Impulsos

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Determinação do Impulso Sísmico sobre Estruturas de Suporte com Deslocamentos Condicionados Projecto de Edifícios João Veludo Eduardo Seixas Monteiro

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Determinação do Impulso Sísmico sobre

Estruturas de Suporte com Deslocamentos Condicionados

Projecto de Edifícios

João Veludo Eduardo Seixas Monteiro

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Determinação do Impulso Sísmico sobre Estruturas de Suporte com Deslocamentos Condicionados

1. Introdução........................................................................................................................................ 3 2. Acções estáticas.............................................................................................................................. 3

2.1 Coeficientes de impulsos .............................................................................................................. 3 2.1.1 Coeficiente de impulso em repouso (Teoria de Rankine) ............................................... 3 2.1.2 Coeficiente de impulso activo (Teoria de Coulomb)........................................................ 4

2.2 Impulsos ........................................................................................................................................ 5 2.2.1 Impulso em repouso ........................................................................................................ 5 2.2.2 Impulso activo.................................................................................................................. 6

3. Acção Sísmica ................................................................................................................................. 7 3.1 Coeficientes de Impulsos .............................................................................................................. 7

3.1.1 Coeficiente de impulso activo sísmico (Mononobe-Okabe) ............................................ 7 3.1.2 Incremento do coeficiente activo sísmico (Mononobe-Okabe) ....................................... 8

3.2 Impulsos ........................................................................................................................................ 8 3.2.1 Incremento do impulso activo sísmico............................................................................. 8 3.2.2 Impulso activo sísmico..................................................................................................... 9

3.3 Impulso Sísmico em Estruturas com Deslocamentos Condicionados.......................................... 9 3.3.1 Alternativa 1 (Dorwick 1976)............................................................................................ 9 3.3.2 Alternativa 2 (Prakash 1981) ......................................................................................... 10

3.4 Coeficientes Sísmicos a Adoptar ................................................................................................ 10 3.4.1 De Acordo com o RSA................................................................................................... 10 3.4.2 De Acordo com o EC8 ................................................................................................... 11

4. Combinações de acções ............................................................................................................... 12 4.1 De acordo com o RSA................................................................................................................. 12

4.1.1 Para condições estáticas............................................................................................... 12 4.1.2 Para condições sísmicas ............................................................................................... 12

4.2 De acordo com o EC7 ................................................................................................................. 13 5. Considerações Finais .................................................................................................................... 15 6. Exemplo (estruturas de suporte com deslocamentos condicionados).......................................... 16

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1. Introdução

De acordo com o Eurocódigo 7 – Projecto geotécnico o estado em repouso e os estados

activo e passivo devem ser considerados atendendo aos valores limites dos vários movimentos da

estrutura de suporte. O quadro I identifica esses valores limites.

Quadro 1 - Grandeza dos movimentos associados aos estados em repouso e activo

Tipo de movimento Estado em repouso Estado activo Rotação em torno do topo ≤0,0005h ≤0,002h Rotação em torno do pé ≤0,0005h ≤0,005h

Translação ≤0,0005h ≤0,001h

2. Acções Estáticas

2.1 Coeficientes de Impulsos

2.1.1 Coeficiente de Impulso em Repouso (Teoria de Rankine)

φ′−= senKo 1 (para solos normalmente consolidados)

5,0)()1( oco RsenK ⋅′−= φ (de acordo com o EC7)

)1( ββ senRK oo +⋅= (para superfícies do terrapleno inclinadas de um ângulo β)

em que:

K0 - Coeficiente de impulso em repouso, adimensional;

∅´ - Ângulo de atrito interno (em termos de tensões efectivas), em

graus;

β

Roc - Grau de sobreconsolidação do solo;

β - Inclinação do terrapleno, em graus.

Figura 1

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2.1.2 Coeficiente de Impulso Activo (Teoria de Coulomb)

O estado activo pode ser considerado em estruturas em que os deslocamentos de

translação são superiores a 0,0001h, sendo h a altura da estrutura de suporte.

( )

( ) ( ) ( )( ) ( )

25,02

2

coscos1coscos

cos

+⋅−−′⋅+′

+⋅+⋅

−′=

λδλββφδφλδλ

λφ

sensenKa

em que:

Ka – Coeficiente de impulso activo, adimensional;

∅´ – Ângulo de atrito interno (em termos de tensões efectivas), em graus;

λ – Inclinação do paramento da estrutura de suporte, em graus;

β – Inclinação do terrapleno no tardoz da estrutura de suporte, em graus;

δ – Ângulo de atrito terras-muro, em graus.

Figura 2 - Convenção de sinais para os casos activo e passivo estático

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2.2 Impulsos

2.2.1 Impulso em Repouso

- Impulso das terras [Io,t]

2, 2

1 hKI oto ⋅⋅⋅= γ

2h⋅, 21 KI oto ⋅⋅= γββ

Figura 3 e 4

hSCKI oSCo ⋅⋅=,

β

β

β

β

em que:

I0,t - Impulso em repouso do solo, em kN/m;

I0β,t - Impulso em repouso do solo para terraplenos inclinados, em kN/m;

Ko – Coeficiente de impulso em repouso, adimensional;

Koβ – Coeficiente de impulso em repouso para terraplenos inclinados, adimensional;

γ - Peso específico do solo, em kN/m3;

h - Altura da estrutura de suporte, em m.

- Impulso da sobrecarga [Io,SC]

Figura 5 em que:

I0,SC - Impulso em repouso da sobrecarga, em kN/m;

Ko – Coeficiente de impulso em repouso, adimensional;

SC - Sobrecarga, em kN/m2;

h - Altura da estrutura de suporte, em m. 5/19

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2.2.2 Impulso Activo

- Impulso das terras [Ia,t]

δ

δ

2, 2

1 hKI ata ⋅⋅⋅= γ

δcos,, ⋅= tatah II

SCKI aSCa ⋅⋅=,

Figura 6

em que:

Ia,t – Impulso activo do solo, em kN/m;

Iah,t – Impulso activo horizontal do solo, em kN/m;

γ – peso específico do solo, em kN/m3;

h – altura da estrutura de suporte, em m

δ – ângulo de atrito terras-muro, em graus.

- Impulso da sobrecarga [Ia,SC]

δ

h

δcos,, ⋅= SCaSCah II

Figura 7 em que:

Ia,SC - Impulso activo da sobrecarga, em kN/m;

Iah,SC – Impulso activo da sobrecarga, componente horizontal, em kN/m;

Ka – coeficiente de impulso activo, adimensional;

SC - sobrecarga, em kN/m2.

δ - ângulo de atrito terras-muro, em graus (1/3∅´ a ∅´).

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3. Acção Sísmica

3.1 Coeficientes de Impulsos

3.1.1 Coeficiente de Impulso Activo Sísmico (Mononobe-Okabe)

( )

( ) ( ) ( )( ) ( )

25,02

2

coscos1coscoscos

cos

++⋅−−−′⋅+′

+⋅++⋅⋅

−−′=

θλδλβθβφδφθλδλθ

θλφ

sensenKas

em que:

Kas – Coeficiente de impulso activo sísmico, adimensional;

∅´ – Ângulo de atrito interno (em termos de tensões efectivas), em graus;

λ – Inclinação do paramento da estrutura de suporte, em graus;

v

h

kkarctg±

=1

θ * em que kh e kv são os coeficientes sísmicos horizontal e vertical (ver 2.3)

* - para o cálculo dos impulsos a situação mais desfavorável consiste em considerar o menor

valor de θ o que conduz a um impulso sísmico superior. Isto deve-se ao aumento do peso das

cunha de rotura responsável pelo impulso: ( ) hv kkw ⋅±= 1 ( ) hvmáx kkw ⋅+= 1

( ) 2121 hKkI asvas ⋅⋅⋅+⋅= γ

Esta situação, impulso mais elevado, pode não conduzir à situação mais desfavorável em

termos de estabilidade.

β – Inclinação do terrapleno no tardoz da estrutura de suporte, em graus;

δ – Ângulo de atrito terras-muro, em graus (1/3∅´ a ∅´).

Figura 8 - Convenção de sinais para os casos activo e passivo sísmicos

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3.1.2 Incremento do Coeficiente Activo Sísmico (Mononobe-Okabe)

( ) aasvas KKkK −⋅±=∆ 1

em que:

∆Kas – Incremento do coeficiente de impulso activo sísmico, adimensional;

kv – Coeficiente sísmico vertical, adimensional;

Kas – Coeficiente de impulso activo sísmico, adimensional;

Ka – Coeficiente de impulso activo, adimensional.

3.2 Impulsos

3.2.1 Incremento do Impulso Activo Sísmico

asaas III −=∆ ; ( ) ( )δcos, ⋅−=∆ has II aas I

( )[ ] asaasv KhKKk ∆⋅⋅⋅=−⋅± 2

211 γas hI ⋅⋅⋅=∆ 2

21 γ

δ

δγ.

Figura 9 em que:

Ias – Impulso activo sísmico, em kN/m;

Ia – Impulso activo estático, em kN/m;

∆Ias – Impulso sísmico incremental activo, em kN/m;

∆Ias,h – Impulso sísmico incremental activo horizontal, em kN/m;

∆Kas – Incremento do coeficiente Impulso activo sísmico, adimensional;

Kas – Coeficiente de impulso activo sísmico, adimensional;

Ka – Coeficiente de impulso activo, adimensional;

γ – Peso específico do solo, em kN/m3;

h – Altura da estrutura de suporte, em m.

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Determinação do Impulso Sísmico em Estruturas de Suporte

3.2.2 Impulso Activo Sísmico

asaas III ∆+= ; asas KhI ⋅⋅⋅= 2

21 γ

γ.

δ

δ

γ.

γ.γ.

Figura 10 – Impulso sísmico Ias

3.3 Impulso Sísmico em Estruturas com Deslocamentos Condicionados

Estruturas em que os deslocamentos horizontais estão condicionados (ex.: paredes de

contenção em caves de edifícios), são normalmente dimensionadas para condições estáticas com

o Impulso em Repouso, devendo-se manter este princípio para condições sísmicas.

3.3.1 Alternativa 1 (Dorwick 1976)

Dorwick (1976) sugere que mesmo para estruturas de deslocamentos condicionados que se

considere um incremento do impulso devido à acção sísmica igual ao incremento do impulso

activo obtido por Mononobe-Okabe:

asos II ∆=∆ com astoos III ∆+= ,

em que:

∆Ios – Impulso sísmico incremental em repouso, em kN/m;

∆Ias – Impulso sísmico incremental activo, em kN/m;

Ios –Impulso sísmico em repouso, em kN/m;

Io,t – impulso em repouso do solo, em kN/m.

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3.3.2 Alternativa 2 (Prakash 1981)

Para estruturas com deslocamentos condicionados Prakash (1981) sugere que se considere um

incremento do impulso devido à acção sísmica da seguinte forma:

asa

oos I

KKI ∆⋅=∆

asIa

otoos KKII ∆+= ,

δ

δ

γ.

Figura 11 em que:

∆Ios – Impulso sísmico incremental em repouso, em kN/m;

∆Ias – Impulso sísmico incremental activo, em kN/m;

Io,t – Impulso em repouso do solo, em kN/m;

Ko – Coeficiente de impulso em repouso, adimensional;

Ka – Coeficiente de impulso activo, adimensional.

3.4 Coeficientes Sísmicos a Adoptar

3.4.1 De Acordo com o RSA

- Coeficiente sísmico horizontal (kh)

Tipo de Terreno Zona Sísmica

Tipo I Tipo II Tipo III A 0,25 0,20 0,15 B 0,15 0,12 0,10 C 0,08 0,06 0,05 D 0,08 0,06 0,05

kh=0,15 (Zona A, casos correntes de terrenos de fundação);

kh=0,20 (Zona A, terrenos de fundação particularmente desfavoráveis);

kh=0,075 (Zona B, casos correntes de terrenos de fundação);

kh=0,10 (Zona A, terrenos de fundação particularmente desfavoráveis).

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- Coeficiente sísmico vertical (kv)

De acordo com Mineiro (1980) e Brito (1988) deve ser adoptado para kv o seguinte valor:

hv kk ⋅≅31

Nota: Em muitas situações de projecto considera-se kv=0

3.4.2 De Acordo com o Eurocódigo 8 (EC8)

De acordo com o Eurocódigo 8 (EC8) na Parte 5: “Foundation, retaining structures and

geotecnhical aspects”, são recomendados os seguintes valores para kh e kv:

rSkh /⋅=α ;

hv kk ⋅±= 5,0 para sismos do Tipo 1 (pequena distância focal);

hv kk ⋅±= 33,0 para sismos do Tipo 2 (grande distância focal);

em que:

α - razão entre o valor de cálculo da aceleração de base (aceleração nominal máxima) e a aceleração

da gravidade: ag/g;

Valor da aceleração nominal máxima Zona Sísmica

Acção sísmica tipo 1 Acção sísmica tipo 2 A 2,7 1,6 B 1,9 1,1 C 1,3 0,8 D 0,8 0,5

S - parâmetro de caracterização do tipo de solo. No quadro seguinte são apresentados os valores de

S de acordo com o EC8 (NP ENV 1998-1-1);

Classe de Solo Sismo Tipo 1 Sismo Tipo 2 A 1,0 1,0 B 1,0 1,1 C 1,0 1,2

Solo tipo A – Rocha, areia densa, gravilha ou argila sobreconsolidada;

Solo tipo B – areias de densidade média, gravilha ou argila de consistência

média;

Solo tipo C – solo solto não coesivo.

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r – coeficiente que depende do tipo de estrutura de suporte

Tipo de estrutura r Estruturas de suporte tipo gravítico com deslocamentos dr<300αS (em mm) 2,0

Estruturas de suporte tipo gravítico com deslocamentos dr<200αS (em mm) 1,5

Estruturas flexíveis, paredes ancoradas e pregadas, paredes assentes em estacas 1,0

4. Combinações de acções

4.1 De Acordo com o RSA

4.1.1 Para Condições Estáticas

Para a verificação da segurança interna (estados limites últimos) da estrutura de suporte

deve ser considerada as combinações fundamentais:

- Impulso em repouso

SCotoo III ,, 5,15,1 +=

- Impulso activo

SCataa III ,, 5,15,1 +=

4.1.2 Para condições sísmicas

Para a verificação da segurança interna (estados limites últimos) da estrutura de suporte

deve ser considerada as combinações fundamentais:

- Impulso em repouso

SCoSCtoso III ,,2,5,1 ψ+=

- Impulso activo

SCaSCtasa III ,,2,5,1 ψ+=

Nota: o coeficiente de segurança γ=1,5 é aplicado ao impulso sísmico (incluindo as cargas

permanentes que o compõem).

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Determinação do Impulso Sísmico em Estruturas de Suporte

4.2 De Acordo com o Eurocódigo 7 (EC7)

De acordo com o EC7: Projecto Geotécnico devem ser considerado os seguintes casos:

Acções Propriedades do Terreno (γm) Permanentes

γG Variáveis

γQ Caso

Desfavoráveis Favoráveis Desfavoráveis γφ´ * γc´ γcu

A [1,00] [0,95] [1,50] [1,10] [1,30] [1,20] B [1,35] [1,00] [1,50] [1,00] [1,00] [1,00] C [1,00] [1,00] [1,30] [1,25] [1,60] [1,40]

*este valor refere-se à tanφ´. O valor de cálculo é dado por: ),/φ(ATN( kd 251)tan ′=′φ

[ ] – “valores em caixa”. São valores indicativos que devem ser submetidos à apreciação da regulamentação de cada País.

Caso B – O caso B é normalmente crítico para a verificação de segurança no projecto de elementos

estruturais envolvidos em fundações ou estruturas de suporte (verificação interna).

- condições estáticas (impulso em repouso e activo)

SCoto III ,,0 5,135,1 += ; SCataa III ,, 5,135,1 +=

- condições sísmicas (impulso em repouso e activo)

SCoSCosos III ,,25,1 ⋅+= ψ ; SCaSCasas III ,,25,1 ⋅+= ψ

Caso C – O caso C é normalmente crítico para a verificação da estabilidade de taludes, a fixação da

dimensão dos elementos estruturais das fundações ou das contenções e por vezes para a resistência

dos elementos estruturais (verificação externa). Quando a verificação da segurança não envolve a

resistência do terreno o caso C é irrelevante.

- condições estáticas (impulso em repouso e activo)

SCoto III ,,0 3,1+= ; SCataa III ,, 3,1+=

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Determinação do Impulso Sísmico em Estruturas de Suporte

- condições sísmicas (impulso em repouso e activo)

SCoSCosos III ,,23,1 ⋅+= ψ ; SCaSCasas III ,,23,1 ⋅+= ψ

SCotoo III ,, 3,10,1 +=

Nota: Para o caso C as propriedades do terreno são afectadas por determinados coeficientes parciais

de segurança que afectam a determinação dos impulsos e dos coeficientes de impulso e.

′=′

25,1tan k

d atn φφ

6,1k

dcc′

=′

4,1uk

udcc =

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5. Considerações Finais

Na quantificação dos impulsos não foram considerados os impulsos estáticos e

hidrodinâmicos devido à acção da água. Considerou-se um solo emerso.

O impulso activo em estruturas de suporte de Betão Armado actua numa superfície de

separação entre o terreno aderente ao muro e o maciço suportado, conforme se ilustra na figura

seguinte.

β

β

β

φ

φ

φ

Figura 11 – Inclinação para a resultante do impulso

Além da determinação do valor do impulso importa determinar o seu ponto de aplicação. No

caso do incremento do impulso sísmico, foi considerado que actuava a 2/3h da base da estrutura.

Refere-se no entanto que para estrutura com deslocamentos condicionados (sem atingir o estado

activo) o EC7 propõe que se considere 0,5h e Seed 0,6h para o ponto de aplicação da resultante.

0,8.γ.

δ

0,2.γ.

δ

α.γ.

α.γ.

SeedEC 7

Figura 12 – Ponto de aplicação de Ias segundo o EC 7 e Seed

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6. Exemplo (estruturas de suporte com deslocamentos condicionados)

Considere a cave do exemplo considerado no Exemplo (Galileu:

estrutura exemplo). A cave encontra-se enterrada em 2 lados. Foram

previstas paredes de contenção, para suportar as terras, com

espessura de 0,25 m. A altura de terras considerada foi de 2,8 m.

O edifício a construir será assente num solo arenoso seco,

medianamente compacto [terreno Tipo II (RSA), classe B(EC8)], com

um peso específico de 18 kN/m3. As características mecânicas foram obtidas a partir de ensaios

geotécnicos tendo-se obtido o seguinte valor para o ângulo de atrito interno: º30=′kφ .

Resolução

Este tipo de estruturas são estudadas como sendo uma estrutura de deslocamentos

condicionados.

1. Acções Estáticas

a) Coeficientes de impulso

- Coeficiente de impulso em repouso (Rankine)

φ′−= senKo 1 =0,5

- Coeficiente de impulso activo estático (Coulomb)

( )

( ) ( ) ( )( ) ( )

25,02

2

coscos1coscos

cos

+⋅−−′⋅+′

+⋅+⋅

−′=

λδλββφδφλδλ

λφ

sensenKa =0,3333

∅´=30º - ângulo de atrito interno;

λ =0º - inclinação do paramento da estrutura de suporte;

β = 0º - inclinação do terrapleno no tardoz da estrutura de suporte;

δ =0º - ângulo de atrito terras-muro, (valor do lado da segurança).

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b) Impulsos

- Impulso em repouso (Rankine)

mkNhKI oto /28,358,25,0185,021 22

, =⋅⋅⋅=⋅⋅⋅= γ

mkNhKSCI oSCo /78,25,052, =⋅⋅=⋅⋅=

2. Acções Sísmicas

2.1 Coeficientes de impulso

2.1.1 Coeficiente de impulso activo sísmico (mononobe-Okabe)

( )

( ) ( ) ( )( ) ( )

25,02

2

coscos1coscoscos

cos

++⋅−−−′⋅+′

+⋅++⋅⋅

−−′=

θλδλβθβφδφθλδλθ

θλφ

sensenKas =0,4275

∅´=30º - ângulo de atrito interno;

λ =0º - inclinação do paramento da estrutura de suporte,

β = 0º - inclinação do terrapleno no tardoz da estrutura de suporte;

δ =0º - ângulo de atrito terras-muro, (valor do lado da segurança);

º13,805,01

15,01

=+

= arctgkkarctg

v

kh=0,15 (Zona B, casos correntes de terrenos de fundação)

kv=1/3.kh=0,05

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Determinação do Impulso Sísmico em Estruturas de Suporte

2.1.2 Incremento do coeficiente de impulso activo sísmico

( ) ( ) 1156,03333,04275,005,011 =−⋅+=−⋅±=∆ aasvas KKkK

2.2 Incremento do impulso activo sísmico (Mononobe-Okabe)

- Alternativa 1

mkNhKI asas /2,88,21156,0185,021 22 =⋅⋅⋅=⋅∆⋅⋅=∆ γ

- Alternativa 2

mkNIKKI asa

oos /3,122,8

3333,05,0

=⋅=∆⋅=∆

2.3 Impulso sísmico (Mononobe-Okabe)

- Alternativa 1

mkNIIIII astoostoos /48,432,828,35,, =+=∆+=∆+=

- Alternativa 2

mkNIKKIIII asa

otoostoos /56,472,8

3333,05,028,35,, =+=∆⋅+=∆+=

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Determinação do Impulso Sísmico em Estruturas de Suporte

3. Valor de Cálculo dos Impulsos

3.1 Acção variável base sobrecarga

mkNI terraso /42,63)728,35(5,15,1 ,II SCoSdoh 5,1 ,, =+⋅=+=

II osSdos 5,1,

3.2 Acção variável base sismo

- Alternativa 1

mkNI SC /62,6672,022,652,0 ,0 =⋅+=+=

II osSdos 5,1,

- Alternativa 2

mkNI SCo /74,7272,034,712,0 , =⋅+=+=

Nota: o coeficiente de segurança γ=1,5 é aplicado ao impulso sísmico (incluindo a parcela das

acções permanentes que o compõem).

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