IMPACTO E UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DCIE NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD IMPACTO E UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Gilsimar Batista dos Santos Centro Universitário Leonardo da Vinci UNIASSELVI [email protected] RESUMO O objeto de estudo deste trabalho é o impacto e utilização das novas tecnologias na educação atual. O resultado desta pesquisa bibliográfica tem como objetivo mostrar que as novas ferramentas tecnológicas são recursos que visam facilitar a aprendizagem e levar ao conhecimento dos profissionais da educação a maneira adequada de inserir essas novas mídias, desmitificando a ideia de que elas possam alienar o aprendizado dos educandos. Este estudo enfatiza que os resultados do uso dessas novas técnicas na escola tem uma grande ralação com a maneira pela qual os instrumentos tecnológicos são explorados. Por tanto, foi possível compreender a resistência e paradigmas que muitos professores tem com as novas tecnologias na educação, pois até então, muitos se resistem pela falta de conhecimento e de como inserir essas ferramentas de forma proveitosa para o processo ensino-aprendizagem. Palavras-chave: Tecnologia na Educação; Paradigmas; Comunicação.

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IMPACTO E UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

Gilsimar Batista dos Santos Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

[email protected]

RESUMO

O objeto de estudo deste trabalho é o impacto e utilização das novas

tecnologias na educação atual. O resultado desta pesquisa bibliográfica tem

como objetivo mostrar que as novas ferramentas tecnológicas são recursos

que visam facilitar a aprendizagem e levar ao conhecimento dos profissionais

da educação a maneira adequada de inserir essas novas mídias,

desmitificando a ideia de que elas possam alienar o aprendizado dos

educandos. Este estudo enfatiza que os resultados do uso dessas novas

técnicas na escola tem uma grande ralação com a maneira pela qual os

instrumentos tecnológicos são explorados. Por tanto, foi possível compreender

a resistência e paradigmas que muitos professores tem com as novas

tecnologias na educação, pois até então, muitos se resistem pela falta de

conhecimento e de como inserir essas ferramentas de forma proveitosa para o

processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Tecnologia na Educação; Paradigmas; Comunicação.

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1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda o impacto e a utilização das novas

tecnologias na educação atual, a mudança na postura do docente, bem como a

utilização racional das ferramentas tecnológicas para facilitar a aprendizagem,

estimulando a criatividade e o raciocínio dos alunos. A justificativa deste

trabalho está associada às mudanças ocorridas na sociedade contemporânea,

no que diz respeito às novas técnicas utilizadas pelo homem, tais como: a

comunicação, recursos eletrônicos, etc. Sente-se a necessidade da educação

acompanhar os avanços, possibilitando a democratização do ensino digital,

inserindo indivíduos capacitados para lidar com essa novidade, pois muitas

pessoas, em plena era da informatização, não tem acesso a este recurso.

O uso das novas ferramentas tecnológicas junto com recursos que

compõe o universo escolar há algum tempo como, álbum seriado, cartazes e

material concreto visam facilitar a aprendizagem, principalmente, nas áreas de

linguagens e exatas, disciplinas que na maioria das vezes, apresentam

dificuldades pelos alunos. As novas tecnologias quando bem utilizadas é forte

aliada à aprendizagem, pois segundo Tajra (2011), “[...] a tecnologia atrai mais

atenção dos alunos, além disso, eles ganham mais autonomia, ficam mais

motivados, criativos, curiosos e os estudantes com déficit de concentração

tornam-se mais concentrados”.

No primeiro momento, são apresentadas as mudanças na sociedade e

na educação influenciadas pelas novas técnicas utilizadas pelo homem,

resistência dos profissionais face às novas tecnologias. Em seguida são

apresentadas recomendações acerca do uso adequado das novas tecnologias

e um relato de uma experiência exitosa sobre a utilização das novas tic‟s e por

fim os impactos que essas mudanças causaram na educação contemporânea.

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2.A DINÂMICA DA EDUCAÇÃO MOVIDA PELAS TECNOLOGIAS

Ao longo da história, a educação passou por várias mudanças

significativas. Isso por que segundo Suzuki (2009) o homem desde os

primórdios procurou novas formas de viver, desenvolveu novas habilidades,

novas formas de trabalhar e novas formas de relacionar com a natureza. O fato

educativo está atrelado à dinâmica humana, pois ele nasceu e desenvolveu a

partir da necessidade de um povo, seja ele antigo moderno ou contemporâneo.

Conforme Moser (2011), a educação sofreu transformações de acordo com a

época, contexto político, social, religioso e Cultural. Observando que a

tecnologia nos apresentam várias formas de interagir com o universo da

informática, Kloch e Junior (2010, p.3) afirmam que o homem tem uma nova

forma de viver influenciada pelas novas tecnologias:

[...] Em casa a informática está presente não só no computador, mas

também no forno de micro-ondas, na televisão, no controle de

segurança, no portão eletrônico, na geladeira e em muitos outros

itens que precisam de controle e processamentos de informações. No

lazer podemos encontrar a informática nos jogos eletrônicos, parque

de diversões, na internet, no celular e em tantas outras formas de

utilização. No trabalho encontramos a informática nas diversas

formas de comunicação, no suporte às nossas atividades, no apoio

aos serviços de produção e principalmente no controle de todas as

atividades envolvidas. (Kloch e Junior, 2010, p.3).

As transformações sempre ocorreram no decorrer da história, a

diferença é que agora, percebe-se que, essas mudanças acontecem em pouco

intervalo de tempo. Assim como a tecnologia provoca mudanças na forma de

viver, ela trouxe impactos para a educação atual. Pela etimologia da palavra

tecnologia, deduz que o seu conceito é o estudo desenvolvido na procura de

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técnicas, estratégias e recursos para auxiliar o homem a desenvolver uma

determinada tarefa. Na educação, a tecnologia possibilita novas técnicas e

estratégias de ensino e novas formas de aprender, pois conforme Suzuki e

Rampazzo (2009), o objetivo da utilização das novas tecnologias de informação

e comunicação (NTICs) na educação é facilitar o processo de ensino e

aprendizagem, inserindo o aluno nesse processo e conduzindo o professor á

uma reflexão da sua prática.

3.NOVOS PARADIGMAS E RESISTÊNCIAS

Embora seja notório o efeito positivo do impacto das novas tecnologias

para educação, muito se tem a discutir sobre os paradigmas e resistências por

partes das instituições de ensino, pelos profissionais da educação bem como

os gestores. Observa-se que hoje a tecnologia mudou a forma de comunicação

das pessoas e na educação ela tende a mudar a forma de ensinar e de

aprender, por tanto na educação essa nova tendência deve ser usada para

facilitar a aprendizagem dos alunos, pois conforme Confessor (2011), as

NTIC‟s constituem fontes de informações e são recursos pedagógicos muitos

ricos, desde que utilizado de maneira correta.

Em relação à reflexão da prática do educador segundo Tajra (2011), o

professor deve estar aberto para as mudanças, principalmente em relação a

sua nova postura, o de facilitador e coordenador do processo de ensino-

aprendizagem; ele precisa aprender a aprender, a lidar com as rápidas

mudanças, ser dinâmico e flexível. A escola não pode ignorar o que passa no

mundo, ela deve acompanhar as mudanças, porém de modo reflexivo.

Infelizmente, algumas escolas e professores fazem pouco caso do que está

acontecendo no mundo e não acompanha as mudanças de modo significante e

satisfatório (Perrenoud apud Confessor, 2013).

Um exemplo de como a escola deve acompanhar as mudanças, porém

de modo reflexivo é discutir com os alunos a utilização das redes sociais, não

descartando esta ferramenta e sim conscientizando o uso de forma proveitosa.

As redes sociais são também fontes de informação bastante rica e espaço de

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interação, proporcionando a multiplicação de ideias e informações. A escola

deve fazer caso sim do que passa no mundo, uma vez que um dos impactos

das novas tecnologias é o despreparo dos jovens em lidar com as novidades

digitais, pois eles sabem manipular o aparelho fisicamente, mas não sabem o

porquê usar e o principal, quando usar. Por tanto a escola deve ser uma

grande aliada para que os “nativos digitais”, embora sendo “nativos” não se

percam neste contexto. Kloch e Junior (2010, p.192) apontam fatores que

formam barreiras e fortalecem antigos paradigmas e resistências do uso das

NTICs na escola:

[...] Profissionais de diversas áreas da educação, ao serem

entrevistados, relataram que alguns professores principalmente os

mais antigos, apresentam resistência em utilizar o computador e as

novas tecnologias na sala de aula. Outro fator apontado é a falta de

interesse e comodismo de outros professores, pois atividades com

maior interação dos alunos exigirão maior preparação dos conteúdos

a serem ministrados. Foi detectado um terceiro fator: o medo de

mudança, medo do novo, medo de que seja apenas um modismo e

que caia no esquecimento [...].(Kloch e Junior 2010, p.192).

Alguns profissionais resistem ao uso das novas tecnologias achando que

a utilização da dessa ferramenta atrofia o processo de aprendizagem já outros

alegam a falta de formação continuada, visto que há pouco contato com essas

novas mídias. Mesmo que a escola não ofereça subsídios para a inserção das

novas tecnologias, o professor tem o dever, como agente de transformação e

formador de opinião, de oferecer para seus educandos conhecimentos e

interações com essas tecnologias (Confessor 2013, p.33). Algumas estratégias

simples e relevantes devem ser tomadas como: apoiar-se nas experiências

bem-sucedidas de colegas, familiarizar-se com o básico do computador e da

internet, procurando os tutoriais, textos que explicam passo a passo o

funcionamento de programas e em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale

recorrer aos próprios alunos (Nova Escola, 2013). A parceria entre professor-

aluno na aquisição do conhecimento não diminui o educador, pois conforme

Cox (2008), o aluno deverá ser motivado a despojar-se da postura de mero

ouvinte para assumir a participação ativa, questionadora, criativa e

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comprometida com o exercício de investigação e construção do conhecimento.

Baseado nessa ideia é que Freire (1998, p. 60) descreve o envolvimento do

professor com o educando:

Estamos habituados a ter no professor „a fonte‟ da informação, mas

esse quadro, hoje, tende a se modificar enormemente. Isso não

significa que o professor perdeu o seu lugar, ao contrário, ele está

deixando de ser o „detentor‟ do conhecimento para ser mediador de

um conhecimento culturalmente construído e compartilhado. É ele

quem orienta as investigações dos alunos, incentiva o prazer pelo

saber, observa e aproveita o modo como cada aluno constrói seu

próprio conhecimento. O conhecimento não está, mas centrado

exclusivamente em sua figura, e pode ser acessado de diversas

maneiras: através de revistas, jornais, livros, software, vídeo [...].

Muitos profissionais da educação se posicionam contra as tecnologias

por se fundamentar na ideia equivocada de que o uso das novas mídias podem

trazer efeitos negativos como a falta de leitura, alienação e marasmo

intelectual, proporcionando uma relação de dependência do aluno com a

máquina. Mas as novas ferramentas se tornam inviáveis quando não existe um

trabalho direcionado, sem relação com o tema estudado, feito de maneira

isolada, sem plano de aula e sem uma sequência didática. Para Confessor

(2013, p.32)

As novas tecnologias devem ser implementadas através de um

projeto no espaço escolar para se obter um resultado proveitoso, que

tenha como objetivo o máximo rendimento e a economia de tempo no

processo de ensino-aprendizagem e, principalmente, vise a extinção

da monotonia das aulas. No entanto, vale ressaltar que as novas

tecnologias de informação e comunicação (NTICs) jamais deverão

ser incluídas no currículo escolar por modismo. Elas devem fazer

parte do cotidiano escolar, evidenciando o aprendizado e a

autoestima de alunos e professores.

4.UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

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Muitos têm a resistência às novidades por não conhecer a maneira

mais proveitosa de usar as novas tecnologias e por desconhecer os resultados

que essas ferramentas podem proporcionar ao aluno. O uso do computador em

sala não tem efeito se o professor deixar, por exemplo, os alunos manipulando

as máquinas de forma isolada sem nenhuma orientação e sem um plano de

ação. Este fato é semelhante ao uso de jogos na educação matemática em que

os alunos jogam por jogar sem fazer nenhuma relação com o tema estudado. O

docente deve ter cuidado nas atividades, pois sendo feitas de maneira isolada

pode realmente alienar a criatividade e o raciocínio do aluno. Cabe o professor

selecionar ferramentas e proposta adequadas. Conforme Suzuki e Rampazzo

(2009) o uso de vídeos e outras mídias pode ser caracterizados inadequados

quando essas ferramentas são usadas na ausência do professor, quando o

vídeo é usado a fim de camuflar a aula, quando existe um uso exagerado e

quando a atividade proposta não tem nenhuma relação com o conteúdo. Os

vídeos devem ser usados com proposta de sensibilização, ilustração e

animação. Para Suzuki e Rampazzo (2009, p. 140), os vídeos descrevem fatos

e lugares como, chapadas, vegetação, situa os alunos na história, descrevendo

épocas, simula reações químicas perigosas em laboratórios, ilustra animação

de processos orgânicos. Com o uso de vídeos várias linguagens dos alunos

são despertadas como o audiovisual, sensorial e o emocional.

Outra ferramenta de grande valia que deve ser usada de forma

adequada que traz grande benefício para o alunado é a utilização de softwares

livres, pois este recurso pode ser explorado com vários objetivos a depender do

tipo. Existem vários tipos de software livres e sua diversidade proporcionará

uma gama de atividades diferenciadas. Um interessante tipo de software é a

linguagens de programação que permitem aos alunos criarem suas próprias

ferramentas e construírem a partir deles seu próprio universo (Kloch e Junior

2010, p.216). A linguagem LOGO é um grande exemplo, pois o seu uso

permitem os alunos criarem seu próprio conhecimento. Este tipo de atividade

joga por terra aquela ideia de que o aluno mantém uma relação de

dependência com a máquina, pois em LOGO o aluno dá o comando ao

programa, nesse sentido, é a máquina que se sugesta a ação do educando.

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Nesse programa o cursor é uma tartaruga, um ícone computacional usado pela

linguagem LOGO que obedece às instruções dos alunos, passadas ao

computador por meio da ferramenta citada, alterando a posição e orientação do

“bichinho” na tela (Cox 2008, p.86). Muitos estudos na área psicopedagógica

têm apresentado vários resultados positivos com crianças que possuem

dificuldades de aprendizagem e concentração, por meio da utilização do

programa LOGO (Tajra 2011). Com o programa LOGO é possível o aluno

desenvolver habilidades de lateralidade, como esquerda, direita, frente, trás e

desenvolver habilidade em matemática e raciocínio lógico. Outro tipo de

recurso muito interessante para ser usado entre as crianças é o game

educacional. Existe uma variedade livres na internet. Vale destacar o Tux of

Math, um jogo que permite o aluno a memorizar a tabuada de forma atrativa e

muito divertida. Nesse software existe um pinguim e uma variedade de tochas

de fogo com operações matemáticas caindo sobre a cabeça de seus filhotes e

os alunos tem que acertar o resultado da operação para a tocha não cair sobre

os filhotes do pinguim. Vale lembrar que o professor deve ficar atento com a

forma pela qual ele utiliza os games. No caso de Tux of Math, o professor deve

ter o cuidado para não explorar esta ferramenta quando os alunos começarem

a estudar uma determinada operação, pois sua finalidade é a memorização,

visto que primeiro o aluno constrói o conhecimento e o significado da operação

através de material concreto depois a exploração do Tux of math. Este

“programinha” tem grande importância na educação matemática, pois muda a

relação dos alunos com a disciplina a qual na maioria das vezes é encarada

como o “bicho papão”. Assim como outros programas, o professor deve ter

uma sequência didática para a sua utilização, evitando o uso isolado. Os jogos

são grandes ferramentas de que os professores dispõem para ministrar suas

aulas mais divertidas e atraentes aos alunos (Tajra 2011, p.62). Diversas

pesquisas já mostraram que a prática dos videogames melhora as habilidades

que permitem resolver tarefas escolares relacionadas com a orientação

espacial, como a rotação ou a integração de diversas imagens em uma única

representação tridimensional ( Coll apud Chiaratti).

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FIGURA 1 – IMAGENS DO TUX OF

MATH

FONTE: do Autor.

5. Uma experiência exitosa da utilização das novas Tic’s

Foi desenvolvido, ao longo de um ano, um trabalho em uma turma de 5º

ano de uma escola municipal de Gandu-Ba, com a utilização das novas

tecnologias de informação e comunicação. Este trabalho foi uma das ações do

projeto de reforço escolar da Escola Municipal Rômulo Galvão juntamente com

a secretaria municipal de educação.

O trabalho foi desenvolvido e fundamentado através das referências deste

artigo. Neste estabelecimento escolar, durante a realização do projeto, tinha

duas salas. Uma para aula expositiva e manipulação de materiais concretos,

como àbaco, material dourado, dominó das 4 operações, livros de historias de

fábulas e outra sala com laboratório de informática do proinfo com

computadores munidos de softwares e jogos digitais educacionais do sistema

operacional Linux educacional.

O trabalho foi desenvolvido em 3 etapas:

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1. Aula expositiva de português e matemática,

com a utilização de quadro, marcador de texto, gravuras, figuras,

confecção de cartazes e o uso de vídeos para sensibilização dos

conteúdos.

2. A segunda parte foi feita através de jogos

com material concreto que exploraram conteúdos de português e

matemática.

3. A terceira e última etapa foi feita no

laboratório de informática da escola, com a utilização do editor de

texto e o editor de figura com o objetivo de o aluno reescrever as

historias lidas na sala de aula através de historinhas em quadrinho,

explorando assim os recursos do editor de texto WRITER e do

editor de figura GIMP do sistema Linux. Também, nesta etapa, foi

utilizado os softwares e jogos educacionais como o tux of math,

torre de hanói, jogo da forca com o objetivo do aluno encontrar a

letra de uma determinada palavra da língua inglesa, jogo fecha

caixa onde os alunos jogavam 2 dados virtuais e os valores das

faces do dado eram somados e com o resultado o aluno derrubam

através do mouse as caixas com os respectivos valores. Outros

jogos e softwares foram explorados através de sites e blogs de

professores e de revistas educacionais.

5.1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No contexto educacional atual a necessidade de um novo paradigma de

ensino é muito importante, visto que os nossos alunos são motivados e ficam

mais curiosos com a utilização das tic‟s. Como já foi dito, o uso das novas

tecnologias devem ser feitos de maneira estruturada, este foi o motivo para que

tivéssemos uma experiência exitosa, já que o trabalho foi desenvolvido em

etapas através de plano de aula e sequências didáticas.

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Foi possível perceber que a utilização do laboratório de informática da

referida escola, foi um fator preponderante na avaliação das atividades, uma

vez que o momento avaliativo foi um instrumento diferenciado para avaliar os

alunos. Neste contexto os alunos não foram submetidos a testes e provas

tradicionais que, na maioria das vezes, bloqueiam o funcionamento cognitivo.

Segundo Lev Vygotsky (1896-1934) o afeto e a motivação são fatores

essências na cognição (Claudia Lopes da Silva, Nova escola 2012, p.55). Logo

foi possível entender o resultado significativo dos alunos com o uso das tic‟s, já

que a tecnologia ocupa um lugar privilegiado na vida das pessoas,

principalmente nos mais novos. Para Wallon (1879-1962) as informações e

acontecimentos que nos afetam e fazem sentidos para nós ficam retidos na

memória com mais facilidade. (Laurinda Ramalho de Almeida, Nova escola,

2012).

Assim como a escola e o professor deve mudar a sua postura rumo a um

novo paradigma ideal de ensino, os cursos de licenciaturas devem rever seus

currículos de ensino para preparar indivíduos capazes para lidar com os

avanços das tic‟s e para os professores que já se formaram compete aos

órgãos normatizadores da educação promover capacitação e formação

continuada na área de tecnologia da educação, pois nesta atividade como

exemplo, enfrentamos muitos obstáculos, como falta de conhecimento técnico

de informática adequada e exigiu um estudo mais prolongado para a

implantação das atividades, uma vez que não tínhamos material de apoio.

7. IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

As novas tecnologias abrangem uma variedade muito grande de

ferramentas e todas elas trouxeram impactos para a educação atual. Dentre

essas mídias a que trouxe impacto de maior peso sem sombra de dúvida foi à

internet. Desde muito tempo que várias tecnologias romperam obstáculos e

revolucionaram a divulgação de novas ideias. No século XV, a tecnologia da

comunicação já se fazia presente na vida das pessoas. Com a invenção da

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imprensa por Gutemberg houve significativas mudanças sociais como a

reforma e a divulgação das novas ideias na Europa e no mundo. De acordo

com Tafner e Silva (2012, p.3):

[...] a imprensa permitiu maior acesso à informação, facilitou o

processo de divulgação de ideias, democratizou o conhecimento,

potencializou reformas e revoluções. Na educação não poderia ser

diferente, pois a partir desse momento os livros passaram a serem

impressos. [...].

Assim como antes, hoje houve aumento da proliferação das

informações, mas vale destacar uma diferença, a internet rompeu às barreiras

de quaisquer distâncias de uma forma tão significativa que foi possível a

consolidação da educação à distância, pois o ensino EAD passou por várias

fases. Segundo Tafner e Silva (2011, p.4) a educação a distância se desdobra

em três gerações: correspondência, novas mídias e a geração on line através

de espaços virtuais. A educação a distância não se limita aos cursos de

graduação. Hoje podemos perceber com essa nova ferramenta cursos de pós-

graduação, cursos de formação continuada, cursos livres pela internet e vídeos

aulas em vários sites. Esses vídeos podem ser acessados através da internet

não só pelo computador, mas através de outras mídias como tablets, palmtop,

celulares, etc, promovendo a intensificação da mobilidade do conhecimento e

dos equipamentos digitais através das novas tecnologias. Assim que surgiu, a

preocupação da educação a distância era a falta de interação entre os sujeitos

no processo ensino-aprendizagem, mas essa preocupação diminuiu com o

surgimento das redes sociais e outras tecnologias de comunicação, visto que

segundo Lev Vygotsky (1896-1934) “a cognição se constitui por experiências

socias e interação entre os sujeitos envolvidos neste processo”, por tanto a

utilização dessas NTICs, possibilita a interação e a socialização entre os

educandos e educadores. Existem vários sites com cursos ead com plataforma

na web com redes e aplicativos que permitem os usuários se interagirem,

tirando dúvidas e se relacionando. O ensino EAD permite ao educando ter uma

aprendizagem autônoma, ou seja, o próprio aluno controla o processo ensino-

aprendizagem de forma positiva ou negativa, observado seu perfil, pois nessa

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categoria, segundo (PETERS, 2001, P.95 apud Tafner e Silva 2012, p.10) os

estudantes que buscam cursos à distância devem preencher alguns requisitos,

como:

[...] reconhecem suas necessidades de estudo, formulam objetivos

para o estudo, selecionam conteúdos, projetam estratégias de

estudo, arranjam materiais e meios didáticos, identificam fontes

humanas e materiais adicionais e fazem uso delas, bem como

quando eles próprios organizam, dirigem, controlam e avaliam o

processo de aprendizagem.

Conforme uma reportagem da Info (2013, p.60) em entrevista com o

professor Salman Khan, em alguns anos, veremos o fim das aulas nas

universidades, disse ele. O espaço da sala será usado para conversas,

instruções e projetos. Como é de perceber, sempre houve mudanças na

educação influenciadas por novas técnicas, mas agora a mudança está

acontecendo em pouco intervalo de tempo por causa da eficiência que as

novas tecnologias têm a oferecer.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

São notórios os efeitos positivos da utilização racional das novas

tecnologias na educação atual. Muitos se opõem a essa prática por não saber

utiliza-la de maneira adequada. Este trabalho tem o objetivo de despertar aos

profissionais na busca de conhecimento para incorporar essas novas

ferramentas no seu trabalho pedagógico. O computador e os equipamentos

eletrônicos, ao contrário que muitos pensam, não são os únicos recursos e sim

um dos tais que incorporados a outros fará com que o aluno tenha um

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aproveitamento maior em sua aprendizagem. Desse modo, o presente trabalho

pretende mostrar que as novas tecnologias vieram para complementar as

técnicas de ensino já existente dentro de uma nova realidade de mundo. Fica

concluído também que os antigos paradigmas e resistência por parte de alguns

profissionais se deve ao fato dessa nova tendência não ter ainda um teórico e

um estudo sistematizado com experimentação. Por tanto, faz-se necessário,

assim como os professores, as instituições de ensino formar profissionais

críticos e reflexivos, incorporando disciplinas e adaptando seus currículos para

o contexto atual, para que a educação possa acompanhar as mudanças no

mundo provocadas pelas novas tecnologias.

7. REFERÊNCIAS

Moser, Giancarlo. Metodologia do trabalho Acadêmico. Indaial: Editora

Grupo Uniasselvi, 2011

Kloch,Herminio. Informática Básica e Tecnologias na Educação. Indaial:

Editora Grupo Uniasselvi, 2010

Cox, Kenia Kodel. Informática na Educação Escolar. São Paulo, 2008

Gil, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5ª Edição,2011

Tajra, Sanmya Feitosa. Informática na Educação, São Paulo: Érica,2011

Construir Notícias. Fundamentos Epistemológicos da relação professore e

aluno.Recife-Pe:Editora Construir,ano 12, março/abril.2013

Chiaratti, Germani de Oliveira. Psicologia geral e do Desenvolvimento.

Indaial: Editora Grupo Uniasselvi, 2013.

Tafner, Elisabeth Penzlien da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial:

Editora Grupo Uniasselvi 2ª Edição, 2012.

Info. EDUCAÇÃO.São Paulo: Editora Abril,2013.

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Polato, Amanda. Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula.

Disponível em:

<http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml> acesso em:

01 jun. 2013.