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IMPACTOS DE GRANDES EMPREENDIMENTOS EM PEQUENOS MUNICÍPIOS: ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍ/RJ Yohans de Oliveira Esteves, Pando Angeloff Pandeff, Sthefani Nogueira Saraiva, Michel Baptista Guimarães (CNEC - Faculdade Itaboraí) Resumo: O crescimento do município de Itaboraí vem se apresentando muito intenso, devido à instalação do Pólo Petroquímico no município. Desde o ano de 2008, quando iniciaram os serviços de terraplanagem, houve um intenso crescimento populacional, acompanhado de uma demanda de mão de obra qualificada que se faz necessária para um empreendimento desta magnitude. Segundo Walter & Station (2001), a globalização gera um crescimento para todas as partes envolvidas naquele meio. Neste sentido, os empreendedores começaram a ver no município uma ótima oportunidade de negócio, fazendo com que surgissem novos segmentos de comércios que, até então, nunca tinham sido explorados, gerando mais receitas no município. O objetivo deste trabalho é demonstrar impacto de um grande empreendimento e o avanço dos negócios em Itaboraí, identificando sua real contribuição e possível impacto na estrutura empreendedora da cidade, através de dados pesquisados nas leis do município, Portal do Empreendedor e autores voltados para o empreendedorismo. Com isto, espera-se ter uma visão atual do segmento de negócios do município, suas perspectivas e ações e medidas que devem ser adotadas pelo governo local a fim de dar suporte a este crescimento. Palavras-chaves: COMPERJ; Crescimento; Impactos; Itaboraí 1. INTRODUÇÃO Atualmente o Município de Itaboraí vem passando por grandes transformações estruturais, logísticas, comerciais, econômicas, culturais, devido à instalação do Pólo Petroquímico localizado nos distritos de Porto das Caixas e Sambaetiba, no município de Itaboraí, nos limites com os municípios de Cachoeiras de Macacú e Guapimirim. ISSN 1984-9354

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  • IMPACTOS DE GRANDES EMPREENDIMENTOS EM PEQUENOS MUNICÍPIOS: ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍ/RJ

    Yohans de Oliveira Esteves, Pando Angeloff Pandeff, Sthefani Nogueira Saraiva, Michel

    Baptista Guimarães (CNEC - Faculdade Itaboraí)

    Resumo: O crescimento do município de Itaboraí vem se apresentando muito intenso, devido à instalação do Pólo Petroquímico no município. Desde o ano de 2008, quando iniciaram os serviços de terraplanagem, houve um intenso crescimento populacional, acompanhado de uma demanda de mão de obra qualificada que se faz necessária para um empreendimento desta magnitude. Segundo Walter & Station (2001), a globalização gera um crescimento para todas as partes envolvidas naquele meio. Neste sentido, os empreendedores começaram a ver no município uma ótima oportunidade de negócio, fazendo com que surgissem novos segmentos de comércios que, até então, nunca tinham sido explorados, gerando mais receitas no município. O objetivo deste trabalho é demonstrar impacto de um grande empreendimento e o avanço dos negócios em Itaboraí, identificando sua real contribuição e possível impacto na estrutura empreendedora da cidade, através de dados pesquisados nas leis do município, Portal do Empreendedor e autores voltados para o empreendedorismo. Com isto, espera-se ter uma visão atual do segmento de negócios do município, suas perspectivas e ações e medidas que devem ser adotadas pelo governo local a fim de dar suporte a este crescimento.

    Palavras-chaves: COMPERJ; Crescimento; Impactos; Itaboraí

    1. INTRODUÇÃO

    Atualmente o Município de Itaboraí vem passando por grandes transformações estruturais, logísticas, comerciais, econômicas, culturais, devido à instalação do Pólo Petroquímico localizado nos distritos de Porto das Caixas e Sambaetiba, no município de Itaboraí, nos limites com os municípios de Cachoeiras de Macacú e Guapimirim.

    ISSN 1984-9354

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    As mudanças ocorrem a todo o momento, sendo elas estruturais, econômicas, culturais, sociais e principalmente populacionais onde pode-se identificar um grande crescimento demográfico. Este está diretamente relacionado ao crescimento empresarial, já que, pressupõe a chegada de novos empregados e empregadores de todas as regiões do Brasil. Adam Smith, por exemplo, defende que somente o processo de acumulação de capital permite absorver a mão de obra resultante do crescimento populacional e geração de produto suficiente para aumentar o nível de crescimento econômico (PIB per capita). Este trabalho tem o intuito de identificar o crescimento empresarial que vem ocorrendo no município de Itaboraí desde o anúncio da chegada do Complexo Petroquímico (COMPERJ) em 2008, ou seja, o surgimento de novas empresas e a adequação das que já estavam instaladas no município. Sendo assim, é necessário identificar investimentos a serem feitos pelo governo onde o município possa ter estrutura para suportar as mudanças ocorridas. Com o aumento no trafego nas ruas da cidade, a avenida principal a qualquer momento do dia com um trânsito muito intenso, áreas antes pouca habitadas já começam a se tornar povoadas sem uma estrutura adequada, a fim de que não haja um crescimento desordenado sem o planejamento para esse acontecimento de grande investimento. A pesquisa será realizada frente ao crescimento desenfreado que o município de Itaboraí está passando, desde a notícia em 2008 da instalação do COMPERJ, o que viria a mudar todo cotidiano da cidade, que deixou de ser aquela que já foi conhecida por terra da laranja, pecuária e um pouco mais recente com as olarias de tijolos e telhas, para se tornar uma cidade em grande expansão. A pesquisa, segundo FERREIRA (2005, p.53), quanto a sua metodologia se enquadra como descritiva e exploratória com abordagem qualitativa. A mesma será realizada através das leis do município, Portal do empreendedor, relatórios, arquivos públicos e particulares, bibliotecas e site da internet para pesquisa documental e leituras referentes à infraestrutura do município, Em complemento à pesquisa bibliográfica será realizada uma pesquisa de campo feita através de visitas a empreendimentos recém instalados no município e na Secretaria de Fazenda de Itaboraí.

    2. GRANDES EMPREEENDIMENTOS

    A grande maioria dos autores por todo mundo tem uma forte tendência a fazer a ligação da globalização com a geração de oportunidades de desenvolvimento mundial, crescimento empresarial, populacional e econômico gerando uma evolução no cenário. Os grandes empreendimentos geram uma fonte de renda enorme para os municípios. Estes empreendimentos, quando instalados em município de pequeno porte, vem a mudar toda a sua estrutura, proporcionando uma transformação radical devido ao enorme número de pessoas que chegam para trabalhar, a oportunidade de renda, entre outros. O Brasil apresenta, em sua grande maioria, pequenos municípios. No conjunto de 5.506 municípios brasileiros, observa-se que cerca de 73% possui até 20 mil habitantes, o que corresponde a cerca de 20% da população brasileira, ou seja, aproximadamente 34 milhões de pessoas (PNUD, 2003). A instalação de um empreendimento de grande porte como o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (COMPERJ), gera uma transformação na cidade, os impactos são sentidos rapidamente com a chegada de uma população nova e empreendimentos que chegam junto com o crescimento.

    2.1. CIDADES QUE PASSARAM POR TRANSFORMAÇÕES

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    A infraestrutura é fundamental para cidades que passam por transformações devido à instalação de um empreendimento grandioso, onde há um aumento na economia local, bem como em sua população. As cidades sem a estrutura adequada acabam se adaptando para esses acontecimentos, muita das vezes de forma errada, ocorrendo moradias inadequadas, surgimento de favelas nas encostas dos morros, o crescimento desenfreado da população, sem estrutura, as pessoas chegam de todos os lados atrás de empregos e se frustram, devido à busca pela mão de obra qualificada.

    2.1.1. ARAUCÁRIA

    Município do Estado do Paraná, localizado na região metropolitana de Curitiba, no primeiro planalto paranaense ocupa uma área de 460,85 km², está a 27km do centro de Curitiba, a cidade é cortada pela BR-476, situada às margens do Rio Iguaçu. Conhecida como Tindiqüera pelos índios, sempre foi uma região onde atraiu muitos estrangeiros de diversas partes do mundo, sendo a maioria poloneses, alemães, italianos, ucranianos, que deram à região um surto de progresso, interessados nas matas onde predominava a Araucária e a Imbuia. A década de 70 ocorreu a grande mudança na cidade, o crescimento acentuado se deu devido a instalação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), da Petrobras, o município começou a receber influências diretas do desenvolvimento industrial, ocorrendo uma inversão no quadro populacional, social e econômico em Araucária. A vinda de pessoas de todas as regiões do Brasil, fez acontecer uma inversão substancial no contigente populacional em que a população urbana passou a superar a rural, onde a economia que se via baseada na agricultura e pecuária passou a ser predominante industrial e urbana. Tavares afirma que as últimas décadas trouxeram marcas profundas no perfil não só de Araucária, mas das cidades brasileiras como um todo. Para a autora, todo o país passou por um rápido processo de urbanização a partir da década de 1970, tendo como principal razão o êxodo rural. “As cidades, no entanto, não estavam preparadas para esta grande leva de migrantes. O resultado foi a ocupação maciça de áreas periféricas e degradadas.” (TAVARES, 2005, p.34). Neste sentido houve um grande acúmulo populacional na área urbana do município nos anos posteriores ao empreendimento como pode ser observado na tabela e no gráfico abaixo:

    Quadro 1: Inversão Populacional No Período de 1960 a 2007 Fonte: IBGE

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    Gráfico 1: Evolução populacional de Araucária Fonte: Adaptado do IBGE. Após a instalação da REPAR, Araucária se tornou o segundo maior parque fabril do estado, apenas atrás da capital, dentre as indústrias instaladas é possível destacar algumas em destaque como Vale Fertilizantes, CSN Paraná, Siderúrgica Guaíra (Gerdau), Berneck, Cocelpa, Imcopa, Tri-Sure, Hübner Auto Linea, AAM do Brasil, Filtros Mil, Dyno do Brasil, Adesi, Gonvari do Brasil, Haus Technology, Trane e Novozymes. As expansões trouxeram inúmeras conseqüências, uma dessas foi o aumento da geração de riqueza para o município, ou seja, do Produto interno Bruto (PIB). Esse é “o indicador que mensura o crescimento econômico, sob o aspecto quantitativo, de um determinado país ou região, definido territorialmente, por um determinado período de tempo, usualmente de um ano.” (MENDES e REZENDE, 2008, p. 04). O gráfico ilustra a evolução do PIB em Araucária, no que se refere aos três setores da economia, no período de 1970 até 2006:

    Gráfico 2 : PIB de Araucária Fonte: IBGE A cidade de Araucária, possui o maior PIB per capita do estado do Paraná, R$ 71.317, de acordo com os dados disponíveis pelo IBGE (2009). Até o ano de 2005, tinha na indústria sua maior arrecadação R$ 3.160.378,00, seguida pelo setor de serviços R$ 2.996.697,00 (IPARDES, 2.009, p.15).

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    Os impactos sofridos ao longo da história são significativos, resultante da industrialização mudanças em suas características geográficas, sociais e culturais ocorridas do aumento populacional. Gerou em curto prazo a necessidade de uma nova organização de sua infraestrutura, o transporte, comércio, educação, saúde, habitação. (ARAUCÁRIA,1990, p. 71). Todo esse crescimento também traz os prós, mas também os contra como o aumento de criminalidade e violência registrados no município, o surgimento de bairros extremamente pobres, fazendo com que a população se torne refém do medo. Esses fatores citados e outros fazem com que o município de Araucária seja considerado uma áreas mais violentas da Região Metropolitana de Curitiba. O ano de 2006 foi registrado 3412 boletins de ocorrência na Delegacia de policia de Araucária, sendo quase o dobro do que foi registrado em 2003 um número de 2117.

    Gráfico 3: Boletins de Ocorrência em Araucária Fonte: http://portal.mj.gov.br/TransparenciaWeb/ArquivoServlet?codigoanexoconvenio=9592 Sabe-se que o uso de drogas tem aumentado assustadoramente nos últimos anos no município, assim como em outras cidades do país, e que está diretamente ligado ao aumento da criminalidade.

    2.1.2. MACAÉ

    Município do estado do Rio de Janeiro, Macaé possui uma área total de 1 215,904 km², divisa com as cidades de Carapebus, Conceição de Macabu, ao Norte; Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, ao Sul; Trajano de Moraes e Nova Friburgo, a Oeste; e com o Oceano Atlântico, ao Leste.

    A grande transformação que deixou o município em destaque nacional, ocorreu em 1974 quando a Petrobras escolheu Macaé para sediar sua sede na Bacia de Campos, a cidade deu um salto de crescimento acentuado. Antes considerada rural, Macaé começou a sofrer transformações em sua economia, cultura, população, recebendo um grande número de pessoas de todo lugar do Brasil e exterior, para atender a Petrobras com mão-de-obra qualificada. A cidade tem a maior taxa de criação de novos postos de trabalho do interior do Rio de Janeiro, de acordo com pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN): 13,2% ao ano, de acordo com dados fornecidos pelo IBGE, em 2006 aconteceram 44,3% do número de empregos com carteira assinada na indústria fluminense.

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    Gráfico 4: Crescimento Populacional de Macaé de 1940 à 2006 Fonte: IBGE As desigualdades são visíveis e se refletem na heterogeneidade da paisagem urbana, onde construções com alto grau de sofisticação (como hotéis de luxo e mansões) contrastam com favelas e domicílios subnormais, desprovidos de qualquer tipo de estrutura.

    A fonte da economia no município é o Petróleo, até o ano de 2010 a Petrobras investiu U$$25,7 bilhões na Bacia de Campos, o equivalente a 80% dos recursos da empresa em Exploração e Produção para todo país, a meta para os próximos dois anos é produzir 200 mil barris de óleo por dia. Pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) apontou a cidade como a que mais se desenvolveu na última década no eixo Rio-São Paulo.

    Mais de quatro mil empresas se instalaram no município, surgiram hotéis de luxo e uma série de empreendimentos do setor de serviços, principalmente no ramo de restaurantes, Macaé é uma cidade em constante evolução. A economia da cidade cresceu 60% nos últimos dez anos, mais do que a China, resultado de uma pesquisa feita pelo sistema da FIRJAN, Macaé foi considerada a primeira cidade do estado em desenvolvimento. Entre os impostos, o ISS, em 2010, teve arrecadação de R$ 301.861.398,55 milhões. Em janeiro de 2011, a arrecadação do tributo foi de R$ 29.040.516,96 milhões. Em relação ao ICMS/IPM, a arrecadação saltou de R$ 140,9 milhões em 2007 para R$ 287.301.707,50 milhões em 2010. Em 2004, O IPTU representou R$ 2,7 milhões para os cofres públicos. Em 2007, foram R$ 7,2 milhões. Em 2009 foram R$ 9.594.652,41 milhões e em 2010 foram R$ 11.020.849,83 bilhões. Segundo dados da Prefeitura Municipal de Macaé, em 2011, a abertura de novas empresas no município representou, 8% do total do estado do Rio.

    Gráfico 5: Crescimento Econômico de Macaé Fonte: TCE

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    Com o crescimento do setor petrolífero, a estabilidade política e financeira do país, a

    cidade se torna palco de atração de novos negócios. O cenário na construção civil reflete isso claramente em Macaé. Em 2011, foram protocolados dois mil novos pedidos de aprovação de obras, tornando a cidade um grande canteiro de novos empreendimentos imobiliários e empresariais.

    O crescimento econômico acompanhado da desigualdade social tem contribuído para o aumento da violência em Macaé, como citado anteriormente aonde às pessoas que vão para a cidade a procura do emprego e se vê numa situação de não possuir os requisitos básicos, fruto do intenso movimento migratório estimulado pela instalação da atividade petrolífera.

    2.1.3 PALMAS

    Município e capital do Tocantins, Palmas também é a maior cidade do estado, o mais novo do país. A cidade foi fundada em 20 de maio de 1989, logo após a Constituição de 1988, em que foi criado o estado do Tocantins. Palmas têm suas características, voltadas ao seu planejamento estrutural, foi criada de uma forma que preservasse as áreas ambientais, avenidas e ruas planejadas, boas praças, hospitais e escolas modernas para atender a população. O movimento migratório tem sido cada vez maior em Palmas, devido à expectativa de vida gerada com o surgimento de negócios e empregos em função, da implantação dessa nova capital, a transformação em cidade polo, gera um avanço econômico ainda maior do que o planejado, já que o município foi criado ao intuito de ser o centro administrativo de Tocantins. O grande avanço no crescimento da cidade ocorreu na década de 90, onde a cidade tinha uma população estimada em 24.261 habitantes, chegando ao de 2000 já com 137. 255 habitantes. Palmas tem um crescimento econômico maior do que o índice nacional.

    Gráfico 6: Crescimento Populacional de Palmas Fonte: IBGE Na última pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número da população já passava dos 200 mil, Palmas foi a cidade com maior crescimento demográfico da primeira década do século XXI. O município vem recebendo grandes investimentos que estão procurando Palmas para se instalarem, em busca dessa nova fatia do mercado, uma capital nova e com crescimento abundante da população nessas duas últimas décadas, algumas delas podemos destacar o Capim Dourado Shopping; o pátio multimodal da Ferrovia Norte-Sul as lojas das redes: Casas Bahia e Lojas Americanas ,as filiais das redes Atacadão, Extra, Assaí, Makro.

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    Segundo dados da Secretaria de Fazenda do Município de Palmas e a Junta Comercial do Estado do Tocantins (JUCETINS), em 2012 o número de empresas instaladas na cidade de Palmas está no total de 16.172 empresas registradas, cada vez mais empreendimentos apresentam projetos de investimos para região, o carro chefe do município é o comércio, atividade que mais constituiu empreendimentos na Capital, com a abertura de 7.438 empresas. O setor de serviço vem em segundo lugar com 6.031 empresas e em terceiro vem à indústria, com 2.703 empreendimentos.

    Nos dois primeiros bimestres do ano de 2012, a JUCETINS fez registros de 3529 novos empreendimentos, batendo um recorde na história do Estado. As micro empresas são as mais comuns no município, sendo que elas compõem mais de 80% das 4 394 empresas no município de Palmas. O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas de Palmas, teve um aumento de 2002 a 2007 quase o dobro, apresentando um forte crescimento nos gráficos estimados, motivado por investimentos da Prefeitura de Palmas na economia e também pelo bom momento pelo qual passa o país. “O aumento do PIB de Palmas foi de 6% e se comparado ao do Brasil foi bem considerável, já que o país apresentou o percentual de 3,5%, e a Capital, até o final de 2007, representava 18,4% das riquezas geradas no Tocantins e 0,08% no país.” Gráfico 7: Crescimento do PIB em Palmas Fonte: http://portal.palmas.to.gov.br/conheca_palmas/

    3. HISTÓRIA DE ITABORAÍ

    O Município de Itaboraí situado no Estado do Rio de Janeiro, à 40 km da capital, faz fronteiras com as cidades de Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Tanguá, São Gonçalo e Maricá. Dividido em 8 distritos sendo eles Centro, Porto das Caixas, Itambi, Sambaetiba, Visconde de Itaboraí, Cabuçu, Manilha e Pachecos. A área total do município é de 429,32 Km², com uma população estimada em 2010 segundo dado do IBGE em 218.090 habitantes. O povoamento da região ocorreu de diversas variáveis, o Sertão do Macacu devido à proximidade com os rios navegáveis, as regiões de Cabuçú e Itambi, teve seu início para fins catequistas e a localização estratégica para rotas dos tropeiros foi Itaboraí, onde acabou beneficiando o crescimento econômico com os grandes engenhos. A emancipação político-administrativa de Itaboraí ocorreu em 15 de janeiro de 1833, sendo instalada a Câmara Municipal em 22 de maio do mesmo ano, tendo como presidente Manuel

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    Antônio Álvares de Azevedo – Barão de Itapacorá. Entre 1920 e 1980 o município passa pela fase da grande produção de laranja, se tornando maior produtor de laranja do Rio de janeiro e o 2º maior do Brasil, com ápice na década de 60, até hoje é conhecida por muitos como a “Terra da Laranja”, levando no Brasão do município a homenagem com duas laranjeiras. Em 1928 a área da Bacia Calcária de São José de Itaboraí, com 1.341.552,50 m² passou a ser explorada como mina de calcário para a indústria cimenteira, no bairro de São José, no 6º distrito de Itaboraí, sendo considerado um dos bairros mais importantes na história do município, a calcária usada nas construções da Ponte Rio-Niterói, Maracanã, era transportada através de vagões de trem para o bairro de Guaxindiba, em São Gonçalo - RJ, onde foi inaugurada a Primeira fábrica de cimentos no Brasil com a presença do então presidente da república do Brasil Getúlio Vargas, em 1984. Na decáda de 40 foi marcada pelo crescimento das cerâmicas em Itaboraí, devido a chegada dos imigrantes oriundos da região do Minho, em Portugal, que trazem novas tecnologias e investimentos fazendo surgir as grandes cerâmicas do município, ocorrendo assim uma melhora na economia local. Esse marco da história é marcado no Brasão do município com dois vasos de cerâmica. Em 2006, Itaboraí é escolhido para sediar o COMPERJ, Complexo Petroquímico do Rio de janeiro, considerado um dos maiores empreendimentos industriais do mundo, transformando a paisagem de Itaboraí passando a ser um dos maiores centros de geração de emprego e renda do Rio de Janeiro, alavancando o lado empresarial no município.

    3.1. CRESCIMENTO DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍ

    Em abril de 2006, a Petrobras lançou a pedra fundamental do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), nessa primeira fase projetada para processar 150 mil barris por dia de petróleo pesado nacional e produzir matéria-prima petroquímica e derivados. Durante a obra será gerado em torno de 212 mil empregos (diretos e indiretos) e na fase de operação do Complexo por volta de 50 mil. (PETROBRAS, 2006). A partir do 2º semestre de 2008 as vagas de emprego só vêm aumentando devido ao processo de instalação do Polo Petroquímico, envolvendo as áreas de construções e administrativa em Itaboraí, o que acarreta na importação de mão de obra, devido à falta de qualificação das pessoas que residem no município, por não ter escolas técnicas profissionalizantes, incentivos governamentais. O município de Itaboraí foi escolhido, devido a infraestrutura logística já que é localizado próximo ao porto de Itaguaí, dos terminais de Angra dos Reis, Ilha d’Água e Ilha Redonda e sinergias com outros empreendimentos como a Refinaria Duque de Caxias e industrias petroquímicas, além da proximidade com o Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), a 38 quilômetros, gerando assim um planejamento de menor investimentos sobre as outras cidades.

    Figura 1: Arco Rodoviário Fonte: http://itaborai.rj.gov.br/home/PMSB.pdf

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    O número de habitantes na zona de influência, considerando os municípios de Magé, São Gonçalo e Cachoeira de Macacu, que é de 1,3 milhão, que serão fornecedores de mão-de-obra e beneficiados pela implantação do projeto, foi outro fator de relevância na escolha da região para implantação do Complexo.

    3.1.1. CRESCIMENTO POPULACIONAL E IMOBILIÁRIO

    Com expectativa de um aumento populacional dentro de dez anos chegar a 1 milhão de habitantes, Itaboraí está se tornando a menina dos olhos de todos que almejam um bom trabalho, com carreira, trabalhar em grandes empresas ligadas ao setor petroquímico. Gráfico 8: População por distrito Fonte: http://itaborai.rj.gov.br/home/PMSB.pdf Segundo o IBGE, a expectativa que o crescimento da população salte para 600 mil em 5 anos, devido aos trabalhadores que irão chegar para trabalhar no Complexo e empregos indiretos.

    O setor imobiliário do município de Itaboraí está em avanço desde 2006 quando foi anunciando a instalação do Complexo Petroquímico na cidade, os registros na Prefeitura mostram o crescimento anual que está acontecendo com os novos projetos imobiliários sendo liberados, em 2009 foram 400 novos projetos, no ano seguinte 1200 projetos, no ano de 2011 foram dado licenças para 1750 projetos e até junho do presente ano já foram liberados 900 projetos.

    Gráfico 9: Projetos Aprovados na Prefeitura Municipal de Itaboraí Fonte: Sistema Super Nova

    No ano de 2010, as grandes empresas deram início às grandes construções no município, existem aproximadamente 30 grandes projetos em construção, quase todos com conclusão prevista

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    para 2013 e 2014, a cidade contará com 50 mil novas unidades habitacionais dentro de dois anos. A PDG é uma das construtoras que vislumbra um futuro próspero para Itaboraí.

    O diretor de incorporação da PDG, Marcos Saceanu, conta que a empresa resolveu investir pela grande demanda que haverá por imóveis devido à chegada de novos moradores e empresas no município. “Escolhemos investir em Itaboraí em função da importância que a cidade está tomando devido ao COMPERJ, que é a grande mola propulsora do desenvolvimento da região”, destaca Saceanu.

    A construtora Rossi segue na mesma linha de confiança de outras empresas, devido ao grande investimento que atrairá milhares de trabalhadores. A empresa está construindo dois residenciais em Itaboraí. Os empreendimentos devem ficar prontos em agosto de 2013. A empresa também já comprou outro terreno de 1,2 milhão de metros quadrados na região.

    Conforme diretor-geral da Rossi, Rafael Cardoso: “A expectativa com relação ao desenvolvimento da cidade foi confirmada, o que nos motiva a permanecer e investir na cidade. Nos dois empreendimentos tivemos não só uma procura muito grande por moradores da região que gostariam de morar em condomínios, que tivessem lazer, mas também vários investidores interessados em fazer negócio”.

    Segundo Rafael Motta, a principal demanda é por condomínio fechado com segurança 24

    horas. Os clientes são muito ligados a família e querem deixar as crianças brincarem a vontade sem preocupações. Sócio-direto da Perceptiva agência especializada em consultoria imobiliária lançou no final do ano passado o Vita Felice, empreendimento com 330 unidades, com preços que variam de R$179 mil e R$ 209 mil, no bairro de Outeiro das Pedras.

    3.1.2. CRESCIMENTO ECONÔMICO

    A instalação do COMPERJ no município de Itaboraí fez acontecer a geração de empregos diretos, o interesse de indústrias que tem relação com as atividades envolvidas no Complexo, a criação de investimentos teve um crescimento expressivo, a perspectiva de arrecadação por parte do município gera grande expectativas na população, aumentando assim os investimentos do poder público na cidade, gerando uma qualidade de vida melhor para os habitantes do município e essa população nova que vem trabalhar na cidade.

    Esse futuro deslumbrante que todos esperam de Itaboraí, requer muito trabalho por parte dos governantes, a ponto de deixar o município com uma infraestrutura adequada para atender esse grande acontecimento na história da cidade, dono da 66º colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), entre os municípios fluminenses, apresentando um PIB de R$ 1,7 bilhão.

    Segundo o Prefeito Sérgio Soares, “Itaboraí era uma luz no fim do túnel se apagando. Agora, com a Petrobras, teremos muita luz”, prevê. A Prefeitura está preocupada com o ritmo acelerado dos investimentos privados e do COMPERJ, que, segundo ele, “são incompatíveis com a estrutura administrativa do município, o que tem provocado inúmeras modificações no funcionamento da máquina administrativa”.

    Segundo site da Prefeitura Municipal de Itaboraí: “O prefeito garante que está investindo na infraestrutura bem como nos serviços básicos através dos novos recursos que a cidade vêm recebendo. Segundo a Municipalidade, o orçamento de Itaboraí já aumentou 92% este ano, passando para R$ 603 milhões, incluindo recursos próprios (20% ou R$ 220 milhões em impostos, sendo 10% destinados a investimentos), repasses federais, inclusive para obras do PAC, entre outras fontes. Só de royalties, a estimativa é de R$ 12 milhões.”

    O município de Itaboraí virou referência para os empreendedores, todos estão querendo

    investir na cidade que vai abrigar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Os investimentos

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    não param, as negociações acontecem a todo o momento, uma boa parte já com instalação no município, outras se instalando.

    Segundo a Prefeitura, até o final do ano devem ser registradas mais de 600 novas empresas na cidade, entre prestadores de serviços, lojas de material de construção, empresas de transporte e logística, de construção civil. Por isso, a demanda por imóveis comerciais e hotelaria também está crescendo.

    Serão disponibilizadas 519 salas comerciais no Enterprise Office, no Enterprise Corporate os espaços corporativos serão de 250 a 500 metros quadrados. Também haverá o Enterprise Suítes para os turistas que vierem a Itaboraí, um confortável Flat com 220 unidades. Já o Supreme Itaboraí, da incorporadora Nep, vai oferecer 240 unidades.

    Segundo estudo realizado na cidade em 2009 na época em que estava na primeira ascensão desenfreada com 1808 empresas, foi registrado em um curto espaço de tempo, um aumento de empresas que chegaram a Itaboraí muito grande. De acordo com a pesquisa feita, as empresas antigas no município necessitam de um aperfeiçoamento nas vendas, atendimento ao cliente, administração para que não deixem a desejar para os novos clientes que estão chegando, assim perdendo espaço para as novas que estão se instalando.

    A Prefeitura de Itaboraí vem investindo na capacitação da sua população, jovens, adultos e mais as micro empresas locais, fazendo com que eles estejam preparados para atender a demanda que vai ser exigida dentro de alguns anos, oferecendo cursos gratuitos para melhor instrução de todos.

    Segundo Ricardo Guimarães, Secretário de Trabalho e Renda: “Hoje atendemos a 2131 alunos com aulas de inglês, espanhol, informática e língua portuguesa em nosso centro de capacitação, tudo gratuito. Demos todos os incentivos, aprovamos a Lei da Micro e Pequena Empresa, damos descontos para a abertura do negócio, alvará gratuito e uma série de outras vantagens.”

    Os investimentos feitos pela prefeitura no município são reflexos do que está acontecendo na região, um crescimento econômico a todo vapor, uma grande parcela de ajuda aos empreendimentos recentes instalados na cidade foi a redução do ISS, de 5% para 2% no primeiro ano de funcionamento, já que como tudo em processo de instalação requer um custo maior, com as empresas não é diferente, os custos são muito altos, por isso o incentivo por parte do governo, assim atraindo ainda mais novas instalações de empreendedores em Itaboraí.

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    Gráfico 10: Alvarás emitidos no Ano de 2011 Fonte: Sistema Super Nova

    A Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo de Itaboraí, Secretaria de Fazenda do

    Município em parceria com a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (JUCERJA), tem ajudado e orientado os empreendedores e contadores na abertura e funcionamento de seus negócios, informando como fazer o recadastramento imobiliário, implantação do REGIN e a nota fiscal eletrônica, são explicados detalhadamente.

    De acordo com um censo feito pela Prefeitura em 2009, Itaboraí concentra 1.500 potenciais microempresários, mas que ainda não conseguiram sair da informalidade. O levantamento também diagnosticou que os bairros que possuem uma grande concentração de empresas são Centro e Manilha.

    O crescimento das empresas na cidade é mostrada através do números publicados pela prefeitura em que 64,7% do mercado no município é formado por comércio, 22% de serviços e 13% por outros negócios. Em 64,7% das empresas de comércio instaladas na cidade, 31,9% instalou entre 1 e 5 anos, resultado do crescimento referente ao COMPERJ.

    O ramo de hotelaria é um dos que mais cresce no município. A rede Accor já lançou hotel,

    da bandeira Ibis, em parceria com o grupo Paranasa/Maio. A rede Inter City será responsável pelo

    Hellix Business Center. E a Incorporadora NEP acabam de lançar o Supreme Itaboraí, apart-hotéis

    sob a bandeira Comfort.

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    Gráfico 11: Segmento das Empresas em Itaboraí Fonte: Sistema Super Nova

    Um grande complexo comercial deverá mudar as características do comércio na cidade,

    que será o Itaboraí Plaza, o projeto terá 35 mil metros quadrados. O Shopping contará com quatro

    lojas de departamento, um hipermercado, seis salas de cinema, boliche, universidade, praça de

    alimentação e 150 lojas satélites. Além de duas torres de escritórios, hotel e um condomínio

    residencial com 1,4 mil apartamentos. Só no shopping a previsão é de um investimento total de R$

    100 milhões.

    O Itaboraí Plaza Shopping será um mega empreendimento comercial, empresarial e residencial, onde as pessoas poderão estudar na universidade que se instalará no complexo, hospedar e fazer compras.

    3.2. IMPACTOS GERADOS

    Depois de quatro anos do início da terraplanagem, os impactos sofridos na cidade já são percebidos no dia a dia, nem de longe é aquela cidade pacata que só servia de dormitório para muitos. O inchaço populacional já é sentido nas ruas, o aumento dos carros é notado, ficar no engarrafamento na cidade hoje é coisa normal. De acordo com dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), somente o número de automóveis cresceu aproximadamente 10% em relação a 2009: subiu de 28.895 para 31.538. Não só os engarrafamentos vêm atormentando a vida dos itaborienses, a procura por uma vaga é intensa nos dias atuais, ou chega muito cedo à cidade para estacionar tranquilamente ou então terá que ter bastante paciência até encontrar uma vaga, o tempo pode chegar até uns 20 minutos dependendo da localidade procurada. De acordo com o secretário municipal de Transportes, Major Anderson Queiroz, algumas intervenções deverão ser feitas na Avenida 22 de Maio e no Centro para melhorar o trânsito. Porém, o secretário também pede mais atenção para os motoristas. Segundo Secretario Municipal de Transportes Anderson Queiroz:

    “Há alguns pontos da 22 de Maio que necessitam de algumas intervenções, principalmente nos retornos. Também serão colocados semáforos mais novos e modernos. Em relação aos carros estacionados, há muitos problemas com abuso de motoristas mal educados. Com educação, esse tipo de problema pode ser controlado. Os agentes de trânsito estão na rua para atuar e, se possível, punir esses motoristas”

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    Em pesquisa realizada recentemente no município pelo centro de pesquisas da UFF, ficou constatado que Itaboraí já apresenta alguns resultados dessa mega instalação na cidade, principalmente na economia. Os empregos na área de construção civil tiveram um crescimento gigantesco em menos de cinco anos passando de mil empregados no ano de 2006 para 11 mil em 2010. O empreendimento já gera em torno de 25 mil empregos diretos e indiretos e novas casas são construídas para atender todos esses novos habitantes que chegam de toda parte do país. Os preços dos imóveis estão cada vez mais valorizados devido à procura intensa por todos nas imobiliárias, com isso vai se iniciando novas moradias por lugares antes menos habitados fora do centro da cidade.

    O COMPERJ atrai gigantes do varejo, Lojas Americanas, C&A, Marisa e Casas Bahia. Com isso, foram geradas 1.200 vagas no comércio em 2010, número 30% maior em relação ao ano anterior. A lista de empresas ganha força com a Patrimóvel, que decidiu abrir filial na cidade, espaço que já conta com 70 funcionários. Com a demanda em alta, a companhia, em apenas dois meses, gerou R$ 100 milhões em negócios com a venda de quatro empreendimentos imobiliários. Fica evidenciado, então, que são muitos os impactos decorrentes da implantação do COMPERJ no município de Itaboraí. Estes impactos trazem como consequência fatores que agregam valor ao município como emprego e renda, porém, trazem consigo vários outros fatores não tão benéficos e que, num médio em longo prazo podem trazer consequências drásticas e irreparáveis ao município. Neste sentido, uma ação planejada do município se faz necessária para que a população, tanto a existente, quanto a oriunda do empreendimento possa ter as condições adequadas à sua sobrevivência.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    As transformações vividas em Itaboraí são esperadas como um futuro promissor por parte dos comerciantes, empresários e população. Através da instalação do COMPERJ, a expectativa do crescimento empresarial, o aumento da economia local, o crescimento populacional faça com que o município de um salto na sua qualidade. A cidade que antes só acolhia as pessoas para dormirem virou o centro das atenções, gerando empregos e investimentos por toda parte da cidade, já foram criada mais de 25 mil empregos diretos e indiretos proporcionando, diversas áreas a serem exploradas pelos empresários. O crescimento deverá ser acompanhado pelo governo, assim fazendo com que não vire uma cidade de caos total, o planejamento sendo posto em prática adequadamente, as leis aplicadas, assim reduzindo o índice de empresas ilegais na cidade. Deve-se ter atenção a ocupação desordenada, para que casas não sejam construídas em áreas impróprias, os incentivos as empresas que estão se instalando, para que assim ocorra o total controle sobre as empresas e a população. Municípios que passaram por essa transformação brusca, sofreram no começo com todo esse processo, em que as pessoas chegam de todo canto do país, muitas das vezes sem moradia, sem emprego, acontece então os impactos negativos como o surgimento das favelas, o aumento da criminalidade de acordo com o número da população, falta de escola para oferecer as crianças, povo sofrendo com os hospitais apresentando superlotação. A preparação para um empreendimento desse porte deve ser contínua, a cada dia novos planejamentos, novas ações a serem colocadas em práticas para que assim possa ser uma cidade onde se tenha o suporte necessário para todos desenvolverem seus objetivos traçados. Os principais impactos sentidos pela população hoje são: o trânsito sem planejamento que a cidade apresenta, onde as principais avenidas apresentam problemas o tempo todo durante o dia com o

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    aumento do número de carros particulares e transporte público; aumento da população; super valorização dos imóveis para compra e aluguel, já que a procura está sendo intensa com essa nova população que vem a trabalho e opta por trazer junto a família; aumento da criminalidade; aumento da concorrência sobre o comércio local já existente antes do empreendimento. Os grandes segmentos em expansão são os do ramo de serviços como as pousadas e hotéis para os trabalhadores, que normalmente encontram dificuldades para se estabelecerem, bem como das próprias empresas hoje instaladas que acabam por demandarem todo o tipo de serviço. Em municípios estudados, como foi o caso de Araucária o número da criminalidade teve um aumento acentuado com o surgimento de bairros extremamente pobres, já que nem todos que vem a procura do emprego, conseguem. Diante deste cenário pode-se inferir que com o crescimento acentuado que Itaboraí vem apresentando ao longo destes últimos anos, o município terá uma grande visibilidade no cenário nacional, aumentando também sua importância econômica para o Estado e para o País de um modo geral. É importante, portanto, que o governo, utilizando dos impostos recolhidos, adote um conjunto de medidas imediatas a fim de organizar a cidade, criando mecanismos governamentais para auxiliar e controlar este inevitável crescimento. Desta forma será possível criar as condições necessárias para que sua população e empreendedores obtenham reais vantagens, aumentando o padrão de vida da população e, consequentemente, seu índice de desenvolvimento.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial. São Paulo: Negócio Editora,2000.

    DRUCKER, Peter F. Prática de Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962.

    DAVIS, J. Como dar Continuidade ao Empreendimento. HSM Management Update, n. 22, julho 2005.

    DOLABELA, F.A. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.

    DRUCKER, Peter. F. Inovação e Espírito Empreendedor: Prática e Princípios. São Paulo: Pioneira, 1986.

    Jornal O São Gonçalo Disponível em: . Acesso em 03/04/2012.

    Jornal O Fluminense Disponível em: . Acesso em 22/04/2012.

    Portal SEBRAE Disponível em: . Acesso em 02/03/2012.

    Portal COMPERJ Disponível em: Acesso em 04/05/2012.

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    Prefeitura Municipal de Itaboraí Disponível em: Acesso em 04/05/2012.