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26º Festival de Almada 4 De novo nos Palcos da Vida!, por Maria Emília Neto de Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Almada 6 Teatro de Arte hoje, por Joaquim Benite, Director do Festival de Almada 8 Homenagem 2009: Ruy de Carvalho Espectáculos 11 Quarteto para quatro actores, de Boguslaw Schaeffer, encenação de Jaroslaw Bielski 12 As criadas, de Jean Genet, encenação de Luc Bondy 14 Vieira da Silva par elle même, de Maria José Paschoal, direcção artística de Elisa Lisboa 15 Diálogo de um cão com o seu dono sobre a necessidade de morder os seus amigos, de Jean-Marie Piemme, encenação de Philippe Sireuil 16 Carta aos actores, de Valère Novarina, por Jorge Silva Melo 17 Cortamos e frisamos, de Silvina Ocampo, encenação de Inés Saavedra 18 Menina Else, de Arthur Schnitzler, encenação de Christine Laurent 19 Film noir, de André Murraças, encenação de André Murraças 20 Quarto interior, direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo 21 A criada Zerlina, de Hermann Broch, encenação de Robert Cantarella 22 Compota russa, de Liudmila Ulítskaia, encenação de Andrzej Bubien 23 ou/não, a partir de Alan Ayckbourn e Harold Pinter, por tg STAN 24 Uivos, de Jesús Peña, encenação de Jesús Peña 25 Charanga, direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo 26 Para Louis de Funès, de Valère Novarina, por Jorge Silva Melo 27 Dezembro, de Guillermo Calderón, encenação de Guillermo Calderón 28 Flores arrancadas à névoa, de Arístides Vargas, encenação de Pepe Bablé 29 Contracções, de Mike Bartlett, encenação de Solveig Nordlund 30 Deus como paciente, de Conde de Lautréamont, encenação de Matthias Langhoff 32 4 & 30, de Cris Wall de Sá, encenação de Walter Cristóvão 33 Estudo para uma cidade perfeita, coreografia de Jean Paul Bucchieri 34 A última noite de Jácome Casanova, de Stefano Massini, encenação de Mario Mattia Giorgetti 35 Neva, de Guillermo Calderón, encenação de Guillermo Calderón 36 Caderno de um regresso ao país natal, de Aimé Césaire, encenação de Jacques Martial 37 Demo – um musical Praga, de Teatro Praga 38 A natureza das coisas, a partir de Lucrécio, coreografia de Virgilio Sieni 39 Comédia Mosqueta, de Ruzante, encenação de Mário Barradas Actos complementares 41 Exposições 48 Encontros da Cerca 49 Colóquios / Debates 54 Workshops 56 Leitura 57 Animação 58 Música na Esplanada Índice

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4 DenovonosPalcosdaVida!, por Maria Emília Neto de Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Almada

6 TeatrodeArtehoje, por Joaquim Benite, Director do Festival de Almada

8 Homenagem2009:RuydeCarvalho

Espectáculos

11 Quartetoparaquatroactores, de Boguslaw Schaeffer, encenação de Jaroslaw Bielski

12 Ascriadas, de Jean Genet, encenação de Luc Bondy

14 VieiradaSilvaparellemême, de Maria José Paschoal, direcção artística de Elisa Lisboa

15 Diálogodeumcãocomoseudonosobreanecessidadedemorderosseusamigos, de Jean-Marie Piemme, encenação de Philippe Sireuil

16 Cartaaosactores, de Valère Novarina, por Jorge Silva Melo

17 Cortamosefrisamos, de Silvina Ocampo, encenação de Inés Saavedra

18 MeninaElse, de Arthur Schnitzler, encenação de Christine Laurent

19 Filmnoir, de André Murraças, encenação de André Murraças

20 Quartointerior, direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo

21 AcriadaZerlina, de Hermann Broch, encenação de Robert Cantarella

22 Compotarussa,de Liudmila Ulítskaia, encenação de Andrzej Bubien

23 ou/não, a partir de Alan Ayckbourn e Harold Pinter, por tg STAN

24 Uivos, de Jesús Peña, encenação de Jesús Peña

25 Charanga, direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo

26 ParaLouisdeFunès, de Valère Novarina, por Jorge Silva Melo

27 Dezembro, de Guillermo Calderón, encenação de Guillermo Calderón

28 Floresarrancadasànévoa, de Arístides Vargas, encenação de Pepe Bablé

29 Contracções, de Mike Bartlett, encenação de Solveig Nordlund

30 Deuscomopaciente, de Conde de Lautréamont, encenação de Matthias Langhoff

32 4&30, de Cris Wall de Sá, encenação de Walter Cristóvão

33 Estudoparaumacidadeperfeita, coreografia de Jean Paul Bucchieri

34 AúltimanoitedeJácomeCasanova, de Stefano Massini, encenação de Mario Mattia Giorgetti

35 Neva, de Guillermo Calderón, encenação de Guillermo Calderón

36 Cadernodeumregressoaopaísnatal, de Aimé Césaire, encenação de Jacques Martial

37 Demo–ummusicalPraga, de Teatro Praga

38 Anaturezadascoisas, a partir de Lucrécio, coreografia de Virgilio Sieni

39 ComédiaMosqueta, de Ruzante, encenação de Mário Barradas

Actos complementares

41 Exposições

48 EncontrosdaCerca

49 Colóquios/Debates

54 Workshops

56 Leitura

57 Animação

58 MúsicanaEsplanada

Índice

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Uma vez mais, entre 4 e 18 de Julho, vamos todos ter a oportunida-de de viver e usufruir, e principalmente celebrar o Festival Interna-cional de Teatro de Almada na sua 26ª edição consecutiva.

OnossoFestival, como com orgulho os Almadenses identificam esta grande festa de Cultura, construída a partir da Arte de Representar a Vida mas plena de outras manifestações culturais que completam e comple-mentam a encenação das venturas e desventuras humanas em cena, aí está de novo nos palcos da cidade, nas ruas e nas praças, nos museus – e também noutros espaços da Cidade de Lisboa, contribuindo para a afirmação cultural da cidade de duas margens.

Denovo, e como em todas as 25 edições anteriores, vai proporcionar--nos aquela que é uma rara oportunidade de assistir, e para além disso de participar, em mais de duas dezenas e meia de produções teatrais de elevadíssima qualidade, em colóquios, debates e outras manifestações artísticas, oferecendo-nos quinze dias de convívio intenso onde, acima de tudo, se afirmam e confirmam os valores mais genuínos da Amizade, da Solidariedade e da Paz.

OFestivaldeAlmada integra hoje, por direito próprio e pela elevadís-sima qualidade do trabalho que produz, o conjunto de realizações de que não somos já capazes de abdicar: o grupo daquelas iniciativas que fazem parte do nosso património colectivo, as quais aguardamos em cada ano com enorme expectativa.

Serápois com renovado entusiasmo que Almada irá receber nesta 26ª Edição do Festival Internacional de Teatro, em momentos de uma também renovada alegria e confraternização, as produções teatrais de grupos de 10 países e povos tão distintos mas igualmente tão próximos, de Portu-gal, Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Rússia, Chile, Argentina e Angola.

Esteano, o Festival homenageia uma personalidade amplamente co-nhecida de todos os portugueses, possuidora de uma longa carreira re-cheada de êxitos e aplausos, desenvolvida nos palcos de todo o País, mas também nos ecrãs da televisão e do cinema, o Actor Ruy de Carvalho, a quem dirijo as maiores felicitações e o mais sentido aplauso pela sua ex-

traordinária carreira artística e profissional, agradecendo o seu contributo para o prestígio desta 26ª Edição do Festival de Teatro de Almada.

Renovoosagradecimentos, que todos os anos aqui registo em nome dos Almadenses, à Companhia de Teatro de Almada, a todos os seus pro-fissionais de corpo inteiro e de extraordinária competência e dedicação, pelo trabalho de organização e produção desta grande manifestação da arte e da cultura do nosso País e do Mundo, e dirijo uma calorosa e frater-nal saudação em particular ao Director da Companhia de Teatro de Alma-da, Joaquim Benite, o verdadeiro e grande «maestro» na condução desta grande epopeia que há 26 anos coloca de pé, o Festival Internacional de Teatro de Almada.

Aosartistas, a todos eles, vindos de Portugal e de outras nações do Mundo inteiro, também uma saudação amiga e fraterna: é sempre uma honra e um prazer renovados podermos receber-vos nesta vossa Casa.

Bemvindos a Almada. Viva o Teatro!

Maria Emília Neto de SousaPresidente da Câmara Municipal de Almada

De novo nos Palcos da Vida!

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Alguns pensam que o seu tempo passou, que o Mundo em que vi-vemos é irremediavelmente diferente daquele que dizem ter conhe-cido e que não vale a pena continuar a agir com o fito de contribuir

para a sua transformação.Pormim, penso que o Mundo é nosso enquanto cá andamos, que

nada, com a excepção da morte (no plano individual) é irremediável e que depende de todos (portanto, de cada um de nós) decidir os rumos, esco-lher o programa, visualizar a casa em que queremos habitar.

Estaideia conduzirá, muitas vezes, a nossa acção ao campo da luta e da resistência – e frequentemente ao isolamento e à incompreensão dos outros. Mas esse é o tributo que se paga pelo desejo de participação, impulsionador do movimento, sem o qual não há vida. A inquietação, a necessidade de questionar o Mundo que nos envolve e de que somos parte, é uma condição da existência.

GeneteLautréamont são dois poetas maiores da inquietação e dois expoentes da cultura ocidental. As criadas, de Jean Genet, na encenação de Luc Bondy, e Dieu comme patient, de Lautréamont, com direcção de Matthias Langhoff, cumprem, assim, no Festival de Almada de 2009, esse lugar central do teatro como forma de interrogação da condição humana, de aprofundamento e dramatização dos conflitos da vida, no plano da sociedade, da existência, e da história.

LucBondy (que em As criadas dirige uma das maiores actrizes euro-peias, a alemã Edith Clever) já é conhecido do público de Almada: apre-sentou À espera de Godot, de Beckett, em 2000. Matthias Langhoff, um outro prestigiado encenador, que foi director do Berliner Ensemble, es-treia-se no Festival.

Bastariamestesdoismomentos para que a importância do Festival de Almada no quadro do teatro português fosse, uma vez mais, afirma-da. Mas o programa inclui muitos outros espectáculos e iniciativas que, por si só, justificariam, também, o generalizado interesse do público. Companhias que se apresentam este ano pela primeira vez (o Teatro Na-cional Francófono da Bélgica, o célebre Teatro de Sátira de S. Petersbur-go, o director e actor francês Jacques Martial, o Teatro en El Blanco, do Chile, entre outros); ou agrupamentos já conhecidos do Festival (como o Teatro Corsário, de Valladolid), representam elementos constituintes de um panorama das tendências teatrais contemporâneas no Mundo de hoje, e um contributo para o aprofundamento da consciência que dele tentamos ter.

OciclosobreoTeatroLatino-Americano, organizado com a cola-boração da revista espanhola ADE, o IITM, o Celcit e a Casa da América Latina, o seminário sobre a tradução de textos teatrais, em colaboração com o Teatro Nacional São João, e o encontro de estética e teoria cultural POLÍTICA.CRIAÇÃO.VALOR, em colaboração com o Instituto Franco-Por-tuguês, integram um dos mais ambiciosos programas de Actos Comple-mentares até agora apresentados.

Esteétambém o Festival com maior número de estreias: nove, das quais oito produções portuguesas (pela primeira vez duas da Companhia de Teatro de Almada) e uma estrangeira (La servante Zerline, com direc-ção de Robert Cantarella, outro grande encenador francês de quem o ano passado pudemos apreciar Hippolyte, de Robert Garnier).

As Antilhas (com o texto do grande poeta Aimé Césaire) e Angola explicitam, em 2009, a tradição intercultural do Festival.

Há25anos, no Beco dos Tanoeiros, no Julho quente de 1984, nascia o Festival de Almada. Foi uma longa caminhada, para a qual contribuíram muitos. Três desses deixaram este ano de estar connosco: Carlos Porto, Celeste Amorim, Luís Pais. Cada um de sua maneira e nos seus respecti-vos planos, têm para sempre uma quota de seu no Festival de Almada.

Num tempo de dificuldades para muitos, o teatro não pode alhear-se dos problemas sociais. Como se tem percebido nos anos recentes, as visões políticas sobre os aspectos que configuram o particular período de transformação que atravessamos têm vindo a ganhar novas expressões no teatro contemporâneo. No Teatro de Arte – aquele de que nos ocupa-mos.

Joaquim BeniteDirector do Festival de Almada

Teatro de Arte hoje

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OSGRANDESACTORES

Teatro Moderno de Lisboa, Render dos heróis, Cardoso Pires – estes três nomes surgem-me sempre associados quando penso em Ruy de Carvalho. A personagem do falso cego que «fazia»

nesses tempos heróicos do então cinema Império (na peça de Cardoso Pires que Fernando Gusmão encenou), e, depois, um mordomo que o vi representar, com Laura Alves, no desaparecido teatro Monumental, são ainda hoje pontos cintilantes no céu da minha memória teatral da juventude.

Ruyfoi, na segunda metade do século XX, um dos maiores actores portugueses. Acompanhei, claro, toda a sua carreira e tive o prazer de conviver com ele, num grupo de que também faziam parte, entre outros, o referido Fernando Gusmão (que foi meu mestre), essa figura carismática e inesquecível que foi Paulo Renato, ou aquela grande actriz de que todos nos orgulhamos que é Eunice Muñoz.

Ogénioartístico de Ruy de Carvalho manifesta-se no palco. Nele, voz e corpo constituem uma identidade, um todo indistinguível. A modernida-de de Ruy de Carvalho (nesses tempos em que a minha avidez de ver não dispensava o desenvolvimento do sentido crítico, que é o caldo da apren-dizagem) consistia, para mim, numa inabitual sugestão de facilidade, uma serena gestão do tempo, uma elegância de elocução e movimento que o faziam sobressair dos conjuntos.

Háactores que só conhecemos no palco, que aí ganham a «verda-deira» personalidade, e por isso nos transmitem uma impressão de vero-similhança das falsas personagens que encarnam. Este é o caso de Ruy de Carvalho.

Conheço-o, mas não o conheço. Quando o vejo, vejo o cego, vejo o mordomo, vejo o rei louco. Vejo as personagens que, por alguns mo-

mentos, existiram graças a ele. E que nos fizeram viver a nós também, espectadores, nesse espaço breve que só existe quando os supremos ar-quitectos que são os actores o concebem e tornam realidade. Raramente entramos nesse espaço. Só quando os actores o permitem. Os grandes actores.

Joaquim Benite

RuydeCarvalho nasceu em Lisboa, em 1927. Concluído o Curso de Teatro, no Conservatório Nacional, estreia-se no Teatro Nacional D. Maria II, em 1947, na peça Rapazes de hoje, de Roger Ferdinand. Esta passagem pela Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro seria o início de uma carreira de sucessos consolidados, que passaria, ainda, pelo Teatro do Povo – onde seria dirigido por Ribeirinho –, pela co-fundação do Teatro Moderno de Lisboa, e pelo Teatro Experimental do Porto, onde assina a sua primeira e única encenação (Terra firme, de Miguel Torga).

Deregresso ao Teatro Nacional, de Lisboa, em 1977, Ruy de Car-valho dará um renovado fôlego à sua carreira, assegurando com singu-lar brilhantismo – em Lisboa e no Porto, no Teatro Nacional São João – protagonistas do mais importante reportório teatral (como em Minetti, de Thomas Bernhard, ou A tempestade e Rei Lear, de W. Shakespea-re). Também no cinema, onde trabalhou, entre outros realizadores, com Manoel de Oliveira, Ruy de Carvalho deixou uma relevante marca inter-pretativa.

Homenagem 2009: Ruy de Carvalho

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Neste concerto desconcertante, quatro actores em cena tocam uma música imaginária, mo-

vimentam-se de um modo aparente-mente aleatório, lutam, discutem os grandes temas da vida, desde o sen-tido da existência até à condição da mulher e ao tratamento da caspa. Pelo meio fazem exercícios de linguística, de trava-línguas, e dão uma lição para apresentadores de televisão. Conver-sam e, sobretudo, desconversam so-bre variados temas e situações. É o teatro do absurdo no seu melhor.

BoguslawSchaeffer,compositor polaco nascido em Lvov (actual Lviv, na Ucrânia), é também musicólogo e artista gráfico, membro do vanguar-dista «Grupo de Cracóvia» de com-positores polacos, juntamente com Krzysztof Penderecki e outros. Depois de estudar violino em Opole e de se licenciar em composição sob a direc-ção de Zdzislaw Jachimecki, em 1953, na Academia de Música de Cracóvia, tem sido um compositor e um teórico activo. Em 1963 foi mestre de com-posição na Academia de Cracóvia, e ocupou o lugar de professor na Hoch-shule für Music, em Salzburgo, entre 1980 e 2000.

Jaroslaw Bielski, encenador de origem polaca, vive em Espanha, e é cidadão espanhol, desde 1993. Li-

cenciado pela Escola Universitária de Arte Dramática de Cracóvia, em 1983, prolongou os seus estudos no Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski. Tra-balhou como encenador e actor de teatro, cinema e televisão.

Em 1985 foi para Espanha, com uma bolsa de estudo de encenação do Ministério da Cultura da Polónia e Ministério dos Assuntos Exteriores de Espanha, onde trabalhou no Tea-tro Espanhol com Miguel Narros e no Centro Dramático Nacional, com Lluis Pascual e José Carlos Plaza.

Fundouedirige em Madrid o Tea-tro Réplika, e, desde 1997, trabalha como professor de direcção cénica na Real Escuela Superior de Arte Dra-mático de Madrid.

Companhia de Teatro de Almada

Almada

PoRTugAl Quarteto para quatro actoresBoguslaw Schaefferencenação de Jaroslaw BielSkiCRiAção

Intérpretes

TraduçãoCenografia

Coreografia

LínguaDuração

Classificação

CarlosGonçalvesCarlosSantosCelestinoSilvaLuísRamosAntónioPescadaMalgorzataZakElviraSanz

Português1h15M12

Escola D. Antónioda Costa-AlmadaPALCOGRANDE

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tescas, emulam o mundo da patroa que desejam assassinar – numa lógi-ca de escravo aprisionado, que só se emancipa pela representação suicidá-ria – interpelou de modo diverso o en-cenador suíço Luc Bondy (n. 1948).

Nestaproduçãoqueseestreouem Junho de 2008, no Festival de Viena, Bondy sinaliza uma atmosfe-ra específica, intimamente ligada ao cenário cru e denunciador de Bert Neumann (n. 1960), e ao expressivo desenho dos corpos no espaço: a emblemática Edith Clever (Madame), Caroline Peters (Claire) e Sophie Rois (Solange) revelam-se três intérpretes absolutamente extraordinárias. Na tensão enérgica desta criação joga-se, também, a própria ideia de crime que ensombra toda a obra de Genet e a teatralização que, paradoxalmente, a alimenta e lhe resiste.

A estreia deste espectáculo ga-nhou de imediato a admiração dos críticos de teatro alemães. Peter Hans Göpfert, do Berliner Morgenpost, subli-nhou a qualidade do elenco, constituído por «duas gerações de actrizes, duas formas distintas de representar, que nos são aqui oferecidas numa salva de prata». Irene Bazinger, do Tip, conside-rou a encenação de Luc Bondy como «grandiosa», e apelidou Edith Clever de «monstro sagrado da arte teatral». Já Rüdiger Schaper viu a célebre actriz alemã «resplandecer de um modo sere-no, mas sempre triunfal». E Christopher Funke, do Dienstag, avaliou a interpre-tação de Clever como «magistral».

Teatro Municipalde Almada

SALAPRiNCiPAL

19h00 Sáb 416h00 Dom 5

Intérpretes

Cenografia Figurinos

Desenho de luzAssistente

de encenaçãoDramaturgia

Língua

DuraçãoClassificação

EdithCleverCarolinePetersSophieRoisBertNeumannTabeaBraunDominiqueBruguère

GeoffreyLaytonDieterSturm

AlemãoLegendadoem português2h00M12

A encenação da peça As criadas, de Jean Genet, por Luc Bondy – numa produção da Volksbühne – é um dos espectáculos centrais do Festival de Almada de 2009. Depois de já ter recebido a Schaubühne, em 2002

(com Disco pigs, encenação de Thomas Ostermeier), e o Berliner Ensemble, o ano passado (com Peer Gynt, encenação de Peter Zadek), o Festival apresenta este ano, pela primeira vez em Portugal, outra grande companhia de referência da Alemanha, que, juntamente com aquelas, faz de Berlim a capital contem-porânea do teatro.

A Volksbühne am Rosa-Luxemburg-Platz é, simultaneamente, um espaço teatral, uma companhia e uma escola de teatro. Construído entre 1913 e 1914, o edifício da Volksbühne – literalmente: «teatro do povo», situ-ado na praça Rosa-Luxemburgo – veio responder aos anseios da associa-ção Freie Volksbühne (Teatro do Povo Livre), a qual procurava, desde 1890, um espaço onde se praticasse um teatro pedagógico, mas de qualidade, para as classes trabalhadoras.

SituadaemBerlimLeste – e integrada, portanto, na República Demo-crática Alemã, até 1989 –, a Volksbühne afirmou-se sempre como uma com-panhia de vanguarda, tendo sido dirigida por criadores como Max Reinhardt ou Erwin Piscator, o grande inventor do teatro político. Nos anos 70, foi mar-cada por Benno Besson, discípulo de Bertolt Brecht e um dos grandes ence-nadores que já passaram pelo Festival de Almada (na edição de 2003, com O amor das três laranjas, de Carlo Gozzi, e O círculo de giz caucasiano, de Brecht).

Desde1992,éoencenadorFrankCastorf(n. 1951) que, como inten-dente, a vem transformando numa das companhias mais inovadoras das ar-tes performativas de hoje, atitude reflectida na atenção dada à música rock e pop e ao novo cinema e, ainda, na abertura à desconstrução assumida pela performance (inaugura mesmo uma nova sala em Berlim – o Prater –, exten-são acentuadamente experimental da Volksbühne).

As criadas(Les bonnes,1947) é uma peça que agitou o teatro indepen-dente português pré-25 de Abril, quando o argentino Victor García – influen-ciado por uma estética ritual e anti-capitalista – a dirigiu em 1972, no Teatro Experimental de Cascais. A história de duas criadas que, em mascaradas gro-

Volksbühne am Rosa-luxemburg-Platz

Berlim

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As criadas Die ZofenJean Genetencenação de luc Bondy

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Co-produção: Wiener festwochen

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Vieira da Silva par elle même é um espectáculo quase auto-biográfico, porque recorre ape-

nas às palavras ditas pela pintora Ma-ria Helena Vieira da Silva ao longo da sua vida, em entrevistas com diversos jornalistas.

Por issoesteespectáculoé tão iluminado pela pintora portuguesa, tão honesto nos seus propósitos e tão simples na sua representação, sem pretender de forma alguma desviar o olhar do público daquilo que é mais importante – a obra da artista.

MariaJoséPaschoal estreou-se como actriz, em 1981, em Casamento branco, de Tadeus Rozewicz, no Tea-tro Aberto. Entre 1986 e 1993, no Tea-tro da Graça, participou em peças de autores como Fassbinder, Tennessee Williams, Edward Bond, Edward Al-bee, Turgueniev, A. Galine, Tchecov e Gorki. Recentemente, no TMA, inter-pretou o papel de D. Francisca de Ara-gão em Que farei com este livro?, de José Saramago, com encenação de Joaquim Benite. Recebeu ao longo da sua carreira diversos prémios. O seu desempenho como Vieira da Silva no espectáculo agora apresentado no Festival de Almada, valeu-lhe o Globo de Ouro para Melhor Actriz de Teatro na edição de 2009.

lisboa

PoRTugAl

grupo Cassefaz

Vieira da Silva par elle mêmeMaria José PaSchoaldirecção artística de elisa liSBoa

IntérpreteCenário e figurinosQuadros em cena

Quadros pintados ao vivo

Música

Cabeleireiro

LínguaDuração

Classificação

MariaJoséPaschoalMariaJoséPaschoalEugéniaNobre

MariaJoséPaschoalMendelssohnBachChopinPauloVieira

Português1h00M12

Teatro Municipalde Almada

SALAExPERiMENTAL

19h00 Dom 522h00 Dom 5

Esta peça de Jean-Marie Piem-me, encenada por Philippe Si-reuil, para o Teatro Nacional da

Comunidade Francesa em Bruxelas constituiu um dos grandes êxitos do último Festival d’Avignon. Texto, en-cenação e interpretação foram sau-dados com os mais fortes elogios. A peça de Piemme narra a história do encontro de um homem, porteiro de um hotel de luxo, mas que vive na precariedade de uma caravana, com um cão que passa a vida a exibir as suas cabriolas. Com a ferocidade sa-lutar de uma escrita que não usa pin-ças para agarrar o Mundo, esta peça, de acordo com o encenador, «dá-nos o osso, o nervo e a carne de um belo pedaço de teatro que deve ser devo-rado sem qualquer moderação».

Nascidoem1952, no então Con-go Belga, Philippe Sireuil é um dos mais destacados encenadores de lín-gua francesa da actualidade. Ao longo da sua carreira encenou textos de Strindberg, Peter Handke, Bertolt Bre-cht, Alfred Musset, Tchecov, Koltès, Marguerite Duras, Jean-Luc Lagarce, Paul Claudel, Ibsen, Marivaux, Broch, Molière, Shakespeare, entre outros.

Jean-Marie Piemme (Valónia, 1944) estudou literatura na Univer-

sidade de Liège e teatro no Instituto de Estudos Teatrais em Paris. Drama-turgo no Ensemble Théâtrale Mobile, colabora em seguida com o Théâtre Varia, de Bruxelas. Entre 1983 e 1988, integra a equipa de Gérard Mortier na Ópera Nacional da Bélgica. A sua pri-meira peça é de 1986 (Neige en dé-cembre). Seguiram-se mais de trinta textos de teatro, representados na Bélgica e no estrangeiro, alguns dos quais estão publicadas na Actes Sud e nas edições Lansman.

Intérpretes

Cenografia e luzAssistente

de encenaçãoFigurinos

Música originalTécnico de palco

Língua

DuraçãoClassificação

PhilippeJeusetteFabriceSchillaciPhilippeSireuil

ChristelleAlexandreCatherineSomersDavidCallasJean-MarcFeniou

FrancêsLegendadoem português1h40M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Seg 6

Dialogue d’un chienavec son maître sur la nécessitéde mordre ses amisJean-Marie PieMMeencenação de Philippe Sireuil

Diálogo de um cãocom o seu dono

sobre a necessidadede morder os seus amigos

Bruxelas

BélgiCA

teAtro Théâtre national de la Communauté Française teAtro

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Carta aos actores Valère noVarinaPor Jorge SilVa Melo

teAtro Artistas unidos

lisboa

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Carta aos actores é uma refle-xão profunda sobre a arte de ser actor e o sentido do teatro.

Este texto foi escrito no decorrer dos ensaios de Atelier voador, entre No-vembro e Dezembro de 1973.

Será preciso que um dia um actor entregue o seu corpo vivo à medicina, que seja aberto, que se saiba enfim o que acontece lá dentro, quando está a actuar. Que se saiba como é feito, o outro corpo. Porque o actor actua com um corpo que não o seu. Com um corpo que funciona no outro senti-do. Um corpo novo entra em jogo, no gesto da actuação. Um corpo novo? Ou uma outra economia do mesmo? Não se sabe ainda. Seria preciso abrir. Enquanto ele está a actuar.

Valère Novarina

ValèreNovarina,dramaturgo, ro-mancista e artista plástico francês, nasceu em 1947, em Genebra, e pas-sou a infância e a adolescência em Thonon, na margem francesa do lago Leman. Estudou na Sorbonne, em Pa-ris, filosofia, filologia e história do tea-tro. A sua primeira peça, L’Atelier vo-lant, foi levada à cena em 1974, por Jean-Pierre Sarrazac. É autor de de-zenas de obras de ficção e peças de teatro, algumas das quais estão tra-duzidas em quase todo o Mundo.

Apartirdosanos80 Valère No-varina intensificou as suas activida-des de desenhador e pintor, tendo realizado, além de exposições, várias performances em que mistura texto, desenhos, pinturas e música.

IntérpreteTradução

Adaptaçãopara Portugal

Cenário e figurinosDesenho de luzUma pintura de

LínguaDuração

Classificação

JorgeSilvaMeloÂngelaLeiteLopes

JorgeSilvaMeloJoanaFrazão(comoapoiodoAET)RitaLopesAlvesPedroDomingosivo

Português1h00M12

Instituto Franco--Português - Lisboa

AUDiTóRiO

21h00 Seg 619h00 Ter 7

CRiAção

Apoio: instituto franco-Português

CortamosondulamosSilvina ocaMPoencenação de inés SaaVedra

la maravillosa

Buenos Aires

ARgEnTinA

em colaboração com o celcit

Mabel e Marta são duas ir-mãs que, num cabeleireiro, comentam a vida das suas

clientes e amigos enquanto vão traba-lhando. Cortamos e frisamos baseia-se em contos da escritora Silvina Ocam-po, onde os ciúmes, a inveja e a vin-gança alimentam as palavras que se despem com brutalidade, apesar de uma aparente cordialidade e fingida inocência. Trata-se de uma comédia hilariante, que desde a sua criação, em 2001, tem sido entusiasticamente re-cebida em vários palcos do Mundo.

inés Saavedra é actriz, autora e encenadora. Há alguns anos transfor-mou a sua própria casa numa sala de teatro – La Maravillosa –, destinando--a à investigação, estudo e criação de textos dramáticos.

Cortamos e frisamos valeu-lhe uma nomeação para Melhor Actriz Off, nos prémios promovidos pela As-sociação de Cronistas de Espectácu-los argentina.

Alejandro Cruz, crítico do diário argentino La nación, considerou este espectáculo «basicamente delicioso». Jorge Lafauci, do Infobae, viu em Cor-tamos e frisamos «uma surpresa que nos reconcilia com a essência do pra-zer de ser espectadores».

Intérpretes

Cenário e figurinosDesenho de luz

Assistente de encenação

Língua

DuraçãoClassificação

inésSaavedraMariaMartaGuitartCoraRezkDoloresSaavedraDavidSeldes

CoraRezk

EspanholLegendadoem português1h00M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Ter 7

Cortamos e frisamos

teAtro

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Aencenadora e cineasta Christi-ne Laurent – colaboradora re-gular do Teatro da Cornucópia

(dirigiu Barba Azul, Diálogos sobre a pintura na cidade de Roma, O lírio, D. João e Fausto, O ginjal e Os gigantes da montanha) – trabalha com a actriz Rita Durão e com a cenógrafa Cristina Reis a adaptação para teatro de Meni-na Else, romance do austríaco Arthur Schnitzler (1862-1931).

Else é uma rapariga da média burguesia vienense, que, aos 19 anos, se vê na situação de ter de encontrar trinta mil florins para salvar a família da ruína. Apesar da revolta que sente, acabará por fazê-lo de maneira sur-preendente. Ambígua e aparentemen-te inconsciente, Else revelará um lado profundamente sombrio. Escrito como «monólogo interior», o romance traça um retrato muito belo de uma jovem mulher.

OTeatrodaCornucópia, dirigido por Luis Miguel Cintra e Cristina Reis, tem estado presente regularmente no Festival. A alta qualidade dos seus tra-balhos é sobejamente conhecida do público. Como encenador e actor Luis Miguel Cintra ocupa um lugar de espe-cial prestígio no teatro português.

ArthurSchnitzler (1862-1931) foi um dramaturgo, romancista e contista austríaco. Forma-se em medicina, em 1885, pela Universidade de Viena.

Exerce a profissão até 1894, quando decide dedicar-se à literatura. Come-ça a carreira literária aos 18 anos, com a publicação de A canção de amor da bailarina. Como escritor, fica conheci-do com a publicação de Anatol (1893) e Dança de roda (1897) – peças que descrevem a atmosfera de erotismo e melancolia da Viena do fim-de-sécu-lo, e causaram escândalo quando en-cenadas. É autor de O caminho solitá-rio (1908), que trata do anti-semitismo da época: o mesmo tema da sua tra-gédia Professor Bernhardt (1912). Es-creveu ainda muitos outros livros, en-tre os quais O retorno de Casanova (1918), Menina Else (1924) e Breve ro-mance de sonho (1926).

menina Elsearthur Schnitzlerencenação de christine laurent

Teatro da Cornucópia

lisboa

PoRTugAl

IntérpreteCenário e figurinos

Desenho de luzTradução

LínguaDuração

Classificação

RitaDurãoCristinaReisJoséÁlvaroCorreiaJoséVieiraMendes

Português2h00M12

Fórum Romeu Correia - Almada

AUDiTóRiOFERNANDO

LOPES-GRAçA

21h30 Qua 818h00 Qui 9

Film noirandré MurraçaSencenação de andré MurraçaS

lisboa

PoRTugAl

CRiAção

Co-apresentação: teatro nacional d. Maria ii / festival de almada

Visando estimular novas lingua-gens artísticas, o surgimento de novos criadores e a produ-

ção de dramaturgias contemporâneas, o Teatro Nacional D. Maria II criou o Projecto Emergentes, que apresen-tará projectos artísticos no domínio das Artes Cénicas. Film noir, de André Murraças, é o primeiro espectáculo criado neste âmbito. Entre 22 e 26 de Julho, o público do Festival beneficia-rá ainda de condições especiais para assistir ao segundo espectáculo des-te projecto: Geopolítica do caos, de Cátia Pinheiro e José Nunes.

Film noir é um espectáculo de te-atro construído a partir de um género específico de cinema, o «filme ne-gro», muito em voga no pós-guerra. Tem como base de trabalho o predo-mínio das personagens masculinas próprio desses filmes, o poder das personagens femininas, o confronto entre o bem e o mal, os diálogos, as maneiras de vestir, os temas: crimes, adultérios, roubos. Como resultado, nasce no palco uma história contada por imagens cinematográficas.

AndréMurraçasestudou ceno-grafia na Escola Superior de Teatro e Cinema e terminou com distinção o Masterclass of Arts in Scenogra-phy da Hogeschool voor de Kuns-

ten, em Utrecht, na Holanda. Fre-quentou seminários de escrita com Jorge Silva Melo, David Harrower e Roxana Silbert.

Foi encenador, intérprete, cenó-grafo e dramaturgo de Hollywood, more of a man e outras produções.

Intérpretes

Cenário e figurinosCabelos

e maquilhagem

LínguaDuração

Classificação

AnabelaBrígidaMariaJoãoFalcãoSofia CorreiaAndréMurraças

JoanaÍsfer

Português1h30M12

Teatro NacionalD. Maria II - Lisboa

SALAExPERiMENTAL

21h45 Qua 821h45 Qui 921h45 Sex 1021h45 Sáb 1116h15 Dom 12

Teatro nacional D. maria iiteAtro teAtro

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Espectáculo de Honra deste ano (votado pelo público do Festival de Almada), regressa Quarto

interior, pelo Circolando. Sobre este espectáculo, escreveu Miguel-Pedro Quadrio, no Diário de notícias: «A ‘interioridade’ do quarto emerge nos lugares intermédios que esta escrita verdadeiramente transdisciplinar vai alimentando e desfazendo. Podere-mos surpreendê-los na autenticidade dos materiais, no seu arcaísmo as-sumido (vestígio telúrico dum outro Interior, há muito abandonado), na amarelada iluminação expressionista, no traçado clownesco das persona-gens (sublinhado pelos figurinos bec-kettianos), no humor inocente duma rememoração onírica da infância, no deslumbramento endiabrado com a reinvenção de formas e gestos. André Braga e João Vladimiro são intérpre-tes exímios das múltiplas linguagens convocadas neste jogo grotesco e sublime».

Fundadaem1999, a companhia portuense Circolando – dirigida por André Braga e Cláudia Figueiredo – aposta na fusão das linguagens artís-ticas. Teatro físico, dança, imagens, objectos, técnicas circenses e músi-ca cruzam-se na busca sensorial de uma linguagem poética, de peculiar sensibilidade e efeito plástico. His-tórias sem palavras contam-se, as-sim, numa linha de experimentação e

pesquisa, que apela directamente à emotividade do espectador.

ESPECTáCulo DE HonRA

Quarto interiorcriação colectivadirecção artística de andré BraGa e cláudia fiGueiredo

CircolandoteAtro

Porto

PoRTugAl

Intérpretes

Concepção plásticaFigurinos

Desenho de luzMúsica

Direcção de produção

Desenho de som

LínguaDuração

Classificação

AndréBragaJoãoVladimiroAndréBragaRuteMoredaCristóvãoCunhaAlfredoTeixeira

AnaCarvalhosaHaraldKuhlmann

Português1h05M12

Teatro Municipalde Almada

SALAPRiNCiPAL

22h30 Qui 9

l.A.l.A. -- les Acteurs libres Associés

la servante Zerlinehermann Brochencenação de robert cantarella

teAtro

Paris

FRAnçA

Otexto de Hermann Broch dá a palavra a uma velha criada, Zerlina, para fazer ouvir a partir

desse corpo ainda sem afectos amoro-sos activos, o nascimento do amor. Para além desse nascimento, ouve-se neste texto a paixão física, o ciúme e por fim o desejo de morte que dá ten-são ao desejo desde a sua origem. O que é surpreendentemente perturba-dor na leitura do romance é que esta declaração seja feita «de passagem», entre duas portas, em sentido estrito, e por uma mulher velha. Tanto mais per-turbador na ordem das nossas repre-sentações quanto o discurso vai au-mentando progressivamente e se torna de tal modo preciso que é necessário fazer um esforço para imaginar seme-lhante intensidade do presente, dito por uma personagem que parece ter vivido essa paixão há tanto tempo.

Robert Cantarella

Hermann Broch (1886-1951), ro-mancista, dramaturgo e ensaísta aus-tríaco, é autor de Os sonâmbulos e de muitas outras obras em que analisa as sociedades austríaca e alemã, para encontrar as razões da sua passivida-de perante a escalada do nazismo.

RobertCantarella, encenador de autores modernos e clássicos (Sha-

kespeare e Tchecov, entre outros), é também ensaísta (Pour une formation à la mise en scène, 1997) e romancista (Le chalet, 2004). É já conhecido do público do Festival de Almada, onde apresentou, em 2008, o espectáculo Hippolyte.

Thérèse Crémieux estudou em Paris, com Jacques Lecoq, e mais tar-de, em Nova Iorque. Entre os EUA e França, tem representado textos de Tennessee Williams, Eurípides, Elisa-beth Janvier, Luc Cendrier, Henry James e Jean-Paul Sartre. No cinema tem trabalhado com realizadores como Robert Altman, Frédéric Compain, Claude Lelouch, Laurent Heynemann, Jacques Demy e Olivier Schatzky.

A criada Zerlina

IntérpreteCenografia

Língua

DuraçãoClassificação

ThérèseCrémieuxLaurentBerger

FrancêsLegendadoem português1h15M12

Teatro Municipalde Almada

SALAExPERiMENTAL

19h00 Sex 1018h00 Sáb 11

Co-produção: l.a.l.a. – les acteurs libres associés / festival de almadaApoio: instituto franco-Português

CRiAção

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Russkoie Varénieliudmila ulítSkaiaencenação de andrzej BuBien

SãoPetersburgo

RúSSiA

teAtro Teatro de Sátira da ilha Vassilievski

Compota russa

Não resta nada já do cerejal de Ranévskaia. As poucas cere-jeiras que ficaram acabaram

por secar. E mesmo das casas de veraneio, as datchas construídas por Lopákhin, o comprador do cerejal, já só há ruínas. A compota já se não faz de cerejas, ou de ginjas, mas apenas de groselha. E contudo, esta peça de Liudmila Ulítskaia, um dos nomes mais importantes da moderna literatura rus-sa, está habitada pelos herdeiros de Tchecov e toda a acção decorre no que bem poderia ter sido o espaço do velho cerejal.

AndrzejBubien (n. 1964) torna-se director do teatro Wilam Horzyca, em Torum, na Polónia, e director artístico do festival Contact, em 1997. Em 2007 torna-se director do Teatro de Sátira da Ilha Vassilievski, onde se estreou com uma encenação de um texto da drama-turga sérvia Biljana Srbljanovic. Com-pota russa, de Liudmila Ulítskaia, foi a sua segunda produção neste teatro. Recentemente foi publicado em Portu-gal um novo romance de Ulítskaia, Fu-neral divertido (Relógio d’Água). Outras obras suas traduzidas para português são: Sónetchka (Campo das Letras) e Mentiras de mulher (Relógio d’Água).

OTeatrodeSátira da Ilha Vassiliev-ski foi fundado em 1989, por Vladimir

Slovokhotov. A companhia tem partici-pado em festivais internacionais em Helsínquia, Palermo, Avignon, Berlim, Paris, Torum e Lubliana, onde recebeu prémios como o Triomphe, o Masque D’Or e o Herse d’Or. Actualmente, sob a direcção de Andrzej Bubien, este teatro tem em preparação projectos a ser apresentados em Madrid, Seul, Vilnius, Telavive, Nice e Belgrado.

22h00 Sex 10

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

Intérpretes

Cenário e figurinos

Desenho de luzCompositorCoreografia

Língua

DuraçãoClassificação

EvguényTchoudakovNataliaKoutassovaArtemTsypinTatianaMichinaOulianaTchekmenevaNadejdaKoulakovaElenaMartinenkoMikhailNikolayevNadejdaJivoderovaigorNikolaev

ElenaDmitrakovaEvguényGansbourgVitalyistominYuriKhamutiansky

RussoLegendadoem português2h20M12

of/nietalan ayckBourn e harold Pinterencenação colectiva

tg STAnteAtro

Antuérpia

BélgiCA

ou/não

Com o espectáculo of/niet, es-treado em 2006, em Monty (Antuérpia), a companhia belga

tg STAN – «tg», sigla de «Toneelspeler-sgezelschap» (companhia de actores) e «STAN», iniciais de «Stop Thinking About Names» – decidiu-se mesmo a pensar acerca dos nomes. Vinte anos após a sua fundação, é tempo de re-flectir sobre que teatro quer o público ver e, inevitavelmente, que teatro quer a companhia continuar a fazer.

Jolente De Keersmaeker, Sara De Roo, Damiaan De Schrijver e Frank Vercruyssen – intérpretes e co-cria-dores (com Thomas Walgrave) de of/niet – partem das peças Relatively speaking (1965), de Alan Ayckbourn, e Party time (1991), de Harold Pinter, experimentando, primeiro, o puro gozo dos equívocos da alta comédia, questionando, depois, se o público de hoje se contentará com entretenimen-tos ligeiros e galantes.

Presença regular no Festival de Almada – apresentaram JDX / Um ini-migo do povo, em 1997; Yesterday we will e Black-hole / Cancer, em 1998; Tout est calme, em 2003; e Anathema, em 2007 –, o tg STAN foi fundado em 1989, por Jolente De Keersmaeker, Damiaan De Schrijver, Waas Gramser e Frank Vercruyssen. Centrada nos actores – prescindindo, assim, da tu-

tela de um encenador – e anti-dogmá-tica, a companhia não se preocupou exactamente com a definição de um reportório, mas com a reinvenção de grandes textos teatrais – de Cocteau a Anouilh, de Tchecov a Bernhard, de Ibsen a Racine ou Diderot –, que lêem como vozes vivas de um agudo ques-tionamento político-social.

Intérpretes

Apoio aos figurinosCenário

e desenho de luzTradução

de Party timede Harold Pinter

Tradução de Relatively

speaking de Alan Ayckbourn

Língua

DuraçãoClassificação

JolenteDeKeers-maekerSaraDeRooDamiaanDeSchri-jverFranckVercruyssenAnD’Huys

ThomasWalgrave

JanineBrogt

LaurensSpoor

NeerlandêsLegendadoem português2h15M12

Culturgest - LisboaGRANDE

AUDiTóRiO

Co-apresentação: culturgest / festival de almada

21h30 Sáb 1117h00 Dom 12

Apoio: comité para a cultura da região de leninegrado

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Charanga é um espectáculo de 2003, da companhia Circolan-do. Primeira vez que a compa-

nhia se debruça sobre minas e minei-ros, Charanga põe em cena seis intér-pretes masculinos, que se organizam em torno de dois conceitos fundamen-tais: a bicicleta e a fanfarra. Os minei-ros decidem abandonar o negrume da caverna a que se encontram condena-dos, e partem, pedalando, à descober-ta de um novo mundo de sons, de luz, de liberdade física, um mundo circular onde espantam a exaustão e a dureza que os oprimem na mina. O impressivo lirismo visual de Charanga é, de quan-do em vez, surpreendido pelas vozes dos homens que cantam e exorcizam o seu pesado fado.

André Braga criou a Circolando em 1999, sendo encenador e intérpre-te de diversas criações da companhia: Caixa insólita (2001), Rabecas (2001), Giroflé (2002), Charanga (2003), Cava-terra (2004), Quarto interior (2006) e Casa-abrigo (2008). Dirige, também, ateliers de formação, desenvolvendo uma abordagem multidisciplinar do acto teatral.

Cláudia Figueiredo nasceu no Porto, em 1974, e é licenciada em Sociologia. Após a fundação da Cir-

colando, assume a direcção artística, com André Braga, com ele partilhando a encenação e dramaturgia de várias criações da companhia.

teAtro Teatro Corsario

Valladolid

ESPAnHA AullidosJesús Peñaencenação de Jesús Peña

Aullidos é, de acordo com o seu autor e encenador, um espec-táculo de marionetas para

adultos inspirado nos contos de fa-das. Neste espectáculo, segundo Jesús Peña, «os bonecos vêem-se sub- metidos às paixões humanas». Esta criação do Teatro Corsario, que agora chega ao Festival de Almada, já foi apresentada, sempre com grande êxi-to, em numerosos países europeus. Os mais de vinte bonecos que «inter-pretam» o espectáculo exibem peran-te os espectadores uma técnica ma-gistral, de precisão, liberdade e magia. Trata-se de um espectáculo que mis-tura sabiamente erotismo e cruelda-de, violência e amor, numa demons-tração de fantasia e imaginação que é simultaneamente inquietante, pertur-badora e divertida.

As críticas a Aullidos têm sido entusiastas, em todo o Mundo. Assim, o Times, de Londres, designa-o como «um espectáculo de extraordinária ha-bilidade e energia diabólica». Para o El mundo trata-se de uma produção de «altíssimo nível, liberdade, provoca-ção e diversão, um trabalho magis-tral». Para o ABC é um «terrorífico e divertido conto de fadas. Um trabalho extraordinário». Para o Nuremberger Nacht é um «teatro visual ao mais alto nível internacional».

O espectáculo venceu ainda o Prémio para Melhor Espectáculo para Adultos, do Festival de Valência, o Prémio da União Polaca de Artistas de Teatro, e o Prémio pela «magistral técnica de animação» do Festival de Lleida.

Intérpretes / manipuladores

Fantoches e cenárioDesenho de luzMúsica original

Desenho de som

Maquinista / manipulador

LínguaDuração

Classificação

TeresaLázaroOlgaMansillaSergioRequesTeatroCorsarioJavierMartínJuanCarlosMartínJuanArteagabeitiaJavierGarcía

BorjaZamoranoiñakiZaldua

Espanhol1h05M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Sáb 11

uivos

Apoio: embaixada de espanha em lisboa

teAtro de ruA

Porto

PoRTugAl

Circolando

Charangacriação colectivadirecção artística de andré BraGa e cláudia fiGueiredo

Apoios: teatro Viriato, fundação calouste Gulbenkian, iefP / cace cultural do Porto, universidade católica Portuguesa, light Box

Intérpretes

Direcção plásticaDirecção de cena

Desenho de luzComposição musical

Dir. de produçãoCoord. técnica

Realização vídeo

Montagem vídeo

CâmaraSegunda câmara

LínguaDuração

Classificação

AndréBragaBrunoMarteloHugoAlmeidaJoãoVladimiroPatrickMurysPedroAmaroJoãoCalixtoAnaCarvalhosaAnatolWaschkeAlfredoTeixeiraAnaCarvalhosaCristóvãoCunhaJoãoVladimirocomacolaboraçãodeAnaCarvalhosaAnaCarvalhosaJoãoVladimiroJoãoVladimiroDuarteCosta

Português0h40M12

AlmadaPRAçA

DALiBERDADE

23h15 Sáb 11

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lisboa

PoRTugAl

Artistas unidos

Para louis de FunèsValère noVarinaPor Jorge SilVa Melo

Apeça Para Louis de Funès, es-crita em 1986, prolonga a Car-ta aos actores, e é um abismo

torrencial, um frenesi verbal, uma ex-plosão de cólera e de paixão.

O actor, bailarino imóvel, mímico incompreensível, homem imaginário, guia dos animais. O actor, acroba-ta interior. Ele deve fazer-nos ouvir a catástrofe rítmica. O actor, aventurei-ro interior, desequilibrista, acrobata e trespassador perfeito.

Valère Novarina

JorgeSilvaMelo (Lisboa, 1948) é cineasta, actor, encenador, dra-maturgo, tradutor, ensaísta, crítico de teatro e cinema, e cronista. Es-tudou cinema na London Film Scho-ol (1969-1970) e teatro – em Berlim com Peter Stein, e em Milão, com Giorgio Strehler. Fundou e dirigiu (1973-1979), com Luis Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia. Fundou, em 1995, a sociedade Artistas Unidos, de que é director artístico e onde se centra, actualmente, a sua activi-dade teatral. Nos Artistas Unidos já encenou, entre outros, obras de An-tonio Tarantino, Arne Sierens, Bertolt Brecht, Harold Pinter, Heiner Müller, irmãos Presniakov, Jon Fosse, José Maria Vieira Mendes, Judith Herzberg ou Sarah Kane.

IntérpreteTradução

Adaptação para Portugal

Cenografia e figurinos

Desenho de luzUma pintura de

LínguaDuração

Classificação

JorgeSilvaMeloÂngelaLeiteLopes

JorgeSilvaMeloJoanaFrazão(comoapoiodoAET)

RitaLopesAlvesPedroDomingosivo

Português1h10M12

Instituto Franco--Português - Lisboa

AUDiTóRiO

17h00 Dom 1219h00 Seg 13

CRiAção

Apoio: instituto franco-Português

Teatro en El BlancoteAtro

Santiago do Chile

CHilE DiciembreGuillermo calderónencenação de Guillermo calderón

Na noite de Natal de 2014, duas irmãs gémeas reúnem-se pa-ra receber o irmão, soldado,

que as visita durante algumas horas. O Chile está em guerra com o Peru e com a Bolívia, e o jovem soldado fez uma pausa para visitar as irmãs. Está decidido a voltar à frente de combate, mas uma das irmãs quer convencê-lo a desertar e propõe-se executar um plano para o esconder. No entanto a outra irmã pretende que ele volte para a frente, a fim de cumprir as expecta-tivas patrióticas de um país em guer-ra. Está inclusivamente disposta a denunciar os irmãos e o plano que, para ela, corresponde a uma traição à pátria. O soldado não está seguro quanto à decisão de desertar do exér-cito chileno. A sua experiência na frente de combate afectou-o de um modo que as irmãs não conseguem compreender. Dezembro é uma obra de ficção política que explora a reali-dade da guerra e o seu poder trans-formador sobre a consciência colecti-va e a realidade nacional do Chile.

GuillermoCalderón, dramaturgo e encenador chileno, foi distinguido recen-temente com o Prémio José Nuez Mar-tín, atribuído pela Faculdade de Letras de Santiago e pela Fundação José Nuez Martín. A sua primeira peça, Neva, também encenada por ele, foi um

grande êxito de bilheteira no Chile, tendo sido apresentada em cinco ci-dades daquele país, ganhando três prémios Altazor («Melhor Dramatur-gia», «Melhor Encenação», e «Melhor Actriz») e o Premio Círculo de Críticos de Arte. Posteriormente foi apresenta-da na Argentina, no Peru, em Espanha (Festival de Cádis e Almagro), no Bra-sil, em Itália (Milão, Roma, Nápoles, Modena) e na Coreia do Sul.

NoFestivalSantiagoaMil 2009, estreou a sua terceira peça, Dezem-bro, apresentada agora no Festival de Almada.

Intérpretes

TécnicaProdução

Língua

DuraçãoClassificação

PaulaZúñigaTrinidadGonzálezJorgeBeckerFranciscaLewinJennyRomero

EspanholLegendadoem português1h15M12

Fórum Romeu Correia - Almada

AUDiTóRiOFERNANDO

LOPES-GRAçA

20h30 Dom 12

Dezembro

Co-produção: festival Santiago a Mil

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teAtro Albanta

Cádis

ESPAnHA

Flores arrancadas à névoa

Flores arrancadas a la nieblaarístides VarGaSencenação de Pepe BaBlé

Raquel e Aida, duas exiladas de guerra, embora nunca cheguem a dizer qual o motivo nem qual

a guerra de que fogem, encontram-se numa estação ferroviária, e, sem se moverem do banco em que por acaso se encontram, contam-nos a sua co-mum viagem para o desterro.

Nãosetrataapenasde uma via-gem geográfica: embora Raquel, uma estudiosa das flores e das plantas, justifique o seu exílio, fingindo que vai para as margens do rio Amazonas num périplo científico, a verdadeira viagem é ao coração do desterro, ao não-território, ao não-lugar que é o lu-gar do exílio.

ArístidesVargas nasceu em Cór-doba (Argentina), tendo estudado teatro na Universidade de Cuyo. Em 1975 tem de exilar-se devido ao gol-pe militar. Dirigiu importantes grupos e companhias de teatro latino-ame-ricanos, entre os quais a Companhia Nacional de Teatro da Costa Rica, o grupo Justo Rufino Garay, da Nica-rágua, o grupo Taller del Sótano, do México, e a companhia Ire, de Porto Rico. É fundador de um dos grupos mais prestigiados da América Latina: o Malayerba, do Equador, que actual-mente dirige e que se apresentou no TMA em Novembro de 2006. Entre

outras, é autor das seguintes obras: Jardín de pulpos, Pluma, La edad de la ciruela, Donde el viento hace buñue-los, e Nuestra Señora de las nubes.

PepeBablé é o rosto do Festival Iberoamericano, de Cádis, um dos en-contros mais importantes do Outono teatral espanhol. Presente desde a sua fundação, em 1985, só em 1992 se torna gestor do evento, passando a acumular também, a partir de 1994, a respectiva direcção artística. É tam-bém director da companhia Albanta.

Intérpretes

Cenário e figurinosDesenho de luz e

espaço sonoroAdereços

Língua

DuraçãoClassificação

ÁngelesRodríguezCharoSabioAlbanta

PepeBabléFrancisGeraldía

EspanholLegendadoem português1h20M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h15 Dom 12

Apoio: embaixada de espanha em lisboa

teAtro

lisboa

PoRTugAl

Ambar Filmes

Contracções, do jovem drama-turgo britânico Mike Bartlett, não podia ser mais actual. Nes-

ta época de crise, em que os despedi-mentos são uma preocupação à esca-la global, a peça de Bartlett questiona até que ponto estamos dispostos a sa-crificar a nossa vida para salvaguardar o nosso emprego. A jovem vendedora Ema assina com uma multinacional um contrato, no qual se encontra definido o grau de relacionamento permitido entre colegas da empresa. O autor faz evoluir esta questão até atingir o ab-surdo total.

Solveig Nordlund já é uma cria-dora reconhecida em Almada e do Festival – aqui dirigiu nomeadamente Uma peça de teatro e Os antílopes. Tendo começado a trabalhar no cine-ma como montadora, estreou-se em 1978 como realizadora (com o filme Nem pássaro nem peixe). Dez anos depois realizou a sua primeira ence-nação – A noite é mãe do dia, de Lars Norén. Desde então, encenou textos, entre outros, de Jon Fosse, Harold Pinter, Erland Josephson e Henning Mankell.

Mike Bartlett (n. 1980) é um jo-vem dramaturgo e encenador inglês. É também co-director artístico da Shapeshifter Theatre Company. As

suas peças têm sido apresentadas em vários teatros britânicos e na BBC. Em 2007, enquanto escritor residente do Royal Court Theatre, estreou aí a sua peça My child. Artefacts foi estrea-da no Bush Theatre, em Londres, em 2008, seguindo-se uma digressão na-cional. No mesmo ano adaptou para o Royal Theatre a sua peça radiofónica Love Contract, dando-lhe o título de Contractions. Outra das suas peças para rádio, Not talking, sobre os ob-jectores de consciência britânicos durante a II Guerra Mundial, venceu o Tinniswood Award, em 2006.

CRiAção

ContracçõesMike Bartlettencenação de Solveig nordlund

Intérpretes

TraduçãoCenografia

Desenho de luz

LínguaDuração

Classificação

JoanaBárciaCecíliaHenriquesJoanaFrazãoAnaPaulaRochaAcáciodeAlmeida

Português1h00M12

Culturgest - LisboaPEQUENO

AUDiTóRiO

21h30 Seg 1321h30 Ter 1421h30 Qua 1521h30 Qui 1621h30 Sex 1721h30 Sáb 18

Co-produção: culturgest / festival de almada

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suas próprias encenações no teatro e na ópera, tendo dirigido A conferência dos pássaros, de Michäel Levinas, O castelo do Barba Azul, de Bela Bartók, A filosofia na alcova, do Marquês de Sade, etc.

isidore Ducasse, Conde de Lau-tréamont (1846-1870), nascido no Uru-guai, filho de um funcionário consular, chegou a França em 1859, tendo estu-dado como aluno interno no liceu em Pau. Em vez de seguirestudos supe-riores, fechava-se no seu quarto a es-crever, tendo publicado em 1868, à sua custa, o primeiro dos Cantos de Maldoror, que passou totalmente des-percebido. No ano seguinte compôs os restantes cinco cantos.

Aquando da sua estreia no Théâtre de la Ville, em Paris, em Ja-neiro deste ano, Deus como paciente recebeu as seguintes críticas na im-prensa francesa: «Um espectáculo em forma de turbilhão, vertiginoso, eston-teante, fascinante, e do qual se sai embasbacado» (Hugues Le Tanneur, in Les inrockuptibles); «Um teatro puro, perturbante e enfeitiçante» (Phi-lippe Chevilley, in Les échos); «Somos absorvidos pelas imagens do mundo presente e do mundo passado: afoga-mo-nos nelas» (in Le fígaro); «Matthias Langhoff é um criador de mundos, que eleva o teatro ao mais alto nível, à

grande Arte, como soe dizer-se (…) Deus como paciente é um tsunami» (in Mouvement).

Intérpretes

Cenário e filmePintura

Figurinos

Desenho de luz

SomAssistentes

de encenação

Língua

DuraçãoClassificação

Anne-LiseHeimburgerFrédériqueLoliéeAndréWilmsMatthiasLanghoffCatherineRanklMatthieuLemariéCatherineRanklCorinneFischerFrédéricDuplessierassistidoporÉricMarynowerBriceCannavo

HélèneBensoussanCasparLanghoff

FrancêsLegendadoem português1h45M12

Teatro Municipalde Almada

SALAPRiNCiPAL

21h30 Seg 1321h30 Ter 14

Deus como paciente -- Assim falava isidore Ducasse

Paris

FRAnçA

teAtro Compagnie Rumpelpumpel

Dieu comme patient -- Ainsi parlait isidore Ducasseconde de lautréaMontencenação de Matthias lanGhoff

Apartir de uma montagem de excertos dos Cantos de Maldoror, de Isido-re Ducasse – esse pobre que usava o brilhante pseudónimo de Conde de Lautréamont – Matthias Langhoff opõe a voz furiosa do autor – eco

fiel de um grito de revolta – ao mundo de hoje. À maneira de prólogo, a câma-ra da sua objectiva enquadra, nessa Paris que pouco mudou desde o tempo de Isidore Ducasse, os traços de uma miséria muito contemporânea, em que há homens a remexer nos contentores do lixo para se alimentarem. As ima-gens projectadas e as acções da representação em cena disputam assim a nossa atenção ao longo de um espectáculo que joga com os efeitos partilha-dos de múltiplos fundos projectados sobre o véu, ora opaco ora transparente, que reveste com uma gaze o espaço da cena.

MatthiasLanghoff,encenador de língua alemã, nascido em 1941 na Suí-ça, entrou muito jovem para o Berliner Ensemble, de que foi co-director em 1992-1993. À excepção desses dois anos em Berlim e do ano e meio em Lau-sana, nunca teve um lugar fixo. De Berlim a Barcelona, de Paris a Avignon, de Moscovo ao Epidauro, na Grécia, tem mudado constantemente de palcos, de técnicas, de intérpretes e de público. De concepções nem sempre compreen-didas, alia rigor, seriedade e humor. Evita a estética superficial e não recua diante da fealdade. Agita e surpreende. Mas nada nele é gratuito. As suas au-dácias baseiam-se nos próprios textos, na experiência vivida e numa indepen-dência inalterável.

André Wilms, actor e encenador francês, nasceu em Estrasburgo em 1947. Trabalhou sob a direcção dos encenadores Klaus Michael Grüber (Faus-to, de Goethe, A morte de Danton, de Büchner), André Engel (Baal, de Brecht, À espera de Godot, de Beckett, Hotel moderno, a partir de Kafka, A noite dos caçadores, de Georg Büchner), Deborah Warner, Michel Deutsch e outros. Como actor de cinema, participou em filmes de Aki Kaurismäki, Étienne Chati-liez e Claude Chabrol. Desde finais da década de oitenta passou a fazer as

Co-produção: théâtre de la Ville, Mc2: Grenoble, comédie de caen – cdn de normandieApoio: culturesfrance

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Estudo para uma cidade perfeitaconcepção e direcção de Jean Paul Bucchieri

Estudo para uma cidade perfeita desenvolve-se livremente a partir das obras O visível e o in-

visível, de Maurice Merleau-Ponty, e As cidades invisíveis, de Italo Calvino. As escolhas dramatúrgicas recaem sobre a construção de uma única figu-ra feminina – interpretada por Sara Vaz – que, oscilando entre ficção e reali-dade, atravessa longitudinalmente os contos narrados, habita os espaços, vive e sonha as cidades. Esta figura permanece numa viagem sem desejo de destino, deslocada de uma lógica narrativa na qual vivemos o presente e onde continuamos a tentar alcançar uma cidade perfeita. Ela aparece e de-saparece como imagens ou memó-rias, privadas ou públicas. Nunca se-remos capazes de entender se somos nós que fazemos as cidades ou se são as cidades que nos fazem a nós.

Jean Paul Bucchieri

JeanPaulBucchieriencontra-se neste momento a finalizar a sua tese de doutoramento sobre «o lugar do corpo do intérprete na escrita cénica contemporânea» na Faculdade de Mo-tricidade Humana. Tem colaborado com Bob Wilson, Joaquim Benite, Jorge Listopad, Maria João Pires, Vadislav Pazi, Ana Luisa Guimarães e Natália Luiza / Teatro Meridional.

Apresenta regularmente as suas cria-ções em Portugal e no estrangeiro, e, paralelamente, desenvolve uma inten-sa actividade pedagógica sobre o tra-balho do corpo no intérprete.

CRiAção

Co-produção: festival de almada / centro cultural olga cadaval

Co-criação e interpretação

Textos

Espaço cénicoAudiovisuaisSonoplastia

Traduções

Língua

DuraçãoClassificação

SaraVazMerleau-PontyitaloCalvinoArsunaAurélioVasquesMarioPedroJoséColaçoBarreirosSaraE.DeboraRicci

PortuguêsLegendadoem Inglês1h00M12

Teatro Municipalde Almada

SALAExPERiMENTAL

19h00 Qua 1518h00 Qui 16

4& 30 narraa catástrofe da queda do edifício da Direcção Nacional de Investigação Criminal, ocor-

rida na madrugada do dia 24 de Mar-ço de 2008, em Luanda, a partir de depoimentos reais feitos por sobrevi-ventes e familiares das vítimas que fi-caram soterradas nos escombros. O espectáculo decorre todo numa cela, a «cela das meninas», onde as detidas vão falando das suas experiências e das suas vidas, mas também das suas expectativas de serem rapidamente libertadas. Quando menos esperam, a tragédia acaba por surpreendê-las.

OColectivoMiragensTeatro foi fun-dado em 1995 na Comunidade Reli-giosa de São Luís, no Bairro Rangel, e é hoje considerado um dos mais im-portantes colectivos de criação teatral de Angola.

teAtro

luanda

AngolA

Colectivo miragens Teatro

4 & 30cris Wall de Sáencenação de Walter criStóVão

Intérpretes

CenografiaDesenho de luz

Assistente de encenação

FotografiaLocução

Banda sonora

LínguaDuração

Classificação

RuthSilvaMarianaAntónioCristinaLourençoCerafina MuhongoisaldinaSequenhaPembaAlexandreFernandesRodriguesWimeMartinsEliseuDiogoSizaingaRaulRodrigoFernandesAntónioCali

QuimFazanoCândidoRochetaElsaMucajiRioAlvesFranciscoPaulo

Português1h10M12

Fórum Romeu Correia - Almada

AUDiTóRiOFERNANDO

LOPES-GRAçA

19h00 Ter 14

Apoios: taaG, BPc, chevron, rádio ecclesia, rádio luanda, televisão Pública de angola e Jornal de angola

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Fórum Romeu Correia - Almada

AUDiTóRiOFERNANDO

LOPES-GRAçA

Numa tarde de Inverno de 1905, em S. Petersburgo, enquanto nas ruas as tropas reprimem

selvaticamente os operários que se manifestam por melhores condições de vida, duas actrizes e um actor ten-tam ensaiar no teatro à beira do rio Neva. Uma das participantes é Olga Knipper, célebre actriz do Teatro de Arte de Moscovo, mulher de Tchecov, que acaba de falecer. Olga sente-se culpada por ter vivido longe do mari-do nos últimos tempos da sua vida, isolado em Ialta, a escrever e a tratar-se da tuberculose. Os outros actores, Macha e Aleko, procuram ajudá-la a ensaiar O cerejal, de Tchecov, supor-tando os seus ares de diva e procu-rando ignorar o facto terrível de que o resto dos actores não chegaram. Neva, baseada em factos e em perso-nagens reais, é uma reflexão crítica e sarcástica acerca do teatro e das suas limitações para transmitir o drama pri-vado da morte e o drama público da violência política.

Neva já foi visto por mais de trinta mil espectadores no Chile, Uruguai, Brasil, Bolívia, Áustria, Canadá e Fran-ça tendo obtido o Prémio de Melhor Espectáculo 2006 atríbuido pelo Cír-culo de Críticos de Arte.

Conflitos e feridas latentes no Chile, caso da ditadura militar recente, são traços marcantes na trajectória da companhia Teatro en El Blanco, dirigi-da por Guillermo Calderón, que trás

ao Festival de Almada os espectácu-los Neva e Diciembre. Fundado em 2004, em Santiago do Chile, o grupo trabalha com recursos visuais simples e trata de sublinhar o contexto históri-co, tendo até hoje prescindido de quaisquer subsídios ou patrocina-dores.

Intérpretes

Produção

Técnica

Língua

DuraçãoClassificação

PaulaZúñigaTrinidadGonzálezJorgeBeckerJennyRomero,comacolaboraçãoespecialdoFestivalSantiagoaMilFranciscaLewin

EspanholLegendadoem português1h20M12

nevaGuillermo calderónencenação de Guillermo calderón

neva

Teatro en El BlancoteAtro

Santiago do Chile

CHilE

O jovem dramaturgo Stefano Massini penetrou no universo de Casanova e traçou ele-

mentos de um percurso de vida que o «seu Casanova» quer dirigir à memó-ria dos homens, um percurso com-posto por trechos de existência na última fase da sua vida, ou seja, aque-la etapa final em que a «velhice» pro-cura fazer um balanço, procura rever--se e recompor-se na sua identidade total de ser humano.

StefanoMassini (Florença, 1975) é um dos mais promissores jovens escritores italianos. Em 2007 recebeu o Prémio Nacional da Crítica para jo-vens escritores, e em 2005 venceu o maior prémio de dramaturgia italiano: o Pier Vittorio Tondelli. As suas obras estão publicadas na editora Ubulibri, tendo sido traduzidas em português, francês, alemão e checo. Entre as suas peças mais conhecidas encon-tram-se La gabbia, Donna non riedu-cabile, L’odore assordante del bianco, e Processo a Dio, produzidas em Itália e no estrangeiro.

MarioMattiaGiorgetti é um dos nomes centrais do teatro italiano há mais quarenta anos, tendo realizado mais de sessenta encenações para o teatro e contando outras tantas actua-ções como actor.

Diplomadoem1961 pelo Piccolo Teatro de Milão como actor e encena-dor, trabalhou durante dois anos com Giorgio Strehler e depois com Orazio Costa Giovangigli. Em 1967 fundou o Centro Attori La Contemporanea, de que é director artístico.

Ao longo da sua carreira como encenador dirigiu textos de Samuel Beckett, Ionesco, Camus, Genet, Gian-ni Hottm, Carlo Terron, Albee e Molière.

ultima notte di giacomo CasanovaStefano MaSSiniencenação de Mario M. GiorGetti

teAtro Centro Attori la Contemporanea

milão

iTáliA

Intérprete

Língua

DuraçãoClassificação

MarioM.Giorgetti

italianoLegendadoem português1h00M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Qua 15

A última noite de Jácome Casanova

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lisboa

PoRTugAl

Teatro Praga

Demo, um musical Pragacriação teatro PraGa

Demo de «democracia», de «ma-nifestação» (em inglês «demons-tration»), de «demonstração»

(algo a ser experimentado pelo espec-tador da dita), de sample no mundo mu-sical, de «versão incompleta ou limita-da» de um programa informático, de «demónio» e de «demolição». Demo – a nova criação do Teatro Praga – cons-trói-se como um musical pop, linha ex-plicitamente inaugurada por Turbo-Folk, criação de 2008 (a norte-americana Ke-vin Blechdom e o estónio Andres Lõo são os compositores de serviço).

O Teatro Praga trabalha «sem deus nem chefe» desde 1995. Colecti-vo de co-criadores e intérpretes – onde, entre outros, se poderão destacar Pe-dro Penim, André e. Teodósio, Cláudia Jardim ou José Vieira Mendes –, tor-nou-se na mais relevante companhia da terceira geração do teatro indepen-dente português. A sua linha niilista, de uma estética auto-reflexiva e provoca-tória, radicalmente transdisciplinar, tão culta quanto fascinada por epifenóme-nos pop, sintoniza-se evidentemente com alguns dos mais jovens e influen-tes criadores europeus. Defendendo a morte do dramaturgo, do texto e da personagem, os Praga apostam num teatro político de vanguarda. – M. P. Q.

Intérpretes

Particip. especialColaboração

Desenho de luz

Música original

Produção

LínguaDuração

Classificação

Andrée.TeodósioAndréGodinhoAndresLõoCarlosAntónioChristopherFleegerCláudiaJardimJoanaBarriosJoanaManuelKevinBlechdomLuísMadureiraMiguelBonnevillePatríciadaSilvaPedroPenimRitaSóRãoKyaoJoséVieiraMendesVascoAraújoDanielWormd’AssumpçãoKevinBlechdomChristopherFleegerAndresLõoCristinaCorreiaJoanaGusmãoPedroPires

Português1h40M12

São Luiz Teatro Municipal - LisboaSALAPRiNCiPAL

21h00 Sex 1721h00 Sáb 18

CRiAção

uma encomenda do São luiz teatro Municipal ao teatro PragaCo-produção: São luiz teatro Municipal / teatro PragaCo-apresentação: São luiz teatro Municipal / festival de almadaApoio: o espaço do tempo / deVir / o rumo do fumo

Cahier d’un retour au pays natal aimé céSaireencenação de Jacques Martial

Caderno de um regresso ao país natal

Compagnie de la Comédie noire

Paris

FRAnçA

Co-produção: l’artchipel – Scène nationale de la GuadaloupeApoio: culturesfrance, conseil régional de la Guadeloupe, Ministère de la culture de france, Ministère de l’outremer, festival 10 days on the island

Viagem no tempo e no espaço, Caderno de um regresso ao país natal põe em cena um ne-

gro, um homem, o homem, em ruptu-ra consigo mesmo, exilado na solidão do seu ser, às portas do bramido irre-versível, que faz a travessia do regres-so ao seu país natal, quer dizer, à sua humanidade.

A língua de Aimé Césaire pede para ser dita na mesma medida em que é feita para ser ouvida. Uma poe-sia viva, rica, luxuriante e ao mesmo tempo precisa, cortante, mesmo quando procura surpreender-nos pela inventividade da sua música. Porque, aqui, o inventor é um génio.

Aimé Césaire (1913-2008) publi-cou aos 26 anos o seu Cahier d’un retour au pays natal, o primeiro de uma série de escritos que haviam de fazer dele um dos maiores poetas de língua francesa do século XX.

Estepoema tornar-se-ia também um texto fundamental como símbolo do orgulho e da dignidade recuperada dos povos negros em todo o Mundo. Poema firmemente enraizado na reali-dade social, histórica e geográfica das Antilhas Francesas de entre as duas guerras, uma época em que a França

e a Europa em geral reinavam como senhores dos seus impérios coloniais, nomeadamente em África e nas Anti-lhas.

Nessa época, as teses racistas de Gobineau, diplomata e escritor francês, alimentavam a filosofia do III Reich, e, no Mississipi, Bessie Smi-th morria de hemorragia diante de um hospital de brancos que se recusa-vam a tratá-la.

IntérpreteCenografia

PinturaAdereços

Desenho de luzAssistente

de encenaçãoAssistente

de cenografia

Língua

DuraçãoClassificação

JacquesMartialPierreAttraitJérômeBoutterinMartineFeraudJean-ClaudeMyrtil

TimGreacen

ElisabethDallier

FrancêsLegendadoem português1h20M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Qui 16

teAtro

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Comédia mosquetaangelo Beolco, dito o ruzanteencenação de Mário BarradaS

Companhia de Teatro de AlmadateAtro

Almada

PoRTugAl

A Comédia Mosqueta é uma das obras teatrais mais representa-tivas e conhecidas do drama-

turgo italiano do século XVI Angelo Beolco, e a sua criação, em 1972, pela companhia independente Os Bo-necreiros ficou a constituir um dos momentos teatrais de relevo na histó-ria do teatro português da segunda metade do século passado. Essa cria-ção, assinada por Mário Barradas e interpretada por Fernanda Alves, José Gomes, Vicente Galfo, Mário Jacques e Maria Emília Correia, passou a cons-tituir o paradigma de um trabalho tea-tral que então, ainda nas difíceis con-dições de ditadura, procurava os pú-blicos populares.

Mário Barradas, que encenou esse primeiro contacto do Ruzante com o público português, regressa agora à Comédia Mosqueta. Actor e encenador, é um nome de referência do teatro português da segunda me-tade do século XX: foi director artísti-co de Os Bonecreiros, fundador em 1975 do então Centro Cultural de Évora, director durante alguns anos da Escola Superior de Teatro de Lis-boa, e co-fundador do Teatro da Ma-laposta.

Angelo Beolco, dito o Ruzante, (Pádua, 1496-1542) foi um actor e dramaturgo italiano. Estudante de Medicina, a obra literária de Ruzante (o pseudónimo que vai buscar ao

nome de uma personagem que se re-pete em várias das suas comédias, e que o próprio interpretava) abarca a poesia e o teatro. Ruzante é conside-rado um inovador do teatro italiano, tendo-se servido da sua experiência de actor e director. Estudioso incan-sável, nunca deixou de polemizar com alguns dos mais ilustres seus contem-porâneos, particularmente com Bem-bo, amplamente troçado em Betia. Dario Fo, no discurso que proferiu aquando da atribuição do Prémio No-bel da Literatura, referiu-se a Ruzante como «o maior dramaturgo do Renas-cimento europeu, antes do apareci-mento de Shakespeare».

Intérpretes

TraduçãoCenário

Recriação dos figurinos

Desenho de luz

LínguaDuração

Classificação

AlbertoQuaresmaivoAlexandreJoséMartinsTeresaGafeiraJoséOliveiraBarataChristianRetz

SóniaBeniteJoséC.Nascimento

Português1h20M12

Escola D. Antónioda Costa - AlmadaPALCOGRANDE

22h00 Sáb 18

CRiAção

dAnçA

Florença

iTáliA

Compagnia Virgilio Sieni

la natura delle cosea partir de lucrécioCoreografia de Virgilio Sieni

A natureza das coisas

Recontar as idades de Vénus, eis a proposta do coreógrafo italiano Virgilio Sieni. Em três

sequências distintas, a presença da deusa romana do amor e da beleza sinaliza-se, primeiro, por uma figura adolescente suspensa; depois, pela criança que finca os pés em terra; e, finalmente, pela anciã que nos fita, decadente.

Numtempo lentoesaboreado, um grupo de cinco intérpretes – uma bailarina e quatro bailarinos – desenha gestos de rara expressividade. Recu-sando fabricar imagens reconhecíveis sobre o poema latino Acerca da natu-reza das coisas, de Lucrécio, em que se inspirou, Sieni busca uma plenitu-de densa, que, através da fruição do belo – efeito potenciado pela música original de Francesco Giomi –, nos re-conduza à sabedoria iluminadora das origens.

OcoreógrafoebailarinoVirgilio Sieni torna-se protagonista da nova dança italiana no início da década de 80 do século XX. Fundando, primeiro, a companhia Parco Butterfly, e, em 1992, o grupo que leva o seu nome – e com o qual se apresenta no Festival de Almada –, Sieni formou-se em dan-ça clássica e contemporânea em Flo-rença, cidade italiana onde nasceu e trabalha, e, ainda, em Amsterdão, Nova Iorque e Tóquio.

Presença regular nos principais teatros italianos – como o Alla Scala (Milão), Comunale (Florença), San Carlo (Nápoles) e Massimo (Palermo) –, a Compagnia Virgilio Sieni recebeu o Prémio Ubu, em 2000 e 2003, e apresentou duas criações no Festival de Avignon de 2008.

Intérpretes

CenografiaFigurinos

Desenho de luzMúsica original

VozColaboração

na dramaturgia e tradução

Técnica de luzTécnico de palco

Língua

DuraçãoClassificação

RamonaCaiaMassimilianoBarachiniJacopoJennaCsabaMolnarDanieleNinarelloVirgilioSieniGeraldineTayarVirgilioSieniFrancescoGiomiNadaMalanima

GiorgioAgambenLuisaGiustiEdoardoRidi

italianoLegendadoem português1h00M12

Teatro Municipalde Almada

SALAPRiNCiPAL

17h00 Sáb 18

Apoio: instituto italiano de cultura em lisboa

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Homenagem a Ruy de Carvalho Em colaboração com: Museu nacional do teatro

«Às vezes perguntam-me se a gente improvisa um bocadinho. A gente não improvisa nada, se não estraga o estilo de quem escreveu. Nós não pode-mos perder o respeito por quem escreve». Esta rigorosa observância do texto teatral – sublinhada por Ruy de Carvalho, em entrevista recente – podia des-crever com exactidão a atitude de irrepreensível (e modesto) profissionalismo que o actor cultivou, sem concessões, ao longo de uma carreira que comple-tou, em 2009, 62 anos de trabalho e dedicação ininterruptos.

NascidoemLisboa, a 1 de Março de 1927, Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvalho, de seu nome completo, já fora dirigido por Ribeirinho, Luiz Francis-co Rebello e Gino Saviotti quando se estreou profissionalmente, em 1947, na comédia Rapazes de hoje, de Roger Ferdinand, uma produção da Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro, apresentada no Teatro Nacional D. Maria II. En-tretanto, frequentava o Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro / Forma-ção de Actores terminou em 1959, com a média final de 18 valores.

Osucesso obtido na interpretação da peça Está lá fora um inspector, de J. B. Priestley – apresentada no Theatro Avenida, em 1950 –, potencia o desenvol-vimento de uma carreira, que passará, nestes anos, pelo Teatro do Povo, mais uma vez dirigido por Ribeirinho, e pela co-fundação, em 1961 – com Armando Cortez, Fernando Gusmão, Carmen Dolores, Costa Ferreira, Rogério Paulo e Armando Caldas –, do Teatro Moderno de Lisboa / Sociedade de Actores, com-panhia que entre outros espectáculos de relevo estético e político, estreou, em 1965, a peça O render dos heróis, de José Cardoso Pires.

Depoisdeterassumido a direcção artística do Teatro Experimental do Porto, faz a única encenação da sua carreira, pela primeira e última vez. Terra firme, de Miguel Torga, é o texto escolhido para esta aventura de 1964, numa produção em que participaram, entre outros, actores como Fernanda Alves, Alda Rodrigues ou Luiz Alberto. De regresso a Lisboa, Ruy de Carvalho traba-lhará com a companhia de Laura Alves, de Rafael de Oliveira – onde integra, com Ribeirinho e Canto e Castro, o elenco de À espera de Godot, de Beckett –, Artistas Associados ou a companhia sedeada no Teatro Maria Matos.

Em1978, reaberto o Teatro Nacional D. Maria II, após a recuperação do devastador incêndio de 1964, integrou a respectiva companhia. Este é um período que fica marcado por interpretações de uma singular maturidade, em peças como As alegres comadres de Windsor, de Shakespeare, As três irmãs, de Tchecov, Pedro, o cru, de António Patrício, e Minetti / Retrato do artista quando velho, de Thomas Bernhard. Paralelamente, a carreira de Ruy de Car-

Exposições Documentais

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valho parece ganhar um fôlego de renovado sucesso, com as participações nos espectáculos de Filipe La Féria Passa por mim no Rossio (1992) ou A casa do lago, espectáculo onde contracenou com Eunice Muñoz; com as suas criações marcantes no cinema de Manoel de Oliveira (destacam-se Non ou a vã glória de mandar, de 1990, e Vale Abraão, de 1993); e as suas reiteradas participações televisivas (Ruy de Carvalho será sempre o patriarca Marques Villa, da primeira telenovela portuguesa, Villa Faia).

Acoroadeglória do actor será, no entanto, o desempenho dos protago-nistas de dois clássicos do teatro universal: A tempestade e Rei Lear, peças de Shakespeare levadas à cena pelo Teatro Nacional São João e pelo Teatro Nacional D. Maria II, encenadas – a primeira – por Silviu Purcarete, em 1994, e – a segunda – por Richard Cotrell, em 1998.

de 4 a 18 de Julho

Das 15h00 às 24h00

Escola D. António da Costa (Almada)

imagens do teatro latino-americano Em colaboração com: ade - associação de encenadores de espanha, celcit (centro latino americano de criação e investigação teatral), festival de cádis, iitM (instituto internacional de teatro do Mediterrâneo), e osvaldo obregón

Imagens de espectáculos latino-americanos em Portugal e Espanha, in-cluindo muitos apresentados no Festival de Almada. Até à edição de 2008, apre-sentaram-se no Festival 13 montagens brasileiras e 25 hispano-americanas. O público assíduo do Festival reconhecerá nesta mostra as criações de gru-pos de renome internacional, como a Companhia do Gesto (Rio de Janeiro), a Companhia Absurda (Belo Horizonte), Pia Fraus Teatro (Brasil), El Galpón e o Teatro Circular, de Montevideu, La Troppa e a Companhia de Jaime Lorca, do Chile, El Patrón Vázquez, de Buenos Aires, Teatro de Dos, de Cuba, Teatro Matacandelas e a Companhia l’Explose da Colômbia, entre outras.

Esta exposição insere-se no ciclo Em Torno do Teatro Latino-Americano.

de 4 a 18 de Julho

Das 15h00 às 24h00

Escola D. António da Costa (Almada)

oBSCEnA -- 2 anos em imagensEm colaboração com: obscena-revista de artes performativas Coordenação: Martim ramos/kameraphotoApoios: epson; kameraphoto

Aexposição OBSCENA – 2 anos em imagens percorre as mais de mil páginas da revista de artes performativas que, desde Janeiro de 2007, têm procurado dar espaço aos diferentes nomes, espectáculos e modelos que constituem a criação contemporânea em Portugal e no estrangeiro. A selecção de imagens apresenta-da em Almada é o culminar de um percurso que passou por dez outras cidades portuguesas ao longo de seis meses, procurando traduzir a relação que desde sempre se quis estabelecer entre texto e elementos visuais.

de 4 a 18 de Julho

Das 14h30 às 22h00

Livraria do Teatro Municipal de Almada

Exposições Documentais Exposições Documentais

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Happy DaysVasco araúJo

Em colaboração com: casa da cerca – centro de arte contemporânea

À semelhança de anos anteriores, a Casa da Cerca associa-se ao Festival de Almada apresentando uma exposição de Vasco Araújo, artista que este ano foi convidado a conceber o cartaz do Festival.

Duas obras integram esta mostra: Happy Days, na Galeria do Pátio, e Eco, na Capela. Se relacionadas com trabalhos anteriores, ambas compor-tam um sentido de depuração formal, denotando uma quase subtracção subtil de outras interferências, como que fixando-se na essencialidade do seu valor plástico, cénico e reflexivo onde a voz (ou a sua ausência) funciona como o fio condutor do percurso artístico plural do seu autor.

Ana Isabel RibeiroDirectora da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea

Happy days (2006) é o título da instalação de Vasco Araújo, constituída por 11 fotografias. Sobre o vidro há um texto, constituído por excertos da peça Happy days, de Samuel Beckett, escrita em 1960, publicada e estreada em Nova Iorque no ano seguinte.

Eco (2008) é o título do vídeo que se pode ver na Capela. Foi apresentado pela primeira vez em Paris, no Jeu de Paume (entre Outubro de 2008 e Janeiro de 2009), onde integrou o Programa «Satellite» da 15° edição do Mês da Foto-grafia, comissariado por María Inés Rodríguez.

VascoAraújo, um artista representado em algumas das mais prestigiadas instituições internacionais, é uma personalidade multímoda, cuja obra se ex-prime mais na atitude do que nos suportes utilizados. Escultor de formação, é na fotografia e no vídeo, e também na performance e nas instalações, que a sua arte se materializa.

de 30 de Maio a 13 de Setembro de 2009

De Terça a Sexta das 10h00 às 18h00, e Sábados e Domingos das 13h00 às 18h00 (encerra às Segundas e feriados)

Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea

o trajo de cena Em colaboração com: Museu nacional do teatro

OFestivaldeAlmada apresenta, no foyer do TMA, uma pequena mostra da colecção de mais de 3.000 figurinos de que o Museu Nacional do Teatro dispõe, num espólio que vai desde a segunda metade do século XIX até aos nossos dias. Podem ver-se nesta exposição figurinos de Abílio Matos e Silva, Almada Negreiros, José Barbosa, Lucien Donat, Paula Rego e Pinto de Campos.

O trajo de cena é, como alguém já escreveu, «a verdadeira pele do actor» ou, para ser mais prosaico, no Teatro nada é mais verdadeiro do que o velho ditado popular «o hábito (ou a vestidura) faz o monge».

Sempre presente no acto teatral, desde o seu início, o trajo de cena par-tilha a longa história da arte dramática. Entendido inicialmente como meio de identificação ou de disfarce da personagem, limita-se, durante muito tempo, a ter o papel de simples caracterizador, com a função de vestir esta ou aquela personagem de acordo com as características de determinada condição ou situa-ção. Contudo, desde o início do século XX que o trajo de cena conquista um lugar e uma função muito mais ambiciosa na representação teatral, situan-do-se como mais um elemento no trabalho de totalidade que é a encenação e a concepção plástica do espectáculo. Já não é apenas a sua função sinalética e naturalista que mimetiza e dá indicação clara sobre a personagem que o veste (a idade, o sexo, a profissão ou a condição social ou, até, o perfil psicológico) que está em causa; apesar de manter essa sua característica inicial de identi-ficador da personagem, ele torna-se um elemento dinâmico que pode evoluir durante o espectáculo, através de um sistema e de um jogo de cores e formas que procura, com todos os restantes elementos que constituem o espectáculo, uma coerência, uma complementaridade ou um contraste, dando oportunida-de ao espectador de o ler como um objecto portador de signos relativamente à acção, à situação ou à atmosfera pretendida pelo encenador.

José Carlos AlvarezDirector do Museu Nacional do Teatro

de 4 a 18 de Julho

Das 14h30 às 22h00

Foyer do Teatro Municipal de Almada

Exposições de Artes Plásticas Exposições de Artes Plásticas

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memória de um mirón e outras coisasfrancisco ariztíaExposiçãoincluídanocicloEmTornodoTeatroLatino-Americano.

Pretendo recuperar imagens quase perdidas e abrir portas ao jogo da livre associação. Trabalhar com paisagens inventadas e alguns terramotos. Es-carvar no baú da memória e outras coisas.

As «outras coisas» podem ser portas que se abrem à criança que levamos dentro e que nos permitem brincar com o que vamos descobrindo. Cada pintor leva dentro de si um «mirón»; há que aprender a transformá-lo em poeta.

Francisco Ariztía

FranciscoAriztía nasce em Santiago do Chile, em 1943, onde se diplo-ma em Belas-Artes. Obtém uma bolsa de pós-graduação para Belgrado, na Jugoslávia, e uma bolsa de pós-graduação na École Supérieure des Beaux Arts, de Paris. Vive e trabalha durante um ano em Bolonha. Faz um estágio no Museu de l’Abbaye de Sainte Croix, em Sables d’Olonne, França. É convidado a participar «per il Chile» na Bienal de Veneza, de 1974.

ViveemLisboa desde 1974, tendo obtido a nacionalidade portuguesa. Em Lisboa faz telões, pinturas e figuração para quatro filmes de Raul Ruiz. Profes-sor de pintura e desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes, é autor de um mural em azulejos, a partir de um original de Roberto Matta, situado na parte Norte do Parque das Nações. Participa na Feira Internacional de Arte (ARCO) em Madrid, em 2005 e 2006. Entre 1962 e 2008, realiza cerca de 40 exposições no Chile, França, Sérvia, Itália, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Portugal e Estados Unidos da América.

Estárepresentado nas colecções do Museu de Arte Contemporânea de Santiago do Chile, do Musée de l’Abbey de Sainte Croix (França), do Museu de Sassoferrato (Itália), do Museu de Arte Moderna, de Bochum (Alemanha), e do Centro de Arte Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa).

Foiadidocultural da Embaixada do Chile em Portugal entre 1998 e 2002.

de 23 de Maio a 26 de Julho

De Terça a Domingo das 16h00 às 20h00,Em dias de espectáculo também entre as 20h30 e as 23h00.

Galeria do Teatro Municipal de Almada

Digressões 2009exposição colectiVa

Em colaboração com: f4 – associação de imagem e cultura e câmara Municipal de almada

As digressões têm sempre a sua raiz numa linha temática central, mas, pelo seu carácter reflexivo – especulativo, vincando uma rota pessoal, afastam--se dessa mesma linha que lhes dá origem. Digressões, exemplifica a noção acima exposta: a partir duma linha central, a relação homem/circunstância, desvenda marcos de múltiplas viagens, concebidas como buscas por percur-sos irrepetíveis em demanda teimosa do inefável.

Jorge Santos

de 4 a 18 de Julho

De Quarta a Domingo das 14h30 às 19h00, e das 20h00 às 22h00.

Oficina de Cultura da Câmara Municipal de Almada

Exposições de Artes Plásticas Exposições de Artes Plásticas

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SeMinário internacional

Em torno do teatro latino-americano: tendências cénicas inovadoras a partir dos anos 80 do século XXEm colaboração com: associação de encenadores de espanha (ade), instituto internacional de teatro do Mediterrâneo, celcit e casa da américa latinaCoordenação: osvaldo obregón

O desenvolvimento cénico caracteriza-se em cada época pela sua gran-de diversidade, num jogo constante entre tradição e modernidade, em que se destacam tendências menos conformistas, na busca de novas tendências expressivas.

A fórmula que predominou desde os finais do século XIX foi a seguinte: o texto de um autor, posto em cena por um encenador.

Esta fórmula ainda se mantém, mas paralelamente foram surgindo produ-ções que aplicam outros critérios e estratégias cénicas, dando relevo à di-mensão visual, ou misturando várias artes do espectáculo, como ocorreu no passado.

A integração das novas tecnologias na criação cénica é também outra va-riante possível nas montagens actuais.

Osvaldo Obregón

Participantes: José Monleón (director do IITM), Osvaldo Obregón (prof. uni-versitário), Juan Villegas (prof. universitário e director da revis-ta Gestos), Juan António Hormigón (director da revista ADE), Isabel Ortega (actriz brasileira) e Guillermo Calderón (drama-turgo e encenador chileno), Luis Masci (dramaturgo e ence-nador uruguaio) e Hector Manrique (encenador e actor vene-zuelano).

Sábado 11 de Julho, às 10h30domingo 12 de Julho, às 10h30

Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea (Almada)

A tradução para português de textos teatraisEm colaboração com: teatro nacional São João

Quando,em1956, no prefácio à sua tradução de Macbeth, António Pedro falava na «palpitação respiratória de uma língua» e na necessidade de «traduzir para pôr em cena», o criador português apontava para uma eventual especi-ficidade da tradução do texto dramático, decorrente da problemática relação entre texto e representação. A consciência de que o teatro é um meio de co-municação complexo e compósito, no qual o verbal é apenas um elemento entre toda uma vasta gama de códigos visuais e auditivos, tem permitido a afirmação da dimensão pragmática do texto traduzido, da sua dinâmica per-formativa, ampliando a indispensável atenção linguística a preocupações mais generosamente semióticas e, assim, reconfigurando o nosso entendimento do lugar do texto dramático nesse mais vasto «texto teatral» que é o espectá-culo. Entre essas novas preocupações destacaria a relação entre tradução e encenação, a opção entre «tradução de teatro» e «tradução para teatro», a «representabilidade» ou «dizibilidade» dos diálogos ou, dito de outro modo, a preocupação com o alcance retórico e a valência rítmica das diferentes formas dramáticas, e ainda a valorização ou supressão das diferenças culturais.

As declarações de tradutores de teatro constituem habitualmente uma rica fonte de informação e de reflexão sobre estas e outras problemáticas. Foi com essa consciência que, numa iniciativa conjunta da Companhia de Teatro de Almada e do Teatro Nacional São João, o Festival de Almada programou este colóquio que reunirá um conjunto muito diversificado de experimentados tradutores, a partir de línguas como o inglês, o francês, o alemão e o italiano.

Paulo Eduardo Carvalho

Participantes: Alexandra Moreira da Silva (crítica), António M. Feijó (prof. uni-versitário), António Palma Caetano (prof. universitário), António Pescada (tradutor), Francisco Frazão (programador de teatro da Culturgest), José C. Barreiros (tradutor), Paulo Eduardo Carva-lho (prof. universitário) e Yvette K. Centeno (prof. universitária)

domingo 5 de Julho, às 21h00

Fórum Municipal Romeu Correia – Sala Pablo Neruda

Encontros da Cerca Colóquios / Debates

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encontro de eStética e teoria cultural

PolÍTiCA.CRiAção. VAloREm colaboração com: instituto franco-Português, iade / unidcoM, faculdade de ciências e tecnologia da universidade nova de lisboa – Biblioteca fct/unl e Museu do neo-realismo

Coordenadores: teresa alves (universidade de lisboa), Pedro andrade (univer-sidade de lisboa), Mário caeiro (escola Superior de artes e design de caldas da rainha), Sílvia rosado (instituto Superior de artes Visuais design e Marketing) e david Santos (instituto Superior de artes Visuais design e Marketing)

POLÍTICA.CRIAÇÃO.VALOR. procura cartografar a contemporaneidade a partir dos campos da investigação, da criação e da mediação artísticas. Ao longo de cinco jornadas de trabalho, criadores, mediadores e investigadores articulam a esfera do político com a categoria do valor.

Ainiciativaestende-se a diferentes localidades – Almada, Monte de Ca-parica e Vila Franca de Xira – e instituições culturais – Teatro Municipal de Almada, Casa da Cerca, Biblioteca FCT/UNL e Museu do Neo-Realismo, entre Julho de 2009 e Março de 2010.

Nasduassessões integradas no Festival de Teatro de Almada, os traba-lhos incidem na esfera da tradição teatral enquanto espaço de performativi-dade do social. Os participantes representam percursos particularmente fun-damentados, oferecendo ao público um balanço da relação entre a dimensão política e a dimensão ética da arte, e sobretudo a possibilidade de uma visão prospectiva dessa relação.

EsteEncontro decorrerá durante dois dias. As manhãs serão dedicadas à investigação académica e as tardes ao cruzamento de experiências entre os campos da criação artística e da mediação cultural. Na Sala Experimental do TMA será exibido um vídeo de Vasco Araújo, o artista plástico que é o autor do cartaz deste ano do Festival, intitulado Augusta, e que é baseada na comédia As aves, de Aristófanes.

Aconvidadainternacionalé Maryvonne Saison, investigadora, especia-lista nos campos da Estética, da Filosofia e do Teatro (Universidade de Paris X-Nanterre).

Os trabalhosprosseguem dia 23 de Julho na Casa da Cerca, com a sessão Objecto de arte, comunicação, valor, dedicada ao tema do objecto de arte no quadro de um pensamento sobre a problemática da formação humana.

ProGraMa

1-POLÍTiCA

aberturaIdalina Conde (socióloga, ISCTE)Moderadora: Sílvia Rosado (IADE)

1ºpainelÂngela Ferreira (artista plástico), Alexandre Melo (curador, assessor do Primeiro Ministro), JoséMaçãs de Carvalho (artista plástico), António Contador (sociólogo, artista).Moderador: Pedro Andrade (UL)

2ºpainelJosé Mário Branco (músico, compositor), Paula Azguime (programado-ra, compositora), Fernando Ribeiro (músico), Mário Vieira de Carvalho (prof. universitário, UNL / musicólogo).Moderadora: Teresa Alves (UL)

Sexta 17 Julho, das 10h00 às 18h00

Teatro Municipal de Almada – Sala Experimental

CONFERêNCiADo teatro e da políticaPerformatividade e dimensão social na estética contemporâneapor MaryvonneSaisonModeradores: Sílvia Rosado e Jean-Paul Lefèvre

Sexta 17 Julho, às 21h00

Teatro Municipal de Almada - Sala Experimental

2-VALORaberturaTeresa Rita Lopes (prof. universitária, UNL), Vera San-Payo de Lemos (prof. universitária, UNL / dramaturgista), Maria João Brilhante (prof. universitária / presidente do CA do TNDM II).Moderador: Miguel-Pedro Quadrio (prof. universitário,UCP / CTA)

Colóquios / Debates Colóquios / Debates

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1ºpainelVera Mantero (coreógrafa), Cláudia Galhós (crítica / Expresso), Diogo Dória (actor, encenador), João Carneiro (crítico / Expresso).Moderadora: Mónica Guerreiro (crítica / DGArtes)

2ºpainelJorge Silva Melo (encenador / dramaturgo, AU), Maria Helena Serôdio (prof. universitária, UL), Álvaro Garcia de Zuñiga (actor / encenador), Manuel Graça Dias / Egas Vieira (arquitectos), Manuel Vicente (arqui-tecto), Pedro Gadanho (arquitecto).Moderador: Pedro Andrade (Faculdade de Belas-Artes, da UL)relator: Pedro Vasconcelos (sociólogo)

Sábado 18 de Julho, das 10h00 às 23h00

Teatro Municipal de Almada – Sala Experimental

o Festival de Cádis: porta do teatro latino-americano na EuropaPepe Bablé (v. biografia na página 26), encenador e director do Festival de Cádis conversa com o público acerca do papel que Festival de Cádis tem na divulgação do teatro latino-americano.

Segunda 13 Julho, às 16h00

Casa da América Latina – Lisboa

o teatro chileno contemporâneoO dramaturgo e encenador Guillermo Calderón (v. biografia na página 27) pro-fere uma conferência sobre as novas tendências do teatro chileno.

Quarta 15 Julho, às 16h00

Casa da América Latina – Lisboa

Encontros da EsplanadaComo todos os anos, o público do Festival terá a oportunidade de encontrar--se, na Esplanada da Escola D. António da Costa, com criadores e artistas dos espectáculos apresentados. A lista e o calendário destes colóquios será publicada no Programa dos Actos Complementares, a distribuir no início do Festival.

Colóquios / Debates Colóquios / Debates

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o corpo no espaço

O cenógrafo francês Jean-Guy Lecat e o coreógrafo italiano Jean Paul Bucchieri (v. biografia na pág. 33) juntam-se para abordar a relação do actor com o espaço que ocupa em cena, segundo as perspectivas em que cada um destes dois criadores é especialista: a cenografia e a coreografia. Os interessa-dos em participar nestas sessões, que decorrem entre 4 e 18 de Julho, devem inscrever-se na bilheteira do TMA, ou através do telefone 21 273 93 60, ou do e-mail [email protected].

Uma das justificações mais importantes para a existência do teatro é que ele nos lembra algo fundamental: que na vida humana nada é para sempre. Isto é óbvio, mas facilmente se esquece, e os seres humanos, ao fazerem teatro, tentam ir contra a realidade, segurando, fixando, bloqueando algo. A própria arquitectura fixa o homem no espaço e no tempo, fazendo-o esquecer de que a vida vai e vem, e de que tudo é fluído e está sempre a alterar-se. Neste workshop vou abordar a ideia isabelina de que as peças ocorrem simultanea-mente no palco e na assistência, colocando a acção no centro da vida social, e recebendo, dessa forma, todas as energias contraditórias.

Jean-Guy Lecat

Através deste workshop pretendo investigar a percepção da presença do intérprete em cena, a partir da compreensão do próprio movimento no espaço. Trata-se de uma reflexão sobre a responsabilidade do intérprete e as suas es-colhas: como e quando a relação entre espaço e corpo determina os sentidos dramatúrgicos.

Jean Paul Bucchieri

Jean-GuyLecat, director técnico e desenhador de espaços de encenado-res como Jean-Louis Barrault e Peter Brook durante mais de 35 anos, tem-se dedicado particularmente à pesquisa e à transformação ou criação de mais de 200 espaços teatrais em todo o Mundo, cruzando o mundo da arquitectura com o do palco. Actualmente, é consultor técnico dos arquitectos Frank Gehry e Hugh Hardy num novo teatro de Nova Iorque (o Theatre for a New Audience), função que também desempenhou junto de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira no projecto do Teatro Municipal de Almada.

10 a 18 de Julho

Escola D. António da Costa

o teatro do corpo

AactrizchilenaPaula Zúñiga orientará, na Casa da América Latina, um workshop dedicado à reflexão e prática de um Teatro do Corpo, entendido com base do trabalho criativo do intérprete. Os interessados em participar neste evento devem inscrever-se na bilheteira do TMA, ou através do telefone 21 273 93 60, ou do e-mail [email protected].

Quando entramos num trabalho corporal juntam-se mais tensões do que aquelas que normalmente transportamos. Reconhecer as capacidades, mas trabalhar, sobretudo, bloqueios: a isto poderíamos chamar transformação. A metodologia não é nada e é tudo. É como dizer que é a mistura de muitas coisas que perseveraram no tempo outros elementos que se expandiram e se expandem no sujeito. A isto podemos chamar um legado. Entrar na natureza das coisas é entrar nas aldeias originárias. Na sua música, na sua dança… na palavra «respeito». Levar a cabeça até aos pés. Pensar com os pés… o primei-ro passo para entrarmos. Especificar os pontos seria ir contra o sentido deste escrito e da minha própria visão dos conceitos «aprendizagem« e «processo». Diz-se que a acção física: «vê o que fazes e dir-te-ei quem és, como pensas e o que sentes…»

Parte de minha história, daquilo que fiz, dirá quem souPaula Zúñiga

PaulaZúñniga é licenciada em Artes pela Universidade do Chile. Traba-lhou como professora na Universidade do Chile, entre 1998 e 2001, colaboran-do com os professores Sergio Aguirre, Naldy Hernández e Guillermo Calderón. Mais tarde, torna-se Professora Titular da mesma universidade, desenvolven-do, também, intensa actividade pedagógica noutras instituições.

Comoactriz, tem trabalhado em várias companhias no Chile e noutros países, em peças como O senhor Galindez, A sapateira prodigiosa, Comédia de equívocos, Morte acidental de um anarquista, Bodas de sangue, etc. Com o Teatro en El Blanco, participa no Festival de Almada de 2009, com as peças Dezembro e Neva.

13 e 14 de Julho

Casa da América Latina - Lisboa

Workshops Workshops

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um homem falidodavid leScotTradução: Marie-Amélie Robilliard e Joana Frazão Intérpretes: Andreia Bento, João Meireles e Pedro Lacerda

OsArtistasUnidos, que apresentam no Instituto Franco-Português Cartas aos actores e Para Louis de Funès, de Novarina, incluem, nesta abordagem a autores franceses contemporâneos, uma peça de David Lescot: Um homem falido.

Umcasal acaba de se separar, mas, ao mesmo tempo, o marido fica arrui-nado. A dívida atinge os 24.664 euros. Como pagá-la? Todos os dias o gestor liquidatário faz-lhe uma visita e leva-lhe alguma coisa. Pouco a pouco, tudo o que lhe resta da mobília e dos objectos pessoais é apreendido. E fica só um homem, despojado de tudo, confrontado com um quotidiano mais do que in-seguro. Caracterizado por uma escrita magnífica, este é um texto tocado pela graça, um hino ao teatro.

Geneviève Charpentier

DavidLescot, autor, encenador e músico, nascido em 1971, monta a sua primeira peça, Les conspirateurs, espécie de «comédia negra musical», em 1999, em Paris. Em 2000, conhece a encenadora Anne Torres, para quem as-sina e interpreta a música de Le prince Machiavel (Nanterre-Amandiers, 2001). Em 2003, escreve a sua terceira peça, Mariage (MC93 Bobigny, 2003). Partici-pou nas edições de 2001 e 2003 do Festival Mousson d’Été com L’Instrument à pression e L’Après-Guerre. Escreveu várias peças lidas para a France Culture e tem trabalhado como escritor ou dramaturgo sob a direcção de outros en-cenadores (Eleonora Rossi, François Marthouret, Julie Brochen). A convite do Carreau de Forbach, escreve, em 2003, Um homem falido, estreada em Fran-ça, em 2005, e no Traverse Theatre de Edimburgo, em 2006. Ensina Estudos Teatrais na Universidade de Paris X – Nanterre, desde 1999. É autor do ensaio Dramaturgies de la guerre, Prémio Jamati de Estética Teatral.

Quinta, dia 9 de Julho às 18h00

Instituto Franco-Português (Lisboa)

na rua e na rua futuristaMiguel MoreiraUma criação do grupo Útero, estrutura apoiada pelo Ministério da Cultura, DGArtes, Fundação Calouste Gulbenkian e Câmara Municipal de AlmadaCo-produção: La Laboral – Gijon, Reitoria da Universidade de Coimbra

Esteano, no espaço da Escola D. António da Costa junto ao Palco Gran-de, onde o público do Festival aguarda para entrar nos espectáculos da noite, serão montadas duas instalações de Miguel Moreira: Na rua, com texto de José Luís Peixoto, interpretação de Sandra Rosado, Sofia Pimentão, Catarina Requeijo e Marta Silva, e cenário de Jorge Moreira; e Na rua futurista, com textos de Marinetti, onde utiliza o dispositivo cénico da instalação anterior. As instalações estarão abertas ao público uma hora antes e até meia hora depois do fim dos espectáculos apresentados no Palco Grande.

1–NARUANas últimas criações do Útero a relação entre os elementos Cidade/Rua/

Homem têm sido o motor principal da criação e os pontos de partida para re-flectir sobre o Homem e o Mundo de hoje. Andar pela rua e provocar/comunicar com as pessoas que estão de passagem. Procurar desviar as pessoas da sua vida quotidiana e trazê-las para o espaço da reflexão, do pensamento, da fanta-sia, do sonho. Chamar as pessoas de casa para a rua, para a cidade. A cidade ainda como espaço de encontro. Espaço de sedução. De olhar. De descoberta entre nós e os outros. Quando reflectimos sobre a rua, sobre a cidade, reflecti-mos também sobre nós próprios. Reflectimos sobre o espaço, a acção, a inter-venção que queremos ter no Mundo. A escolha de um caminho a percorrer.

2–NARUAFUTURiSTASempre fez parte dos processos do Útero a continuação do trabalho so-

bre determinadas temáticas ou dispositivos que pensamos não estarem esgo-tados. Depois do espectáculo Na rua percebemos que um dia gostaríamos de multiplicar as bolas até ao ponto de podermos um dia invadir uma cidade com a nossa arte. Esta nova proposta parte de um desafio de criarmos a partir do imaginário do Futurismo.

Miguel Moreira

dias 4, 6, 7, 10, 11, 12, 15, 16 e 18 de Julho, a partir das 21h00 e após os espectáculos do Palco Grande

Escola D. António da Costa

leitura Animação

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Aantecederos espectáculos no Palco Grande, a esplanada da escola d. antónio da costa, com o seu próprio palco, é lugar de concertos de músicas de vários géneros e de várias origens.

Kumpania AlgazarraComHugoFontaínhas (bateria), Hélder Silva (percussão), Nuno Salvado

(acordeão), Luís Barrocas (guitarra, saxofone e voz), Pedro Pereira (contrabai-xo), Francisco Amorim (trombone), Ricardo Pinto (trompete) e Luís Bastolini (clarinete), a world music nacional ganha um novo prazer de vibrar e um incrível pulsar. Esta banda tem o coração nos Balcãs; melhor, têm o corpo espalhado pelos quatros cantos do mundo.

21h00 Sáb 4

uma coisa em forma de assimEduardo Jordão (baixo/contrabaixo), Eduardo Lala (trombone), Carlos

Garcia (teclados), Filipe Simões (bateria/percussões) e Filipe Valentim (saxofo-ne) juntam talentos e ficam assim à espera do aplauso do público.

20h30 Seg 6

Expresso latinoOExpressoLatinoé uma banda composta por quatro elementos que di-

funde os ritmos latinos com sonoridades originais e contemporâneas. Este grupo distingue-se pela combinação do repertório latino-americano tradicional com os novos ritmos da música moderna.

20h30 ter 7

música na Esplanada

Jovens cantores de EstrasburgoOsPetitsChanteursdeStrasbourg, dirigidos por Philippe Utard e Da-

mien Schubert, são acompanhados ao piano por Roselyne Koeniguer para interpretar uma grande variedade de temas musicais franceses.

21h00 Qui 9

Bárbara legido, com Bluesy WayBárbaraLegido propõe uma viagem aos grandes nomes do blues, o géne-

ro musical que teve a sua origem na voz dos escravos dos campos de algodão do sul dos Estados Unidos, que cantavam durante os trabalhos, nas planta-ções, para aliviar a dureza da sua condição.

20h30 Sex 10

lula moreno TrioLulaMoreno (voz e violão), Milton Batera (bateria), Markus Brito (baixo)

são o Trio que percorre o repertório da música brasileira, de Seu Jorge a Tom Jobim, de Flávio Venturine a Zeca Pagodinho.

20h30 Sáb 11

80 e talTomásRamosdeDeus (voz), Miguel Andrade (guitarra), Felipe Fontenelle

(baixo e voz), Alexandre Alves (bateria) constituem este projecto que nos leva de regresso aos maiores sucessos dos anos oitenta. O repertório do quarteto inclui, entre outros, temas dos Bangles, Kim Carnes, Men at Work, Robert Pal-mer, John Waite, Peter Gabriel…

20h30 dom 12

música na Esplanada

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música italianaFranciscoLobão (canto) e Marina Dellalyan (piano) convidam-nos para

um programa de músicas napolitanas e árias de ópera. Poderão ser ouvidos compositores como Rossini, Tosti, Di Capua, Verdi, De Curtis, Rodolfo Falvo, Leoncavallo e Puccini.

20h30 Qua 15

Berg QuartetBerg (voz e guitarras), Marco Pombinho (teclados), Felipe Andrade (baixo),

Tino Dias (bateria) recriam clássicos do Funk, Pop, Reggae, proporcionando um espectáculo cheio de intensidade.

21h00 Qui 16

mário Rui TrioMárioRui (pianista), Vasco Sousa (baixista), e Jaume Pradas (baterista)

juntam-se pala primeira vez ao trombonista João Neves Costa para executa-rem clássicos americanos e brasileiros. Todos os temas foram especialmente preparados para este momento.

20h30 Sab 18

música na Esplanada

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