INAUGURAÇÃO DA FACHADA DO SINDICATO 2 DE AGOSTO O … · agências e portifólio de...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país INAUGURAÇÃO DA FACHADA DO SINDICATO 2 DE AGOSTO Edição Diária 7253 | Salvador, segunda-feira, 17.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos REFORMA TRABALHISTA Caixa quer esvaziar cadeiras. Vem PDV aí A interferência dos bancos na saúde do bancários Página 2 Página 4 Após a aprovação da reforma trabalhista, o trabalhador está ainda mais vulnerável. Os contratos firmados com 48 milhões de trabalhadores no país poderão ser alterados de acordo com a vontade do patrão. Basta uma conversa entre empregador e empregado, sem a intervenção do sindicato da categoria, para os direitos escorrerem pelo ralo. Página 3 Trabalhador vulnerável Mundo de incertezas. Trabalhadores não têm mais segurança. Os direitos estão na corda bamba

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

INAUGURAÇÃO DA FACHADA DO SINDICATO2 DE AGOSTO

Edição Diária 7253 | Salvador, segunda-feira, 17.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA TRABALHISTA

Caixa quer esvaziar cadeiras. Vem PDV aí

A interferência dos bancos na saúde do bancários

Página 2 Página 4

Após a aprovação da reforma trabalhista, o trabalhador está ainda mais vulnerável. Os contratos firmados com 48 milhões de trabalhadores no país poderão ser alterados de acordo com a vontade do patrão. Basta uma conversa entre empregador e empregado, sem a intervenção do sindicato da categoria, para os direitos escorrerem pelo ralo. Página 3

Trabalhador vulnerável

Mundo de incertezas. Trabalhadores não têm mais segurança. Os direitos estão na corda bamba

Page 2: INAUGURAÇÃO DA FACHADA DO SINDICATO 2 DE AGOSTO O … · agências e portifólio de aproximadamente 1,1 milhão de cartões de crédito. Enquanto aumenta a fatia no mercado, o banco

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 17.07.20172 DESMONTE

Banco pretende abrir mais um PDV para reduzir quadroAnA BeATriz [email protected]

Objetivo é reduzir custos com pessoal para ampliar lucro

jOãO ubaldO - arquivO

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Desligamentos à vista na Caixa. Sucateamento

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTe 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTe 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTe 4590 DrT-BA e rafael Barreto - reg. SrTe-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

Piada mortalMárcio lima*

Às vezes me paro tentan-do entender o porquê de não achar mais graça nas pia-das viralizadas na internet, Whatsapp, Facebook... ane-dotas que satirizam o mo-mento político em que vive-mos. Logo eu que encontrava no desenho, nas charges e caricaturas que produzia nos jornais, uma maneira de curtir com as adversidades e denunciar injustiças, sempre de forma bem humorada, brincando com os episódios mais escabrosos!

Hoje, toda brincadeira, por mais inteligente ou su-til (sempre odiei as muito óbvias), não me tocam nem me afetam mais como an-tes, quando o assunto é cor-rupção, justiça e política.

Tenho medo e receio de ter perdido a capacidade de rir de minhas próprias ma-zelas. Talvez aí esteja algum indício de meu conflito: não consigo rir porque as misé-rias não são só minhas, são de toda uma sociedade que procura forças para emergir de um afogamento brutal, e o pior, sem visualizar um bote salva-vidas à sua fren-te. Nossa Justiça é injusta, nossa honestidade é corrup-ta, nosso altruísmo é egoís-ta, nossa moral é imoral. A ficha caiu! Nenhum senti-mento parece ser mais puro, e sim desvirtuado. Acho que a perda de meu “bom-hu-mor” está relacionada com a perda de esperanças.

O que estou dizendo nes-sas linhas mais parece com um grito desesperado e so-litário de pedido de socor-ro por constatar que nossa política é uma piada, e uma piada mortal.

Minha intenção não é fa-zer análise alguma do ce-nário político brasileiro, na verdade, análise é do que preciso para, quem sabe, um dia poder voltar a rir.

*Márcio Lima é professor de de-senho e artes visuais no instituto Federal de SergipeTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

ESTá mais do que claro que o objetivo do governo é esvaziar, sucatear e desmontar a Caixa.

O presidente do banco, Gilber-to Occhi, disse que estuda abrir mais um PDV (Programa de Demissão Voluntária) este ano. Ainda não há números defini-dos, mas a expectativa é reduzir o quadro de pessoal em cerca de 5 mil pessoas.

A Caixa tem usado do progra-ma para enxugar o número de bancários. Em março, foi con-

cluído um PDV, cuja meta era alcançar 10 mil adesões – 4.645 participaram. O quadro da ins-tituição financeira tinha aproxi-madamente 95 mil empregados, quase 30 mil tinham mais de 15 anos de empresa, um dos requi-sitos para aderir ao programa.

O objetivo claro do banco é reduzir os custos com a mão de obra para alavancar ainda mais a lucratividade. O governo pre-tende inviabilizar o papel da Caixa enquanto banco público, importante para o desenvolvi-mento do país, para justificar a entrega do patrimônio nacional ao grande capital. São os pri-meiros passos da privatização.

EscolaA Escola Ponto de Partida é a

mais nova parceira do Sindicato dos Bancários da Bahia. Localiza-da em Brotas, possui duas unida-des e atende alunos da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. As atividades oferecidas são: edu-cação física, capoeira (educação infantil), música, pesquisa e tec-nologia (do Grupo 5 ao 5º ano) e inglês (a partir do Grupo 3). Como pacote opcional, a instituição tam-bém oferece ballet, teatro, karatê e oficina de violão.

Os bancários sindicalizados possuem desconto de 10%. Mais informações através dos telefones de contato (71) 3356-2961/2914 ou pelo site www.escolapontode-partida.com.br. A Ponto de Parti-da fica localizada na rua Miguel Gustavo, nº 22, Brotas.

CONVÊNIO

Luta pela ampliação de empregados na Caixa é antiga. Banco faz o contrário

O PRESIDENTE Michel Temer sancionou lei que flexibiliza a re-gularização fundiária de terras da União na chamada Amazônia Legal. Sob o nome de Programa Nacional de Regularização Fun-diária, a legislação é baseada na medida provisória 759.

A lei permite a regularização de grandes condomínios em terras griladas, a compra de lo-

Desmatamento liberadotes da reforma agrária por rura-listas após 10 anos da titulação e a venda de terras na Amazônia. Ou seja, mais uma vez, somen-te o grande capital é beneficiado por Temer.

A região da Amazônia Legal abrange os estados do Amazo-nas, Mato Grosso, Pará, Rondô-nia, Roraima, Acre, Tocantins, Amapá e parte do Maranhão.

nova lei de Temer abre

espaço para a ocupação

da Amazônia legal por grandes grupos

econômicos

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 17.07.2017 3REFORMA TRABALHISTA

Contratos podem ser alterados ao bel prazer do patrão BárBArA AguiAr [email protected]

jOãO ubaldO

manOel pOrtO

novas regras golpeiam os trabalhadores

A APROVAÇÃO da reforma tra-balhista, sancionada pelo presi-dente Michel Temer, vai atingir cerca de 48 milhões de traba-lhadores que já possuem con-tratos formais de trabalho. En-tre as alterações possíveis estão bancos de horas, parcelamento de férias, jornada de trabalho, negociação dos intervalos para amamentação e demissão de co-mum acordo com o patrão.

Sem dúvidas, com a flexibi-lização da lei o empregador se beneficia e se o empregado não concordar, a demissão será imi-nente. Tem mais. Caso ocorra a dispensa, o empregado terá de negociar sozinho, sem apoio de sindicato. Ou seja, o foco é real-mente fragilizar o trabalhador.

Outro ponto que muda é a re-dução da porcentagem da mul-ta do FGTS, de 40% para 20%. O aviso prévio será de 15 dias e o trabalhador terá direito a 80% do Fundo, porém, não receberá o seguro-desemprego. É o Con-gresso ultraconservador a favor de dos empresários e contra os interesses de milhões de traba-lhadores.

Itaú deve aumentar fatia no mercadoO ITAú, maior banco privado do país, deve aumentar ainda mais a atuação no sistema financeiro e, consequentemente, os lucros. A Su-perintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou, com cautela, a aprovação da compra do negócio de varejo do Citibank pelo Itaú Unibanco, desde que condi-

cionada à celebração de acordo viabilizando a operação. O Itaú vai incorporar cerca de 315 mil clientes correntistas, 71

agências e portifólio de aproximadamente 1,1 milhão de cartões de crédito. Enquanto aumenta a fatia no mercado, o banco despre-za as condições de trabalho e segue com a política de demissões.

Quem governa é a bancaEM ENTREVISTA coletiva reali-zada na sexta-feira, no Sindicato dos Bancários de Sergipe, o se-nador Roberto Requião (PMDB--PR) fez uma análise sobre a conjuntura política atual do país. Requião abriu a 19ª Conferência Interestadual dos Bancários da Bahia e Sergipe, no sábado, com a palestra “Resistir aos ataques contra os nossos direitos”.

O senador afirmou que há se-letividade na Lava Jato e disse que a reforma da Previdência, em tra-mitação no Congresso Nacional,

não vai passar. Além disso, outras fortes declarações foram feitas.

“A impressão que eu tenho é que a condenação do Lula e o lançamento do filme sobre a Lava Jato estão sendo divulgados para distrair a população do enorme retrocesso das prerrogativas tra-balhistas no país”, pontuou.

“Para mim, Temer não é o presidente da República. Quem manda no Brasil é o Itaú, o Bra-desco, o Santander, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central. Quem manda é a banca”.

Senador roberto requião

participa da abertura da Conferência

interestadual

EM REUNIÃO realizada na sexta-feira, com o Sindicato, o Bradesco prometeu apurar as denúncias de assédio moral na agência de Itapuã, que inclusive motivou paralisação.

O banco também garantiu que as fusões de agências não causarão demissões. O Sindica-to vai acompanhar atentamente o andamento do caso e não he-sitará em reagir à altura se hou-ver desligamentos.

No caso do PDVE (Plano de Desligamento Voluntário Es-pecial), que o banco anunciou e provocou o maior alvoroço entre o funcionalismo, o tema ficou para ser discutido em reunião programada para o dia 20 próxi-

Bradesco promete apuraçãomo, em São Paulo, com a matriz.

Da reunião participaram o presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, o vice Euclides Fa-gundes, mais os diretores Elder Pérez, Fernando Dantas e Gu-temberg Brito. Pelo Bradesco, o diretor regional Flávio Clemente, o gerente geral Fábio Moreno, e a diretora de Recursos Humanos.

SBBA e Bradesco debatem assédio

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 17.07.20174

SAQUE

SAúDE

Humilhação, assédio e pressão prejudicam os trabalhadoresrAFAel [email protected]

depressão, a doença dos bancários

SÓ UMA BOMBA Em política, tudo tem uma interligação. Nada está solto. Portanto, a aprovação da reforma trabalhista no Senado teve grande influência na decisão da Comissão de Cons-tituição e Justiça da Câmara Federal, que negou a liberação para o processo contra o presidente Temer no STF. E se não houver uma grande bomba na delação de Eduardo Cunha, a tendência é a negação se manter no plenário. Diante da decadência moral e ética predominante no Legislativo, no Judiciário, no Executivo, no Ministério Público e na mídia, só mesmo uma bomba de al-tíssimo teor explosivo para derrubá-lo. O homem se plantou no poder. Gostou muito da cadeira e da caneta.

DURO NA QUEDA O cidadão ou cidadã pode até não gostar do personagem, que tanto mal tem feito aos trabalhadores e ao povo, o Fora Temer, indiscutivelmente, é a bandeira que unifica o Brasil, mas há de se reconhecer que o presidente é duro na que-da. E como em política nada é por acaso, está evidente que boa parte das elites ainda o apoia. Afinal, está dando conta do recado neoliberal. A resistência popular precisa se vitaminar bem mais para encarar a fera.

SUJOU, NETO O posicionamento do DEM, que votou a favor da reforma trabalhista e da impunidade para Temer, com certe-za vai pesar muito no futuro da pré-candidatura de ACM Neto ao governo do Estado. Ele comprou briga com os trabalhadores e com expressiva parcela da população, tão indignada com tanta corrupção. Se, eleitoralmente, a situação já estava difícil para o prefeito de Salvador, agora fica muito mais complicada.

NO PLENáRIO Os quatro deputados do DEM na Bahia, to-dos liderados por ACM Neto, votam pela negação do processo contra Temer no STF. Apesar do discurso moralista, José Carlos Aleluia já votou a favor da impunidade na Comissão de Cons-tituição e Justiça. Os outros três – Paulo Azzi, Cláudio Cajado e Elmar Nascimento – farão o mesmo em plenário. O partido fechou questão.

BEM LEMBRADO Muito feliz a comparação do jornalista Alex Solnik, que ao comentar a condenação de Lula, sem nenhu-ma prova, pelo juiz Sérgio Moro, lembrou os casos de Sócrates, Tiradentes, Garcia Lorca e Mandela. Todos condenados pelos algozes do despotismo, mas absolvidos pela História.

DE CORAÇÃO “O juiz do Paraná, Sérgio Moro, lembra Mi-chel Temer. É mais um dos sem brilho próprio, que sobrevivem tentando apagar o alheio. A estrela de Lula é maior. Não se apa-gará de modo algum da História do Brasil, nem do coração das classes humilhadas”. Da filósofa Márcia Tiburi.

DESCOMISSIONAMENTOS, demissões, sentimento de im-potência e inutilidade. São al-guns dos problemas que tiram o sono de diversos bancários em todo o país. A situação é agrava-da com as reestruturações. Os reflexos são sentidos por todos, sejam funcionários de bancos privados ou públicos.

O resultado da política per-versa é observado no aumen-

to das doenças ocupacionais. A mais comum é a depressão. A categoria bancária está en-tre as que mais se afastam por motivo de saúde. No entanto, outros setores também penali-zam o trabalhador.

Estudos sobre saúde mental apontam que 75,3 mil pessoas se afastaram das atividades la-borais em 2016 em razão da de-pressão, o que representa um percentual de 37,8% de todas as licenças tiradas no ano passado.

A sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada, assé-dio moral e a insegurança sobre o emprego são fatores que, de fato, contribuem para o desgas-te mental da categoria.

AFBNB na defesa dos bancos públicos brasileirosDESDE que assaltou o poder, Michel Temer escancarou o plano de desmonte das estatais para privatizá-las. E o Banco do Nordeste está na reta. Por isso, a AFBNB (Associação dos Fun-cionários do Banco do Nordeste

do Brasil) reforçou, na última semana, a mobilização em Bra-sília em defesa da instituição financeira, principal agente fi-nanciador da região.

A movimentação aconteceu em torno da Medida Provisó-

ria 785/2017, que inclui, entre as fontes do Fies (Fundo de Finan-ciamento Estudantil), os recur-sos dos fundos constitucionais.

A AFBNB debateu o assunto com lideranças, elaborou uma proposta de emenda à MP que

serviu de subsídios a parlamen-tares que apresentaram emendas propondo a retirada dos fundos constitucionais e dos fundos de desenvolvimento, inclusive pre-vendo outras fontes de recursos para financiar o Fies.

Modelo de gestão movido a competitividade prejudica a saúde do bancário