INCIDÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA ......Incidência de parasitoses intestinais na...

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

    CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    INCIDÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO

    MUNICIPIO DE JURU, PARAIBA, BRASIL.

    NATÁLIA FERNANDES ARAÚJO

    PATOS- PB

    2016

  • NATÁLIA FERNANDES ARAÚJO

    INCIDÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO

    MUNICIPIO DE JURU, PARAIBA, BRASIL.

    ORIENTADOR: PROF. DR. EDNALDO QUEIROGA DE LIMA

    PATOS-PB

    2016

    Trabalho de Conclusão de Curso

    apresentado a Unidade Acadêmica de

    Ciências Biológicas da Universidade

    Federal de Campina Grande, Campus de

    Patos PB, como requisito para obtenção do

    grau de Licenciada em Ciências

    Biológicas.

  • FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

    A658i

    Araújo, Natália Fernandes

    Incidência de parasitoses intestinais na população humana do município de Juru, Paraíba, Brasil / Natália Fernandes Araújo. – Patos,

    2016.

    26f. : il. color.

    Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016.

    “Orientação: Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima”

    Referências.

    1. Prevalência. 2. Protozooses. 3. Helmintoses.

    4. Parasitoses intestinais. I. Título.

    CDU 576.8

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado força, saúde e perseverança para chegar até aqui,

    sem ele eu nada seria.

    Aos meus pais, Pedro e Edilma a quem dedico essa vitória, e agradeço tudo que fizeram por mim,

    sei o quanto vocês desejaram me ver aqui e que fizeram até o impossível para que eu conseguisse

    alcançar esse objetivo. Só nós sabemos o quanto foi difícil e quantas provações passamos juntos.

    Mas, como vocês mesmos dizem, no tempo de Deus tudo saí perfeito.

    Aos meus avós, que sempre me incentivaram a estudar e querer o melhor para o meu futuro. De

    modo especial o meu avô Valdemar que não poderá estar comigo em matéria, mais sei que de onde

    estiver se alegrará ao ver que sua neguinha conseguiu. O seu abraço me fará muita falta no fim dessa

    etapa.

    Aos poucos e verdadeiros amigos, agradeço por toda força e pelas muitas orações dedicadas a

    mim, sei que estão todos muito felizes. Em especial a minha amiga, parceira e irmã de outra mãe,

    Havane Estefane. Com você amiga vivi os melhores e também os mais difíceis momentos de minha

    vida. Jamais esquecerei de todo o carinho que você teve para comigo, de todas as vezes que pensei

    em jogar tudo para o alto e desistir e você me abraçava e dizia: Calma amiga, Deus tem um propósito

    para nossa vida e sei que tudo que a gente passar, vai servir para nos fortalecer. E agora que

    encerramos este ciclo, posso dizer que valeu, valeu muito a pena ter passado por tudo isso, Obrigado

    minha amiga-irmã!

    Agradeço ao Dr. Nilton Feitosa pela sua colaboração e a direção do Hospital e Maternidade Isaura

    Pires de Carmo por toda disponibilidade e ajuda na coleta dos dados.

    E por último e não menos importante agradeço ao meu orientador, o professor Ednaldo Queiroga

    de Lima, não apenas por ter me dado à honra de tê-lo participando dessa etapa conclusiva de minha

    licenciatura. Mas, por todos os seus ensinamentos, pela sua dedicação e por todo o apoio dado a nossa

    pesquisa. Saiba professor, que se um dia eu chegar a ser para os meus alunos, apenas um pouquinho

    do que o senhor foi para mim, nesse dia saberei que fiz a escolha certa.

    Meu muito obrigado a todos que me ajudaram direta ou indiretamente, e as minhas luluzinhas

    serei grata por toda a vida e todos estarão sempre em minhas orações.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Localização do município de Juru, PB...................................................................12

    Figura 2 - Unidade de saúde Hospital e Maternidade Isaura Pires Do Carmo.......................12

    Figura 3 - Comparação entre amostras parasitadas e não parasitadas.....................................14

    Figura 4 - Comparação entre casos de monoparasitose e poliparasitose.................................14

    Figura 5 - Prevalência de casos positivos de acordo com a idade ..........................................15

    Figura 6- Distribuição de protozoozes e helmintoses encontradas em pacientes infectados e

    associação parasitária nestes indivíduos.....................................................................................17

    Figura 7- Protozoários que prevaleceram na população estudada ..........................................18

    Figura 8- Helmintos que prevaleceram na população estudada...............................................19

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 - Prevalência de parasitoses intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes

    realizados no município de Juru, no período de Janeiro de 2010 á Dezembro de

    2015..........................................................................................................................................16

    TABELA 2 - Percentagens obtidas através das respostas das perguntas mais significativas do

    questionário..............................................................................................................................20

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................Pág.9 2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... .............Pág.11

    3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ Pág.13

    4 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ Pág.21

    5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... Pág.22

    6 ANEXOS ................................................................................................................................ Pág.24

    7 NORMAS DA REVISTA........................................................................................................Pág.26

  • INCIDÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO

    MUNICIPIO DE JURU, PARAIBA, BRASIL.

    NATALIA FERNANDES ARAUJO¹, EDNALDO QUEIROGA DE LIMA².

    1. Graduanda em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Campina Grande,

    Campus de Patos. ([email protected]).

    2. Professor da Disciplina de Parasitologia da Universidade Federal de Campina Grande,

    Campus de Patos. Farmacêutico- Bioquímico. ([email protected])

    RESUMO

    As parasitoses intestinais são vistas como sendo, um problema sério de saúde no Brasil. Atingindo

    uma parcela considerável da população, apresentando-se em maior parte nos países em

    desenvolvimento. Este trabalho teve como objetivo avaliar a incidência de parasitoses intestinais e

    conhecer as condições higiênico sanitárias em que se encontram a população humana do município

    de Juru-Paraíba; e fazer uma relação entre a incidência parasitaria e o conhecimento da população

    sobre parasitoses. A coleta de dados foi feita no laboratório do Hospital e Maternidade Isaura Pires

    do Carmo, com o auxilio do bioquímico responsável. Foram analisados os resultados dos exames

    parasitológicos referentes ao período de janeiro de 2010 á dezembro de 2015, e os mesmos foram

    separados em positivos e negativos. Sendo então, avaliados os parasitas encontrados e sua constância

    em resultados positivos. Do total de 2.326 exames realizados, 48,37% são positivos, onde entre estes

    Entamoeba Histolytica foi o protozoário mais frequente, com 435 casos (38,67%) e entre os helmintos

    o Hymenolepis nana com 6 casos (0,53%). Dentre os resultados positivos para parasitoses, 78,22%

    apresentaram quadro de monoparasitose, e 21,78% para poliparasitose, e conclui-se que quase 50%

    dos pacientes, se encontravam infectados por alguma espécie de parasita. Constatou-se que os

    protozoários são mais detectados em relação aos helmintos e que se torna indispensável à criação de

    medidas que possam ajudar no controle e combate destes parasitas, para assim evitar que dados como

    estes cresçam ainda mais.

    Palavras- Chave: Prevalência, Protozooses, Helmintoses, Parasitoses Intestinais.

  • ABSTRACT

    Intestinal parasites are seen as a serious health problem in Brazil. Reaching a considerable portion of

    the population, performing in most of developing countries. This study aimed to evaluate the

    incidence of intestinal parasites and meet the hygienic sanitary conditions in which they are the human

    population of the municipality of Juru, PB; and make a relationship between parasite incidence and

    knowledge of population on parasites. Data collection was done in the laboratory of the Hospital e

    Maternidade Isaura Pires do Carmo, with the help of responsible biochemist. The results of

    parasitological examinations were analyzed regarding the period from January 2010 to December

    2015, and they were separated into positive and negative. And evaluated the parasites found and their

    constancy in positive results. Of the 2,326 tests carried out, 48.37% positive, where between these

    Entamoeba histolytica was the most frequent protozoan, with 435 cases (38.67%) and among the

    helminths Hymenolepis nana with 6 cases (0.53%). The positive for parasites, 78.22%

    monoparasitose presented above, and 21.78% for poliparasitose, and it is concluded that nearly 50%

    of patients were infected by some parasite. It was found that protozoa are more detected in relation

    to helminths and that is indispensable the creation of measures that can help in controlling and

    combating these parasites, so as to prevent such data like to grow further.

    Key-words: Prevalence, Protozoa, Helminths, Intestinal Parasites.

  • 9

    1 Introdução

    As parasitoses intestinais constituem um importante problema de saúde pública no Brasil, em

    função da alta prevalência encontrada em determinadas regiões. Sua ocorrência na população reflete

    as desigualdades no padrão de desenvolvimento socioeconômico e as diferenças nas condições de

    vida. Predomina em zonas rurais e periferias das grandes cidades, onde habitam populações de baixa

    renda (1).

    Estima-se que infecções intestinais causadas por helmintos e protozoários afetem cerca de 3,5

    bilhões de pessoas, causando enfermidades em cerca de 450 milhões ao redor do mundo, sendo a

    maior parte em crianças. Desnutrição, anemia, diminuição no crescimento, retardo cognitivo,

    irritabilidade, aumento de suscetibilidade a outras infecções e complicações agudas são algumas das

    morbidades decorrentes (2).

    A frequência de parasitoses intestinais em nosso país é sabidamente elevada, assim como nos

    demais países em desenvolvimento, sofrendo variações quanto à região de cada país, as condições de

    saneamento básico, ao nível socioeconômico, ao grau de escolaridade, a idade e aos hábitos de higiene

    dos indivíduos (3).

    As parasitoses podem ser adquiridas através da ingestão de ovos, cistos, larvas e adultos de

    helmintos e protozoários encontrados no solo, podendo os ovos e os cistos serem levados pela poeira

    aos alimentos ou serem arrastados por correntes de água (4).

    No caso da água, a contaminação ocorre através de enxurradas que atingem mananciais utilizados

    no abastecimento de cidades e na irrigação de plantações, inclusive hortaliças (5). Outra forma de

    contaminação é através das mãos sujas levadas diretamente á boca, tanto por adultos como por

    crianças e também por larvas que penetram ativamente na pele (6).

    A falta de informação a respeito das medidas preventivas, principalmente entre populações menos

    favorecidas, é condicionante para disseminação das parasitoses. Fazendo com que, a população

    muitas vezes não reconheça os sérios danos que os parasitas causam a saúde.

    Existem três tipos de prevenções contra as doenças parasitarias: Prevenção primaria, secundaria

    e terciaria. A primeira diz respeito ás maneiras profiláticas de controle, a segunda é aquela medida

  • 10

    que age de maneira a impedir a propagação das doenças, e a terceira medida propende impedir a

    inaptidão total dos indivíduos (7).

    Sendo assim a Promoção de Saúde surge como uma estratégia defendida pela OMS, que

    apresenta como componente essencial o estabelecimento de politicas públicas que favoreçam o

    desenvolvimento de habilidades pessoais e coletivas visando à melhoria da qualidade de vida e de

    saúde (8). Neste sentido, é importante que se comece a atuar justamente na idade infantil, estimulando

    o desenvolvimento da responsabilização sobre seu próprio bem-estar e, consequentemente,

    contribuindo para a manutenção de um ambiente saudável (9).

    Com base na literatura analisada, notou-se que no Brasil as parasitoses intestinais seguem sendo

    um grave problema de saúde, e seus índices de prevalência ainda permanecem altos. Então, se fazem

    necessários novos estudos, para assim levar mais informações á sociedade. Deste modo este trabalho

    tem como propósito fornecer uma resposta a população de Juru, PB, Brasil, sobre as parasitoses

    intestinais frequentes, procurando traçar um perfil epidemiológico parasitário do município.

    Este levantamento irá contribuir na conscientização da população sobre o combate a essa

    patologia, para que assim possam ter acesso a dados mais precisos, que mostrem os riscos que a

    população corre ao não ter condições sanitárias apropriadas. E será de grande importância já que é o

    primeiro trabalho desta natureza, realizado no município.

  • 11

    2 Material e Métodos

    2.1 Coleta de Dados

    O presente trabalho foi realizado através da coleta de dados dos resultados de exames

    parasitológicos, a partir dos resultados registrados em prontuários médicos e arquivados no

    programa Apluslab do Laboratório de Analises Clínicas do Hospital e Maternidade Isaura Pires do

    Carmo, na Cidade de Juru – PB.

    Os dados foram registrados por escrito, na forma de pesquisa descritiva com abordagem

    quantitativa, onde foi realizada uma análise que buscou traçar o perfil epidemiológico parasitário do

    município.

    Os resultados observados foram referentes ao período de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2015,

    os mesmos foram separados em positivos e negativos para os exames parasitológicos.

    Posteriormente foram analisados os parasitas encontrados e sua frequência nos resultados positivos.

    Essa frequência de casos também foi observada segundo o sexo do paciente, faixa etária e a espécie

    do parasita sendo avaliados também os índices de monoparasitismo e poliparasitismo.

    Os dados foram analisados utilizando o software Microsoft Excel®, versão 2010, onde os

    resultados foram expressos em tabelas e gráficos, sendo comparados com a literatura especifica.

    2.2 Área de Estudo

    O estudo foi realizado no município de Juru, PB, que esta localizada na região do semiárido

    brasileiro, onde pode ser visualizado na Figura 1, o município se estende por uma área territorial de

    aproximadamente 403 km², está a uma altitude de 615 metros acima do nível do mar, e as

    coordenadas geográficas são de Latitude: 07º32’29’’ Sul, Longitude: 37º48’44’’ Oeste. Encontra-se

    a uma distância de 398 km da capital, Joao Pessoa. No último senso a população era de

    aproximadamente 9.826 habitantes, e a densidade demográfica de 24,37 hab/km². O clima é tropical

    semiárido com chuvas de verão com baixos índices pluviométricos, dados do (Instituto Brasileiro

    de Geografia e Estatística, IBGE) (10).

  • 12

    Figura 1: Localização, Juru, Paraíba.

    Fonte: IBGE localização, 2010.

    O município possui seis estabelecimentos de Programa de saúde Familiar SUS, onde destes três

    estão localizados na zona rural e três na zona urbana e um laboratório de análises clínicas do Hospital

    e Maternidade Isaura Pires do Carmo que atende a toda população juruense, de onde foram coletados

    os dados necessários para este estudo, visto aparte na Figura 2.

    Figura 2. Unidade de saúde Hospital e Maternidade Isaura Pires do Carmo

    Fonte: Acervo Pessoal

    O saneamento básico do município, gestão conjunta de tratamento de água, esgoto, manejo e

    limpeza de águas pluviais, são formados pelo sistema de abastecimento de água que atende

    especificamente dos moradores da área urbana com água tratada, e para a população rural são adotados

    programas de acompanhamento familiar e distribuição de cloro. Assim, como a rede de esgoto só é

    existente no meio urbano (10).

  • 13

    3 Resultados e Discussão

    Foram registrados, durante os períodos de Janeiro de 2010 á Dezembro de 2015, 2.326 analises

    de exames de fezes existentes para patologias parasitárias intestinais. Deste total 1.201 (51,63%)

    apresentaram resultados negativos e 1.125 (48,37%) foram positivos como mostra a figura 3.

    Para que a alta prevalência de parasitoses intestinais no Brasil possa ser controlada, é necessário

    que sejam feitas melhorias no projeto de saneamento básico, elaboração de atividades

    socioeducativas relacionadas ao tema e conscientizar a população sobre a importância dos hábitos

    de higiene.

    Esse percentual de casos positivos identificados no presente estudo se mostrou semelhante ao

    resultado de um estudo realizado em Tangará da Serra, MT, onde das 1.596 amostras analisadas

    51,4% apresentaram resultados positivos ao exame parasitológico de fezes e 48,6% apresentaram

    resultado negativo (11), um percentual positivo mais alto, do que os mencionados em outros

    trabalhos.

    Dados obtidos no município de Limoeiro do Norte, Ceará, para uma amostra de 1.266 pacientes,

    indicaram que 23,3% apresentaram casos positivos para parasitoses (12).

    Em uma pesquisa realizada na cidade de Bom Jesus dos Perdões, SP, de 2.524 casos (15,69%)

    foram positivos (13), demonstrando que os dados do município de Juru, PB, de 48,37% positivos,

    apresentam-se em nível preocupante, necessitando assim da realização em curto prazo, de projetos

    de gestão em saúde com intuito de reduzir esses índices, levando em conta que a população em

    amostra, foi examinada após indicação medico através da ficha de anamnese.

  • 14

    Figura 3. Comparação entre amostras parasitadas e não parasitadas (N= 2.326)

    Na Figura 4, dos 1.125 resultados positivos 880 (78,22%) apresentam quadros de

    monoparasitose e 245 (21,78%) poliparasitose. Ou seja, em sua maioria os indivíduos possuem

    apenas um tipo parasita intestinal.

    Correlacionando os dados da Figura 4 com um trabalho de Prevalência de parasitoses na cidade

    de Água Branca, PB, onde a análise de 630 prontuários, 86,98% foram casos de monoparasitose (14).

    Figura 4. Comparação entre casos de monoparasitose e poliparasitose (N=1.125)

    O perfil sociodemográfico foi descrito em domínios divergentes: masculino e feminino, e foi

    encontrado dentre os resultados para gênero a presença de parasitoses em 64,23% feminino, e 35,77%

    masculino.

    48,37%

    51,63%

    Positivos Negativos

    78,22%

    21,78%

    Monoparasitose Poliparasitose

  • 15

    Em um estudo realizado na cidade de Assis, SP, a relação com a variante gênero determinou que

    51,4% eram femininos e 48,6% masculinos, dos pacientes da amostra das analises parasitarias (15).

    Esta prevalência de infecções no sexo feminino pode ser justificada pelo fato das mulheres

    estarem mais expostas a ambientes que propiciam a disseminação das formas infectantes dos parasitas

    intestinais (16).

    De acordo com a idade, (Figura 5), a analise de faixa etária foi dividida 0 á 90 anos dos resultados

    referentes aos anos de 2013 á 2015. Nas atas verificadas onde estavam registrados os resultados de

    2010 á 2012, a idade do paciente não estava descriminada, destacando-se como um elemento entre

    os dados. A faixa etária com maior prevalência foi de 0 á 15 anos.

    Figura 5. Prevalência de casos positivos de acordo com a idade (N=1.125)

    Como podemos observar na Figura acima, a maior incidência de parasitoses foi entre 0 e 15 anos,

    período de idade escolar, onde a criança ainda não tem seu sistema imunológico totalmente formado,

    e nesse período ela se mostra mais vulnerável a quadros de infecção e esse agravante também se dá

    ao fato da criança não dar a devida importância aos hábitos de higiene. A porcentagem diminui com

    o aumento da idade, visto que indivíduos adultos tendem a praticar de maneira correta os hábitos de

    higienização.

    Para as avaliações dos parasitas encontrados no trabalho, destacou-se Entamoeba histolytica

    como o protozoário mais frequente, e Hymenolepis nana entre os helmintos.

    17,60%

    13,33%

    12,62%

    9,78%7,56%

    4,00%

    35,11%

    0 á 15

    16 á 30

    31 á 45

    46 á 60

    61 á 75

    76 á 90

    Não Identificaram idade

  • 16

    Dentre as diversas espécies de ameba, a E. histolytica é a única considerada invasiva, com

    prevalência elevada em regiões tropicais, principalmente em comunidades que vivem em condições

    sanitárias inadequadas(17) . No Brasil, por exemplo, a prevalência da protozoose é bastante variável

    (5,6% a 40,0%) em suas diferentes regiões, assim como sua patogenicidade e virulência.

    O Hymenolepis nana é mais frequente no sul do Brasil, onde a prevalência pode atingir taxas

    maiores que 10%. A frequência observada na amostra estudada para H. nana corresponde às taxas

    de ocorrência encontradas nas regiões Norte e Nordeste, que variam de 0,04% a 1,78% (18).

    TABELA 1 Prevalência de parasitos intestinais em resultados de exames parasitológicos de fezes

    realizados no município de Juru, no período de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2015.

    Intensidade de Parasitismo

    Parasito Quantitativo de casos Frequência

    Entamoeba histolytica

    Endolimax nana

    E.coli

    Giárdia lamblia

    Hymenolepis nana

    Iodamoeba butschlii

    Ancylostoma duodenale

    Ascaris lumbricoides

    435 38,67%

    355 31,55%

    169 15,02%

    154 13,69%

    6 0,53%

    2 0,18%

    2 0,18%

    2 0,18%

    Separando em protozoozes e helmintoses, verifica-se a relação de incidência da amostra, onde

    97,78% foram de pacientes com protozoários, e um pequeno percentual de 0,89% de helmintos,

    1,33% apresenta associação dos dois parasitas intestinais.

    Fazendo similaridade com um trabalho no município de Chapadinha, MA, onde se constatou que

    das amostras positivas para parasitos, 80,1% correspondem a protozoários (19).

  • 17

    Figura 6. Distribuição de protozoozes e helmintoses encontradas em pacientes infectados e

    associação parasitária nos indivíduos.

    Segundo a prevalência de parasitoses definida por idade, assim como mostra a figura 5, os

    parasitas que afetaram a faixa etária de 0 á 15 anos foram : Entamoeba histolytica ,e Endolimax nana

    , para os protozoários , e Ancylostoma duodenale e Ascaris lumbricoides entre os helmintos.

    A Giardia lamblia esteve presente entre as faixas etárias de 16 á 30, de 31 á 45, e de 46 á 60 anos

    e Hymenolepis nana entre os helmintos. E.coli esteve presente em todas as faixas etárias.

    Iodamoeba butschlii na faixa etária de 61 á 75 e 76 á 90 anos, apresentando dois casos.

    As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses, decorrentes de protozoários e/ou helmintos,

    representam um grave problema de saúde pública particularmente nos países subdesenvolvidos onde

    se apresentam bastante disseminadas e com alta prevalência (15).

    Figura 7. Protozoários que prevaleceram na população estudada

    a) Forma cística de Entamoeba histolytica b) Forma cística de Endolimax nana

    c) Forma cística de E. coli d) Forma cística de Giárdia lamblia e) Forma cística de Iodamoeba

    butschlii Fonte: Pequeno Atlas de Parasitologia/ Biomedicina Padrão

    97,78%

    0,89%1,33%

    Pacientes comprotozoarios

    Pacientes comhelmintos

    Helmintos eprotozoarios

  • 18

    a) b)

    Cisto de Entamoeba histolytica Cisto de Endolimax nana

    c) d)

    c)

    Cisto de E.coli Cisto de Giárdia lamblia

    e)

    Cisto de Iodamoeba butschlii

    Fonte: Pequeno Atlas de Parasitologia/ Biomedicina Padrão

  • 19

    Figura 8. Helmintos que prevaleceram na população estudada

    a)Ovos de Hymenolepis nana b) Forma larval de Ancylostoma duodenale c) Ovo fértil de Ascaris

    lumbricoides Fonte: Pequeno Atlas de Parasitologia/ Biomedicina Padrão

    a)

    Ovo de Hymenolepis nana

    b)

    Larva de Ancylostoma duodenale

    c)

    Ovo de Ascaris lumbricoides

    Fonte: Pequeno Atlas de Parasitologia/ Biomedicina Padrão

  • 20

    Com intuito de conhecer em que condições higiênicas sanitárias se encontravam a população do

    município de Juru, foi aplicado um questionário educativo simples, em conformidade com as

    diretrizes e normas recomendadas pela Resolução nº. 422/12 que substituiu a 196/6, do Conselho

    Nacional de Saúde, do Ministério de saúde, que impõe revisões periódicas a ela, conforme

    necessidades nas áreas tecnocientífica e ética.

    Este questionário possui dezoito perguntas, sendo sete destas mais significantes para este

    trabalho. Na tabela 2, podemos observar as perguntas e suas respectivas respostas.

    TABELA 2 Percentagens obtidas através das respostas das perguntas mais significativas do

    questionário.

    PERGUNTAS SIM NÃO NÃO

    RESPONDERAM

    Já fez tratamento de parasitoses alguma vez? 20% 75% 5%

    Faz exames de fezes, com frequência? 28% 70% 2%

    Na sua rua encontra-se esgoto a céu aberto? 37% 58% 5%

    Na sua rua existe saneamento básico? 60% 34% 6%

    Sua casa possui fossa? 65% 30% 5%

    A água da sua casa é filtrada? 75% 23% 2%

    Os alimentos da sua casa são lavados com água

    filtrada?

    74% 25% 1%

    No Brasil já há casos de experimentos relacionados à educação para prevenção de doenças

    parasitológicas, com resultados muito satisfatórios. Entre eles, um trabalho realizado em Maringá-

    PR, no qual se verificou que após o tratamento educativo, por meio de minicursos para as famílias

    atendidas, ocorreu redução na prevalência para parasitos intestinais de 42,5% para 12,6% (20).

    É inquestionável a necessidade de mais trabalhos de conscientização nas escolas e também entre

    a população em geral, de modo que ocorra uma expansão do conhecimento acerca do assunto e sejam

    evitadas possíveis infecções. Esta necessidade torna-se premente, sobretudo porque o setor de saúde

    sofre com a ausência de planejamento e continuidade dos programas em saúde pública. Estas atitudes

    evitariam as consequências deletérias à saúde do indivíduo que, em graus variados, sempre ocorrem

    (21).

  • 21

    4 Conclusão

    Com base nos dados observados pode-se relatar que, o agente etiológico das parasitoses

    intestinais mais frequentes na população humana do município de Juru-PB, Brasil, foi a Entamoeba

    histolytica para os protozoários e Hymenolepis nana para os helmintos. Em relação ao gênero, as

    parasitoses intestinais foram mais frequentes nas mulheres e nos pacientes da faixa etária de 0 á 15

    anos e em relação aos índices de poliparasitismo foram inferiores aos de monoparasitismo.

    Estudos desta natureza são de extrema importância, já que vão contribuir para que a população

    possa se conscientizar sobre a gravidade dessa patologia e ter acesso a dados mais precisos, que

    mostrem os riscos que os mesmos correm ao não ter condições sanitárias apropriadas. Tornando-se

    assim, necessária a implantação de novas táticas de prevenção por meio dos órgãos de saúde pública

    encarregados de minimizar esta realidade no município.

  • 22

    5 Referências Bibliográficas

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  • 23

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  • 24

    21- CAVAGNOLLI, N.I. et al. Prevalência de enteroparasitoses e análise socioeconômica de

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    http://www.biomedicinapadrao.com.br/2011> Acesso em: 15 de abr.2016.

    ANEXOS

  • 25

  • 26

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    casos, revisões, casos educacionais, resumos de teses etc.

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