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•>_j_ ' ,' ¦" '• ANN* XIV QUARTA-FEIRA _4 DE SETEMBRO DE 1879 NUMERO 111 i_ Ha+_H REDACÇlO E ADMINISTRAÇÃO1 14—16 Rua Nora do Ouvidor 14—16 t PUBLICA-SE AS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS PREÇO DA ASSIGNATURÁ ADIANTADA I Por anno _ 15.5000 | Por semesjtre 80OOO +"•• Dum luoem habetis, credite In luoem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama Itaque, olama, ne cesses. (Carta de Pio IX & Tortacção do Apnstoto.'} 0 APÓSTOLO Rio, 24 de Setembro de 1819. Publicamos hoje, na respectiva secçfio, a portaria do Sr. Bispo do Pará, prohibindo qualquer festividade na ermida de Nossa Senhora de Nazareth. Nessa portaria, que honra e eleva ainda mais os sentimentos de zelo e dedicação do illustrado Prelado do Pará pelas cousas da Egreja, têm os catholicos o histórico circum- etanciado do que tem oceorrido ultimamente eutre uma pretensa irmandade e S. Ex. Rvma. Têm, portanto, todos um documento para julgar-se essa grave questão, na qual se oceultam intenções inconfessáveis da parte dos adversários, que se levantam e unica- mente pelo triumpho de doutrinas hetero- doxas, indecentes e ajtamente offensivas á dignidade episcopal, que elles querem por todos os modos menosprezar. Cada um dos considerando da portaria ex- prime uma razfio forte, valiosa e impugnavel para nfto se consentir nessa festa, que nada exprime, nem até devoçfto,porque quasi outra cousa nao é senfio um pretexto para certas larguezas e liberdades, condemnadas pela decência, pela honestidade e pela dignidade da familia, tfio offendida pela licença dos comparsas dessas luhricas scenas, que se prolongam fora da ermida até adiantadas horas da noite. E como a intervenção da autoridade eccle- siastica tem também por fim pòr cobro a taes desregramentos, nfio querem os promotores de taes festas se sujeitarem á autoridade diocesana, da qual apenas solicitam serem reconhecidos—Irmandade—, sem que apre- sentem documentos que comprovem sua pretençfio. Entretanto no próprio compromisso, que allegam ser o da Irmandade, está a sua con- demnaçfio, porque lhe falta uma qualidade essencial, que ó a approvação da autoridade ecclesiastica; quando também é elle, preten- dido regulamento, nfio desses festejos, mas de outros que deixaram de existir, ou porque a sua lei era uma caduquice ou por quaesquer outros motivos. O que porém é verdade, é que nfio ha irmandade, porque nfto tem ella compromisso approvado. E que esse compromisso de uma extineta irmandade nfio é mais do que um embuste, um pretexto para enganar o povo e assaltar a boa do diocesano, mostram elles próprios, não querendo sujeitar-se ao que lhes impõe o Prelado, ao qual fingiram obedecer para melhor poderem dar o assalto. A verdade está na portaria, e ntto podia deixar de estar alli, pois falia quem deve fallar e quem tem obrigação de defender a Egreja e expor com verdade sua disciplina. .0 que quer dizer um grupo de homens, inimigos manifestos e declarados da Egreja, quererem á todo transe uma festa reli- giosa, quando esses mesmos homens ar- rombaram a matriz, apossaram-se de seus ornamentos e objectos do culto, e coagiram o parocho a ausentar se pola pressão atroz que lhe fizeram ? FOLHETIM DO;APÓSTOLO OS DESGRAÇADOS pon H33NRIQÜ-3 P33H-32 33SCRICH QUADRO PRIMEIRO O MILLIONARIO O que quer dizer a exigência imperti- nente desses homens para uma festa reli- giosa, quando promoveram festas civis com procissflo e ladainhas civis? Estamos, porventura, em terra de bu- gios? Previnam-se, portanto, todos os catholicos contra esses famigerados promotores da des- ordem na diocese do Pará contra o seu illus- trado Bispo, e acreditem que, desunidos do seu prelado, sem ajudal-o a vencer o ini- migo, nfio podem ser catholicos, porque ó elle o grande élo da cadeia que nos leva até o centro, que é o Papa. Quem hostilisa seu prelado, quem lhe dirige insinuações, quem o offende directa ou indirectamente, nfio está com a Egreja, porque tem interrompido a ligação que á ella o prendia, desprezando a sua autori- dade. Sao, portanto, homens desobedientes e refractarios os que estfio perturbando a or- dem na diocese do Pará, sem que o go- verno geral se pronuncie de modo a mo- deral-os. Tudo reclama medidas que ponham cobro a tantos e tfio repetidos desatinos. Nfio podemos, pois, deixar de chamar a attenção de todos para a portaria, que hoje mandamos inserir no Apóstolo, e de recom- mendarmos a sua leitura. TELEGRAMMAS Calcutá, 19 de Setembro. Por noticias chegadas do posto militar de Sinlah, sabe-se que as tropas inglezas do Afghanistan conservam-se na defensiva até que cheguem os reforços que lhe foram expe- didos para tomar uma vigorosa offensiva. Rebentou uma revolta militar entre as forças afghans acampadas no Hérat, ao NO. de Cabul. Os revoltosos mataram as autori- dades. A insurreiçfio tem um caracter quasi geral, e os revoltosos estfio senhores dos seus acam- pamentos. Londres, 20 de Setembro. Em conseqüência das revoltas que têm-se dado no Afghanistan, o Emir de Kabul diri- gio muitasjcartas ao governo geral das índias, em que declara estar completamente alheio a taes movimentos, e nfio ter forças para conter os sedlciosos. (Do Jornal do Commereio) SECÇÃO NOTICIOSA üealisa-se hoje o 11° an ni- versario da Confirmação Episcopal do nosso digno Prelado o Exm. e Rvm, Sr. r>. _Pedro Maria de La- cerda. Beijamos respeitosos a sagrada mão de S. Ex. JEivma. Solemnidades religiosas —Na sexta-feira 26 do corrente celebrar-se- ha, ua egreja da Santa Cruz dos Militares, ás 11 horas da manha, a festa do Senhor do Desaggravo, orando ao Te-Deum o Rvm. Vi- gario Luiz Autonio E.cobar Araújo, Ministerio dos negócios estrangeiros.— Sua Magestade o Imperador recebeu no sabbado, 20 do cor- rente, ás 7 horas da noite, em audiência publica, no paço de S. Christovfio, ao Sr. Francis Clare Ford, o qual, ao entregar a Sua Magestade a sua credencial de en- viado extraordinário e ministro plenipoten- ciario de Sua Magestade a Rainha da Grfi- Bretanha e Irlanda e Imperatriz das índias, pronunciou o seguinte discurso: « Senhor. Tenho a honra de apresentar a Vossa Magestade Imperial a carta, pela qual a Rainha minha graciosa .oberana, me faz a honra de acreditar-me como seu enviado extraordinário e ministro plenipo- tenciario na corte de Vossa Magestade Im- perial. De conformidade com as ordens de Sua Magestade, tenho muita satisfuçao em tran- stnittir a Vossa Magestade Imperial a ex- pressfio da alta estima e consideração de Sua Magestade para com Vossa Magestade e os seus votos cordiaes pela felicidade e prosperidade do Império Brazileiro. As antigas relaçOes de amisade, que tfio felizmente tem ligado o Brazil á Grfi-Bre- tanha, sfio origem de bem fundada satis- façfio para ambos os poizas, e eu nfio pou- parei esforços para os manter e desenvolver. Entro pois no desempenho da elevada missão, que a minha soberana dignou-se de confiar-me, com sentimentos do mais pro- fundo respeito para com Vossa Magestade Imperial, de sympathia para com o nobre povo que Vossa Magestade foi destinado a governar, e de admiração e interesse pelo grande Império do Brazil, um dos mais gran- diosos paizes do mundo. » Sua Magestade respondeu: « Sou muito sensivel á esta nova prova de amisade de minha irmã e prima a Rainha da Grã-Bretanha. Espero, Sr. ministro, que que durante a vossa missão procurareis man- ter as boas relações que tao felizmente exis- tem entre os nossos dous paizes. » Honras de Oonego. Teve as honras de Conego da cathedral da diocese de Pernambuco, o padre Francisco Alves Pequeno. Oliuva de pedras.—Lê se no Commereio de Iguape de 19 do corrente : « Na tarde do dia 15, ás 3 horas, passou sobre esta cidade uma trovoada, tocada de ¦rijo vento soprado de sudoeste, despejando grande quantidade de granizos em sua maior parte regulando o tamanho de ovos de pom- bas, e entre elles alguns poucos como ovos de gallinhas, suecedendo-os uma espessa chuva por tempo de meia hora, e que depois mais fina durou até próximo á meia-noite, por ter sobrevindo forte vento sul. « Os granizos cahiram suecessivamente durante tres minutos, era t&o grande quan- tidade, que as ruas, pateos e campos pare- ciam tapetados de ura extenso e alvo lençol. « Os telhados e vidraças dos edifícios com frente para o noroeste e sudoeste ficaram bas- tante estragados, especialmente os quo ficam voltados para este ultimo vento. Quasi toda a. espécie de arvoredos, jardins e hortaliças sofreram bastante. Dizem os mais antigos habitantes da localidade, que aqui nunca desabou uma chuva de tfio grandes granizos. « Muitas pessoas de animo mais fraco possuiram-se de terror. » G-raças. Foi nomeado cavalheiro da imperial ordem da Rosu, Antonio B.rnar- dino Jorge Sobrinho. Titulo de conselho.— Por de- creto 20 do corrente concedeu-so este ti- tuloao desembargador presidente da relação da Bahia, Manoel Felippe Monteiro. IMiaroes.—Por telégramma rece- bido ante-hontem pelo ministerio da marinha, sabe-se que chegou do Pará o engenheiro Norte Americano contratado para assentar os pharoes de Bragança e Rocas. Imperial collegio de r»e- dro II.—Foi nomeado lente de grego do internato deste collegio o Dr. Manoel Thomaz Alves Nogueira, e de matheraatieas elemen- tares, o bacharel Joaquim Gonçalves Guilloo. Exposição portugueza.— Ultimou ante-hontem os seus trabalhos de apreciação o jury do 3o grupo (tecidos, ves- tuario e accessorio.) desta exposição. E' com- posto dos Srs. Antouio Augusto de Oliveira Braga, José Moreira Freire, Augusto "Wegue- lin, Adolpho Siinonsen, José de Barros C_r- valhues, Josó Goursaud, Joaquim Álvaro da Armada,CasparVillau, Mauoel Cosine Pinto, C. F_ Cathiard, Luiz Augusto S.hmidt, Francisco Salgado Zenha, Jufiq Dias Fèrnan- des Leite, José Pinto de Carvalho Ramos, Frederico Augusto S.hmidt e Antonio Xavier Carneiro; , Apenas dois tem faltado ás suecessivas sessões por d.euça. Ao encerrar-se a de ante- hontem o Sr. Augusto Weguelin em nome do jury. dirigio ao presidente Sr. Luciano Cor- deiro e ao seu secretario Sr. Jerouymo Silva algumas palavras muito honrosas para a exposição e agradecendo a maueira por que o jury fora sempre recebido e presidido. Re.- pondeu o Sr. Cordeiro protestando que a com- panhia, os ;industriaes portuguez .s e o seu paiz nfio podem deixar desentir um jubiloso reconhecimento pelos affectos é justiça que haviam encontrado os seus produetos n5o só- mente entre compatriotas, mas entre o escla- recido commereio brazileiro e estrangeiro, e que á associação commercial se achava pro- fundamente agradecido. I Moléstia da canna.—Escreve o Monitor Campisla de 16 do corrente: « Recebemos de um nosso amigo, fazen- deiro illustrado, a nota que nos apressamos a publicar sobre a moléstia, que reappareceu na canna de assucar em nosso municipio. O assumpto ó digno do estudo e da observação dos nossos fazendeiros. Bsstava a iniciativa individual para remediar o mal, ou deve o Estado concorrer para debellal-o, com a sua; intervenção e dinheiro? « Em Pernambuco, pede-se a intervenção do governo, e a representação daquellajpráf vincia sustentava na camara temporaria^a CAPITULO XX __ família necessidade de uni credito avultado p.rn o estudo da moléstia da canna e outras me- didas, com o fira de prevenir os estragos causados nas plantações.' « E', de certo, causa digva-» de reparo que nao se possa fazer tal estucio senfio com intervenção do governo, a qui? precisem os fazendeiros de receber do E._no'o mudas de canna para melhorar ou fort.íô^er aa espécies cultivadas.\ « Ha neste municipio uma sociedade de agricultura: nfio seria occasiào opportuna para ella despertar do seu longo lethargo",,' oecupando-se de ura assumpto que inte- ressa por todos os lados á lavoura de Campos? Eis a nota a que nos referimos: « No Monitor Campista de 12 vimos com prazer o interesse que manifesta a sua re- dacçSo pela principal cultura da localidade, tratando, como tratou, da peste da canua. Ella existe? Admittindo que a lavoura te- nha soffrido alguma cousa, o mal será tao grande corao se suppõe ? Será elle ephemero, ou devemos receiar sua duração? « Sfio estes pontos dignos de considera- çtto e delles trataremos embora suscinta- mente, com o fim de manifestarmos as nossas idéas em beneficio da lavoura, ou melhor, da impressão que VSo sof- frendo os lavradores. « As cannas na presente safra soffrer ara alguma alteração, como se verifica de sua graduação baixa e da desigualdade do desenvolvimento; porém longe de attri- buirmos isso o uma peste, entendemos que a causa unica foi a desigualdade da esta- ção, antes secca e muito tarde pluviosa, quando a planta estava quasi em raatu- raçüo plena, embora extemporânea. D'ahi resultou o estacionamento da Vegetação e depois continuação brusca e pOT conse- guinte dous produetos distinctos n»mesma planta, e quo chamamos raehitíco e apodrecido antes do tempo da safra, o ex- tremo verde e era plena vegetação. « E se, porventura, nfio fosse esta a causa, sendo geral, coj?o é o máo estado da canna na presente {«.fra, a peste po- deria actuar tao rapidamente ? « Considerando-se o mal cotao conçequen- cia de um verme, que tem t^u tempo de desenvolvimento, nada menos ào que a época da transformação da larva em a tfio fallada borboleta, o borer, deverem.os ad- miltir que elle existe ha muito tempo e ent8o, concluindo, logicamente, que nflo é tito perigoso como se suppõe. « A verdade é que o borer existe em nossos cannaviaes, como existio em outros tempos, era 1865, salvo erro, e que nfio é inimigo tao perigoso como o julgam gral- mente. « Nossa opinião é esta, e felizmente nfio fica ella isolada, como se no n. 39 do Journal des Fabricants de Sucre, em um parecer da commissão nomeada, para ve- rifícar se na Mauricia grassava ou nao a peste na' canna. Essa commi.Bfio, aJém de ¦ pôr em duvida a existência do maíf está ¦fie accòrdo com as nossas idéas, ou pós Mb accòrdo com ella. « A acçSo do borer será tfio breve quanto f Entremos na sala de jantar. A mesa estava posta. O reiogio marcava onze horas, e Sophia e Luiza esperavam Julio e D. Paulo, apoiados ao balcão da ianella., ²Mama, saiba que estou muito zangada com o av<), disse Luiza. "— Sem motivo, como sempre. ²Não, agora tenho-os e muitos grandes. —Duvido muito, objectou Sophia, sorrindo-se como uma mãi. ²Esquece-se que amanha. o meu dia do annos.' ²Posso esquecer isso, louquinha? ²O avô disse que me comprou muitas -.cousas, porém nSo m'as quer dar senão amanhã. > E tu querias vel-as hoje ? ²Está claro. ²Pois fazes mal; as meninas nSo devem ser exigentes nem caprichosas. Sophia pronunciou estas palavras com um accento cheio de certa gravidade. Luiza olhou- para sua mãi, e abraçando-a disse-lhe: ²Está zangada commigo ? ²Não, Luiza; sabes que não gosto de moni- nas curiosas. ²Pois bem, prometto-llie que nSo tornarei a fallar no avô. ²Que é isso ? Quem falia na minha pessoa ? disse D. Paulo, entrando na sala de jantar com seu genro. Sophia tocou uma campainha, e disse a uma criada que se apresentou: ²chamar Emilio, que está no seu quarto, o que nos sirvam o almoço. Alguns minutos depois, a familia de Zurita esta- va sentada em volta da mesa. D. Paulo e seus netos faziam o gasto da conver- sação, como familiarmento se diz; eram os expio- radores da palavra, assim como Sophia e Julio tinham o monopólio dos sorrisos. Emilio era um rapaz de treze annos, bello como sua mãi, porém de uma formosura varonil. Atur- dido e irrequieto, fazia com que Julio o reprehen- desse com freqüência. Por*óm Emilio tinha um poderoso defensor em seu avô. D. Paulo passeava todos os dias com seu neto, o apesar da différença das idades, cousa sin- guiar 1 tinham os mesmos gostoB e estavam perfei- tamento conformes em tudo. A felicidade resplandecia nos rostos daquelles seres que se agrupavam em torno da mesa. Quando o almoço terminou, e o criado poz sobre a mesa o serviço do chá, Julio que até então tinha falladp pouco, disse: ²Emilio, olha quo os exames são d'aqui a quinze dias. ²Bem sei, papá, respondeu a criança precipi- tadamente. Todas as manhãs o avô me lição. E olhando para D. Paulo, ajuntou: ²E não tenho errado .em nada, não 6 verdade, avô? ²Sim, rapaz, sim ; e podes dizer a teu pai que bas de sahir com honra dos exames. ²E tu, Luiza, não me dizes nada das prendas que te deu teu avô ? perguntou Julio. ²Que quer que lhe diga, papá, se ainda as não vi? Não lhe parece que 6 uma picardia que seme faz? ²Pois as vi, disse Emilio precipitadamente piscando um olho a D. Paulo. ²Gosto disso ! exclamou o veterano. Vejo quo se pôde confiar a ti um segrodo. ²Depois venha para o avô dizer-me que me quer mais a mim do que a Emilio.... ²Bem, não quero que tenhas zelos de teu irmão; vou pelas prendas. Esta resolução do avô mereceu um applauso de Luiza. D. Paulo levantou-se o sahio da sala do jantar. Durante a sua ausência, que se prolongou por alguns minutos, ninguém proferio palavra. Por (lm tornou-se a apresentar a veneravel figura de D. Paulo. Luiza a custo podia dominar a sua impaciência, porquo seu avô ia apresentando os objectos com muita placidez, como se quizesse avivar o desassocego de sua neta. A primeira cousa que appareceu ante os olhos dos espectadores foi uma argola de prata para chaves, no centro da qual estava gravado o nome de Luiza. Esta prenda mereceu a approvação geral, porque Luiza ia tomar conta no dia seguinte do governo da casa. Luiza deu um beijo a seu avô, recompensa de grande apreço para D. Paulo. A segunda prenda era uns brincos de diamantes. Houve um segundo assombro e algumas reprehen- soes meigas de Sophia, que expressavam gratidão e estima. Finalmente, D. Paulo estendeu ante os olhos dos circumstantes um formoso cinto dc soda da índia de côres-muito vistosas; o êxito não podia ser maior. Luiza'pegava nos objectos e mostra- va-08 a sua mãi/ temerosa de que esta os não visso bem ; depois lançou-se nos braços dc D. Paulo e beijou-o na ftpnte.' De que .se. ve*a grandeza de um rei, a fortuna de um principe,ros,..th_souros de um .milionário, quando se vive sem o grato calor da familia quo tudo poetisa e cmbellesa,? Julio podia com "orgulho girar os olhos om torno de si e exclamar : ²Tudo isto me pertence; ó o produeto do amor e do trabalho; tudo ó meu, ató os corações dos entes que me rodeiam. Invejável felicidade que descansa no amor da familia e na paz da consciência! Os egoístas dizem: ²Os filhos^ causam mais dores que alegrias; morrerei solteiro, so na velhico precisar do uma familia, com ouro comprarei todos os conchegos e gasalhos que; precisar. Pobres pariás. dajsociedade! Vós não sabeis que todas as penásf-odas" as amarguras que possa causar um filho, são de sobra recompensados com um beijo, cora; uma caricia, nm olhar de ternura, porque a pímjse, a palavra mais sublimo, mais terna da humanidade, ó esta: —Minha mãi! Um criado interrompeu a scena de familia que bosquejamos ligeiramente, apresentando um bi- lhete de visita a Julio, que ao lôr o nome estro-- meeeu a ponto de Sophia lhe perguntar: ²Que é isso ? ²Uma visita que, segundo creio, me espera no escriptorió. ²Havia de jurar quo te impressionou o nomo desso cartão. ²Oh! E' muito natural, minha filha. Pega e lê. Sophia leu em voz alta: - « O conde de Guayamo. > Apenas este nome foi proferido por Sophia, D. Paulo poz-se cm como Be obedecesse a um impulso superior á sua vontade. As suas feições adquiriram uma dureza ameaçadora, e olhou para o genro, corao dirigindo-lhe uma pergunta. Julio, que so tinha serenado, sorrio-se perante a attitude bellicosa de sou sogro, e disse: ²Continua a lôr. Debaixo do nome ha uma linha escripta a lápis. ²Sim, ó verdade. Diz assim,: t O conde de Guayamo deseja ter uma entrevista sem testemu- . nhas com Julio Zurita, e espera-o no seu escrip- torio. » ²E que lhe respondes ? perguntou D. Paulo. ²Vou vôl-o immediatamente. ²Melhor seria que o puzesseB fora desta casa a chicotadas. ²Vamos! Quem sabe se este homem, apesar dos milhões o do seu titulo de conde, será um desgraçado digno dc dói Sophia guardou silencio. Sabia quo o conde do Guayamo era o infame Luciano Quinones; poróm, esposa humildo e obediente, com uma cega em seu marido, vio-o sahir, certa de que Julio havia do ter uma razão justa para receber aquelle i homem. {(Sontinúa) ¦$W& ,_¦.')¦¦'..''."¦.¦;. .".: ¦-...¦ ".-.- '¦¦'¦¦ '¦'..'¦-.' ¦'¦:¦¦

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ANN* XIV QUARTA-FEIRA _4 DE SETEMBRO DE 1879 NUMERO 111

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REDACÇlO E ADMINISTRAÇÃO 1

14—16 Rua Nora do Ouvidor 14—16 tPUBLICA-SE AS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS

PREÇO DA ASSIGNATURÁ ADIANTADA I

Por anno _ 15.5000 | Por semesjtre 80OOO+"••

Dum luoem habetis, credite In luoem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama Itaque, olama, ne cesses. (Carta de Pio IX & Tortacção do Apnstoto.'}

0 APÓSTOLORio, 24 de Setembro de 1819.

Publicamos hoje, na respectiva secçfio, aportaria do Sr. Bispo do Pará, prohibindoqualquer festividade na ermida de NossaSenhora de Nazareth.

Nessa portaria, que honra e eleva aindamais os sentimentos de zelo e dedicação doillustrado Prelado do Pará pelas cousas daEgreja, têm os catholicos o histórico circum-etanciado do que tem oceorrido ultimamenteeutre uma pretensa irmandade e S. Ex.Rvma.

Têm, portanto, todos um documento parajulgar-se essa grave questão, na qual seoceultam intenções inconfessáveis da partedos adversários, que se levantam só e unica-mente pelo triumpho de doutrinas hetero-doxas, indecentes e ajtamente offensivas ádignidade episcopal, que elles querem portodos os modos menosprezar.

Cada um dos considerando da portaria ex-prime uma razfio forte, valiosa e impugnavelpara nfto se consentir nessa festa, que nadaexprime, nem até devoçfto,porque quasi outracousa nao é senfio um pretexto para certaslarguezas e liberdades, condemnadas peladecência, pela honestidade e pela dignidadeda familia, tfio offendida pela licença doscomparsas dessas luhricas scenas, que seprolongam fora da ermida até adiantadashoras da noite.

E como a intervenção da autoridade eccle-siastica tem também por fim pòr cobro a taesdesregramentos, nfio querem os promotoresde taes festas se sujeitarem á autoridadediocesana, da qual apenas solicitam seremreconhecidos—Irmandade—, sem que apre-sentem documentos que comprovem suapretençfio.

Entretanto no próprio compromisso, queallegam ser o da Irmandade, está a sua con-demnaçfio, porque lhe falta uma qualidadeessencial, que ó a approvação da autoridadeecclesiastica; quando também é elle, preten-dido regulamento, nfio desses festejos, mas deoutros que deixaram de existir, ou porque asua lei era uma caduquice ou por quaesqueroutros motivos.

O que porém é verdade, é que nfio hairmandade, porque nfto tem ella compromissoapprovado.

E que esse compromisso de uma extinetairmandade nfio é mais do que um embuste,um pretexto para enganar o povo e assaltar aboa fé do diocesano, mostram elles próprios,não querendo sujeitar-se ao que lhes impõeo Prelado, ao qual fingiram obedecer paramelhor poderem dar o assalto.

A verdade está na portaria, e ntto podiadeixar de estar alli, pois falia quem devefallar e quem tem obrigação de defender aEgreja e expor com verdade sua disciplina.

.0 que quer dizer um grupo de homens,inimigos manifestos e declarados da Egreja,quererem á todo transe uma festa reli-giosa, quando esses mesmos homens ar-rombaram a matriz, apossaram-se de seusornamentos e objectos do culto, e coagiramo parocho a ausentar se pola pressão atrozque lhe fizeram ?

FOLHETIM DO;APÓSTOLO

OS DESGRAÇADOSpon

H33NRIQÜ-3 P33H-32 33SCRICH

QUADRO PRIMEIRO

O MILLIONARIO

O que quer dizer a exigência imperti-nente desses homens para uma festa reli-giosa, quando já promoveram festas civiscom procissflo e ladainhas civis?

Estamos, porventura, em terra de bu-gios?

Previnam-se, portanto, todos os catholicoscontra esses famigerados promotores da des-ordem na diocese do Pará contra o seu illus-trado Bispo, e acreditem que, desunidos doseu prelado, sem ajudal-o a vencer o ini-migo, nfio podem ser catholicos, porque óelle o grande élo da cadeia que nos levaaté o centro, que é o Papa.

Quem hostilisa seu prelado, quem lhedirige insinuações, quem o offende directaou indirectamente, nfio está com a Egreja,porque tem interrompido a ligação que áella o prendia, desprezando a sua autori-dade.

Sao, portanto, homens desobedientes erefractarios os que estfio perturbando a or-dem na diocese do Pará, sem que o go-verno geral se pronuncie de modo a mo-deral-os.

Tudo reclama medidas que ponham cobroa tantos e tfio repetidos desatinos.

Nfio podemos, pois, deixar de chamar aattenção de todos para a portaria, que hojemandamos inserir no Apóstolo, e de recom-mendarmos a sua leitura.

TELEGRAMMASCalcutá, 19 de Setembro.Por noticias chegadas do posto militar de

Sinlah, sabe-se que as tropas inglezas doAfghanistan conservam-se na defensiva atéque cheguem os reforços que lhe foram expe-didos para tomar uma vigorosa offensiva.

Rebentou uma revolta militar entre asforças afghans acampadas no Hérat, ao NO.de Cabul. Os revoltosos mataram as autori-dades.

A insurreiçfio tem um caracter quasi geral,e os revoltosos estfio senhores dos seus acam-pamentos.

Londres, 20 de Setembro.Em conseqüência das revoltas que têm-se

dado no Afghanistan, o Emir de Kabul diri-gio muitasjcartas ao governo geral das índias,em que declara estar completamente alheio ataes movimentos, e nfio ter forças para conteros sedlciosos.

(Do Jornal do Commereio)

SECÇÃO NOTICIOSAüealisa-se hoje o 11° an ni-

versario da ConfirmaçãoEpiscopal do nosso dignoPrelado o Exm. e Rvm,Sr. r>. _Pedro Maria de La-cerda.

Beijamos respeitosos asagrada mão de S. Ex.JEivma.

Solemnidades religiosas—Na sexta-feira 26 do corrente celebrar-se-ha, ua egreja da Santa Cruz dos Militares,

ás 11 horas da manha, a festa do Senhor doDesaggravo, orando ao Te-Deum o Rvm. Vi-gario Luiz Autonio E.cobar Araújo,

Ministerio dos negóciosestrangeiros.— Sua Magestade oImperador recebeu no sabbado, 20 do cor-rente, ás 7 horas da noite, em audiênciapublica, no paço de S. Christovfio, ao Sr.Francis Clare Ford, o qual, ao entregara Sua Magestade a sua credencial de en-viado extraordinário e ministro plenipoten-ciario de Sua Magestade a Rainha da Grfi-Bretanha e Irlanda e Imperatriz das índias,pronunciou o seguinte discurso:

« Senhor. — Tenho a honra de apresentara Vossa Magestade Imperial a carta, pelaqual a Rainha minha graciosa .oberana,me faz a honra de acreditar-me como seuenviado extraordinário e ministro plenipo-tenciario na corte de Vossa Magestade Im-perial.

De conformidade com as ordens de SuaMagestade, tenho muita satisfuçao em tran-stnittir a Vossa Magestade Imperial a ex-pressfio da alta estima e consideração deSua Magestade para com Vossa Magestadee os seus votos cordiaes pela felicidade eprosperidade do Império Brazileiro.

As antigas relaçOes de amisade, que tfiofelizmente tem ligado o Brazil á Grfi-Bre-tanha, sfio origem de bem fundada satis-façfio para ambos os poizas, e eu nfio pou-parei esforços para os manter e desenvolver.

Entro pois no desempenho da elevadamissão, que a minha soberana dignou-sede confiar-me, com sentimentos do mais pro-fundo respeito para com Vossa MagestadeImperial, de sympathia para com o nobrepovo que Vossa Magestade foi destinado agovernar, e de admiração e interesse pelogrande Império do Brazil, um dos mais gran-diosos paizes do mundo. »

Sua Magestade respondeu:« Sou muito sensivel á esta nova prova de

amisade de minha irmã e prima a Rainhada Grã-Bretanha. Espero, Sr. ministro, queque durante a vossa missão procurareis man-ter as boas relações que tao felizmente exis-tem entre os nossos dous paizes. »

Honras de Oonego. — Teveas honras de Conego da cathedral da diocesede Pernambuco, o padre Francisco AlvesPequeno.

Oliuva de pedras.—Lê se noCommereio de Iguape de 19 do corrente :

« Na tarde do dia 15, ás 3 horas, passousobre esta cidade uma trovoada, tocada de

¦rijo vento soprado de sudoeste, despejandogrande quantidade de granizos em sua maiorparte regulando o tamanho de ovos de pom-bas, e entre elles alguns poucos como ovosde gallinhas, suecedendo-os uma espessachuva por tempo de meia hora, e que depoismais fina durou até próximo á meia-noite,por ter sobrevindo forte vento sul.

« Os granizos cahiram suecessivamentedurante tres minutos, era t&o grande quan-tidade, que as ruas, pateos e campos pare-ciam tapetados de ura extenso e alvo lençol.

« Os telhados e vidraças dos edifícios comfrente para o noroeste e sudoeste ficaram bas-

tante estragados, especialmente os quo ficamvoltados para este ultimo vento. Quasi todaa. espécie de arvoredos, jardins e hortaliçassofreram bastante. Dizem os mais antigoshabitantes da localidade, que aqui nuncadesabou uma chuva de tfio grandes granizos.

« Muitas pessoas de animo mais fracopossuiram-se de terror. »

G-raças. — Foi nomeado cavalheiroda imperial ordem da Rosu, Antonio B.rnar-dino Jorge Sobrinho.

Titulo de conselho.— Por de-creto dé 20 do corrente concedeu-so este ti-tuloao desembargador presidente da relaçãoda Bahia, Manoel Felippe Monteiro.

IMiaroes.—Por telégramma rece-bido ante-hontem pelo ministerio da marinha,sabe-se que chegou do Pará o engenheiroNorte Americano contratado para assentar ospharoes de Bragança e Rocas.

Imperial collegio de r»e-dro II.—Foi nomeado lente de grego dointernato deste collegio o Dr. Manoel ThomazAlves Nogueira, e de matheraatieas elemen-tares, o bacharel Joaquim Gonçalves Guilloo.

Exposição portugueza.—Ultimou ante-hontem os seus trabalhos deapreciação o jury do 3o grupo (tecidos, ves-tuario e accessorio.) desta exposição. E' com-posto dos Srs. Antouio Augusto de OliveiraBraga, José Moreira Freire, Augusto "Wegue-

lin, Adolpho Siinonsen, José de Barros C_r-valhues, Josó Goursaud, Joaquim Álvaro daArmada,CasparVillau, Mauoel Cosine Pinto,C. F_ Cathiard, Luiz Augusto S.hmidt,Francisco Salgado Zenha, Jufiq Dias Fèrnan-des Leite, José Pinto de Carvalho Ramos,Frederico Augusto S.hmidt e Antonio XavierCarneiro; ,

Apenas dois tem faltado ás suecessivassessões por d.euça. Ao encerrar-se a de ante-hontem o Sr. Augusto Weguelin em nome dojury. dirigio ao presidente Sr. Luciano Cor-deiro e ao seu secretario Sr. Jerouymo Silvaalgumas palavras muito honrosas para aexposição e agradecendo a maueira por que ojury fora sempre recebido e presidido. Re.-pondeu o Sr. Cordeiro protestando que a com-panhia, os ;industriaes portuguez .s e o seupaiz nfio podem deixar desentir um jubilosoreconhecimento pelos affectos é justiça quehaviam encontrado os seus produetos n5o só-mente entre compatriotas, mas entre o escla-recido commereio brazileiro e estrangeiro, eque á associação commercial se achava pro-fundamente agradecido.

I Moléstia da canna.—Escreveo Monitor Campisla de 16 do corrente:

« Recebemos de um nosso amigo, fazen-deiro illustrado, a nota que nos apressamos apublicar sobre a moléstia, que reappareceuna canna de assucar em nosso municipio. Oassumpto ó digno do estudo e da observaçãodos nossos fazendeiros. Bsstava a iniciativaindividual para remediar o mal, ou deve oEstado concorrer para debellal-o, com a sua;intervenção e dinheiro?

« Em Pernambuco, pede-se a intervençãodo governo, e a representação daquellajpráfvincia sustentava na camara temporaria^a

CAPITULO XX

__ família

necessidade de uni credito avultado p.rn oestudo da moléstia da canna e outras me-didas, com o fira de prevenir os estragoscausados nas plantações.'

« E', de certo, causa digva-» de reparo quenao se possa fazer tal estucio senfio comintervenção do governo, a qui? precisemos fazendeiros de receber do E._no'o mudasde canna para melhorar ou fort.íô^er aaespécies cultivadas. \

« Ha neste municipio uma sociedade deagricultura: nfio seria occasiào opportunapara ella despertar do seu longo lethargo",,'oecupando-se de ura assumpto que inte-ressa por todos os lados á lavoura deCampos? Eis a nota a que nos referimos:

« No Monitor Campista de 12 vimos comprazer o interesse que manifesta a sua re-dacçSo pela principal cultura da localidade,tratando, como tratou, da peste da canua.Ella existe? Admittindo que a lavoura te-nha soffrido alguma cousa, o mal será taogrande corao se suppõe ? Será elle ephemero,ou devemos receiar sua duração?

« Sfio estes pontos dignos de considera-çtto e delles trataremos embora suscinta-mente, com o fim de manifestarmos asnossas idéas em beneficio da lavoura, oumelhor, da impressão má que VSo sof-frendo os lavradores.

« As cannas na presente safra soffrer araalguma alteração, como se verifica de suagraduação baixa e da desigualdade dodesenvolvimento; porém longe de attri-buirmos isso o uma peste, entendemos quea causa unica foi a desigualdade da esta-ção, antes secca e só muito tarde pluviosa,quando a planta estava quasi em raatu-raçüo plena, embora extemporânea. D'ahiresultou o estacionamento da Vegetação edepois continuação brusca e pOT conse-guinte dous produetos distinctos n»mesmaplanta, e quo chamamos pé raehitíco eapodrecido antes do tempo da safra, o ex-tremo verde e era plena vegetação.

« E se, porventura, nfio fosse esta acausa, sendo geral, coj?o é o máo estadoda canna na presente {«.fra, a peste po-deria actuar tao rapidamente ?

« Considerando-se o mal cotao conçequen-cia de um verme, que tem t^u tempo dedesenvolvimento, nada menos ào que aépoca da transformação da larva em a tfiofallada borboleta, o borer, deverem.os ad-miltir que elle existe ha muito tempo eent8o, concluindo, logicamente, que nflo étito perigoso como se suppõe.

« A verdade é que o borer existe emnossos cannaviaes, como existio em outrostempos, era 1865, salvo erro, e que nfio éinimigo tao perigoso como o julgam gral-mente.

« Nossa opinião é esta, e felizmente nfiofica ella isolada, como se vê no n. 39 doJournal des Fabricants de Sucre, em umparecer da commissão nomeada, para ve-rifícar se na Mauricia grassava ou nao apeste na' canna. Essa commi.Bfio, aJém de

¦ pôr em duvida a existência do maíf está¦fie accòrdo com as nossas idéas, ou pósMb accòrdo com ella.

« A acçSo do borer será tfio breve quanto

f Entremos na sala de jantar. A mesa estava posta.O reiogio marcava onze horas, e Sophia e Luiza

esperavam Julio e D. Paulo, apoiados ao balcão da

ianella. ,Mama, saiba que estou muito zangada com o

av<), disse Luiza."— Sem motivo, como sempre.Não, agora tenho-os e muitos grandes.

—Duvido muito, objectou Sophia, sorrindo-se

como uma mãi.Esquece-se que amanha. o meu dia do annos.'Posso esquecer isso, louquinha?

O avô disse que me comprou muitas -.cousas,

porém nSo m'as quer dar senão amanhã.> — E tu querias vel-as hoje ?

Está claro.

Pois fazes mal; as meninas nSo devem serexigentes nem caprichosas.

Sophia pronunciou estas palavras com um accentocheio de certa gravidade. Luiza olhou- para suamãi, e abraçando-a disse-lhe:

Está zangada commigo ?Não, Luiza; já sabes que não gosto de moni-

nas curiosas.Pois bem, prometto-llie que nSo tornarei a

fallar no avô.Que é isso ? Quem falia na minha pessoa ?

disse D. Paulo, entrando na sala de jantar com seugenro.

Sophia tocou uma campainha, e disse a umacriada que se apresentou:

Vá chamar Emilio, que está no seu quarto, oque nos sirvam o almoço.

Alguns minutos depois, a familia de Zurita esta-va sentada em volta da mesa.

D. Paulo e seus netos faziam o gasto da conver-sação, como familiarmento se diz; eram os expio-radores da palavra, assim como Sophia e Juliotinham o monopólio dos sorrisos.

Emilio era um rapaz de treze annos, bello comosua mãi, porém de uma formosura varonil. Atur-dido e irrequieto, fazia com que Julio o reprehen-desse com freqüência.

Por*óm Emilio tinha um poderoso defensor emseu avô. D. Paulo passeava todos os dias com seuneto, o apesar da différença das idades, cousa sin-guiar 1 tinham os mesmos gostoB e estavam perfei-tamento conformes em tudo.

A felicidade resplandecia nos rostos daquellesseres que se agrupavam em torno da mesa.

Quando o almoço terminou, e o criado poz sobrea mesa o serviço do chá, Julio que até então tinhafalladp pouco, disse:

Emilio, olha quo os exames são d'aqui a quinzedias.

Bem sei, papá, respondeu a criança precipi-tadamente. Todas as manhãs o avô me dá lição.

E olhando para D. Paulo, ajuntou:E não tenho errado .em nada, não 6 verdade,

avô?Sim, rapaz, sim ; e podes dizer a teu pai que

bas de sahir com honra dos exames.E tu, Luiza, não me dizes nada das prendas

que te deu teu avô ? perguntou Julio.Que quer que lhe diga, papá, se ainda as não

vi? Não lhe parece que 6 uma picardia que semefaz?

Pois já as vi, disse Emilio precipitadamentepiscando um olho a D. Paulo.

Gosto disso ! exclamou o veterano. Vejo quose pôde confiar a ti um segrodo.

Depois venha para cá o avô dizer-me que mequer mais a mim do que a Emilio....

Bem, não quero que tenhas zelos de teuirmão; vou pelas prendas.

Esta resolução do avô mereceu um applauso deLuiza. D. Paulo levantou-se o sahio da sala dojantar. Durante a sua ausência, que se prolongoupor alguns minutos, ninguém proferio palavra.

Por (lm tornou-se a apresentar a veneravelfigura de D. Paulo. Luiza a custo podia dominar asua impaciência, porquo seu avô ia apresentandoos objectos com muita placidez, como se quizesseavivar o desassocego de sua neta.

A primeira cousa que appareceu ante os olhosdos espectadores foi uma argola de prata parachaves, no centro da qual estava gravado o nomede Luiza. Esta prenda mereceu a approvaçãogeral, porque Luiza ia tomar conta no dia seguintedo governo da casa.

Luiza deu um beijo a seu avô, recompensa degrande apreço para D. Paulo.

A segunda prenda era uns brincos de diamantes.Houve um segundo assombro e algumas reprehen-soes meigas de Sophia, que expressavam gratidãoe estima. Finalmente, D. Paulo estendeu ante osolhos dos circumstantes um formoso cinto dc sodada índia de côres-muito vistosas; o êxito não podiaser maior. Luiza'pegava nos objectos e mostra-va-08 a sua mãi/ temerosa de que esta os não vissobem ; depois lançou-se nos braços dc D. Paulo ebeijou-o na ftpnte.'

De que .se. ve*a grandeza de um rei, a fortuna deum principe,ros,..th_souros de um .milionário,quando se vive sem o grato calor da familia quotudo poetisa e cmbellesa,?

Julio podia com "orgulho

girar os olhos om tornode si e exclamar :

Tudo isto me pertence; ó o produeto do amore do trabalho; tudo ó meu, ató os corações dosentes que me rodeiam.

Invejável felicidade que descansa no amor dafamilia e na paz da consciência!

Os egoístas dizem:Os filhos^ causam mais dores que alegrias;

morrerei solteiro, jè so na velhico precisar do umafamilia, com ouro comprarei todos os conchegos egasalhos que; precisar.

Pobres pariás. dajsociedade! Vós não sabeis quetodas as penásf-odas" as amarguras que possacausar um filho, são de sobra recompensados comum beijo, cora; uma caricia, nm olhar de ternura,porque a pímjse, a palavra mais sublimo, maisterna da humanidade, ó esta: —Minha mãi!

Um criado interrompeu a scena de familia quebosquejamos ligeiramente, apresentando um bi-

lhete de visita a Julio, que ao lôr o nome estro--meeeu a ponto de Sophia lhe perguntar:

Que é isso ?Uma visita que, segundo creio, me espera no

escriptorió.Havia de jurar quo te impressionou o nomo

desso cartão.Oh! E' muito natural, minha filha. Pega e lê.

Sophia leu em voz alta:- « O conde de Guayamo. >

Apenas este nome foi proferido por Sophia,D. Paulo poz-se cm pó como Be obedecesse a umimpulso superior á sua vontade. As suas feiçõesadquiriram uma dureza ameaçadora, e olhou parao genro, corao dirigindo-lhe uma pergunta.

Julio, que so tinha serenado, sorrio-se perantea attitude bellicosa de sou sogro, e disse:

Continua a lôr. Debaixo do nome ha umalinha escripta a lápis.

Sim, ó verdade. Diz assim,: t O conde deGuayamo deseja ter uma entrevista sem testemu- .nhas com Julio Zurita, e espera-o no seu escrip-torio. »

E que lhe respondes ? perguntou D. Paulo.Vou vôl-o immediatamente.Melhor seria que o puzesseB fora desta casa a

chicotadas.Vamos! Quem sabe se este homem, apesar

dos milhões o do seu titulo de conde, será umdesgraçado digno dc dói

Sophia guardou silencio. Sabia quo o conde doGuayamo era o infame Luciano Quinones; poróm,esposa humildo e obediente, com uma fó cega emseu marido, vio-o sahir, certa de que Julio haviado ter uma razão justa para receber aquelle

i homem.{(Sontinúa)

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Page 2: Imperial collegio de r»e-memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1879_00111.pdf · O que porém é verdade, que nfio ha irmandade, porque nfto tem ella compromisso approvado. E que esse

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Quarta-feira 24 dc Setembro dc 1879

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.fôr a duração da secca; cesse ella e livre fi-careraos dese inimigo, que bó medra quandocertos elementos faltam á planta, sendo umdos principaes o carbono, que nos vem, porassim dizer, do céu, da rega regular.

« Atravessamos uma secca continua, sema menor intercalaçao de humidade, e entãoo que se dá é natural.

« Trauquillisem-se os lavradores, que ahivem o chamado tempo das aguas,iò ellas tran-sformarBo completamente o estado actualde cousas, que, seja dito em bem da Yerdade,nBo ó tBo feio como se pinta.

« As duas freguezias que sBo apresen-tadas como as mais atacadas, nBo o foramtanto que se possa dizer grassa a peste dacanna. Ha ura ou outro cannavial atacadoparcialmente, o, com certeza, mais preju-dicados pela secca do que pelo borer.

« Continem animados os Srs. fazendeiros,cultivem bem seus campos, peçam a Deuschuvas, já que nao temos irrigações e es-

.^ tamos á mercê da Providencia, que o malnBo , virá do borer, inimigo de momento.

« Eis o que nos oceorre dizer por hojo,e, se a nossa opinião fòr combatida pelosprofissionaes ou pelos factos, nao ficare-mos prejudicados na intenção que levou-nos a traçar as presentes linhas: sermosúteis aos lavradores e d lavoura do paiz. »

Escola ípolytechnica. —Foram nomeados lentes cathedraticos docurso geral desta escola os bacharéis Antio-cho dos Santos Faure e Luiz Carlos Barbosade Oliveira, e lente substituto do mesmocurso o bacharel JoBo Baptista Ortiz Mon-teiro.

Igliapo.— Refere uma folha destacidade:

« Por causa dos embates das águas tocadaspelo vento sul que sobreveio a trovoada dodia 15, têm cahido em grande quantidade asbarrancas da valia, ao lado da cidade, emtoda a extensBo do canal. Na altura em queexiste o prédio de residência e negocio doSr. Lourenço Muniz, tombou tamanha porçãoda barranca que, ameaçando imminentedesabamento do prédio, foi elle incontinentidesmanchado e aproveitado em parte. »

Hondlmeutos íiscaes.—Arenda da alfândega da corte no dia 20 docorrente elevou-se a 438:019$022 e a damesa provincial a 123:7423978.

Estas, avultadas sommas provêm na maiorparte dos direitos arrecadados sobre o caféexportado, tendo sido o numero das saccasdespachadas hontem superior a 115,000.

Ordenhadores mecani-COS.—Albert A. Durand obteve ultima-mente noi Estados-Unidos patente de a per-feiçoanwnto nos ordenhadores hydraulicos.

Por um mecanismo muito simples póde-seextrahir todo o leite que contenha o ubre deuma vmc*, sem magoal-a. E' uma bombahydraullce fixa n'um postei pequeno, quepode tr*nafortar-se commodamente, e pormeio de um tubo ligado com o embolo dabomba se produz o vácuo alternadamenteque faz o effeito de sucção sobre as tetas,extrahindo todo o leite. Deste modo se mu-gem as vaccas com uma grande commodi-dade e rapidez extraordinária, o que é in-dispensável para as grandes vaccarias. Senos Estados-Unidos, onde o consumo do leite

. é extraordinário, tanto para o uso diário,como para a fabricação de queijos e manteigae ainda para exportação, conservado em latasa que se extrahe o ar; se tirasse o leite ámBo seria preciso um grande pessoal paradar vasBo a este serviço diário, o que trariagrande despeza. D'ahi a necessidade dein-ventar um meio mecânico que com rapidez,limpeza e segurança faça o mesmo serviçon'üma hora, que fariam cincoenta operáriosc'um dia.

- Desde 1850 se conhecem os ordenhadoresmecânicos, e de então para cá têm sido aper-feiçoados de muitos modos, a ponto de queestes apparelhos estSo levados a um tal gráode simplicidade e commodidade que todas asvaccarias, mesmo pequenas, os usam cons-tahtemente. •*•

Na ilha de S. Miguel já se muge leite comordenhador mecânico.

iv-

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ACTOS DO GOVERNO^m» .¦ i i i *¦ m i i. ttmmnmm ttmntmmttm0k—t^mm ¦ m —*¦*««¦«—¥—wM

. t . ' . .

Ministério do império.—Por decreto e carta imperial de 20 do cor-rente* foi exonerado o bacharel HonorioTeixeira Coimbra do cargo de 6o presi-dente da provincia de Santa Catharina porter mudado sua residência para a de S.Pedro do Rio-Grande do Sul,

Por decreto da mesma data, foi no-meado:

Manoel Joaquim de Macedo, mestre eç&mpositor da Capella Imperial.

Foram jubilados:Frei João da Nactividade, no lugar de

professor de philosophia do seminário daBahia.

O arcediago bacharel Manoel Tavaresda Silva, no de professor de theologiadogmática de seminário do Maranhão, deconforminade com os decretos legislativosXis. 2,881 e 2,885 de 5 de Julho findo.

Foram confirmadas e aceitas as renun-cias que fizeram':

O padre Josó dft Costa Serpa, da egreja

parochial de S. Sebastião doMarahú, no ar-cebispado e província da Bahia.

O padre Manoel Cordeiro da Cruz, dade Nossa Senhora da Guia da Villa dePatos,' na provincia da Parahyba, diocesede Olinda. •

Permittio-so que as professoras AmaliaJusta dos Passos Coelho, da »1* escola dafreguezia de Sont'Anna, e Josepha Tho-mazia da Costa Passos, da 3' da do Eu-genho Velho, • perrautem entre si as res-pectivas cadeiras.

Ministério da justiça.—Ern 30 de Agosto expediram-se os seguintesavisos:

Illm. e Exm. Sr.—Transmittindo a inclusacópia do aviso dirigido ao director de secçBodesta secretaria de estado, Dr. Antônio Her-culano de Souza Bandeira Filho, |que vai emcommisaao ao presidio de Fernando de No-ronha, recommendo a V. Ex. que lhe mandedar transporte e providencio no sentido deserem prestadas pelas diversas repartições asinformações de que carecer.

Deus guarde a V. Ex. — Lafayctle Ro-drigues Pereira.—Ao Sr. presidente da pro-vincia de Pernambuco.

E' pensamento do governo [reorganisar opresidio de Fernando de Norouha, conver-tendo-o em penitenciaria civii central paraos condemnados a galés ou prisão com tra-balho.*

Para realizar, poróm, qualquer plano dereforma, torua-se indispensável colher dadosprecisos sobre o estado actual da ilha e todasas vantagens que delia se possam tirar.

Nesse sentido é Vm. encarregado de ir aoreferido presidio obter as necessárias infor-mações; e chamo a sua attençBo para douspontos que devem constituir o objecto deoutros tantos relatórios.

Em primeiro lugar cumpre examinar omodo por que tem sido executado, em todasas suas partes, o actual regulamento, (de-creto n. 3,403 de 11 do Fevereiro de 1865),afim de se corrigirem os abusos introduzidos,quer quanto ao regimeu penitenciário, querquanto á administração financeira.

Em segundo lugar, cumpre fazer o inven-tario minucioso do que existe no presidio eindicar quaesquer medidas que possam seraproveitadas para o plano de reorganisaçaoque se projecta. Para isso Vm. estudará:

O estado dos edifícios existentes, melhora-mentos de que sao susceptíveis, e a necessi-dade de novas construcçOes;

As ofíicinas actuaes, e as que convém esta-belecer;

O desenvolvimento que pôde ter a lavo uracom indicação dos ramos preferíveis decultura ;

O numero máximo de sentenciados que opresidio possa comportar, conforme o systemapreferível ;

Os meios mais profícuos para evitar asevasOes;

A força indispensável para a guarniçao ;O systema que convém adoptar para o for-

necimeuto dos gêneros e materiaes, venda dosproduetos e applicação da renda;

As circumstancias em que possam estar nailha os que nBo furem empregados ou presos;

O limite da despeza actualmente impres-cindivel e o máximo com a instituição donovo regimen, incluindo-se o pessoal e o ma-terial.

Todas as informações devem ser tBo com-pletas quanto possível, para sobre ellas sedecidir qual o regimen preferível e organisar-se o novo regulamento.

Deus guarde a Vm.—La fayette RodriguesPereira.—Ao Sr. Dr. Antônio Herculano deSousa Bandeira Filho.

Em 1 do corrente:Illm. e Exm Sr.—Em resposta ao oflicio de

V. Ex., n. 424, de 20 do mez próximo pas-sado declaro que a estada só se conta, ou dodia posterior ao da diligencia, quando estanBo se concluir no mesmo dia (arts. 25 e 122do regimento de custas) ou quaudo nBo serealisar a mesma diligencia por facto inde-pendente da vontade do escrivão ou do juiz,nos termos do art. 123.

Deus guarde a V. Ex.-Lafo;^ Rodri,gues Pereira.—Ao Sr. prudente da provínciade Minas-Geraes.

Em 3;Hlra. e Exm Sr.—Com o officio n. 11 de 19

de Fevereiro ultimo, submetteu V. Ex. ádecisão do governo imperial a'reclamação doescrivão de orphãos do termo de S. Francisco,nessa provincia, JoBo Polycarpo Machado daPaixBo, sobre o facto de se lhe contar, em umprocesso de inventario somente a estada cor-respondente a tres dias. "

Em resposta, decluro a V. Ex. que, deven-do os escrivães de orphãos, na forma dos arts.122 e 146 § 2", remissivos ao art. 25 do regi*mento de custas, ter a mesma estada que ojuiz, ó applicavel áquelles serventuários a li-mitaçao do art. 34 do citado regimento.

Deus guarde a V. Ex.—Lafayelte Rodri-gues Pereira.—Ao Sr. presidente de SantaCatharina. a;1

Illm, e Exm. Sr.—Com o officio n.1,584 de 19 do mez próximo findo transmit-tio V. Ex. o requerimento em que - MiguelFerreira Velloso pede ser reintegrado nosofficios de partidor e contador do terino deCaruaru, ficando sem effeito o decreto de 7

de Agosto de 1872, que considerou aquelleserventuário incompatível com o seu concu-uhado.

Em resposta declaro que nBo procede a re-clamaçBo porquanto o fundamento daquelledecreto ainda subsiste de accordo com o den. 6,841 de 16 de Fevereiro de 1878, e óinapplicavel ao caso o precedente invocadopelo reclamante. Deus guarde a V. Ex.—Lafayelle Rodrigues Pereira.—Ao Sr. presi-dente da provincia de Pernambuco.

Em 3:—Illm. e Exm. Sr.—Approvo o acto pelo

qual V, Ex., na conformidade do art. 6o §§1° e 3o do decreto n. 4,824 de 22 de No-vembro de 1871 e aviso n. 89 de 4 de Junhode 1847, demíttio do cargo de Io supplentedo juiz municipal e de orphãos do termo deCorumbá a Joaquim Timotheo Ribeiro, vistonBo poder ser accumulado o exercício dessecargo ao das funcçOes de despachante da ai-fandega.—Deus guarde a V. Ex.—LafayelteRodrigues Pereira.—Ao presidente da pro-vincia de Matto-Grosso.

—Concederam-se licenças:Por seis mezes, sendo tres com o ordenado

integral e tres com metade do ordenado, aojuiz de direito da comarca de Santa Cruz deCorumbá, na provincia de Matto-Grosso, ba-charel Josó Joaquim Ramos Ferreira, paratratar de sua saúde.

Por seis mezes, sendo tres mezes com orespectivo ordenado e tres com a metade, aoajudante do carcereiro da cadêa da capitalda provincia do MaranhBo, Joaquim NunesMachado.

Ministério da agricultu-ra. — Em 30 de Agosto expedio-se o se-guinte aviso a presidência de Matto-Grosso:

Illm. e Exm. Sr. — Dando solução a con-sulta feita por V. Ex. em officio de 28de Maio ultimo, declaro-lhe.

1.° Que a medição das terras pedidas porcompra pôde ser feita por pessoa da con ¦fiança do pretendente, comtanto que sejaprofissional e devidamente habilitado, parao fim de dar autenticidade á planta damedição; e, portanto, nenhum inconve-niente ha em que seja encarregada destao juiz cominissario, nao como tal, mascomo simples engenheiro, circumstanciaque, aliás, se nao dá hypothese constantedo mencionado officio de V. Ex.

2." Que a sobredita medição nBo é ap-plicavel a disposição dos arts. 4, 9, 20,51 e 52 do regulamento que baixou como decreto n. 1,318 de 30 de Janeiro de1854, os quaes tratam exclusivamente doscasos de medição para legitimação deposse e revalidação de sesmarias e outrasconcessões.

Por ultimo, cabe-me declarar-lhe que,sendo leigo o juiz commissario a que V.Ex. se refere, convém substituil-o por en-genheiro devidamente habilitado, e, nafalta deste, se houver urgência, pelo juizmunicipal, segundo autorisa, aliás excep-cionalmente., o aviso de 11 de Junho de1855.

Deus guarde a V. Ex.—João Lins VieiraCansansão de Sinimbú,

Por decreto n. 7,489 de 13 do cor-rente, concedeu o governo imperial per-missão a sociedade de Mineroçao Matto-Grossense, por tres annos, para explorarouro e outros mineraes ao norte da pro-vincia de Matto-Grosso, entre a Serra Azule o rio Arinos, ató a foz do rio S. Ma-noel.

Ministério da marinha.—Por aviso de ante-hontem, foi nomeado ocapitão de fragata Felippe Firmino Ro-drigues Chaves para commandar o moni-tor Javary.

Por portaria de 19 do corrente con-cederam ao 2o tenente Elpidio da GamaBentes, 30 dias de licença para tratar deinteressei de sua familia, nesta corte,

Ministério da guerra.-Por portaria de 20 £0 Corrente foi dispea„sado^ o ca£llá0 j0 estado-maior de arti"v"£7á Tiburcio Hilário da Silva Tavares, docargo de ajudante do arsenal de guerrada provincia de Pernambuco.

Por portaria de 19 do corrente ao2o official da secretaria de estado dos ne-gocios da guerra, JoSo Nascentes Pinto,tres mezes de licença, com o respectivo or-denado, para tratar de sua saúde, forada corte.

Por portaria de 18 do corrente foiprorogada por quatro mezes, sem venci-mentos, a licença concedida em 3 de Junhodo corrente anno, ao ajudante do archi-vista desta secretaria de estado, SilvestreGonçalves Barroso.

EXPEDIENTE DO BISPADOProclamas

Foram lido3 na Capella Imperial no dia21 de Setembro os seguintes:

João Gomes Ferreira Amorim com Cie-mentina Magna Rodrigues.

Dr. Oscar Adolpho de BulhOes Ribeirocom Luiza Adelaide Barbosa de Oliveira.

Dr. Antônio Amancio Pereira de Carvalhocom Emilia Pereira da Silva.

Frederico Felippe Hron com Anna LúciaMaivorm.

Salustiano José Mattoso Júnior com Bal-bina Maria da Conceição.

Alfredo Carlos da Luz com Carolina Au-gusta Corrêa.

Francisco Chrysologo Ferreira Lima comJulia Albertina da Cunha Bastos.

Firmo Antônio da Silva com Cecília Otiliados Santos.

Herculano de Góes Siqueira eom JoannaMaria da Conceição.

Casimiro Carvalho de Magalhães com Gre-goria Gony y Lapetra.

Josó Ribeiro Nunes com Avelina.Josó Roturno com Josephina Valta.Sebastião Ribeiro de Mattos com Adelaide

Ferreira Pinto. .--Joaquim Moreira Marques Júnior com

Franciscà Augusta Guimarães.Pedro Tosz Wandertton com Clotilde Ce-

cilia Bursanti.Manoel Cabral da Silva com Maria dos

Anjos da Silva.Antônio Mariano da Câmara com Emilia

do Carmo Felix de Siqueira.Antônio de Moraes Bello com Maria Fio-

rinda da Silva Júnior.Antônio Soares dn Pinho com Maria de

Jesus.Antônio Ferreira da Costa com Carolina

Máxima Bastos Loureiro.Albano Raymundo da Fonseca Ramos com

Emilia Joanna da Fonseca,José Joaquim da Costa Vianna com Euge-

nia Soares da Conceição.

DIOCESE DO PARÁPortaria

PROIIIBINDO POR GRAVES MOTIVOS QUE SE FAÇAESTE ANNO QUALQUER SOLEMNIDADE RELI-GIOSA NA ERMIDA DE NOSSA SENHORA DENAZARETH, DESTA CAPITAL.

Considerando que um dos primeiros de-veres do officio pastoral é manter o decorodo culto, a conveniente guarda e regularadministração das egrejas, dos altares, dotabornaculo ^e mais objectos sagrados queellas encerram, nao permittindo que homensseculares se arroguem c domínio das ditasegrejas, maiormente parochiaes, tratando osRvds. parochos como se estes lhes fossemsubordinados, abuso quo o SS. Padre Pio IX,de gloriosa memória, na sua Eucyclica de29 de Abril de 1876, dirigida aos Bisposdo Brazil, declarou intolerável;

Considerando que alguns homens secula-res, sem titulo algum, se têm ultimamenteapossado, nesta capital, da ermida de NossaSenhora de Nazareth, que estava servindode egreja parochial, cujas chaves arrancaramviolentamente ao Rvd. vigário, e o tratarampor tal modo, que elle se deu oficialmentepor coacto, e nBo pôde mais permanecerna dita ermida e ahi exercer as sagradasfuncçOes do ministério;

Considerando que estes seculares, quefazem timbre de ser livres-pensadores e denBo crer em dogmas de nossa santa reli-giao catholica-apostolica-romana, se erigi-ram de repente em religiosa confraria, semapprovação da autoridade ecclesiastica, paraassim perpetuarem o conflicto cora o pre-lado diocesano, e firmarem melhor o do-minio que pretendem ter, nào só na supra-mencionada ermida, mas até na nova egrejaparochial, que se acha prompta ha maisde dous annos e nBo foi ainda, por estemotivo, entregue ao culto divino;

Considerando que estes seculares sBo emsua maioria os mesmos autores e fautoresdas lastimosas scenas do culto civil, ou deuma procissão e festa sem padres, e deoutros graves desacatos á religião do Es-tado, que o anno passado tanto escanda-lisaram a esta diocese e a todo o Império;

Considerai^ que com o falso titulo demeSB, regedorft da tal improvisada e phan-tástica irmandade, nBo receiaram dirigir-seoficialmente ao Bispo, pedindo padres paracelebrarem este anno a festa da SantíssimaVirgem na dita ermida, e que determinassequaes as solemnidades religiosas que julgassemais convenientes, promettendo elles cumprirestas determinações;

Considerando que, havendo-lhes Nós or-denado, antes de acceder a este pedido, queexhibissem o seu compromisso, munido dacompetente approvação da autoridade eccle-siastica; que mostrassem pelo seu archivosua identidade com uma antiga confraria,ha muitos annos extineta; que declarassemserem todos os da pretensa mesa catholicosromanos, e promettessem que nBo se reno-variam mais na ermida as profanações doculto civil, esquivaram-se por friteis pretextose recusaram obedecer-Nos;

Considerando que nBo aceitaram tambémo alvitre de se regularisarem como irman-dade, nem tao pouco consentiram na con-diçao de tratarem comnosco na qualidadede simples festeiros, como prudentementelhes suggerimos, no intuito de chegar-sea um accordo sobre os negócios religiososda parochia de Nazareth;

Considerando, á vista destas tao injustasrecusas, que o pedido que fizeram, commostras de submissão, parece só ter tidopor fim fazerem-se reconhecer pelo preladocomo irmandade religiosa canonicamenteestabelecida e «regular, o que é impossível,visto que este reconhecimentq importaria

faltarmos oficialmente á verdade clara, no-toria e conhecida por tal;

Considerando que dar sacerdotes só parase fazer festa na ermida seria um actoinsulso e pueril, emquanto nBo fôr defi-nitivamente resolvida a questão principaldo parocho e da egreja matriz; pois emfimo que urge, o que ó verdadeiramente ne-cessario, nBo é que se faça uma festa depura devoção, mas que se possa restabelecero culto càtholico na parochia de Nossa Se-nhora de Nazareth, de um modo permanentee regular, e administrar-se os sacramentosao povo daquella freguezia, para o que éabsolutamente precisa uma egreja em quefuuccione o parocho nas condições indis-pensaveis de liberdade, decoro e segu-rança

Considerando que a posiçBo, notoriamentehostil, que assumio a pretensa mesa rege-dora em face do prelado è da Egreja ca-tholica romana, nBo permitte ao mesmoprelado entregar-lhe com confiança a guardade uma egreja, de vasos sagrados, e sobre-tudo o tabernaculo rom o Santíssimo Sacra-mento da Eucharistia;

Considerando que a esta festa religiosase unem regosijos públicos, em que se têmdado graves desordens, como o prolonga-rem-se todas as noites esses regosijos atéalta hora da madrugada, e serem acom-panhados de jogos prohibidos, de represen»taçOes indecentes e de grandes escândaloscontra a honestidade dos costumes, e nBopodendo o Bispo razoavelmente confiar quéuma commissBo, nas disposições em que seacha a actual, possa cooperar com elle ecom a autoridade policial para ir cortandoestes abusos, remediar a estas desordens eacabar com esses escândalos, como é o votoardente de todos os pais de familia e detodos os homens religiosos e sensatos; pois,se nBo sBo condemnaveis os divertimentospopulares quando lícitos e moderados, nin-guem deixará de lastimar com o preladoque uma festa religiosa, em honra da San-,tissima Virgem, se torne uma fonte perenhede corrupção para o povo, de graves las-timas e desordens para as familias, comoeram as saturnaes do paganismo:

Resolvemos, depois "de madura reflexão ecom os olhos em Deus, no intuito de pro-mover a honra de seu culto e o da San-tissima Virgem Senhora Nossa, ordenar,como pelas Nossas presentes letras ordena-mos, que nao se faça este anno solemni-dade alguma religiosa na ermida de NossaSenhora de Nazareth, desta capital, até queNos seja entregue a nova egreja parochialpara ser benta e nella estabelecer-se re-gularmente, sob a Nossa direcçBo, o cultodivino e todo o serviço religioso da supra-dita parochia.

Avisamos, pois, e advertimos a todo opovo càtholico paraense, que sempre acatoue respeitou a autoridade de seus prelados,pastores e pais em Jesus-Christo, que nftoconcorra de fôrma alguma, nem com suasesmolas, nem com suas pessoas, para qual-quer acto religioso, cyrio, ou procissão quoporventura queiram celebrar contra estaNossa expressa e terminante determinação,pois nao seria isso um acto de religião,mas uma verdadeira profanação do cultode Deus e da Santíssima Virgem, e umacto de formal desobediência e rebeldia á .autoridade do primeiro pastor desta diocese.Se, pois, alguns de nossos diocesanos fize-ram promessas á gloriosa Virgem Senhorade Nazareth, suspendam o cumprimentodellas ató que o culto dessa Immaculadãe Santíssima Virgem se possa celebrar deaccordo com o espirito da Santa Egreja,com o decoro, decência e regularidade ne-cessarias. ' -asei

Dada nesta cidade de Belém do Pará, sobo signal e o sello de Nossas armas, aos 27de Agosto de 1879.

f Antônio, Bispo do Pará.

SECÇÃO TARLAMENTARSenado

(ContinuaçSo do n. 110)O Sr. Mendes de Almeida. :—

Feitos estes ligeiros reparos, e nBo querendoperder tempo, Sr. presidente, Vjajwípreciaras considerações que fez o nobre senadorpela Bahia, que ora me está prestando asua illustrada attençBo.'...

O Sr. Dantas. — Como costumo sempreprestar a V. Ex.

O Sr. Mendes de Almeida.—... o que jul-go uma grande honra que me faz.

O Sr. Dantas.— E' meu dever.O Sr. Mendes de Almeida.— Sr. presidente,

eu tinha-me pronunciado aqui em favor dascongruas dos parochos encommendados queeu entendia que deviam ser cerceadas pelafôrma por que tinha a illustre coramissoB deorçamento manifestado o seu voto. O no-bre senador pela Bahia dèú-mè"pouco maisOu menos um aparte dizendo :— « Esta in-conveniência desapparece, havendo concur-so.. »—Eu disse a S. Ex. que o remédiolembrado nBo resolvia o problema, que asqueetOes eram differentes, tantdimportãndoque houvesse qu. nao concurso! Ê na ver-dade o caso de quê se tratava podia-se apre-ciar independente dessa circumstancia, salvo

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Quarta-feira 24 dc Setembro de 1879

se os concursos extinguissem de todo os vi-garios encommendados, pois somente nestahypothese teria oabimento o aparte do hon-rado senador.

O Sr, Dantas.-^ Mas tinha muito.O Sr. Mendes de Almeida.— Ora, n&o sen-

do assim, n&o tem o alvitre lembrado grandeimportância para a quest&o. O nobre se-nador insistio por duas ou três vezes, e eu«empre dizia: « A questfto ó differente, n&otem raz&o de ser neste caso. » O nobre se-nador por esta eircumstaneia julgou deverpedir a palavra e fazer um discurso comoMabei de dizer, um discurso programma.

O Sr. Corrêa.—A parte do programmaque faltava.

O Sr. Mendes de A Imeida.— Em geral asquestOes sobre matéria religiosa n&o tômfeliamente apparecido aqui no senado, du-tante as sessões deste anno; quasi todos osmembros desta casa se tôm abstido de to-Car nellas. O nobre senador poróm julgoude si para si que andávamos era caminhoerrado, e era conveniente n&o deixal-as ca-hlr em olvido, n&o devendo ficar apagadas«u supprimidas

O Sr. Dantas,— Peço desculpa, se fiz mal.O Sr. Mendes de Almeida.— ... e em

lugar de tratar somente da quest&o sujeita;porque S. Ex. se mostrara encommodadoe julgara, posto que sem raz&o, que eu n&ohavia dado-a importância que o nobre se-nador entendia que comportava o assumptoem raz&o dos seus apartes, alargou oho-risonte da discuss&o e tratou de outras mui-tas matérias que tôm relaç&o com a quês-tfto religiosa, e que aliás n&o precisavameer chamadas á arena deste debate, e emmomento t&o pouco opportuno.

O nobre senador alongou o seu discurso,aliás muito erudito, e infelizmente, fez con-sideraçOes, a meu ver, inconvenientes e quemesmo julgo offensivas á causa da EJgreja.

O Sr. Corrêa. — Mas elle fundou-se noConcilio de Trento.

O Sr. Leilão da Cunha.— No alvará dasfaculdades.

O Sr. Mendes de Almeida.— Começou ohonrado senador o seu discurso fuzendo elo-

gios que eu n&o mereço, e ines.iio elevou-me muito, mas desta vez creio que somente

para mostrar que S. Ex, còin um simples

piparote...O Sr. Dantas.— Pelo contrario; fiz mui-

tos esforços para dar-lhe aquella pequenaresposta.

O Sr. Mendes de Almeida—1... podia ex-hibir uma boa amostra da sua pujança, o

quilate do seu valor e o pouco fundo que tinhao adversário que S. Ex. creara para este fim.

O Sr. Dantas.— V. Ex. em sua conscien-cia sabe que n&o podia pensar assim a seurespeito.

Ora, Sr. presidente, eu recebo sempre oselogios do honrado senador, como uma provade sua sympathia e benevolência para com-algo demonstrada em muitas circumstan-cias, e que guardo, agradecido, com muitoapreço; mas, perraitta o nobre senador queO diga, no caso do seu ultimo discurso, pa-receu-me que S. Ex. queria levantar um

grande castello para mostrar ao mesmo tempo» facilidade com que o derribaria.

O Sr. Cruz Machado.—Era. o reconheci-tnento de sua erudição.

O Sr. Dantas.—Que está na consciência do

Senado.O Sr. Mendes de Almeida.—Eu n&o puz

em duvida, Sr. presidente, a conveniência eo dever dos concursos; mas nem os bispos

pOem em duvida esse dever. Sao as circum-stancias do paiz que os tornam imprestáveis,inúteis; é o estado de nossa Egreja, que im-

pede, que praticamente se leve a effeito o

que exige o Concilio Tridentino.O nobre senador procurou para demonstrar

sua these os arts. 5 e 102, § 2o da Constitui-

çao, o alvará das faculdades e emfim o Con-

cilio Tridentino. Mas ninguém pOa isto em

duvida. A questão nossa a este respeito é a

mesma que hoje surge em muitos paizes ca-

tholicos, devida á situação anormal e poucofeliz, em que se acha a nossa Egreja e a

desses paizes.O nobre senador accentuou muito, em sua

argumentação a palavra continuará do art.

5o da nossa Constituição. Eu a aceito tam-

bem: e poispraticai aquillo que se praticavaantes da sua promulgação, e com a precisasinceridade, e todo o mal terá desapparecido.

Mas, Sr. presidente, quando faz conta quer-ee a execuç&o das leis da Egreja, se se pensa

que podem prejudical-a, e quando n&o faz

conta póe-se de parte a sua legislaç&o como

anachronica, e o arbitrio apparece com todo

o seu tremendo apparato, e desarrazoadas

exigências.Q nobre senador pareceu também acre-

ditar que é direito próprio do poder civil,

nomear bispos e prover os benefícios eccle-

Al AR ti COS

O Sr. Dantas.—N&o foi tanto assim.

O Sr. Mendes de A Imeida..-Isto n&o pôde

ser direito próprio, embora a Constituição

diga e consagre nas attribuiçOes do poderexecutivo, que o Imperador como seu chefe

pôde nomear bispos e prover os beneficios

ecclesiasticos, O que existia antes era o se---«oiats*.•. ''MwMpresidente, antes de en-'

trar nesta quest&o, liquidemos de preférúneia

aoutra^ • --i- .,¦';.>,:¦;¦.:~fv .:,7::,-

Nomear bispos e prover os beneficios eccle-siasticos n&o s&o actos provenientes da auto-ridade do poder civil; elle os pratica eraraz&o da concess&o dos padroados.

O primeiro, o padroado de nomear bispos,isto ó, indicar, apresentar o nome do sujeitoque lhe ó agradável para reger uma dio-cese, ó uma concessão da Santa Sá feita aosreis de Portugal em virtude da qual os prin-cipes ficaram para este mister habilitados.O segundo resulta de ee ter incorporado nacoroa lusitana o mestrado da ordem deChristo, de que o rei se tornou administrador,in temporalibus.

Essa ordem era a padroeira.Agora, direi mais ao nobre senador: o pa-

droeiro, neste segundo caso, para prover osbeneficios ecclesiasticos, podia nomear qual-quer sacerdote para ser apresentado no bene-fício, com a collaç&o do Bispo e isto por sim-pies acto seu ; mas os reis de Portugal, quen&o eram propriamente mestres, como jàobservei, e t&o somente simples administra-dores in temporalibus, entenderam que eraconveniente deixar á consciência e ao tra-balho dos bispos o concurso para as paro-chias, e isto n&o do tempo do celebrado ai-vara das faculdades de 1781, mas de muitoantes.

O Sr. Dantas,—O alvará mesmo refere-sea outras leis e alvarás anteriores.

Sr. Mendes de Almeida.—A este respeitotemos para attestal-o, um documento impor-tante, as Constiuições do Arcebispado da Bahia,que s&o mais antigas que o t&o citado alvarádas faculdades. Chamo a attenç&o do nobresenador para o livro 3, titulo 32, n. 518 a520 das mesmas Constituições que, como sabe,tem toda a applicaç&o ao caso. O que se dizno alvará das faculdades já estava consa-grado nestas Constituições, cuja leitura n&oposso fazer agora, por m'o impedir o tempo ;e por isso deixo-a de parte, mas para ellas denovo invoco a attenç&o do nobre senador. Jáno anno de 1707, muito antes do alvará dasfaculdades de D. Maria I, 1781, havia paraos bispos do Brazil essa autorisaç&o. Elles de-viam apresentar ou indicar o mais digno...

O Sr, Dantas.—Eu a conheço toda.O Sr. Mendes de A Imeida.—Posteriormente

a mosa de consciência e ordens abusava ; einfelizmente abusava muitíssimo; era escu-sado mandar d'nqui as propostas porque eramaunulladas ou postas de parte; lâ era Portugalnomeava-se a arbitrio um sacerdote qualquerprotegido da corte contra a ordem do pa-droeiro, ou antes de quem admiuistrava opadroado ; sem se importar a mesa com o

que estava já determinado.Estes abusos, Sr. presidente, continua-

ram por muito tempo, agg rava tido-se cadadia mais e mais o arbitrio, até que veiono reinado do D. Maria I, em 14 de Abrilde 1781, o t&o afámadó alvará das facul-dades, corao vulgarmente se chama, repro-duzindo a autiga legistaçao, menos quantoao numero de propostas, que de um, o maisidôneo, o mais digno, subio a três, no quese aparta do que dispOe o Concilio Tri-dentino: convindo notar-se que o padroeiroda uma ordem religiosa, como era a deChristo, n&o era um padroeiro secular, musecclesiastico, o que ó bom distinguir.

Ora, Sr. presidente, nestas condiçOes per-guuto eu, mesmo sem olhar para o prin-cipio desse alvará, o padroeiro de benefi-cios ecclesiasticos, pôde impor ao Bispo suasordens? N&o pôde; sejamos justos; o roide Portugal, aceitando a administraç&o daordem de Christo, collocou-se na posiçüodos antigos mestres, sujeitou-se á respei-tiva legislaç&o que n&o foi innovada. Naverdade, o padroeiro está sempre em pbsi-ç&o n&o igual cnm o chefe da Egreja, oainda com seus cooperadores, que s&o osBispos, conforme a qualidade do padroado,fácil de discriminar.

O padroado das Egrejas do ultramar con-ferido pelos Summos Pontífices aos reis dePortugal, padroado laical, dando-lhes o di-

reito de nomear os Bispos, é muito diff-i-rente do da ordem de Christo, cujo mestreapresentava os candidatos aos beneficios ec-clesiasticos nas dioceses. Nestes dous casos,a posiç&o dos respectivos padroeiros, còmrelação aos chefes da Egreja e seus coope-radores n&o ó difícil de assignalar.. Pur-tanto, o poder do principe ou do chefe de

Estado ó diverso do do padroeiro.Se o alvará das faculdades, Sr. presiden-

te, fosse expedido em nome do poder civil,

teria outro caracter, que ora n&o convém

investigar, e n&o se diria logo no começo

quo é como administradora, que a rainha...O Sr. Dantas.— Isto ó uma distincç&o.

O Sr. Mendes,*de Almeida.—Mo è sira-

pies distincç&o; é realidade; n&o ó a rainha

de Portugal' simplesmente, porque como tal

n&o apresentaria; o que faz muita diffe-

rença.O nobre senador, parece-me, conhecendo

que enfraqueceria seus argumentos citando

a data e inscripção do referido alvará, olhou

unicamente para o dispositivo.Eu lerei o titulo ou intitulado do alvará

que se vô logo no principio (16):«Eu, a rainha, como governadora e per-

petua {administradora, que sou, do mestrado,cavallaria e ordem de Nosso Senhor Jesus-

Christo... »O Sr. Dantas dá ura aparte.

O Sr. Mendes de A Imeida.— Isto n&o ó omelhor, perdOe-me V. Ex.; o melhor parao caso ó o que li. Isso que o nobre se-nador "julga um dever, quando ó uma fa-culdade do padroeiro simplesmente, está cia-ramente determinado e explicado por essaspalavras.

Ntto havia o rei, estando no throno, deir examinar os sacerdotes, candidatos a be-neficios ecclesiasticos, e pro-padroeiro, comoera, para libertar-se de semelhante obri-gaç&o, por desencargo de consciência, comon&o podia conhecer bom quaes os sacerdo-tes que so mostravam habilitados para taeslugares, disse aos Bispos: «Convém quefaçais isto, mandai abrir concursos ua fór-ma do Concilio Tridentino, e o sacerdotequo julgardes o mais digno, n melhor erasumma, indicai-o para eu apresentar... »

O Sr. João Alfredo.— Três.O Sr. Mendes de Almeida.— No princi-

pio era um, o mais digno, digníor, comodizem as constituições do arcebispado ac-cordes com o Concilio de Trento e natu-reza do padroado. O alvará das faculdadesfoi que elevou o numero a três.

O nobre «senador pela Bahia neste sen-tido fez grandes considerações atacando osnossos Bispos, porquo n&o posso entenderde outra fôrma o que S. Ex. disse a esterespeito...

O Sr. Dantas. — Eu os censuro franca-mente.

O Sr. Mendes de Almeida.— ... de umamaneira que eu n&o julgava que o nobresenador pudesse fazel-o, taxando de mer-cancia a nomeação de parochos encommen-dados para as parochias.

O Sr. Dantas.— N&o me exprimi de modooffonsivo aos Bispos, n&o tive esta intenç&o.

O Sr. Mendes de Almeida.— Para figurarum mercado t&o escaudaloso o nobre se-nador n&o podia deixur de ir ferir direc-tamente os prelados. Para haver mercan-cia ó necessário um vendedor, assim comoum comprador. O comprador comprehen-de-se logo, é o vigário encommendado; mas

quem será o vendedor ?O Sr. Dantas.—V. Ex. ntto rae entendeu.O Sr. Cruz Machado. — O nobre senador

referio-se aos vendedores de responsos quoandam pela roça.

0 5?'. Mendes de Almeida. — Tratava-sede vigários eucommendados e de sua no-meaç&o; ó preciso irmos limitando as quês-tOes aos seus verdadeiros termos e fixal-as,

para entendermo-nos; n&o so tratava devendedores de rosários, trata-se de no-meaç&o.

O Sr. Cruz Machado. — N&o ha allusaonenhuma aos Bispos.

O Si. Mendes de Almeida, — .Estimo quea censura seja por outro lado. Estou sa-tisfeito.

O Sr. Dantas. — E por outro lado, leiabem.o que eu disse, e verá.1

O Sr. Mendes de Almeida. — Eu ouvi, etenho aqui o resumo do seu discurso no

jornal da casa. Se eu quizesse descer agoraa esse exame, n&o poderia concluir ttto cedoo seu discurso, e eu preciso resumir muitoo qne me cumpre dizer para n&o moles-tar os nobres senadores que me honramcom sua attençtto, e mesmo para tornaresta questtto ainda que mais limitada, maisclara e comprehensivel.

Os Bispos s&o censurados por n&o man-darem proceder logo á concursos das paro-chias.

Sr. presidente, desde que esta questãose suscitou em nosso paiz, os dignos pre-lados demonstraram aos ministros, e pôde-se ver ató em um relatório do Sr. Mar-

quez de Olinda, as razOes pelas quaeseram elles obrigados a n&o procederem a

taes concursos, como exigo o Concilio Tri-

dentino, e lhes faculta o padroeiro. EssasrazOes eram procedentes, e foram por isso

bem aceitas.A situação nem por isso mudou e antes

aggravou-se. As intimaçOes e exigências do

padroeiro podiam os prelados dizer-lhe-.—nomeai-o sacerdote se quizerdes para as

Egrejas vagas, visto que sustentais quetemos clero abundante e habilitado ; nós os

faremos examinar e excluiremos os que n&o

prestarem, admittiremos, collando, os que fo-rem idôneos por suas lettras e virtudes. Assima questão tomaria outro norte, o ficariade uma vez resolvida. Desta sorte o pa-droeiro veria claramente a verdade.

Mas, Sr. presidente, os Bispos procede-ram sempre com muita conveniência, commuito senso no assumpto, disseram com

toda a singeleza ao governo:—n&o temosmelhor pessoal suíficientomente habilitado.

O Sr. Dantas. — Onde a prova disso ?O Sr. Mendes de Almeida —...nüo só

pela doutrina ou pela instrução, como

pelo numero.Onde a prova, diz o nobre senador? Eu

pergunto a S. Ex.: sabeis qual é a es-

tatistica da população ecclesiastica no Brazil?O Sr. Dantas. — Eu sei que ha hoje mais

do que então, e nesse tempo havia con-

curso; o Sr. D. RomualdO sempre abrio

concurso. \O Sr. Cruz Machado. - É outros como o

Sr. Conde de S. SalvadorO Sr. Mendes de Almeida. — As nossas

parochias n&o excedera ao: úmero de 1,481

em vista do decreto n. 6,241 de 5 deJulho de 1876, que fixa o numero dos res-

pectivos eleitores no Império; por conse-

quencia devíamos ter 1,481 parochos col-lados e 1,481 coadjutores — total — 2,962.Bem; vejamos agora, Sr. presidente, o quediz a estatística ecclesiastica, ou do pes-soai ecclesiastico do ultimo recenseameutode 1872, pois n&o temos outro para re-

gularmo-nos. Por essa estatística vô-se, queo total dessa populaç&o n&o attinge emtodo o Império á semelhante algarismo,cumprindo notar, Sr. presidente, que essenumero deve ter ido sempre decrescendo,porquauto a profisstto ecclesiastica é emgeral pouco procurada, victima como temsido de tantas hostilidades.

O Sr. Danlas. — E n&o havendo con-curso, peior, mata inteiramente o esti-mulo.

O Sr. Mendes de Almeida. — Por esta es-tatisca se vô, e bem claramente, a n&odeixar duvidas, que onde ha abundânciade sacerdotes estrangeiros ó precisamentenas grandes capitães onde acham excel-lentes meios do viver, por isso que ellessomente vflo para o interior em circum-stancias muito desfavoráveis. O estimulon&o tentador.

Aqui se disse, Sr. presidente, que ha

grande numero de vigários encommenda-dos estrangeiros, mas a estatística queaqui tenho presente contraria a asserç&o,

pois tiz o seguinte [lendo,:« Amazonas tinha nessa oceasino 15 sa-

cerdoHs nacionaes e 2 estrangeiros; Pará80 naciocinaes e 11 estrangeiros: Mara-nh&o 82 nacionaes e 2 estrangeiros ; Piauhy31 nacionaes e 1 estrangeiro; Ceará 134nacionaes e 12 estrangeiros; Rio-Grandedo Norte 55 nacionaes e 1 estrangeiro;Parahyba 109 nacionaes e 2 estrangeiros;Pernambuco 196 nacionaes e 8 estrangei-ros; Alagoas 70 nacionaes, .nenhum es-trangeiro; Sergipe 54 nacionaes, nenhumestrangeiro; Bahia 282 nacionaes e 6 es-trangeiros; Espirito-Santo 19 nacionaes e3 estrangeiros; Municipio Neutro 134 na-cionaes, 66 estrangeiros. [Ohl este algarismodiz muito).

Trato aqui do municipio neutro simples-mente, o n&o da provincia [continuando a ler)

Rio de Janeiro 120 nacionaes, 23 estran-

geivos.O Sr. Danlas.—D'ahi para cá a progressão

tem sido favorável aos estrangeiros.O Sr. Mendes de Almeida. — Seria mister

proval-o [continuando)... S. Paulo 246 na-cionaes, 36 estrangeiros ; Paraná 23 nacio-uaes e 7 estrangeiros; Santa Catharina 15nacionaes e 10 estrangeiros ; Rio Grande doSul 98 nacionaes e 35 estrangeiros; Minas-Geraes 196 nacionaes e 45 estrangeiros;Goyaz 16 nacionaes e 1 estrangeiro ; Matto-Grosso 15 nacionaes e 2 estrangeiros. Por-tanto, 1,990 nacionaes e 266 estrangeiros,correspondentes a 2,256.

E isto, Sr. presidente, sem fallar no cleroregular ainda mais resumido, e que nessaépoca ainda contava 97 nacionaes e 10 es-trangeiros:—total 107.

Na somma de 1,990 sacerdotes nacionaesdeve-se excluir os empregados nas cathe-draes, nas capellanias do exercito e da ar-mada, eni outros estabelecimentos públicos,e de particulares, nos seminários e outrosestabelecimentos de iustrucç&o públicos e

particulares; e ainda os sacerdotes que vi-vem de recursos próprios e n&o se queremempregar, e os impedidos por moléstias chro-nicas u velhice. Aquelle algarismo ficará mui-tissimo reduzido.

Eis aqui, Sr. presidente, o que diz a esta-tistic<í, exarada em um documento official,

que me foi fornecido, a meu pedido, pelo Sr.Dr. Bandeira de Mello, que ora está interi-namente regendo com muita distineção a re-

partiç&o da estatística na secretaria do Im-

perio, por onde com clareza se mostra que,se ha abundância de vigários encommen-dados, estes quasi que na totalidade s&o na-cionaes, e portanto n&o se pôde dizer comverdade que a maior parte s&o estrangeiros.'

O Sr. Silveira da Motta.—Tem muitos na-cionaes que s&o encommendados.

[Continua]

tifice, que o recebeu com a maior bonigni-dade.

Reservando confiar mais tarde ao núnciode Bruxellas, Monsenhor Vannutelli, a nun-ciatura de Vienna (em lugar da de Madrid),o Soberano Pontífice decididamente escolheupara novo titular á nunciatura de Madridá Monsenhor Bianchi, que oecupa em Romao importantissimo cargo de secretario daCongregaç&o dos Bispos Religiosos. Estasecretaria ó considerada como de primeiraordem, isto é, eqüivale em dignidade ás.grandes nunciaturas.

Se bem que de accòrdo com a pratica dacorte romana, o secretario desta congrega-ç&o de primeira ordem ó promovido directa-mente á dignidade cardinalicia, e razOesmuito especiaes exigiram nesta occasi&o aescolha de um prelado como MonsenhorBianchi, que goza da plena confiança doSoberano Pontífice, e que pôde, por outrolado, ser aceito com proveito da corte deMadrid.

Effectivamentê, acabam de surgir diffi-culdades inesperadas, por causa das ma-nifestaçOes do governo do rei Affonso, pu-blicadas pelas sgencias telegraphicas, dereduzir o orçamento dos cultos, diminuindoo numero actual dos bispados da Hespanha.Ora, a escolha de Monsenhor Bianchi cor-responde perfeitamente ás necessidades dasituaç&o. Elle já é conhecido vantajosamenteem Madrid, onde foi auditor da nuncia-tura, e depois encarregado de negócios embem difüceis momentos.

Quanto á substituiç&o de Monsenhor Biatt-chi na secretaria da Congregaç&o dos BisposReligiosos, o Santo Padre já resolveu confiareste alto cargo a Monsenhor Agnozzi,que oc-cupa, como se sabe, o lugar de secretario daCongregaç&o da Propaganda.

Substituo a Monsenhor Agnozzi Monse-nhor Rampolla, actual secretario da propa-ganda para os negócios do rito oriental.

Para este lugar o Santo Padre já de-signou Monsenhor Cretoni, que é o sub-secretario de Estado.

Outro lugar de primeira ordem, o desecretario da congregação dos negócios eccle-siasticos' extraordinários, que deve vagarpela promoç&o de Monsenhor Czacki paraa nunciatura de Pariz, foi confiado a Mon-senhor Ângelo Jacobini, actual sub-secre-tario dos Breves, ao qual, por este modo,o Santo Padre dá um testemunho de altaconsideraç&o.

Este prelado é aqui bem conhecido, n&osó por sua habilidade no exercido dos ne-gocios ecclesiasticos, mas ainda pelo admi-ravel zelo com que se dedica aos trabalhosde preservaç&o da mocidade e das classesoperárias. Todas as tardes, depois das mui-

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EXTERIOR

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CORRESPONDÊNCIA DO APÓSTOLO

Cartas do RomaRoma, 8 de Agosto de 1879

Sua Alteza o principe Alberto de Mônacochegou h Roma, onde vai, em poucos dias,ser decidida, em segunda instância, a causade nullidade do seu casamento com a du-

queza Maria d'Hamilton.S&o bera conhecidos os sentimentos de

dedicação que Sua Alteza professa pela SantaSé. Animado por estes sentimentos, o prin-cipe vem declarar pessoalmente que se su-

jeita completamente á sentença da SantaSé, e que só deseja um juizo definitivo paratranquillidade de sua consciência e liberdadede seus actos futuros.

Ante-hontem, Sua Alteza o principe deMônaco, acompanhado pelo seu represou-tante em Roma, S. Ex. o Sr. commendadorNaldini, foi á audiência do Soberano Pon-

tiplas occupaçOes de seu emprego, toma

parte nas reuniões dos moços do Circulode S. Pedro e dos operários da Associaçãode Caridade Mutua. A uns e outros dá con-ferencias maravilhosamente accommodadasá intelligencia e condiç&o dos seus ou-vintes. Muitas vezes tem com elles formadoimponentes reuniões publicas [meetings) paraprotestarem contra as leis e medidas anti-christãs, que affligem a cidade pontifícia.Uma reuni&o deste gênero teve ultimamentelugar, por occasi&o do projecto relativo aocasamento civil, que pretendem tornar obri-

gatorio antes da celebração do casamentoreligioso.

Emfim, o lugar de substituto na secre-taria dos Breves, que Monsenhor ÂngeloJacobini deixa, será oecupado por Monse-nhor Trinchiezi, conego de S. Pedro e mi-nutante ou redactor dos documentos officiaesna secretaria de Estado.

Estas nomeaçOes sSo consideradas aquicomo uma nova prova do espirito de dis-cernimento, que distingue o Papa Le&o XIIIe com que prosegue na grande obra daglorifícaç&o da Egreja, mediante a exaltaç&ode seus mais dignos membros e mais capazesde servir utilmente á Santa Só.

Muitas gazetas liberaes têm annunciadae desmentido por sua vez a nomeaç&o deum novo ministro da Itália em Athenasna pessoa do senador Terenzio Mamiani,que preside em Roma uma junta helenica.Pôde ser que a noticia fosse divulgada como fim de produzir certa sensação, e que aretirassem agora com medo de que a sen-saç&o n&o degenerasse em complicaç&o.E\ porém certo que, sempre que sobe Cai-roli, apparecem da parte do governo italiano

providencias cada vez mais accentuadas deapproximaç&o da Allemanha e da Rússia,com o fim de paralysar o mais possível aacçao da França e da Inglaterra na quest&odo Oriente. Resulta também isto ató áevidencia da linguagem, a tal respeito, da.-ffolhas officiaes.

Foi assassinado, em Roma, um religiosodominicano, perto do .Corso, em plenodia.

Na Cave, bem perto de Roma, foi as-saltado e apunhalado em seu proprio con-vento um religioso franciscano.

Se aproximarmos estes e outros factos se-meliantes de certas reuniões sectárias, quese deram mui recentemente em Roma, pa-\rece que devemos esperar uma. recrudes-cencia de ódio da parte dos franc-maçons,contra os padres de Jesus-Christo.

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4 Quarta-feira 24 derSetembro de 1879HBBBgg ii . uiMLiiu»

INTERIORCORRESPQJNDENCIA DO APÓSTOLO

CearáDuas cousas me determinaram a fazer

esta: o presente dos retirantes e o futurode nossa via-ferrea.

O povo, que vivia satisfeito com as es-molas, que recebia, senão em santo ócioao menos por trabalho muito folgado, foide repente despedido no maior rigor da ne-cessidade, e obrigado a retirar-se para assuas parochias, afim de poder fazer-se a elei-

• çao de senadores, segundo diz a opposição.O presidente ordenou ás commissões que

nao dessem mais esmola, senão às viuvas,orphãos e inválidos. Todos mais, homensque servem ao Estado, n8o importa que mor-ram de fome, como estão morrendo, por-que fóra de comer capim com os brutos, naoha de que subsistir.

A mortandade nRo ó só entre os despe-didos, mas tambem entre as pessoas man-dadas soccorrer, porque as commissOes naotêm o que dar.

E' horrível e lastimoso IPor calorar-se a deshumanidade e crueza

desta ordem e evitar ajusta censura e cia-mor justo, se mandou que todo homem detrabalho fosse remettido para a via-ferrea,mas esta estaf quasi acabada; porque estão«ca quasi toda a extensão feitos os aterrose cavas, restando só fazer pontes, boeirose a parte dos aterros contíguos.

Até Água Verde, pouco mais ou menosmeio da estrada, está ella concluida, poisque vai ser inaugurada em Setembro. Emque trabalho, pois, se ha de o povo em-pregar ? As pontes e boeiros sao obras deartífices e nao comportam muita gente, qua-renta mil pessoas mais ou menos.

D'ahi resulta, que mandando as commis-sOes os homens de trabalho para a estrada,os engenheiros os tôm devolvido por n8oter trabalho em que os empregue. Assimsuecedeu com a commissâo do Acarape,adiante de Água Verde, na parte ainda nSoinaugurada.

Nestas circumstancias o que é a ordemde mandar o povo para a estrada, senãouma evasiva para escapar á aceusação eresponsabilidade de matal-o á fome ?

Melhor, e muito melhor fora que se ogoverno havia de deixal-o morrer agora defome, o tivesse deixado morrer no principio,porque ao menos tinha poupado tantos mi-lhOes despendidos inutilmente.

N8o se pôde considerar sem indignaçãoessa medida do governo, e sem lastima ehorror o espectaculo que dá o povo mori-bundo, abandonado á caridade impotente departiculares, arruinados pelas seccas. Feliz-mente ainda nSo curou elle aggredir as ca-sas dos que têm alguma cousa de que vi-Vam um ou dous dias, reduzindo-os à suamiséria.

Feliz quem está livre de presenciar essaangustiada e terrível tragédia, representadanesta provincia pelas próprias victimas. Con-frange-se-nos o coração só de enuucial-amui superficialmente, e por distracçao passoa óecupar-me da nossa via-ferrea.

E' cousa que admira, nao a ignorância,mas o que parece poder chamar-se capri-cho, observado na factura dessa grande obra,6 que o inverno mostrará se é ou nao fa-'tal:

querp fallar do desprezo das observa-çOes de pessoas intelligentes sobre a grandemassa de água nos rios em que se construempontes sem suficiente passagem, e outrosim, do desvio injustificável, em meu hu-milde pensar e de muitos, dos povoados,grandes centros de producção local e cir-curnvisinha.

Pelo desprezq das observações sobre o vo-lume das p„guas, receia-se com fundamentoflas pontas ou dos seus aterros, na Guaiuba,Bahú e Calaboca, porque sendo os rios dealtíssimas enchentes nos annos invernosos,

julga-se nao se ter dado passagem francaés águas, com perigo de grande ruina daestrada e prejuízo do publico.

O certo é que pelo desprezo dessas obser-YaeOes arrombou o aterro da primeira ponte'do

Acarape, feita por engenheiro hábil, ácusta da provincia. E' que nao se pôde cal-oular bem a passagem das águas sem vel-as,B por isso foi arrombado o aterro da

ponte do Acarape^ que tem altura de cercade 18 a 20 palmos, em um plano de 130a 150 braças, que foi todo coberto pelaságuas. A do Calaboca fica pouco mais deseiscentas braças abaixo delia, em lugar|maisapertado para altas, e só tem a ponte eum ou dous boeiros, que nao parecem sufii-cientes.

Parece que os engenheiros recearam ai-

guma cousa em face de taes informações,

porque lhe estão dando mais altura do quemostrava o aterro; mas essa altura tem suafraqueza, e por ella será mais fácil um ar-

rombamento, que produzirá maiores estra-

gos pela maior força das águas.E' natural que os engenheiros se fiem

mais em sua sciencia do que em opinOes

de homens ignorantes; poróm é mais pru-dente prevenir os sinistros empregando os

meios que podem evitar erros de cálculos

conjecturaes, como devem ser os seus sobre

p volume e violência das águas.

Nau se sabe porque deixou-se de as-sentar a ponte da Guaiuba n'um lagedoque atravessa o rio de margem a margem,contra a corrente perpendicular, para as-sental-a onde nBo havia esse fundamentoe faz o rio uma curva, enf que a cor-rente corre parallela ao aterro, que serátalvez deteriorado, se nao fôr coberto edefendido por um paredão.

Ahi poróm, nao parece haver tantoperigo como no Bahu, onde o aterro foifeito de barro que produz grandes ato-leiros e só tem um boeiro. Nao ó detemer que o aterro sem barro se abata en-sopado pelas águas das enchentes, e pres-sao dos carros? Se nao se der esse perigo,parece inevitável o do arrombHmento doaterro, por só ter ura boeiro e a poute.Dizem os que têm observado as grandesenchentes desse rio, que ó insuficiente essaparagem para as águas, e que será in-fallivel o arrombamento.

Deus queira que todos esses temores se-jam vãos, como presume a sciencia; por-que, se forem reaes, ficaremos sem estradapor muito tempo, com detrimento do pu-blico e dos nossos cofres, reputados umAmazonas pelos especuladores e agentes.

Se em desattender ao juizo dos obser-vadores nao houve capricho, parece quenao se quiz defendel-o de ter-se desviado a es-trada da villa do Acaripe para fazel-a pas-sar abaixo, no Calabanco, contra as recla-raaçOes de um exçellente liberal influente.E o capricho se accentuou ou mais por que-rer-se fazer a estação nao no Culabau, maisde um quarto de distancia, mas nas Ma-leitas, meia légua de distancia d* capital,como que para matar o commercio do Aca-rape, pois para expor os gêneros era precisoir do Acarape para o Baturití, ató ».* Ma-leitas, para ahi embarcar para a Sí-.pítal I

Além disto nao tendo a estrada passado peloAcarape, devia procurar o Conitagalo parair a Canafistola, onde faria por ser o terreno pouco . onduloso, ainda que muitomais longo, e nSo ir pelo Itapahy ladeandoa serra em que foi preciso faTser aterrode 19 metros de altura, e minar os roche-dos do boqueirão, em que tem havidomuitas mortes.

Na canoa, tinha o engenheiro Privat ti-rado a estrada a Oeste para terreno planoe exçellente passagem do rio para uma bôaponte, mas os que os substituíram, ou poralguma rivalidade, ou desvial-a mais dacidade de Baturité ao pó da serra, que naosentio a secca de 77, 78 e 79 e teve esteanno uma grande producção, a fizeram pas-sar a Leste pela fralda de um grande alto,que foi preciso cortar com grande despezae passar o rio em máo lugar, em que muitose receia da segurança da ponte, e tendode sahir Cortando outro alto muito grande,como nao suceederia onde queria o Privat.

O que deixo escripto nao ó o meu juizo,porque pouco vi, mais o dos que censurama obra, sem sciencia sim, mas com boase plausíveis razOes. Partilho porém a censurados desvios por ser contra os iuteresses daslocalidades desviadas e rendimentos damesma estrada; e permanecerei nella atéser convencido de que assim foi melhor.

A estrada devia passar pelo Acarape, aopó da serra de Baturité, do lado norte,valle fertilissimo corao nenhum da provin-cia, por onde os lavradores da serra estãoabrindo uma estrada para transportar osseus pròductos, afim de se aproveitarem davia férrea. Calaboca nao é nada, e ponteda estrada unida á de Acarape estavameio feita, e seria por isso menos despen-diosa.

Tem apparecido na estrada uma espe-cie de ulceras cancerosas, nos pés e per-nas, originadas de pequenas lesões, quetêm morto e aleijado muita gent* melaamputação da perna; e bem assim wmacegeira nocturna, que tem tido n8r. pe-quena extensão.

Parece que o interno calor do sol pene-trando profundamente a terra deseccada temderretido e feito evaporarera-se saes mine-raes venenosos, que absorvidos pela respi-ração, corrompem a carne humana, de sorteque ferida toma esso caracter perigoso.

Um medico hábil, o Dr, Sampaio, consi-dera essas ulceras escorbuticas e dá-lhes porcausa a má alimentação pela carne do Rio-Grande do Sul e arroz e farinha cum calvindas de outras provincias.

Essa opinião tambem parece muito ra-zoavel.

Ha no povo um clamor geral contra osmédicos contratados para o tratar, porquedizem que percebem um honorário extraor-dinario e nSo curam delle como deve. Nâodu-vido da verdade e justiça dessa queixa, por-que em reg;ra, a classe medica é a maismaterialista que ha em todo o mundo.

O materialista nao tem Deus nem alma, epor is3o tjrata o homem como a um bruto, aque elle se julga semelhante, sem se julgarresponsa vel pelas conseqüências de sua ne-gligencja e ignorância.

Nao posso comprehender essa medicinamaterialista, porque sendo o homem com-posto, de corpo ealma, que dá vida, activi-

como entende o materialista ; ó tratar o queignora, ó tomai o por ser muito diverso do

que realmente ó. O materialista cura'maispor inconsequencia do que por sciencia: pôdedizer-se que nao ó elle, mas a providenciaque cura. Quem tem.juizo só deve chamarum medico materialista na falta absoluta deoutro catholico, e só deve fiar-se nelle sepuder dar-lhe boa paga, porque ó só o inte-ressa que o move.

As águas pela intensidade dos ardores dosol desapparecem espantosamente, e todosesperam inverno mais commodo.

TRANSCRIPÇÃOA. nova egreja da "Penha

Assombra na verdade o adiantamento quetem tido essa obra gigantesca, a primeiraem seu gênero no império de Santa Cruz.E com effeito quem poderia prever que comtodo o rigor da crise e economia financeirapor que vamos atravessando, os incansáveislevitas,' cuja pobreza constituo o seu maiorgalardão, conseguiram levar a obra de suaprediíecção á um pó tHo adiantado?

Entretanto elle ahi está; esse templo ma-gnifico, que tem de attestar aos vindouros osesforços inexcediveis dos filhos extreraososde Matteo da Bassi, é o testemunho mais ir-refragavel, mais convincente do quanto pôdeo poder do homem quando escudado no por-tentoso auxilio do poder da fé. A philosophiatem razão e razão de sobra, apoiada nosfactos mais incontestáveis quando firma oprincipio de que a firmeza na voliçao ó acerteza na execução, querer è poder.

A resolução firme e inabalável que se fize-ram crear esses inevitáveis apóstolos do ca-tholicÍ8mo de dotar a capital de Pernambucocom um edifício capaz de eleval-a no con-ceito da posteridade, unida á confiança sin-cera, que têm elles na dedicação e na gene-rosidade do povo pernambucano, com o qualera todas as épocas trocaram as provas maisinequívocas de uma cordial sympathia, é obaluarte raais seguro em que tem descansadoesse resultado cousolador em um tao graudecouimettimento. O obolo do governo tem sidotal que se pôde bem comparar á uma gotade água na immensidade do oceano... Ea-tretanto, em ultima conclusão, é o Estadoquem tem mais a lucrar com os esforços doscapuchinhos. As mesmas loterias, concessõesdo poder, devem sua proficuidade & concur-rencia do povo, que se encarrega de dar-lhessua realidade pratica. De sorte que em ul-timo resultado ó ao povo pernambucano, to-mada sua expressão em toda a sua latitude,

quem se tem tornado escudo ingente paraum tao assombroso êxito.

Pois bem, ó preciso que um povo tao ge-neroso e que sempre se tem mostrado tao dis-velado nas cousas da religião nfto reneguede sua tradição; é preciso que elle naoabandone os levitas incansáveis da vinha doSenhor. Nao é dos hábitos do povo pernambucano, nem está era suas tradições aban-donar em meio as acçOes meritorias.

O Otário de Pernambuco, de 7 de Agostofindo, em sua Revista Diária, escreveu o es-tado de adiantamento em que se acha o novotemplo, pelo que nos julgamos dispensadode uma repetição, remettendo para este oleitor curioso. Afirmamos, porém, que qual-quer que s^ja a descripção, ainda revestidacom as cores mais vivas, fica sempre muitoaquém da realidade adquirida pelo orgaovisual.

/Do Diário de Pernambuco.)

SECÇÃO DE ANNUNCIOS

TYPOGRAPHIA DO APÓSTOLO

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Idem—O Cura «1'Aluêa.—Tres volu-mes encadernados 8JÜ000

Idem—Os desgraçados. Obra illus-trada em dous volumes, (reunidos era um)contendo I Io, O Milionário; 2o, Magdalena—A vizinha do poeta. Encadernado. 5$000

Idem.—O coração nas mitos (Memo-rias de uma mai). Dous grandes volumesbrochados; 4$000

Encadernados GjJOOOIdem.—Noites amenas (contos). Seis

volumes contendo: O violino do diabo; Tal ar-vore, tal frueto; Um filho do povo; Quem tudoquer tudo perde; A verdade núa e crua; Porqem fazer mal haver; As culpas dos pais; Umhospital de\doudos. A obra encadernada emtres volumes llj?000

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Idem.—Os Anjos da Terra, bellissimoromance traduzido por Júlio Gama, 5 vols.encadernados 11S000

Idem.—-O Anjo da Guarda. E' um dosmais interessantes romances do illustre autordo Martyr do Go\gotha,3 vols. encads. 9$000

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