Ma

rço

de

2018

Caros confrades de Sion, Shalom! Desejamos a todos um bom

encerramento da Quaresma e uma profícua celebração da Páscoa do

Senhor, que se aproxima. Alegramo-nos com nosso confrade Pe Jenuário

Béo que celebrou com a comunidade de Arujá seus 50 anos de Ordenação

Sacerdotal. Nós apresentamos neste Informativo uma biografia do Pe

Béo. Neste mês retomamos a reflexão sobre a vocação de Sion com o Pe

Paul Démann; neste número ele nos fala sobre a nossa ligação com Israel.

Apresentamos um texto sobre importância da Srta Louise Humann na

vida do Pe Theodoro Ratisbonne. Sua presença foi fundamental na vida

de Theodoro para sua decisão de abraçar o Cristianismo. Com o Pe

Theodoro refletimos sobre a “a missão angélica desempenhada por São

José junto à Sagrada Família, a qual se perpetua na Igreja, pois as

vocações são irrevogáveis: o que foram na terra, serão eternamente no

céu.”

IN SION FIRMATA SUM Março de 2018

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O LUGAR E A CONDIÇÃO ATUAL DE NOSSA

MISSÃO NA IGREJA

A Missão, desdobramentos das riquezas da redenção e

edificação do Corpo de Cristo, pertence à essência da

Igreja, bem como a Unidade, que consiste o “reunir todos

os filhos de Deus dispersos” (Jo 11, 52),“a fim de que

todos sejam um” (Jo 17,21), à imagem da unidade das

Pessoas divinas, para manifestar seu Amor. Nesse

contexto, a missão da Igreja para com Israel - apesar da

exiguidade numérica deste - é tão essencial quanto sua missão face às

nações ou aos cristãos separados da Unidade, e de qualquer maneira

intimamente ligada a elas. Isso é que dá à missão da Igreja para com

Israel, - e assim a vocação de Sion - seu caráter católico e sua função na

obra do Cristo nos desígnios de Deus.

Se se comparar a missão da Igreja face a Israel, de uma parte, com sua missão com os povos ainda não atingidos pela Revelação, e, de outra parte, com os esforços de unidade direcionados aos cristãos separados, vê-se que ela apresenta mais semelhança com essa. De fato, Israel, como as Igrejas separadas, e mesmo antes dessas, mesmo estando separado, nunca foi estranho a Cristo e à Igreja. Israel não é um povo, uma civilização ou um país onde a Igreja deveria se implantada. Ele está instalado no coração mesmo do mistério cristão e no meio dos povos cristãos. A missão que a Igreja tem para com este Israel não se limita a ação de um grupo restrito de missionários, sustentados pela oração de toda a Igreja, como é o caso das missões em países pagãos. Cada cristão é chamado, direta ou indiretamente, a trazer sua colaboração. O espírito e a ação dos que se consagram por vocação a esta missão devem levar em consideração esta amplidão, assim como para o caso da unidade cristã. Enfim, como as missões da Igreja para com os cristãos separados, e o mais ainda, sua missão com Israel, se exerce num terreno atravancado por milhares de conflitos e complexos, ela deve sobrepujar os obstáculos provenientes de uma ruptura brutal, de uma velha rivalidade, de uma longa separação, de incompreensões, de mal entendidos, de permanentes antagonismos, da recordação amarga de inúmeras humilhações e perseguições; ela deve derrubar o “muro de separação” (Ef 2,14) que o Cristo viera demolir e que nossa estreiteza e nossas durezas, de todos nós, tendem a reconstruir constantemente. Função tanto mais delicada e complexa quando percebemos que ela não se coloca somente em termos espirituais. O drama espiritual do povo de Deus aborda largamente sobre o domínio temporal e cria para Israel uma situação social e humana particular, criando milhares de problemas que vão condicionar o desenvolvimento da missão da Igreja face a Israel. No entanto, convém colocar, face a esses obstáculos, alguns sinais atuais particularmente encorajadores. O isolamento completo onde foi mantido Israel durante séculos em relação aos cristãos, testemunhas de Cristo, terminou com a era das revoluções que trouxe na Europa e na América a emancipação dos judeus. Isto resultou em uma recuperação dos contatos, indispensáveis a todos os negócios, em comunicação, em testemunhos, e também, do lado dos cristãos, em um renovado interesse por Israel, e em um maior esforço para penetrar mais profundamente o mistério de seu destino.

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Numerosas e autênticas conversões foram o fruto tangível desse

desenvolvimento, ao lado de uma evolução geral, lenta, porém

carregada de promessas nas relações entre judeus e cristãos. Nesse

contexto de movimento que a Aparição do 20 de janeiro de 1842, assim

como a conversão e obra de nossos Pais Fundadores, tomam todo seu

significado.

A horrível perseguição que acaba de se abater sobre Israel contribuiu

ainda mais a alargar e a acelerar os esforços para um pensamento e uma

atitude mais cristã para com Israel. Paralelamente a essa evolução, o

sentido da Igreja, o desejo ardente da Unidade, o espírito e as ações

missionárias, a atitude católica em relação aos ‘irmãos separados’ de

todos os campos, o conhecimento e o amor da Bíblia, esse patrimônio

sem preço que possuímos em comum com Israel, conhecem na Igreja

um progresso incontestável que não pode deixar de favorecer bastante o

desabrochar de sua missão para com Israel e constitui, portanto, um

precioso estimulador para as almas consagradas a essa missão.

Paul Démann, nds

(trad. Ilário Mazzarolo, nds)

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191 ANOS DO BATISMO DE PE THEODORO

NO SÁBADO SANTO DE 1827

Deus, que se servira do professor Bautain para iluminar o espírito de

Theodoro, colocou no seu caminho, como no de seu mestre, uma

mulher admirável; Louise Humann, na hora em que precisamente se

fazia sentir a necessidade de uma direção mais íntima. No momento em

que a fé do jovem neófito cessava de ser unicamente especulativa para a

tornar-se prática, a solicitude e a afeição de uma mãe espiritual deviam

preparar a sua alma a plenitude da vida. A Srta Humann velou desde

então sobre Theodoro como que sobre um depósito sagrado,

trabalhando com um irresistível ascendente e uma unção toda maternal

para formar sua alma a vida e as virtudes cristãs.

“Eu encontrara uma verdadeira mãe, escreve

Theodoro em suas Memórias. Tinha ela então 60

anos, e possuía esta admirável beleza d’alma cujos

traços ainda conservo gravados no meu coração e

que a colocava, a meus olhos, acima de todas as

mulheres que até então encontrara. Sua vista

elevava-se por assim dizer acima do mundo e

deixava-me pressentir as perfeições do céu. Tinha

por essa mãe um amor que me depreendia de todo

outro amor e me aproximava de Deus. Fazia-me

ela compreender Nossa Senhora e quanto mais eu a amava, tanto mais

me unia a Jesus Cristo, fonte do verdadeiro amor.”

Pela prática habitual das virtudes elementares, pela fidelidade a um

acertado regulamento e sobretudo pelo exercício da oração, ela levou

Theodoro gradualmente a verdadeira vida cristã e preparou-o para a

recepção, ardentemente desejada, da graça do batismo.

“Um dia recebi uma carta de meu caro mentor, anunciando-me que

meu batismo estava marcado para o dia 14 de abril de 1827, Sábado

Santo de Aleluia. Lembro-me de que, naquele dia, ao sair da casa

paterna, para onde só devia voltar cristão, encontrei meu irmão mais

velho, o qual, apertando-me a mão, disse-me: Aonde vais? Muito perto,

respondi-lhe. Com efeito, só tinha um

passo a fazer: passava do judaísmo ao

cristianismo, da sinagoga a Igreja, de

Moisés a Jesus Cristo, da morte a vida.

Minha mãe, vestida de branco, esperava-

me em um aposento particular. Ela mesma

derramou na minha cabeça a água

regeneradora e tornou-me cristão. Todo o

mundo ignorou o que se passara sob as

vistas de Deus, até o próprio Sr Bautain e

os meus outros amigos. Era eu cristão, isso

me bastava.”

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50 ANOS DE VIDA SACERDOTAL DE PE BÉO

“Um homem que sempre se pôs à escuta, e que na hora certa, sempre interveio com uma palavra certa” - com estas palavras o Padre Donizete Luiz Ribeiro, que é o Padre Geral da Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, se referiu ao Padre Jenuário Béo, cujo aniversário de 50 anos de vida sacerdotal foi celebrado neste domingo último (25 de fevereiro de 2018) na Igreja Matriz Paroquial Senhor Bom Jesus na cidade de Arujá, no Estado de São Paulo. Na homilia o Padre Donizete destacou a

dedicação do Padre Béo à Igreja e à Congregação de Sion em três dimensões: a do religioso consagrado, a do formador, e a do sacerdote. Segundo o Padre Donizete, o Padre Jenuário Béo - ou simplesmente Padre Béo, como é mais conhecido -, sempre insistiu, como formador, no fator ‘vida comunitária’ dentro da vida religiosa

consagrada, e o fez não somente com palavras, mas sobretudo com o seu próprio exemplo. O Superior Geral também destacou que a vida sacerdotal do Padre Béo foi sempre marcada por uma capacidade de ouvir, e que, com espírito de fé, sempre pôde vencer as dificuldades da caminhada religiosa. O Padre Jenuário Béo nasceu em uma fazenda distante 17 quilômetros da cidade de São

José do Rio Pardo, no nordeste do Estado de São Paulo, um lugar relativamente próxima à fronteira com Minas Gerais; segundo suas próprias palavras, “num plano perto de um córrego e ao sopé de algumas montanhas onde se plantava café.” Seu pai era italiano nato, senhor Attilio Béo, e sua mãe era ítalo-brasileira, dona Ana Venezian.

Ingressou no seminário sioniense em 1959, ao que parece por um arranjo da providência divina. Ele conta que seu irmão, em uma ocasião em que tomava carona com o irmão Rubens Solha, referiu a esse que tinha em casa um irmão que gostaria de entrar para o seminário. Três dias depois, o ingresso aconteceu; o Padre Béo foi enviado a São Sebastião do Paraíso e, posteriormente, para Guarulhos, onde faria o seu noviciado sob orientação do Padre Astor Salgado. O Padre Béo conta que foi ordenado em meio a algumas tribulações: as agitações pós-conciliares (Concílio Vaticano II), que causaram muitas desistências

do ministério sacerdotal, ditadura no Brasil… Tribulações estas que não o impediram de se ordenar Presbítero no dia 25 de fevereiro de 1968. O Padre Béo dedicou-se à formação na Congregação por mais de 35 anos, atuando como formador de juniores e postulantes, e também como mestre de noviços. Em 2006 foi eleito Superior Geral da Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion; após esse período, voltou para o quadro de formação, onde se encontra ainda hoje. Padre Béo mora atualmente na Comunidade São João Evangelista, onde exerce a função de formador do aspirantado menor. Padre Béo, obrigado por sua dedicação a Deus, à Igreja, e à Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion. Que Nossa Senhora o abençoe. Cristovão O Silva, nds

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CAPA

Foto de São José com o Menino Jesus na Capela lateral da Paróquia

São José do Ipiranga dos Religiosos de Sion.

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ por PE THEODORO "Eis o servo fiel e prudente que o Senhor estabeleceu sobre sua família"

(Lc 12, 14)

José é o homem entre todos escolhido para desempenhar o papel de pai junto ao Menino Jesus e de esposo junto à Virgem Imaculada. Essa incomparável missão encerra todos os títulos de sua grandeza. São José concorreu para a realização do plano da Providência, encobrindo ao inimigo do gênero humano o segredo da Encarnação do Filho de Deus. Graças ao matrimônio legal contraído entre José e Maria, a velha serpente não conheceu o cumprimento da profecia de Isaías: "Uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho que será chamado Deus conosco, Emanuel". Não existe vocação que se lhe assemelhe; fez de José um homem excepcional. Ele velou sobre a criança e sobre a Mãe, subtraiu-as a todos os perigos, guiou-as em terra estranha e reconduziu-as a Israel. Depositário da confiança de Deus, é o anjo visível da santa Família. Quão poderoso deve ser ante o trono do Altíssimo o servo fiel ao qual confiou Deus esse tesouro do céu e da terra! A missão angélica desempenhada por São José junto à Sagrada Família, perpetua-se na Igreja; pois as vocações são irrevogáveis: o que foram na terra, serão eternamente no céu. José será sempre o mandatário de Deus, o instrumento da Providência. Vela sobre os filhos da Igreja, assim como velou sobre o berço de Belém; preserva-os das ciladas dos inimigos, provã a suas necessidades espirituais e temporais, consola as dores do exílio e conduz à pátria celeste os peregrinos deste mundo. São José é sobretudo o modelo e o guia das almas interiores. Dirijamo-nos a ele para implorar o amor à vida oculta, a ciência da oração e do culto de Deus. Seria muito pouco honrar São José com nossas homenagens, se não procurássemos merecer sua proteção paternal. Migalhas Evangélicas

ANIVERSÁRIO

Nascimento 09.1964 - Pe Carlos A. da R. V. 19.1960 - Pe José D. de Faria 26.1984 - Estevão O. de Souza 31.1987 - Ir Tiago R. Cardoso

Presbiteral 30.1963 - Pe Antônio Glugoski

Equipe de Eventos da Congregação Rua Costa Aguiar, 1266 São Paulo - SP - Brasil

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