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Indicador de Educação Financeira

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Indicador de Educação Financeira

2 IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

Índice

IndEF – Indicador de Educação Financeira 03

Contextualização Econômica do Brasil 04

Resultados Gerais 06

Análise por grupos sociodemográficos 07

Níveis de Educação Financeira 09

Comparação dos níveis entre 2013 e 2014 10

Variação 2014 x 2013 11

Impacto da Relação com Instituições Financeiras 12

Organizadores 14

3IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

IndEF – Indicador de Educação Financeira

A SerasaConsumidor e o IBOPE Inteligência apresentam os resultados e análises do IndEF – Indicador de Educação Financeira de 2014. O indicador tem por objetivo aprofun-dar os conhecimentos sobre o nível de educação financeira do cidadão brasileiro, enten-dendo suas necessidades e hábitos financeiros, e, desta forma, apoiar as estratégias públicas, privadas e da sociedade civil organizada na implementação de programas que visam a melhorar a relação das pessoas com o dinheiro e os instrumentos financeiros, que se tornam cada vez mais disponíveis para o desenvolvimento da sociedade.

O IndEF – Indicador de Educação Financeira foi desenvolvido em 2012, e divulgado pela primeira vez em 2013, a partir de uma pesquisa acadêmica que foi premiada na terceira edição do Programa de Incentivo à Pesquisa Aplicada Serasa Experian.

O projeto conta ainda com a participação do Instituto Paulo Montenegro, organização responsável pelo Inaf – Indicador de Alfabetismo Funcional e com forte atuação em projetos educacionais.

Para obter os resultados apresentados, foi aplicado um questionário com questões de múltipla escolha, além de perguntas que levantam o perfil sociodemográfico dos respondentes.

Na edição de 2014, o trabalho de campo foi realizado entre os dias 10 e 14 de abril de 2014. Foram entrevistadas 2002 pessoas maiores de 16 anos de idade, em 140 cidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, incluindo capitais, periferia e interior. O interva-lo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2 pontos per-centuais, para mais ou para menos, sobre os resultados encontrados no total da amostra.

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Contextualização Econômica do Brasil

Após a eclosão da crise financeira internacional em 2008, várias economias mundiais entraram em processo recessivo ou de forte desaceleração da atividade econômica. Com intuito de mitigar os efeitos recessivos globais sobre a economia brasileira, o governo federal colocou em prática uma série de medidas anticrise focadas em estimu-lar a manutenção do gasto tanto público quanto privado. Reduziu-se a meta de atingi-mento do superávit primário (política fiscal anticíclica), afrouxou-se o ciclo de aperto monetário que estava em curso desde o fim de 2007, reforçou-se a atuação dos bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil, CEF) no mercado de crédito doméstico, adotou-se uma política de incentivos fiscais (reduções/isenções tributárias) em setores específi-cos da atividade econômica como, por exemplo, veículos, eletroeletrônicos, eletrodo-mésticos, materiais de construção etc.

O mercado consumidor e o mercado de crédito responderam de maneira muito favorá-vel a esse conjunto de medidas de forma que a recessão brasileira foi bastante branda e não durou mais que dois trimestres (4T08 e 1T09). A partir do segundo trimestre de 2009, a economia brasileira já demonstrava sinais consistentes de reação.

O sucesso do pacote anticrise em retirar rapidamente a economia brasileira da reces-são foi inquestionável. Entretanto, a grande maioria do conjunto de medidas adotadas foi mantida produzindo superaquecimento da economia, além de crescimento acele-rado e acentuado do endividamento do consumidor, o qual passou de 32,2% da renda disponível em dezembro de 2008 para 41,7% em agosto de 2012, segundo dados do Banco Central do Brasil.

Acompanhando esse aumento expressivo do grau de endividamento, a inadimplência do consumidor elevou-se de forma intensa. Segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, houve crescimento de 21,5% na quantidade de compro-missos vencidos e não pagos cujos titulares eram pessoas físicas. Em 2011 e em 2012, esse avanço foi de 15,0%. Portanto, em apenas 24 meses, a inadimplência avançou praticamente 40%!

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Pela primeira vez na história recente, ou seja, desde o início deste século, a inadim-plência do consumidor entrou em escalada ascendente sem que uma das principais variáveis determinantes – o desemprego – se elevasse. Pelo contrário, a taxa de desemprego aberto, apurada pelo IBGE, caiu de 6,7% (média de 2010) para 5,5% (média de 2012).

Com o aumento da inadimplência, tanto os consumidores quanto as instituições financeiras adotaram posturas mais defensivas e conservadoras. Houve maior rigor de análise e aprovação de crédito por parte das instituições financeiras à custa, é claro, de um menor ritmo de expansão do mercado de crédito. Os consumidores, muitos deles inadimplentes, retraíram-se do mercado de crédito e procuraram aumentar a sua formação de poupança para fazer frente aos processos de renegociação de dívidas em atraso. Assim, os registros de inadimplência recuaram para 1,9% em 2013 e 1,1% em 2014 (primeiro semestre), de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplên-cia do Consumidor, e a procura por crédito, que havia subido 16,4% em 2010 e 7,5% em 2011, caiu 3,1% em 2012, cresceu apenas 1,8% em 2013 e voltou a registrar queda de 5,4% em 2014 (primeiro semestre) de acordo com o Indicador Serasa Experian de Demanda do Consumidor por Crédito.

O fato de a inadimplência do consumidor ter subido em 2011/12 não por adversidades conjunturais (aumento do desemprego, perda de renda etc.), mas por excesso de en-dividamento dos consumidores, lançou holofotes em duas deficiências estruturais do mercado de crédito brasileiro: 1) a ausência de um cadastro positivo operando em sua plenitude; e 2) o grau inadequado de educação financeira do brasileiro.

A falta de um cadastro positivo operando de forma plena no Brasil, diferentemente do que ocorre na ampla maioria das economias desenvolvidas, impede a redução da chamada assimetria de informação que é típica do mercado de crédito. Sem o cadastro positivo, as instituições financeiras não conseguem distinguir de maneira eficiente o bom do mau pagador e, nesse caso, acabam concedendo crédito para consumidores que, embora estivessem adimplentes no ato da concessão, não possuem a menor capacidade de absorver volumes adicionais de compromissos financeiros. Dessa ma-neira, oferta e demanda se equilibram no mercado de crédito em um ponto de volume menor, com taxas de juros maiores e inadimplência mais elevada. Uma clara situação de ineficiência.

Por outro lado, o excesso de endividamento como fator gerador da inadimplência requer a criação de ferramentas adequadas de aferição do grau de educação financeira do brasileiro. Assim, o poder público, os agentes de crédito, as instituições financeiras, enfim, a sociedade como um todo pode desenvolver ações destinadas a suprir eventu-ais lacunas no grau de educação financeira do brasileiro, contribuindo para evitar os prejuízos causados pelo excesso de endividamento.

Nesse sentido, a Serasa Experian, por meio de sua unidade de negócios Serasa Consumi-dor, e o IBOPE Inteligência apresentam o Indicador de Educação Financeira –IndEF. Esse indicador tem como meta estabelecer uma leitura objetiva do grau de educação financeira do brasileiro em três dimensões – Conhecimento, Atitude e Comportamento –, identifican-do os pontos fortes e fracos e servindo, assim, de orientação para futuras atuações, públi-cas e privadas, no intuito de aprimorar cada vez mais o preparo do consumidor brasileiro para lidar com questões financeiras que, com o avanço contínuo do mercado de crédito e da bancarização do Brasil, requerem melhor posicionamento e discernimento.

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Resultados Gerais

Comparação do IndEF entre 2013 e 2014

O Indicador de Educação Financeira – IndEF – é composto por três dimensões relativas às finanças pessoais e familiares dos brasileiros, cada uma com um peso diferente: Atitude (24%), Conhecimento (26%) e Comportamento (50%). O indicador e suas dimensões são mostrados em uma escala de 0 a 10. O subíndice Conhecimento avalia o entendimento de conceitos financeiros, o Atitude avalia como o entrevistado enxerga a sua relação com o dinheiro e, por fim, o Comportamento mede as ações do entrevistado no seu dia a dia (por exemplo, se gasta mais do que ganha, se guarda dinheiro e se planeja o futuro).

Veja abaixo o comparativo dos resultados encontrados nos anos de 2013 e 2014:

Indicador de Educação Financeira

Atitude

6.3

7.5

5.2

6.06.3

7.4

5.1

6.0

Conhecimento Comportamento IndEF

Fontes: Indicador de Educação Financeira 2013 e 2014

No gráfico acima, a primeira barra de cada grupo representa o ano de 2013 e a se-gunda, 2014. Os resultados não sofreram alterações de um ano para outro, nem do Indicador de Educação Financeira nem das três dimensões consideradas: Atitude, Conhecimento e Comportamento. Como na primeira edição do IndEF, a média do Indicador de Educação Financeira permanece em 6,0 e mais uma vez é a dimensão Conhecimento que atinge valores mais altos, seguida da dimensão Atitude e, por fim, da dimensão Comportamento.

7IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

Análise por grupos sociodemográficos

Apresentamos a seguir os dados do IndEF para diferentes grupos sociodemográficos em 2014, ressaltando que, também nestes casos, houve pouca mudança com relação a 2013:

Sexo

Atitude Conhecimento Comportamento IndEF 2014

Homens 6,3 7,5 5,1 6,0

Mulheres 6,3 7,3 5,1 6,0

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

Homens e mulheres apresentam os mesmos resultados no que diz respeito à educação financeira. Há diferenças ente homens e mulheres somente na dimensão Conhecimento. No entanto, em 2013, houve uma ligeira piora nos indicadores dos homens, exceto em Comportamento, e melhora das mulheres em Atitude.

Faixa etária

Atitude Conhecimento Comportamento IndEF 2014

16 a 17 anos 5,2 7,2 4,8 5,5

18 a 24 anos 5,9 7,5 4,8 5,8

25 a 34 anos 6,2 7,6 5,0 5,9

35 a 44 anos 6,3 7,5 5,0 6,0

45 a 54 anos 6,5 7,4 5,2 6,1

55 a 64 anos 6,6 7,2 5,5 6,2

Acima de 65 anos 6,7 7,0 5,3 6,1

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

Em relação à faixa etária, analisando o indicador geral, nota-se que os valores do IndEF crescem à medida que aumenta a faixa etária, notadamente nas faixas entre 16 e 17 anos e 18 e 24 anos. Pode-se supor que a menor pontuação obtida pelos mais jovens seja ex-plicada por seu menor contato com as práticas cotidianas do mundo financeiro. Quando analisamos separadamente as três dimensões que compõem o IndEF, vemos que a di-mensão Atitude é a que mais sinaliza diferenças entre os mais jovens e os demais grupos.

Em relação a 2013, a faixa etária que apresentou mudança mais significativa no IndEF foi a de jovens de 16 a 17 anos, com queda de 0,4.

Escolaridade do entrevistado

Atitude Conhecimento Comportamento IndEF 2014

Até Ensino Fundamental I 6,5 6,8 5,1 5,8

Ensino Fundamental II 6,2 7,2 5,2 6,0

Ensino Médio 6,1 7,6 5,0 6,0

Ensino Superior 6,5 8,1 5,2 6,3

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

O IndEF aumenta de acordo com os anos de estudo. Vale notar que quando olhamos separada-mente as três dimensões que compõem o Indicador, as dimensões Atitude e Comportamen-to apresentam apenas variações mínimas entre os três níveis de escolaridade. Já a dimensão Conhecimento apresenta um aumento significativo conforme a escolaridade se eleva.

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Em relação a 2013, houve pouca variabilidade, mas o Conhecimento sofreu retração em praticamente todos os níveis de escolaridade.

Renda

Renda Pessoal (SM) Atitude Conhecimento Comportamento IndEF

Até 1 SM 6,3 6,8 5,0 5,8

De 1 a 2 SM 6,3 7,7 5,1 6,1

De 2 a 5 SM 6,4 7,7 5,2 6,2

De 5 a 10 SM 6,8 8,0 4,9 6,2

Mais de 10 SM 6,4 8,2 6,1 6,7

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

Renda Familiar (SM) Atitude Conhecimento Comportamento IndEF

Até 1 SM 6,2 6,4 4,8 5,6

De 1 a 2 SM 6,3 7,1 5,1 5,9

De 2 a 5 SM 6,2 7,6 5,2 6,1

De 5 a 10 SM 6,4 8,1 5,2 6,2

Mais de 10 SM 6,6 8,3 5,4 6,4

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

De acordo com as tabelas acima, o IndEF fica em patamares relativamente parecidos den-tre os que têm renda pessoal de até 10 salários mínimos, alterando-se significativamente para os que têm renda pessoal superior a esse valor. Isso também ocorre nas dimensões Atitude e Comportamento. Na dimensão Conhecimento, vemos um aumento já naqueles que possuem renda a partir de 1 salário mínimo, aumentando um pouco mais conforme a renda cresce para mais de 5 salários mínimos.

Em relação à renda familiar, há uma relação mais clara entre o IndEF e a evolução da renda, ainda que com pequenas elevações entre as faixas. Assim como na renda pessoal, a dimensão mais sensível é a do Conhecimento, apresentando um aumento significativo a cada elevação de faixa de renda.

Em relação a 2013, o IndEF melhorou apenas na faixa mais alta de renda correspondente ao indicador de Comportamento desse perfil.

Classe Social

Atitude Conhecimento Comportamento IndEF

A/B 6,4 8,0 5,1 6,2

C 6,2 7,4 5,1 6,0

D/E 6,4 6,6 5,0 5,7

Fonte: Indicador de Educação Financeira – IndEF 2014

Confirmando o que vimos nas tabelas acima, uma vez que as variáveis classe social, escolaridade e renda são correlacionadas, também nesse caso a dimensão que apresenta maior variação entre os três grupos é a de Conhecimento, que aumenta conforme se eleva a classe social. As demais dimensões não sofrem alterações entre as classes.

Em relação a 2013, não houve variações significativas.

Como vimos, portanto, existe pouca variabilidade do IndEF entre 2013 e 2014, o que tam-bém ocorre nas três dimensões – Atitude, Conhecimento e Comportamento – e para os diferentes segmentos populacionais caracterizados pelas variáveis sociodemográficas.

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Níveis de Educação Financeira

Constatada a robustez do indicador e das dimensões relacionadas e sua estabilidade ao longo do tempo, avaliamos como oportuna a criação de um critério de classificação dos indivíduos em função dos valores do IndEF. Foram assim criados 5 níveis:

Níveis Pontuação 2014 BASE

Nível 1 0 a 5,00 18% 367

Nível 2 5,01 a 6,00 32% 631

Nível 3 6,01 a 7,00 31% 623

Nível 4 7,01 a 8,00 16% 315

Nível 5 8,01 ou mais 3% 63

Como dito anteriormente, as escalas do IndEf e as dimensões vão de 0 a 10. Assim, considerando como nível 1 notas até 5, ou seja, na metade da escala, encontramos 18% dos respondentes. No nível 2, foram levados em conta valores maiores que 5 até 6, representado por 32% daqueles que responderam à pesquisa. O nível 3 representa 31% dos respondentes, com valores maiores que 6 a 7. No intervalo entre 7,01 e 8, o nível 4, encontram-se 16% da população. E, finalmente, no nível 5, com valores maio-res que 8, estão 3% dos respondentes.

Sexo

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

Homens 18% 31% 31% 16% 4% 100%

Mulheres 19% 32% 32% 16% 3% 100%

Mesmo em relação aos níveis, não há diferenças entre os sexos. Homens e mulheres apre-sentam distribuições similares entre os 5 níveis.

Faixa etária

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

16 a 24 anos 24% 33% 32% 11% 1% 100%

25 a 34 anos 18% 33% 31% 15% 3% 100%

35 a 44 anos 18% 36% 27% 15% 4% 100%

45 a 54 anos 15% 29% 34% 18% 3% 100%

55 a 64 anos 16% 23% 37% 18% 6% 100%

65 anos e mais 18% 30% 26% 23% 4% 100%

Quando olhamos os níveis de acordo com as faixas etárias, é possível ver que os mais jovens – entre 16 e 24 anos – são os que têm maior concentração no nível 1 em relação às outras faixas. A partir de 45 anos, é maior a proporção de indivíduos nos níveis 4 e 5.

Escolaridade

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

Até Ensino Fundamental I 23% 31% 28% 14% 3% 100%

Ensino Fundamental II 19% 32% 29% 18% 2% 100%

Ensino Médio 17% 33% 33% 15% 2% 100%

Ensino Superior 11% 30% 34% 18% 6% 100%

10 IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

No que diz respeito à escolaridade, as pessoas com nível superior também são as que têm maiores proporções nos níveis 4 e 5 e, por outro lado, aquelas com até ensino fundamen-tal I são as que têm maiores proporções no nível 1. Mesmo nos grupos de mais escolarida-de, a proporção de indivíduos nos grupos 1 e 2 está ao redor dos 40%.

Renda

Renda Familiar (SM) Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

Mais de 10 13% 30% 24% 20% 13% 100%

Mais de 5 a 10 12% 31% 33% 20% 5% 100%

Mais de 2 a 5 15% 33% 33% 16% 3% 100%

Mais de 1 a 2 20% 30% 32% 15% 2% 100%

Até 1 31% 32% 27% 9% 2% 100%

Não respondeu 23% 28% 25% 21% 3% 100%

Renda Pessoal (SM) Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

Mais de 10 12% 24% 29% 12% 24% 100%

Mais de 5 a 10 13% 36% 30% 14% 6% 100%

Mais de 2 a 5 14% 30% 31% 19% 5% 100%

Mais de 1 a 2 14% 34% 32% 18% 2% 100%

Até 1 25% 30% 31% 11% 2% 100%

Não tem rendimento pessoal 23% 31% 31% 14% 2% 100%

Não respondeu 23% 27% 27% 19% 3% 100%

Tanto em relação à renda pessoal quanto familiar, há maior proporção de pessoas que re-cebem até 1 salário mínimo no nível 1. Aquelas com renda superior a 10 salários mínimos são as que têm maior concentração no nível 5, comparadas às demais faixas de renda. Pessoas com renda acima de 5 salários mínimos estão em maior proporção nos níveis 4 e 5. Como acontece na escolaridade, mesmo pessoas com rendas mais altas têm proporção de cerca de 40% nos níveis 1 e 2.

Classe Social

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Total

AB 13% 31% 31% 19% 5% 100%

C 18% 32% 33% 15% 2% 100%

DE 26% 31% 27% 14% 2% 100%

Nas classes AB, há significativamente menos indivíduos no nível 1. As classes DE têm maior proporção nesse nível.

Em síntese, no nível 1 prevalecem pessoas entre 16 e 34 anos, com escolaridade até o ensino fundamental I, renda familiar e pessoal de até 1 salário mínimo e de classes so-ciais DE. Por outro lado, nos níveis 4 e 5, a maior proporção é de indivíduos com idade superior a 35 anos, escolaridade superior, renda maior que 5 salários mínimos e classes sociais AB. Em todos os casos, não há diferenciação por gênero. Vale ainda apontar que cerca de 60% dos brasileiros, independentemente de sexo, idade, renda ou classe, estão em níveis intermediários do IndEF.

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Comparação dos níveis entre 2013 e 2014

Níveis 2014 2013 Diferenças

Nível 1 18% 18% 0%

Nível 2 32% 29% 2%

Nível 3 31% 32% -1%

Nível 4 16% 18% -2%

Nível 5 3% 3% 0%

Total 100% 100%

Como mostra a tabela acima, há grande estabilidade entre 2013 e 2014, também no que se refere aos níveis, com um pequeno aumento da proporção de pessoas incluídas no nível 2 e uma pequena redução daquelas classificadas no nível 4.

Variação 2014 x 2013

Embora não tenha havido variações significativas do IndEF e suas dimensões entre 2014 e 2013, valem algumas considerações:

• Tanto em 2013 quanto em 2014, aqueles que se encontram no nível 1 costumam preferir comprar parcelado a comprar à vista. Há uma evolução conforme o nível se eleva, ou seja, quanto maior o nível, maior a preferência por poupar em detrimento de parcelar. Vale destacar que em 2014 houve uma diminuição significativa dos que preferem parce-lar suas compras em todos os níveis.

• Em relação a conversar sobre decisões financeiras com familiares, em todos os níveis há a preocupação em dividir a responsabilidade sobre tais decisões financeiras com a família, e tal atitude é ainda mais significativa entre indivíduos nos níveis 4 e 5. Em 2014, houve uma diminuição em relação à participação familiar nas decisões financeiras, principalmente entre as pessoas do nível 5.

• Em2014, em relação a 2013, houve uma queda na declaração de que as despesas eram maiores que os rendimentos nos últimos 12 meses que antecipavam a pesquisa princi-palmente nos níveis 1 e 2 e, em menor escala, no nível 3. Nos níveis 4 e 5, os dados se mantiveram estáveis no período.

• O percentual da renda mensal comprometida com dívidas maior que 50% caiu, de 2013 para 2014, nos níveis 1, 2 e 3, e nos níveis 4 e 5, já era quase nulo. Vale ressaltar que a queda foi ainda mais significativa no nível 1.

Essas variações refletem uma postura mais cautelosa do consumidor brasileiro em 2014 em consequência do alto grau de inadimplência em 2013.

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Impacto da Relação com Instituições Financeiras

Além das análises apresentadas acima, considerando variáveis sociodemográficas e dis-tribuição do indicador por níveis, destacamos abaixo outra variável relacionada ao acesso a serviços financeiros e práticas bancárias e sua relação com os resultados do IndEF e as dimensões que o compõe, de acordo com o nível de escolaridade.

IndEF

Para os indivíduos com escolaridade equivalente a ensino fundamental, o IndEF varia de maneira significativa entre aqueles que têm e aqueles que não têm acesso a serviços financeiros, tais como conta corrente, cartão de crédito e seguros. Para os que têm escola-ridade em ensino médio e superior, há variações nos graus de educação financeira princi-palmente em relação aos que possuem seguro.

Possui Não Possui

Conta Corrente

Ensino Fundamental

6,1 5,8

Cartão de Crédito 6,2 5,9

Seguro 6,2 5,9

Conta Corrente

Ensino Médio

6,1 5,9

Cartão de Crédito 6,2 5,9

Seguro 6,3 6,0

Conta Corrente

Ensino Superior

6,3 6,3

Cartão de Crédito 6,3 6,3

Seguro 6,4 6,2

É interessante notar que o fato de o indivíduo ter ou não acesso aos serviços financeiros incluídos nesse estudo afeta de maneira diferente as três dimensões – Atitude, Conheci-mento e Comportamento – que compõem o IndEF.

Conhecimento

É na dimensão do Conhecimento que se mostra claramente a diferença no grau de edu-cação financeira medido pelo IndEF em função do acesso a serviços financeiros, notada-mente para indivíduos com escolaridade equivalente a ensino fundamental e, em menor escala, a ensino médio.

Possui Não Possui

Conta Corrente

Ensino Fundamental

7,2 6,8

Cartão de Crédito 7,7 6,9

Seguro 7,8 6,9

Conta Corrente

Ensino Médio

7,9 7,4

Cartão de Crédito 7,8 7,6

Seguro 8,2 7,6

Conta Corrente

Ensino Superior

8,2 8,0

Cartão de Crédito 8,3 8,0

Seguro 8,6 8,1

Exemplo: a dimensão Conhecimento do IndEF das pessoas com ensino fundamental que possuem cartão de crédito é de 7,7 enquanto para aquelas com o mesmo grau de escolari-dade, mas que não têm acesso a esse serviço, o valor é 6,9.

13IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

Atitude

Para a dimensão Atitude do IndEF, embora em menor grau, ainda podem ser observadas diferenças no grau de educação financeira em função do acesso aos serviços testados neste estudo.

Possui Não Possui

Conta Corrente

Ensino Fundamental

6,5 6,3

Cartão de Crédito 6,7 6,3

Seguro 7,0 6,4

Conta Corrente

Ensino Médio

6,3 6,0

Cartão de Crédito 6,3 6,1

Seguro 6,6 6,1

Conta Corrente

Ensino Superior

6,6 6,4

Cartão de Crédito 6,3 6,7

Seguro 6,8 6,5

Com efeito, para aqueles que possuem seguro, as diferenças na dimensão atitudinal do indicador são mais significativas, principalmente para os que têm escolaridade em ensino fundamental e médio.

Comportamento

Já para a dimensão Comportamento, a análise estatística não mostrou nenhuma dife-rença significativa no grau de educação financeira de acordo com o acesso ou não aos serviços financeiros incluídos no estudo.

Possui Não Possui

Conta Corrente

Ensino Fundamental

5,2 5,1

Cartão de Crédito 5,1 5,1

Seguro 5,0 5,1

Conta Corrente

Ensino Médio

5,0 5,0

Cartão de Crédito 4,9 5,0

Seguro 5,0 5,0

Conta Corrente

Ensino Superior

5,1 5,3

Cartão de Crédito 5,2 5,1

Seguro 5,1 5,2

Com base nos testes estatísticos, controlando por escolaridade, podemos dizer que “ser bancarizado” (possuir conta corrente, cartão de crédito ou seguro) tende a aumentar a educação financeira no que diz respeito às dimensões Conhecimento e Atitude, mas não faz diferença significativa na dimensão Comportamento. Ou seja, o contato com esses produtos e com instituições financeiras é capaz de educar até o nível da informação e das crenças a respeito do uso mais ou menos sustentável do dinheiro, mas não consegue ultrapassar a barreira da “tentação” e a “urgência” do consumo em detrimento da neces-sidade de poupar para eventuais imprevistos.

Esta breve análise parece reforçar o que já havíamos percebido em análises anteriores: a pouca ou não existente educação financeira com relevância prática. O conhecimento, quando se dá, surge na prática, a partir do acesso a serviços que requerem uma base mínima de familiaridade com os temas para poder operar. Como o conhecimento não é consolidado, a prática de uso dos serviços afeta apenas parcialmente a dimensão atitudi-nal, mas não influencia o comportamento dos indivíduos.

14 IndEF 2014 - Indicador de Educação Financeira

Organizadores

SerasaConsumidor é um conceito que abrange as ações da empresa para ajudar o consumidor a gerir sua vida financeira, de forma a auxiliá-lo na gestão de sua reputação creditícia para o seu bem-estar e desenvolvimento. Essas ações visam também a estreitar o relacionamento direto da Serasa Experian com o consumidor, que já acontece há décadas, com respeito e qualidade, por meio da rede de agências da Serasa Experian em todo o País. A melhoria dessa gestão compreende avanços na educação financeira, com a qual o SerasaConsumidor está comprometido, para que o cidadão possa desfrutar do crédito, consumindo ou empreendendo sem incorrer na inadimplência ou no superendividamento.

Apoiando-se no slogan Use a seu favor, o SerasaConsumidor coloca a tradição e a credibilidade da Serasa Experian para gerir o histórico de crédito do consumidor, para que ele possa tomar decisões de consumo mais adequadas e favoráveis às suas finanças.

Para mais informações, visite www.serasaconsumidor.com.br

A Serasa Experian é líder na América Latina em serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas. No Brasil, é sinônimo de solução para todas as etapas do ciclo de negócios, desde a prospecção até a cobrança, oferecendo às organizações as melhores ferramentas. Com profundo conhecimento do mercado brasileiro, conjuga a força e a tradição do nome Serasa com a liderança mundial da Experian. Criada em 1968, uniu-se à Experian Company em 2007. Responde on-line/real-time a 6 milhões de consultas por dia, auxiliando 500 mil clientes diretos e indiretos a tomar a melhor decisão em qualquer etapa de negócio. É a maior Autoridade Certificadora do Brasil, provendo todos os tipos de certificados digitais e soluções customizadas para utilização da tecnologia de certificação digital e de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e), tornando os negócios mais seguros, ágeis e rentáveis.

Constantemente orientada para soluções inovadoras em informações para crédito, marketing, identidade digital e negócios, a Serasa Experian vem contribuindo para a transformação do mercado de soluções de informação, com a incorporação contínua dos mais avançados recursos de inteligência e tecnologia.

Para mais informações, visite www.serasaexperian.com.br

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A Serasa Experian é parte da Experian, líder mundial em serviços de informação, fornecendo dados e ferramentas de análise a clientes ao redor do mundo. O Grupo auxilia os clientes no gerenciamento do risco de crédito, prevenção a fraudes, direcionamento de campanhas de marketing e na automatização do processo de tomada de decisão. A Experian também apoia pessoas físicas na verificação de seus relatórios e scores de crédito e na proteção a fraudes de identidade.

A Experian plc está registrada na Bolsa de Valores de Londres (EXPN) e compõe o índice FTSE 100. A receita total para o ano fiscal encerrado em 31 de março de 2014 foi de US$ 4,8 bilhões. A empresa emprega cerca de 16.000 pessoas em 39 países e possui sede corporativa em Dublin, na Irlanda, e sedes operacionais em Nottingham, no Reino Unido; na Califórnia, Estados Unidos; e em São Paulo, Brasil.

Para mais informações, visite www.experianplc.com

Contatos: Tomás Carmona: [email protected] Luiz Rabi: [email protected]

Empresa do Grupo IBOPE dedicada ao conhecimento do comportamento das pessoas e de todas as suas relações: familiar, social, política, de consumo e de utilização de serviços. Especialista em soluções de pesquisa de opinião e mercado, off e online, quantitativas e qualitativas, geonegócios, inovação, data mining e ferramentas de análise e integração de dados.

Saiba mais: www.ibope.com

Contatos: [email protected] [email protected]

O Instituto Paulo Montenegro é uma organização sem fins lucrativos que, com base nos mais de 70 anos de experiência do Grupo IBOPE em pesquisa, desenvolve e dissemina propostas educacionais inovadoras que contribuem para a melhoria da qualidade da educação, com vistas a contribuir para a diminuição das desigualdades sociais, a melhoria das condições de vida da população, assim como a inserção do País em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.Desde sua criação, no ano 2000, o Instituto Paulo Montenegro coordena o investimento social do Grupo IBOPE, confirmando sua atuação como uma empresa socialmente responsável, no Brasil e em outros 13 países da América Latina.

Saiba mais: www.ipm.org.br

Contatos: Ana Lucia Lima: [email protected] Fernanda Cury: [email protected]

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Alameda dos Quinimuras, 18704068-900 São Paulo SP

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