Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

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Foto: Luiza Figueiredo Pelo direito de ir e vir Deficientes visuais denunciam falta de estrutura básica para locomoção segura em ruas e avenidas de Fortaleza. Página 4 (Des)abrigo e (des)proteção Protetores independentes resguardam a integridade de animais abandonados em logradouros públicos. Página 3 Cidade sem memória e patrimônio Alguém viu uma árvore aí? Projetos de mobilidade obrigam retiradas ou realocação de áreas verdes, prejudicando conforto climático da capital.. Página 9 Para comer ao ar livre Comércio de comidas e bebidas utilizam praças como restaurantes a céu aberto em diversos bairros. Página 8 Foto: Luciana Castro Foto: Mariângela Chagas Em entrevista, Romeu Duarte, professor de arquitetura da UFC, dialoga sobre os ensinamentos da rua e aponta soluções para preservar o patrimônio da cidade. Página 10 e 11 Mobilidade às avessas em Fortaleza Planejamento falho de mobilidade urbana é executado em Fortaleza priorizando transportes motorizados e individuais. Página 5 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ano 6 - Nº 38 - Junho de 2015 Ocupação do espaço público Quando a rua é extensão do estádio Em dias de jogos na capital, as ruas se transformam em palcos para festas e guerrilhas. Páginas 6 e 7 Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ano 6 - Nº 38 - Maio de 2015.

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Pelo direito de ir e virDeficientes visuais denunciam falta de estrutura básica para locomoção segura em ruas e avenidas de Fortaleza.

Página 4

(Des)abrigo e (des)proteção Protetores independentes resguardam a integridade de animais abandonados em logradouros públicos.

Página 3

Cidade sem memória e patrimônio

Alguém viu uma árvore aí?Projetos de mobilidade obrigam retiradas ou realocação de áreas verdes, prejudicando conforto climático da capital..

Página 9

Para comer ao ar livreComércio de comidas e bebidas utilizam praças como restaurantes a céu aberto em diversos bairros.

Página 8

Foto: Luciana Castro

Foto

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Em entrevista, Romeu Duarte, professor de arquitetura da UFC, dialoga sobre os ensinamentos da rua e aponta soluções para preservar o patrimônio da cidade.

Página 10 e 11

Mobilidade às avessas em Fortaleza

Planejamento falho de mobilidade urbana é executado em Fortaleza priorizando transportes motorizadose individuais.

Página 5

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ano 6 - Nº 38 - Junho de 2015

Ocupação do espaço público

Quando a rua é extensão do estádio Em dias de jogos na capital, as ruas se transformam

em palcos para festas e guerrilhas.Páginas 6 e 7

Foto: JL Rosa/Diário d

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este

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Opinião

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Editorial

Em processo de reeducação

O desafio de ser equipeO complexo quadro de produção jornalística se com-

põe através de um esforço integrado entre repórteres e editores. A experiência pessoal de ter colaborado nesta edição do Impressões como editora tornou esse con-ceito muito mais claro a mim. As matérias que editei fluíram de forma uníssona e consistente e acredito que isso aconteceu por conta do esforço das equipes em transformar o produto jornalístico final em uma peça que comunica uma questão coerente ao leitor.

Por outro lado, o trabalho em equipe também pode ser prejudicado se alguma das partes não realiza a ativi-dade de acordo com o planejamento. Em conclusão, o gesto coletivo na feitura de um jornal como o nosso é fundamental para a eficiência comunicativa a que ele se propõe. (Rochelle Guimarães, editora)

Crônica por Gustavo Linhares

Mais uma vez, o Clásico -Rei

Fortaleza para quem?Artigo por Ronaldo Salgado*

Impressões - Ocupação do espaço públicoJornal Laboratório produzido pela turma do 7º semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará.Repórteres: Amanda Matos, Anderson Cid, Breno Reis, Camila Lima, Cláudio Abreu, David Medina, Eduardo Oliveira, Gustavo Linhares, João Paulo Martins, Karoline Rodrigues, Luana Bastos, Luciana Castro, Luciana Herculano, Luiza Figueiredo, Mariângela Chagas, Rômulo Costa. Edição: Lucas Barbosa, Nyara Cavalcante, Rochelle Guimarães. Edição geral: Nathanael Filgueiras. Projeto gráfico e diagramação: Bruno Melgacio, Falkner Moreira. Professora orientadora: Mayara de Araújo. Impressão: Imprensa Universitária. Tiragem: 1000 exemplares. As opiniões expressas em artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores.

Fortaleza - CE JUNHO/2015

Ombudsman por Naiana Rodrigues*

Não basta apenas informar

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TEMA

Os gatos do Polo Gustavo Braga têm sido vítimas da violência. Protetores pelejam pelo fim dos casos de abandono. Foto: Eduardo Oliveira.

Protetores independentes resguardam a integridade física de animais domésticos abandonados nos espaços públicos de Fortaleza

Tem gente que não gosta e passa

reclamando, mas os gatos não chegam aqui de paraquedas. São as pessoas que jogam.

LENA XIMENESProfessora

Para adotar:Se você quer adotar um gato do Polo de Lazer Professor Gustavo Braga, entre em contato com a protetora

Floriana Oliveira, através do facebook:

https://www.facebook.com/florianaoliveira.oliveira

Abandono, desabrigo e sobrevivência

Os protetores independentes

reivindicam políticas públicas que coíbam

o abandono e promovam o controle

de natalidade dos animais de rua.

3REPORTAGEM

Breno Reis eEduardo Oliveira

Animais

Na Rua #1Fortaleza - CE JUNHO/2015

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4REPORTAGEM

João Paulo Martins eLuciana Herculano

Acessibilidade

Na Rua #2

Apesar das melhorias implantadas pela Prefeiturade Fortaleza nos últimos anos, deficientes visuaistêm problemas para se locomover pela Capital

Deficientes visuais reclamam de condições inadequadas para acessibilidade

Os sinais sonoros ajudariam bastante, se as pessoas os respeitassem, era melhor ainda. Umas três vezes já eu fui atravessar em sinais sonoros e quase fui atropelado.

BOSCO DE FARIAS Professor de informática da ACEC

As dificuldades se multiplicam pela

Cidade ao passo que as ações são feitas de formas isoladas e ainda estão longe

de cobrir toda a demanda existente.

Ausência de piso podotátil em ruas da cidade dificulta a locomoção de defi-cientes visuais. Foto: João Paulo Martins

Falta de sinais sonoros torna os deficientes visuais dependentes de auxílio para atravessar as ruas. Foto: João Paulo Martins

Fortaleza - CE JUNHO/2015

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TEMA

Sem qualquer diálogo com a sociedade civil, Fortaleza inaugura obras com projetos falhos e continua a dar prioridade aos meios de transporte motorizados e individuais

Inversão de prioridade: mobilidade pra quem?

O Ciclovida busca promover ações

que conscientizem o ciclista por meio

de estratégias como diálogo a entrega de materiais educativos.

Infelizmente, a gente ainda vê muitas

obras que facilitam o tráfego para os carros, quando a prioridade deveria ser aos pedestres e ciclistas.

JOSÉ OTÁVIOArquiteto

A lei federal nº 12.587/2012, que instaura a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), tem como objetivos melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos mu-nicípios e integrar os diferentes modos de transporte. A legis-lação dá prioridade aos meios de transporte não motorizados (com preferência aos ciclistas e pedestres) e ao serviço público

coletivo (como ônibus e me-trô), além da integração entre os modos e serviços de trans-porte urbano. A lei exige que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem planos de mobilidade urbana em até três anos, que devem ser integra-dos aos planos diretores. Atu-almente, essa obrigação é im-posta aos municípios com mais de 500 mil habitantes.

Saiba mais: Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU)

Com poucos espaços delimitados para os diferentes modais, pedestres e ciclistas acabam se arriscando para se locomover. Foto: Mariângela Chagas

Depois da entrega da obra, a velocidade dos automóveis aumentou na região do Viaduto, dificultando a passagem de pedestres e ciclistas. Foto: Fabiane de Paula/Diário do Nordeste

5REPORTAGEMDavid Medina e

Mariângela Chagas

Locomoção

Na Rua #3Fortaleza - CE JUNHO/2015

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ReportagemFutebol

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Fortaleza - CE JUNHO/2015

Enquanto o pré-jogo é marcado por entusiasmo e confraternização, o apito final mostra o pior lado do futebol: a violência entre torcidas

Entre a festa e a guerrilha: o antes e o depois de um Clássico-Rei

Em dia de Clássico-Rei, a gente nem coloca as mesas para fora, porque eles podem quebrar alguma coisa. Quando o jogo é à noite, também buscamos fechar mais cedo.

MATEUS MORAIS vendedor

As ruas perpendiculares à Arena são tomadas por torcedores, carros de som e ambulantes que vendem cerveja e churrasquinho. Foto: Luiza Figueiredo.

Após a evacuação da torcida do Ceará, os tricolores se aglomeraram atrás do gol, pedindo pela volta dos jogadores para o recebimento da taça. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.

Page 7: Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

TEMA

7REPORTAGEM

Gustavo Linhares eLuiza Carolina Figueiredo

ReportagemFortaleza - CE JUNHO/2015

Para ocupar o estádio: segurança, além de futebolPrevenção

Os torcedores do Fortaleza coloriam a capital com as

cores vermelho, azul e branco, enquanto

os fãs do Ceará hasteavam bandeiras

alvinegras.

Após a evacuação da torcida do Ceará, os tricolores se aglomeraram atrás do gol, pedindo pela volta dos jogadores para o recebimento da taça. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.

Após a invasão e confronto entre torcidas, houve correria entrejogadores e jornalistas que tentavam escapar das cadeiras canos e metais lançados ao gramado. Foto: JL Rosa/Diário do Nordeste.

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REPORTAGEMAnderson Cid e

Karoline Rodrigues

Alimentação

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Na Rua #4

Regular ou não, o comércio de comidas e bebidas nas praças de Fortaleza atrai público,assim como problemas

Quem tem boca vai à praça

Há dois anos assaltaram o

notebook de um cliente na barraca do lado, ele estava com o aparelho em cima da mesa. Foi assaltado no meio do movimento mesmo.

ELIVALDO MORENOVendedor

Praça da Cidade 2000, no início da noite. Foto: Anderson Cid

Praça Gustavo Barroso (Praça do Liceu) durante a tarde. Foto: Anderson CidElivaldo Moreno trabalha vendendo comida na praça da Gentilândia há 16 anos. Foto: Anderson Cid

Para realizar o cadastro na Secretaria Executiva Regional (SER), é necessário fotografar o local em que o vendedor planeja instalar-se e levar os seguintes documentos: có-pia do RG e do CPF, CNPJ, comprovante de residência, declaração de que não possui outra permissão e nem vín-culo empregatício, certidão de nascimento ou casamen-to, duas fotos 3x4, taxa de transferência (se o proces-so for deferido) e cópia da declaração do Imposto de Renda (completa). O registro é feito na SER em que o co-mércio será instalado.

RegistroDurante a apuração, nossa repórter sofreu uma tentati-va de assalto enquanto esta-va na praça Gustavo Barroso (praça do Liceu). Atravessan-do o local, ela foi abordada por um rapaz, que tentou le-var sua bolsa. A repórter, no entanto, conseguiu se des-vencilhar.

Fortaleza - CE JUNHO/2015

Page 9: Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

TEMA

9REPORTAGEMCamila Lima eLuana Bastos

O Plano de Arborização de

Fortaleza vem como uma tentativa de

apaziguar parte da população que é

contra a retirada das árvores dos canteiros

e calçadas.

Se o ato de plantar se basear

apenas com função compensatória, a meta a longo prazo do Plano de Arborização de Fortaleza nunca será atingida.

NEWTON CÉLIO BECKERArquiteto e Urbanista

Espaços verdes

Na Rua #5

Com as obras de mobilidade urbana realizadas pela Prefeitura, os espaços verdes tiveram que ser realocados. Cortes e replantios de árvoressão alguns dos pontos criticados pela população

Áreas verdes em Fortaleza:as árvores em busca de novos espaços

Nas obras do binário Santos Dumont/Dom Luís, foram retiradas 202 árvores do canteiro central. Na imagem, a avenida Dom Luís. Foto: Camila Lima

O Movimento Pró-Árvore também promove o plantio de mudas em Fortaleza. O grupo aconselha que a muda fique próxima da casa ou do trabalho de quem planta, para que a pessoa possa cuidar da saúde da árvore. Foto: Leonardo Jales.

Plantas Exóticas Invasoras

Hortência, Unha-do-diabo (viúva-alegre), Dendê, Nim (foto), Castanhola, Leucena.

Foto: reprodução da internet

Plantas Nativas

Peroba, Ipê-roxo e Amarelo, Oiti, Carnaúba (foto), Macaú-ba, Pitomba, Juazeiro, Xixá e

Cajueiro.

Foto: reprodução da internet

Fortaleza - CE JUNHO/2015

Page 10: Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

Patrimônio

Entrevista

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As alternativas para que o espaço urbanocontinue agradável é um dos temas abordadospelo pesquisador e cronista Romeu Duarte

As inquietações de uma“cidade sem memória”

Fotos: Luciana Castro

Fortaleza - CE JUNHO/2015

Page 11: Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

TEMA

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Entrevista

A rua ensina o que a escola não ensina. Ensina

a malandragem, a prática, a realidade, como as coisas realmente acontecem.

O patrimônio de Fortaleza é considerar que nada seja

patrimônio.

REPORTAGEMLuciana Castro e

Rômulo Costa

Fortaleza - CE JUNHO/2015

Page 12: Impressões #38 - Ocupação do Espaço Público

12IMAGENS

Amanda Matos eCláudio Lucas de Abreu

Aldeia Aldeota

Ensaio

Os versos da Praça Portugal

Fortaleza - CE JUNHO/2015