INDICADOR DE DESEMPENHO OEE - OVERALL EQUIPMENT...
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INDICADOR DE DESEMPENHO OEE -
OVERALL EQUIPMENT
EFFECTIVENESS: UMA ANÁLISE
BIBLIOMÉTRICA DE 2010 A 2016
Henrique Caixeta Brigolini (IFMG )
Icaro de Souza Medeiros Barbosa (IFMG )
Danilo Augusto Pereira de Sa (IFMG )
Diego Bertoldo Francisco (IFMG )
Renata Veloso Santos Policarpo (IFMG )
O objetivo do presente estudo consiste em analisar publicações
nacionais e internacionais no período compreendido entre 2010 a 2016
sobre a evolução da metodologia OEE - Overall Equipment
Effetiveness o que proporcionou um mapeamento sobre as produções
acadêmicas relacionadas a essa temática. Trata-se de um estudo
bibliométrico de caráter descritivo no qual os resultados apontam o
OEE como um importante instrumento de medida da eficácia produtiva
de equipamentos que ocorre a partir de três índices, que medem
performance, disponibilidade física e qualidade. O levantamento e
análise dos dados mostraram que a maioria das pesquisas, no aspecto
metodológico, são do tipo estudo de caso e estudo de caso combinado
com pesquisa de campo. Acredita-se que a partir dos resultados aqui
encontrados seja possível identificar as características da natureza do
conhecimento no campo de estudo do OEE, demonstrando ainda ser
este uma área potencial de desenvolvimento de pesquisas.
Palavras-chave: OEE, disponibilidade, perfomance, qualidade,
bibliometria
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1. Introdução
As medições de desempenho são frequentemente usadas para a melhoria da competitividade e
de lucratividade dos sistemas de manufatura (NAKAGIMA, 1989). Quando realizadas de
forma apropriada podem assegurar aos gestores alocar os recursos de maneira mais eficiente.
Nesse sentido, o OEE – Overall Equipment Effectiveness surge como uma importante
ferramenta cujo objetivo é medir a eficiência global do equipamento.
Assim, o OEE é uma ferramenta cujas métricas são construídas a partir da junção dos índices
de disponibilidade de equipamentos, desempenho e qualidade (NAKAJIMA, 1989).
Ljungberg (1998) advoga que antes do surgimento desse indicador, apenas a disponibilidade
era considerada na utilização dos equipamentos, o que resultava no dimensionamento de
capacidade. Nesse sentido, Oliveira e Helleno (2012), complementam que o OEE permite
uma análise mais real da utilização dos ativos industriais medindo o valor agregado que cada
equipamento produz em um determinado periodo de tempo (ANTUNES, 2008).
Dessa forma, essa pesquisa objetiva a partir de um estudo bibliométrico apresentar a evolução
da informação científica relacionada à metodologia OEE no período de 2010 a 2016, dentro e
fora do Brasil. As publicações utilizadas nesse estudo são artigos e dissertações de mestrado
encontrados em anais do EMEPRO, ABEPRO, ENEGEP, Revista Produção, Intech,
Programas de Pós Graduação de Universidades Brasileiras e em revistas internacionais.
Os resultados encontrados apontam para uma evolução das pesquisas a partir de 2010, sendo
2013 o ano em que houve um crescimento vertiginoso das publicações. Observou-se também
as fontes, nacionais e internacionais, nas quais foi possível encontrar trabalhos que abordaram
o OEE, como por exemplo, o ENEGEP com 33% das publicações analisadas nessa pesquisa.
Além disso, observou-se que o tema tem sido trabalhado, sobretudo na região sudeste e no
continente asiático. Por ultimo, foi possível notar que a metodologia aplicada na maioria
desses trabalhos é o estudo de caso e o estudo de caso combinado com pesquisa de campo.
2. Referencial Teórico
O OEE - Overall Equipment Effectiveness tem como objetivo principal medir a real utilização
de um equipamento, a fim de alcançar eficiência no processo produtivo (STAMATIS, 2011).
Jonsson e Lesshmmar (1999) afirmam que o OEE permite indicar quais são as áreas dentro da
empresa que devem ser desenvolvidas melhorias. Segundo Corrêa e Corrêa (2007), o índice
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procura levar em conta todos os impactos gerados na operação como consequência da
indisponibilidade de seus recursos físicos. Nakajima (1989) diz que a maior parte dos custos
de produção total estão relacionadas às perdas durante o processo produtivo, e que o uso do
OEE ajuda a revelar quais são esses custos ocultos. Santos e Silva (2013) afirma, ainda, que o
OEE é um sistema de detecção das perdas.
Ao se tratar de perdas, Chiaradia (2004) diz que a identificação no processo produtivo
compõe o principal elemento para o cálculo do OEE. Nakajima (1988), então, dividiu essas
perdas em seis: perdas por quebra do equipamento, por Setup e regulagem, por pequenas
paradas e ociosidade, por queda de velocidade, perdas por refugo ou retrabalho e perda por
queda no rendimento. Perdas que estão divididas de forma que uma ou mais estão ligadas a
um dos índices que compõe o indicador OEE, a saber: Disponibilidade, Performance e
Qualidade.
O OEE é então obtido por meio do cálculo do produto desses três índices (NAKAJIMA,
1989). Andrade e Scherer (2009) dizem que a disponibilidade evidencia o tempo em que o
equipamento está realmente disponível para produção, já a performance demostra se a
máquina trabalha de acordo com as informações especificadas e, a qualidade aponta a
quantidade de peças ótimas que o equipamento produz quando comparadas aos requisitos
específicos de qualidade.
Para o cálculo do índice de disponibilidade, leva-se em conta o tempo em que o equipamento
está disponível para a produção e o tempo que o mesmo efetivamente produz, contabilizando
as paradas planejadas e não planejadas. Já para o cálculo do segundo índice, o de
Performance, leva-se em conta o ciclo real de produção e o ciclo ideal do equipamento que
possibilita analisar a velocidade de produção e perdas por pequenas paradas. O cálculo do
terceiro e último índice, o de Qualidade, consideram-se o total de peças produzidas
subtraindo-se as peças ruins sobre o total de peças produzidas. Após o cálculo dos índices
mostrados acima, é possível calcular o OEE por meio da seguinte multiplicação:
OEE = Índice Disponibilidade X Índice Performance X Índice Qualidade
Logo, chega-se a um valor entre 0 e 100% que é traduzido como a eficiência do equipamento.
Nakajima (1989) defende que uma organização deve ter um OEE de 85% como meta ideal
para seus equipamentos, pois empresas que obtiveram um OEE acima de 85%, ganharam o
TPM Award - Prêmio TPM de excelência implantado em 1964 pelo JIPM – Japan Institute of
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Plant Maintenance. Para uma empresa obter esse valor de OEE é preciso que a mesma possua
um índice de 90% para a disponibilidade, 95% para a performance e 99% para a qualidade.
Em síntese, O OEE auxilia na identificação do problema e aponta onde ocorrem as perdas.
Dessa forma, é possível fazer estudos e analisar qual será a ação corretiva mais eficaz,
visando eliminar essas perdas e consequentemente custos de produção que, antes, estavam
escondidos. Atualmente, o OEE é considerado uma das ferramentas mais importantes na
medição de desempenho de uma fábrica já que possibilita um aumento de produtividade e de
lucros de uma determinada organização (HANSEN, 2006).
3. Metodologia
Esse estudo foi realizado de forma descritiva e analítica por meio da bibliometria,
considerando publicações nacionais e internacionais dos últimos seis anos. Segundo Araújo
(2006), a bibliometria é capaz de quantificar os índices de produção e propagar o
conhecimento medindo os tipos de trabalho e identificando suas características.
Na busca de artigos nacionais, foi utilizado banco de dados de congressos e periódicos
relacionados com a área de engenharia de produção: EMEPRO, SIMPEP, ENEGEP,
ABEPRO, Revista Produção, Revista de Ciência & Tecnologia e a Intech. Para as publicações
internacionais foi utilizada a planilha de classificação Qualis da Capes. Adicionalmente, foi
realizada uma busca no Journal Elsevier e Science Direct para se obter uma maior
abrangência no levantamento e mapeamento do conhecimento nessa área temática.
Na análise bibliométrica foram extraídos o título do artigo, instituição, ano, país, idioma,
nome da fonte de publicação, metodologia utilizada, foco do estudo, setor de aplicação,
resultados obtidos e avaliação das publicações. Este ultimo tópico contempla o ranqueamento
dessas publicações com os seguintes critérios determinados pelos autores desse trabalho: i)
artigos que apresentaram metodologia razoável; ii) artigos com metodologia razoável, com
estudo de caso, porém sem dados suficientes sobre o estudo realizado; iii) artigos que
apresentaram uma revisão bibliográfica estruturada, mostrando a evolução da ferramenta, os
cálculos, porém sem estudo de caso; iv) artigos que apresentaram, além de uma revisão
bibliográfica estruturada, um estudo de caso porém com dados insuficientes; e v) artigos que
apresentaram, uma revisão bibliográfica e estudo de caso bem estruturados, o critério de
escolha do equipamento, a aplicação do OEE, a análise dos resultados e a implantação de
melhorias a partir dos resultados encontrados.
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Com esse estudo aplicou-se o modelo da taxonomia dos tipos de pesquisa criado por Filippini
(1997). Esse modelo foi escolhido por ter sido bem aceito por pesquisadores como Saraiva
(2010) e Berto e Nakano (2000). Conforme afirma Saraiva (2010) o modelo foi utilizado em
4755 trabalhos do ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia de Produção. E para finalizar
esse estudo, foi realizada a análise dos resultados encontrados.
4. Análise de Resultados
Tendo em vista que o indicador OEE é aplicável em qualquer tipo de indústria, foi realizada
uma pesquisa em âmbito nacional e internacional de artigos publicados em inglês e português.
É apresentado no gráfico 1 a análise de 13 publicações internacionais em inglês sobre o tema
em estudo.
Gráfico 1- Publicações em língua inglesa por
continentes
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme se observa o continente com o maior número de publicações é a Ásia com 62%,
sendo que, sua maioria concentrados na Indonésia, Malásia e Índia. A Europa teve o segundo
lugar com 23%. Os continentes África e América do Norte obtiveram 8% cada. Ressalta-se
que não foi encontrado nenhum estudo publicado em língua inglesa, no período analisado, na
América do Sul. Com isso pode-se concluir que ainda tem-se campo para explorar o
conhecimento sobre essa temática em estudos latino-americanos. Para se obter uma maior
abrangência dos estudos no Brasil, foi desenvolvido o gráfico 2 com o número de publicações
nacionais por região.
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Gráfico 2 - Publicações nacionais por região do Brasil
Fonte: Dados da pesquisa
No gráfico 2, publicações nacionais por região do Brasil, foram utilizados 20 estudos. Logo, o
gráfico mostra que o foco de estudo do OEE está mais frequente na região Sudeste com
representatividade superior a 50%, seguida da região Sul com 20% das publicações e das
regiões Norte e Nordeste que tiveram 10% cada. A região Centro-Oeste obteve a menor
porcentagem com 5%.
Em relação as fonte das publicações o gráfico 3 mostra a quantidade de pesquisas que
utilizaram a metodologia OEE..
Gráfico 3 - Fonte das Publicações
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Fonte: Dados da pesquisa
È possível averiguar que 37% dos artigos pesquisados foram publicados em revistas
internacionais priorizando A1, A2 e B1, de acordo com o sistema de classificação Qualis da
CAPES. Ressalta-se que foram analisados apenas artigos de acesso livre. As publicações
feitas em fontes nacionais somam 63%. Observa-se, portanto, que 33% dos artigos
encontrados são oriundos de congressos nacionais como, por exemplo, o ENEGEP. Já 18% é
objeto de estudo de dissertações para obtenção do título de mestre em universidades públicas
brasileiras. Por último, tem-se que 12% dos artigos são provenientes de publicações feitas em
revistas nacionais como a Gestão da Produção e Intech. A tabela 1 mostra a quantidade de
publicações de acordo com cada congresso ou revista de forma categorizada.
Tabela 1 - Fonte das publicações
FONTE DE PUBLICAÇÃO %
ENEGEP (Congresso) 33%
Dissertaçãoes de Mestrado 18%
Procedia Engineering (Revista) 12%
Procedia CIRP (Revista) 9%
IESS (Revista) 6%
ABEPRO (Revista) 3%
Revista Produção (Revista) 3%
Revista De Ciência & Tecnologia (Revista) 3%
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INTECH (Revista) 3%
Procedia Manufacturing (Revista) 3%
AMME (Revista) 3%
MIMEC (Revista) 3%
Fonte: Dados da pesquisa
Assim, constata-se que boa parte dos artigos pesquisados provém do ENEGEP, seguido das
dissertações de mestrado, das revistas internacionais Procedia Engineering e CIRP, e, por
fim, em menor quantidade, porém não menos relevante, de outras fontes como a revista
ABEPRO e a Procedia Manufacturing.
Também foram avaliadas 33 publicações referentes ao tema OEE conforme apresentado no
gráfico 4.
Gráfico 4 - Publicações por ano a partir de 2010
Fonte: Dados da pesquisa
Observa-se que o OEE é uma temática em construção pois apresenta um número reduzido de
publicações. Nota-se, portanto, um aumento nas publicações desde o ano estabelecido de 2010
chegando ao máximo de publicações em 2013, representando 27%. É notório citar a crescente
entre os anos de 2011 e 2012, passando de 9% para 21%. Para o presente ano, não foram
encontradas publicações uma vez que, a pesquisa foi concluída no período em que os
congressos e revistas ainda não tinham realizado suas chamadas e publicações.
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A respeito do ranqueamento das publicações, o gráfico 5 utilizou um total de 27 obras,
respeitando um critério de avaliação por notas determinado pelos autores desse trabalho,
conforme mencionado no percurso metodológico.
Gráfico 5 - Ranqueamento das publicações
Fonte: Dados da pesquisa
Conclui-se que das 11 obras avaliadas em congressos nacionais nenhuma recebeu a nota um,
diante de 9,1 % da nota dois e três. A nota quatro apresentou 63,63 % e a nota cinco foi
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representada por 18,18 %. Já nas revistas nacionais, das 4 obras avaliadas, nenhuma obteve
nota um e nota três pois as pesquisas apresentavam estudos de caso. A nota dois foi
representada com 25% e nota quatro 50%. Considerando o total de 12 obras de revistas
internacionais analisadas, a nota um, dois e quatro obtiveram 16,66% cada, nenhuma obteve
nota três e 50% receberam nota cinco.
Pode se concluir também, baseado no gráfico 5, que 73,9% de artigos nacionais apresentam
notas maior ou igual a quatro. Número próximo ao valor das avaliações dos trabalhos
internacionais, onde 74,1% apresentam notas quatro e cinco. Isso significa que mais da
metade dos artigos avaliados são de obras consolidadas e estruturadas.
Para auxílio no levantamento dos procedimentos metodológicos e tipos de pesquisas foi
utilizada para análise a taxonomia de Fillipini (1997), conforme é apresentado no gráfico 6.
Gráfico 6 - Análise da metodologia utilizada nos artigos
Fonte: Dados da pesquisa
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A análise dos métodos utilizados nos artigos mostra que a presença do modelo
Theoretical/Conceptual dentro dos resultados é baixo, 7,04%. Por outro lado, o segmento
Case Study possui 91% das configurações dos artigos avaliados. Ventura (2007) afirma que os
Case Study são úteis na exploração de processos ou comportamentos inovadores, novas
descobertas, porque têm a importante função de gerar hipóteses e construir teorias e ideias.
Gráfico 7 - Taxonomia de Filippini (1997)
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Fonte: Dados da pesquisa
Considerando a análise conjunta dos segmentos nos artigos explorados, conforme mostra o
gráfico 7, constata-se a predominância da utilização do método Case Study juntamente com o
Field Study no mesmo trabalho, representando 45% do total de artigos avaliados. Segundo
Meirinho e Osório (2010), os estudos de caso herdam as características da investigação
qualitativa, no qual podem surgir frequentemente a partir dos estudos gerados em campo.
5. Conclusão
O objetivo geral do estudo foi apresentar um diagnóstico quantitativo sobre a dinâmica e
evolução da informação científica relacionada à metodologia OEE – Overall Equipment
Effetiveness no sentido de compreender esse indicador de desempenho. Para isso foi realizada
uma análise bibliométrica a respeito da temática em publicações nacionais e internacionais no
período compreendido entre 2010 a 2016.
Em relação às publicações por continente, os países asiáticos publicaram pesquisas em
número maior que os demais, podendo relacionar que a temática OEE está ligada com
ferramentas de qualidade e produtividade desenvolvidas nesses países. O estudo mostrou que
a distribuição das pesquisas relacionadas ao OEE no Brasil concentram-se na região sudeste,
fato que pode ser explicado por ser a região mais desenvolvia em questão tecnológica e
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industrial e que apresenta maior número de instituições de pesquisa do país.
Observou-se que a maior parte de publicações realizadas no Brasil concentram-se nos
congressos, como por exemplo, o ENEGEP. A análise dos resultados mostrou ainda que no
âmbito internacional, as revistas possuem a maior parte das publicações sobre o tema. Em
relação ao período, pôde-se extrair conclusões sobre aplicação desse novo tema com
crescimento vertiginoso a partir de 2012. No ranqueamento das publicações conforme os
critérios utilizados percebeu-se que as revistas internacionais designaram a maior importância
para o estudo da temática.
Por fim, foi utilizado o modelo de Filippini (1997) para avaliar a metodologia empregada nas
publicações, onde a técnica estudos de casos foi utilizada em 91% das publicações analisadas.
Fato este que pode ser explicado pela importância da aplicabilidade da pesquisa, pois o estudo
de caso auxilia na compreensão do fenômeno investigado. Quanto á metodologia combinada,
os estudos de casos trazem consigo a coleta de dados no campo, ou seja a ida as empresas ou
processos estudados para coleta e interpretação de dados que serão aplicados ao estudo em
questão.
Para continuação dos próximos trabalhos e pesquisas posteriores esse estudo alcançou seu
objetivo, revelando-se como um importante ponto de partida, pois o diagnóstico realizado
auxiliará outros pesquisadores no que cerne ao estado da arte no contexto nacional e
internacional.
6. Bibliografia
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