Indústria - bibliotecas.sebrae.com.br · DICAS DO SEBRAE-SP E DA ABESCO PARA A SUA UNIDADE...

20
DICAS DO SEBRAE-SP E DA ABESCO PARA A SUA UNIDADE INDUSTRIAL Indústria: economize energia para lucrar mais

Transcript of Indústria - bibliotecas.sebrae.com.br · DICAS DO SEBRAE-SP E DA ABESCO PARA A SUA UNIDADE...

DICAS DO SEBRAE-SP E DA ABESCOPARA A SUA UNIDADE INDUSTRIAL

Indústria:economize energiapara lucrar mais

CréditosSebrae-SP

Conselho DeliberativoPresidenteAlencar Burti (ACSP)

Associação Comercial de São Paulo (ACSP)Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI)Banco do Brasil - Diretoria de Distribuição São Paulo - DISAP (BB)Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP)Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FECOMERCIO)Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)Fundação Parque Tecnológico de São Carlos (PARQTEC)Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)Agência de Desenvolvimento Paulista (DESENVOLVE-SP)Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e TecnologiaServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo (SINDIBANCOS)Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal (CEF)

Diretor TécnicoIvan Hussni

Diretor Administrativo FinanceiroPedro Rubez Jehá

Unidade de Atendimento SetorialGerente: Paulo Eduardo Stabile ArrudaMárcio Bertolini Rodrigues Figueiredo

Unidade Desenvolvimento e InovaçãoGerente: Renato FonsecaRodrigo Hisgail de Almeida Nogueira

Unidade Inteligência de MercadoGerente: Eduardo Pugnali MarcosDaniel Augusto de Resende NevesErika Vadala

ABESCO

PresidenteRodrigo Aguiar

Diretor Técnico Alexandre S. Moana

Diretor Financeiro José Marcelo Sigoli

Conselho ConsultivoPresidente Aldemir Spohr

Conselheiros Henrique WassersteinEnio Akira KatoCyro Boccuzzi

SuplentesJuliana KawasakiNelson Simas

Conselho FiscalPresidenteClaudio Latorre

ConselheirosFlavio FernandesMario Javaroni

Suplentes Clívia EspinosaJoão BoscoOscar de Lima e Silva

AutoriaJosé Marcelo Sigoli

3

Juntos pela competitividade da indústriaConsiderado o setor com maior potencial para geração de riquezas na economia, a indústria foi o tema escolhido para elaboração desse mate-rial, uma iniciativa conjunta entre ABESCO e Sebrae-SP em favor do de-senvolvimento dos pequenos negócios do setor.

Seja por falta de informação e/ou linhas de financiamento adequadas, a indústria também representa o setor que mais desperdiça energia no Brasil, de acordo com a experiência de projetos desenvolvidos pelas ESCOs – Empresas de serviços de Conservação de Energia associadas à ABESCO.

A implantação de ações de eficiência energética realizadas de forma ade-quada assegura, por isso, uma economia direta de 25 a 40% na conta de energia, além de outros ganhos indiretos, como redução no custo de pro-dução e ganho significativo na margem de lucro. Essas melhoras impactamno preço final do produto e elevam a competitividade da indústria em ummercado globalizado!

Incorpore as informações desta cartilha ao cotidiano de sua empresa para obter resultados em seu negócio e conte com a ABESCO e o Sebrae-SP, que estão empenhados no desenvolvimento deste mercado. Isto é bom para você, para sua empresa e para o Brasil!

Rodrigo AguiarPresidente da

ABESCO

Alencar BurtiPresidente do

Sebrae-SP

Ivan HussniDiretor Técnico do Sebrae-SP

4

Entendendo o consumo energético no setor industrial

Identificando os itens de controle energético

Gestão energética na unidade industrial

Atuando nos usos e sistemas finais de energia

Programa de Qualificação - QualiESCO

pg. 5

pg. 6

pg. 11

pg. 13

pg. 18

A energia é um fator de custo para a indústria em geral e pode atingir, em alguns segmentos, até 60% do preço final da produção. Antes de buscar a eficiência de qualquer processo indus-trial, o empresário precisa conhecer e diagnos-ticar com precisão a realidade energética da sua indústria, para então estabelecer as priori-dades, implantar os projetos de melhoria e re-dução de perdas e acompanhar os resultados de forma continua.

Neste material o empresário irá encontrar:

• Indicadores de controle sobre os fluxos de energia que influenciam os processos e ati-vidades na unidade industrial;

• Recomendação de ações com vista à redução do consumo energético, através da imple-mentação de processos que busquem a utili-zação racional de energia.

A eficiência energética no setor industrial

5

Setor que consome mais energia

De acordo com os dados do Ministério de Minas e Energia (MME) - BEN 2014, o setor industrial é o maior consumidor de energia do país, res-pondendo por 33,9% de todo o consumo final, seguido pelo setor de transporte com 32%.

A relevância da força motriz

Em um levantamento publicado em 2005 pelo MME, o grande destaque no consumo de energia na indústria se dá para o uso da força motriz, com uma participação de 68% do consumo de energia na indústria. Equipamentos como ventiladores, compressores, bombas, além de diversas aplica-ções industriais, como processamento de fluidos e gases, refrigeração, entre outras, são os princi-pais elementos de consumo.

Grande potencial técnico para redução de energia

Estudos publicados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que existe um potencial técnico de redução de energia da indústria de até 25,7% do consumo total. Desse potencial, 82% cor-responde às medidas relacionadas ao uso adequa-do de combustíveis, em especial nos usos de fornos e caldeiras, e 14% corresponde à economia de energia (sistemas motrizes, processos eletroquími-cos e eletrotérmicos e sistemas de refrigeração).

Entendendo o consumo energético no setor industrial

Potencial técnico de redução de energia: a diferença entre o consumo médio de energia da indústria e o consumo mínimo estimado, caso as ações de eficiência energética em seu estado da arte fossem adotadas por todas as empresas.

6

Falta atenção no isolamento térmico

Diversos estudos mostram que o isolamento tér-mico é a forma elementar, inicial e de baixíssi-mo custo de qualquer programa de conservação e eficiência energética. Mesmo assim, verifica-se que não há, por parte do setor industrial, a devi-da atenção com o isolamento térmico dos equi-pamentos e tubulações que operam em altas ou baixas temperaturas.

Dimensionamento das instalações

Grande parte dos desperdícios de energia elétrica ocorre devido ao mau dimensionamento das insta-lações, operação e manutenção inadequadas dos

circuitos elétricos. Além das perdas financeiras, estes equívocos também podem colocar em risco a segurança dos usuários. Com medidas simples, um técnico pode identificar as causas dos desper-dícios de energia elétrica e eliminá-las.

Outros tipos de perdas

• 32% dos sistemas de ar comprimido possuem perdas estimadas entre 5 e 10%;

• 76% dos sistemas de bombeamento têm como forma de controle o liga-desliga;

• 27% dos sistemas de refrigeração possuem uma perda estimada entre 5 e 10%, devido à má isolação.

Identificando os itens de controle1. Ponto de entrega de energia

O ponto de entrega é a conexão do sistema elétri-co da concessionária de energia elétrica com a uni-dade consumidora (cliente) e situa-se no limite da via pública com a propriedade onde está localizada a unidade consumidora.

2. Conta de energia elétrica

A conta de energia elétrica é uma síntese dos parâ-metros de consumo, refletindo a forma como são uti-lizados. Por esta razão, a conta de energia elétrica é uma importante ferramenta para o gerenciamento energético em instalações industriais.

Potência e tempo de funcionamento

Todos os equipamentos elétricos possuem uma potência, que pode ser identificada em watts (W), em horsepower (hp) ou em cava-lo vapor (cv). O consumo de energia elétri-ca é igual à potência expressa em watt-hora (Wh), ou seja, potência em watts (W) multi-plicada pelo tempo em horas (h). Portanto, o consumo de energia depende das potências (em watts) dos equipamentos e do tempo de funcionamento deles (em horas).

7

3. Custo da energia

O custo da energia elétrica para o consumidor depende de uma série de fatores. Além de afetar o desempenho operacional dos equipamentos, a forma de contratação da energia pode causar diferenças de preços entre unidades consumi-doras semelhantes.

Os consumidores cativos são regulados por legisla-ção específica, estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, os quais estão sujeitos às tarifas de energia vigente.

O valor da tarifa a que esses consumidores estão sujeitos dependerá do nível de tensão a que esti-verem ligados. É considerado consumidor de bai-xa tensão (BT) aquele que está ligado em tensão inferior a 2.300 V; e de média e alta tensão aque-le ligado em tensão igual ou superior a 2.300 V.

As unidades consumidoras atendidas em média e alta tensão devem ser enquadradas nas seguintes modalidades tarifárias:

Tarifa convencional: modalidade caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia

8

elétrica e demanda de potência, independente-mente das horas de utilização do dia.

Tarifa horária: modalidade caracterizada pela apli-cação de tarifas diferenciadas de consumo de ener-gia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia, observando-se as disposições descritas na legislação vigente.

4. Transformadores

O transformador é um equipamento que se destina a transportar energia elétrica em corrente alternada, de um circuito elétrico para outro, sem alterar o valor da frequência. Quase sempre, essa transferência ocor-re com mudança dos valores de tensão e de corrente.

Como todo equipamento, o transformador apre-senta perdas, que são pequenas em relação à sua potência nominal. As principais perdas ocorrem no cobre e no ferro. E como os transformadores são aparelhos que funcionam, normalmente, com ren-dimentos muito elevados, não se pode esperar gran-des economias de energia. Entretanto, é necessário observar algumas regras simples de modo a evitar um grande desperdício de energia, tais como:

• Utilizar transformadores com carregamento até no máximo 70% de sua capacidade nominal.

• Desligar os transformadores que não são utilizados.

• Eliminar progressivamente os aparelhos muito antigos, substituindo-os por outros mais modernos.

• Comprar equipamentos de boa qualidade, observando sempre as normas brasileiras.

• Não adquirir transformadores usados sem antes conhecer suas perdas reais.

• Instalar os transformadores próximos aos principais centros de consumo.

• Evitar sobrecarregar circuitos de distribuição.

• Manter bem balanceadas as redes trifásicas.

• Realizar a manutenção preventiva e preditiva da cabine primária (local onde está instalado o transformador).

• Manter o local limpo e arejado.

5. Diagrama unifilar ou esquema de blocos

O esquema de blocos nada mais é do que um descritivo dos equipamentos elétricos utilizados na empresa e serve para verifi-car os equipamentos instalados e identificar possíveis perdas no processo produtivo.

Assim, ele auxilia no levantamento do car-regamento de circuitos e dos transforma-dores, na adequação da distribuição das cargas e dos capacitores e no dimensiona-mento e localização de pontos de controle.

Para entender o fluxo da energia elétrica e seu uso, recomenda-se a elaboração de um diagrama unifilar simplificado, que deve conter, minimamente:

• a entrada de energia da concessionária, com a respectiva indicação do valor de tensão;

• os transformadores com potências e tensão de saída;

• a localização da medição, dos bancos de capacitores e de suas potências (kVAr); e

• as cargas conectadas (kVA ou kW).

9

6. Corrigindo o baixo fator de potência

O baixo fator de potência mostra que a energia é mal aproveitada, o que, como consequência, pro-voca problemas de ordem técnica nas instalações, como variação de tensão, que pode ocasionar a queima de motores; maior perda de energia den-tro da instalação; redução do aproveitamento da capacidade dos transformadores e dos circuitos elétricos; aquecimento dos condutores e redução do aproveitamento do sistema elétrico (geração, transmissão e distribuição).

O correto dimensionamento dos equipamentos pode ser também uma maneira de elevar o fator de potência de uma instalação. Os motores, por exemplo, apresentam um fator de potência mais elevado quando operam próximo à sua capacida-

de nominal. Quanto mais próximo de 1,0 for o fa-tor de potência, menor a energia reativa utilizada e, por consequência, mais eficiente será o consu-mo de energia da unidade consumidora.

Algumas das principais causas de um baixo fator de potência na indústria são: motores superdi-mensionados para os trabalhos que realizam, mo-tores trabalhando em vazio durante grande parte do tempo, grandes transformadores alimentando pequenas cargas por muito tempo, lâmpadas de descarga (vapor de mercúrio, fluorescentes etc.) e grande quantidade de motores de pequena po-tência. Uma forma de corrigir o baixo fator de potência é a partir da instalação de bancos de ca-pacitores (que podem ser fixos ou automáticos). Consulte um técnico para o correto dimensiona-mento e definição do tipo.

10

7 - Análise econômico-financeira

As decisões de investimento em projetos de eficiên-cia energética passam, necessariamente, por análi-ses de viabilidade financeira. O processo de tomada de decisão constitui-se numa das questões de maior relevância e deve consistir na avaliação de caminhos alternativos, tendo em vista a escolha de opções mais interessantes do ponto de vista financeiro. Sendo as-sim, a ferramenta fundamental para se decidir por

uma alternativa de investimento é a análise financeira, uma vez que é a única ferramenta que permite com-parar soluções tecnicamente diferentes.

As análises de viabilidade, em geral, utilizam-se de índices financeiros que permitem traduzir as atratividades de um investimento. Entre eles des-tacam-se: o valor presente líquido, o valor anual uniforme, a taxa interna de retorno e o tempo de retorno do investimento.

11

1. Levantamento de dados gerais da unidade consumidora

2. Estudos dos fluxos de materiais e produtos

3. Caracterização do consumo energético

4. Avaliação das perdas de energia e potenciais de redução de consumo

5. Desenvolvimento de estudos técnicos e financeiros das alternativas de redução das perdas e de consumo

6. Elaboração das recomendações e conclusões

Os processos industriais apresentam, de modo geral, oportunidades significativas de redução de custos e de economia de energia na unidade con-sumidora. Isso pode ser feito através de um me-lhor gerenciamento da instalação, da adoção de equipamentos tecnologicamente mais avançados e eficientes, das alterações de algumas caracterís-ticas arquitetônicas, da utilização de técnicas mo-dernas de projeto e construção, além das mudanças dos hábitos dos usuários e de rotinas de trabalho.

Antes disso, porém, o gerenciamento energético de qualquer instalação requer a adoção de estraté-gias adequadas e que devem ser estruturadas com base nos seguintes critérios: conhecimento dos sis-

temas energéticos existentes, regime de operação do edifício e opinião dos usuários e técnicos da edi-ficação sobre a qualidade dos sistemas instalados.

Por isso, é importante que a implementação de me-didas de eficiência energética sejam coordenadas e integradas a uma visão global de toda a instala-ção, evitando novos desperdícios ou dificultando mais ainda a continuidade do processo.

Considerando uma abordagem genérica, a se-quência a seguir apresenta as etapas principais a serem seguidas para o desenvolvimento de um diagnóstico energético e para um modelo de ges-tão energética.

A importância do diagnóstico energético da indústria

Gestão energética na unidade industrial

12

Recomendações para facilitar a gestão da energia na unidade consumidora

Controle dos gastos: tenha controle com os gas-tos da unidade industrial (em reais - R$ e em kWh), com os principais equipamentos energéticos utiliza-dos e com os sistemas que gastam energia (princi-palmente os sistemas consumidores).

Utilize controlador de demanda: este item irá medir e armazenar os dados do consumo de energia, além de informar o consumo dos energéticos, auxiliando você a gerenciar o sistema energético de toda a sua fábrica.

Normas e boas práticas de utilização: se possí-vel, implante a Norma ISO 50.001 - Sistema de Ges-tão de Energia.

Os estudos energéticos (diagramas, característi-cas, estudos de perdas etc.) se dividem, basicamen-te, em 02 (dois) sistemas:

1. Sistemas elétricos

Levantamento das cargas elétricas instaladas.

b) Análise das condições de suprimento (qualidade do suprimento, harmônicos, fator de potência, sistemas de transformação).

c) Estudo do sistema de distribuição de energia elétrica (desequilíbrios de corrente, variações de tensão, estado das conexões elétricas).

d) Estudo do sistema de iluminação (iluminância, análise de sistemas de iluminação, condições de manutenção).

e) Estudo de motores elétricos e outros usos finais (estudo dos níveis de carregamento e desempe-nho, condições de manutenção).

2. Sistemas térmicos e mecânicos

a) Estudo do sistema de ar condicionado e exaus-tão (sistema frigorífico, níveis de temperatura medidos e de projeto, distribuição de ar).

b) Estudo do sistema de geração e distribuição de vapor (desempenho da caldeira, perdas térmi-cas, condições de manutenção e isolamento).

c) Estudo do sistema de bombeamento e trata-mento de água.

d) Estudo do sistema de compressão e distribuição de ar comprimido.

Sistemas energéticos

13

O ar comprimido é uma das mais antigas formas de transmissão de energia que se conhece, sendo utilizada hoje por quase todos os ramos da ativi-dade industrial.

Em atividades específicas como mineração, explo-ração de pedreiras, abertura de túneis, indústrias químicas, siderúrgicas, fundições e indústria auto-mobilística, o ar comprimido é uma fonte de ener-gia insubstituível.

As instalações de ar comprimido apresentam gran-des oportunidades de economia de energia, come-çando com o projeto adequado, a forma correta de operação e a implantação de um programa de ma-nutenção eficiente.

Existem várias maneiras de economizar em sistemas de ar comprimido. Basta algumas regulagens simples, como baixar a pressão até o mínimo necessário para o funcionamento do equipamento, ou um pouco mais de cuidado na manutenção com a limitação e o con-serto de vazamentos, ou ainda tomar medidas mais dispendiosas como a substituição de compressores ineficientes por novos modelos que ofereçam melhor rendimento energético, qualidade de ar superior, en-tre outras.

Veja outras ações que podem ser implementadas na sua unidade industrial:

• Verifique, periodicamente, se existem vaza-mentos internos, desgaste excessivo em anéis

de segmento, válvulas e outros componentes de compressores.

• Desligue os compressores nos períodos em que não houver demanda por ar comprimido, fechando a válvula na saída de cada reserva-tório. Bloqueie os equipamentos que operem intermitentemente.

• Verifique o consumo específico dos compresso-res. Muitas vezes, apesar de estarem em bom funcionamento, são equipamentos que conso-mem muita energia elétrica e devem ser substi-tuídos por equipamentos modernos que trarão grande economia e se pagam em pouco tempo.

• Mantenha as correias de acionamento adequa-damente ajustadas.

• Procure fazer as tomadas de ar de admissão fora da casa de máquinas, evitando sua exposi-ção direta ao sol, para que o ar de sucção seja o mais frio possível.

• Coloque tomadas de ar para ramais secundá-rios sempre por cima da tubulação principal, para evitar o arraste do condensado.

• Instale ou adapte corretamente um sistema de automação em seus compressores para que es-tejam produzindo na pressão definida, nos pe-ríodos definidos e no volume necessário.

• Caso os compressores liguem e desliguem muitas vezes num período curto, verifique com um espe-cialista se não é vantajoso instalar um reservatório

Sistemas de ar comprimido

Atuando nos usos e sistemas finais de energia

14

Os sistemas de bombeamento são normalmente utilizados para transportar a água dos reservatórios para os pontos de consumo dentro de uma unidade industrial. Em virtude do alto consumo de energia provocado pelos sistemas de bombeamento (impul-sionar a água para as redes de abastecimento e para evacuar as águas servidas dos esgotamentos sanitá-rios), esses sistemas apresentam grandes potenciais de eficiência energética.

Sendo assim, o correto dimensionamento da capaci-dade da bomba é um fator importante para que não haja desperdício de energia, assim como a modifica-ção da tipologia dos sistemas, que ao usar a força da gravidade para a transferência da água, reduz a necessidade de bombas.

• Verifique se há válvula semifechada na sucção das bombas radiais e no recalque e obstrução parcial na válvula de pé com crivo ou no próprio crivo.

• Opere as bombas em pontos de melhor eficiência.

• Evite tubulação incrustada ou com sólidos de-cantados, pois aumentam substancialmente a perda de carga e, por consequência, a altura manométrica e a potência requerida.

• Evite a associação, em paralelo, de bombas com a parábola das curvas de sistemas muito inclinada e de bombas de polpa, com o sistema de transmissão por polias e correias.

• Verifique a existência de folgas entre rotores e anéis, pois reduzem o rendimento volumétrico.

Sistemas de bombeamento de água

(pulmão) na linha para atender às variações de demanda.

• Dimensione a tubulação do trajeto entre os compressores e o reservatório para uma perda de pressão máxima de 0,08 kg/cm² para cada 100 metros.

• Dimensione a tubulação do trajeto entre o re-servatório de distribuição e o ponto de utiliza-ção mais distante para uma perda de pressão máxima de 0,03 kg/cm².

• Evite tubulações de diâmetro variado e curvas desnecessárias nas linhas de distribuição.

• Retire da rede de distribuição de ar todos os ramais secundários desativados.

• Elimine todos os vazamentos existentes nas tubulações.

• Mantenha a pressão nominal do sistema, pois pressões maiores necessitam de mais energia para suprir essa diferença. Identifi-que e elimine os vazamentos em vez de au-mentar a pressão da linha para compensar essas perdas.

• Utilize válvulas de bloqueio acionadas por so-lenoides junto aos equipamentos que operem intermitentemente.

• Limpe e/ou substitua os filtros de ar e os filtros separadores de óleo no caso de compressores de parafuso.

• Drene o reservatório central e trate a água de resfriamento das unidades compressoras, lim-pando periodicamente as superfícies dos troca-dores de calor.

15

A utilização de sistemas de iluminação exige que seja realizada uma análise pormenorizada quanto às necessidades da tarefa visual, podendo signifi-car maior consumo energético.

Por exemplo, lâmpadas fluorescentes produzem mais luz sob determinadas condições de tempera-tura e posicionamento; ambientes com ar-condi-cionado permitem que se faça uma adequação en-tre luz e climatização. O importante é saber que cada tipo de ambiente e/ou aplicação requer um sistema de iluminação artificial específico.

Por exemplo: a máxima produtividade é foco em pa-vilhões de produção e, nesse sentido, a luz dá uma contribuição importante. A distribuição certa de luz e sua cor evitam ofuscamento e sinais de cansaço, como também reduzem o risco de acidentes, tornam as tarefas visuais mais fáceis e melhoram a eficiência de fabricação.

Veja algumas recomendações:

• Utilize lâmpadas mais eficientes e adequadas para cada tipo de ambiente. A lâmpada de vapor de sódio, por exemplo, é mais eficiente do que as lâmpadas de vapor de mercúrio ou as mistas.

• Utilize reatores eletrônicos de boa qualidade.

• Utilize luminárias com refletores (espelha-das) para lâmpadas fluorescentes.

• Abuse de recursos que aumentem o aproveita-mento da iluminação natural: telhas translúci-das, janelas amplas, tetos e paredes em cores claras, janelas amplas, prismas, lanternins, te-tos e paredes.

• Divida os circuitos de iluminação, de forma que seja possível utilizá-los parcialmente, sem pre-judicar o conforto e facilitar a manutenção.

Sistemas de iluminação

• Utilize tubulações com diâmetros de sucção e recalque adequados.

• Verifique a presença de cavitação no sistema de bombeamento, pois reduz o rendimento volumétrico.

• Verifique periodicamente itens de manutenção como as condições de desgaste de componen-tes rotativos, balanceamento de rotor e lubrifi-cação das partes móveis, entre outros.

• Tubulações muito antigas construídas em aço são suscetíveis à corrosão e à formação de depósitos de material. Isso contribui para o aumento da ru-gosidade da parede interna e a perda de carga.

• Limpe periodicamente tanques e reservatórios e instale filtros para reduzir a quantidade de sóli-dos em suspensão, que causam desgastes exces-sivos dos componentes internos das bombas.

16

No setor industrial, a força motriz tem particular importância devido à sua grande participação no consumo de eletricidade. Mesmo assim, é muito comum encontrarmos motores superdimensiona-dos em operação, o que gera significativo desperdí-cio de energia elétrica.

O uso inadequado dos motores também é fator de desperdício, pois muitas vezes operam em vazio, ou seja, sem carga, ou são utilizados para o aciona-mento de sistemas de ar comprimido que apresen-tam problemas como vazamentos, ou de sistemas de condicionamento de ar que também são mal dimensionados ou mal utilizados. Avalie algumas ações e economize na sua unidade industrial:

• Verifique se existem motores superdimensionados e troque-os por motores da capacidade correta.

• Observe se as correias estão pouco ou exces-sivamente tensionadas e, quando necessário, substitua simultaneamente todas as correias de um mesmo acoplamento.

• Substitua acoplamentos antigos por novos e flexíveis para a transmissão de potência a tor-ques elevados.

• Motores rebobinados mais de uma vez tendem a ter suas perdas aumentadas de 3 a 4% em

média em relação ao seu rendimento original. Situação que só piora a cada rebobinamento.

• Quando for substituir motores, sejam queima-dos, antigos ou superdimensionados, utilize os de alto rendimento.

• Quando o regime de funcionamento de um motor for muito variável, pode ser feito um ajuste por meio da instalação de inversores de frequência.

• Os inversores de frequência devem ser utiliza-dos em cargas centrífugas que necessitam de vazões variáveis e possuem válvulas de estran-gulamento de ajuste. Analise a viabilidade téc-nico-econômica.

• Desligue os motores das máquinas quando não estiverem operando.

• Faça manutenções preventivas periódicas.

• Verifique se os dispositivos de partida estão adequados.

• Baixo fator de potência é sinal de motor elétri-co superdimensionado.

• O rendimento deve estar acima de 75%. Entre 50 e 75% as condições operacionais do sistema de-vem ser avaliadas, e abaixo dos 50% o dimensio-namento do motor deve ser revisto.

Força motriz

17

As caldeiras são muito utilizadas na indústria e, em geral, o custo dos combustíveis representa uma parcela significativa da conta dos insumos energéti-cos. As instalações das caldeiras e de seus sistemas associados devem ser abordadas em todo progra-ma de conservação e uso racional de energia.

Normalmente são detectadas oportunidades de re-dução de consumo de energia e melhorias de proces-sos industriais, que podem contribuir para a redução dos custos de produção, tais como: regulagem da combustão, controle da fuligem e das incrustações, monitoramento da eficiência da caldeira, redução das perdas de calor e ponto de operação da caldeira.

Os fornos são equipamentos destinados ao aque-cimento de materiais com vários objetivos: cozi-mento, fusão, calcinação, tratamento térmico, secagem etc. A característica primordial de um forno, qualquer que seja sua finalidade, é trans-ferir ao material o calor necessário gerado por uma fonte de calor com o máximo de eficiência, uniformidade e segurança.

As caldeiras industriais são empregadas na pro-dução de vapor de água ou no aquecimento de fluidos térmicos. Os sistemas associados de con-dução e transferência de calor podem apresentar desperdícios e elevadas perdas de energia se não forem adequadamente dimensionados e se a sua operação e manutenção não forem praticadas de acordo com certos critérios e cuidados.

Siga algumas recomendações:

• Utilize fontes alternativas de energia, como gases residuais combustíveis, queimador oxi-combustível, uso de lanças de oxigênio para descarburação, injeção de cal/escória espu-mante e pós-combustão.

• Mantenha, sob estreito controle, a agitação do banho por meio de agitadores eletromagnéti-cos ou gases inertes.

• Utilize a técnica de vazamento do metal pelo fundo do forno.

• Adote técnicas de processo como a preparação da carga (envolvendo dimensões, qualidade, densidade e sequência de carregamento de seus componentes, bem como seu pré-aquecimento), o carregamento contínuo do forno, corretas con-dições elétricas para cada fase do processo, car-regamento de metal líquido e uso de dupla cuba.

• Sempre que o processo produtivo permitir, man-tenha parte do material líquido sem vazar “pé-de-banho” na produção de aços e ferros fundidos.

• Utilize, com os fornos de ultra-alta potência, metalurgia na panela.

• Utilize fornos “holding” que comportem maior volume de metal líquido para as fases seguintes do processo.

• Recupere o calor contido no gás de saída do forno para pré-aquecimento ou pré-redução da carga.

Caldeiras e fornos

18

A refrigeração industrial, a exemplo do ar-condi-cionado, tem como objetivo o controle de tempe-ratura de alguma substância ou meio. Os compo-nentes básicos de ambos os processos não diferem: compressores, trocadores de calor, ventiladores, bombas, dutos e controles.

Normalmente na indústria, nas empresas de sane-amento e em outras aplicações, as instalações de bombeamento e de ventilação operam suas máqui-nas na rotação constante e, para obter a variação de vazão, principalmente na sua diminuição, utilizam válvulas que estrangulam a tubulação, aumentando a pressão da bomba ou do ventilador com o aumen-to das perdas do sistema.

Veja algumas sugestões:

• Utilize cortinas de ar (borracha) quando não houver antecâmara.

• Regule sempre o termostato, mantendo cons-tante a temperatura de armazenamento.

• Para a conservação dos produtos, armazene na mesma câmara os que necessitam de tem-peratura, percentual de umidade e período de armazenamento semelhantes.

• Sistemas que possuem mais de um compres-sor merecem verificar a viabilidade de auto-mação entre eles visando trabalhos paralelos com cargas parciais.

• Ao planejar ações de racionalização do uso da energia no processo industrial da sua empre-sa, consulte antes um profissional habilitado. Acesse o site da Associação Brasileira de Em-presas de Serviços de Conservação de Ener-gia - ABESCO, pelo link www.abesco.com.br , e encontre todas as empresas qualificadas no Programa QualiESCO.

• O QualiESCO é um programa desenvolvido pela ABESCO que visa conhecer, quantifi-car e indicar as empresas especializadas na prestação de serviços de eficiência energé-tica. Seu objetivo é analisar a capacidade técnica das Empresas de Serviços de Con-

servação de Energia - ESCOs - nas áreas de energia elétrica, energia térmica, água, edi-ficações e gestão energética.

• A qualificação tem abrangência nacional e se dá no respectivo âmbito de trabalho de cada ESCO, avaliando-se sua experiência, capaci-dade e os registros da empresa.

• A implementação de projetos de eficiência energética e a adoção de modelos de gestão energética requerem, além de conhecimen-tos técnicos específicos, uma visão global do processo produtivo.

Conte com a ABESCO para ajudar você.

Sistemas de refrigeração

Programa de Qualificação

FontesMinistério de Minas e Energia - MME

Empresa de Pesquisa Energética - EPE

Eletrobrás / PROCEL

Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia - ABESCO

Plano Nacional de Eficiência Energética - PNEf

Confederação Nacional da Indústria - CNI

Dicas e orientações gerais

• O correto dimensionamento de circuitos elétricos evita sobrecargas e aquecimento dos condutores.

• Condutores não devem ter emendas mal fei-tas, fios ou cabos desencapados ou com isola-mento comprometido. Evite fuga de corrente e queda de tensão.

• Ao adquirir equipamentos elétricos, verifique se a fiação suporta a nova carga.

• Verifique as variações de tensão acima da nomi-nal e o balanceamento das tensões dos moto-res, cujo desequilíbrio contribui para o aumento das perdas.

• Verifique a presença de harmônicos nos sistemas elétricos, pois, além de provocar aquecimento nos motores, reduzindo seus conjugados dis-

poníveis para as cargas, podem causar torques oscilatórios, ressonâncias elétricas e flutuações de tensão gerando perdas por aquecimento.

• Ajuste e mantenha o ponto operacional dos sistemas motrizes por meio de válvulas re-dutoras de pressão ou de estrangulamento, dampers ou inversores de frequência, sendo estes últimos mais eficientes sob o ponto de vista energético.

• Adote boas práticas de manutenção, como as rotinas de limpeza, alinhamento e lubrificação, que auxiliam na melhora da eficiência do motor e do sistema acionado.

• Estabeleça planos de manutenção preventiva e preditiva, que contemplem ações periódicas para os diversos itens que compõem cada sis-tema motriz, seguindo as recomendações dos fabricantes dos equipamentos.

• Verifique o consumo específico dos compresso-res. Muitas vezes, apesar de estarem em bom funcionamento, são equipamentos que conso-mem muita energia e devem ser substituídos por equipamentos modernos que trarão gran-de economia e se pagam em pouco tempo.

• Limpe periodicamente os filtros, dutos de ven-tilação e exaustão. Filtros sujos ou obstruídos aumentam a perda de carga, contribuindo para o aumento do consumo de energia do sistema e comprometendo a sua eficiência.

• Utilize mais de um ventilador para atender às necessidades da instalação, colocando-os em operação individualmente à medida que a demanda por ar aumente.

• Utilize ventiladores com rotores fechados e pás curvadas para trás, que apresentam melhores rendimentos aerodinâmicos que os de rotores abertos ou pás retas, reduzindo o consumo de energia.

GMM

171

114

- 16/

07/2

014

- 2.5

00 u

n.

(11) 3549-4525

www.abesco.com.br

facebook.com/ABESCOEnergia

twitter.com/ABESCOenergia

youtube.com/channel/UCZzSSWrnolJ-6uVulf43ZEw