INFORMAÇÃO CLIMÁTICA SETEMBRO 2005 · 2008. 6. 29. · IM, Outubro 2005 3 informação...

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INFORMAÇÃO CLIMÁTICA SETEMBRO 2005

Outubro 2005

IM, Outubro 2005 1

�� informação climática/setembro 2005

ÍNDICE �

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Resumo 1. Situação Sinóptica ............................................................................................................. 3 2. Temperatura do ar ............................................................................................................ 4 3. Precipitação ....................................................................................................................... 6 4. Índice meteorológico de seca (PDSI) ............................................................................... 7

Comparação com outros períodos de seca desde 1941 ....................................................... 8

5. Cenários de evolução da situação de seca para Setembro ........................................... 10 6. Teor de água no solo ........................................................................................................ 12 7. Insolação .......................................................................................................................... 12

Anexos

Resumo Mensal ................................................................................................................ 14 Figura A: ............................................................................................................................... 15 Valores diários da temperatura do ar Figura B: .......................................................................................................................... 16 Valores diários da quantidade de precipitação

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Resumo��

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O mês de Setembro de 2005 foi caracterizado por valores médios da temperatura média e da temperatura mínima do ar inferiores aos valores normais em quase todo o território,

Quanto à quantidade de precipitação o mês de Setembro classificou-se como muito seco a

extremamente seco. Em 30 de Setembro todo o território continua em situação de seca com intensidade

moderada a extrema: 3% em seca moderada, 36 % em severa e 61 % em extrema.

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1. Situação Sinóptica Entre os dias 4 e 9, verificou-se a passagem de sistemas frontais pelo Continente, tendo o estado do tempo sido condicionado por uma região de altas pressões entre a Península Ibérica e os Açores no resto da quinzena. Nos dias 14 e 15, verificou-se ainda a influência de uma depressão em altitude a sudoeste da Península Ibérica. Entre os dias 3 e 12, ocorreu precipitação, em especial nas regiões do Norte e Centro, e que foi por vezes moderada a forte na região Centro nos dias 6 e 7. Nos dias 14 e 15, ocorreram aguaceiros fracos e trovoadas no barlavento Algarvio. Na segunda quinzena de Setembro o estado do tempo foi em geral condicionado por um anticiclone localizado na região Atlântica próxima dos Açores. Contudo, verificou-se ainda a influência de uma depressão em altitude a sul do Algarve no dia 16 e a passagem de superfícies frontais frias de fraca actividade ou em dissipação pelo norte da Península Ibérica entre os dias 23 e 28. No dia 16, ocorreram aguaceiros fracos na região Sul e alguns locais da região Centro. Nos dias 24 e 25 ocorreu chuva fraca nas regiões do Norte e Centro, em particular no litoral.

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2. Temperatura do ar

O mês de Setembro de 2005 foi caracterizado por valores médios da temperatura média do ar inferiores aos valores normais em quase todo o território. Os valores médios da temperatura média variaram entre + 13.7 °C em Lamas de Mouro e + 23.2 °C em Amareleja; os desvios em relação à normal variaram entre –-0.5 °C em Alcobaça e +1.2ºC no Montijo.

Na Figura 1 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura média em Setembro de

2005 e os respectivos desvios em relação aos valores médios 1961-1990.

Figura 1 Distribuição espacial da temperatura média e desvios em relação à média 1961-90

Na Figura 2 apresenta-se a distribuição espacial da média da temperatura máxima e mínima do ar em Setembro de 2005 e os respectivos desvios em relação aos valores médios 1961-1990.

Os valores da média da temperatura mínima variaram entre +6.7°C em Lamas de Mouro (Minho) e +17.9° C em Faro; os desvios em relação à normal variaram entre –1.8 °C em Miranda do Douro e +1.4ºC em Porto/Pedras Rubras.

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Os valores da média da temperatura máxima variaram entre +20.0°C em Penhas Douradas e +31.7°C em Amareleja; os desvios em relação à normal variaram entre -0.5°C em Cabo Carvoeiro e +2.4°C em Sagres.

Figura 2 Distribuição espacial da temperatura mínima (a) e máxima (b) e respectivos desvios em relação à média 1961-90 (c) e (d)

(b) (a)

(c) (d)

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3. Precipitação

Os valores da quantidade de precipitação no mês de Setembro foram inferiores aos valores médios e variaram entre 0 mm em Beja e Portimão e 65 mm em Lamas de Mouro (Minho). Em termos de percentagem a quantidade de precipitação em relação aos valores normais foi inferior a 20% nas regiões do Sul e Nordeste e superior a 50% em parte da região Norte e Centro (Figura 3).

Figura 3 Precipitação total em Setembro (esq.) e respectiva percentagem em relação à média 1961-90 (dir.)

Nota: Para a análise da precipitação foram utilizadas 40 estações do INAG e 60 do IM.

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4. Índice Meteorológico de Seca (PDSI)

Em 30 de Setembro de 2005, e segundo o índice meteorológico de seca PDSI1 (Figura 4 e Tabela 1) todo o território continua em situação de seca com intensidade moderada a extrema: 3% em seca moderada, 36 % em severa e 61 % em extrema.

Tabela 1_Percentagem de território afectado pela seca em 30 Setembro 05

Classes de seca % de território afectado

fraca 0

moderada 3

severa 36

extrema 61

Figura 4 Distribuição espacial do Índice de Seca em 30 de Setembro de 2005

1 PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).

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Comparação com outros períodos de seca desde 1941

Apresenta-se na Figura 5 a percentagem de território em cada uma das classes de seca onde se podem comparar os valores actuais com os valores em 30 de Setembro dos anos de seca de 1945, 1965, 1976, 1981, 1992, 1995 e 1999; da análise da Figura e da Tabela 2 verifica-se que a situação de seca meteorológica em 30 de Setembro de 2005 é, quanto à área afectada nas classes de seca severa e extrema (97 %), a mais grave dos últimos 60 anos ( 83 % em 1945).

Para os anos acima indicados apresenta-se na Figura 6 a distribuição espacial do índice

meteorológico de seca, PDSI.

Figura 5 Percentagem de território (área) nas diferentes classes de seca em 30 de Setembro

Tabela 2_Percentagem de território afectado pela seca em 30 de Setembro

% de território afectado em 30 de Setembro PDSI 1945 1965 1976 1981 1992 1995 1999

chuva extrema 0 1 6 0 0 0 6 chuva severa 0 3 13 0 1 0 7 chuva moderada 0 21 35 3 3 1 50 chuva fraca 0 23 33 14 17 4 36 normal 0 17 4 21 20 6 1 seca fraca 1 32 6 55 48 44 0 seca moderada 16 4 2 5 11 40 0 seca severa 50 0 1 2 0 5 0 seca extrema 33 0 0 0 0 0 0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

% d

o T

erri

tóri

o

1945 1965 1976 1981 1992 1995 1999 2005

PDSI - Setembro��

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Figura 6 Distribuição espacial do Índice de Seca em 30 de Setembro

1945 1965 1976

1981 1992 1995

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5. Cenários de evolução da situação de seca para o mês de Outubro Para analisar a evolução do período seco é possível efectuar cenários utilizando o índice

PDSI tendo em conta a ocorrência de determinados valores da quantidade de precipitação. Assim tendo em conta a actual situação em Setembro, consideram-se três cenários possíveis da precipitação no mês de Outubro de 2005:

��Cenário 1: A precipitação ser inferior à normal com valores que só são atingidos em 20% dos anos (Decil 2).

��Cenário 2: A precipitação ser igual ao valor correspondente à probabilidade de ocorrência de 50% (Decil 5).

��Cenário 3: A precipitação ser superior à normal com valores que só são atingidos em 20% dos anos (Decil 8).

No Cenário 1 a situação de seca agravar-se-ia, com todo o território em seca com intensidade severa e extrema.

No Cenário 2 a situação de seca desagravar-se-ia apenas em parte das regiões do Norte e Centro, passando a uma intensidade de seca moderada a severa.

No Cenário 3 a situação de seca desagravar-se-ia consideravelmente, em particular nas

regiões do Norte e parte da região Centro, onde a intensidade da seca passaria a ser de fraca a moderada. No Sul e parte da região Centro passar-se-ia para uma situação de seca com intensidade moderada.

Figura 7 Distribuição espacial do Índice de Seca para os três cenários em Outubro

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3

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Para a seca acabar seria necessário que no mês de Outubro os valores da quantidade de precipitação fossem superiores ao valor normal, com valores que só são atingidos em 10% dos anos (decil 9), como indicado na Tabela 3.

Tabela 3_Valores de precipitação correspondentes a várias probabilidades de ocorrência e

respectiva classificação segundo o índice PDSI

Estação P (mm) D 2

PDSI P (mm) D 5

PDSI P (mm) D 8

PDSI P(mm) D 9

PDSI

Bragança 29.0 s. severa 53.4 s. severa 117.8 s. moderada 140.4 s. fraca Vila Real 44.3 s. severa 81.9 s. moderada 157.6 s. fraca 268.4 c. fraca V. Castelo 55.5 s. extrema 139.8 s. moderada 230.4 s. fraca 293.3 normal Porto 51.9 s. severa 102.3 s. moderada 189.1 s. fraca 278.8 c. fraca Coimbra 37.7 s. extrema 80.3 s. severa 167.9 s. fraca 197.6 normal C. Branco 14.4 s. extrema 55.8 s. severa 118.9 s. moderada 197.2 normal Lisboa 9.6 s. extrema 55.2 s. severa 110.7 s. moderada 196.5 normal Évora 16.9 s. extrema 40.8 s. severa 121.3 s. moderada 154.8 normal Beja 11.4 s. extrema 38.6 s. extrema 119.1 s. moderada 167.1 normal Faro 9.9 s. extrema 48.3 s. extrema 128.1 s. moderada 162.0 normal

Nota:

D2, D5, D8 e D9 - Decil 2, 5, 8 e 9 respectivamente

s. - seca c. - chuva

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6. Teor de água no solo

A Figura 8 apresenta os valores em percentagem de água no solo2 em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, que, em 30 de Setembro de 2005 eram inferiores a 15% em todo o território.

Figura 8 Percentagem de água no solo em 30 de Setembro 2005

7. Insolação

Os valores da insolação no mês de Setembro variaram entre 220 horas em Anadia e 310 horas Sines.

Figura 9 Insolação em 30 de Setembro 2005

2 Método de Thornthwaite-Mather

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ANEXOS

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Resumo Mensal_Setembro 2005

Estações TX TN TXX D TNN D RR RMAX D Montalegre 21.7 9.1 27.5 2 3.6 18 42 27 7 Bragança 26.3 10.5 32.0 3 4.9 22 4 2 7 Braga 26.4 11.0 33.0 15 5.7 19 28 14 7 Viana do Castelo 26.1 12.9 33.2 14 8.0 27 38 15 7 Mirandela 29.4 11.1 35.7 3 5.1 18 14 14 7 Vila Real 25.6 12.3 32.0 2 7.9 18 27 18 7 Porto/P. Rubras 23.4 14.5 31.3 14 10.6 26 24 8 7 Viseu 25.0 13.6 30.9 15 8.6 18 45 20 6 Anadia 28.0 12.7 35.7 15 6.6 20 21 8 10 Penhas Douradas 20.0 10.8 26.5 3 3.3 18 37 30 7 Coimbra/Cernache 26.5 14.2 34.3 15 10.4 21 31 12 6 Castelo Branco 28.5 15.2 34.3 3 10.8 25 9 9 7 Leiria 28.2 11.4 35.6 15 3.9 19 12 7 7 Tomar 29.6 13.0 35.8 15 7.0 19 9 4 10 Alvega 31.1 10.5 36.4 3 3.9 19 5 4 7 Fonte Boa/Santarém 29.6 14.8 36.2 3 10.4 22 4 2 10 Portalegre 27.9 16.8 34.0 3 10.4 18 8 5 7 Elvas 30.5 14.1 36.5 3 8.9 19 2 2 7 Lisboa/Geofísico 28.1 17.2 33.7 3 14.2 22 7 3 7 Lisboa/Gago Coutinho 28.0 17.1 33.8 3 14.2 19 5 3 7 Setúbal 29.6 13.9 36.1 2 6.8 21 0.7 0.7 7 Évora/C.C. 30.1 14.6 36.1 3 10.4 11 2 2 7 Beja 30.1 14.9 36.2 3 11.4 11 0 Sines 24.6 15.3 32.2 15 13.1 22 3 2 7 Alvalade 31.1 11.1 37.0 2 5.1 19 0.2 0.1 7 e 10 V. R. Sto António 28.4 17.3 33.0 4 13.7 19 Faro 26.3 17.9 30.2 3 14.6 21 0.8 0.5 17

TX Média da temperatura máxima (Graus Celsius)

TN Média da temperatura mínima (Graus Celsius)

TXX/D Temperatura máxima absoluta e dia de ocorrência

TNN/D Temperatura mínima absoluta e dia de ocorrência

RR Precipitação total (milímetros)

RMAX/D Precipitação máxima diária e dia de ocorrência

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Figura A� Valores diários da temperatura máxima e mínima do ar e respectivos valores médios (1961-1990)

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Figura B Valores diários da quantidade de precipitação, precipitação acumulada e normal mensal

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COORDENAÇÃO Fátima Espírito Santo

Departamento de Clima e Ambiente Atmosférico

PARTICIPANTES Vanda Cabrinha Pires

Álvaro Silva

Sofia Moita

Luísa Mendes

Nuno Moreira

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