynamic security analysis is applied to a case of the

Brazilian Interconnected Power System. The results have shown that the activation of

overexcitation limiters can result in a significant reduction in the stability margin,

transfer capability and dynamic security region.

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Sumário

CAPÍTULO 1 1

INTRODUÇÃO 1

1.1 MOTIVAÇÃO 1

1.2 OBJETIVOS 2

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 3

CAPÍTULO 2 4

SEGURANÇA DINÂMICA 4

2.1 DEFINIÇÃO 4

2.2 MARGEM DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA 6

2.3 LIMITE DE INTERCÂMBIO 7

2.4 REGIÃO DE SEGURANÇA 10

2.4.1 CONSTRUÇÃO DA REGIÃO DE SEGURANÇA PELOS PROGRAMAS ANAREDE E ANATEM 10

CAPÍTULO 3 14

LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO 14

3.1 DEFINIÇÃO 14

3.2 LIMITADOR DE SOBREXCITAÇÃO DO TIPO SOMADOR 18

3.3 LIMITADOR DE SOBREXCITAÇÃO DO TIPO SOBREPOSIÇÃO 20

3.3.1 ESQUEMA DE SUBSTITUIÇÃO DE SINAL DE CONTROLE (CSS) 20

3.3.2 ESQUEMA DE SUBSTITUIÇÃO DE SINAL DE ERRO (ESS) 22

3.4 SISTEMA DE EXCITAÇÃO 22

3.5 MODELOS OEL IEEE STD 421.5 23

CAPÍTULO 4 24

CASOS DE ESTUDO 24

4.1 MARGEM DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA 25

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4.2 LIMITE DE INTERCÂMBIO 34

4.2.1 LIMITE DE INTERCÂMBIO ESTÁTICO 34

4.2.2 LIMITE DE INTERCÂMBIO DINÂMICO 39

4.3 REGIÃO DE SEGURANÇA 46

4.3.1 REGIÃO DE SEGURANÇA ESTÁTICA 47

4.3.2 REGIÃO DE SEGURANÇA DINÂMICA 53

4.4 SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL 74

CAPÍTULO 5 85

CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS 85

5.1 CONCLUSÕES 85

5.2 TRABALHOS FUTUROS 87

REFERÊNCIAS 88

APÊNDICE A - SISTEMA MÁQUINA X BARRA INFINITA 91

APÊNDICE B - SISTEMA DUAS ÁREAS 92

DADOS DO SISTEMA 92

LIMITES DE INTERCÂMBIO DINÂMICO 94

APÊNDICE C - SISTEMA MODIFICADO NEW ENGLAND 99

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Lista de Figuras

– Classificação de estabilidade em sistemas de potência .......................................... 5

– Determinação do tempo crítico de eliminação do defeito ..................................... 7

– Intercâmbio entre duas áreas .................................................................................. 8

– Determinação do limite de intercâmbio ................................................................. 9

– Nomograma: Grupo 2 x Grupo 3 .......................................................................... 12

– Curva de capacidade da máquina síncrona ......................................................... 15

– Curva de capacidade térmica do rotor ................................................................. 16

– Curva de capacidade térmica do rotor e temporizador do OEL ....................... 17

– Característica de tempo inverso de um OEL ....................................................... 17

– Representação do sistema de excitação .............................................................. 18

– Limitador de sobrexcitação do tipo somador..................................................... 18

– Limitador de sobrexcitação do tipo sobreposição CSS ..................................... 20

– Limitador de sobrexcitação do tipo sobreposição ESS ..................................... 22

– Sistema Máquina x Barra Infinita ...................................................................... 25

– Sistema de excitação ............................................................................................. 26

– Estabilizador de sistemas de potência (PSS) ...................................................... 26

– Máquina síncrona sobrexcitada .......................................................................... 28

– Corrente de campo da máquina síncrona .......................................................... 29

– Sinal de saída OEL ............................................................................................... 29

– Sinal de controle do sistema de excitação (simulação de 1s) ............................. 30

– Sinal de controle do sistema de excitação ........................................................... 30

– Tensão de campo da máquina síncrona (simulação de 1s) ............................... 31

– Tensão terminal do gerador ................................................................................ 31

– Potência elétrica reativa ....................................................................................... 32

– Avaliação da estabilidade transitória: com e sem OEL ESS ............................ 33

– Sistema duas áreas ................................................................................................ 34

– Caso Base: sistema duas áreas............................................................................. 35

– Intercâmbio de 560 MW: pré-contingência ....................................................... 38

– Intercâmbio de 560 MW: pós-contingência ....................................................... 38

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 560 MW.............................................................. 41

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 390 MW.............................................................. 41

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL ............................................... 42

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS ...................................... 43

– Corrente de campo do gerador G2: intercâmbio de 560 MW .......................... 43

– Tensão terminal do gerador G2: intercâmbio de 560 MW ............................... 44

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– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS ...................................... 44

– Corrente de campo do gerador G2: intercâmbio de 390 MW .......................... 45

– Tensão terminal do gerador G2: intercâmbio de 390 MW ............................... 45

– Sistema New England ........................................................................................... 46

– Sistema New England: ponto de operação inicial .............................................. 48

– Região de segurança estática ............................................................................... 50

– Nomograma de segurança estático: Grupo 1 x Grupo 2 ................................... 50

– Nomograma de segurança estático: Grupo 1 x Grupo 3 ................................... 51

– Nomograma de segurança estático: Grupo 2 x Grupo 3 ................................... 51

– Região de segurança dinâmica OEL Somador .................................................. 54

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 1 x Grupo 2 ....... 55

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 1 x Grupo 3 ....... 55

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 2 x Grupo 3 ....... 56

– Corrente de campo com OEL somador: G5, G6 e G10 .................................... 58

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL somador ............................... 59

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL somador ............................... 60

– Avaliação da estabilidade transitória: limite de segurança estático ................ 60

– Região de segurança dinâmica OEL ESS ........................................................... 61

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 1 x Grupo 2 .............. 62

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 1 x Grupo 3 .............. 62

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 2 x Grupo 3 .............. 63

– Corrente de campo com OEL ESS: G5, G6 e G10 ............................................ 67

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL ESS ....................................... 68

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS ...................................... 68

– Corrente de campo do gerador G5 ..................................................................... 69

– Tensão terminal do gerador G5 .......................................................................... 69

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS ...................................... 70

– Região de segurança dinâmica comparativa ...................................................... 71

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 1 x Grupo 2 ......... 71

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 1 x Grupo 3 ......... 72

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 2 x Grupo 3 ......... 72

– Corrente de campo do gerador G5: limite de segurança .................................. 73

– Tensão terminal do gerador G5: limite de segurança ....................................... 73

– Sistema de transmissão do SIN – Horizonte 2017 [28] ...................................... 74

– Limitador de sobrexcitação de Ibiúna 345 kV ................................................... 75

– Sistema de excitação de Ibiúna 345 kV ............................................................... 75

– Tronco 765 kV: caso mensal outubro de 2017 ................................................... 78

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– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado - 1 minuto .................. 79

– Sinais de controle do OEL: temporizado - 1 minuto ......................................... 79

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado - 1 minuto .............. 80

– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado – 5 segundos .............. 81

– Sinais de controle do OEL: temporizado – 5 segundos ..................................... 81

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado – 5 segundos .......... 82

– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado – 5 segundos .............. 82

– Sinais de controle do OEL: temporizado – 5 segundos ..................................... 83

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado – 5 segundos .......... 83

– Sistema Máquina x Barra Infinita ...................................................................... 91

– Sistema Duas Áreas .............................................................................................. 92

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW.............................................................. 94

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 460 MW.............................................................. 94

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 530 MW.............................................................. 95

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 410 MW.............................................................. 95

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW.............................................................. 96

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 440 MW.............................................................. 96

– G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 450 MW ................................................... 97

– G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 290 MW ................................................... 97

– G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 560 MW ................................................... 97

– G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 220 MW ................................................... 98

– Sistema IEEE 39 Barras New England ............................................................... 99

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Comparação modelos OEL IEEE Std 421.5........................................................ 23

Tabela 2 – Dados do sistema de excitação [2] ........................................................................ 26

Tabela 3 – Dados do PSS [16] .................................................................................................. 27

Tabela 4 – Parâmetros OEL do tipo somador [2] ................................................................. 27

Tabela 5 – Parâmetros OEL do tipo sobreposição [2] .......................................................... 27

Tabela 6 – Tempo crítico de eliminação do defeito ............................................................... 32

Tabela 7 – Geração caso base .................................................................................................. 36

Tabela 8 – Limite de carregamento LT 7-8: intercâmbio de 560 MW ................................ 36

Tabela 9 – Tensão nas barras: intercâmbio de 560 MW ...................................................... 37

Tabela 10 – Geração: intercâmbio 560 MW .......................................................................... 37

Tabela 11 – Limite de intercâmbio dinâmico ......................................................................... 39

Tabela 12 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 560 MW ............................................................. 42

Tabela 13 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 390 MW ............................................................. 42

Tabela 14 – Potência equivalente dos geradores ................................................................... 47

Tabela 15 – Grupos de geração ............................................................................................... 47

Tabela 16 – Dados de geração: ponto de operação inicial .................................................... 48

Tabela 17 – Limite de segurança estático ............................................................................... 52

Tabela 18 – Corrente de campo G5, G6 e G10 ...................................................................... 53

Tabela 19 – Limite de segurança dinâmico: com e sem OEL somador ............................... 57

Tabela 20 – Análise comparativa: Grupo 3 ........................................................................... 58

Tabela 21 – Limite de segurança dinâmico: sem OEL ESS ................................................. 64

Tabela 22 – Limite de segurança dinâmico: com OEL ESS ................................................. 65

Tabela 23 – Análise comparativa: Grupo 3 ........................................................................... 66

Tabela 24 – Parâmetros máquina síncrona ............................................................................ 91

Tabela 25 – Parâmetros máquina síncrona ............................................................................ 92

Tabela 26 – Dados do Sistema Duas Áreas ............................................................................ 93

Tabela 27 – Dados de carga do sistema duas áreas ............................................................... 93

Tabela 28 – Dados bancos de capacitores do sistema duas áreas ......................................... 93

Tabela 29 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW ............................................................. 94

Tabela 30 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 460 MW ............................................................. 94

Tabela 31 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 530 MW ............................................................. 95

Tabela 32 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 410 MW ............................................................. 95

Tabela 33 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW ............................................................. 96

Tabela 34 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 440 MW ............................................................. 96

Tabela 35 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 450 MW .................................................. 97

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xiv

Tabela 36 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 290 MW .................................................. 97

Tabela 37 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 560 MW .................................................. 98

Tabela 38 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 220 MW .................................................. 98

Tabela 39 – Parâmetros máquina síncrona .......................................................................... 100

Tabela 40 – Dados das linhas de transmissão do sistema New England ............................ 100

Tabela 41 – Dados dos transformadores do sistema New England .................................... 101

Tabela 42 – Dados de carga do sistema New England ......................................................... 102

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Lista de Siglas e Abreviaturas

ANAREDE Programa de Análise de Redes

ANATEM Programa de Análise de Transitórios Eletromecânicos

AVR Automatic Voltage Regulator

CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

CSS Esquema de Substituição de Sinal de Controle

ESS Esquema de Substituição de Sinal de Erro

FPO Fluxo de Potência Ótimo

IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers

LT Linha de Transmissão

OEL Overexcitation Limiters

ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PI Controlador proporcional e integral

PID Controlador proporcional, integral e derivativo

PSS Power System Stabilizer

SIME Single Machine Equivalent

SIN Sistema Interligado Nacional

WECC Western Electricity Coordinating Council

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Lista de Símbolos

Ifd Corrente de campo

Ifdlim Limite do OEL

Ifdnominal Corrente de campo nominal

Efd Tensão de campo

EMAX Limite dinâmico superior da excitatriz

EMIN Limite dinâmico inferior da excitatriz

Iinseguro Intercâmbio estático inseguro

Iseguro Intercâmbio estático seguro

K1 Limite dinâmico inferior do temporizador do OEL

somador

K2 Limite dinâmico superior do temporizador do OEL

somador

Kr Coeficiente de não operação do OEL do tipo Somador

KA Constante proporcional do AVR

KE Constante proporcional da excitatriz

Ks Ganho do PSS

L1 Limite dinâmico inferior do temporizador do OEL

sobreposição

M Limite inferior de banda morta do OEL

Qt Potência reativa da máquina

S1 Coeficiente de ramp-up/ramp-down do OEL

T1 Constante de tempo de compensação (avanço) do

numerador do PSS

T2 Constante de tempo de compensação (atraso) do

denominador do PSS

TA Constante de tempo do AVR

TE Constante de tempo da excitatriz

te Tempo de eliminação do defeito

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xvii

te estável Duração do defeito de uma simulação estável

te instável Duração do defeito de uma simulação instável

Tx Constante de tempo do controlador integral do OEL

TW Constante de tempo do bloco washout do PSS

VAVR Sinal de saída do AVR

VMAX Limite estático superior do PSS

VMIN Limite estático inferior do PSS

VOEL Sinal de saída do OEL

VPSS Sinal de saída do PSS

Vref Tensão de referência do AVR

Vt Tensão terminal da máquina

X2 Sinal de entrada do temporizador do OEL

X3 Sinal de saída do bloco seletor do OEL

Xt Sinal de saída do temporizador do OEL

δ Tolerância do intercâmbio entre áreas

ε Tolerância do tempo crítico

θ Ângulo de transferência de potência

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1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Motivação

Atualmente, os sistemas de potência enfrentam inúmeros desafios operacionais.

O aumento da demanda, a conexão de fontes renováveis intermitentes e a limitação de

investimentos na rede de transmissão tornam o sistema cada vez mais estressado e

menos previsível [1]. A operação de sistemas de potência sob condições estressadas

pode levar alguns de seus dispositivos a trabalharem nos seus limites operacionais. É o

caso, por exemplo, dos limitadores de sobrexcitação (OELs – Overexcitation Limiters)

[2], fundamentais para manter os geradores síncronos em condições seguras de operação

[3].

Os limitadores de sobrexcitação são, em geral, dispositivos de dinâmica lenta,

utilizados para restringir a corrente de campo de máquinas síncronas de forma a mantê-

la dentro dos limites operacionais definidos pela sua curva de capacidade [4]. Ao

restringir a corrente de campo de um gerador sobrexcitado, a ativação do OEL reduz o

Page 19: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

2

fornecimento de potência reativa, podendo levar o sistema a um colapso da tensão [5]

[6].

Dessa forma, os estudos envolvendo a operação dos limitadores de sobrexcitação

estão concentrados, principalmente, em análises de estabilidade de tensão de longo

prazo [2]. Entretanto, a evolução das variáveis de longo prazo pode acarretar em uma

redução das margens de segurança associadas à instabilidade de curto prazo,

especialmente quando os limites operativos são violados [6]. Nesse caso, um sistema

com limitadores de sobrexcitação ativos, que tem sua capacidade de controle de tensão

reduzida, torna-se mais propício a uma instabilidade transitória no caso de uma

perturbação na rede [6].

Em estudos de estabilidade angular, a inclusão da dinâmica dos OELs é importante

para obter corretamente a margem de estabilidade de sistemas sob condições de

operação estressada. Entretanto, frequentemente, a operação dos limitadores do sistema

de excitação não é considerada em estudos de planejamento, podendo levar a uma

avaliação incorreta da segurança dinâmica dos sistemas de potência [7].

A importância da modelagem dos OELs na margem de estabilidade transitória,

principalmente em sistemas sob condições estressadas, já foi comprovada em [2], [6] e

[7]. Contudo, a investigação da influência desses limitadores na capacidade de

transferência de potência e nas regiões de segurança dinâmica ainda não foi explorada.

1.2 Objetivos

O objetivo principal deste trabalho é analisar o impacto da ativação dos limitadores

de sobrexcitação na segurança dinâmica de sistemas de potência. Dentre os aspectos da

segurança dinâmica avaliados, destacam-se a margem de estabilidade transitória, a

capacidade de transferência de potência entre áreas e a avaliação de regiões de

segurança. De forma a embasar as análises realizadas, também é objetivo do trabalho

discorrer sobre esses aspectos, assim como apresentar diferentes tipos de modelos

utilizados na representação dos limitadores de sobrexcitação de máquinas síncronas.

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3

1.3 Estrutura da Dissertação

Este trabalho está dividido em cinco capítulos. No Capítulo 2, apresenta-se uma

breve revisão sobre segurança dinâmica, expressa pela margem de estabilidade

transitória, limites de intercâmbio entre áreas e regiões de segurança.

No Capítulo 3, o princípio de operação dos limitadores de sobrexcitação é descrito,

assim como seus diferentes tipos e modelos. Nesse capítulo, também é realizada uma

análise comparativa dos modelos de limitadores de sobrexcitação presentes na norma

421.5 do IEEE.

No Capítulo 4, são mostrados os resultados das análises do impacto dos limitadores

de sobrexcitação ativos na segurança dinâmica para sistemas de pequeno porte e para o

Sistema Interligado Nacional (SIN).

Por fim, no Capítulo 5, são apresentadas as conclusões obtidas dos estudos de

segurança dinâmica realizados, assim como as sugestões para trabalhos futuros.

Parte dos resultados dessa dissertação está apresentada no artigo “Influence of Active

Overexcitation Limiters on Power System Transfer Capability”, aceito para publicação

no VII Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos – SBSE 2018 [8].

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4

CAPÍTULO 2

SEGURANÇA DINÂMICA

2.1 Definição

Nos sistemas de energia elétrica, o termo “segurança” refere-se à robustez do

sistema e sua capacidade de sobreviver a possíveis perturbações sem prejuízo aos

consumidores e aos equipamentos. Dessa forma, um sistema é dito seguro quando os

critérios operacionais são respeitados nos pontos de operação pré e pós-contingência

[1].

Nesse contexto, a análise de segurança determina se o sistema satisfaz ou não a um

conjunto de critérios, tanto no período transitório quanto em regime permanente,

considerando a ocorrência de possíveis contingências. Usualmente, a análise de

segurança é dividida em duas categorias:

o Análise de segurança estática;

o Análise de segurança dinâmica.

A análise de segurança estática é geralmente realizada através do cálculo do fluxo

de potência, avaliando se os pontos de operação pré e pós-contingência atendem aos

Page 22: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

5

limites de tensão nas barras e aos limites térmicos dos circuitos [1]. Por outro lado, a

análise de segurança dinâmica avalia critérios dinâmicos relacionados a diferentes

aspectos da estabilidade de sistemas de potência, como a estabilidade angular, de

frequência e de tensão, conforme ilustrado na Figura 1 [4].

– Classificação de estabilidade em sistemas de potência

A estabilidade angular refere-se à capacidade das máquinas síncronas de

permanecerem em sincronismo, após o sistema de potência sofrer uma perturbação [4].

O estudo de estabilidade angular envolve a análise das oscilações eletromecânicas

inerentes aos sistemas de potência, podendo ser dividido em duas categorias:

o Estabilidade a pequenos sinais;

o Estabilidade transitória.

A estabilidade a pequenos sinais refere-se à capacidade do sistema de potência de se

manter em sincronismo, quando submetido a uma pequena perturbação, como pequenas

variações de carga e geração [4]. A instabilidade a pequenos sinais é, geralmente, um

problema relacionado ao amortecimento insuficiente de oscilações eletromecânicas.

A estabilidade transitória, por sua vez, refere-se à capacidade do sistema de potência

de manter o sincronismo das máquinas síncronas a ele conectadas, quando submetido a

uma grande perturbação, como um curto-circuito ou perda de uma linha de transmissão

[4]. A resposta do sistema envolve grandes excursões dos ângulos dos rotores das

máquinas, influenciadas pela relação não linear entre a potência e o ângulo do rotor.

Neste trabalho, a avaliação da estabilidade tem como foco na análise de estabilidade

angular transitória, sendo abordados os seguintes aspectos: o cálculo da margem de

estabilidade transitória, a determinação de limites de intercâmbio entre áreas e ainda a

Estabilidade de Sistemas de Potência

Estabilidade Angular Estabilidade de tensãoEstabilidade de Frequência

Estabilidade a Pequenos Sinais

Estabilidade Transitória

Estabilidade a Grandes

Perturbações

Estabilidade a Pequenas

Perturbações

Page 23: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

6

construção de regiões de segurança para diferentes perfis de despacho de geração. As

seções seguintes trazem uma breve revisão sobre essas formas de análise.

2.2 Margem de Estabilidade Transitória

A margem de estabilidade transitória é um conceito importante associado à

segurança dinâmica de sistemas de potência. Normalmente, seu cálculo é realizado

através de simulações no domínio do tempo, que se baseiam na determinação do tempo

crítico, correspondente ao tempo máximo de permanência do defeito que garante a

estabilidade do sistema [9]. Métodos diretos, baseados em funções de energia, como,

por exemplo, o Método das Áreas Iguais Estendido (Extended Equal Area Criterion)

[9], também são capazes de avaliar a margem de estabilidade transitória, porém sem a

necessidade da integração numérica. Métodos híbridos, por sua vez, combinam as

vantagens da simulação no domínio do tempo e dos métodos diretos, como, por

exemplo, o Método SIME (SIngle Machine Equivalent) [9].

Neste trabalho, a margem de estabilidade transitória é obtida pelo cálculo do tempo

crítico de eliminação do defeito, utilizando um programa de simulação de transitórios

eletromecânicos no domínio do tempo que fornece a dinâmica do sistema para as

configurações de falta e pós-falta. A perda de sincronismo é avaliada pelo desvio dos

ângulos e velocidades dos rotores das máquinas [9].

A Figura 2 ilustra a metodologia para determinação do tempo crítico. De posse do

caso base, a análise dinâmica é realizada, verificando a capacidade do sistema de se

manter transitoriamente estável após uma perturbação selecionada. Inicialmente, um

determinado tempo de eliminação do defeito (te) é arbitrado. Se a contingência provocar

a instabilidade do sistema, o valor do tempo de eliminação do defeito é reduzido e uma

nova análise de desempenho dinâmico é realizada. Sucessivas simulações são realizadas

até que diferença entre a duração do defeito de uma simulação instável (te instável) para

uma simulação estável (te estável) seja inferior a uma determinada tolerância (ε) [9]. Neste

trabalho, adotou-se uma tolerância de 1 ms. No diagrama da Figura 2, os blocos de

redução e aumento do tempo de eliminação do defeito utilizam um passo

correspondente à metade do intervalo entre o valor atual e o valor imediatamente

anterior de te.

Page 24: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

7

– Determinação do tempo crítico de eliminação do defeito

2.3 Limite de Intercâmbio

Outro conceito importante associado à segurança de sistemas de potência é o limite

de intercâmbio ou a capacidade de transferência de potência entre duas áreas [10],

conforme ilustra a Figura 3. A área ou subsistema exportador funciona como “fonte”,

enviando potência para a área ou subsistema importador (“carga”). O valor do

intercâmbio é dado pela soma dos fluxos nas linhas de conexão, medida no limite entre

as duas áreas. Para o cálculo do limite de intercâmbio seguro, análises de segurança

estática e dinâmica devem ser realizadas, levando em consideração a ocorrência de

possíveis contingências [11].

SIM

NÃO

SIM

NÃO

Início

Tempo de eliminação do defeito (te)

Contingência Analisada

Caso Base

Reduzir te

Fim

Análise de Estabilidade Transitória

Estável?

te instável – te estável < ε

Tempo crítico = te estável

Aumentar te

Page 25: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

8

– Intercâmbio entre duas áreas

A determinação do limite de intercâmbio entre áreas pode ser realizada de forma

manual, através do aumento sucessivo do fluxo de potência da área exportadora para a

área importadora, até que algum critério de segurança seja violado, ou, utilizando

ferramentas de otimização, tais como o Fluxo de Potência Ótimo (FPO) [12] [13] [14].

Neste trabalho, o cálculo do limite de intercâmbio entre áreas é realizado de forma

manual, seguindo a metodologia apresentada na Figura 4. O cálculo tem início na

análise estática realizando, a partir de um caso base, um aumento gradativo da geração

na área exportadora e redução na área importadora. A cada redespacho de geração, o

caso é analisado na sua forma íntegra e em contingência, avaliando os seguintes limites

estáticos: tensões e carregamento de circuitos. Sucessivas simulações são realizadas até

que diferença entre o valor do intercâmbio estático inseguro (Iinseguro) para o intercâmbio

seguro (Iseguro) seja menor ou igual a uma determinada tolerância (δ). Neste trabalho,

adotou-se uma tolerância de 10 MW. No diagrama da Figura 4, os blocos de redução e

aumento do intercâmbio utilizam um passo correspondente à metade do intervalo entre

o valor atual e o valor imediatamente anterior de I.

De posse do limite de intercâmbio estático, a análise dinâmica é realizada através de

simulações no domínio do tempo, verificando a capacidade do sistema de se manter

transitoriamente estável e atingir um novo ponto de equilíbrio após a perturbação. Se

uma contingência provocar a instabilidade transitória do sistema, considera-se o ponto

de operação dinamicamente inseguro, reduzindo o valor do intercâmbio para uma nova

análise de desempenho dinâmico. Essa metodologia é repetida até que se encontre o

máximo valor de intercâmbio que não viole as restrições estáticas e dinâmicas do

sistema.

Subsistema Exportador

“Fonte”

Conjunto de linhas de interligação

Subsistema Importador

“Carga”

Page 26: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

9

– Determinação do limite de intercâmbio

Início

Redespacho de Geração

Fim

Lista de Contingências

Fluxo de Potência para Rede Completa e Rede Alterada

Caso Base

Estaticamente Seguro?

Reduzir Intercâmbio

Análise de Estabilidade Transitória

Aumentar Intercâmbio I inseguro – Iseguro δ

Lista de Contingências

Dinamicamente Seguro?

Limite de Intercâmbio Estático

Reduzir Intercâmbio

SIM

NÃO

SIM

NÃO

NÃO

SIM

Page 27: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

10

2.4 Região de Segurança

Outro conceito importante associado à segurança de sistemas de potência é a

construção de regiões de segurança [1]. As regiões de segurança são gráficos que

relacionam a geração de potência ativa de áreas do sistema, indicando as possíveis

configurações seguras de transferência de potência para diferentes condições de

operação pré e pós-contingência. Através dessas regiões, o operador é capaz de

identificar se o sistema se encontra em uma condição de operação segura, observando a

distância entre o ponto de operação e os limites de segurança estáticos ou dinâmicos,

que podem incluir [1]:

o Limite de tensão (regime permanente e transitória);

o Limite de carregamento de circuitos;

o Limite de potência reativa das máquinas síncronas;

o Limite de geração de potência ativa das máquinas síncronas;

o Limite de estabilidade transitória;

o Limite de estabilidade a pequenos sinais;

o Limite de estabilidade de tensão;

o Limite de estabilidade de frequência;

o Outros.

A seção seguinte traz uma breve revisão sobre a construção da região de segurança

estática e dinâmica implementada no programa de análises de rede ANAREDE [15] em

conjunto com o programa de análise de transitórios eletromecânicos ANATEM [16],

ambos desenvolvidos pelos CEPEL.

2.4.1 Construção da Região de Segurança pelos Programas ANAREDE e ANATEM

A construção da região de segurança inicia-se pela definição de três grupos de

geração, denominados Grupo 1, Grupo 2 e Grupo 3, onde um dos grupos funciona como

um grupo de folga, responsável pelo equilíbrio entre a carga e a geração do sistema

[17]. Após a definição dos três grupos de geração, determina-se o número de direções

de transferência de potência ativa e o passo percentual de transferência de potência [17].

Cada direção de transferência de potência é definida por um ângulo de transferência (θ)

que determina a geração em cada grupo para um determinado redespacho [18]. Quanto

maior o número de direções de transferência de potência analisadas, maior a precisão da

Page 28: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

11

região de segurança, porém maior o esforço computacional e o tempo de processamento

[19].

Para um ponto de operação inicial, o processo de transferência de potência inicia-se

pelo redespacho dos grupos de geração, considerando o passo percentual de incremento

de potência ativa, mantendo a carga do sistema constante. Para cada ponto de operação

gerado ao longo das direções de transferência de potência, o sistema é avaliado na sua

forma íntegra e em contingência, considerando os seguintes critérios estáticos [15]:

o Limite de tensão: valor de tensão, de cada barra monitorada, dentro dos

limites especificados;

o Limite de Mvar: limite de geração de potência reativa das máquinas

síncronas;

o Limite térmico: limite de carregamento dos circuitos (linhas de transmissão e

transformadores);

o Limite de MW: limite de geração de potência ativa das máquinas síncronas

pertencentes aos grupos de geração;

o Limite de segurança: existência de solução do fluxo de potência no ponto de

operação.

Este processo é realizado de forma automática até que a capacidade máxima de

geração de potência ativa de um dos grupos de geração seja atingida ou o caso deixe de

convergir [17]. Como resultado um gráfico tridimensional é traçado, relacionando a

geração de potência ativa em cada grupo, limitado pelos critérios de segurança. Ao final

são gerados três nomogramas referentes às projeções ortogonais em um dos planos da

região de segurança para cada par de grupos de geradores [19]. Cada eixo representa a

geração de potência ativa de um dos grupos.

A título de ilustração, a Figura 5 apresenta um nomograma que relaciona a geração

de potência ativa do Grupo 2 e Grupo 3, destacando-se o ponto de operação inicial e sua

distância, em uma das direções definidas, até o limite de segurança, com o seu

respectivo ângulo de transferência de potência.

Page 29: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

12

– Nomograma: Grupo 2 x Grupo 3

Além da análise estática, a região de segurança dinâmica pode ser traçada através de

estudos de transitórios eletromecânicos para os pontos de operação gerados ao longo

das direções de transferência de potência, levando em consideração possíveis

contingências. Na análise dinâmica, o sistema é avaliando tanto em regime permanente

(ponto de operação inicial e todos os pontos após 10 segundos da aplicação do último

evento), quanto durante o período transitório (todos os pontos, durante 10 segundos,

após a aplicação do último evento), considerando os seguintes critérios [16]:

o Limite de subtensão e sobretensão (regime permanente): valor de tensão, de

cada barra monitorada, dentro dos limites de emergência especificados;

o Afundamento de tensão (regime permanente): compara-se o valor de tensão,

de cada barra monitorada, ao valor de tensão ponto pré-contingência

decrescido de 0,1 p.u.;

o Diferença entre picos de tensão (regime permanente): diferença entre picos

de tensão, de cada barra monitorada, superior a 2%;

o Limite de tensão (transitório): valor do primeiro mínimo de tensão, de cada

barra monitorada, superior a 0,6 p.u. e demais oscilações, superior a 0,8 p.u.;

o Limite de Mvar: limite de geração de potência reativa das máquinas

síncronas;

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 2 [MW]

θ

0o

Limite de Segurança Ponto de Operação Inicial Passo de Transferência

Direções de Transferência de Potência

Page 30: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

13

o Limite térmico: limite de carregamento dos circuitos dentro dos limites de

emergência especificados;

o Limite de segurança: análise da estabilidade transitória, considerando o

sistema transitoriamente instável quando os ângulos dos rotores das

máquinas síncronas atingem uma abertura angular de 1000 graus.

Page 31: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

14

CAPÍTULO 3

LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO

3.1 Definição

O limitador de sobrexcitação (OEL) é um dispositivo que protege o enrolamento de

campo das máquinas síncronas contra o superaquecimento provocado por correntes

elevadas [20]. Sempre que a corrente de campo exceder os níveis aceitáveis, o OEL

deve atuar para trazê-la de volta à faixa segura.

Os limites operacionais do gerador síncrono são definidos pela sua curva de

capacidade [4] [21], exemplificada na Figura 6. A parte superior da curva representa o

limite de sobrexcitação correspondente à capacidade de condução de corrente no

enrolamento de campo do gerador. Limitando a corrente de campo, esse limite restringe

a potência reativa que a máquina fornece ao sistema.

De acordo com o padrão IEEE Std. C37.102 [22], o enrolamento de campo pode

operar continuamente com uma corrente igual ou inferior à nominal, que corresponde à

corrente de campo quando a máquina opera com potência, fator de potência e tensão

nominais. Porém, para fatores de potência menores do que o nominal, a potência

Page 32: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

15

fornecida pelo gerador deve ser reduzida para que a corrente de campo seja mantida

dentro dos seus limites operacionais.

– Curva de capacidade da máquina síncrona

Em condições de operação anormais, como curtos-circuitos e outros distúrbios no

sistema, o limite de sobrexcitação da máquina síncrona pode ser violado por um curto

período de tempo definido pelo padrão IEEE Std C50.13 [21]. A capacidade térmica de

sobrecarga de curta duração do rotor é dada pela corrente de campo admissível em

função do tempo, de acordo com (1) [21]. A Figura 7 apresenta a curva de capacidade

térmica de máquinas síncronas de rotor cilíndrico.

Ifd = √33,75

t+ 1 (1) .

Sendo:

Ifd: corrente de campo em p.u. da corrente de campo nominal

t: tempo em segundos

P [p.u.]

Q [p.u.]

0

OperaçãoSobrexcitada

Operação Subexcitada

Limite da corrente de campo

Limite da corrente de armadura

Limite do núcleo de ferro ao final do estator

Page 33: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

16

– Curva de capacidade térmica do rotor

A ativação do OEL se dá a partir da comparação do valor da corrente de campo com

o valor limite, baseado na curva de capacidade térmica do enrolamento de campo do

gerador. Sempre que a corrente de campo exceder os níveis aceitáveis, o OEL deve agir

para trazê-la para dentro da faixa permitida.

A ação do OEL pode se dar imediatamente após a violação do limite máximo de

corrente de campo ou após um determinado período de tempo, dependendo da

classificação do limitador, que pode ser instantâneo, de tempo definido ou de tempo

inverso. Os limitadores de sobrexcitação instantâneos atuam assim que o limite da

corrente de campo é violado. Os limitadores de tempo definido são ativados quando a

corrente de campo excede o seu limite, após um intervalo de tempo pré-determinado.

Por outro lado, o princípio de operação do OEL de tempo inverso é baseado na curva de

capacidade térmica do rotor, conforme exemplificado na Figura 8 [4]. Nesse caso,

quanto maior a violação do limite de corrente, mais rápida será a ação do OEL.

Comumente, os limitadores de sobrexcitação funcionam com uma caraterística

composta, onde há uma unidade de tempo inverso atuando em conjunto com uma

unidade instantânea [20]. A Figura 9 exemplifica um OEL de característica composta.

Nesse exemplo, se a corrente de campo estiver abaixo de 105% da corrente de campo

nominal, o limitador fica inativo. Ou seja, tolera-se 5% de sobrecorrente no circuito de

campo continuamente. Por outro lado, se a corrente estiver entre 105% e 160%, o

limitador atua de forma a levar a corrente para o limite contínuo de 105%. Nessa faixa,

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

2.0

2.2

0 20 40 60 80 100 120 140

Ifd

[p

.u. d

e If

dn

om

inal

]

Tempo [s]

Page 34: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

17

a atuação é temporizada, sendo que o atraso depende do valor da corrente de campo e da

configuração do OEL [23]. Finalmente, se a corrente de campo exceder 160% do seu

valor nominal, o limitador atua instantaneamente, reduzindo a corrente para o limite

contínuo de 105%.

– Curva de capacidade térmica do rotor e temporizador do OEL

– Característica de tempo inverso de um OEL

Uma vez ativado, o limitador produzirá um sinal que terá impacto no sistema de

excitação do gerador. Dependendo da maneira de como esse sinal é adicionado ao

sistema de excitação, o OEL é classificado em dois tipos [5]:

o Limitador de Sobrexcitação do Tipo Somador;

o Limitador de Sobrexcitação do Tipo Sobreposição.

1.0

1.2

1.4

1.6

1.8

2.0

2.2

0 20 40 60 80 100 120 140

Ifd

[p

.u. d

e If

dn

om

inal

]

Tempo [s]

Capacidade térmica do rotor

Temporizador

1,60 x Ifd nominal

Ifd [p.u.]

Tempo [s]

1,05 x Ifd nominal

T0

Page 35: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

18

A representação do sistema de excitação de um gerador síncrono sob influência dos

sinais do OEL do tipo somador e do tipo sobreposição está mostrada na Figura 10. Nos

dois casos, o OEL recebe como entrada a corrente de campo do gerador. Os tipos de

limitadores de sobrexcitação serão descritos detalhadamente nas próximas seções.

– Representação do sistema de excitação

3.2 Limitador de Sobrexcitação do Tipo Somador

No limitador de sobrexcitação do tipo somador, o sinal de saída do OEL (VOEL) é

adicionado ao somador do regulador de tensão (AVR – Automatic Voltage Regulator),

conforme ilustrado na Figura 10. Note-se que esse sinal (VOEL) entra no somador do

AVR de forma subtrativa, produzindo um efeito equivalente à redução da tensão de

referência do regulador (Vref) [5]. Além do sinal do OEL, o sinal do AVR é

influenciado pela tensão terminal da máquina (Vt) e pelo sinal do estabilizador de

sistema de potência (PSS – Power System Stabilizer) (Vpss). Em condições normais de

operação, a saída do OEL é nula e não há impacto na regulação de tensão. Por outro

lado, quando o limitador está ativo, o seu sinal tem o efeito de reduzir a tensão de

referência do AVR, forçando dinamicamente a corrente de campo para o seu limite [6].

– Limitador de sobrexcitação do tipo somador

OEL

AVR Excitatriz

Gerador

Vref

Vt

VOELIfd

--

+

Vpss

+Min

Campo ArmaduraVOEL

Somador Sobreposição

Vt

Page 36: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

19

A Figura 11 detalha a representação do OEL tipo somador utilizada nesse trabalho.

Note-se que o limitador é modelado por um controlador integral de corrente de campo

(Bloco #2 da Figura 11) como seu temporizador (Bloco #1 da Figura 11). A operação

do limitador de sobrexcitação do tipo somador inicia-se pela comparação da corrente de

campo da máquina (Ifd) com o limite do OEL (Ifdlim). Essa diferença (X1) é

responsável pela ativação do limitador de sobrexcitação. Em condições normais de

operação, o sinal de saída do temporizador (Xt) corresponde ao seu limite inferior

negativo (-K1), tal que o bloco seletor fica na posição inferior, produzindo um sinal de

saída negativo (X3 = -Kr). Assim, a saída do OEL (VOEL) permanece nula, pois o seu

bloco de controle ficará limitado em zero, não impactando na regulação de tensão da

máquina.

Quando o limite de sobrexcitação é violado, a corrente de campo possui um valor

superior ao limite do OEL. Assim, a diferença X1 torna-se positiva, aumentando o valor

da saída do temporizador (Xt). Assim que o sinal de saída do temporizador torna-se

maior ou igual a zero, o bloco seletor passa para a posição superior, ativando o OEL. Ao

ser ativado, o sinal de saída do OEL (VOEL) aumenta e é subtraído do bloco somador do

AVR, reduzindo a corrente de campo da máquina até o seu limite, de acordo com (2) .

VOEL = 1

sTx . (Ifd − Ifdlim) (2) .

A operação do limitador de sobrexcitação do tipo somador da Figura 11 pode ser

descrita pelas seguintes equações:

X1 = Ifd − Ifdlim (3) .

X2 = S1. X1 (4) .

Xt = {0, se (Xt = K2 e X2 ≥ 0)0, se (Xt = K1 e X2 < 0)X1. S1, caso contrário

(5) .

X3 = {X1, se Xt ≥ 0−Kr, se Xt < 0

(6) .

VOEL = {1

Tx. X1, se X1 > 0

0, se X1 ≤ 0 (7) .

Page 37: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

20

3.3 Limitador de Sobrexcitação do Tipo Sobreposição

No caso do limitador do tipo sobreposição, a sua ativação resulta na substituição do

sinal do regulador de tensão pelo sinal do OEL, conforme ilustra a Figura 10. Isso

significa que o limitador irá controlar diretamente a excitatriz da máquina síncrona [5].

Como consequência, o sinal do estabilizador de sistema de potência (Vpss) torna-se

inativo, podendo reduzir substancialmente o amortecimento das oscilações

eletromecânicas [6]. O limitador do tipo sobreposição pode funcionar conforme os

seguintes esquemas, que serão detalhados nas próximas seções:

o Esquema de Substituição de Sinal de Controle (CSS);

o Esquema de Substituição de Sinal de Erro (ESS).

3.3.1 Esquema de Substituição de Sinal de Controle (CSS)

O modelo do limitador de sobrexcitação do tipo CSS está apresentado na Figura 12.

O temporizador é representado por um integrador cuja entrada (X2) depende da

diferença entre a corrente de campo (Ifd) e o seu limite (Ifdlim). O OEL será ativado

quando essa diferença (X1) for maior do que zero, deixando de limitar a corrente de

campo quando a diferença for inferior ao limite inferior de banda morta (M) [2] [20].

Caso essa diferença esteja dentro do intervalo [M, 0] de banda morta, o sinal de entrada

(X2) no temporizador será nulo, para evitar a ocorrência de ciclo limite [24] [25].

– Limitador de sobrexcitação do tipo sobreposição CSS

Page 38: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

21

Em condições normais de operação, o sinal de saída do temporizador (Xt)

corresponde ao seu limite inferior negativo (-L1), tal que o bloco seletor fica na posição

inferior, igualando seu sinal de saída ao sinal de saída do AVR (X3 = VAVR). Dessa

forma, a saída do OEL (VOEL) permanece nula, pois o seu bloco de controle ficará

limitado em zero, não alterando a regulação de tensão da máquina.

Quando o limite de sobrexcitação é violado, a corrente de campo possui um valor

superior ao limite do OEL. Assim, a diferença X1 torna-se positiva, igualando-se ao

sinal de entrada do temporizador (X2) e, consequentemente, aumentando o valor da

saída do temporizador (Xt). Assim que o sinal de saída do temporizador torna-se maior

ou igual a zero, o bloco seletor passa para a posição superior, selecionando o sinal do

OEL (X3 = VOEL). O bloco de mínimo garante que o OEL controle a excitatriz,

reduzindo a excitação da máquina síncrona e sua corrente de campo em relação ao seu

limite contínuo, de acordo com (2) . Dessa forma, o gerador muda o modo de controle,

deixando de controlar a tensão e passando a controlar a corrente de campo.

Vale ressaltar que, se a corrente de campo estiver limitada, mas as condições de

operação exigirem menos excitação, o bloco de mínimo garantirá o retorno automático

para o modo de controle de tensão.

A operação do limitador de sobrexcitação do tipo sobreposição CSS da Figura 12,

pode ser descrita pelas seguintes equações:

X1 = Ifd − Ifdlim (8) .

Xt = X2 = {−1, se X1 < M 0, se M ≤ X1 ≤ 0 X1, se X1 > 0

(9) .

X3 = {−VOEL, se Xt ≥ 0 VAVR, se Xt < 0

(10) .

VOEL = {

1

Tx. X1, se X1 > 0

0, se X1 ≤ 0 (11) .

VAVR = G(s). (Vref − Vt + Vpss) (12) .

Page 39: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

22

3.3.2 Esquema de Substituição de Sinal de Erro (ESS)

O princípio de operação do OEL do tipo ESS é baseado na mesma lógica de atuação

do OEL CSS. Entretanto, no esquema ESS, o OEL e o AVR possuem blocos de

controle idênticos [5], conforme apresentado na Figura 13. Portanto, no limitador ESS,

a função de controle do OEL é substituída pela função de controle do próprio regulador

de tensão G(s), conforme (13) .

– Limitador de sobrexcitação do tipo sobreposição ESS

VOEL = G(s). (Ifd − Ifdlim) (13) .

3.4 Sistema de Excitação

O sistema de excitação da máquina síncrona é formado por um regulador de tensão

(AVR) e uma excitatriz, conforme mostrado na Figura 10. Para garantir um bom

funcionamento do sistema, o regulador de tensão deve ser compatível com o tipo de

limitador de sobrexcitação a ele associado [26]. Portanto, seguindo a modelagem

proposta em [26], para as análises com o OEL do tipo somador, deve-se considerar um

sistema de excitação de corrente contínua rotativo do tipo IEEE DC1C [20]. Por outro

lado, para as análises com OEL do tipo sobreposição, deve-se adotar um regulador de

tensão estático do tipo IEEE ST1C [20].

Page 40: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

23

3.5 Modelos OEL IEEE Std 421.5

Seguindo a classificação dos limitadores de sobrexcitação apresentada na Seção 3.2,

o padrão IEEE Std 421.5 [20] descreve diferentes modelos de OELs adequados para os

estudos de estabilidade de sistemas de potência. Esses modelos se diferenciam,

principalmente, pelo tipo de limitador, temporização, variável de entrada e função de

controle.

Independentemente do modelo utilizado, os limitadores de sobrexcitação possuem o

mesmo princípio de operação: detectar a condição de sobrexcitação, permitir que ela

persista por um período de sobrecarga e, em seguida, reduzir a excitação para um nível

seguro. Nos sistemas reais, esses limitadores podem monitorar e limitar a corrente de

campo (Ifd), a tensão do campo (Efd), a tensão do campo da excitatriz (Vef) e até a

potência reativa (Qt) da máquina. Em relação à temporização, os limitadores podem ser

instantâneos, de tempo definido ou de tempo inverso. As funções de controle dos OELs

podem ser representadas por um integrador, por um controlador proporcional e integral

(PI) ou por um controlador proporcional, integral e derivativo (PID) em série com dois

blocos de controlador avanço-atraso (lead-lag) [20].

A Tabela 1 apresenta uma comparação dos modelos dos limitadores de

sobrexcitação apresentados no padrão IEEE std 421.5 [20].

Tabela 1 – Comparação modelos OEL IEEE Std 421.5

Modelo OEL2C OEL3C OEL4C OEL5C

Tipo Sobreposição

Somador Somador Somador Sobreposição

Ativação Instantâneo

Temporizado Instantâneo Temporizado Temporizado

Temporização

Tempo inverso

Tempo

definido

- Tempo

definido

Tempo inverso

Tempo

definido

Variável de entrada Ifd; Efd; Vfe Ifd; Vfe Qt Ifd; Efd; Vfe

Função de controle PID e dois

blocos lead-lag PI PI PI

Page 41: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

24

CAPÍTULO 4

CASOS DE ESTUDO

Este capítulo apresenta resultados que mostram o impacto de limitadores de

sobrexcitação ativos na margem de estabilidade transitória de máquinas síncronas, nos

limites de intercâmbio entre áreas e na região de segurança de sistemas de energia

elétrica. Os resultados foram obtidos com a utilização do programa de análises de rede

ANAREDE e do programa de análise de transitórios eletromecânicos ANATEM, ambos

desenvolvidos pelos CEPEL.

As análises envolvendo a ativação dos limitadores de sobrexcitação foram realizadas

para os seguintes sistemas:

o Sistema Máquina x Barra Infinita;

o Sistema Duas Áreas [4];

o Sistema Modificado IEEE 39 Barras - New England [27];

o Sistema Interligado Nacional – SIN [28].

Page 42: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

25

As análises dinâmicas das máquinas síncronas incluindo a modelagem dos

limitadores de sobrexcitação foram realizadas seguindo as diretrizes do Western

Electricity Coordinating Council – WECC [29], destacando-se os seguintes pontos:

o Para realizar os testes com uma máquina sobrexcitada, deve-se,

primeiramente, calcular a sua corrente de campo nominal. A corrente

nominal corresponde à corrente de campo quando a máquina opera com

potência, fator de potência e tensão nominais;

o Em posse da corrente de campo nominal, pode-se determinar os valores

máximos de corrente campo suportados pela máquina. Esses limites deverão

ser observados em conjunto com a característica instantânea e de tempo

inverso do limitador, conforme mostrado na Figura 9;

o Para estudar o impacto da ativação do OEL, deve-se sobrexcitar a máquina

em análise. Seu carregamento deve ser igual ou superior a 80% do

carregamento nominal e sua excitação deve ser tal que a corrente de campo

fique aproximadamente 5% acima do limite do OEL.

4.1 Margem de Estabilidade Transitória

As simulações dinâmicas para análise da ativação dos limitadores de sobrexcitação e

cálculo da margem de estabilidade transitória foram realizadas para um sistema

Máquina x Barra Infinita, ilustrado na Figura 14. O sistema é composto por seis

máquinas síncronas de polos salientes de 184 MVA cada, totalizando uma potência

equivalente de 1104 MVA. A reatância de conexão indicada está na base de 100 MVA.

Os dados das máquinas estão detalhados no Apêndice A.

– Sistema Máquina x Barra Infinita

A modelagem dinâmica das máquinas síncronas considerou a inclusão do regulador

de tensão (AVR) e do estabilizador de sistemas de potência (PSS). O diagrama de

blocos do sistema de excitação está representado na Figura 15. Conforme mencionado

no Capítulo 3, o regulador de tensão deve ser compatível com o tipo de limitador de

X = 7,5%6 x 184 MVA

Page 43: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

26

sobrexcitação a ele associado. Dessa forma, um sistema de excitação de corrente

contínua rotativo do tipo IEEE DC1C foi adotado para as simulações com o OEL do

tipo somador, e um regulador de tensão estático do tipo IEEE ST1C foi modelado para

as simulações com OEL do tipo sobreposição. A Tabela 2 apresenta os parâmetros do

sistema de excitação do tipo IEEE DC1C e do sistema de excitação com AVR do tipo

IEEE STD1.

– Sistema de excitação

Tabela 2 – Dados do sistema de excitação [2]

Parâmetro IEEE DC1C IEEE STD1

KA 20 p.u. 200 p.u.

TA 0,02 s 0 s

KE 1 p.u. 1 p.u.

TE 0,01 s 0,01 s

EMAX 9999 p.u. 9999 p.u.

EMIN -1 p.u. -1 p.u.

O diagrama de blocos do estabilizador de sistemas de potência utilizado está

representado na Figura 16 e seus parâmetros na Tabela 3.

– Estabilizador de sistemas de potência (PSS)

Page 44: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

27

Tabela 3 – Dados do PSS [16]

Parâmetro Valor

KS 20 p.u.

Tw 3 s

T1 0,08 s

T2 0,01 s

VMAX 0,3 p.u.

VMIN -0,3 p.u.

As simulações ao longo do tempo consideraram a modelagem dos limitadores de

sobrexcitação do tipo somador e do tipo sobreposição ESS apresentados no Capítulo 3 e

ilustrados na Figura 11 e na Figura 13, respectivamente. O limite contínuo de corrente

de campo (Ifdlim) corresponde a 105% do seu valor nominal. Os parâmetros do OEL do

tipo somador e do tipo sobreposição utilizados estão apresentados na Tabela 4 e na

Tabela 5, respectivamente.

Tabela 4 – Parâmetros OEL do tipo somador [2]

Parâmetro Valor

S1 1 p.u.

K1 4 p.u.

K2 9999 p.u.

Kr 1 p.u.

TX 10 s

Tabela 5 – Parâmetros OEL do tipo sobreposição [2]

Parâmetro Valor

L1 4 p.u.

M -0,03 p.u.

TX 10 s

Seguindo as diretrizes apresentadas pelo WECC, a corrente de campo nominal de

2,095 p.u. foi calculada, considerando a potência nominal de 1104 MVA, fator de

potência de 0,9 p.u. e tensão de 1,0 p.u.. Em posse da corrente de campo nominal, o

gerador síncrono foi sobrexcitado, com 85% do seu carregamento nominal, através do

Page 45: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

28  

aumento gradativo da sua tensão terminal e redução da tensão da barra infinita. A

Figura 17 mostra o ponto de operação calculado pelo ANAREDE, para o qual a corrente

de campo excede em 11% o valor da corrente de campo nominal (5,7% acima do limite

contínuo do OEL). Visando analisar a influência dos limitadores de sobrexcitação ativos

na margem de estabilidade transitória, considera-se que, no início da simulação, os

OELs estão prestes a atuar. Ou seja, considera-se a situação em que o tempo de atraso

do temporizador já tenha transcorrido. Isso pode ser feito, assumindo que a saída do

temporizador do limitador (Xt, na Figura 11 e na Figura 13) é nula já no início da

simulação. Mais especificamente, as chaves dos blocos seletores mostrados na Figura

11 e na Figura 13 se encontram na posição superior quando a simulação é iniciada.

– Máquina síncrona sobrexcitada Figura 17

A Figura 18 mostra a corrente de campo da máquina síncrona quando a simulação

no domínio do tempo é realizada, sem que seja aplicada qualquer perturbação. O

resultado é mostrado para OEL do tipo somador e para o OEL do tipo sobreposição

ESS. Analisando as curvas da corrente de campo, observa-se que, após o atraso do

temporizador, o OEL do tipo ESS reduz instantaneamente a corrente de campo para um

valor abaixo do limite contínuo de 105%. Isso ocorre, pois o sinal do OEL do tipo ESS

se sobrepõe ao sinal do AVR, controlando diretamente a excitatriz da máquina síncrona.

Por outro lado, o OEL somador leva aproximadamente 10 s para atingir o equilíbrio,

quando iguala a corrente de campo ao valor limite. Esse comportamento se justifica,

pois o controle é indireto, sendo influenciado pelos demais sinais de controle do

regulador de tensão (Figura 11).

845.0

547.9j

-845.0

92.3j

Máquina 1

1.090

Barra Inf. 2

0.920

G845.0547.9

G-845.0

92.3

Page 46: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

29

– Corrente de campo da máquina síncrona

O sinal de saída dos limitadores de sobrexcitação (VOEL) está mostrado na Figura

19. Pode-se observar que em t = 0 s a saída do OEL do tipo somador é nula e a saída do

OEL do tipo ESS é negativa, o que significa que os OELs não estão ativados. Porém,

em t > 0 s os OELs atuam e seus sinais de saída tornam-se positivos, influenciando na

regulação de tensão da máquina.

– Sinal de saída OEL

Os gráficos da Figura 20 e Figura 21 apresentam os sinais de saída do regulador de

tensão, do OEL do tipo sobreposição ESS e o sinal de controle da excitatriz da máquina

Ifd OEL ESSIfd OEL SomadorIfdlim

OEL ESSOEL Somador

Page 47: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

30

síncrona. Na Figura 20, observa-se que no instante inicial da simulação (t = 0 s) o AVR

controla a excitatriz, porém no instante no qual o OEL ESS atua (t > 0 s), seu sinal se

sobrepõe ao sinal do AVR, igualando o sinal de controle da excitatriz ao seu sinal de

saída. A Figura 21 apresenta os sinais para a simulação completa de 10 segundos.

– Sinal de controle do sistema de excitação (simulação de 1s)

– Sinal de controle do sistema de excitação

A Figura 22 mostra o comportamento da tensão de campo da máquina síncrona com

a atuação dos limitadores de sobrexcitação do tipo somador e do tipo sobreposição ESS.

VOEL OEL ESSSaída AVRControle da Excitatriz

VOEL OEL ESSSaída AVRControle da Excitatriz

Page 48: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

31

Nota-se que no instante no qual o OEL ESS atua (t > 0) controlando a excitação da

máquina, a tensão de campo é instantaneamente reduzida até o seu limite inferior, de

-1 p.u., para reduzir a corrente de campo. O gráfico da Figura 23 apresenta a curva da

tensão terminal do gerador, evidenciando a redução do amortecimento das oscilações do

rotor após a ativação do OEL do tipo ESS e consequente retirada do PSS.

– Tensão de campo da máquina síncrona (simulação de 1s)

– Tensão terminal do gerador

OEL ESSOEL Somador

OEL ESSOEL Somador

Page 49: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

32

O comportamento da potência reativa é apresentado na Figura 24. A atuação do

limitador reduz a excitação da máquina e sua tensão terminal, consequentemente, reduz

também a injeção de potência reativa. Assim como na análise do comportamento da

tensão terminal, observa-se a diminuição do amortecimento das oscilações do rotor após

a ativação do OEL do tipo ESS e consequente retirada do PSS.

– Potência elétrica reativa

A margem de estabilidade transitória foi calculada através do tempo crítico de

eliminação do defeito considerando a aplicação do curto-circuito trifásico nos terminais

da máquina, em t = 0 s. Dessa forma, o curto-circuito é aplicado no instante no qual os

OELs estão prestes a atuar. Foram considerados os casos com e sem o limitador de

sobrexcitação do tipo somador e do tipo sobreposição ESS atuando durante o período

transitório.

A Tabela 6 apresenta a comparação do tempo crítico com e sem a modelagem dos

limitadores de sobrexcitação.

Tabela 6 – Tempo crítico de eliminação do defeito

Tipo de OEL Tempo Crítico [ms] Redução

Sem OEL Com OEL [ms] [%]

Somador 132 132 0 0%

Sobreposição ESS 192 87 105 54,7%

OEL ESSOEL Somador

Page 50: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

33

Primeiramente, é importante observar que o tempo crítico obtido no caso sem OEL

do tipo somador é diferente do tempo crítico obtido nos casos sem OEL do tipo

sobreposição devido à diferença de modelagem dos reguladores de tensão do sistema de

excitação (IEEE DCIC x IEEE ST1C). Nota-se que o OEL do tipo somador não

impactou a margem de estabilidade transitória, sendo considerado como “suave” na

literatura [5] [26], já que tem atuação indireta, com influência dos demais sinais de

controle do AVR. Por outro lado, o OEL do tipo sobreposição impactou

significativamente a margem de estabilidade transitória, uma vez que o seu sinal de

controle se sobrepõe ao sinal do AVR. Nesse caso, a redução do tempo crítico foi de

54,7%, correspondente a 105 ms, com a atuação do OEL do tipo sobreposição ESS.

Considerando o curto-circuito com a duração de 192 ms, a Figura 25 apresenta a

dinâmica do ângulo do rotor da máquina síncrona com e sem o OEL do tipo ESS. O

resultado indica que o sistema é transitoriamente estável sem a modelagem do limitador.

Porém, observa-se claramente a instabilidade de primeira oscilação quando o OEL ESS

atua durante o período transitório, constatando-se que a não representação do OEL leva

à falsa conclusão de que o sistema é estável.

– Avaliação da estabilidade transitória: com e sem OEL ESS

Com OEL ESSSem OEL ESS

Page 51: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

34

4.2 Limite de Intercâmbio

O sistema teste utilizado para avaliar o impacto dos limitadores de sobrexcitação

ativos no limite de intercâmbio é baseado no sistema de duas áreas proposto em [4]. O

sistema é composto por quatro usinas geradoras idênticas, denominadas G1, G2, G3 e

G4. Cada usina é composta por 5 unidades geradoras de 184 MVA cada, totalizando

uma potência equivalente de 920 MVA. Os dados do sistema estão detalhados no

Apêndice B. O diagrama unifilar é apresentado na Figura 26, indicando os pontos de

medição do intercâmbio entre as Áreas 1 e 2. Assim, o objetivo do estudo é determinar

a capacidade de transferência de potência da Área 1 (área exportadora) para a Área 2

(área importadora), levando em consideração análises de segurança estática e dinâmica.

– Sistema duas áreas

Para o cálculo do limite de intercâmbio com ativação dos limitadores de

sobrexcitação, diferentes cenários foram analisados considerando os geradores da área

exportadora (Área 1) nos seguintes estados operativos:

o Gerador G1 sobrexcitado (limite de sobrexcitação violado);

o Gerador G2 sobrexcitado (limite de sobrexcitação violado);

o Geradores G1 e G2 sobrexcitados (limites de sobrexcitação violados).

4.2.1 Limite de Intercâmbio Estático

Seguindo a metodologia apresentada no Capítulo 2, o cálculo do limite de

intercâmbio inicia-se com as análises de regime permanente. A Figura 27 mostra o

diagrama unifilar do sistema duas áreas com o fluxo de potência e tensões relativos ao

ponto de operação do caso base. Neste ponto de operação inicial, o sistema opera com a

Área 1 exportando 400 MW para a Área 2, conforme destacado.

1 5 6

2

7 8 9 31110

G1

G2 G4

G3

C1 C2

L1 L2

Área 1 Área 2

4

Page 52: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

  

35  

 

– Caso Base: sistema duas áreas Figura 27

 

699.7

102.6j

-687.3

16.6j

700.0

234.6j

-700.0

-145.3j

1387.3

128.7j

-1367.0

72.6j

200.0

6.1j

-195.2

24.3j200.0

6.1j

-195.2

24.3j

195.2

-24.3j

-190.5

53.5j195.2

-24.3j

-190.5

53.5j700.0

202.3j-700.0

-115.4j

-706.5

35.1j

719.4

89.9j

719.4

176.3j

-719.4

-89.9j

699.7

185.1j

-699.7

-102.6j

-1385.9

123.3j

1406.5

80.3j

UG1 1

1.030

Barra 5 5

1.006

Barra 6 6

0.978

UG2 2

1.010

Barra 7 7

0.961

Barra 8 8

0.949

Barra 9 9

0.971

Barra 10 10

0.983

UG4 4

1.010

Barra 11 11

1.008

UG3 3

1.030

G699.7185.1

1.000

184.71767.0

330.2

G 700.0234.6

1.000

1.000

G700.0202.3

G719.4176.3

967.0

1.000

Page 53: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

36

A Tabela 7 apresenta a geração de potência ativa e reativa dos geradores

pertencentes às Áreas 1 e 2 para o ponto de operação do caso base.

Tabela 7 – Geração caso base

Área Gerador Tipo de Barra P [MW] Q [Mvar]

1 G1 Vθ 699,7 185,1

1 G2 PV 700 234,6

2 G3 PV 719,4 176,3

2 G4 PV 700 202,3

De posse do caso base, o limite de intercâmbio estático foi calculado através do

aumento gradativo da geração de potência ativa na Área 1 e a redução na Área 2,

considerando a contingência mais severa, que consiste na abertura de um dos circuitos

da linha 7-8, realizando ajustes de tensão quando necessários. Análises do ponto de

operação pré e pós-contingência foram realizadas, verificando se o sistema atende aos

limites de tensão nas barras e de carregamento nos circuitos. Neste caso, o limite seguro

de intercâmbio estático foi de 560 MW, levando em consideração os estados operativos

dos geradores descritos anteriormente. Com esse intercâmbio, mesmo com o sistema em

contingência, não há violação dos limites de carregamento dos circuitos, apresentado na

Tabela 8, e dos limites de tensão nas barras, aqui considerados como 0.9 p.u. – 1.1 p.u

(Tabela 9).

Tabela 8 – Limite de carregamento LT 7-8: intercâmbio de 560 MW

Condição Capacidade [MVA] Carregamento LT 7-8

[MVA] [%]

Normal 500 290,7 58,1%

Emergência 640 612,5 95,7%

Page 54: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

37

Tabela 9 – Tensão nas barras: intercâmbio de 560 MW

Barra Tensão [p.u.]

1 1,10

2 1,10

3 1,10

4 1,10

5 1,07

6 1,06

7 1,00

8 0,91

9 1,03

10 1,06

11 1,08

A Tabela 10 apresenta a geração de potência ativa e reativa, considerando o ponto

de operação com o limite seguro de intercâmbio estático de 560 MW.

Tabela 10 – Geração: intercâmbio 560 MW

Área Gerador Tipo de Barra P [MW] Q [Mvar]

1 G1 Vθ 806,3 468,1

1 G2 PV 760,0 450,3

2 G3 PV 635,8 139,9

2 G4 PV 640,0 258,4

A Figura 28 e a Figura 29 apresentam o diagrama unifilar, com o fluxo de potência

aparente, em MVA, e tensões nas barras, para os casos pré e pós-contingência,

respectivamente, considerando o limite seguro de intercâmbio estático de 560 MW.

Page 55: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

  

38  

 

– Intercâmbio de 560 MW: pré-contingência Figura 28

 

 

– Intercâmbio de 560 MW: pós-contingência Figura 29

816.5 791.8

871.9 823.3

1578.8 1527.9

290.7 270.1

290.7 270.1

270.1 274.3

270.1 274.3

690.2663.6

626.1 639.2 651.0639.2

838.3 816.5

1247.4 1272.0

UG1 1

1.070

Barra 5 5

1.042

Barra 6 6

1.010

UG2 2

1.070

Barra 7 7

0.978

Barra 8 8

0.901

Barra 9 9

0.924

Barra 10 10

0.942

UG4 4

0.980

Barra 11 11

0.962

UG3 3

0.980

G806.8468.1

1.000

191.11767.0

298.8

G 760.0450.3

1.000

1.000

G640.0258.4

G635.8139.9

967.0

1.000

829.9 802.5

896.1 842.6

1603.7 1543.3

612.5 560.1

280.0 309.3

280.0 309.3

707.8681.6

631.1 645.1 655.1645.1

852.9 829.9

1260.7 1293.0

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.070

Barra 6 6

1.034

UG2 2

1.100

Barra 7 7

0.995

Barra 8 8

0.909

Barra 9 9

1.033

Barra 10 10

1.059

UG4 4

1.100

Barra 11 11

1.083

UG3 3

1.100

G 817.5243.3

1.000

198.11767.0

373.2

G 760.0474.8

1.000

1.000

G642.0298.0

G640.0139.8

967.0

1.000

Page 56: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

39

4.2.2 Limite de Intercâmbio Dinâmico

Seguindo a metodologia apresentada no Capítulo 2, após a determinação do limite

de intercâmbio estático, avalia-se a segurança dinâmica. Para tanto, foi analisada a

presença de limitadores do tipo somador (Figura 11) e sobreposição ESS (Figura 13).

Nos dois casos, a corrente de campo é limitada em 105% do seu valor nominal,

considerando os parâmetros dos OELs apresentados na Tabela 4 e Tabela 5.

Assim como no sistema Máquina x Barra Infinita, foram consideradas a modelagem

do regulador de tensão, Figura 15, e do estabilizador de sistemas de potência, Figura 16

e Tabela 3. O sistema de excitação do tipo IEEE DC1C (Tabela 2) foi adotado para as

simulações com o OEL do tipo somador, e o regulador de tensão estático do tipo IEEE

ST1C (Tabela 2) foi utilizado para as simulações com OEL do tipo ESS.

A corrente de campo nominal de 2,095 p.u. foi calculada, considerando a potência

nominal de 920 MVA, fator de potência de 0,9 p.u. e tensão de 1,0 p.u.. Em posse da

corrente de campo nominal, foram analisados os casos com o gerador G1 sobrexcitado,

gerador G2 sobrexcitado e com os geradores G1 e G2 sobrexcitados, considerando a

ativação dos limitadores de sobrexcitação.

Seguindo a mesma filosofia utilizada na avaliação da segurança estática, a análise

dinâmica considerou a pior contingência para o cálculo do limite de intercâmbio, que

consiste de um curto-circuito trifásico na Barra 7, seguido da abertura de um dos

circuitos da linha 7-8, após 100 ms. Assim como na análise do tempo crítico, a ativação

do limitador de sobrexcitação foi considerada no início da simulação. Ou seja, assume-

se que o tempo de ativação do OEL já tenha transcorrido e o mesmo esteja prestes a

atuar. O limite de intercâmbio dinâmico foi calculado para os casos com e sem OEL,

conforme apresentado na Tabela 11.

Tabela 11 – Limite de intercâmbio dinâmico

Gerador

Sobrexcitado

Tipo de

OEL

Limite de Intercâmbio [MW] Redução

Sem OEL Com OEL [MW] [%]

G1 Somador 470 460 10 2,1%

ESS 530 410 120 22,6%

G2 Somador 470 440 30 6,4%

ESS 560 390 170 30,4%

G1 e G2 Somador 450 290 160 35,6%

ESS 560 220 340 60,7%

Page 57: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

40

Para o caso no qual o gerador G1 está sobrexcitado, a ativação do OEL do tipo

somador provoca uma pequena redução de 2,1% no intercâmbio máximo. Por outro

lado, a redução é de 22,6% quando o limitador do tipo sobreposição ESS é adotado.

Para o caso em que o gerador G2 está sobrexcitado, a redução provocada pela ativação

do OEL do tipo somador é de 6,4% contra 30,4% quando o OEL do tipo ESS é

utilizado. Nesse último caso, a redução da capacidade de transmissão corresponde a

170 MW.

O caso com ambos os geradores G1 e G2 sobrexcitados, violando seus limites de

corrente de campo, tem menos probabilidade de ocorrência, mas é um caso ilustrativo,

onde deseja-se mostrar como a condição estressada dos geradores pode levar a uma

redução significativa na capacidade de transferência de potência. Neste caso, redução

provocada pela ação dos OELs do tipo somador é de 35,6% contra 60,7% quando os

OELs do tipo ESS são utilizados, representando uma redução de 340 MW na

capacidade de transmissão.

A título de exemplificação, os diagramas unifilares com os pontos de operação

considerando o gerador G2 sobrexcitado, violando o seu limite de corrente de campo,

com o intercâmbio entre áreas de 560 MW e 390 MW são mostrados na Figura 30 e

Figura 31, respectivamente. Os dados dos demais casos apresentados na Tabela 11 e

seus respectivos diagramas estão detalhados no Apêndice B.

Os dados de geração de potência ativa e reativa e a corrente de campo das máquinas

síncronas referentes ao caso com o gerador G2 sobrexcitado e intercâmbio de 560 MW

e 390 MW estão apresentados na Tabela 12 e na Tabela 13, respectivamente. Nota-se

que para o caso com intercâmbio de 560 MW a corrente de campo do gerador G2 vale

2,71 p.u. (29% acima de Ifdnominal). No caso com o intercâmbio de 390 MW a

corrente de campo do gerador G2 vale 2,30 p.u. (10% acima de Ifdnominal).

Page 58: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

  

41  

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 560 MW Figura 30

 

 

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 390 MW Figura 31

798.3

-12.3j

-782.1

169.6j

770.0

589.4j

-770.0

-454.7j

1552.1

285.2j

-1527.0

-35.8j

280.0

60.8j

-270.2

20.9j280.0

60.8j

-270.2

20.9j

270.2

-20.9j

-260.4

102.0j270.2

-20.9j

-260.4

102.0j634.0

213.4j-634.0

-138.7j

-629.5

-20.6j

640.0

121.7j

640.0

191.9j

-640.0

-121.7j

798.3

95.7j

-798.3

12.3j

-1246.2

11.4j

1263.5

159.3j

UG1 1

1.000

Barra 5 5

0.993

Barra 6 6

0.996

UG2 2

1.080

Barra 7 7

0.964

Barra 8 8

0.908

Barra 9 9

0.949

Barra 10 10

0.970

UG4 4

1.000

Barra 11 11

1.004

UG3 3

1.030

G798.395.7

1.000

185.81767.0

315.5

G770.0589.4

1.000

1.000

G634.0213.4

G640.0191.9

967.0

1.000

688.2

-128.1j

-675.5

249.9j

700.0

458.4j

-700.0

-358.2j

1375.5

108.3j

-1357.1

74.8j

195.0

12.5j

-190.8

11.1j195.0

12.5j

-190.8

11.1j

190.8

-11.1j

-186.6

34.5j190.8

-11.1j

-186.6

34.5j710.0

168.6j-710.0-81.5j

-704.3

46.8j

717.0

76.2j

717.0

161.2j

-717.0

-76.2j

688.2

-43.7j

-688.2

128.1j

-1393.8

168.2j

1414.3

34.7j

UG1 1

0.970

Barra 5 5

0.985

Barra 6 6

1.015

UG2 2

1.080

Barra 7 7

1.000

Barra 8 8

0.977

Barra 9 9

0.982

Barra 10 10

0.989

UG4 4

1.010

Barra 11 11

1.011

UG3 3

1.030

G688.2-43.7

1.000

199.91767.0

337.3

G 700.0458.4

1.000

1.000

G710.0168.6

G717.0161.2

967.0

1.000

Page 59: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

42

Tabela 12 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 560 MW

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 798,3 95,7 1,59 0,76

1 G2 770 589,4 2,71 1,29

2 G3 640 191,9 1,64 0,78

2 G4 634 213,4 1,63 0,78

Tabela 13 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 390 MW

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 688,2 -43,7 1,30 0,62

1 G2 700 458,4 2,30 1,10

2 G3 717 161,2 1,64 0,78

2 G4 710 168,6 1,63 0,78

A Figura 32 apresenta a dinâmica dos ângulos dos rotores dos geradores para o caso

com intercâmbio de 560 MW, com aplicação da contingência, e com o gerador G2

sobrexcitado. Nessa simulação, o OEL não está modelado. O resultado indica que o

sistema é transitoriamente estável. Na Figura 33, o resultado para essa mesma simulação

é apresentado, com a modelagem do OEL do tipo ESS. Fica clara a instabilidade de

primeira oscilação devido à atuação do limitador de sobrexcitação do tipo ESS durante

o período transitório.

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL

G1G2

G3G4

Page 60: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

43

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS

A dinâmica da corrente de campo do gerador G2 e sua tensão terminal, relativas à

Figura 32 e à Figura 33 (sem e com OEL ESS, respectivamente), são apresentada na

Figura 34 e na Figura 35, respectivamente. Pode-se observar que a inclusão do OEL

limita a corrente de campo da máquina G2, levando o sistema à instabilidade. Por outro

lado, a não representação do OEL leva à falsa conclusão de que o sistema é estável.

– Corrente de campo do gerador G2: intercâmbio de 560 MW

G1G2

G3G4

Ifd OEL ESSIfd Sem OEL Ifdlim

Instabilidade de primeiro-swing

Page 61: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

44

– Tensão terminal do gerador G2: intercâmbio de 560 MW

A dinâmica dos ângulos dos rotores dos geradores para o caso com intercâmbio de

390 MW, que corresponde ao limite seguro de transferência de potência entre as duas

áreas, incluindo a modelagem do OEL do tipo ESS é apresentada na Figura 36. Mesmo

com a ativação do limitador de sobrexcitação do gerador G2, o sistema permanece

transitoriamente estável.

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS

Considerando o limite seguro de transferência de potência entre as duas áreas de

390 MW, a Figura 37 apresenta a análise comparativa da corrente de campo do gerador

Com OEL ESSSem OEL ESS

Instabilidade de primeiro-swing

G1G2

G3G4

Page 62: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

45

G2 para os casos sem a modelagem do limitador, com o OEL do tipo somador e com o

OEL do tipo ESS. Pode-se observar que a inclusão dos OELs limita a corrente de

campo da máquina G2, mas o sistema permanece estável.

– Corrente de campo do gerador G2: intercâmbio de 390 MW

O gráfico da Figura 38 mostra a tensão terminal do gerador G2 para o caso de

intercâmbio de 390 MW. Novamente, mesmo com a ativação dos limitadores do

gerador G2, o sistema permanece transitoriamente estável.

– Tensão terminal do gerador G2: intercâmbio de 390 MW

OEL ESSOEL SomadorSem OEL

OEL ESSOEL SomadorSem OEL

Page 63: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

46

4.3 Região de Segurança

As análises de região de segurança foram realizadas para o sistema modificado

IEEE 39 Barras, conhecido como New England, da referência [27]. O sistema, ilustrado

na Figura 39, é composto por nove usinas geradoras e um equivalente New York,

representado pelo gerador G1. O número de unidades geradoras de 184 MVA que

compõe cada usina e sua respectiva potência nominal equivalente está detalhado na

Tabela 14. Os demais dados do sistema se encontram no Apêndice C.

O objetivo desse estudo é traçar regiões de segurança estáticas e dinâmicas

considerando a ativação de limitadores de sobrexcitação em determinados geradores do

sistema. Para cada análise, foram consideradas possíveis contingências, avaliando

critérios de regime permanente, critérios dinâmicos de limite de tensão e a estabilidade

transitória do sistema.

– Sistema New England

Page 64: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

47

Tabela 14 – Potência equivalente dos geradores

Gerador Unidades S [MVA] P [MW] Q [Mvar]

G1 7 1288,0 1159,2 561,4

G2 4 736,0 662,4 320,8

G3 5 920,0 828,0 401,0

G4 5 920,0 828,0 401,0

G5 4 736,0 662,4 320,8

G6 5 920,0 828,0 401,0

G7 4 736,0 662,4 320,8

G8 4 736,0 662,4 320,8

G9 6 110,0 993,6 481,2

G10 2 368,0 331,2 160,4

4.3.1 Região de Segurança Estática

Utilizando a ferramenta computacional do programa ANAREDE para a avaliação da

segurança estática do sistema New England, os geradores envolvidos no processo de

transferência de geração foram divididos em três grupos, considerando a proximidade

elétrica dos geradores. Tabela 15 apresenta os grupos de geração e seus respectivos

valores de potência aparente, potência ativa e potência reativa.

Tabela 15 – Grupos de geração

Grupo Geradores S [MVA] P [MW] Q [Mvar]

1 G2; G3 1656,0 1490,4 721,8

2 G8; G9; G10 2208,0 1987,2 962,4

3 G4; G5; G6; G7 3312,0 2980,8 1443,6

Cada grupo representa os eixos de geração de potência ativa da região de segurança.

Nesse caso, o Grupo 1 funciona como o grupo de folga que irá garantir o equilíbrio de

potência do sistema ao longo da construção dos nomogramas.

O caso foi ajustado de maneira que no ponto de operação inicial os geradores G5 e

G6, pertencentes ao Grupo 3, estejam sobrexcitados violando seus respectivos limites de

sobrexcitação. O diagrama unifilar e os dados de geração do ponto de operação inicial

estão apresentados na Figura 40 e na Tabela 16, respectivamente.

Page 65: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

48  

– Sistema New England: ponto de operação inicial Figura 40

Tabela 16 – Dados de geração: ponto de operação inicial

Gerador P [MW] Q [Mvar]

G1 1000,0 101,9

G2 394,7 196,9

G3 650,0 225,5

G4 362,0 78,4

G5 550,0 377,2

G6 740,0 450,6

G7 560,0 0

G8 540,0 13,1

G9 830,0 37,8

G10 250,0 169,9

Grupo 2

-662.4

-158.8j

666.1

195.9j

384.7

-7.2j

-381.5

19.9j

-387.2

86.2j

388.5

-91.2j

-72.9

-16.8j

72.9

10.1j

-629.1

-19.6j

632.0

78.4j

81.7

-122.9j

-81.6

125.9j

-740.0

-356.0j

740.0

450.6j

-558.5

83.6j

560.0

-0.0j

-546.4

-305.9j

550.0

377.2j

-73.8

-31.6j

73.8

19.0j

-62.6

4.9j

62.7

-40.7j

-250.0

-154.8j

250.0

169.9j -5

38.3

51.0j

540.0

13.1j -140.9

-28.3j

141.7

-48.4j

-347.7

20.8j

349.2

-31.4j

-824.8

64.3j

830.0

37.8j

2 55.6

-20.8j

-255.2

12.2j

289.7

-94.5j

-289.1

88.5j

-542.6

-117.0j

547.4

142.5j

228.3

23.6j

-227.9

-35.8j

240.5

64.0j

-240.3

-68.8j

-650.0

-127.6j

650.0

225.5j

-11.9

-44.3j

12.0

45.3j

4.4

-43.7j

-4.4

44.5j

73.9

160.0j

-73.7

-176.4j

-253.1

83.2j

257.7

-93.6j

56.6

-4.6j-5

6.5

-50.9j

248.5

94.2j

-247.6

-110.1j

-190.1

-32.0j

192.0

-59.8j

33.5

-67.7j

-33.4

34.6j

- 382.7

-112.3j

384.1

109.7j

-389.7

-73.4j

390.0

73.1j

-412.0

-19.5j

413.2

19.2j

-385.5

-144.2j

385.5

192.3j

409.5

63.5j

-408.8

-63.8j

-289.8

-33.7j

290.5

30.9j

-34.4

-110.4j

34.7

75.1j

315.9

54.4j

-315.1

-57.5j

172.6

1.8j

-172.5

-8.1j

407.5

90.6j

-406.4

-85.8j

-34.7

-75.1j

34.7

-51.5j

-97.1

21.3j

97.2

-42.2j

363.6

119.5j

-361.8

-126.3j

1 36.8

102.6j

-136.4

-118.7j

-138.9

-21.1j

139.5

-47.9j

138.9

21.1j

-138.7

-96.6j

B ARRA-022 22

1.035

BARRA-023 23

1.018

BARRA-021 21

1.005

BARRA-024 24

1.015

BARRA-016 16

1.014 BARRA-020 20

1.004

BARRA-019 19

1.047

BARRA-033 33

0.990

BARRA-035 35

1.065

BARRA-036 36

1.010

BARRA-034 34

1.060

BARRA-005 5

1.001

BARRA-004 4

0.997

BARRA-001 1

1.046

BARRA-031 31

0.982

BARRA-039 39

1.030

BARRA-009 9

1.027

BARRA-003 3

1.023

BARRA-014 14

1.004

BARRA-015 15

1.000

BARRA-002 2

1.045

BARRA-030 30

1.048 BARRA-025 25

1.055

BARRA-026 26

1.046

BARRA-037 37

1.028

BARRA-027 27

1.028

BARRA-028 28

1.047

BARRA-029 29

1.048

BARRA-038 38

1.027

BARRA-018 18

1.019

BARRA-017 17

1.020

BARRA-013 13

1.009

BARRA-011 11

1.008

BARRA-010 10

1.013

BARRA-032 32

0.983

BARRA-012 12

0.995

BARRA-006 6

1.004

BARRA-008 8

0.992

BARRA-007 7

0.993

1.070

1.060

1.025

1.000

G632.078.4

1.009

G740.0450.6

G560.0-0.0

G550.0377.2

G394.7196.9

G 1000.0101.9

1.025

G250.0 169.9

1.025

G540.0 13.1

1.025

G

830.0 37.8

158.0

281.0

206.0

283.5

274.0

247.5308.6

628.0

329.0

1.070

G650.0225.5

1.006 1.006

7.5

320.0

500.0

1104.0

9.2

139.0

1.070

224.0

522.0 233.8

322.0

Grupo 3

Grupo 1

Page 66: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

49

No processo de construção da região de segurança, foram consideradas 40 direções

de transferência de geração de potência ativa, conforme descrito no Capítulo 2. Para

cada direção, os valores a serem redespachados nos Grupos 2 e 3 consideraram um

passo de 1% de aumento em relação à potência produzida no ponto de operação

anterior.

Uma lista de contingências foi analisada, porém foi considerada apenas a

contingência mais severa, que consiste na abertura do circuito da linha 16-17.

Sucessivos redespachos de geração foram simulados e, para cada ponto mapeado, o

sistema foi analisado na sua forma íntegra e em contingência, considerando os seguintes

critérios de segurança estática:

o Limite de tensão (0,90 p.u. – 1,10 p.u.);

o Limite de geração de potência ativa das máquinas síncronas pertencentes aos

grupos de geração (Tabela 15);

o Limite de segurança (existência de solução no ponto de operação).

Ao final da análise, a região de segurança estática foi traçada e o resultado está

apresentado na Figura 41. Também foram gerados três nomogramas referentes às

projeções da região de segurança estática para cada par de grupo de geradores. Os

nomogramas de referentes ao Grupo 1 x Grupo 2, Grupo 1 x Grupo 3 e Grupo 2 x

Grupo 3 estão apresentados na Figura 42, na Figura 43 e na Figura 44, respectivamente.

Os limites superiores dos eixos correspondem à capacidade de geração total de cada

grupo.

Cada nomograma apresenta o ponto de operação inicial e sua distância até a

primeira violação dentre as grandezas monitoradas, considerando a direção 4, escolhida

de forma arbitrária. Pode-se observar que a região de segurança estática é limitada pela

curva do limite de MW, que compreende os pontos que atingiram a capacidade máxima

de geração de potência ativa das máquinas síncronas pertencentes aos grupos de

geração.

Page 67: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

50

– Região de segurança estática

– Nomograma de segurança estático: Grupo 1 x Grupo 2

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

2 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Limite MW Ponto Inicial Direção 4

Page 68: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

51

– Nomograma de segurança estático: Grupo 1 x Grupo 3

– Nomograma de segurança estático: Grupo 2 x Grupo 3

A Tabela 17 apresenta a geração de potência ativa de cada grupo, considerando os

pontos de operação pertencentes à curva da região de segurança estática para cada

direção analisada. Os grupos que atingiram o seu limite de geração de potência ativa,

conforme a Tabela 15, estão destacados em vermelho. Nota-se que, na direção 4, as

máquinas síncronas pertencentes ao Grupo 3 atingiram o seu limite de MW, limitando a

região de segurança estática nessa direção.

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Limite MW Ponto Inicial Direção 4

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 2 [MW]

Limite MW Ponto Inicial Direção 4

Page 69: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

52

Tabela 17 – Limite de segurança estático

Direção Grupo 1 [MW] Grupo 2 [MW] Grupo 3 [MW]

1 348,5 1987,2 2849,2

2 231,6 1982,4 2980,8

3 332,5 1874,2 2980,8

4 418,0 1782,1 2980,8

5 495,7 1699,0 2980,8

6 570,2 1620,0 2980,8

7 645,2 1541,0 2980,8

8 724,7 1457,9 2980,8

9 813,5 1365,9 2980,8

10 918,7 1257,6 2980,8

11 1052,9 1121,2 2980,8

12 1240,1 933,5 2980,8

13 1490,4 728,1 2936,5

14 1490,4 954,6 2698,2

15 1490,4 1081,4 2567,3

16 1490,4 1164,9 2482,0

17 1490,4 1226,2 2419,6

18 1490,4 1275,3 2370,0

19 1490,4 1317,3 2327,7

20 1490,4 1355,2 2289,6

21 1490,4 1391,4 2253,4

22 1490,4 1427,7 2217,3

23 1490,4 1465,8 2179,4

24 1490,4 1508,1 2137,5

25 1490,4 1557,7 2088,5

26 1490,4 1620,0 2027,3

27 1490,4 1705,2 1944,1

28 1490,4 1835,8 1817,7

29 1401,0 1987,2 1761,3

30 1187,3 1987,2 1976,6

31 1051,4 1987,2 2114,8

32 953,3 1987,2 2215,2

33 876,0 1987,2 2294,9

34 810,4 1987,2 2362,7

35 751,5 1987,2 2423,8

36 695,7 1987,2 2482,0

37 640,2 1987,2 2540,2

38 581,9 1987,2 2601,3

39 517,7 1987,2 2669,1

40 442,5 1987,2 2748,8

Page 70: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

53

4.3.2 Região de Segurança Dinâmica

Após a construção da região de segurança estática, a região de segurança dinâmica

do sistema foi traçada com e sem a modelagem de limitadores de sobrexcitação do tipo

somador e sobreposição ESS. Para tanto, foi utilizada a ferramenta computacional do

programa ANAREDE em conjunto com o programa ANATEM para a avaliação da

segurança dinâmica do sistema New England pelo método dos nomogramas. Os OELs

foram incluídos nos geradores G5, G6 e G10 por apresentarem, no ponto de operação

inicial, correntes de campo iguais ou superiores à corrente de campo nominal de

2,095 p.u., como mostrado na Tabela 18.

Tabela 18 – Corrente de campo G5, G6 e G10

Gerador Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

G5 2,26 1,08

G6 2,26 1,08

G10 2,09 1,00

Assim como nos estudos anteriores, nas análises dinâmicas foram modelados o

regulador de tensão, Figura 15, e o estabilizador de sistemas de potência, Figura 16 e

Tabela 3. Novamente, o sistema de excitação do tipo IEEE DC1C (Tabela 2) foi

adotado para as simulações com o OEL do tipo somador, e o regulador de tensão

estático do tipo IEEE ST1C (Tabela 2) foi utilizado para as simulações com OEL do

tipo sobreposição ESS.

Seguindo a mesma filosofia utilizada na análise estática, foi considerada a pior

contingência, que consiste de um curto-circuito trifásico na Barra 16, seguido da

abertura do circuito da linha 16-17, após 200 ms. Assim como nos estudos dinâmicos

anteriores, a ativação do limitador de sobrexcitação foi considerada no início da

simulação, limitando a corrente de campo em 105% do seu valor nominal e

considerando os parâmetros dos OELs apresentados na Tabela 4 e na Tabela 5.

Para cada ponto de operação gerado, o sistema foi analisado na sua forma íntegra e

em contingência, considerando os seguintes critérios de segurança apresentados no

Capítulo 2:

o Limite de tensão (regime permanente e transitório);

Page 71: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

54

o Limite de geração de potência ativa das máquinas síncronas pertencentes aos

grupos de geração em regime permanente (Tabela 15);

o Análise de estabilidade transitória.

4.3.2.1 Limitadores de Sobrexcitação do Tipo Somador

Primeiramente, a região de segurança dinâmica foi traçada com e sem a modelagem

dos limitadores de sobrexcitação do tipo somador nos geradores G5, G6 e G10. O

resultado está apresentado na Figura 45. Nota-se que a ativação do OEL do tipo

somador não altera a região de segurança dinâmica, resultado este esperado, já que esse

limitador tem atuação indireta, com influência dos demais sinais de controle do AVR.

– Região de segurança dinâmica OEL Somador

Os nomogramas da região de segurança dinâmica, com e sem os OELs do tipo

somador, referentes ao Grupo 1 x Grupo 2, Grupo 1 x Grupo 3 e Grupo 2 x Grupo 3

estão apresentados na Figura 46, na Figura 47 e na Figura 48, respectivamente. Cada

Page 72: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

55

nomograma apresenta o ponto de operação inicial e sua distância, na direção 4, até a

primeira violação dentre os critério dinâmicos monitorados.

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 1 x Grupo 2

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 1 x Grupo 3

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

2 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL Somador Com OEL Somador Ponto Inicial Direção 4

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL Somador Com OEL Somador Ponto Inicial Direção 4

Page 73: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

56

– Nomograma de segurança dinâmico OEL somador: Grupo 2 x Grupo 3

A Tabela 19 apresenta a geração de potência ativa de cada grupo, considerando os

pontos de operação pertencentes à curva da região de segurança dinâmica para as 40

direções analisadas. Os grupos que atingiram o seu limite de geração de potência ativa,

conforme a Tabela 15, estão destacados em vermelho. Nota-se que, da direção 2 à

direção 12, o limite de geração de potência ativa do Grupo 3 não foi atingido,

diferentemente da análise estática (Tabela 17). Nessas direções, a região de segurança

dinâmica foi limitada pela análise de estabilidade transitória, com o sistema

transitoriamente instável para os pontos de operação a partir desta curva.

A Tabela 20 apresenta uma análise comparativa entre os limites de segurança

estático e dinâmico do Grupo 3, da direção 2 à direção 12. Pode-se observar que,

segundo a análise dinâmica, a geração de potência ativa do Grupo 3 foi reduzida de

valores entre 59,1 MW e 75,7 MW, em relação à análise estática, para o sistema

permanecer transitoriamente estável. Essa redução de transferência de potência ocorreu

nas direções nas quais os geradores G5 e G6, pertencentes ao Grupo 3, permanecem

sobrexcitados violando seus respectivos limites de corrente de campo.

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 2 [MW]

Sem OEL Somador Com OEL Somador Ponto Inicial Direção 4

Page 74: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

57

Tabela 19 – Limite de segurança dinâmico: com e sem OEL somador

Direção Grupo 1 [MW] Grupo 2 [MW] Grupo 3 [MW]

1 348,5 1987,2 2849,2

2 342,9 1932,1 2911,6

3 429,9 1838,6 2911,1

4 507,9 1758,4 2907,8

5 566,8 1688,6 2905,9

6 635,9 1620,0 2910,3

7 696,5 1551,4 2905,1

8 769,5 1481,2 2909,2

9 842,9 1399,5 2914,8

10 934,2 1305,6 2914,7

11 1050,3 1184,2 2917,9

12 1214,8 1014,9 2921,7

13 1490,4 728,1 2936,5

14 1490,4 954,6 2698,2

15 1490,4 1081,4 2567,3

16 1490,4 1164,9 2482,0

17 1490,4 1226,2 2419,6

18 1490,4 1275,3 2370,0

19 1490,4 1317,3 2327,8

20 1490,4 1355,2 2289,6

21 1490,4 1391,4 2253,4

22 1490,4 1427,7 2217,3

23 1490,4 1465,8 2179,4

24 1490,4 1508,1 2137,5

25 1490,4 1557,7 2088,5

26 1490,4 1620,0 2027,3

27 1490,4 1705,2 1944,1

28 1490,4 1835,8 1817,7

29 1401,0 1987,2 1761,3

30 1187,3 1987,2 1976,6

31 1051,4 1987,2 2114,8

32 953,3 1987,2 2215,2

33 876,0 1987,2 2294,9

34 810,4 1987,2 2362,7

35 751,5 1987,2 2423,8

36 695,7 1987,2 2482,0

37 640,2 1987,2 2540,2

38 581,9 1987,2 2601,3

39 517,7 1987,2 2669,1

40 442,5 1987,2 2748,8

Page 75: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

58

Tabela 20 – Análise comparativa: Grupo 3

Direção Limite de Segurança

Estático [MW]

Limite de Segurança

Dinâmico [MW] Redução [MW]

2 2980,8 2911,6 69,2

3 2980,8 2911,1 69,7

4 2980,8 2907,8 73,0

5 2980,8 2905,9 74,9

6 2980,8 2910,3 70,5

7 2980,8 2905,1 75,7

8 2980,8 2909,2 71,6

9 2980,8 2914,8 66,0

10 2980,8 2914,7 66,1

11 2980,8 2917,9 63,0

12 2980,8 2921,7 59,1

A Figura 49 mostra a corrente de campo dos geradores G5, G6 e G10 quando a

simulação no domínio do tempo é realizada, sem que seja aplicada qualquer

perturbação. O resultado é mostrado para o ponto de operação limite, pertencente à

curva da região de segurança dinâmica, na direção 4 (Tabela 19). Analisando as curvas

da corrente de campo, observa-se que, nessa situação, os geradores G5, G6 e G10 se

encontram sobrexcitados e seus respectivos limitadores de sobrexcitação do tipo

somador atuam de forma a trazer a corrente de campo para o seu limite contínuo de

105% da corrente de campo nominal.

– Corrente de campo com OEL somador: G5, G6 e G10

G5G6G10Ifdlim

Page 76: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

59

Considerando o ponto de operação, na direção 4, da Tabela 19, a Figura 50

apresenta a dinâmica dos ângulos dos rotores dos geradores do sistema, com a aplicação

da contingência, para a avaliação da estabilidade transitória. Nessa simulação, o OEL

não está modelado. O resultado indica que o sistema é transitoriamente estável. Na

Figura 51, o resultado para essa mesma simulação é apresentado, com a modelagem do

OEL do tipo somador nos geradores G5, G6 e G10. Pode-se observar que mesmo com a

inclusão do OEL somador e consequente redução da corrente de campo nas máquinas

G5, G6 e G7, o sistema continua transitoriamente estável.

A título de exemplificação, a Figura 52 apresenta a dinâmica dos ângulos dos

rotores dos geradores do sistema, com a aplicação da contingência, para o ponto de

operação do limite de segurança estático (Tabela 17), na direção 4. Nota-se claramente a

instabilidade de primeira oscilação. Dessa forma, para atender ao limite de segurança

dinâmico, a geração de potência ativa do Grupo 3 foi reduzida em 73 MW, na direção 4,

para o sistema permanecer transitoriamente estável, sem e com a modelagem do OEL

do tipo somador (Figura 50 e Figura 51).

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL somador

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

Page 77: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

60

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL somador

– Avaliação da estabilidade transitória: limite de segurança estático

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

Page 78: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

61

4.3.2.2 Limitadores de Sobrexcitação do Tipo Sobreposição ESS

Após as análises com o limitador de sobrexcitação do tipo somador, a região de

segurança dinâmica foi traçada com e sem a modelagem dos OELs do tipo sobreposição

ESS nos geradores G5, G6 e G10. O resultado está apresentado na Figura 53.

Diferentemente do resultado obtido anteriormente, a inclusão da modelagem dos OELs

do tipo ESS acarretou uma redução considerável da região de segurança dinâmica do

sistema New England. Essa redução ocorreu nas direções de transferência de potência

nas quais os geradores G5 e G6 permanecem sobrexcitados, ativando seus limitadores

de sobrexcitação. Dessa forma, as transferências de potência entre os grupos de geração

e o despacho das máquinas síncronas dos grupos 2 e 3 foram reduzidos para não

comprometer a segurança do sistema.

– Região de segurança dinâmica OEL ESS

Os nomogramas da região de segurança dinâmica, com e sem os OELs do tipo ESS,

referentes ao Grupo 1 x Grupo 2, Grupo 1 x Grupo 3 e Grupo 2 x Grupo 3 estão

Page 79: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

62

apresentados na Figura 54, na Figura 55 e na Figura 56, respectivamente. Cada

nomograma apresenta o ponto de operação inicial e sua distância, na direção 4, até a

primeira violação dentre os critérios considerados.

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 1 x Grupo 2

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 1 x Grupo 3

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

2 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL ESS Com OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL ESS Com OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

Page 80: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

63

– Nomograma de segurança dinâmico OEL ESS: Grupo 2 x Grupo 3

A Tabela 21 e a Tabela 22 apresentam a geração de potência ativa de cada grupo,

considerando os pontos de operação pertencentes à curva da região de segurança

dinâmica, sem e com modelagem dos limitadores de sobrexcitação do tipo ESS nos

geradores G5, G6 e G10, respectivamente. Os grupos que atingiram o seu limite de

geração de potência ativa, conforme a Tabela 15, estão destacados em vermelho. Da

Tabela 21, nota-se que o limite de segurança dinâmico sem os OELs do tipo ESS

coincide com o limite de segurança estático, apresentado na Tabela 17, limitado pela

geração de potência ativa das máquinas síncronas pertencentes aos grupos de geração. O

limite de segurança dinâmico com os OELs do tipo ESS, apresentado na Tabela 22, é

mais restritivo, da direção 2 à direção 13, do que o limite sem a modelagem dos OELs

(Tabela 21). Nessas direções, a região de segurança dinâmica foi limitada pela análise

de estabilidade transitória, com o sistema transitoriamente instável para os pontos de

operação a partir desta curva.

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 2 [MW]

Sem OEL ESS Com OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

Page 81: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

64

Tabela 21 – Limite de segurança dinâmico: sem OEL ESS

Direção Grupo 1 [MW] Grupo 2 [MW] Grupo 3 [MW]

1 348,5 1987,2 2849,2

2 231,6 1982,4 2980,8

3 332,5 1874,2 2980,8

4 418,0 1782,1 2980,8

5 495,7 1699,0 2980,8

6 570,2 1620,0 2980,8

7 645,2 1541,0 2980,8

8 724,7 1457,9 2980,8

9 813,5 1365,9 2980,8

10 918,7 1257,6 2980,8

11 1052,9 1121,2 2980,8

12 1240,1 933,5 2980,8

13 1490,4 728,1 2936,5

14 1490,4 954,6 2698,2

15 1490,4 1081,4 2567,3

16 1490,4 1164,9 2482,0

17 1490,4 1226,2 2419,6

18 1490,4 1275,3 2370,0

19 1490,4 1317,3 2327,8

20 1490,4 1355,2 2289,6

21 1490,4 1391,4 2253,4

22 1490,4 1427,7 2217,3

23 1490,4 1465,8 2179,4

24 1490,4 1508,1 2137,5

25 1490,4 1557,7 2088,5

26 1490,4 1620,0 2027,3

27 1490,4 1705,2 1944,1

28 1490,4 1835,8 1817,7

29 1401,0 1987,2 1761,3

30 1187,3 1987,2 1976,6

31 1051,4 1987,2 2114,8

32 953,3 1987,2 2215,2

33 876,0 1987,2 2294,9

34 810,4 1987,2 2362,7

35 751,5 1987,2 2423,8

36 695,7 1987,2 2482,0

37 640,2 1987,2 2540,2

38 581,9 1987,2 2601,3

39 517,7 1987,2 2669,1

40 442,5 1987,2 2748,8

Page 82: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

65

Tabela 22 – Limite de segurança dinâmico: com OEL ESS

Direção Grupo 1 [MW] Grupo 2 [MW] Grupo 3 [MW]

1 498,8 1907,3 2769,3

2 576,7 1826,6 2766,4

3 645,4 1761,1 2758,8

4 694,7 1709,7 2758,0

5 734,2 1664,3 2761,6

6 783,9 1620,0 2753,6

7 827,7 1577,5 2750,3

8 870,6 1532,8 2750,3

9 917,5 1482,5 2751,9

10 971,9 1417,4 2760,9

11 1046,1 1346,7 2755,3

12 1145,7 1248,1 2752,2

13 1303,0 1089,4 2752,3

14 1490,4 954,6 2698,2

15 1490,4 1081,4 2567,3

16 1490,4 1164,9 2482,0

17 1490,4 1226,2 2419,6

18 1490,4 1275,3 2370,0

19 1490,4 1317,3 2327,8

20 1490,4 1355,2 2289,6

21 1490,4 1391,4 2253,4

22 1490,4 1427,7 2217,3

23 1490,4 1465,8 2179,4

24 1490,4 1508,1 2137,5

25 1490,4 1557,7 2088,5

26 1490,4 1620,0 2027,3

27 1490,4 1705,2 1944,1

28 1490,4 1835,8 1817,7

29 1401,0 1987,2 1761,3

30 1187,3 1987,2 1976,6

31 1051,4 1987,2 2114,8

32 953,3 1987,2 2215,2

33 876,0 1987,2 2294,9

34 810,4 1987,2 2362,7

35 751,5 1987,2 2423,8

36 695,7 1987,2 2482,0

37 640,2 1987,2 2540,2

38 581,9 1987,2 2601,3

39 517,7 1987,2 2669,1

40 442,5 1987,2 2748,8

Page 83: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

66

A Tabela 23 apresenta uma análise comparativa entre os limites de segurança

dinâmicos do Grupo 3, com e sem a modelagem dos OELs do tipo ESS, da direção 2 à

direção 13. Nota-se que no caso sem a modelagem dos limitadores de sobrexcitação a

geração de potência ativa do Grupo 3 é de 2980,8 MW, na direção 4. Porém, ao incluir a

modelagem dos OELs do tipo ESS nos geradores G5, G6 e G10 a geração de potência

ativa do Grupo 3 foi reduzida para 2758 MW (diferença de 222,8 MW) devido à perda

de estabilidade transitória. Nesse caso, a geração de potência ativa do Grupo 1 foi

aumentada, porque este grupo, como dito anteriormente, funciona como grupo de folga

responsável o equilíbrio de potência do sistema.

Tabela 23 – Análise comparativa: Grupo 3

Direção Limite de Segurança

Sem ESS [MW]

Limite de Segurança

Com ESS [MW] Redução [MW]

2 2980,8 2766,4 214,4

3 2980,8 2758,8 222,0

4 2980,8 2758,0 222,8

5 2980,8 2761,6 219,2

6 2980,8 2753,6 227,2

7 2980,8 2750,3 230,5

8 2980,8 2750,3 230,5

9 2980,8 2751,9 228,9

10 2980,8 2760,9 219,9

11 2980,8 2755,3 225,5

12 2980,8 2752,2 228,6

13 2936,5 2752,3 184,2

A Figura 57 mostra a corrente de campo dos geradores síncronos G5, G6 e G10

quando a simulação no domínio do tempo é realizada, sem que seja aplicada qualquer

perturbação. O resultado é mostrado para o ponto de operação pertencente à curva da

região de segurança dinâmica com OEL ESS, na direção 4, apresentado na Tabela 22.

Observa-se que, nessa direção de transferência de potência, os geradores G5, G6 e G10

permanecem sobrexcitados, ativando seus limitadores de sobrexcitação de forma a

reduzir a corrente de campo para um valor abaixo do limite contínuo de 105% da

corrente de campo nominal.

Page 84: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

67

– Corrente de campo com OEL ESS: G5, G6 e G10

Considerando o ponto de operação limite pertencente à curva da região de segurança

dinâmica sem OEL ESS na direção 4 (Tabela 21), a Figura 58 apresenta a dinâmica dos

ângulos dos rotores dos geradores para a avaliação da estabilidade transitória com

aplicação da contingência. Nessa simulação, os OELs não estão modelados. O resultado

indica que o sistema é transitoriamente estável. Na Figura 59, o resultado para essa

mesma simulação é apresentado, considerando a modelagem dos OELs do tipo ESS nos

geradores G5, G6 e G10. Fica clara a instabilidade de primeira oscilação devido à

atuação dos limitadores durante o período transitório.

G5G6G10Ifdlim

Page 85: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

68

– Avaliação da estabilidade transitória: sem OEL ESS

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS

A título de exemplificação, apenas a dinâmica da corrente de campo do gerador G5

e sua tensão terminal, relativas à Figura 58 e à Figura 59 (sem e com OEL ESS,

respectivamente), estão apresentada na Figura 60 e Figura 61, respectivamente. Pode-se

observar que a ativação do OEL limita a corrente de campo da máquina síncrona,

levando o sistema à instabilidade. Por outro lado, a não representação do OEL, em um

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

Page 86: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

69

caso com os geradores sobrexcitados violando o limite de corrente de campo, leva à

falsa conclusão de que o sistema é estável.

– Corrente de campo do gerador G5

– Tensão terminal do gerador G5

Após a redução do despacho das máquinas pertencentes aos Grupos 2 e 3, a Figura

62 apresenta a dinâmica dos ângulos dos rotores dos geradores para o ponto de operação

pertencente à curva da região de segurança dinâmica com OEL ESS, na direção 4

(Tabela 22). Com a redução da transferência de potência, mesmo com os limitadores de

Ifd OEL ESSIfd Sem OEL Ifdlim

Instabilidade de primeiro-swing

Com OEL ESSSem OEL ESS

Instabilidade de primeiro-swing

Page 87: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

70

sobrexcitação dos geradores G5, G6 e G10 atuando durante o período transitório, o

sistema permanece transitoriamente estável.

– Avaliação da estabilidade transitória: com OEL ESS

4.3.2.3 Análise Comparativa

Por fim, foi realizada uma análise comparativa das regiões de segurança obtidas nos

estudos anteriores, com e sem OEL do tipo somador e sobreposição ESS, conforme

mostrado na Figura 63. A região de segurança no caso sem OEL do tipo somador é

diferente da região de segurança obtida nos casos sem OEL do tipo sobreposição ESS

devido à diferença de modelagem dos reguladores de tensão do sistema de excitação

(IEEE DCIC x IEEE ST1C).

Os nomogramas de segurança dinâmicos comparativos, referentes ao Grupo 1 x

Grupo 2, Grupo 1 x Grupo 3 e Grupo 2 x Grupo 3 estão apresentados na Figura 64, na

Figura 65 e na Figura 66, respectivamente. Em cada nomograma estão representados o

ponto de operação inicial e sua distância, na direção 4, até a primeira violação dentre os

critérios dinâmicos considerados.

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10

Page 88: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

71

– Região de segurança dinâmica comparativa

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 1 x Grupo 2

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

2 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL ESS Sem OEL Somador OEL Somador

OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

Page 89: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

72

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 1 x Grupo 3

– Nomograma de segurança dinâmico comparativo: Grupo 2 x Grupo 3

Uma análise comparativa da corrente de campo e da tensão terminal do gerador G5

para os casos sem a modelagem do OEL, com o OEL do tipo somador e com OEL do

tipo ESS está apresentada na Figura 67 e na Figura 68, respectivamente. As três

simulações foram realizadas para o limite com OEL ESS (Tabela 22), na direção 4, que

corresponde ao limite seguro da região de segurança do sistema New England para essa

direção. Nota-se que a inclusão do OEL limita a corrente de campo da máquina, porém,

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 1 [MW]

Sem OEL ESS Sem OEL Somador OEL Somador

OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

3000

3200

600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Gru

po

3 [

MW

]

Grupo 2 [MW]

Sem OEL ESS Sem OEL Somador OEL Somador

OEL ESS Ponto Inicial Direção 4

Page 90: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

73

com a redução da transferência de potência ativa dos Grupos 2 e 3, o sistema permanece

estável para os três casos.

– Corrente de campo do gerador G5: limite de segurança

– Tensão terminal do gerador G5: limite de segurança

OEL ESSOEL SomadorSem OEL

OEL ESSOEL SomadorSem OEL

Page 91: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

74

4.4 Sistema Interligado Nacional

Após os estudos envolvendo os sistemas Máquina x Barra Infinita, Duas áreas e

New England, a análise do impacto de limitadores de sobrexcitação ativos na

estabilidade transitória de máquinas síncronas foi estendida para um caso do Sistema

Interligado Nacional - SIN.

Como ponto de partida, foi utilizado o Caso Mensal de Outubro de 2017, no cenário

de carga média, disponibilizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)

[28]. Esse cenário foi adotado para os estudos de fluxo de potência e transitórios

eletromecânicos, utilizando a base de dados completa do sistema, com um total de 6.342

barras. A Figura 69 exibe o mapa do sistema de transmissão principal do SIN, para o

horizonte de 2017.

– Sistema de transmissão do SIN – Horizonte 2017 [28]

As simulações envolvendo o Sistema Interligado Nacional têm como finalidade

analisar o efeito do disparo do limitador de sobrexcitação dos compensadores síncronos

da subestação de Ibiúna na estabilidade do sistema. A subestação de Ibiúna, localizada

no estado de São Paulo, possui quatro compensadores síncronos de 300 Mvar cada,

representados por uma máquina equivalente. Essa subestação representa um ponto

importante do SIN, pois tem conexão com o tronco de 765 kV por onde é escoada a

Page 92: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

75

geração proveniente da usina de Itaipu. Assim, mais especificamente, o estudo objetiva

analisar como a ativação do OEL de Ibiúna pode afetar a estabilidade das máquinas

síncronas de Itaipu 60 Hz e, consequentemente, limitar a potência transmitida pelo

tronco de 765 kV.

O sistema de excitação dos compensadores síncronos de Ibiúna possui um limitador

de sobrexcitação do tipo sobreposição seguindo o Esquema de Substituição de Sinal de

Controle (CSS). Os diagramas de blocos do limitador de sobrexcitação e do sistema de

excitação são apresentados na Figura 70 e na Figura 71, respectivamente.

– Limitador de sobrexcitação de Ibiúna 345 kV

– Sistema de excitação de Ibiúna 345 kV

Page 93: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

76

O limitador de sobrexcitação de Ibiúna possui uma malha de atuação instantânea e

uma malha de atuação temporizada de tempo fixo. A operação da malha temporizada do

OEL inicia-se pela comparação da corrente de campo da máquina (Ifd) com o valor

máximo da corrente de campo permissível em regime permanente de 2,329 p.u.

(Ifdlim2). Essa diferença é responsável pela ativação do limitador de sobrexcitação. Em

condições normais de operação, o sinal de saída do bloco limita (X50) corresponde ao

seu limite inferior nulo, tal que a saída do temporizador (X57) possui um valor

negativo. Dessa forma, o bloco seletor #2 fica na posição superior, produzindo um sinal

de saída unitário (X53 = 1). Quando o limite de sobrexcitação temporizado é violado, o

valor da corrente de campo ultrapassa o limite adotado na malha temporizada do OEL.

Assim, a diferença X48 torna-se positiva, aumentando o valor da saída do bloco limita

(X50). Após a temporização, o sinal de saída do temporizador torna-se maior do que

zero e o bloco seletor #2 passa para a posição inferior (X53 = X52), ativando o OEL.

Para uma temporização de 1 minuto, o limite superior do bloco limita (Tse) vale 0,0167

p.u. e para uma temporização de 5 segundos, Tse vale 0,2 p.u..

Se a saída do somador (X47) for maior do que zero, o bloco seletor #3 passa para a

posição inferior (X54 = X53). Se X54 for menor ou igual a zero, o sinal de saída do

OEL (X56) se sobrepõe à saída da malha principal de controle do regulador de tensão

(X8 = X56), reduzindo Ifd até que o limite da corrente de campo permissível em regime

permanente (2,329 p.u.) seja atingido.

A operação da malha instantânea do OEL, por sua vez, inicia-se pela comparação da

corrente de campo da máquina (Ifd) com o valor máximo da corrente de campo de 3,376

p.u. (Ifdlim1). Em condições normais de operação, o bloco seletor #1 fica na posição

superior, produzindo um sinal de saída unitário (X45 = 1). Caso o valor da corrente de

campo ultrapasse o limite adotado na malha instantânea do OEL, a diferença X43 torna-

se positiva, tal que a saída do bloco seletor #1 passa para a posição inferior (X45 =

X44). Dessa forma, a malha instantânea do OEL é ativada e o sinal de saída do somador

(𝑋47) passa a ser negativo. Com valor negativo do sinal 𝑋47, o bloco seletor #3 passa

para a posição superior igualando o seu sinal de saída (X54) ao sinal 𝑋45. Por fim, o

valor menor ou igual a zero do sinal 𝑋56, faz com que a saída do bloco seletor #4 (𝑋8)

se iguale ao sinal de saída do OEL (𝑋56). Assim, a saída 𝑋8 diminuirá imediatamente,

sem atraso, e a excitação será reduzida garantindo que a corrente Ifd não ultrapasse seu

valor máximo da corrente de campo de 3,376 p.u..

Page 94: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

77

Conforme descrito anteriormente, as simulações têm como finalidade analisar a

ativação da malha temporizada do OEL de Ibiúna (Figura 70) e seu impacto na

estabilidade sistema, mais especificamente nas máquinas de Itaipu 60 Hz e no tronco de

765 kV do SIN. A Figura 72 mostra o cenário operativo do tronco de 765 kV relativo ao

caso base estudado. Nesse cenário, Itaipu 60 Hz está gerando 5000 MW e o

compensador síncrono equivalente de Ibiúna se encontra em condição normal de

operação, ou seja, sem sobrexcitação.

De posse do caso base, o sistema foi modificado de forma a levá-lo a uma condição

operativa mais estressada. As modificações consideraram o aumento da geração de

Itaipu para 6000 MW, o desligamento de capacitores de Ibiúna e de transformadores de

Tijuco Preto para manutenção. Nessa condição degradada, o compensador síncrono de

Ibiúna foi sobrexcitado de forma que, em regime permanente, a corrente de campo fosse

superior ao limite do OEL temporizado (2,329 p.u.) e inferior ao limite do OEL

instantâneo (3,376 p.u.). Para os estudos de estabilidade eletromecânica, foi considerada

a ocorrência de um curto-circuito na barra de 765 kV de Ivaiporã seguido da abertura de

dois circuitos do trecho Ivaiporã – Itaberá. Assim, os seguintes distúrbios foram

simulados:

o Curto-circuito trifásico através de reatância de 0,38% em Ivaiporã 765 kV

em t = 5,5s;

o Remoção do curto-circuito em t = 5,6s;

o Desligamento de dois circuitos da linha de transmissão Ivaiporã 765 kV –

Itaberá 765 kV em t = 5,6s.

Segundo os Procedimentos de Rede do ONS [30], se o valor da temporização para a

atuação do limitador de sobrexcitação de unidades geradoras e de compensadores

síncronos for superior ao tempo de simulação, pode-se fazer uma avaliação do

desempenho do sistema considerando a atuação do OEL após 5 segundos. Dessa forma,

uma primeira análise foi realizada considerando o OEL com temporização de 1 minuto,

conforme modelado na base de dados. Nas análises seguintes, a temporização do OEL

foi alterada para 5 segundos, para analisar a ativação do limitador temporizado durante a

simulação.

Page 95: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

  

78  

 

– Tronco 765 kV: caso mensal outubro de 2017 Figura 72

-4990.0

932.7j

4990.0

-158.0j

1218.3

-227.9j-1217.5233.1j

1236.5

-231.1j

-1235.7

236.7j

1258.8

-235.3j

-1258.0

241.3j

1276.4

-238.4j

-1275.6

244.8j

1099.3

-144.2j

-1099.3

227.5j

1066.8

-139.9j

-1066.8

220.7j

1099.3

-144.2j

-1099.3

227.5j

1099.3

-144.2j

-1099.3

227.5j

1481.1

-303.5j

-1463.1

277.2j

1467.9

-301.2j

-1450.3

268.5j

1415.7

-298.5j

-1398.9

220.4j

-1463.1

121.3j

1463.1

-277.2j

-1450.3

115.4j

1450.3

-268.5j

-1398.9

78.4j

1398.9

-220.4j

1832.0

-278.5j

-1832.0

20.5j

1833.3

-271.7j

-1833.3

13.7j

1807.9

-276.5j

-1807.9

25.2j

-1810.7

424.4j

1832.0

-20.5j

-1812.4

422.2j

1833.3

-13.7j

-1787.2

416.1j

1807.9

-25.2j

1837.4

-536.6j

-1837.4

219.5j

1838.3

-532.2j

-1838.3

215.3j

1734.6

-542.9j

-1734.6

257.0j

-1812.5

283.9j

1837.4

-219.5j

-1813.4

284.1j

1838.3

-215.3j

-1712.9

250.0j

1734.6

-257.0j

-618.4

296.8j

618.4

-266.4j

-628.4

301.6j

628.4

-270.8j

621.9

-162.2j

-621.9

190.8j

851.9

-44.4j

-851.9

119.7j

-870.6

112.0j

870.6

-43.1j

-864.3

82.5j

864.3

-15.4j

-883.4

84.3j

883.4

-15.7j

0.0

-1.9j

0.0

1.9j

-4.6

-31.5j

4.6

-32.3j

-436.5

-9.4j

439.0

-18.7j

-15.1

-110.4j

15.1

112.6j

-15.0

-110.0j

15.0

112.2j

-15.8

-116.0j

15.8

118.3j

IPU-60UHE0081107

0.965

IPU-60-PR5001106

1.005

FZ-500-PR50061

1.007

F.IGUA-PR76560

0.971

IV-FZ1CAP76562

1.032IV-FZ2CAP76563

1.032IV-FZ3CAP76564

1.029

IVAIPO-PR76565

1.018

IV-IT1CAP76569

1.006IV-IT2CAP76570

1.007IV-IT3CAP76571

1.006

ITABER-SP76572

1.028

IT-TP1CAP76573

0.994IT-TP2CAP76574

0.994IT-TP3CAP76575

0.992

TPRETO-SP76576

0.997

TPRETO-SP50077

1.040TPRAT3-SP00080

1.016TPRAT4-SP00081

1.005TPRETO-SP34578

1.030

TPRET2-SP34582

1.030

IBIUNASIN00448

1.022

IBIUNA-SP34586

1.035

IBIUNA-SP500122

1.054

1.024

G 5000.0-158.0

10.0

1.050

1.050

1.050

1.050

-341.7 -348.9

1.024

1.024

0.993

1.000

1.027

1.029

1.029

1.013

S0.01.9

424.4

1.001

1.001

1.001

-200.0

66.0

126.4

709.6

1015.5

0.0

0.0

317.1

Page 96: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

79

Primeiramente, aplicou-se o evento considerando o OEL com temporização de 1

minuto. Como o curto-circuito é aplicado antes da ativação do OEL temporizado, após o

defeito, a malha instantânea atua para reduzir a corrente de campo. Dessa forma, o sinal

de saída da malha temporizada (X53) permanece com valor unitário, enquanto a malha

instantânea é ativada após o defeito (X45 < 0), igualando o sinal de saída do OEL (X56)

ao seu sinal de saída (X45). O comportamento da corrente de campo e os sinais de

controle do OEL estão apresentados na Figura 73 e na Figura 74, respectivamente.

– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado - 1 minuto

– Sinais de controle do OEL: temporizado - 1 minuto

IfdIfdlim1

X53X45X56

Page 97: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

80

A Figura 75 apresenta a dinâmica dos ângulos dos rotores de Itaipu e de outros

importantes geradores do sistema, em relação à máquina da usina de Ilha Solteira. Nota-

se que mesmo com a aplicação do curto-circuito seguido de uma perda dupla, e

consequente atuação da malha instantânea do OEL, o sistema permanece estável.

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado - 1 minuto

A mesma simulação foi realizada, considerando o OEL com temporização de 5

segundos. Com a ativação do OEL temporizado em t = 5s, quando o curto-circuito é

aplicado, em t = 5,5 s, a corrente de campo já foi reduzida, de tal forma que a malha

instantânea não atua. Dessa forma, o sinal de saída da malha instantânea (X45)

permanece com valor unitário, enquanto a malha temporizada é ativada em t = 5s

(X53 < 0), igualando o sinal de saída do OEL (X56) ao seu sinal de saída (X53). O

comportamento da corrente de campo e os sinais do OEL estão apresentados na Figura

76 e na Figura 77, respectivamente.

Itaipu

L. Gonzaga I

CS Ibiúna Ilha SolteiraCS Grajaú Xingó

P. Afonso IV Tucuruí I B. Munhoz

Page 98: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

81

– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado – 5 segundos

– Sinais de controle do OEL: temporizado – 5 segundos

A Figura 78 apresenta a dinâmica dos ângulos dos rotores de importantes geradores

síncronos presentes no SIN, em relação às máquinas de Ilha Solteira. Nesse caso, a

ativação da malha temporizada do OEL, seguida da aplicação do curto-circuito com

perda dupla levará à instabilidade de primeira oscilação das máquinas de Itaipu.

IfdIfdlim2

X53X45X56

Page 99: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

82

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado – 5 segundos

Devido à instabilidade apresentada na análise anterior, a potência de Itaipu foi

reduzida até que um caso estável fosse obtido, considerando o OEL com temporização

de 5 segundos e a aplicação da perturbação. A estabilidade de Itaipu foi alcançada para

uma potência de 5700 MW, reduzindo sua potência em 300 MW. O comportamento da

corrente de campo e os sinais do OEL estão apresentados na Figura 79 e na Figura 80,

respectivamente.

– Corrente de campo Ibiúna 345 kV: OEL temporizado – 5 segundos

Itaipu

L. Gonzaga I

CS Ibiúna Ilha SolteiraCS Grajaú Xingó

P. Afonso IV Tucuruí I B. Munhoz

IfdIfdlim2

Page 100: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

83

– Sinais de controle do OEL: temporizado – 5 segundos

Reduzindo a potência em Itaipu para 5700 MW, a Figura 81 apresenta a dinâmica

dos ângulos dos rotores de importantes geradores síncronos presentes no SIN, em

relação à usina de Ilha Solteira. Nesse caso, mesmo com a ativação da malha

temporizada do OEL e a aplicação do distúrbio, Itaipu e as demais máquinas síncronas

do SIN permanecem transitoriamente estáveis.

– Avaliação da estabilidade transitória: OEL temporizado – 5 segundos

X53X45X56

Itaipu

L. Gonzaga I

CS Ibiúna Ilha SolteiraCS Grajaú Xingó

P. Afonso IV Tucuruí I B. Munhoz

Page 101: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

84

Das análises de estabilidade eletromecânica envolvendo o Sistema Interligado

Nacional, constata-se que a redução da potência de Itaipu 60 Hz foi necessária para suas

máquinas suportarem a atuação do limitador de sobrexcitação temporizado do

compensador síncrono de Ibiúna. Nesse caso, quando o OEL temporizado está

modelado de forma a atuar corretamente durante a simulação, com temporização de 5

segundos, essa redução deve ser de 300 MW para as máquinas de Itaipu não perderem a

estabilidade, equivalente a 5% da geração original. Neste caso, a modelagem da

temporização do OEL com valor superior ao tempo de simulação leva à falsa conclusão

de que o sistema é estável.

É importante registrar que as simulações apresentadas para o SIN nessa dissertação

têm caráter essencialmente didático, uma vez que consideraram um cenário

extremamente severo e degradado do sistema. Entretanto, deve-se atentar para o fato de

que das 432 máquinas síncronas presentes no banco de dados do ONS, cerca de 50%

não possuem limitadores de sobrexcitação modelados, podendo levar à falsa conclusão

de que o sistema é estável caso essas máquinas estejam sobrexcitadas.

Page 102: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

85

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES E TRABALHOS

FUTUROS

5.1 Conclusões

Limitadores de sobrexcitação (OELs) são dispositivos fundamentais para garantir a

segurança operativa de geradores síncronos. Devido a sua ação temporizada, esses

limitadores são comumente representados em análises de estabilidade de tensão de

longo prazo. Entretanto, a operação do sistema com limitadores de sobrexcitação ativos

pode influenciar também na segurança dinâmica de curto prazo.

Este trabalho apresentou um estudo sobre o impacto da ativação de OELs na

segurança dinâmica de sistemas de potência. O impacto foi analisado através do cálculo

da margem de estabilidade transitória, do limite intercâmbio entre áreas e da avaliação

da região de segurança. Para cada análise, limitadores de sobrexcitação do tipo somador

e sobreposição foram modelados e seus impactos na segurança dinâmica foram

avaliados.

Page 103: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

86

As simulações dinâmicas para o cálculo da margem de estabilidade transitória foram

realizadas para um sistema Máquina x Barra Infinita. Limitadores do tipo somador não

impactaram a margem de estabilidade, visto que o seu desempenho é influenciado por

outros sinais de controle no regulador de tensão. Por outro lado, os resultados

mostraram uma redução significativa na presença do limitador do tipo sobreposição.

Nesse caso, a maior redução do tempo crítico foi de 54,7%, correspondente a 105 ms,

com a atuação do OEL do tipo sobreposição segundo o Esquema de Substituição de

Sinal de Erro (ESS).

Na análise dos limites de intercâmbio entre áreas, verificou-se uma redução na

capacidade de transmissão, independentemente do tipo de limitador considerado.

Entretanto, a ativação dos limitadores do tipo sobreposição ESS mostrou um impacto

consideravelmente maior. No sistema de duas áreas utilizado nas análises, com um dos

geradores da área exportadora violando o seu limite de sobrexcitação, a redução

provocada pelo OEL do tipo somador chegou a 6,4% contra 30,4% quando o OEL do

tipo ESS é utilizado. Nesse último caso, a redução da capacidade de transmissão

correspondeu a 170 MW. Esse comportamento ocorre, pois o sinal do OEL se sobrepõe

ao sinal do AVR controlando diretamente a excitatriz da máquina síncrona.

As simulações estáticas e dinâmicas para a construção da região de segurança foram

realizadas para o sistema modificado IEEE 39 Barras, conhecido como New England.

Verificou-se que a ativação dos OELs do tipo somador não alterou a região de

segurança dinâmica. Por outro lado, a modelagem dos OELs do tipo ESS reduziu

consideravelmente a região de segurança nas direções de transferência de potência que

permaneceram com os geradores sobrexcitados, ativando seus limitadores de

sobrexcitação.

Essa dissertação analisou ainda a influência do disparo do limitador de

sobrexcitação do compensador síncrono de Ibiúna na estabilidade eletromecânica de um

caso degradado do Sistema Interligado Nacional. Com a ativação da malha temporizada

do OEL de Ibiúna, a potência elétrica de Itaipu 60 Hz precisou ser reduzida para manter

a estabilidade transitória. Nesse caso, a redução foi de 300 MW, o equivalente a 5% da

potência ativa original.

Através dos resultados obtidos, o impacto da ativação de limitadores de

sobrexcitação na segurança dinâmica foi demonstrado. Esse impacto depende

Page 104: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

87

fortemente de como os OEL são modelados, revelando diferentes margens de

estabilidade, diferentes valores de capacidade de transmissão e diferentes traçados das

regiões de segurança. Os estudos com o Sistema Interligado Nacional mostraram que a

modelagem da temporização do OEL com valor superior ao tempo de simulação pode

levar à falsa conclusão de que o sistema é estável, caso a máquina já esteja violando o

seu limite de corrente de campo no momento no ponto de operação inicial. Dessa forma,

fica evidente a importância da modelagem dos limitadores de sobrexcitação nos estudos

de estabilidade transitória, considerando a condição operativa das máquinas com

possível ativação dos limitadores.

5.2 Trabalhos Futuros

Como trabalho futuro, sugere-se a elaboração de um estimador de estado dinâmico

capaz de identificar a ativação dos limitadores de sobrexcitação presentes nas máquinas

síncronas. Assim, os operadores poderiam atuar rapidamente de forma a aliviar o

estresse do sistema e trazê-lo para um ponto de operação seguro.

Outro estudo interessante seria uma análise mais abrangente da segurança dinâmica

de sistemas de potência, estendendo a análise do impacto da ativação dos limitadores de

sobrexcitação, para estudos de estabilidade a pequenos sinais, estabilidade de frequência

e estabilidade de tensão.

Page 105: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

88

REFERÊNCIAS

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Power Energy Magazine., vol. 2, no. 5, pp. 30–39, Sep. 2004.

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power system long-term modeling,” IEEE Transactions on Energy Conversion, vol.

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Engineering and Computer Science. New York, NY, USA: Springer, 2000.

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[11] T. M. L. Assis, D. M. Falcão and G. N. Taranto, “Dynamic Transmission Capability

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[12] S. Granville, M. L. Latorre e L. A. C. Pereira, "Fluxo de Potência Ótimo: Modelagem

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[13] E.G.S. Sant`Anna, A.C. Zambroni de Souza, A.Y. Takahata, T.M.L. Assis, M.Th.

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[14] S. Granville "Optimal Reactive Dispatch Through Interior Point Methods", IEEE

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[15] CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, ANAREDE – Programa de

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[16] CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, ANATEM – Programa de Análise

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[17] F.R. de M. Alves, R. M. Henriques, J. A. Passos Filho, S. Gomes Júnior, C. L. T.

Borges, R. D. Rangel, D. M. Falcão, A. A. Aveleda, G. N. Taranto, T. M. L. Assis,

“Ferramenta Integrada para Avaliação da Segurança Estática e Dinâmica de Sistemas

Elétricos de Potência de Grande Porte”, XII Simpósio de Especialistas em

Planejamento da Operação e Expansão Elétrica – XII SEPOPE, Rio de Janeiro, May,

2012.

[18] T. M. L. Assis, S. Kuenzel, B. C. Pal, “Impact of Multi-terminal HVDC Grids on

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[19] F. B. Almeida, J. A. Passos Filho, J. L. R. Pereira, and R. M. Henriques, “Assessment

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Stability Studies, IEEE Std. 421.5-2016 (Revision of IEEE Std. 421.5-2005), 2006,

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[21] IEEE Standard for Cylindrical-Rotor 50 Hz and 60 Hz Synchronous Generators Rated

10 MVA and Above, IEEE Std. C50.13-2014 (Revision of IEEE Std. C50.13-2005).

[22] IEEE Guide for AC Generator Protection, IEEE Std. C37.102-2006 (Revison of IEEE

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[23] G.K. Morison, B. Gao, P. Kundur, “Voltage Stability Analysis Using Static and

Dynamic Approaches”, IEEE Transactions on Power Systems, vol. 8, n° 3, pp. 1159–

1171, August 1993.

[24] G. K. Girgis, H. D. Vu, “Verification of Limiter Performance in Modern Excitation

Control Systems,” IEEE Transactions Energy Conversion, vol. 10, no. 3, pp. 538–542,

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[25] A. Gelb, W. V. Velde, “On Limit Cycling Control Systems,” IEEE Transactions on

Automatoc Control., vol. 8, pp. 142–157, April. 1963.

[26] IEEE Task Force on Excitation Limiters Excitation System Subcommittee,

Performance and Modeling Working Group Energy Development and Power

Generation Committee, “Recommended models for overexcitation limiting devices,”

IEEE Transactions on Energy Conversion, vol. 10, n°. 4, pp. 706–713, Dec. 1995.

[27] IEEE PES Task Force on Benchmark Systems for Stability Controls, Technical

Report PES-TR18, Agosto de 2015.

[28] “Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS”, Disponível em:

http://www.ons.org.br . Acesso em Novembro de 2017.

[29] WECC White Paper on Over Excitation System Limiter (OEL) and Over Excitation

Protection (OEP) Testing, Nov. 2000.

[30] ONS - Procedimentos de Rede – Módulo 23 – Submódulo 23.3 – Diretrizes e

Critérios para Estudos Elétricos, 2017.

Page 108: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

91

Apêndice A - Sistema Máquina x Barra

Infinita

O sistema Máquina x Barra Infinita, ilustrado na Figura 82, é composto por seis

máquinas síncronas de polos salientes de 184 MVA cada, totalizando uma potência

equivalente de 1104 MVA. Os geradores foram modelados como máquinas síncronas de

polos salientes com um enrolamento de campo e dois enrolamentos amortecedores

sendo um no eixo direto e outro no eixo em quadratura [16]. A reatância de conexão

indicada está na base de 100 MVA.

– Sistema Máquina x Barra Infinita

Os dados dos geradores síncronos estão detalhados na Tabela 24 com os valores na

base de 184 MVA. A curva de saturação dos geradores síncronos é do tipo exponencial,

conforme mostrado em (14) , considerando A=0,013; B=7,920 e C=0,8.

𝑦 = 𝐴𝑒𝐵(𝑥−𝐶) (14) .

Tabela 24 – Parâmetros máquina síncrona

Parâmetro Descrição Valor

S Potência aparente nominal 184 MVA

H Constante de inércia 4,938 s

r Resistência do estator 0 p.u.

D Constante de amortecimento 0 p.u.

xd Reatância síncrona eixo-d 1,138 p.u.

xq Reatância síncrona eixo-q 0,681 p.u.

x'd Reatância transitória eixo-d 0,350 p.u.

x"d Reatância subtransitória eixo-d 0,288 p.u.

x"q Reatância subtransitória eixo-q 0,288 p.u.

T'do Constante de tempo transitória eixo-d 5,6 s

T"do Constante de tempo subtransitória eixo-d 0,080 s

T"qo Constante de tempo subtransitória eixo-q 0,150 s

X = 7,5%1104 MVA

Page 109: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

92

Apêndice B - Sistema Duas Áreas

Dados do Sistema

O sistema Duas Áreas modificado [4], ilustrado na Figura 83, é composto por quatro

unidades geradoras idênticas, denominadas G1, G2, G3 e G4. Cada unidade é composta

por 5 máquinas síncronas de polos salientes de 184 MVA cada, totalizando uma

potência equivalente de 920 MVA. Os geradores foram modelados como máquinas

síncronas de polos salientes com um enrolamento de campo e dois enrolamentos

amortecedores sendo um no eixo direto e outro no eixo em quadratura [16].

– Sistema Duas Áreas

Os dados dos geradores síncronos estão detalhados na Tabela 25 com os valores na

base de 184 MVA. A curva de saturação dos geradores síncronos é do tipo exponencial,

conforme mostrado em (14) , considerando A=0,013; B=7,920 e C=0,8.

Tabela 25 – Parâmetros máquina síncrona

Parâmetro Descrição Valor

S Potência aparente nominal 184 MVA

H Constante de inércia 4,938 s

r Resistência do estator 0 p.u.

D Constante de amortecimento 0 p.u.

xd Reatância síncrona eixo-d 1,138 p.u.

xq Reatância síncrona eixo-q 0,681 p.u.

x'd Reatância transitória eixo-d 0,350 p.u.

x"d Reatância subtransitória eixo-d 0,288 p.u.

x"q Reatância subtransitória eixo-q 0,288 p.u.

T'do Constante de tempo transitória eixo-d 5,6 s

1 5 6

2

7 8 9 31110

G1

G2 G4

G3

C1 C2

L1 L2

Área 1 Área 2

4

Page 110: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

93

T"do Constante de tempo subtransitória eixo-d 0,080 s

T"qo Constante de tempo subtransitória eixo-q 0,150 s

Os dados do sistema de transmissão estão detalhados na Tabela 26 na base de 100

MVA e 230 kV. Cada transformador possui uma reatância de 1,67% na base de 100

MVA.

Tabela 26 – Dados do Sistema Duas Áreas

Barra de Barra para R [p.u.] XL [p.u.] bc [p.u.]

5 6 0,0025 0,025 0,04375

6 7 0,0010 0,010 0,01750

7 8 0,0110 0,110 0,19250

8 9 0,0110 0,110 0,19250

9 10 0,0010 0,010 0,01750

10 11 0,0025 0,025 0,04375

Os dados de carga e dos capacitores conectados às Barras 7 e 9 estão apresentados

na Tabela 27 e Tabela 28, respectivamente.

Tabela 27 – Dados de carga do sistema duas áreas

Carga PL [MW] QL [Mvar]

L1 967 100

L2 1767 100

Tabela 28 – Dados bancos de capacitores do sistema duas áreas

Capacitores QC [Mvar]

C1 200

C2 350

Page 111: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

94  

Limites de Intercâmbio Dinâmico

Os diagramas de simulação considerando o gerador G1 sobrexcitado com o

intercâmbio entre áreas de 470 MW, 460 MW, 530 MW e 410 MW estão representados

na Figura 84, Figura 85, Figura 86 e Figura 87, respectivamente. A Tabela 29, Tabela

30, Tabela 31 e Tabela 32 apresentam os dados de geração de potência elétrica ativa e

reativa e dados da corrente de campo das máquinas síncronas para o caso com o gerador

G1 sobrexcitado e intercâmbio de 470 MW, 460 MW, 530 MW e 410 MW,

respectivamente.

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW Figura 84

Tabela 29 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 796,4 459,5 2,44 1,16

1 G2 680 189,2 1,63 0,78

2 G3 689 162,6 1,57 0,75

2 G4 670,2 285,6 1,75 0,83  

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 460 MW Figura 85

Tabela 30 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 460 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 795,8 455 2,42 1,16

1 G2 670 178,3 1,60 0,76

2 G3 699 163,8 1,58 0,76

2 G4 669,4 282 1,74 0,83

796.4

289.5j

-780.0

-129.7j

680.0

189.2j

-680.0

-106.0j

1460.0

235.7j

-1437.0

-7.2j

235.0

43.4j

-227.9

11.2j235.0

43.4j

-227.9

11.2j

227.9

-11.2j

-220.8

65.8j227.9

-11.2j

-220.8

65.8j670.2

285.6j-670.2

-193.3j

-675.9

51.2j

689.0

75.4j

689.0

162.6j

-689.0

-75.4j

796.4

399.0j

-796.4

-289.5j

-1325.3

64.5j

1346.1

142.1j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.046

Barra 6 6

0.975

UG2 2

1.000

Barra 7 7

0.947

Barra 8 8

0.900

Barra 9 9

0.920

Barra 10 10

0.938

UG4 4

0.980

Barra 11 11

0.960

UG3 3

0.980

G796.4459.5

1.000

179.51767.0

296.1

G 680.0189.2

1.000

1.000

G670.2285.6

G689.0162.6

967.0

1.000

795.8

285.6j

-779.5

-126.8j

670.0

178.3j

-670.0

-98.0j

1449.5

224.8j

-1426.9

-0.8j

230.0

40.7j

-223.2

10.2j230.0

40.7j

-223.2

10.2j

223.2

-10.2j

-216.5

61.2j223.2

-10.2j

-216.5

61.2j669.4

282.0j-669.4

-190.2j

-685.6

56.2j

699.0

74.1j

699.0

163.8j

-699.0

-74.1j

795.8

394.5j

-795.8

-285.6j

-1333.9

74.7j

1355.0

134.1j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.047

Barra 6 6

0.977

UG2 2

1.000

Barra 7 7

0.950

Barra 8 8

0.905

Barra 9 9

0.921

Barra 10 10

0.939

UG4 4

0.980

Barra 11 11

0.960

UG3 3

0.980

G795.8455.0

1.000

180.51767.0

297.1

G670.0178.3

1.000

1.000

G669.4282.0

G699.0163.8

967.0

1.000

Page 112: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

95  

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 530 MW Figura 86

Tabela 31 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 530 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 839,5 447,4 2,44 1,16

1 G2 700 263,2 1,78 0,85

2 G3 652,2 147,4 1,54 0,74

2 G4 650 276,9 1,74 0,83  

– G1 sobrexcitado: intercâmbio 410 MW Figura 87

Tabela 32 – G1 sobrexcitado: intercâmbio 410 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 742,2 440,1 2,35 1,12

1 G2 670 113,1 1,50 0,72

2 G3 714 162,1 1,59 0,76

2 G4 700 272 1,75 0,83  

Os diagramas de simulação considerando o gerador G2 sobrexcitado com o

intercâmbio entre áreas de 470 MW e 440 MW estão representados na Figura 88 e

Figura 89, respectivamente. A Tabela 33 e Tabela 34 apresentam os dados de geração

de potência elétrica ativa e reativa e dados da corrente de campo das máquinas síncronas

para o caso com o gerador G2 sobrexcitado e intercâmbio de 470 MW e 440 MW,

respectivamente.

839.5

268.9j

-821.8

-96.7j

700.0

263.2j

-700.0

-173.4j

1521.8

270.1j

-1497.1

-24.8j

265.0

53.2j

-256.1

20.0j265.0

53.2j

-256.1

20.0j

256.1

-20.0j

-247.2

92.6j256.1

-20.0j

-247.2

92.6j650.0

276.9j-650.0

-193.5j

-641.0

35.0j

652.2

72.7j

652.2

147.4j

-652.2

-72.7j

839.5

386.9j

-839.5

-268.9j

-1272.7

23.6j

1291.0

158.5j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.049

Barra 6 6

0.984

UG2 2

1.020

Barra 7 7

0.953

Barra 8 8

0.902

Barra 9 9

0.939

Barra 10 10

0.960

UG4 4

1.000

Barra 11 11

0.981

UG3 3

1.000

G839.5447.4

1.000

181.61767.0

308.8

G 700.0263.2

1.000

1.000

G650.0276.9

G652.2147.4

967.0

1.000

742.2

283.6j

-727.8

-144.2j

670.0

113.1j

-670.0

-34.5j

1397.8

178.7j

-1377.1

27.5j

205.0

27.5j

-199.8

7.8j205.0

27.5j

-199.8

7.8j

199.8

-7.8j

-194.6

43.4j199.8

-7.8j

-194.6

43.4j700.0

272.0j-700.0

-173.9j

-700.0

66.8j

714.0

68.9j

714.0

162.1j

-714.0

-68.9j

742.2

379.6j

-742.2

-283.6j

-1377.8

113.9j

1400.0

107.2j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.048

Barra 6 6

0.977

UG2 2

0.990

Barra 7 7

0.955

Barra 8 8

0.920

Barra 9 9

0.927

Barra 10 10

0.941

UG4 4

0.980

Barra 11 11

0.960

UG3 3

0.980

G 742.2440.1

1.000

182.51767.0

300.6

G 670.0113.1

1.000

1.000

G700.0272.0

G714.0162.1

967.0

1.000

Page 113: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

96  

 

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW Figura 88

Tabela 33 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 470 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 739,8 -3 1,39 0,67

1 G2 735 537,1 2,53 1,21

2 G3 702 169,6 1,65 0,79

2 G4 650 190,5 1,62 0,77  

 

– G2 sobrexcitado: intercâmbio 440 MW Figura 89

Tabela 34 – G2 sobrexcitado: intercâmbio 440 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 709,4 16,1 1,41 0,67

1 G2 730 436,6 2,27 1,08

2 G3 700 159,1 1,63 0,78

2 G4 680 169,6 1,61 0,77  

Os diagramas de simulação considerando os geradores G1 e G2 sobrexcitados com o

intercâmbio entre áreas de 450 MW, 290 MW, 560 MW e 220 MW estão representados

na Figura 90, Figura 91, Figura 92 e Figura 93, respectivamente. A Tabela 35, Tabela

36, Tabela 37 e Tabela 38 apresentam os dados de geração de potência elétrica ativa e

reativa e dados da corrente de campo das máquinas síncronas para o caso com os

geradores G1 e G2 sobrexcitados e intercâmbio de 450 MW, 290 MW, 560 MW e 220

MW, respectivamente.

739.7

-100.1j

-725.2

241.1j

735.0

537.1j

-735.0

-418.4j

1460.2

177.4j

-1438.7

35.8j

235.8

28.5j

-229.3

18.7j235.8

28.5j

-229.3

18.7j

229.3

-18.6j

-222.9

65.2j229.3

-18.6j

-222.9

65.2j650.0

190.5j-650.0

-115.4j

-689.7

31.1j

702.0

87.5j

702.0

169.6j

-702.0

-87.5j

739.8

-3.0j

-739.8

100.1j

-1321.1

100.0j

1339.7

84.3j

UG1 1

0.970

Barra 5 5

0.979

Barra 6 6

1.003

UG2 2

1.080

Barra 7 7

0.982

Barra 8 8

0.949

Barra 9 9

0.972

Barra 10 10

0.984

UG4 4

1.010

Barra 11 11

1.009

UG3 3

1.030

G739.8-3.0

1.000

192.71767.0

330.4

G735.0537.1

1.000

1.000

G650.0190.5

G702.0169.6

967.0

1.000

709.4

-68.0j

-696.8

189.4j

730.0

436.6j

-730.0

-333.0j

1426.8

143.6j

-1407.0

52.8j

220.0

23.7j

-214.6

12.1j220.0

23.7j

-214.6

12.1j

214.6

-12.1j

-209.2

47.8j214.6

-12.1j

-209.2

47.8j680.0

169.6j-680.0-89.2j

-687.8

39.2j

700.0

78.0j

700.0

159.1j

-700.0

-78.0j

709.4

16.1j

-709.4

68.0j

-1348.7

140.0j

1367.8

50.1j

UG1 1

1.000

Barra 5 5

1.004

Barra 6 6

1.019

UG2 2

1.080

Barra 7 7

1.000

Barra 8 8

0.969

Barra 9 9

0.979

Barra 10 10

0.988

UG4 4

1.010

Barra 11 11

1.011

UG3 3

1.030

G709.416.1

1.000

200.11767.0

335.5

G730.0436.6

1.000

1.000

G680.0169.6

G700.0159.1

967.0

1.000

Page 114: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

97  

  – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 450 MW Figura 90

Tabela 35 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 450 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 788,7 404,6 2,26 1,08

1 G2 750 441,5 2,23 1,07

2 G3 700 180,8 1,60 0,76

2 G4 678,4 258,7 1,69 0,81  

  – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 290 MW Figura 91

Tabela 36 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 290 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 830,3 409,1 2,33 1,11

1 G2 750 427,1 2,23 1,06

2 G3 790 203,7 1,71 0,81

2 G4 741,8 258,3 1,74 0,83  

 

– G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 560 MW Figura 92

 

 

788.7

186.8j

-773.9

-43.2j

750.0

385.3j

-750.0

-279.7j

1523.9

322.8j

-1499.9

-84.8j

225.0

51.6j

-218.6

-5.2j225.0

51.6j

-218.6

-5.2j

218.6

5.2j

-212.3

42.6j218.6

5.2j

-212.3

42.6j678.4

258.7j-678.4

-163.2j

-686.1

47.2j

700.0

88.0j

700.0

180.8j

-700.0

-88.0j

788.7

285.8j

-788.7

-186.8j

-1342.5

102.8j

1364.5

116.0j

UG1 1

1.090

Barra 5 5

1.053

Barra 6 6

1.006

UG2 2

1.060

Barra 7 7

0.970

Barra 8 8

0.911

Barra 9 9

0.907

Barra 10 10

0.923

UG4 4

0.960

Barra 11 11

0.947

UG3 3

0.970

G788.7404.6

1.000

188.31767.0

288.0

G 750.0441.5

1.000

1.000

G678.4258.7

G700.0180.8

1050.0

1.000

830.3

181.5j

-814.3

-26.5j

750.0

369.9j

-750.0

-267.9j

1564.3

294.4j

-1539.9

-52.1j

145.0

23.3j

-142.5

-16.3j145.0

23.3j

-142.5

-16.3j

142.5

16.3j

-139.9

-7.4j142.5

16.3j

-139.9

-7.4j741.8

258.3j-741.8

-146.5j

-772.3

87.5j

790.0

85.6j

790.0

203.7j

-790.0

-85.6j

830.3

288.1j

-830.3

-181.5j

-1487.2

208.4j

1514.1

59.0j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.064

Barra 6 6

1.019

UG2 2

1.070

Barra 7 7

0.986

Barra 8 8

0.947

Barra 9 9

0.916

Barra 10 10

0.924

UG4 4

0.960

Barra 11 11

0.945

UG3 3

0.970

G 830.3409.1

1.000

194.51767.0

293.6

G 750.0427.1

1.000

1.000

G741.8258.3

G790.0203.7

1250.0

1.000

810.3

186.2j

-795.0

-37.9j

780.0

385.5j

-780.0

-275.1j

1575.0

313.0j

-1550.1

-65.4j

280.0

84.3j

-270.1

-2.0j280.0

84.3j

-270.1

-2.0j

270.1

2.0j

-260.2

81.5j270.1

2.0j

-260.2

81.5j624.0

203.7j-624.0

-125.6j

-623.8

16.2j

635.0

92.2j

635.0

167.2j

-635.0

-92.2j

810.3

288.3j

-810.3

-186.2j

-1229.7

70.2j

1247.8

109.4j

UG1 1

1.100

Barra 5 5

1.063

Barra 6 6

1.017

UG2 2

1.070

Barra 7 7

0.983

Barra 8 8

0.899

Barra 9 9

0.915

Barra 10 10

0.931

UG4 4

0.960

Barra 11 11

0.958

UG3 3

0.980

G810.3409.3

1.000

193.11750.0

293.3

G780.0442.8

1.000

1.000

G624.0203.7

G635.0167.2

990.0

1.000

Page 115: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

98  

Tabela 37 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 560 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 810,3 409,3 2,31 1,10

1 G2 780 442,8 2,28 1,09

2 G3 635 167,2 1,54 0,74

2 G4 624 203,7 1,57 0,75  

  – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 220 MW Figura 93

Tabela 38 – G1 e G2 sobrexcitados: intercâmbio 220 MW  

Área Gerador P [MW] Q [Mvar] Ifd [p.u.] Ifd [p.u. de Ifdnominal]

1 G1 587,7 473,3 2,27 1,08

1 G2 620 458,3 2,32 1,11

2 G3 800 193,5 1,70 0,81

2 G4 800 234,8 1,75 0,84  

   

587.7

26.5j

-580.1

43.9j

620.0

288.9j

-620.0

-224.3j

1200.1

180.5j

-1187.0

-51.4j

110.0

33.4j

-108.6

-38.8j110.0

33.4j

-108.6

-38.8j

108.6

38.8j

-107.0

-40.5j108.6

38.8j

-107.0

-40.5j800.0

234.8j-800.0

-108.9j

-782.0

103.0j

800.0

73.3j

800.0

193.5j

-800.0

-73.3j

587.7

76.8j

-587.7

-26.5j

-1553.0

282.2j

1582.0

5.9j

UG1 1

1.080

Barra 5 5

1.072

Barra 6 6

1.060

UG2 2

1.100

Barra 7 7

1.038

Barra 8 8

0.986

Barra 9 9

0.928

Barra 10 10

0.930

UG4 4

0.960

Barra 11 11

0.947

UG3 3

0.970

G587.7473.3

1.000

215.41767.0

301.2

G620.0458.3

1.000

1.000

G800.0234.8

G800.0193.5

967.0

1.000

Page 116: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

99

Apêndice C - Sistema Modificado New

England

O sistema modificado New England [27], ilustrado na Figura 94, é composto por 39

barras, 19 cargas, 35 linhas de transmissão, 12 transformadores e 10 unidades

geradoras. O número de máquinas síncronas de polos salientes de 184 MVA que

compõe cada gerador e suas respectivas potências equivalentes se encontram na Tabela

14.

– Sistema IEEE 39 Barras New England

Os dados dos geradores síncronos estão detalhados na Tabela 39 com os valores na

base de 184 MVA. A curva de saturação dos geradores síncronos é do tipo exponencial,

conforme mostrado em (14) , considerando A=0,013; B=7,920 e C=0,8.

Page 117: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

100

Tabela 39 – Parâmetros máquina síncrona

Parâmetro Descrição Valor

S Potência aparente nominal 184 MVA

H Constante de inércia 4,938 s

r Resistência do estator 0 p.u.

D Constante de amortecimento 0 p.u.

xd Reatância síncrona eixo-d 1,138 p.u.

xq Reatância síncrona eixo-q 0,681 p.u.

x'd Reatância transitória eixo-d 0,350 p.u.

x"d Reatância subtransitória eixo-d 0,288 p.u.

x"q Reatância subtransitória eixo-q 0,288 p.u.

T'do Constante de tempo transitória eixo-d 5,6 s

T"do Constante de tempo subtransitória eixo-d 0,080 s

T"qo Constante de tempo subtransitória eixo-q 0,150 s

Os dados do sistema New England estão na base de 100 MVA e 100 kV. Os

parâmetros do sistema de transmissão estão detalhados na Tabela 40.

Tabela 40 – Dados das linhas de transmissão do sistema New England

De Para R [p.u.] X [p.u.] B [Mvar]

1 2 0,0035 0,0411 0,6987

1 39 0,0010 0,0250 0,7500

2 3 0,0013 0,0151 0,2572

2 25 0,0070 0,0086 0,1460

3 4 0,0013 0,0213 0,2214

3 18 0,0011 0,0133 0,2138

4 5 0,0008 0,0128 0,1342

4 14 0,0008 0,0129 0,1382

5 6 0,0002 0,0026 0,0434

5 8 0,0008 0,0112 0,1476

6 7 0,0006 0,0092 0,1130

6 11 0,0007 0,0082 0,1389

7 8 0,0004 0,0046 0,0780

8 9 0,0023 0,0363 0,3804

9 39 0,0010 0,0250 1,2000

10 11 0,0004 0,0043 0,0729

10 13 0,0004 0,0043 0,0729

Page 118: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

101

13 14 0,0009 0,0101 0,1723

14 15 0,0018 0,0217 0,3660

15 16 0,0009 0,0094 0,1710

16 17 0,0007 0,0089 0,1342

16 19 0,0016 0,0195 0,3040

16 21 0,0008 0,0135 0,2548

16 24 0,0003 0,0059 0,0680

17 18 0,0007 0,0082 0,1319

17 27 0,0013 0,0173 0,3216

21 22 0,0008 0,0140 0,2565

22 23 0,0006 0,0096 0,1846

23 24 0,0022 0,0350 0,3610

25 26 0,0032 0,0323 0,5130

26 27 0,0014 0,0147 0,2396

26 28 0,0043 0,0474 0,7802

26 29 0,0057 0,0625 1,0290

28 29 0,0014 0,0151 0,2490

Os parâmetros dos transformadores estão apresentados na Tabela 41. Todas as

cargas foram modeladas como impedância constante e seus dados estão apresentados na

Tabela 42.

Tabela 41 – Dados dos transformadores do sistema New England

De Para R [p.u.] X [p.u.] Tap [p.u.]

6 31 0 0,0250 1,007

10 32 0 0,0200 1,007

19 33 0,0007 0,0142 1,007

20 34 0,0009 0,0180 1,009

22 35 0 0,0143 1,025

23 36 0,0005 0,0272 1,000

25 37 0,0006 0,0232 1,025

2 30 0 0,0181 1,025

29 38 0,0008 0,0156 1,025

12 11 0,0016 0,0435 1,006

12 13 0,0016 0,0435 1,006

19 20 0,0007 0,0138 1,006

Page 119: IMPACTO DE LIMITADORES DE SOBREXCITAÇÃO ATIVOS NA ...

102

Tabela 42 – Dados de carga do sistema New England

Barra P [MW] Q [Mvar]

3 322,0 2,4

4 500,0 184,0

7 233,8 84,0

8 522,0 176,0

12 7,5 88,0

15 320,0 153,0

16 329,0 32,3

18 158,0 30,0

20 628,0 180,0

21 274,0 250,0

23 274,5 100,0

24 308,6 -30,0

25 224,0 47,2

26 139,0 17,0

27 281,0 75,5

28 206,0 27,6

29 283,5 26,9

31 9,2 4,6

39 1104,0 250,0