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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Fisioterapia ALINE GONÇALVES MORA LAÍS SILVA NASCIMENTO INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS NA UTI NEONATAL DO HUSF Bragança Paulista 2015

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Fisioterapia

ALINE GONÇALVES MORA

LAÍS SILVA NASCIMENTO

INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA EM RECÉM-NASCIDOS

PREMATUROS INTERNADOS NA UTI NEONATAL DO HUSF

Bragança Paulista 2015

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ALINE GONÇALVES MORA- R.A. 001201101269

LAÍS SILVA NASCIMENTO- R.A. 001201100313

INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA EM RECÉM-NASCIDOS

PREMATUROS INTERNADOS NA UTI NEONATAL DO HUSF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora Temática: Prof.ª Esp. Simone

Borba do Carmo Silva Pavan e Prof.ª Esp.

Juliana Seraphin Piera

Orientadora Metodológica: Prof.ª Ma.

Grazielle Aurelina de Sousa Fraga

Bragança Paulista 2015

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ALINE GONÇALVES MORA

LAÍS SILVA NASCIMENTO

INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA EM RECÉM-NASCIDOS

PREMATUROS INTERNADOS NA UTI NEONATAL DO HUSF

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pelo programa de Graduação da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Fisioterapeuta.

Data de aprovação:___/___/___

Banca Examinadora:

Prof.ª Esp. Juliana Seraphin Piera (Orientadora Temática) Universidade São Francisco

Prof.ª Ma. Grazielle Aurelina Fraga de Sousa (Orientadora Metodológica) Universidade São Francisco

Prof.ª Ma. Gianna Carla Cannonieri Nonose (Examinadora Convidada) Universidade São Francisco

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A Deus pelas bênçãos sem fim, pela honra e graça

da existência. Aos nossos pais e familiares, pela

presença, apoio e incentivo durante todo o caminho.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................5

2 OBJETIVO....................................................................................................................7

2.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................................7

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................................7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................8

ARTIGO CIENTÍFICO.....................................................................................................21

APÊNDICE.......................................................................................................................23

ANEXOS..........................................................................................................................25

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, o Brasil vem

apresentando crescimento significativo no número de partos prematuros. Em 2006,

correspondia a 6,6% do total de partos realizados no país e, em 2010 esses valores

chegaram a 9,7% (MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009). Tais índices fazem-nos refletir

sobre a gravidade do nascimento prematuro, que é responsável por 28% dos óbitos

no período neonatal e estes ocorrem principalmente por complicações relacionadas

a integridade e estado maturacional do sistema respiratório

(WORLDHEALTHORGANIZATION., 2007).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de recém-

nascido pré-termo (RNPT) pode ser aplicada a nascimentos que ocorram com

menos de 37 semanas de idade gestacional completa, o que frequentemente está

associado ao baixo peso, que pode ser definido como peso ao nascimento inferior a

2.500 gramas (NASCIMENTO., 2003). Dentre as causas maternas de parto

prematuro podemos citar as alterações placentárias, excesso de líquido amniótico,

idade materna, infecções maternas, primiparidade, tabagismo, etilismo, uso de

drogas ilícitas, trabalho extenuante, colo uterino curto, deficiência nutricional e

precariedade no cuidado pré-natal (BETTIOL et al., 2010).

Devido à imaturidade do sistema respiratório e dificuldade de adaptação

fisiológica, cerca de 66% dos RNPT necessitam de internação em Unidades de

Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e 47% ainda podem apresentar sintomas

pulmonares até o primeiro ano de vida. As afecções respiratórios que mais causam

internações são as infecções, insuficiência respiratória aguda ou crônica e

síndromes aspirativas (BARROS et al., 2006).

O elevado número de complicações respiratórias nos RNPT ocorre devido a

algumas peculiaridades estruturais e funcionais que prejudicam a ventilação alveolar

e a eliminação de secreções das vias aéreas. Dentre elas está a maior

complacência da parede das vias aéreas, maior densidade das glândulas

submucosas, dificuldade de manutenção dos volumes pulmonares por alterações na

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mecânica ventilatória, respiração predominantemente nasal até o quarto ou sexto

mês de vida, menor diâmetro das vias aéreas, deficiência na ventilação colateral,

número reduzido de alvéolos e diminuição ou ausência de surfactante. Tais

alterações predispõem ao colapso de vias aéreas e podem resultar em necessidade

de assistência ventilatória (FRIEDRICHet al., 2005).

A maioria dos recém-nascidos (RN) que necessitam de internação na UTIN

utilizam suporte ventilatório. Por esse motivo é de fundamental importância entender

alguns conceitos básicos da mecânica pulmonar para a correta aplicação e

manuseio do ventilador. É necessário também compreender a fisiopatologia da

doença apresentada pelo paciente, já que os neonatos apresentam peculiaridades

que tornam o trabalho respiratório do paciente aumentado, gerando assim um

aumento no gasto energético e elevação nas demandas de oxigênio (CARVALHO G.

et al., 2013).

A ventilação mecânica é uma forma de manter a oxigenação ou ventilação

dos pacientes de maneira artificial até que estes tenham capacidade de reassumir

sua própria respiração, mantendo o trabalho respiratório reduzido, troca gasosa

adequada e consumo de oxigênio dentro da normalidade, sendo indicada quando

PaCO2 for maior que 55mmHg, o pH menor que 7,25, a PaO2 menor que 50 mmHg

com FiO2 maior que 0,5, em casos de apneia com bradicardia, de obstrução das

vias aéreas, distúrbios da relação ventilação/perfusão, fadiga ou falência dos

músculos respiratórios, parada cardiorrespiratória, doença neuromuscular e

rebaixamento do nível de consciência (CARVALHO R. et al., 2007).

Apesar de todos os benefícios citados acima, a ventilação mecânica pode

trazer efeitos indesejados e deletérios ao sistema respiratório do paciente,

acarretando em aumento do trabalho respiratório, toxicidade pelo oxigênio, displasia

broncopulmonar, atelectasias, retinopatia da prematuridade e pneumonia associada

à ventilação mecânica (ROCHA et al., 2009).

Portanto, diante do aumento do número de RNPT e da necessidade destes

pacientes em receber cuidados especializados, faz-se de grande relevância a

analise da incidência de complicações decorrentes da ventilação mecânica na UTIN,

de modo que possamos desenvolver medidas de prevenção e tratamento eficazes

para tais complicações.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Analisar a incidência de complicações causadas pelo uso de ventilação

mecânica em RNPT com idade gestacional entre 23 e 36 semanas, internados na

UTIN do Hospital Universitário São Francisco, no período de Setembro de 2013 a

Setembro de 2014.

2.2 Objetivos Específicos

Correlacionar peso ao nascimento e incidência de complicações relacionadas ao

uso de Ventilação Mecânica.

Correlacionar idade gestacional com incidência de complicações relacionadas ao

uso de Ventilação Mecânica.

Analisar a influência da Ventilação Mecânica Invasiva sobre a incidência de

complicações respiratórias em recém-nascidos prematuros.

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REFERÊNCIAS

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MARBA, Sérgio T. M. et al . Incidência de hemorragia peri-intraventricular em recém-nascidos de muito baixo peso: análise de 15 anos. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 87, n. 6, p. 505-511, Dec. 2011 . NASCIMENTO, Luiz Fernando Costa. Estudo transversal sobre fatores associados ao baixo peso ao nascer a partir de informações obtidas em sala de vacinação. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife , v. 3, n. 1, p. 37-42, Mar. 2003 . NICOLAU, Carla Marques; FALCAO, Mário Cícero. Influência da fisioterapia respiratória sobre a função cardiopulmonar em recém-nascidos de muito baixo peso. Rev. paul. pediatr., São Paulo , v. 28, n. 2, p. 170-175, June 2010 . OLIVEIRA, C. H.; MORAN, Cristiane Aparecida. Estudo descritivo: ventilação mecânica não invasiva em recém-nascidos pré-termo com síndrome do desconforto respiratório. ConScientiae Saúde, v. 8, n. 3, p. 485-9, 2009. ROCHA, Gustavo et al. Respiratory support strategies for the preterm newborn–National survey 2008. Revista Portuguesa de Pneumologia (English Edition), v. 15, n. 6, p. 1043-1071, 2009. SCHMÖLZER, Georg M. et al. Non-invasive versus invasive respiratory support in preterm infants at birth: systematic review and meta-analysis. BMJ, v. 347, p. f5980, 2013. SILVEIRA, Rita C.; PROCIANOY, Renato S. Lesões isquêmicas cerebrais no recém-nascido pré-termo de muito baixo peso. J Pediatr (Rio J), v. 81, n. 1 Supl, p. S23-32, 2005. SUGUIHARA, Cleide; LESSA, Andrea Cacho. Como minimizar a lesão pulmonar no prematuro extremo: propostas. J Pediatr, v. 81, n. 1 Supl, p. S69-S78, 2005. TAPIA, Jose L. et al. Displasia broncopulmonar: incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-nascidos de muito baixo peso. J Pediatr (Rio J), v. 82, n. 1, p. 15-20, 2006. World Health Organization. Child and adolescent health and development. Department of Child and Adolescent Health and Development(CAH): Geneva. [Citado em 2007 nov. 11]. Disponível em:http://www.who.int/child-adolescent-health/OVERVIEW/CHILD_HEALTH/map_00-03_world.jpg8-11-2007.

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ARTIGO CIENTÍFICO

INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO

MECÂNICA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS NA UTI NEONATAL

DO HUSF

INCIDENCE OF COMPLICATIONS RELATED TO THE MECHANICAL VENTILATION

USE IN PREMATURE NEWBORNS HOSPITALIZED IN THE HUSF NEONATAL ICU

INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO USO DE VENTILAÇÃO

MECÂNICA EM PREMATUROS

INCIDENCE OF COMPLICATIONS RELATED TO THE MECHANICAL VENTILATION

USE IN PREMATURE NEWBORNS

Aline Gonçalves Mora*1,

Laís Silva Nascimento1,

Simone Borba do Carmo Pavan2,

Juliana Seraphin Piera3.

1 Graduandas do curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco;

2 Especialista em Fisioterapia e Neonatologia pela Unicamp;

3 Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória, em Pediatria e Neonatologia pela Santa Casa de São Paulo.

* Autor para correspondência: ENDEREÇO: Rua José Bueno do Prado, 324 Jardim Santa Maria, Bom Jesus dos Perdões-SP- TELEFONE:(11) 97308-7531 - E-mail: [email protected]

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RESUMO

INTRODUÇÃO: Devido à imaturidade do sistema respiratório e dificuldade de adaptação fisiológica,

cerca de 66% dos recém nascidos prematuros (RNPT) necessitam de internação em Unidades de

Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), o que os torna mais propensos ao uso de assistência ventilatória.

Dentre as complicações mais comuns em RNPT que necessitaram de assistência ventilatória está a

Displasia Broncopulmonar (DBP) e a Retinopatia da Prematuridade. Portanto, diante do aumento do

número de nascimentos de RNPT e da necessidade desses pacientes em receber cuidados

especializados, é de grande relevância a analise da incidência de complicações decorrentes da

ventilação mecânica (VM) na UTIN, de modo que possamos desenvolver medidas de prevenção e

tratamento eficazes para tais complicações. OBJETIVO: Analisar a incidência de complicações

causadas pelo uso de VM em RNPT com idade gestacional entre 23 e 37 semanas, internados na UTIN

do Hospital Universitário São Francisco (HUSF), no período de Setembro de 2013 a Setembro de

2014. MÉTODOS: Estudo de caráter analítico retrospectivo, no qual foram analisados os prontuários

de recém-nascidos pré-termo (RNPT) admitidos na UTIN do HUSF. RESULTADOS: Foram

analisados 72 prontuários de RNPT, com média de idade gestacional de 32 ± 3,03 e peso ao

nascimento de 1793 ± 680,93, dos quais 15,6% apresentaram complicações relacionadas ao uso da

VM e 87,6% foram submetidos a tratamento fisioterapêutico durante internação hospitalar.

CONCLUSÃO: O uso de assistência ventilatória invasiva foi um dos fatores desencadeantes para o

aparecimento de complicações nos recém-nascidos pré-termo, sendo a displasia broncopulmonar a

patologia de maior incidência.

Palavras-chave: Prematuridade, Fisioterapia, Displasia Broncopulmonar e Ventilação Mecânica.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Due to the respiratory system immaturity and difficulty of physiological

adaptation, about 66% of the preterm newborn infants (PNB) need to be hospitalized in neonatal

intensive care units (NICU), which makes them more likely to the use of mechanical aid. Among the

most common complications in PNB who required ventilatory aid are the bronchopulmonary dysplasia

(BPD) and the retinopathy of prematurity. Therefore, due to the increase of the preterm newborn

infants (PNB) number, and the need of those patients to receive specialized care, is greatly relevant to

the analysis of the incidence of the complications due to mechanical ventilation (MV) in the NICU,

allowing the development prevention measures and effective treatment of such complications.

OBJECTIVE: To analyze the incidence of complications caused by the use of MV in PNB with

gestational age between 23 and 37 weeks, interned in Hospital Universitário São Francisco (HUSF)

NICU, during September 2013 to September 2014.METHODS: A retrospective analytical character

study, which analyzed the medical records of newborns preterm (PNB) admitted to the NICU of

HUSF.RESULTS:72 PNB medical records were analyzed, with gestational age of 32 ± 3.03 and birth

weight of 1793 ± 680,93, which 15,6% experienced complications related to the use of MV and 87,6%

were submitted to physiotherapeutic treatment during hospitalization. CONCLUSION: The use of

invasive ventilatory support was one of the triggering factors for to the onset of the preterm newborn

infants complications, being the bronchopulmonary dysplasia the most common pathology.

Key-words: Prematurity, physiotherapy, bronchopulmonary dysplasia, mechanical ventilation.

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INTRODUÇÃO

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, o Brasil vem apresentando

crescimento significativo no número de partos prematuros. Em 2006, correspondia a 6,6% do total de

partos realizados no país e, em 2010 esses valores chegaram a 9,7%.¹ Tais índices fazem-nos refletir

sobre a gravidade do nascimento prematuro, que é responsável por 28% dos óbitos no período

neonatal e estes ocorrem principalmente por complicações relacionadas à integridade e estado

maturacional do sistema respiratório.²

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de recém-nascido pré-termo

(RNPT) pode ser aplicada a nascimentos que ocorram com menos de 37 semanas de idade gestacional

completa, o que frequentemente está associado ao baixo peso, que pode ser definido como peso ao

nascimento inferior a 2.500 gramas.3 Dentre as causas maternas de parto prematuro podemos citar as

alterações placentárias, excesso de líquido amniótico, idade materna, infecções maternas,

primiparidade, tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, trabalho extenuante, colo uterino curto,

deficiência nutricional e precariedade no cuidado pré-natal.4

Devido à imaturidade do sistema respiratório e dificuldade de adaptação fisiológica, cerca de

66% dos RNPT necessitam de internação em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e 47%

ainda podem apresentar sintomas pulmonares até o primeiro ano de vida. As afecções respiratórias

que mais causam internações são as infecções, insuficiência respiratória aguda ou crônica e síndromes

aspirativas.5

O elevado número de complicações respiratórias nos RNPT ocorre devido a algumas

peculiaridades estruturais e funcionais que prejudicam a ventilação alveolar e a eliminação de

secreções das vias aéreas. Dentre elas está a maior complacência da parede das vias aéreas, maior

densidade das glândulas submucosas, dificuldade de manutenção dos volumes pulmonares por

alterações na mecânica ventilatória, respiração predominantemente nasal até o quarto ou sexto mês de

vida, menor diâmetro das vias aéreas, deficiência na ventilação colateral, número reduzido de alvéolos

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e diminuição ou ausência de surfactante. Tais alterações predispõem ao colapso de vias aéreas e

podem resultar em necessidade de assistência ventilatória.6

A maioria dos recém-nascidos (RN) que necessitam de internação na UTIN utiliza suporte

ventilatório. Por esse motivo é de fundamental importância entender alguns conceitos básicos da

mecânica pulmonar para a correta aplicação e manuseio do ventilador. É necessário compreender a

fisiopatologia da doença apresentada pelo paciente, já que os neonatos apresentam peculiaridades que

tornam o trabalho respiratório do paciente aumentado, gerando assim um aumento no gasto energético

e elevação nas demandas de oxigênio.7

A ventilação mecânica é uma forma de manter a oxigenação ou ventilação dos pacientes de

maneira artificial até que estes tenham capacidade de reassumir sua própria respiração, com os

objetivos de: reduzir o trabalho respiratório, melhorar troca gasosa e reduzir consumo de oxigênio,

sendo indicada quando PaCO2 for maior que 55mmHg, o pH menor que 7,25, a PaO2 menor que 50

mmHg com FiO2 maior que 0,5, em casos de apneia com bradicardia, de obstrução das vias aéreas,

distúrbios da relação ventilação/perfusão, fadiga ou falência dos músculos respiratórios, parada

cardiorrespiratória, doença neuromuscular e rebaixamento do nível de consciência.8

Porém, mesmo com todos os benefícios citados acima a ventilação mecânica pode causar

efeitos indesejados e deletérios ao sistema respiratório do paciente, como por exemplo, o aumento do

trabalho respiratório, toxicidade pelo oxigênio, displasia broncopulmonar, atelectasias, retinopatia da

prematuridade e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV).9

Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a incidência de complicações causadas

pelo uso de ventilação mecânica em RNPT com idade gestacional entre 23 e 36 semanas, internados

na UTIN do Hospital Universitário São Francisco, no período de Setembro de 2013 a Setembro de

2014.

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METODOLOGIA

Estudo de caráter analítico retrospectivo, no qual foram revisados prontuários e evoluções

médicas de recém-nascidos pré-termo admitidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do

Hospital Universitário São Francisco (HUSF), localizado na cidade de Bragança Paulista, no período

de Setembro de 2013 a Setembro de 2014. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa da

Universidade São Francisco, parecer número 853.503

Foram incluídos na pesquisa prontuários de RN com idade gestacional entre 23 e 36 semanas e

com necessidade de assistência ventilatória invasiva (VMI) e não invasiva (VMNI). Os RN com

presença de malformações congênitas, dados incompletos no prontuário e pacientes transferidos para

outro setor ou instituição foram excluídos do estudo. Para a coleta dos dados foi utilizado um roteiro

de avaliação próprio, onde foram anotadas as variáveis dos prontuários de cada sujeito, tais como:

sexo, peso ao nascimento, idade gestacional, hemorragia intracraniana, nota do índice de APGAR no

1° e 5° minutos, patologias associadas, data de admissão na unidade, tempo em ventilação mecânica e

complicações decorrentes da ventilação mecânica.

Os dados registrados na ficha de avaliação foram revisados manualmente pelas pesquisadoras,

a seguir, transcritos e armazenados em um banco de dados do programa estatístico SPSS 22.0. Para a

analise dos dados foi realizada estatística descritiva, com o cálculo de frequência, porcentagem, média

e desvio padrão. O Teste Exato de Fisher foi utilizado para analisar as associações entre as variáveis

de estudo, sendo considerados significativos os valores de p <0,05.

RESULTADOS

Inicialmente foram analisados 111 prontuários, dos quais 26 foram excluídos por estarem com

idade gestacional acima de 37 semanas e 13 por dados incompletos, restando 72 prontuários. Na tabela

1 são apresentadas as características demográficas da população.

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Tabela 1 - Características demográficas da população

Características Média / Desvio Padrão

Peso Médio (g) 1793,61 ± 680,93

Idade Gestacional (semanas) 32 ± 3,03

Apgar 1° minuto 6,78 ± 1,86

Apgar 5° minuto 8,61 ± 1,18

Em relação ao tipo de assistência ventilatória, observou-se que 43,1% (N= 31) da amostra

utilizaram assistência ventilatória invasiva e 56,9% não invasiva, sendo o tempo de internação e a

incidência de complicações maiores nos pacientes que fizeram uso de VMI. (Tabela 2)

Tabela 2 - Características da Assistência Ventilatória

VMI VMNI

Frequência 43,1% (N=31) 56,9% (N=41)

Incidência de Complicações 27,5% (N=11) 0%

Tempo de Internação 17,65% 7,31%

Fisioterapia 92,5% (N=28) 81,25% (N=33)

Quando analisada a incidência de complicações relacionadas ao uso de assistência ventilatória

invasiva, encontra-se a Displasia Broncopulmonar como a mais frequente na população de estudo.

Observou-se associação estatística significativa entre o uso de assistência ventilatória invasiva

e a incidência de complicações pulmonares (p=0,001). Já os pacientes que fizeram uso de VMNI não

desenvolveram complicações relacionadas a este tipo de assistência ventilatória, encontrando-se

associação estatística significativa (p=0,002). (Figura 1)

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Figura 1 - Incidência de Complicações Respiratórias

NA: não apresentou, DBP: displasia broncopulmonar, PNM: pneumonia, RPT: retinopatia da prematuridade

Ao avaliar a ocorrência de Hemorragia Intracraniana, encontrou-se uma incidência de 15,27%

(N=11) na população do estudo, dos quais 5 pacientes pertenciam ao grupo que apresentou

complicações respiratórias (Tabela 3). Observou-se associação estatística significativa entre HIC e a

incidência de complicações respiratórias relacionadas ao uso de assistência ventilatória (p=0,009).

Tabela 3 - Comparação da População com base na presença ou ausência de Hemorragia Intracraniana

Hemorragia Intracraniana Apresenta Não apresenta

Incidência 15,27% (N=11) 84,73% (N=61)

Fisioterapia 90,90% (N=10) 85,24% (N=52)

Complicações respiratórias 45,50% (N=5) 9,83% (N=6)

Média de IG (semanas) 29 32

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

NA DBP PNM RTP

População Total

VMI

VMNI

100%

84,7%

0% 0% 0%

12,5%

64,5%

1,4%

29,5%

1,4% 3,2% 3,2%

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17

Uso de VMI 72,70% (N=8) 50,81% (N=31)

Uso de VMNI 27,30% (N=3) 49,19% (N=30)

Já o peso ao nascimento, 41,6% (N=30) dos pacientes apresentaram baixo peso, 34,7% (N=25)

muito baixo peso e 6,94% extremo baixo peso (N=5). Não foi encontrada associação estatística

significativa entre peso ao nascimento e incidência de complicações respiratórias (p=0,196). Na figura

2 observamos a comparação de peso ao nascimento da população com complicações respiratórias em

relação à população que não apresentou.

Figura 2 - Peso ao nascimento da população

Quanto à intervenção fisioterapêutica, 87,5% da amostra recebeu este tipo de tratamento, dos

quais somente 13,9% evoluíram com complicações relacionadas ao uso de assistência ventilatória,

porém sem associação estatística significativa entre fisioterapia e incidência de complicações

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Baixo Peso Muito BaixoPeso

ExtremoBaixo Peso

População com Complicações

População sem Complicações

67,21%

9,2%

72,7%

27,86%

% 18,10%

4,92%

< 1000 Gr < 1500 Gr < 2500 Gr

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18

(p=1,00). Dos pacientes que não realizaram fisioterapia, o que corresponde a 12,5% da amostra,

apenas 1,4% evoluiu com complicações respiratórias.

DISCUSSÃO

Com o aumento no número de recém-nascidos pré-termo que necessitam de assistência

ventilatória ao nascimento tornou-se essencial a implementação de ambientes especializados em

cuidados neonatais, com isso a atuação do fisioterapeuta na prevenção e tratamento de complicações

relacionadas ao uso de assistência ventilatória promove uma evolução clinica benéfica ao RN. 10

Devido à imaturidade do sistema respiratório, os RNPT apresentam maior necessidade de

assistência ventilatória. No entanto, a indicação precisa e o manejo adequado da ventilação são

fundamentais para evitar o desenvolvimento de complicações pulmonares e atrasos no

desenvolvimento neuropsicomotor.11

Na população aqui descrita, foi observada associação entre o uso

de VMI e o surgimento de complicações pulmonares. Dados semelhantes foram encontrados no estudo

de Sughihara et al, que aponta a VMI como uma das responsáveis por desencadear a lesão pulmonar

no prematuro, associada a instabilidade alveolar, a toxicidade pelo oxigênio e a liberação de

mediadores inflamatórios.12

Dentre as complicações pulmonares mais frequentes está a DBP, que foi encontrada em maior

porcentagem neste estudo e que pode ser caracterizada como uma doença pulmonar crônica que

acomete RNPT que necessitam de assistência ventilatória por períodos acima de 28 dias após o

nascimento.13

Segundo Gonzaga et al, existe associação entre a permanência prolongada em VMI e o

surgimento de DBP, sendo observado que períodos acima de 15 dias em uso de VMI tornavam as

chances de desenvolvimento da doença significativamente maiores.14

Uma das estratégias adotadas para prevenir ou minimizar a lesão pulmonar em prematuros é a

VMNI, como por exemplo a ventilação com pressão positiva contínua na via aérea (CPAP). O estudo

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19

de Oliveira et al, demonstra que o CPAP vem sendo largamente utilizado na neonatologia por realizar

o recrutamento alveolar, aumentar os volumes pulmonares, estabilizar a caixa torácica, diminuir a

necessidade e o tempo de intubação e melhorar a oxigenação.15

Os resultados aqui descritos

corroboram com os achados da literatura, pois nenhum dos pacientes submetidos ao uso VMNI

evoluíram com complicações respiratórias, além de apresentarem tempo de internação

significativamente menor.

Também observou-se na população do estudo alto de índice de complicações respiratórias em

pacientes que cursaram com Hemorragia Intracraniana, o que ocorre devido a dificuldade de auto

regulação do sistema cardiovascular do RN, resultando em alterações do fluxo sanguíneo cerebral e

consequentemente em eventos vasculares hemorrágicos centrais.16

Segundo Silveira et al, diversos

fatores intra e extravasculares podem influenciar no aparecimento da HIC, sendo um deles a VMI.17

No estudo de Guzman et al, foi encontrada associação entre este tipo de assistência ventilatória e o

aparecimento de sangramento peri-intraventricular.18

Em relação ao peso de nascimento, o estudo de José et al, aponta o baixo peso como um dos

principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações, pois aumenta a necessidade de

suporte ventilatório, o risco de HIC e de sequelas neurológicas .19-20

Apesar da literatura mostrar que o

baixo peso ao nascimento é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de

complicações, os dados do presente estudo se contrapõe a literatura.

A intervenção fisioterapêutica mostrou ser eficaz na prevenção de complicações relacionadas

ao uso de assistência ventilatória, pois dos 63 pacientes submetidos ao tratamento apenas 10 evoluíram

com complicações, nos quais observou-se predominância de muito baixo peso ao nascimento e idade

gestacional média de 29 semanas, sendo que estes fatores podem ter influenciado o surgimento de

complicações respiratórias. De acordo com Nicolau et al, o tratamento fisioterapêutico na UTIN é

responsável pela alta precoce e diminuição do índice de complicações respiratórias e motoras em

RNPT. 21

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20

O presente estudo teve como limitação o número tendencialmente pequeno da amostra, que

pode ter interferido nos resultados estatísticos relacionados ao peso de nascimento. Por esse motivo

sugerimos novos estudos que possam auxiliar no delineamento das características da população de

prematuros com complicações respiratórias.

Conclui-se, que o uso de assistência ventilatória invasiva foi um dos fatores desencadeantes

para o aparecimento de complicações nos recém-nascidos pré-termo, sendo a displasia

broncopulmonar a patologia de maior incidência. Quanto ao peso de nascimento e a idade gestacional

observa-se que tais fatores não interferiram no surgimento de complicações na população do presente

estudo.

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fatores associados em recém-nascidos prematuros. Instituto de Ensino e Pesquisa Albert

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incidência, fatores de risco e utilização de recursos em uma população sul-americana de recém-

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23

APÊNDICE

Questionário de Pesquisa

Data da Avaliação: ____/____/____

Identificação: (iniciais):_________________________________________________

História gestacional

Nº. de filhos: G_____P_____ A_____ Colocação: _____ Ameaça de aborto: (S) (N)

Gemelar: (S) (N) → Colocação:_______________________

Pré-natal (S) (N) Início: ____________ mês

Etilista: (S) (N) Tabagista: (S) (N)

Drogas: (S) (N)

Toxemia: (1) Possível pré-eclâmpsia (2) Pré-eclâmpsia (3) Eclâmpsia

História do Parto

IG__________ Método:__________ Peso______ gr Estatura________cm PC_______cm

Via do parto: (1) vaginal (2) cesárea (3) fórceps

Apresentação: (1) cefálica (2) pélvica (3) córmico (4)outros:___________________

Complicações: (1) circular de cordão (2) prolapso de cordão (3) aspiração de mecônio (4)

outras: __________________________________________________

Índice de Apgar: 1o_____/5o______/10o______/15o_______/20o_______ minuto

Choro ao nascimento: (1) ausente (2) fraco (3) forte

Coloração: (1) pálido (2) roxo (3) róseo

Sucção: (S) (N)

Necessitou de ressuscitação: (S) (N)

Manifestações neonatais:

Fez uso de:

Oxigenioterapia:(S) (N) →(1) Máscara de O2; (2) Tenda de O2; (3) IOT ou nasotraqueal;

(4) Cateter de O2

Quanto tempo: _______________________________________

Hemorragia Intracraniana: (S) (N)

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24

→ Direita: (1) Grau I (2) Grau II (3) Grau III (4) Grau IV

→ Esquerda: (1) Grau I (2) Grau II (3)Grau III (4) Grau IV

Cirurgia: (S) (N) → Qual tipo: ___________________________________________

Tempo de internação: (1) UTIN:_______________ (2) Berçário:________________

Diagnósticos neonatais:________________________________________________

___________________________________________________________________

Complicações da Ventilação Mecânica:____________________________________

___________________________________________________________________

Avaliadora:__________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO A – Modelo de Formatação da Revista Brasileira de Fisioterapia

Escopo e política

O Brazilian Journal of Physical Therapy (BJPT) publica artigos originais de pesquisa,

revisões e comunicações breves, cujo objeto básico de estudo refere-se ao campo de

atuação profissional da Fisioterapia e Reabilitação, veiculando estudos clínicos, básicos ou

aplicados sobre avaliação, prevenção e tratamento das disfunções de movimento. O

conselho editorial do BJPT compromete-se a publicar investigação científica de excelência,

de diferentes áreas do conhecimento. O BJPT segue os princípios da ética na publicação

contidos no código de conduta do Committee on Publication Ethics (COPE).O BJPT publica

os seguintes tipos de estudo, cujos conteúdos devem manter vinculação direta com o

escopo e com as áreas descritas pela revista:

a) Estudos experimentais: estudos que investigam efeito(s) de uma ou mais intervenções

em desfechos diretamente vinculados ao escopo e às áreas do BJPT.

A Organização Mundial de Saúde define ensaio clínico como "qualquer estudo que aloca

prospectivamente participante ou grupos de seres humanos em uma ou mais intervenções

relacionadas à saúde para avaliar efeito(s) em desfecho(s) em saúde". Ensaios clínicos

incluem estudos experimentais de caso único, séries de casos, ensaios controlados não

aleatorizados e ensaios controlados aleatorizados. Estudos do tipo ensaio controlado

aleatorizado (ECA) devem seguir as recomendações de formatação do CONSORT

(Consolidated Standards of Reporting Trials), que estão disponíveis em http://www.consort-

statement.org/consort-statement/overview0/.

O CONSORT checklist e Statement Flow Diagram, disponíveis em

http://www.consortstatement.org/downloads/translations deverão ser preenchidos e

submetidos juntamente com o manuscrito.

Os ensaios clínicos deverão informar registro que satisfaça o Comitê Internacional de

Editores de Revistas Médicas, ex. http://clinicaltrials.gov/ e/ou http://anzctr.org.au/. A lista

completa de todos os registros de ensaios clínicos pode ser encontrada no seguinte

endereço: http://www.who.int/ictrp/network/primary/en/index.html

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b) Estudos observacionais: estudos que investigam relação(ões) entre variáveis de interesse

relacionadas ao escopo e às áreas do BJPT, sem manipulação direta (ex: intervenção).

Estudos observacionais incluem estudos transversais, de coorte e caso-controle.

c) Estudos qualitativos: estudos cujo foco refere-se à compreensão das necessidades,

motivações e comportamentos humanos. O objeto de um estudo qualitativo é pautado pela

análise aprofundada de uma unidade ou temática, o que inclui opiniões, atitudes,

motivações e padrões de comportamento sem quantificação. Estudos qualitativos incluem

pesquisa documental e estudo etnográfico.

d) Estudos de revisão de sistemática: estudos que realizam análise e/ou síntese da literatura

de tema relacionado ao escopo e às áreas do BJPT. Manuscritos de revisão sistemática que

incluem metanálise terão prioridade em relação aos demais estudos de revisão sistemática.

Aqueles manuscritos que apresentam quantidade insuficiente de artigos e/ou artigos de

baixa qualidade selecionados na seção de método e que não apresentam conclusão

assertiva e válida sobre o tema não serão considerados para a análise de revisão por pares.

Os autores deverão utilizar o guideline PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic

Reviews and Meta-Analyses) para a formatação de Artigos de Revisão Sistemática. Esse

guideline está disponível em: http://prisma-statement.org/statement.htm e deverá ser

preenchido e submetido juntamente com o manuscrito. Sugere-se que potenciais autores

consultem o artigo Mancini MC, Cardoso JR, Sampaio RF, Costa LCM, Cabral CMN, Costa

LOP. Tutorial for writing systematic reviews for the Brazilian Journal of Physical Therapy

(BJPT). Braz J Phys Ther. 2014 Nov-Dec; 18(6):471-480. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-

rbf.2014.0077.

e) Estudos de tradução e adaptação transcultural de questionários ou roteiros de avaliação:

estudos direcionados a traduzir e adaptar para línguas e culturas distintas a versão original

de instrumentos de avaliação existentes. Os autores deverão utilizar o check-list (Anexo)

para a formatação desse tipo de artigo, seguindo também as demais recomendações das

normas do BJPT. Respostas ao check-list deverão ser submetidas juntamente com o

manuscrito. É igualmente necessário que os autores incluam uma autorização dos autores

do instrumento original, objeto da tradução e/ou adaptação transcultural na submissão.

f) Estudos metodológicos: estudos centrados no desenvolvimento e/ou avaliação das

propriedades e características clinimétricas de instrumentos de avaliação. Aos autores,

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28

sugere-se utilizar os Guidelines for Reporting Reliability and Agreement Studies (GRRAS)

para a formatação de artigos metodológicos, seguindo também as demais recomendações

das normas do BJPT.

OBS: Estudos que relatam resultados eletromiográficos devem seguir também o Standards

for Reporting EMG Data, recomendados pela ISEK - International Society of

Electrophysiology and Kinesiology (http://www.isek-online.org/standards_emg.html).

Aspectos éticos e legais

A submissão do manuscrito ao BJPT implica que o trabalho não tenha sido submetido

simultaneamente a outro periódico. Os artigos publicados no BJPT são de acesso aberto e

distribuídos sob os termos do Creative Commons Attribution Non-Commercial License

(http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.pt_BR), que permite livre uso não

comercial, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a obra original esteja

devidamente mantida. A reprodução de parte(s) de um manuscrito, mesmo que parcial,

incluindo tradução para outro idioma, necessitará de autorização prévia do editor.

Os autores devem citar os créditos correspondentes. Ideias, dados ou frases de outros

autores, sem as devidas citações e que sugiram indícios de plágio, estarão sujeitas às

sanções conforme código de conduta do COPE.

Quando parte do material tiver sido apresentada em uma comunicação preliminar, em

simpósio, congresso etc., deve ser citada a referência da apresentação como nota de

rodapé na página de título.

O uso de iniciais, nomes ou números de registros hospitalares dos pacientes devem ser

evitados. Um paciente não poderá ser identificado por fotografias, exceto com

consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original no momento da

submissão.

Estudos realizados em humanos devem estar de acordo com os padrões éticos

estabelecidos pelo Comittee on Publication Ethics (COPE) e aprovados por um Comitê de

Ética Institucional. Para os experimentos em animais, devem-se considerar as diretrizes

internacionais (por exemplo, a do Committee for Research and Ethical Issues of the

International Association for the Study of Pain, publicada em PAIN, 16:109-110, 1983).

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29

Reserva-se ao BJPT o direito de não publicar trabalhos que não obedeçam às normas

legais e éticas estabelecidas para pesquisas em seres humanos e experimentos em

animais.

Critérios de autoria

O BJPT recebe, para submissão, manuscritos com até seis (6) autores. A política de autoria

do BJPT pauta-se nas diretrizes para a autoria do Comitê Internacional de Editores de

Revistas Médicas, exigidas para Manuscritos Submetidos a Periódicos Biomédicos

(www.icmje.org), as quais afirmam que "a autoria deve ser baseada em 1) contribuições

substanciais para a concepção e desenho ou aquisição de dados ou análise e interpretação

dos dados; 2) redação do artigo ou revisão crítica do conteúdo intelectual e 3) aprovação

final da versão a ser publicada." As condições 1, 2 e 3 deverão ser contempladas

simultaneamente. Aquisição de financiamento, coleta de dados e/ou análise de dados ou

supervisão geral do grupo de pesquisa, por si sós, não justificam autoria e deverão ser

reconhecidas nos agradecimentos.

Os editores poderão analisar, em caso de excepcionalidade, solicitação para submissão de

manuscrito que exceda seis ( 6) autores. Os critérios para a análise incluem o tipo de

estudo, potencial para citação, qualidade e complexidade metodológica, entre outros.

Nesses casos excepcionais, a contribuição de cada autor deve ser explicitada ao final do

texto, após os agradecimentos e logo antes das referências, conforme orientações do

"International Committee of Medical Journal Editors" e das "Diretrizes" para integridade na

atividade científica, amplamente divulgadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) (http://www.cnpq.br/web/guest/diretrizes).

Os conceitos contidos nos manuscritos são de responsabilidade exclusiva dos autores. Todo

material publicado torna-se propriedade do BJPT, que passa a reservar os direitos

autorais.Portanto, nenhum material publicado no BJPT poderá ser reproduzido sem a

permissão, por escrito, dos editores. Todos os autores de artigos submetidos deverão

assinar um termo de transferência de direitos autorais, que entrará em vigor a partir da data

de aceite do trabalho.

Forma e apresentação do manuscrito

Manuscritos originais

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O BJPT considera a submissão de manuscritos originais com até 3.500 palavras (excluindo-

se página de título, resumo, referências, tabelas, figuras e legendas). Informações contidas

em anexo(s) serão computadas no número de palavras permitidas.

O manuscrito deve ser escrito preferencialmente em inglês. Quando a qualidade da redação

em inglês comprometer a análise e a avaliação do conteúdo do manuscrito, os autores

serão informados.

Recomenda-se que os manuscritos submetidos/traduzidos para o inglês venham

acompanhados de certificação de revisão por serviço profissional de editing and

proofreading. Tal certificação deverá ser anexada à submissão. Sugerem-se os seguintes

serviços abaixo, não excluindo outros:

• American Journal Experts (http://www.journalexperts.com);

• Scribendi (www.scribendi.com);

• Nature Publishing Groups Language Editing

(https://languageediting.nature.com/login).

Antes do corpo do texto do manuscrito (i.e., antes da introdução), deve-se incluir uma

página de título e identificação, palavras-chave, o abstract/resumo e citar os pontos-chave

do estudo. No final do manuscrito, devem-se inserir as referências, tabelas, figuras e anexos

(se houver).

Título e identificação

O título do manuscrito não deve ultrapassar 25 palavras e deve apresentar o máximo de

informações sobre o trabalho. Preferencialmente, os termos utilizados no título não devem

constar da lista de palavras-chave.

A página de identificação do manuscrito deve conter os seguintes dados: Título completo e

título resumido: com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas;

Autores: nome e sobrenome de cada autor em letras maiúsculas, sem titulação, seguidos

por número sobrescrito (expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo

(unidade/instituição/cidade/ estado/ país). Para mais de um autor, separar por vírgula;

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Autor de correspondência: indicar o nome, endereço completo, e-mail e telefone do autor de

correspondência, o qual está autorizado a aprovar as revisões editoriais e complementar

demais informações necessárias ao processo;

Palavras-chave: termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis) em português e em

inglês

Abstract/Resumo

Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único parágrafo, em

português (resumo) e em inglês (abstract), deve ser escrita e colocada logo após a página

de título. Referências, notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas

no resumo/abstract. O resumo e o abstract devem ser apresentados em formato

estruturado.

Introdução

Deve-se informar sobre o objeto investigado devidamente problematizado, explicitar as

relações com outros estudos da área e apresentar justificativa que sustente a necessidade

do desenvolvimento do estudo, além de especificar o(s) objetivo(s) do estudo e hipótese(s),

caso se aplique.

Método

Consiste em descrever o desenho metodológico do estudo e apresentar uma descrição clara

e detalhada dos participantes do estudo, dos procedimentos de coleta,

transformação/redução e análise dos dados de forma a possibilitar reprodutibilidade do

estudo. Para ensaios clínicos, o processo de seleção e alocação dos participantes do estudo

deverá estar organizado em fluxograma, contendo o número de participantes em cada

etapa, bem como as características principais (ver modelo do fluxograma CONSORT).

Quando pertinente ao tipo de estudo, deve-se apresentar o cálculo amostral utilizado para

investigação do(s) efeito(s). Todas as informações necessárias para a justificativa do

tamanho amostral utilizado no estudo devem constar do texto de forma clara.

Devem ser descritas as variáveis dependentes e independentes; deve-se informar se os

pressupostos paramétricos foram atendidos; especificar o programa computacional usado

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na análise dos dados e o nível de significância adotado no estudo e especificar os testes

estatísticos aplicados e sua finalidade.

Resultados

Devem ser apresentados de forma breve e concisa. Resultados pertinentes devem ser

reportados utilizando texto e/ou tabelas e/ou figuras. Não se devem duplicar os dados

constantes em tabelas e figuras no texto do manuscrito.

Os resultados devem ser apresentados por meio de medidas de tendência e variabilidade

(por ex: média (DP), evitar média±DP) em gráficos ou tabelas autoexplicativas; apresentar

medidas da magnitude (por ex: tamanho do efeito) e/ou precisão das estimativas (por ex:

intervalos de confiança); relatar o poder de testes estatísticos não significantes.

Discussão

O objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos já

existentes e disponíveis na literatura, principalmente àqueles que foram indicados na

introdução. Novas descobertas devem ser enfatizadas com a devida cautela. Os dados

apresentados no método e/ou nos resultados não devem ser repetidos. Limitações do

estudo, implicações e aplicação clínica para as áreas de Fisioterapia e Reabilitação deverão

ser explicitadas.

Referências

O número recomendado é de 30 referências, exceto para estudos de revisão da literatura.

Deve-se evitar que sejam utilizadas referências que não sejam acessíveis

internacionalmente, como teses e monografias, resultados e trabalhos não publicados e

comunicação pessoal. As referências devem ser organizadas em sequência numérica de

acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os

Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados

pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas – ICMJE.

Os títulos de periódicos devem ser escritos de forma abreviada, de acordo com a List of

Journals do Index Medicus. As citações das referências devem ser mencionadas no texto

em números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das informações das

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referências constantes no manuscrito e sua correta citação no texto são de responsabilidade

do(s) autor(es).

Exemplos: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.

Tabelas, Figuras e Anexos.

As tabelas e figuras são limitadas a cinco (5) no total. Os anexos serão computados no

número de palavras permitidas no manuscrito. Em caso de tabelas, figuras e anexos já

publicados, os autores deverão apresentar documento de permissão assinado pelo autor ou

editores no momento da

submissão

Para artigos submetidos em língua portuguesa, a(s) versão(ões) em inglês da(s) tabela(s),

figura(s) e anexo(s) e suas respectivas legendas deverão ser anexadas no sistema como

documento suplementar.

-Tabelas: devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas

(máximo permitido: uma página, tamanho A4, em espaçamento duplo), devem ser

numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e apresentadas no final do texto.

Não se recomendam tabelas pequenas que possam ser descritas no texto. Alguns

resultados simples são mais bem apresentados em uma frase e não em uma tabela.

-Figuras: devem ser citadas e numeradas, consecutivamente, em algarismos arábicos na

ordem em que aparecem no texto. Informações constantes nas figuras não devem repetir

dados descritos em tabela(s) ou no texto do manuscrito. O título e a(s) legenda(s) devem

tornar as tabelas e figuras compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Todas as

legendas devem ser digitadas em espaço duplo, e todos os símbolos e abreviações devem

ser explicados. Letras em caixa-alta (A, B, C etc.) devem ser usadas para identificar as

partes individuais de figuras múltiplas.

Se possível, todos os símbolos devem aparecer nas legendas; entretanto símbolos para

identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde

que não dificulte a análise dos dados. As figuras coloridas serão publicadas apenas na

versão on-line. Em relação à arte final, todas as figuras devem estar em alta resolução ou

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em sua versão original. Figuras de baixa qualidade não serão aceitas e podem resultar em

atrasos no processo de revisão e publicação.

-Agradecimentos: devem incluir declarações de contribuições importantes, especificando

sua natureza. Os autores são responsáveis pela obtenção da autorização das

pessoas/instituições nomeadas nos agradecimentos.

Comunicações breves ou short comunication

O BJPT publicará um short communication por número (até seis por ano), e a sua

formatação é semelhante à do artigo original, com 1200 palavras, até duas figuras, uma

tabela e dez referências bibliográficas.

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ANEXO B – Carta de Aprovação do Comitê de Ética

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