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2009/2010 Inês Santiago Martins Patologia Respiratória do Sono na Gravidez Junho, 2010

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2009/2010

Inês Santiago Martins

Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

Junho, 2010

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Mestrado Integrado em Medicina

Área: Pneumologia

Trabalho efectuado sob a Orientação de:

Prof. Doutor João Carlos Winck

Revista científica utilizada:

Revista Portuguesa de Pneumologia

Inês Santiago Martins

Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

Junho, 2010

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Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

Sleep-Disordered Breathing in Pregnancy

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- Inês Santiago Martins

- Orientador: Prof. Doutor João Carlos Winck Fernandes Cruz

- Serviço de Pneumologia, Hospital de S. João, Faculdade de Medicina da Universidade do

Porto

- Inês Martins: [email protected]; [email protected].

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Resumo

Durante a gravidez ocorrem alterações na anatomia e fisiologia do aparelho respiratório, na fisiologia

do sono, assim como alterações hormonais. Devido a estas alterações, a grávida tem mais tendência

à patologia respiratória do sono do que a mulher não grávida. No entanto, a patologia respiratória do

sono na gravidez foi ainda pouco estudada, permanecendo a sua incidência e prevalência

desconhecidas. Foi sugerido que a pré-eclâmpsia poderia complicar a patologia respiratória do sono

na gravidez, assim como poderia haver efeitos adversos para o feto. Foi sugerida também a utilização

do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) para tratamento da patologia respiratória do sono,

assim como para tratamento da pré-eclâmpsia. O objectivo deste trabalho é fazer uma revisão sobre

a prevalência da patologia respiratória do sono na gravidez, as suas complicações como a pré-

eclâmpsia e efeitos no feto, a sua avaliação e tratamento, e abordagem no período pós-parto.

Palavras-chave: Apneia obstrutiva do sono, Roncopatia, Gravidez, Continuous Positive Airway

Pressure, Pré-Eclâmpsia.

Abstract

During pregnancy there are changes in the anatomy and physiology of the respiratory system, the

physiology of sleep, as well as hormonal changes. Because of these changes, pregnant women are

more likely to have sleep-disordered breathing than the non-pregnant women. However, sleep-

disordered breathing in pregnancy has not been much studied, remaining its incidence and

prevalence unknown. It was suggested that sleep-disordered breathing in pregnancy could be

complicated by preeclampsia and adverse fetal outcome. It was also suggested that CPAP

(Continuous Positive Airway Pressure) could be used for treatment of sleep-disordered breathing, as

well as for treatment of preeclampsia. The aim of this paper is to review the prevalence of sleep-

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disordered breathing in pregnancy, its complications such as preeclampsia and adverse fetal

outcome, its assessment and treatment, and its approach in the postpartum period.

Key words: Sleep Apnea, Obstructive; Snoring; Pregnancy; Continuous Positive Airway Pressure; Pre-

Eclampsia.

Introdução e Definições

“A patologia respiratória do sono inclui roncopatia, síndrome da resistência da via aérea superior e a

síndrome de hipopneia/apneia obstrutiva do sono (SHAOS) ”. (1)

A SHAOS define-se como a existência de sonolência diurna excessiva inexplicável e pelo menos cinco

episódios de obstrução respiratória (apneia ou hipopneia) por hora de sono. (2)Este é o chamado

índice de apneia-hipopneia (IAH). (1)Semelhante ao IAH, há o índice de distúrbios respiratórios (IDR),

que além das apneias e hipopneias contabiliza os episódios de despertares relacionados com o

esforço respiratório (RERA – respiratory effort related arousals). Este esforço respiratório dura pelo

menos 10 segundos e não pode ser definido como apneia ou hipopneia. Estas três alterações são

contabilizadas por hora de sono. A apneia define-se como ausência completa de ventilação durante

pelo menos 10 segundos. A hipopneia é definida por ventilação reduzida mas sem cessação

completa. Ocorre hipopneia se a redução é ≥50%, ou se a redução é <50% acompanhada de

dessaturação de oxigénio ≥3% ou de um despertar. (3) Os sinais e sintomas mais frequentes de

SHAOS são roncopatia, apneia, pescoço largo, hipertensão arterial, sensação de sono não reparador,

sonolência diurna excessiva, cansaço, redução da capacidade de concentração e alterações de

personalidade. (1)

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A síndrome de resistência da via aérea superior caracteriza-se pela presença de episódios de RERA.

(3)

A roncopatia é o sinal audível e um marcador de um aumento da resistência das vias aéreas

superiores. (4) Na roncopatia não há diminuição significativa da ventilação ou da saturação da

hemoglobina a não ser que esta acompanhe a SHAOS. (5)

Estas patologias são bastante prevalentes na população geral e por isso numerosas investigações são

desenvolvidas. Menos conhecida é esta patologia durante a gravidez. Alguns estudos foram já feitos

nesta área incluindo algumas revisões da bibliografia. No entanto, os estudos mais recentes não

foram ainda incluídos. O objectivo deste trabalho é fazer uma revisão sobre a prevalência da

patologia respiratória do sono na gravidez, as suas complicações como a pré-eclâmpsia e efeitos no

feto, avaliação, tratamento e abordagem no período pós-parto.

Material e Métodos

Foi feita uma pesquisa na base de dados Pubmed com a query “(sleep disordered breathing OR

obstructive sleep apnea OR snoring OR upper airway resistance syndrome) AND (pregnancy OR

pregnant)”. Não foram utilizados quaisquer limites na pesquisa. Obtiveram-se 179 artigos, os quais

foram posteriormente seleccionados com base na leitura do título e resumo. Obtiveram-se 70

artigos, dos quais foi possível aceder à leitura integral de 56 artigos. Destes, 46 foram utilizados na

presente revisão. Outros 9 artigos foram incluídos na revisão por serem pertinentes ou foram

seleccionados a partir das referências feitas pelos artigos anteriores. Foram utilizados um total de 55

artigos.

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Efeitos da Gravidez na Respiração e no Sono

Durante a gravidez ocorrem alterações na anatomia e fisiologia do aparelho respiratório. Devido ao

aumento do útero, o diafragma fica 3-4 cm mais alto, o ângulo subcostal aumenta e o diâmetro

transverso do tórax aumenta 2 cm. (6) Ocorre assim deslocamento dos pulmões e da árvore

traqueobrônquica. Assim, a capacidade residual funcional diminui principalmente em decúbito e

durante o sono. (7) O aumento de peso progressivo pode também contribuir. (1) No entanto, a

capacidade vital e a capacidade pulmonar total mantêm-se inalteradas. (6)

As alterações hormonais da gravidez também têm os seus efeitos. Os níveis elevados de

progesterona actuam nos quimiorreceptores centrais provocando um aumento do estímulo

respiratório. Isto provoca hiperventilação e aumento da frequência respiratória com hipocápnia e

alcalose respiratória. (6) Além disso, devido à hiperventilação há um aumento do esforço

diafragmático o que leva a uma pressão inspiratória mais negativa nas vias aéreas superiores. Isto

pode levar a uma maior tendência ao colapso nas vias aéreas superiores durante o sono. (8) No

entanto, níveis reduzidos de oxigénio podem ocorrer durante o último trimestre de gravidez

relacionados principalmente com a posição da grávida. (9) Apesar disso, as reservas maternas de

oxigénio reduzidas são compensadas pelo deslocamento para a direita da curva de dissociação da

oxihemoglobina durante a gravidez, o que aumenta a passagem de oxigénio para a placenta. (1)

Os níveis elevados de estrogénios podem provocar congestão nasal e rinite, tal como pode ocorrer

edema da faringe com estreitamento. (10) O aumento da circunferência do pescoço pode ser o

reflexo destas alterações. (11) Como tal, as grávidas do terceiro trimestre têm uma redução

acentuada do calibre das vias aéreas superiores em decúbito (12), podendo haver obstrução e

roncopatia. (13) A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do sono que ocorrem durante a

gravidez.

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Figura 1 – Factores que influenciam o sono durante a gravidez. Sahota PK, Jain SS, Dhand R. Sleep disorders in pregnancy. Curr Opin Pulm Med. Nov de 2003, 9(6): pp.478. (14)(Reprodução autorizada pelo autor).

Ocorrem também alterações da fisiologia do sono. De um modo geral, os estrogénios causam uma

diminuição do sono REM (rapid eye movement). (6) Este factor é protector para a patologia

respiratória do sono porque os eventos obstrutivos são mais comuns nesta fase do sono durante a

qual o tónus muscular da via aérea superior diminui. (1) A progesterona, prolactina e hormona

luteinizante provocam um aumento do sono não-REM. Há também factores mecânicos que alteram o

sono, como contracções uterinas, movimentos fetais, desconforto abdominal ou frequência urinária.

(15)

Como resultado, no primeiro trimestre ocorre um aumento do tempo total de sono (16), da insónia e

dos despertares nocturnos, assim como uma diminuição da qualidade global do sono (17), (7). No

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segundo trimestre, observa-se uma normalização do tempo de sono mas com aumento dos

despertares nocturnos. No terceiro trimestre, a insónia e os despertares nocturnos aumentam mas o

tempo total de sono e o sono REM diminuem. Há também muito maior tendência a dormir em

decúbito lateral. (16)

Devido a estas alterações na respiração e no sono, a grávida tem mais tendência à patologia

respiratória do sono do que a mulher não grávida. Alguns destes factores protegem enquanto outros

predispõem a esta patologia. Factores protectores são a estimulação da respiração e da actividade

do músculo dilatador da via aérea superior (genioglosso) pela progesterona, diminuição do sono REM

e adopção do decúbito lateral para dormir. Factores que predispõem são a resistência aumentada

nas vias aéreas superiores, diminuição do diâmetro da faringe, congestão nasal e rinite, hipocápnia e

alcalose respiratória que pode levar a apneia central. (7)

Prevalência da Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

A apneia do sono na gravidez foi descrita pela primeira vez em 1978. Actualmente, a verdadeira

incidência e prevalência da patologia respiratória do sono na gravidez permanece desconhecida.

Alguns estudos investigaram estes parâmetros em grupos de mulheres grávidas. No Anexo 1

encontra-se um resumo desses estudos.

Muitos destes estudos utilizaram apenas questionários e não a polissonografia para avaliar a

patologia respiratória do sono. Além disso, muitos deles avaliam a roncopatia que não é tão

específica para esta patologia como outros sintomas. Outros estudos ainda diferenciam a roncopatia

habitual da ocasional enquanto outros não fazem esta distinção.

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No geral, a prevalência de roncopatia na gravidez foi de 2,6-55% (Quadro 1). Por outro lado, nas

mulheres não grávidas a prevalência foi de 1,9-18%. Verificou-se também que a roncopatia aumenta

ao longo da gravidez, sendo os valores mais baixos observados no primeiro trimestre (6,8-29,7%) e os

mais elevados observados no terceiro trimestre (10,4-46,2%). Alguns estudos avaliaram outros

sintomas para além da roncopatia. As pausas respiratórias/apneias ocorreram em 2,5-14% das

grávidas e em apenas 3% das não grávidas; noutros estudos, estas diferenças não foram significativas

(18), (10). A sonolência diurna excessiva foi, em alguns estudos, mais elevada no primeiro trimestre

do que nos restantes. Num estudo, a prevalência foi mais elevada no terceiro trimestre. (19) Noutro

estudo ainda, não houve diferenças na sonolência diurna entre grávidas e não grávidas. (10) Esta

ocorreu em 37,46-53,3% das grávidas do primeiro trimestre e em 37,9-52% das grávidas do terceiro

trimestre. A sensação de asfixia durante o sono ocorreu em 30,6% das grávidas do terceiro trimestre

num estudo. (20)

Quadro 1 – Prevalência da roncopatia na gravidez

Estudo

Prevalência de

roncopatia na

gravidez (%)

Facco e col., 2010 (21) 11 - 16,4

Ayrım e col., 2009 (22) 20,5

Neau, Texier, Ingrand, 2009 (23) 15

Ursavas e col., 2008 (24) 11,7

Ohida, 2007 (25) 2,6

Izci e col., 2006 (13) 41

Calaora-Tournadre e col., 2006 (26) 45

Pien e col., 2005 (27) 13,0

Leung e col., 2005 (11) 29,7 - 46,2

Izci e col., 2005 (17) 55

Hedman e col., 2002 (18) 6,8 - 10,4

Guilleminault e col., 2000 (19) 40,8

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Franklin e col., 2000 (4) 25

Mindell, Jacobson, 2000 (20) 29,8

Loube e col., 1996 (10) 14

Patologia Respiratória do Sono na Gravidez: Pré-eclâmpsia e outras

complicações

Várias complicações têm sido descritas na grávida com patologia respiratória do sono. Entre elas

encontram-se a pré-eclâmpsia, diabetes gestacional (28) e hipertensão pulmonar (29).

Os distúrbios hipertensivos na gravidez são frequentes e contribuem para a morbilidade e

mortalidade materna. Existem cinco tipos de doença hipertensiva na gravidez: hipertensão

gestacional, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, pré-eclâmpsia sobreposta a hipertensão crónica e hipertensão

crónica. A hipertensão gestacional define-se por uma tensão arterial superior a 140/90mmHg de

início na gravidez e que volta ao normal em menos de 12 semanas após o parto. A pré-eclâmpsia

define-se como uma tensão arterial superior a 140/90mmHg após as 20 semanas de gestação e

presença de proteinúria ≥300 mg/24horas. Na eclâmpsia ocorrem convulsões sem outra causa em

doente com pré-eclâmpsia. (30)

É conhecida a relação entre SHAOS e hipertensão arterial fora da gravidez. Da mesma forma, tem

sido sugerida uma relação entre a patologia respiratória do sono na gravidez e pré-eclâmpsia. No

Anexo 2 encontra-se um resumo dos vários estudos que avaliaram esta associação. De um modo

geral, os resultados dos estudos sugerem que há uma relação entre a patologia respiratória do sono

na gravidez e distúrbios hipertensivos na gravidez, nomeadamente hipertensão gestacional e pré-

eclâmpsia. No entanto, alguns estudos não encontraram esta relação. Além disso, em alguns estudos

não fica claro se a patologia respiratória do sono é causa ou consequência do distúrbio hipertensivo.

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(13), (12), (31) Anteriormente, casos clínicos de grávidas com SHAOS que desenvolveram pré-

eclâmpsia já haviam sido descritos. (32)

Verificou-se que a disfunção endotelial estava associada à patologia respiratória do sono, (33) assim

como os níveis circulantes de marcadores de stress oxidativo estavam elevados em grávidas com

roncopatia (34). Durante a gravidez, a hipóxia intermitente induzida pela patologia respiratória do

sono pode causar isquemia da placenta, o que leva a stress oxidativo e a activação endotelial. O

stress oxidativo e a disfunção endotelial parecem ser factores centrais no desenvolvimento de pré-

eclâmpsia. (5)

Outras complicações para a grávida já ocorreram. Foi descrito um caso de uma mulher grávida com

SHAOS devido a obesidade mórbida que desenvolveu insuficiência cardíaca direita e hipertensão

pulmonar. (29)

Patologia Respiratória do Sono na Gravidez: Efeitos no feto

Efeitos adversos para o feto foram também descritos nas grávidas com patologia respiratória do

sono, como anomalias da frequência cardíaca fetal, atraso de crescimento e morte fetal,

independentemente da existência de hipertensão ou pré-eclâmpsia. No entanto, os resultados dos

vários estudos não são concordantes. Enquanto alguns estudos encontraram uma relação entre

patologia respiratória do sono na gravidez e efeitos adversos no feto, outros estudos dizem não

haver qualquer relação. Um resumo desses estudos encontra-se no Anexo 3.

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Diagnóstico e Avaliação da Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

Na população geral, alguns sintomas como sonolência diurna excessiva, roncopatia, apneias durante

o sono, assim como características como a obesidade, fazem suspeitar da existência de patologia

respiratória do sono. Podem ser utilizados questionários contendo diversas escalas para avaliar de

forma subjectiva a existência destes sintomas. A mais conhecida é a escala de sonolência de Epworth

que avalia a existência de sonolência diurna excessiva, não específica de patologia respiratória do

sono. (35) A obtenção de uma pontuação ≥10 sugere que há sonolência diurna excessiva. Existem

outras escalas como o questionário de Berlim que avalia a roncopatia e a sonolência diurna (36) ou a

escala do Hawaii de roncopatia e apneia (37), entre outras. O teste de latência múltipla do sono

permite obter uma medida objectiva da sonolência diurna. No entanto, não é usado habitualmente

para avaliar a sonolência diurna associada a patologia respiratória do sono. (38)

De seguida deverá ser usado um método mais específico para a patologia respiratória do sono. O

gold standard para o diagnóstico de SHAOS é a polissonografia. Esta é constituída por nove

parâmetros: electroencefalograma, electro-oculograma, electromiograma, fluxo aéreo oronasal,

movimentos da parede torácica, posição do corpo, microfone, electrocardiograma e saturação da

oxihemoglobina. Em alguns casos, pode ser feito um estudo com apenas quatro parâmetros. (3) Na

Figura 2 encontra-se um exemplo de uma polissonografia de uma grávida com um padrão anormal

de esforço respiratório. Outros métodos de diagnóstico podem ser usados alternativamente, como a

cama sensível a cargas estáticas associada a oximetria, apesar de poder haver casos inconclusivos.

(39)

Outras alterações durante o sono podem ocorrer, sendo que as mais frequentes na gravidez são a

síndrome das pernas inquietas, a insónia, a parassónia, a narcolepsia e a sonolência diurna excessiva.

Uma história clínica detalhada poderá ajudar a estabelecer o diagnóstico diferencial com a patologia

respiratória do sono.

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Figura 2 – Polissonografia de uma grávida com um padrão anormal de esforço respiratório. Uma sucessão de 25 ciclos respiratórios com roncopatia (MIC) esteve associada a aumento do esforço inspiratório e expiratório (indicado pela monitorização da pressão esofágica – PES). Não há limitação no fluxo aéreo (cannula), e ao despertar (EEG, C3/A2 e EMG) observa-se uma redução abrupta no esforço respiratório. Guilleminault C, Querra-Salva M, Chowdhuri S, Poyares D. Normal pregnancy, daytime sleeping, snoring and blood pressure. Sleep Med. Oct 2000, 1;1(4):295. (19)(Reprodução autorizada pelo autor).

Na gravidez, não existem guidelines específicas no que respeita à avaliação da SHAOS e como tal, o

estudo pode ser feito da mesma forma que em mulheres não grávidas. Vários estudos utilizaram já a

polissonografia em grávidas sem dificuldade. (40), (41), (42) A polissonografia deverá ser realizada

principalmente em grávidas com sintomas sugestivos de patologia respiratória do sono (5) como

sonolência diurna excessiva, roncopatia frequente (10), (5), apneia testemunhada por outra pessoa,

dispneia ou respiração ofegante. (5) Algumas características que podem ajudar a identificar grávidas

de risco para a patologia respiratória do sono são obesidade anterior à gravidez (27), (16), um grande

aumento da circunferência do pescoço durante a gravidez (27) ou anormalidades faciais estruturais

(43). Nestas grávidas, assim como naquelas que desenvolvem hipertensão gestacional ou pré-

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eclâmpsia, devem ser pesquisados sintomas de patologia respiratória do sono. (5) Roncopatia não

complicada ou ocasional (10), hipertensão de novo na gravidez e atraso de crescimento intra-uterino

na ausência de sintomas de apneia do sono, não deverão ser indicações para a realização de

polissonografia. (44), (5)

Outros exames podem ser realizados para avaliar o bem-estar fetal. Estes incluem monitorização da

frequência cardíaca fetal, estudos ecocardiográficos para avaliar o crescimento do feto ou o estudo

Doppler umbilical. (45)

Tratamento da Patologia Respiratória do Sono na Gravidez

Na população geral, o CPAP é o principal tratamento usado actualmente na SHAOS. (1) Este está

indicado para todos os doentes com um IDR≥30 eventos por hora. Em doentes com um IDR de 5 a 30

eventos por hora e que têm sintomas de sonolência diurna excessiva, alteração das capacidades

cognitivas, alterações do humor, insónia ou doenças cardiovasculares, o tratamento com CPAP está

também indicado. Em certas situações, o BiPAP (bilevel positive airway pressure) poderá ser usado

em alternativa ao CPAP. (3)

Não existem guidelines para o tratamento da patologia respiratória do sono na gravidez. Como tal, as

guidelines para a população geral podem ser usadas. O tratamento pode consistir inicialmente em

evitar o excesso de peso, dormir em decúbito lateral, elevar a cabeceira da cama e evitar o consumo

de álcool e sedativos. (1) O CPAP pode também ser usado na gravidez pois este revelou ser seguro.

(46), (40). Para grávidas com IAH>30 (apneia do sono grave) o tratamento com CPAP deve ser

iniciado prontamente. No entanto, nas doentes com sintomas ligeiros a moderados há alguma

controvérsia. Dados os potenciais efeitos adversos da hipóxia materna, Pien e Schwab sugerem que

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um objectivo importante na gravidez seja manter sempre a saturação da oxihemoglobina acima de

90%. Para isso, o tratamento com CPAP seria instituído também em alguns casos mais leves em que a

saturação de oxihemoglobina fosse <90%. (5) A Figura 3 resume a abordagem sugerida por Pien e

Schwab para a abordagem desta patologia nas mulheres grávidas.

Dois casos clínicos de utilização do CPAP foram descritos, com melhoria significativa dos IAH e dos

sintomas diurnos. (47), (48) Num estudo anterior de Guilleminault e col., o CPAP nasal revelou ser

eficaz e seguro na patologia respiratória do sono na gravidez. Porém, devido aos efeitos do

crescimento do útero, sugeriu-se a reavaliação entre as 24-26 semanas para ajustar a pressão do

CPAP. (40)

Grávida com sintomas novos ou recorrentes de

sonolência diurna excessiva ou fragmentação do sono, e

roncopatia ou apneias testemunhadas

Terminar a avaliação, monitorizar

o aparecimento de novos

sintomas ao longo da gravidez

Polissonografia para determinar o

IAH, dessaturação da

hemoglobina

IAH<5, sem

dessaturações de

oxihemoglobina<90%

IAH 5-30 com poucas ou

nenhuma dessaturação de

oxihemoglobina<90%.

A doente está sintomática?

IAH>30 ou dessaturações

de oxihemoglobina<90%

recorrentes

Não tratar, vigiar apenas. Tratamento com CPAP ou outro;

objectivo: obter saturação de

oxihemoglobina>90% com IAH<5

e melhoria dos sintomas

Sim

Sim Não

Não

Figura 3 – Recomendações para a avaliação e tratamento de grávidas com suspeita de SHAOS. IAH: índice apneia-hipopneia; CPAP: continuous positive airway pressure. Adaptado de: Pien GW, Schwab RJ. Sleep disorders during pregnancy. Sleep. Nov de 2004 , 1;27(7):1412. (5)(Reprodução autorizada pelo autor).

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Outros tratamentos podem ser usados na SHAOS fora da gravidez mas não são usados

rotineiramente na gravidez. Entre eles incluem-se os dispositivos orais que podem ser usados em

casos de intolerância ao CPAP. São, no entanto, pouco práticos na gravidez devido ao período de

adaptação prolongado. As cirurgias da via aérea superior, como a uvulopalatofaringoplastia, não são

recomendadas dado o aumento do risco cirúrgico na gravidez e os seus efeitos não previsíveis. A

terapia com oxigénio suplementar pode ser considerada em casos de recusa ou impossibilidade de

tolerar o CPAP. No entanto, esta pode prolongar a apneia e causar hipercápnia pelo que é

controversa a sua utilização. (5)Se não for possível evitar a hipoxemia fetal, a indução do parto

poderá ser necessária. (45)

Foi recentemente posta a hipótese da utilização do CPAP na gravidez complicada com pré-eclâmpsia.

Guilleminault e col. estudaram os efeitos da instituição precoce do tratamento com CPAP nasal em

mulheres grávidas com patologia respiratória do sono e factores de risco para pré-eclâmpsia. Os

resultados preliminares desse estudo mostraram não haver alterações na ocorrência da pré-

eclâmpsia, aborto espontâneo ou parto prematuro apesar do controlo das anormalidades

respiratórias do sono com o CPAP nasal, principalmente em grávidas obesas. No entanto, foi possível

haver algum controle da hipertensão pré-existente na presença de patologia respiratória do sono em

não obesas. (46) Posteriormente, num grupo de grávidas com hipertensão e roncopatia crónica, o

CPAP nasal diminuiu a ocorrência de complicações da gravidez e melhorou o controlo da pressão

arterial. Os resultados para o feto foram semelhantes nas grávidas tratadas com ou sem CPAP mas

houve uma redução nos dias de internamento hospitalar. (42) Estes dois estudos têm a limitação do

pequeno número de participantes. No entanto, sugeriu-se a utilização do CPAP na prática clínica, em

grávidas com roncopatia crónica ou obesidade, especialmente no contexto de hipertensão crónica.

(49) Edwards e col. demonstraram que o aumento nocturno da pressão arterial que ocorre na pré-

eclâmpsia é eliminado com a utilização do CPAP nasal quando está presente a síndrome da

resistência da via aérea superior. Sugeriram que isto ocorreria devido à eliminação da obstrução

parcial das vias aéreas evitando aumentos no CO2. Além disso, o aumento da pressão intra-torácica

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causa diminuição do retorno venoso com diminuição do débito cardíaco e assim, levando a

diminuição da pressão arterial. Verificou-se também redução dos níveis de ácido úrico com o CPAP

nasal. (50) Anteriormente, um estudo demonstrou que o débito cardíaco ficava reduzido durante o

sono em grávidas com pré-eclâmpsia, o que poderia estar associado a restrição de crescimento intra-

uterino. Nestas grávidas, o tratamento com CPAP nasal nocturno foi instituído e levou à quase

normalização do débito cardíaco. (51)

Patologia Respiratória do Sono no Período Pós-parto

No período pós-parto, há uma reversão da patologia respiratória do sono em grande parte dos casos.

Há uma melhoria do estreitamento da via aérea superior observado durante a gravidez. (13) Ocorre

também uma melhoria dos sintomas de roncopatia e apneia, tornando-se estes semelhantes ao

estado antes da gravidez. (28), (19), (18) Também ocorre uma melhoria da sonolência diurna, mas

esta manteve-se, num estudo, em mulheres que amamentavam. (19) No entanto, num estudo, o IAH

aumentou nas 4-6 semanas de pós-parto em comparação com o terceiro trimestre de gravidez,

apesar de a saturação de oxigénio ter aumentado também. (9) Num estudo de Edwards e col., 10

grávidas do terceiro trimestre foram diagnosticadas com SHAOS e tratadas com CPAP até ao final da

gravidez. O CPAP foi interrompido no período pós-parto precoce e estudos com polissonografia

foram feitos aos 3 e 6 meses após o parto. Nesta altura, a SHAOS tinha melhorado de forma

marcada. (43)

Pien e Schwab sugerem uma abordagem no pós-parto. No caso de SHAOS leve a moderada durante a

gravidez, o tratamento com CPAP pode ser interrompido com seguimento para a recorrência de

sintomas. Numa gravidez futura, a doente deve ser avaliada para a presença de sintomas. No caso de

SHAOS grave na gravidez, o tratamento com CPAP deve ser continuado até o peso estabilizar. Nesta

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18

altura, a polissonografia deve ser feita para determinar o IAH de base e avaliar a necessidade de

continuar o tratamento com CPAP. No caso de SHAOS anterior à gravidez, o tratamento deve voltar a

ser aquele que era realizado antes da gravidez quando o peso estabilizar. Em todos os casos, se

houver recorrência de sintomas, deve ser realizada polissonografia para determinar o IAH de base e

avaliar a necessidade de tratamento ou de ajuste terapêutico. (5)

Conclusão

Durante a gravidez, diversos factores predispõem à patologia respiratória do sono. Parece haver um

aumento da sua ocorrência durante este período, principalmente da roncopatia que foi o parâmetro

mais avaliado pelos estudos. A patologia respiratória do sono parece estar relacionada com a

ocorrência de pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e outras complicações para a grávida. Também

neste caso, a roncopatia foi o parâmetro mais avaliado. Não é claro, porém, se a pré-eclâmpsia é

causa ou consequência da roncopatia. Não está bem estabelecida a relação da patologia respiratória

do sono com complicações fetais. Há algumas evidências de que a hipóxia materna resultante da

patologia respiratória do sono leva à ocorrência de anomalias da frequência cardíaca fetal e atraso

de crescimento. Por estes motivos, especial atenção deve ser dada a determinados sintomas que

façam suspeitar desta patologia, assim como sonolência diurna excessiva, roncopatia frequente,

apneia testemunhada por outra pessoa, dispneia ou respiração ofegante. Na presença destes

sintomas, a polissonografia deve ser realizada pois revelou-se eficaz na gravidez. Se for feito o

diagnóstico, o tratamento deverá ser instituído. Inicialmente devem ser instituídas medidas gerais. O

CPAP pode ser usado pois este revelou-se seguro e eficaz em reduzir os episódios de apneia ou

outros. O CPAP deverá ser instituído prontamente se a apneia é grave. Nos casos ligeiros a

moderados o seu uso é controverso, mas poderá ser instituído se a saturação da oxihemoglobina é

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19

inferior a 90%. O uso do CPAP em grávidas com hipertensão crónica reduziu os valores da tensão

arterial. No entanto, o seu potencial efeito benéfico na pré-eclâmpsia foi ainda pouco estudado e por

isso não é claro. Os efeitos para o feto não foram muito evidentes, mas a evicção da hipóxia materna

com o CPAP parece ser benéfica. No entanto, é necessária a realização de mais estudos no sentido de

averiguar os efeitos do CPAP, principalmente na pré-eclâmpsia e no feto. No período pós-parto, há

uma melhoria da sintomatologia de patologia respiratória do sono com retorno ao estado basal, na

maioria dos casos. Por esta razão, o CPAP pode ser descontinuado na SHAOS ligeira a moderada. Nos

casos graves, o tratamento deve continuar até o peso estabilizar. Nesta altura, a polissonografia deve

ser realizada para avaliar a necessidade de continuar o tratamento. Numa gravidez futura deve haver

uma avaliação para a recorrência de sintomas.

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valia

r o

efe

ito

do

fu

mo

do

tab

aco

pas

sivo

em

dis

túrb

ios

do

son

o n

a gr

avid

ez. A

pen

as 2

,3%

das

grá

vid

as

não

exp

ost

as a

fu

mo

pas

sivo

re

feri

ram

ron

cop

atia

e d

ific

uld

ade

a re

spir

ar,

con

tras

tan

do

co

m 2

,6-3

,5%

das

grá

vid

as

fum

ado

ras

pas

siva

s. G

lob

alm

ente

, a

pre

valê

nci

a d

este

s d

ois

sin

tom

as f

oi d

e 2

,6%

nas

mu

lher

es g

rávi

das

.

tod

o d

e av

alia

ção

uti

lizad

o

Esca

la d

e so

no

lên

cia

de

Epw

ort

h

Esca

la d

e so

no

lên

cia

de

Epw

ort

h

Qu

esti

on

ário

s

Par

âme

tro

ava

liad

o

Ro

nco

pat

ia

Ro

nco

pat

ia

Ro

nco

pat

ia e

dif

icu

ldad

e

a re

spir

ar

Par

tici

pan

tes

871

grá

vid

as

469

mu

lher

es

gráv

idas

e 2

08

não

gráv

idas

19

.386

mu

lher

es

gráv

idas

nu

m

estu

do

epid

emio

lógi

co

real

izad

o n

o J

apão

Estu

do

Nea

u,

Texi

er,

Ingr

and

,

200

9 (

23

)

Urs

avas

e

col.,

200

8

(24

)

Oh

ida,

200

7 (

25

)

Page 30: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

26

Re

sult

ado

s

Das

mu

lher

es n

ão g

rávi

das

, 17

% s

ofr

iam

de

ron

cop

atia

, en

qu

anto

41

% d

as m

ulh

eres

gráv

idas

no

ter

ceir

o t

rim

estr

e ti

nh

am o

mes

mo

pro

ble

ma.

Da

mes

ma

form

a, 3

% d

as

não

grá

vid

as t

inh

a p

ausa

s re

spir

ató

rias

, o

mes

mo

se

pas

san

do

co

m 1

4%

das

grá

vid

as.

45

% d

as g

rávi

das

ref

erir

am r

on

cop

atia

, 2,5

%

pau

sas

resp

irat

óri

as, 4

7,8

% s

uo

res

no

ctu

rno

s, 6

6,2

% r

efe

rira

m q

ual

idad

e d

o

son

o m

edío

cre

ou

e 3

8,1

% r

efe

rira

m

son

olê

nci

a d

iurn

a ex

cess

iva.

A r

on

cop

atia

e o

utr

os

sin

tom

as d

e p

ato

logi

a

resp

irat

óri

a d

o s

on

o a

um

enta

ram

sign

ific

ativ

amen

te e

m 1

0%

das

grá

vid

as a

o

lon

go d

a gr

avid

ez. A

fre

qu

ênci

a d

e

ron

cop

atia

hab

itu

al f

oi d

e 7

,1%

no

iníc

io d

o

estu

do

e d

e 1

3,0

% n

o ú

ltim

o m

ês d

a

grav

idez

. 1,3

% d

as g

rávi

das

re

feri

ram

epis

ód

ios

de

apn

eia

regu

lare

s n

o in

ício

enq

uan

to 8

,9%

o r

efe

rira

m n

o f

inal

da

grav

idez

. No

iníc

io d

o e

stu

do

, 31

,0%

tiv

eram

um

a p

on

tuaç

ão>

10

na

esc

ala

de

Epw

ort

h e

,

no

fim

da

grav

idez

, 45

,5%

das

grá

vid

as

tive

ram

est

a p

on

tuaç

ão, o

qu

e é

com

pat

ível

com

so

no

lên

cia

diu

rna

exce

ssiv

a.

tod

o d

e av

alia

ção

uti

lizad

o

Esca

la d

e so

no

lên

cia

de

Epw

ort

h

aplic

ada

às m

ulh

eres

e a

os

seu

s

par

ceir

os

Qu

esti

on

ário

incl

uin

do

a e

scal

a

de

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olê

nci

a d

e Ep

wo

rth

Po

ntu

ação

de

sin

tom

as d

e

apn

eia

da

Mu

ltiv

ari

ab

le A

pnea

Pre

dic

tio

n In

dex

e e

scal

a d

e

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olê

nci

a d

e Ep

wo

rth

Par

âme

tro

ava

liad

o

Ro

nco

pat

ia e

pau

sas

resp

irat

óri

as

Ro

nco

pat

ia, p

ausa

s

resp

irat

óri

as, s

uo

res,

qu

alid

ade

glo

bal

do

so

no

,

son

olê

nci

a d

iurn

a

Ro

nco

pat

ia e

ou

tro

s

sin

tom

as d

e p

ato

logi

a

resp

irat

óri

a d

o s

on

o,

com

o d

ific

uld

ade

resp

irat

óri

a, a

pn

eia

ou

resp

iraç

ão e

ntr

eco

rtad

a

Par

tici

pan

tes

100

mu

lher

es

gráv

idas

e 1

00

não

gráv

idas

438

grá

vid

as d

o

terc

eiro

tri

mes

tre

155

grá

vid

as

segu

idas

du

ran

te a

grav

idez

Estu

do

Izci

e c

ol.,

200

6 (

13

)

Cal

aora

-

Tou

rnad

re

e co

l., 2

006

(26

)

Pie

n e

co

l.,

200

5 (

27

)

Page 31: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

27

Re

sult

ado

s

A f

req

uên

cia

de

ron

cop

atia

au

men

tou

ao

lon

go d

a gr

avid

ez, c

om

val

ore

s d

e 2

9,7

%,

40

,5%

e 4

6,2

% p

ara

a ro

nco

pat

ia n

os

três

trim

estr

es.

A s

on

olê

nci

a d

iurn

a fo

i mai

s

freq

uen

te n

o p

rim

eiro

tri

mes

tre,

co

m

valo

res

de

53

,3%

, 37

,9%

e 3

7,9

% n

os

três

trim

estr

es.

A r

on

cop

atia

, pau

sas

resp

irat

óri

as,

son

olê

nci

a d

iurn

a e

son

o n

ão r

ep

arad

or

fora

m m

uit

o c

om

un

s n

o g

rup

o d

e es

tud

o.

55

% d

as g

rávi

das

ref

erir

am r

on

cop

atia

e

35

% r

on

cop

atia

hab

itu

al. C

on

tud

o, o

s d

ado

s

suge

rira

m q

ue

a so

no

lên

cia

diu

rna

e o

so

no

não

re

par

ado

r n

ão e

stav

am c

orr

elac

ion

ado

s

com

a r

on

cop

atia

.

An

tes

da

grav

idez

, 5,0

% d

as m

ulh

eres

refe

rira

m r

on

cop

atia

fre

qu

ente

. No

pri

mei

ro

e se

gun

do

tri

mes

tres

da

grav

idez

, 6,8

% d

as

gráv

idas

re

feri

ram

est

e s

into

ma

e, n

o

terc

eiro

tri

mes

tre,

10

,4%

das

grá

vid

as o

refe

rira

m. A

s ap

nei

as d

ura

nte

o s

on

o n

ão

fora

m s

ign

ific

ativ

as a

nte

s o

u d

ura

nte

a

grav

idez

.

tod

o d

e av

alia

ção

uti

lizad

o

Ver

são

ch

ines

a d

o S

leep

and

Hea

lth

Qu

esti

on

na

ire

e es

cala

de

son

olê

nci

a d

e Ep

wo

rth

. 10

gráv

idas

re

aliz

aram

po

lisso

no

graf

ia n

o t

erce

iro

trim

estr

e.

Qu

esti

on

ário

de

son

o p

adrã

o,

esca

la d

e so

no

lên

cia

de

Epw

ort

h

e es

cala

de

5 p

on

tos

de

Like

rt

par

a av

alia

r a

sen

saçã

o d

e so

no

não

re

par

ado

r

Ba

sic

No

rdic

Sle

ep Q

ues

tio

nn

air

e

Par

âme

tro

ava

liad

o

Ro

nco

pat

ia e

so

no

lên

cia

diu

rna

Ro

nco

pat

ia, p

ausa

s

resp

irat

óri

as, s

on

olê

nci

a

diu

rna

e s

on

o n

ão

rep

arad

or

Ro

nco

pat

ia

Par

tici

pan

tes

200

grá

vid

as n

a

Ch

ina

segu

idas

du

ran

te a

gra

vid

ez

249

grá

vid

as d

e

terc

eiro

tri

mes

tre

325

grá

vid

as

segu

idas

du

ran

te a

grav

idez

Estu

do

Leu

ng

e

col.,

200

5

(11

)

Izci

e c

ol.,

200

5 (

17

)

Hed

man

e

col.,

200

2

(18

)

Page 32: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

28

Re

sult

ado

s

37

,46

% r

efer

iram

so

no

lên

cia

diu

rna

às 6

sem

anas

e 5

2%

ao

s 6

mes

es. 1

8%

ref

eri

ram

ron

cop

atia

inte

rmit

en

te a

nte

s d

a gr

avid

ez e

40

,8%

ao

s 6

mes

es.

Não

se

ob

serv

aram

IAH

>5 e

ven

tos/

ho

ra. R

aro

s e

ven

tos

de

apn

eia

fora

m r

esp

on

sáve

is p

ela

qu

eda

da

SaO

2 ≥5

%. O

bse

rvar

am-s

e p

adrõ

es d

e so

no

ano

rmai

s co

m a

um

ento

do

esf

orç

o

resp

irat

óri

o n

as g

rávi

das

co

m r

on

cop

atia

.

23

% d

as g

rávi

das

tin

ham

ro

nco

pat

ia

per

sist

en

te n

a gr

avid

ez, 2

5%

tin

ham

ron

cop

atia

oca

sio

nal

e a

pen

as 4

% t

inh

am

ron

cop

atia

an

tes

de

engr

avid

arem

.

Do

is t

erço

s d

as g

rávi

das

ref

erir

am

son

olê

nci

a d

iurn

a ex

cess

iva.

29

,8%

das

gráv

idas

re

feri

ram

ro

nco

pat

ia d

ura

nte

a

grav

idez

. Des

tas,

69

,1%

não

tin

ha

ron

cop

atia

ante

s d

e e

ngr

avid

ar e

56

,8%

res

pir

ava

pel

a

bo

ca d

ura

nte

o s

on

o, o

qu

e é

su

gest

ivo

de

apn

eia

ob

stru

tiva

do

so

no

. Ou

tro

sin

tom

a

suge

stiv

o d

e ap

nei

a o

bst

ruti

va d

o s

on

o é

a

sen

saçã

o d

e as

fixi

a d

ura

nte

o s

on

o. E

sta

foi

rela

tad

a n

um

mer

o s

ign

ific

ativ

o d

e ca

sos,

sen

do

qu

e 3

0,6

% d

as g

rávi

das

na

qu

arta

par

te d

a gr

avid

ez r

efer

iram

est

e si

nto

ma.

tod

o d

e av

alia

ção

uti

lizad

o

Qu

esti

on

ário

de

pat

olo

gia

do

son

o, e

scal

as a

nal

ógi

cas

visu

ais

par

a af

erir

a s

on

olê

nci

a d

iurn

a e

a ro

nco

pat

ia, r

egis

tos

amb

ula

tóri

os

no

ctu

rno

s (c

om

oxi

met

ria

de

pu

lso

med

ição

da

imp

edân

cia

resp

irat

óri

a tó

raco

-

abd

om

inal

e m

icro

fon

e) e

, em

algu

mas

grá

vid

as, a

po

lisso

no

graf

ia

Qu

esti

on

ário

res

po

nd

ido

pel

a

gráv

ida

e p

elo

co

mp

anh

eiro

em

sim

ult

âneo

Qu

esti

on

ário

incl

uin

do

a E

scal

a

de

son

olê

nci

a d

e Ep

wo

rth

Par

âme

tro

ava

liad

o

Ro

nco

pat

ia e

so

no

lên

cia

diu

rna

Ro

nco

pat

ia

Ro

nco

pat

ia, s

on

olê

nci

a

diu

rna

exc

ess

iva,

resp

iraç

ão p

ela

bo

ca

du

ran

te o

so

no

, sen

saçã

o

de

asfi

xia

du

ran

te o

so

no

Par

tici

pan

tes

267

grá

vid

as

502

grá

vid

as n

o d

ia

do

par

to

127

grá

vid

as

div

idid

as e

m

qu

atro

gru

po

s

con

soan

te a

idad

e

gest

acio

nal

Estu

do

Gu

illem

ina

ult

e c

ol.,

200

0 (

19

)

Fran

klin

e

col.,

200

0

(4)

Min

del

l,

Jaco

bso

n,

200

0 (

20

)

Page 33: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

29

IAH

- Ín

dic

e ap

nei

a/h

ipo

pn

eia;

SaO

2- S

atu

raçã

o d

e o

xigé

nio

; SH

AO

S- S

índ

rom

e d

e h

ipo

pn

eia/

apn

eia

ob

stru

tiva

do

so

no

.

Re

sult

ado

s

Tan

to a

ap

nei

a d

o s

on

o c

om

o a

hip

oxe

mia

não

oco

rrer

am.

4%

das

mu

lher

es n

ão g

rávi

das

e 1

4%

das

gráv

idas

do

se

gun

do

ou

te

rcei

ro t

rim

estr

e

refe

rira

m r

on

cop

atia

. Po

r o

utr

o la

do

, não

ho

uve

dif

eren

ças

en

tre

os

do

is g

rup

os

em

rela

ção

à s

on

olê

nci

a d

iurn

a o

u à

oco

rrên

cia

de

apn

eia.

tod

o d

e av

alia

ção

uti

lizad

o

Qu

esti

on

ário

s e

estu

do

s d

ura

nte

o s

on

o in

clu

ind

o o

xim

etri

a e

cam

a se

nsí

vel a

car

gas

está

tica

s

Esca

la d

e so

no

lên

cia

de

Epw

ort

h,

esca

la d

o H

awai

i de

ron

cop

atia

e

apn

eia

e, e

m m

ulh

eres

co

m

susp

eita

de

SHA

OS,

po

lisso

no

graf

ia

Par

âme

tro

ava

liad

o

Ap

nei

a d

o s

on

o,

hip

oxe

mia

Ro

nco

pat

ia, s

on

olê

nci

a

diu

rna

ou

oco

rrên

cia

de

apn

eia

Par

tici

pan

tes

10

mu

lher

es c

om

grav

idez

ltip

la

350

grá

vid

as e

110

mu

lher

es n

ão

gráv

idas

Estu

do

Nik

kola

e

col.,

199

6

(7)

Lou

be

e

col.,

199

6

(10

)

Page 34: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

30

Re

sult

ado

s

Ver

ific

ou

-se

qu

e as

mu

lher

es c

om

SH

AO

S ti

nh

am m

ais

par

tos

pré

-ter

mo

, ces

aria

nas

e

mo

rbili

dad

es m

ate

rnas

(n

eces

sid

ade

de

tran

sfu

são

san

guín

ea, c

on

vers

ão d

e an

este

sia

regi

on

al p

ara

anes

tesi

a ge

ral,

nec

ess

idad

e d

e ci

rurg

ia n

ão p

rogr

amad

a, e

nd

om

etri

te p

ós-

par

to, s

épsi

s o

u p

neu

mo

nia

mat

ern

a, c

om

plic

açõ

es d

a fe

rid

a, in

tern

amen

to p

rolo

nga

do

,

adm

issã

o e

m u

nid

ade

de

cuid

ado

s in

ten

sivo

s o

u r

ead

mis

são

ho

spit

alar

). N

ão h

ou

ve

aum

ento

da

pré

-ecl

âmp

sia

acim

a d

o a

um

ento

rel

acio

nad

o c

om

a o

bes

idad

e.

Não

ho

uve

um

a re

laçã

o s

ign

ific

ativ

a en

tre

ron

cop

atia

e c

om

plic

açõ

es m

ater

nas

, co

mo

pré

-ecl

âmp

sia

ou

hip

erte

nsã

o g

esta

cio

nal

.

As

mu

lher

es c

om

ris

co e

leva

do

de

SHA

OS

tin

ham

mai

s fr

equ

ente

men

te c

om

plic

açõ

es d

a

grav

idez

co

mo

pré

-ecl

âmp

sia,

co

ntr

acçõ

es p

rem

atu

ras,

par

to p

ré-t

erm

o e

tam

bém

dia

bet

es g

esta

cio

nal

.

O n

íve

l de

satu

raçã

o d

e o

xigé

nio

fo

i sem

elh

ante

no

s d

ois

gru

po

s m

as o

IAH

fo

i

sign

ific

ativ

ame

nte

mai

s el

evad

o n

o g

rup

o c

om

hip

erte

nsã

o g

esta

cio

nal

. A p

reva

lên

cia

de

SHA

OS

foi d

e 8

2%

no

gru

po

co

m h

iper

ten

são

ges

taci

on

al c

om

par

ativ

amen

te a

os

45

% n

as

gráv

idas

no

rmo

ten

sas.

Ver

ific

ou

-se

po

rtan

to u

ma

asso

ciaç

ão c

on

sist

en

te e

ntr

e SH

AO

S e

hip

erte

nsã

o g

esta

cio

nal

. Tan

to a

s gr

ávid

as n

orm

ote

nsa

s q

uan

to a

s h

iper

ten

sas

qu

e

real

izar

am p

olis

son

ogr

afia

no

s-p

arto

tiv

eram

um

a re

du

ção

do

IAH

de

32

% e

m r

ela

ção

aos

valo

res

ante

s d

o p

arto

.

Não

ho

uve

rel

ação

en

tre

a SH

AO

S n

a gr

avid

ez e

a p

ré-e

clâm

psi

a.

As

mu

lher

es c

om

pré

-ecl

âmp

sia

tin

ham

mai

s ed

ema,

can

saço

, alt

eraç

ões

do

so

no

, nív

eis

mat

inai

s el

evad

os

de

TNF-

α e

IL-6

, men

or

idad

e ge

stac

ion

al, m

eno

r p

eso

ao

nas

cer,

mai

s

ron

cop

atia

e p

erío

do

s m

ais

lon

gos

de

limit

ação

do

flu

xo a

ére

o. N

ão h

ou

ve d

ifer

ença

s n

os

nív

eis

de

pro

teín

a C

rea

ctiv

a e

ntr

e o

s d

ois

gru

po

s.

Par

tici

pan

tes

57

grá

vid

as c

om

dia

gnó

stic

o

con

firm

ado

de

SHA

OS

po

r

po

lisso

no

graf

ia, 1

14 g

rávi

das

ob

esas

e 11

4 gr

ávid

as c

om

pes

o n

orm

al,

amb

os

sem

SH

AO

S

200

mu

lher

es g

rávi

das

e 2

00

mu

lher

es n

ão g

rávi

das

125

4 m

ulh

eres

(in

clu

ind

o 1

50

gráv

idas

)

17

grá

vid

as c

om

hip

erte

nsã

o

gest

acio

nal

e 3

3 g

rávi

das

no

rmo

ten

sas

178

grá

vid

as

15

grá

vid

as c

om

pré

-ecl

âmp

sia

e 1

4

gráv

idas

sau

dáv

eis

Estu

do

Lou

is e

co

l., 2

009

(52

)

Ayr

ım e

co

l., 2

009

(22

)

Kap

sim

alis

, Kry

ger,

200

9 (

28

)

Ch

amp

agn

e e

col.,

200

9 (

53

)

Yin

e c

ol.,

200

8

(54

)

Bac

ho

ur

e co

l.,

200

8 (

55

)

An

exo

2 -

Est

ud

os

qu

e a

valia

m a

re

laçã

o e

ntr

e p

ré-e

clâm

psi

a/h

ipe

rte

nsã

o g

est

acio

nal

e p

ato

logi

a r

esp

irat

óri

a d

o s

on

o n

a gr

avid

ez

Page 35: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

31

R

esu

ltad

os

A h

iper

ten

são

ges

taci

on

al f

oi s

ign

ific

ativ

amen

te m

ais

elev

ada

nas

grá

vid

as c

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ron

cop

atia

do

qu

e n

aqu

elas

sem

ro

nco

pat

ia. N

o e

nta

nto

, a d

ifer

ença

não

fo

i sig

nif

icat

iva

em r

elaç

ão à

pré

-ecl

âmp

sia.

A c

ircu

nfe

rên

cia

do

pes

coço

rev

elo

u s

er u

m f

acto

r d

e ri

sco

ind

epen

den

te p

ara

a h

iper

ten

são

e p

ara

a p

ré-e

clâm

psi

a. N

as m

ulh

eres

co

m p

ré-

eclâ

mp

sia,

o p

eso

an

tes

da

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idez

e d

epo

is d

o p

arto

e a

cir

cun

ferê

nci

a d

o p

esco

ço

fora

m s

ign

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ativ

amen

te m

ais

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ado

s d

o q

ue

nas

grá

vid

as s

em p

ré-e

clâm

psi

a.

A m

aio

ria

das

mu

lher

es c

om

ap

nei

as t

este

mu

nh

adas

du

ran

te o

so

no

tin

ha

hip

erte

nsã

o

gest

acio

nal

. A r

on

cop

atia

tam

bém

est

ava

rela

cio

nad

a co

m a

hip

erte

nsã

o g

esta

cio

nal

.

A p

ato

logi

a re

spir

ató

ria

do

so

no

est

ava

sign

ific

ativ

amen

te c

orr

elac

ion

ada

com

o

aum

ento

da

pre

ssão

art

eria

l nas

mu

lher

es c

om

pré

-ecl

âmp

sia.

Alé

m d

isso

, a d

isfu

nçã

o

end

ote

lial e

stav

a as

soci

ada

à p

ato

logi

a re

spir

ató

ria

do

so

no

.

A p

ress

ão a

rter

ial s

istó

lica

foi m

ais

elev

ada

nas

mu

lher

es g

rávi

das

do

qu

e n

as n

ão

gráv

idas

, hav

end

o u

ma

frac

a co

rrel

ação

en

tre

este

dad

o e

o e

stre

itam

ento

da

via

aére

a

sup

erio

r. F

oi s

uge

rid

o q

ue

este

est

reit

amen

to c

on

trib

uía

par

a o

au

men

to d

a p

ato

logi

a

resp

irat

óri

a d

o s

on

o n

a gr

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ez.

A r

on

cop

atia

fo

i mu

ito

mai

s fr

equ

ente

nas

grá

vid

as c

om

pré

-ecl

âmp

sia

(85

%)

do

qu

e n

as

gráv

idas

sem

est

a p

ato

logi

a (5

5%

). O

mes

mo

se

veri

fico

u e

m r

elaç

ão à

s p

ausa

s

resp

irat

óri

as e

à s

on

olê

nci

a d

iurn

a.

O e

stre

itam

ento

das

via

s aé

reas

su

per

iore

s fo

i mai

s ac

entu

ado

nas

mu

lher

es c

om

pré

-

eclâ

mp

sia

em d

ecú

bit

o e

em

ort

ost

atis

mo

. Ist

o p

od

eria

dev

er-s

e a

um

au

men

to d

a

circ

un

ferê

nci

a d

o p

esco

ço d

evid

o a

o e

dem

a d

a p

ré-e

clâm

psi

a. O

est

reit

amen

to d

as v

ias

aére

as s

up

erio

res

ob

serv

ado

po

der

ia r

esu

ltar

nu

m a

um

ento

da

resi

stên

cia

nes

tas

vias

.

Par

tici

pan

tes

469

mu

lher

es g

rávi

das

e 2

08 n

ão

gráv

idas

456

grá

vid

as a

rgen

tin

as

17

grá

vid

as c

om

pré

-ecl

âmp

sia

e

25

grá

vid

as s

aud

ávei

s

100

mu

lher

es g

rávi

das

e 1

00 n

ão

gráv

idas

249

grá

vid

as d

e te

rcei

ro t

rim

estr

e

50

grá

vid

as s

aud

ávei

s, 3

7 g

rávi

das

com

pré

-ecl

âmp

sia

e 5

0 m

ulh

eres

não

grá

vid

as

Estu

do

Urs

avas

e c

ol.,

200

8 (

24

)

Pér

ez-C

had

a e

col.,

200

7 (5

6)

Yin

on

e c

ol.,

200

6 (

33

)

Izci

e c

ol.,

200

6

(13

)

Izci

e c

ol.,

200

5

(17

)

Izci

e c

ol.,

200

3

(12

)

Page 36: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

32

SHA

OS-

Sín

dro

me

de

hip

op

nei

a/ap

nei

a o

bst

ruti

va d

o s

on

o; T

NF-

α-

Tum

or

nec

rosi

s fa

cto

r α

; IL-

6-

Inte

rleu

cin

a 6

.

Re

sult

ado

s

A li

mit

ação

do

flu

xo a

éreo

rev

elo

u-s

e m

ais

freq

uen

te n

as g

rávi

das

co

m p

ré-e

clâm

psi

a d

o

qu

e n

as s

em p

ato

logi

a. N

o e

nta

nto

, os

auto

res

não

det

erm

inar

am s

e e

sta

limit

ação

era

um

a ca

usa

ou

co

nse

qu

ênci

a d

a p

ré-e

clâm

psi

a.

Ob

serv

ou

-se

um

a re

laçã

o e

ntr

e p

adrõ

es r

esp

irat

óri

os

esp

ecíf

ico

s e

o a

um

ento

da

pre

ssão

art

eri

al. E

stes

pad

rões

cau

sava

m u

m a

um

ento

do

esf

orç

o r

esp

irat

óri

o p

od

end

o

ou

não

est

ar a

sso

ciad

os

a ro

nco

pat

ia. A

lém

dis

so, e

stas

grá

vid

as n

ão t

inh

am a

red

uçã

o

no

rmal

da

pre

ssão

art

eria

l no

ctu

rna.

Fo

i su

geri

do

qu

e es

tes

pad

rões

po

dem

se

r fa

cto

res

de

risc

o p

ara

hip

erte

nsã

o o

u p

ré-e

clâm

psi

a.

Au

men

tos

na

pre

ssão

art

eria

l du

ran

te o

so

no

em

mu

lher

es c

om

pré

-ecl

âmp

sia

esta

vam

asso

ciad

os

a u

m d

eter

min

ado

pad

rão

de

limit

ação

insp

irat

óri

a d

o f

luxo

aér

eo in

du

zid

o

pel

o s

on

o.

A r

on

cop

atia

per

sist

ente

du

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te a

gra

vid

ez r

elac

ion

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-se

com

hip

erte

nsã

o, p

ré-

eclâ

mp

sia,

ed

ema

e a

um

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de

pes

o c

orp

ora

l. V

erif

ico

u-s

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ue

a ro

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pat

ia s

urg

iu

ante

s d

a h

iper

ten

são

ou

pro

tein

úri

a.

Par

tici

pan

tes

45

grá

vid

as s

aud

ávei

s (1

5 d

e ca

da

trim

estr

e), 1

5 g

rávi

das

co

m p

ré-

eclâ

mp

sia

e 1

5 m

ulh

eres

não

gráv

idas

267

grá

vid

as

11

grá

vid

as c

om

pré

-ecl

âmp

sia

grav

e

502

grá

vid

as n

o d

ia d

o p

arto

Estu

do

Co

nn

olly

e c

ol.,

200

1 (

31

)

Gu

illem

inau

lt e

col.,

200

0 (1

9)

Edw

ard

s e

col.,

200

0 (

50

)

Fran

klin

e c

ol.,

200

0 (

4)

Page 37: Inês Santiago Martins - Repositório Aberto da ... · Efeitos da Gravidez na Respiração e no ... A Figura 1 apresenta um resumo das alterações do ... Ocorrem também alterações

33

SHA

OS-

Sín

dro

me

de

hip

op

nei

a/ap

nei

a o

bst

ruti

va d

o s

on

o.

Re

sult

ado

s

Este

est

ud

o n

ão c

on

firm

a a

asso

ciaç

ão e

ntr

e se

qu

elas

neo

nat

ais

ou

bai

xo p

eso

à

nas

cen

ça e

SH

AO

S m

ater

na.

A a

lta

pre

valê

nci

a d

e co

mo

rbili

dad

es (

com

o d

iab

etes

e

ob

esid

ade)

no

gru

po

co

m S

HA

OS

po

de

ter

sid

o r

esp

on

sáve

l po

r n

ão s

e o

bse

rvar

bai

xo

pes

o à

nas

cen

ça.

Não

ho

uve

dif

eren

ças

sign

ific

ativ

as e

m r

elaç

ão a

o A

pga

r à

nas

cen

ça, p

eso

ao

nas

cim

ento

ou

sem

ana

de

par

to e

ntr

e as

grá

vid

as c

om

e s

em r

on

cop

atia

.

Não

ho

uve

rel

ação

en

tre

SHA

OS

e r

estr

ição

de

cres

cim

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fet

al.

O A

pga

r e

o p

eso

à n

asce

nça

do

s re

cém

-nas

cid

os

das

grá

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as c

om

SH

AO

S fo

i mai

s b

aixo

qu

e o

das

grá

vid

as s

em p

ato

logi

a. E

m 3

do

s ca

sos

ho

uve

des

acel

eraç

ão d

o r

itm

o c

ard

íaco

feta

l qu

e ac

om

pan

ho

u a

des

satu

raçã

o m

ate

rna.

Não

ho

uve

rel

ação

en

tre

a ro

nco

pat

ia e

efe

ito

s ad

vers

os

par

a o

fet

o.

A p

ato

logi

a re

spir

ató

ria

do

so

no

e a

dis

fun

ção

en

do

telia

l afe

ctav

am o

cre

scim

ento

intr

a-

ute

rin

o, p

od

end

o h

aver

tam

bém

par

to p

rem

atu

ro.

Ho

uve

mai

or

pro

pen

são

à c

esa

rian

a d

e em

ergê

nci

a n

as g

rávi

das

co

m r

on

cop

atia

.

A r

on

cop

atia

per

sist

ente

est

eve

ass

oci

ada

a re

stri

ção

de

cres

cim

ento

fe

tal e

a u

m A

pga

r

mai

s b

aixo

.

Não

ho

uve

rel

ação

en

tre

a ro

nco

pat

ia e

efe

ito

s ad

vers

os

par

a o

fet

o, n

om

ead

amen

te

alte

raçõ

es d

o p

eso

ao

nas

cer,

do

índ

ice

Ap

gar

ou

das

co

mp

licaç

ões

ao

nas

cim

ento

.

Par

tici

pan

tes

57

grá

vid

as c

om

dia

gnó

stic

o

con

firm

ado

de

SHA

OS

po

r

po

lisso

no

graf

ia, 1

14 g

rávi

das

ob

esas

e 1

14 g

rávi

das

co

m p

eso

no

rmal

, am

bo

s se

m S

HA

OS

200

mu

lher

es g

rávi

das

e 2

00

mu

lher

es n

ão g

rávi

das

178

grá

vid

as

31

grá

vid

as s

em S

HA

OS

e 4

gráv

idas

co

m S

HA

OS

83

grá

vid

as d

o s

egu

nd

o o

u t

erc

eiro

trim

estr

e (4

0 c

om

ro

nco

pat

ia e

43

sem

ro

nco

pat

ia)

17

grá

vid

as c

om

pré

-ecl

âmp

sia

e

25

grá

vid

as s

aud

ávei

s

200

grá

vid

as n

a C

hin

a se

guid

as

du

ran

te a

gra

vid

ez

502

grá

vid

as n

o d

ia d

o p

arto

350

grá

vid

as (

49 c

om

ro

nco

pat

ia e

301

sem

ro

nco

pat

ia)

e 1

10

mu

lher

es n

ão g

rávi

das

Estu

do

Lou

is e

co

l.,

200

9 (

52

)

Ayr

ım e

co

l.,

200

9 (

22

)

Yin

e c

ol.,

200

8

(54

)

Sah

in e

co

l.,

200

8 (

41

)

ken

e c

ol.,

200

7 (

34

)

Yin

on

e c

ol.,

200

6 (

33

)

Leu

ng

e c

ol.,

200

5 (

11

)

Fran

klin

e c

ol.,

200

0 (

4)

Lou

be

e co

l.,

199

6 (

10

)

An

exo

3 -

Est

ud

os

qu

e a

valia

m a

re

laçã

o e

ntr

e p

ato

logi

a re

spir

ató

ria

do

so

no

na

grav

ide

z e

efe

ito

s ad

vers

os

no

fe

to.