Informativo Ficafé

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Informativo da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná. Resultados da edição 2010.

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Há dois anos atrás, quando promovemos a primeira edição da Ficafé, ficamos muito motivados com o enorme sucesso obtido. No ano seguinte, 2009, fomos além e con-seguimos duplicar o número de expositores e de público, numa prova inconteste da pujança da cafeicultura do Norte Pioneiro do Paraná. Em 2010 superamos todos os desafios e mais uma vez conseguimos aumentar ainda mais a participação de produtores, de parceiros de negócios - empresas expositoras, compradores e missões internacionais - e manter as importantes par-cerias estabelecidas desde o início do Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná.

Por isso dizemos que este foi um ano de supe-ração. A Ficafé ganhou tal envergadura que para 2011 vamos ampliar sua duração de dois para três dias, apli-cando no evento um dos conceitos que a Acenpp prega para seus associa-dos: a inovação. Queremos inovar na organização da Feira que conquistou seu espaço no território nacio-nal e se constitui no maior evento da cafeicultura para-naense. O desafio agora é alargar cada vez mais nossos limites e buscar a melhoria constante.

O foco da Ficafé 2010 foi a comercialização. A Feira é uma ferramenta de marketing que tem por objetivo maior divulgar a qualidade do café que pro-duzimos. Em 2010 todos os cafés tiveram classifica-ção superior a 85 pontos, evolução obtida graças ao trabalho árduo desenvolvido por técnicos, degustadores e cafeicultores.

Na atual etapa de implantação do Programa, um dos nossos objetivos é inserir o pequeno produtor e compartilhar com eles, que representam 75% do total de produtores de café da Região, os conheci-mentos adquiridos nesse processo iniciado em 2006 e colaborar com a susten-tabilidade das propriedades rurais, melhorando a ren-tabilidade dessas empresas rurais.

Graças ao asso-ciativismo isso tudo está sendo possível. Estamos capacitando os produtores em um curso de Gestão para que o eles se tornem efetivamente empresários rurais e deixem de lado o amadorismo, fadado ao fracasso. O mercado exige cada vez mais profissio-nalismo e estamos atuando nessa área para superar as nossas deficiências.

Como os grandes conglomerados empresari-

ais que se unem e se fundem para se tornar maiores, nós produtores devemos trilhar o mesmo caminho. Para isso precisamos de associa-dos de fato, que participem, compartilhem e "vistam a camisa". Unidos ficamos mais fortes, aumentamos nosso poder de barganha, compramos mais barato, vendemos o café por me-lhores preços, com amplos benefícios para todos.

Queremos aqui agradecer aos nossoss parceiros, a começar pelo Sebrae, Instituto Emater, Iapar, Ministério da Agri-cultura, Prefeitura de Jaca-rezinho, Câmara Municipal de Vereadores, Banco do Brasil, Sindicatos Rurais, Sistema FAEP/Senar, e nos congratulamos com as missões internacionais da Espanha, Canadá, Japão e todos os produtores e visitantes que prestigiaram a 3.a Ficafé.

2010: o ano da superação

"Unidos ficamos mais fortes, aumenta-mos nosso poder de barganha, compra-mos mais barato, vendemos o café por melhores preços, com amplos benefí-cios para todos."

Luiz Fernando de Andrade Leite - Presidente da Acenpp.

EXPEDIE

NTE

Boletim InformativoAssociação de Cafés Especiais do

Norte Pioneiro do Paraná

CNPJ: 09.537.190/0001-55Avenida Oliveira Mota, 621 – CEP

86430-000

Email: [email protected] Fone: (43) 3534 2506

Santo Antonio da Platina – PR

www.ficafe.com.brwww.acenpp.com.br

www.sebraepr.com.br

Redação, revisão e direçãoHomero Pavan Filho

Arte final Thiago Fellipe de Oliveira

Realização AGÊNCIA MEZCLA

www.agenciamezcla.com.br

Tiragem: 5.000 exemplaresDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

"Em 2010 todos os cafés tiveram classificação supe-rior a 85 pontos, evolução obtida graças ao trabalho árduo desen-volvido por técni-cos, degustadores e cafeicultores"

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A Ficafé 2010 - Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pio-neiro do Paraná, pode ser definida pela palavra supe-ração. Para o presidente da Acenpp, Luiz Fernando de Andrade Leite, todos os obstáculos que impediam

o pleno desenvolvimento da cafeicultura estão sendo removidos para oferecer ao produtor garantias de que a atividade é extrema-mente viável na Região e que todos podem almejar aumentos na produtividade de suas lavouras, melhor

remuneração ao produto e mais lucros em suas pro-priedades rurais. Há que se esforçar, no entanto, pois a cafeicultura exige cada vez mais profissionalismo. Foi o que ficou muito bem expli-cado em todas as palestras ministradas nos dois dias de

duração do evento maior da cafeicultura paranaense - e que se pretende demonstrar neste jornal informativo.

A s m e t a s d a Acenpp são ambiciosas e plenamente possíveis de serem atingidas. Luiz Roberto Saldanha Rodri-gues relaciona os principais desafios da Acenpp para os próximos anos. “Elevar o número de associa-dos, ampliar investimentos em pesquisa e extensão, fortalecer a gestão das propriedades e as unir as associações em uma rede associativa, constituir uma unidade de padronização para os associados, buscar novos parceiros de negócios e conquistar a indicação geográfica como mais uma forma de diferenciação são algumas das nossas metas”, enumera o produtor mais

premiado do Paraná em 2010 e integrante da dire-toria da Associação.

A melhoria do pa-norama da cafeicultura regional está diretamente relacionada com o Pro-grama em andamento, liderado pela Acenpp. "Até 2006, tínhamos qualidade [do café], mas não tínhamos os meios para divulgar isso. Hoje, mudamos a realidade. O associativismo é uma das tendências mais importantes no mundo. Os produtores precisam se congregar em associações representativas para a defesa de seus inte-resses e nossos associados participam e compartilham ideias e conhecimentos. Juntos, temos maior poder, seja na busca de recursos ou em melhores opções de compra e venda de produtos", destaca Andrade Leite.

Ficafé 2010 representa a nova origem de Cafés Especiais do Brasil Comercialização, associativismo e gestão são prioridades do Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, realizado em parceria entre Sebrae, Acenpp, Emater, Sistema Fiep e outras entidades

Inúmeras autori-dades, especialistas, técni-cos, compradores e produ-tores de café, fabricantes de máquinas e insumos para as lavouras estiveram reunidos nos dois dias de duração da Ficafé 2010, realizada nos dias 25 e 26 de novembro, no Centro de Eventos de Jacarezinho. O sucesso do evento foi

tamanho que seus orga-nizadores decidiram ampliar para três dias sua duração em 2011.

A prefeita de Jaca-rezinho, Tina Toneti (PT), part icipou da abertura da Ficafé e destacou que a consolidação da Feira e o reconhecimento da qualidade dos cafés espe-ciais do Norte Pioneiro é

fato. A prefeita de Jaca-rezinho anunciou que o processo para aquisição de maquinários para se efetuar a padronização do café no próprio municí-pio está em andamento, graças a uma emenda ao Orçamento da União con-signada pelo ex-deputado federal Chico da Prin-cesa.

Estande do Sebrae é um dos pontos mais visitados da Ficafé

Ficafé cresce e se consolida como o grande evento da cafeicultura do Paraná

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O empresário c u r i t i b a no T h i a go Amhof, presidente do Núcleo Internacional de Negócios - NIN Brasil, organizador da vinda de sete compradores espanhóis de café a Jacarezinho, avalia que a cafeicultura brasileira precisa levar a qualidade de seus produtos para o mercado internacional. Em discurso proferido por ocasião da abertura da Feira, Amhof susten-tou que "o Brasil tem que ser notado não como um produtor de café de

base, aquele comprado para compor misturas (b lends) , mas como um produtor de cafés muitos especiais. É pre-ciso internacionalizar a marca Café do Norte Pioneiro do Paraná", recomendou.

Vic to r Bo lea Gomez, barista espa-nhol, apreciou muito o café do Norte Pioneiro do Paraná e prova disso é que utilizará esse café nos próximos concur-sos de que participará. Victor Gomez disputará, em 2011, o Campe-

onato Espanhol de Baristas que acontecerá na cidade de Aragón e, se for vencedor, participará do campeo-nato internacional, que também será realizado na Espanha. "O café do Norte Pioneiro suave, apresenta aroma que vai do floral ao caramelo e acredito que esse produto vai ser muito apreciado pelos consu-midores espanhóis e de toda a Europa", aposta o profissional, há 11 anos na atividade de preparar cafés.

Em 2010 as Roda-das de Negócios realizadas durante a Ficafé proporciona-ram excelentes contratos de comercialização, tanto para o mercado interno (Rodada Nacional) quanto externo (Rodada Internacional). As duas mil sacas de cafés especiais, representadas por amostras expostas na Feira, foram todas vendidas. Dessas, 1,5 mil sacas foram para o exterior, o que con-solida o território como área privilegiada para a produção de cafés finos.

Compradores da Espanha, Canadá e Japão estiveram presentes e fir-maram laços comerciais importantes, que abrem novos canais de comercia-lização. "Aumentar o número

de compradores amplia a concorrência e os produtores negociam em situação van-tajosa os cafés de excelente

qualidade, sempre acima de 85 pontos na tabela da SCAA (Specialty Coffee of America Association). Nosso

objetivo foi cumprido, pois propiciamos aos cafeicultores a possibilidade concreta de agregar valor ao seu produto",

comemora Luis Fernando Andrade Leite.

O presidente da Acenpp festeja a divulgação da marca Norte Pioneiro do Paraná. "Nossos cafés estão sendo reconhecidos por seus atributos únicos, e isso é fun-damental para diferenciá-los nesse concorrido mercado", adverte.

Vários compradores de outros estados brasileiros, além do Paraná, compare-ceram à Ficafé 2010, entre eles Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. "Graças ao apoio do Sebrae Nacional foi possível contar com representantes de outros países em nossa Feira, que assume em definitivo seu caráter internacional", enfatiza Leite.

Rodadas Nacional e Internacional de Negócios abrem novos canais de negociação

Missão InternacionalCompradores da Espanha, Canadá e Japão estiveram na Ficafé 2010

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Os diretores da Acenpp e seus parceiros trabalham com determinação em diversos projetos para con-solidar a cafeicultura regional e destacá-la cada vez mais nos cenários nacional e mundial. Além das propostas iniciais contidas no Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, várias outras ações foram e estão sendo desenvolvidas, assim como novas parcerias estão sendo agregadas.

A qualidade do tra-balho desenvolvido pela Acenpp chamou a atenção de autoridades paranaenses e de outros estados. Não são poucos os convites para que o Programa da Acenpp seja apresentado em palestras por todo o Brasil, como Per-nambuco (Garanhuns), Bahia, Curitiba e São Paulo, onde foi realizado recentemente um campeonato de baristas.

Parcerias

A Companhia de Desenvolvimento Agro-pecuário do Paraná (Coda-par), por exemplo, quer formalizar parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a instalação de um entreposto agrícola no Norte Pioneiro. O presidente da empresa, Silvestre Tino Staniszewski, avalia ser viável a utilização do armazém repassado pelo Ministério da Agricultura à Conab, localizado em Jacarez-inho. "Para se certificar dessa possibilidade, uma equipe técnica da Codapar vistoriou os armazéns e levantar sua capacidade, com o objetivo de propor uma parceria entre Codapar e Conab para pa-dronizar e armazenar o café dos produtores da região", disse Staniszewski.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) é outra entidade que soma esforços no sentido de pro-mover a cafeicultura da região.

Uma das ações a que a Confederação se propõe é a de agilizar o processo da Indicação Geográfica (IG) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Rede AssociativaCriar associações

com foco no café onde elas ainda não existam, e forta-lecer as existentes, é uma das prioridades da Acenpp. Em alguns municípios os produtores já estão sendo

beneficiados pelo trabalho em conjunto, como Joaquim Távora, Abatiá e Ribeirão Claro. Contam inclusive com o apoio das prefeituras locais.

A Acenpp está pro-pondo a criação de associa-ções em nove municípios - Carlópolis, Congonhinhas, Ibaiti, São Jerônimo da Serra,

locais em que foram feitas apresentações aos cafeicul-tores, ou o fortalecimento das associações existentes. Também será feito o desafio aos produtores de Ribeirão

do Pinhal, Figueira, Curiúva, Salto do Itararé, Siqueira Campos e Santo Antonio da Platina. "Qualquer município que desejar obter informações e constituir associação será atendido", afirma o consultor do Sebrae Odemir Capello.

A Acenpp acaba de constituir uma cooperativa e para isso contou com vários associados dispostos a iniciar esse importante empreendi-mento, que terá papel decisivo na comercialização do café do Norte Pioneiro do Paraná. A princípio a Cooperativa cuidará da elaboração de um plano de viabilidade e, conforme a demanda, iniciará suas atividades.

Comércio JustoA visão do Comércio

Justo (Fair Trade, em inglês) é a de um mundo em que todos os produtores possam desfru-

tar de meios de subsistência seguros e sustentáveis, realizar o seu potencial e decidir sobre o seu futuro. É uma relação comercial à procura de mais justiça, por meio da ligação

direta dos produtores menos favorecidos junto aos consu-midores.

Por isso a Acenpp está iniciando um trabalho de divulgação do sistema no Norte Pioneiro, pois entende que o Comércio Justo per-mite aos produtores atingir os mercados de exportação sob condições mais justas, fortalecer a sua posição no comércio internacional, obter melhor acesso ao financiamento, participar de programas de capacitação e, em geral, obter maior controle sobre suas vidas. Há respeito, transparência e diálogo entre produtores, comerciantes e consumidores.

Para fazer parte do sistema de Comércio Justo, comerciantes e produtores têm que cumprir determina-dos compromissos, que são definidos nos Critérios de Comércio Justo estabeleci-dos pela FLO. A FLO-CERT (empresa independente de certificação de Comércio Justo) gerencia o processo de auditoria e certificação para garantir a conformidade com os princípios do Comércio Justo.

"Trata-se de mais uma boa alternativa de co-mercialização, na qual se paga melhores preços aos cafeicul-tores. Os critérios do Comér-cio Justo são simplificados e não há exigências que não possam ser atendidas, pelo contrário. Qualquer produtor pode participar, desde que pertença a uma associação", enfatiza Capello.

Acenpp trabalha em diversos projetos para consolidar cafeicultura da região

Acenpp aguarda com expectativa a abertura de um entreposto da Codapar em Jacarezinho.

Cocenpp torna possível o Comércio Justo na Região

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A opinião unânime dos pale strante s pre-sentes à terceira edição da Ficafé é de um cenário estável e pro-missor para a cafeicultura do Norte Pioneiro do Paraná. Além da elevação dos preços no mercado internacio-nal e da quebra de safra verificada em diversos países produtores, que concorrem com o café brasi leiro em geral, o trabalho desenvolv ido pela Acenpp com o Pro-grama Cafés Especiais do Nor te Pioneiro do Paraná está contribuindo para difundir práticas de gestão, conceitos de quali-dade e formas de atuação associativa que, uma vez mantidos, irão diferen-ciar o produto regional no mercado e contribuir para elevar os preços do produto e aumentar a renda do cafeicultor que tem, talvez de forma inédita, segurança para investir e obter retorno financeiro na atividade.

Nathan Hersko-wicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), abordou em sua palestra o tema "Diferenciação de produto como estratégia de comercialização". Para o executivo, é extamente isso o que a Acenpp

está fazendo. "O Norte Pioneiro está inserido no mapa mundial de produtores de café de qualidade, onde a dife-renciação aumenta o valor do produto. Inova-ção e qualidade são as ferramentas para gerar lucros", afirma.

Ao falar sobre "Pós colheita e qualidade do café", o Dr. Flávio Meira Borem, da Univer-sidade Federal de Lavras, fez questão de para-benizar os produtores que receberam prêmios de qualidade. "O que vou dizer aqui já foi rea-lizado por esses produ-tores. Isso revela que o caminho está traçado de forma correta, o que falta é ampliar o número de associados para que todos se beneficiem", recomen-dou. Borem disse ainda que "qualidade não é para poucos, mas para todos aqueles que acreditam ser possível fazer um café melhor e que acreditam em sua capacidade de fazer gestão", provocou. "O que vem primeiro, o bom preço ou a boa qualidade? Vou esperar o preço melhorar para fazer qualidade? Não, é a qualidade que tem que ser feita primeiro, porque quando os preços

melhorarem vocês terão o produto para vender. Muito está se perdendo em dinheio ao produzir baixa qualidade, defeito, bebida estragada, frutos estragados", advertiu.

Pa r a Edua r do Sampaio, da UTZ Certi-fied, que discorreu sobre

os "Impactos da cert i-ficação na produção e agregação de valor na cafeicultura", produzir, colher e manter a quali-dade que sai da árvore, são os desafios a serem enfrentados e a Acenpp já possui grupos de cafe-icultores buscando a cer-

tificação 4C e UTZ. "Dez por cento dos cafés do mundo são certificados. Para certificar, o produtor tem que empregar a boa gestão. Os grandes com-pradores querem, com a certificação, garantir o fornecimento, pois eles sabem que sem gestão o produtor não sobrevive". Confira, a seguir, um resumo do que foi dito pelos palestrantes na Ficafé 2010.

Especialistas traçam cenário promissor para a cafeicultura do Norte PioneiroSérie de palestras ministradas na Ficafé 2010 apontam para acerto do Programa traçado pela Acenpp

Palestrantes de alto nível avaliam positivamente o trabalho da Acenpp e parceiros, como o Sebrae, Faep, Emater e Iapar.

As palestras podem ser vistas na íntegra, em video, no

endereço:www.noticiasagricolas.com.br

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O d i r e to r d a Acenpp, Eng.o Agrônomo Luiz Rober to Saldanha Rodrigues, abriu a pro-gramação da Ficafé com uma palestra motivacional em que destacou diversos fatores que devem ser observados para o sucesso do produtor na atividade cafeeira.

A missão proposta pela Acenpp - produzir e comercializar cafés especi-ais, com marca própria, para o mercado interno e externo, de forma organizada e sus-tentável, gerando renda e promovendo o desenvolvi-mento do norte Pioneiro do Paraná -, avalia Rodrigues, "hoje é palpável e factível, bem dirente de quando começamos em 2006", e destacou a importância dos parceiros da Associação na condução do Programa Cafés Especiais do Norte ioneiro do Paraná.

O que é café de qualidade?

Ninguém vai a uma agência comprar um trator com 86 defeitos, e se defeito fosse bom se chamaria atributo. O comprador busca uma máquina que tenha qualidades, atributos bons, e o mesmo ocorre com o café. O cafeicultor deve, portanto, oferecer um produto de alta qualidade ao mercado, e assim buscar a valorização de cada saca de café de qualidade produzida em sua lavoura. "O café do

Norte Pioneiro não vende mais defeito, vende atributo, tem uma descrição e todos sabemos o que estamos ven-dendo", constata. Exemplo disso são os preços médios obtidos nas vendas efetuadas durante a Ficafé 2009 - R$ 650 a saca.

Um dos principais problemas para a obtenção da qualidade do café no NP é a chuva abundante na época da colheita, ao con-trário dos concorrentes de outras regiões. Como não se pode brigar com a natureza, Rodrigues recomenda como solução o uso de tecnolo-gia, conhecimento, para o correto processamento. "Produzir cereja descascado facilita a secagem e mantém as boas características do café, e isso pode ser feito

por qualquer produtor, inde-pendente do tamanho da produção ou propriedade, pois há no mercado opções de equipamentos para todas as faixas", avisa.

O diferencial do Programa, sustenta Rodri-gues, reside no fato de que se leva o conhecimento para todos os associados, com-partilham-se informações e socializam-se os benefícios. Da mesma forma, o Pro-grama prega a sustentabili-dade da atividade. "Temos que tratar a lavoura, buscar um sistema produtivo que mantenha a longo prazo os recursos naturais, reduza os impactos ao meio ambiente (responsabilidade ambien-tal), e principalmente, que traga retorno financeiro ao produtor. Para isso temos

que ter uma gestão profis-sional, competente. A quali-dade do produto propicia a venda do café a preços bons que remuneram o produtor. E o associativismo é a forma de conseguirmos tudo isso. Temos que nos juntar para oferecer segurança alimen-tar, em sinal de respeito ao consumidor", que prega ainda uma atuação com responsabilidades social, isto é, tratar com respeito os trabalhadores e seus direitos. "Para produzir cafés de quali-dade temos que lembrar do CHA: conhecimento, habili-dade e atitude", resume. Rodrigues relata que em seis anos de atividade cafeeira na Fazenda Califórnia, onde emprega em média 100 funcionários, diversos treinamentos de qualifica-

ção da mão-de-obra foram ofertados em parceria com o Senar, com a entrega de 3 mil certificados, mostrando mais uma vez que pratica o que recomenda aos outros.

Qualidade e sustentabilidade

Para conquistar a sustentabilidade das lavou-ras é fundamental focar na produtividade, e isso se obtém com conhecimento, informação e tecnologia. "A Acenpp trouxe os conceitos e as oportunidades estão abertas, agora é hora de olhar para dentro da porteira e fazer a lição de casa", reco-menda o cafeicultor mais premiado do Paraná.

A seleção de mudas, certificadas, controladas, é o primeiro passo para uma cafeicultura sustentável. O planejamento do plantio, o preparo de solo, amostra-gem, sulcação, inserção de cultura intercalar para evitar erosão, análise de solo, correção das deficiências minerais e de acidez com a aplicação dos produtos recomendados por agrôno-mos ou técnicos agrícolas, manejo integrado de pragas, são a receita de Rodrigues para obter qualidade e lucro com a atividade. "Aplicar só o que for preciso, quando for preciso, é isso o que chamamos de lição de casa", explica. "É um processo, é um trabalho árduo, mas que recompensa o produtor", orgulha-se Rodrigues.

Associativismo, gestão, qualidade e sustentabilidadeA nova cafeicultura do Norte Pioneiro do Paraná

"Para fortalecer a cafeicultura em toda a região precisamos que outros cafeicultores se associem à Acenpp, e cada um sinta o mesmo orgulho que nós sentimos ao consolidar o

Norte Pioneiro como nova origem de cafés especiais do mundo".

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O Dr. Flávio Meira Borem, da Universidade Fe-deral de Lavras, parabenizou em sua palestra os produtores que receberam prêmios de qualidade presentes à Ficafé. "O que vou dizer aqui [na palestra] já foi realizado por esses produtores. Isso revela que o caminho está traçado de forma correta, o que falta é ampliar o número de associados para que todos se beneficiem", advogou. Para Borem, "qualidade não é para poucos, mas para todos aque-les que acreditam ser possível fazer um café melhor e que acreditam em sua capacidade de fazer gestão", provocou. "O que vem primeiro, o bom preço ou a boa qualidade? Vou esperar o preço melhorar para fazer qualidade? Não, é a qualidade que tem que ser feita primeiro, porque quando os preços melhorarem vocês terão o produto para vender. Muito está se perdendo em dinheio ao produzir baixa qualidade, defeito, bebida estragada, frutos estragados", advertiu.

O professor definiu qualidade como sendo uma propriedade, ou conjunto de atributos ou condição das coisas ou das pessoas capazes de se distinguirem umas das outras. "Os com-pradores estrangeiros e nacionais que estão na Ficafé têm exigências, querem um conjunto de valores, numa escala, que irá definir se o café atende ou não o que eles

procuram", ensina.

Manejo na pós colheita

O cafeicultor que não quiser estragar seu café tem que planejar a colheita,

alinhando esse trabalho em sintonia e articulado com o trabalho de pós colheita. Dividir a propriedade, separar as lavouras em partes, de

acordo com a cor do fruto e variedade do cafezal, observar a face da área em relação ao sol, todas essas são práticas que uniformizam a produção e permitem que os resultados sejam próximos aos obtidos

em anos anteriores. "Às vezes ecomiza-se R$ 50, R$ 60 na colheita e perde-se no terreiro R$ 100, no preço final de venda, porque se

colheu mais do que a capaci-dade de manejo, secagem e armazenamento adequado do produto". Qualidade, na visão de Borem, não é vai-dade, mas uma ferramenta para melhorar as finanças do negócio.

O Norte Pioneiro tem as condições geográficas e climáticas ideais para que o fruto amadureça e produza maior quantidade de açúcar, que influencia no sabor do café. O mercado já reco-nhece essas características. "Não se deve misturar os frutos de lavouras adensadas com outra mais ensolarada, porque as condições de micro-clima são importantes na definição das caracterís-ticas e um pode influenciar negativamente o outro. Se a lavoura é diferente, o café é diferente", conclui. Para

saber de onde vem os cafés melhores, a recomendação é o rastreamento. "Trate essa lavoura com maiores cuidados que o que já é bom ficará melhor".

Custos e preçode venda

Até a colheita os custos do café commo-dity e especiais são iguais. É na pós colheita que se torna necessário comparar os custos das operações e o preço final obtido pelo produto para saber até que ponto a relação custo/benefício é positiva para o cafeicultor.

Borem elaborou um software [programa de computação], o SW Fa-ctory, para fazer os cálculos de forma automatizada e facilitar a tomada de decisão. Com o sistema rodando, é preciso apenas inserir todas as informações solicitadas para se chegar ao resultado da análise. Ele apresenta o valor médio dos custos de pós colheita para os cafés natural, descascado, desmucilado e despolpado. Um caso real apresentado na palestra demonstrou que se agregou R$ 20 por saca ao preço final do café, descascando-o.

As recomendações e estudos realizados pelo professor estão disponíveis em livro de sua autoria, que pode ser encomendado pela internet no endereço www.editora.ufla.br.

Pós colheita e qualidade do café

Dr. Flávio Meira Borem, Universidade Federal de Lavras

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A palestra de João Peres Romero mostrou dados que apontam para um cenário extrema-mente positivo para a cafei cultura brasileira. O Brasil é líder mundial na produção e é responsável por 32% do mercado mundial de café. "Somos altamente competitivos na produção mas temos que diminuir custos para aumentar a lucratividade", disse o enge-nheiro agrônomo, baseado em dados da Organização Internacional do Café (OIC). A previsão para o futuro do mercado do café brasileiro é excelente, mas é preciso melhorar aspectos de co-mercialização, já que o País é o que vende seu produto com menor preço entre os principais concorrentes em relação ao preço base da Bolsa de Nova York. "Nossos concorren tes sabem vender melhor que a gente ou têm um café melhor que o nosso? Pre-

cisamos aprender a vender melhor, e iniciativas

como a s

que a Acenpp está

desenvolvendo, a par-ticipação de todos aqui, demonstra o interesse em melhorar aspectos que vão da qualidade a ferramen-tas de marketing e novas formas de comercialização. Esse é o caminho", elogiou Romero.

O ot imismo do palestrante se alicerça no fato de que o Brasil tem as melhores condições de solo, clima e tecnologia de produção do café. Romero citou como exemplos os tra-balhos e pesquisas que pos-sibilitam hoje que a planta busque água e nutrientes em profundidade do solo que atinge até 2,20 metros. "Ganhamos muito terreno com isso e vamos me-lhorar ainda mais. Plantas com raízes mais profundas contribuem para a susten-tabilidade do negócio, pois resistem melhor a proble-mas de seca e recicla nutri-

entes no subsolo", explica. Outra inovação é o uso de massa verde para proteger o solo do sol e do excesso de chuva (erosão). "A massa orgânica substitui alguns

fertilizantes como o potás-sio, gerando economia.

Hoje o solo é tratado como um ambiente vivo", afirma Romero, que entende ser necessário ao produtor que-brar paradigmas, encontrar meios de fazer melhor, fazer diferente, inovar.

ConcorrênciaOs países produ-

tores de café que podem ser considerados concorrentes do brasileiro enfrentam, cada vez com maior intensi-dade, fenômenos climáticos que afetam sobremaneira a atividade agropecuária. Isso

tem provocado escassez de alguns produtos agrícolas no mundo, inclusive café.

Consumo crescenteO consumo mun-

dial de café sobe à taxa de 2,4% ao ano, o que é con-siderado positivo por João Peres Romero. O aumento do consumo implica em dizer que produto de quali-dade tem mercado garan-t ido a preços remune-ratórios, propocionando segurança ao cafeicultor que optar por investir na melhoria da atividade.

Nos países ricos (Estados Unidos e Europa) o consumo cresce pouco por conta da situação econômico-financeira de muitos países, abalados com a crise de 2008. Nos

mercados emergente s, entretanto, o consumo vem crescendo significati-vamente, o mesmo ocor-rendo nos países produ-tores - Brasil inclusive. Prova disso é o crescimento em 20% das vendas de máquinas para a indústria do café.

Por outro lado, a venda de café espresso no Bras i l subiu 37%. Muitos consumidores estão fazendo espresso em casa "e esse é um dado bom porque esse tipo de café é feito com produto de quali-dade", lembra Romero. "O café gelado também ganha espaço, substituindo refrig-erantes. Hoje, 20% do con-sumo americano é desse tipo", revela.

Competitividade do café e do cafezinho brasileiros

Eng. Agrônomo João Peres Romero - Representante da EISA - Romero Consulting

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O Norte Pioneiro tem o seu lugar no mer-cado de café e a expec-tativa é de crescimento. Essa é a opinião do engenheiro agrônomo Humberto Chacur, que proferiu palestra sobre os cenários da cafeicul-tura para a safra 2010 - 2011.

Chacur sustenta sua opinião no fato de que a cafeicultura da Região está enquadrada no perfil adequado das propriedades produto-ras, pequenas e competi-tivas, com uso intensivo de mão de obra fami-liar e diversificação da produção. "Vocês têm espaço garant ido, só precisam seguir no foco e manter o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Acenpp, apostando na qualidade, diferencia-ção do produto, técnicas de gerenciamento, inova-ção, uso de tecnologias modernas e certificação das propriedades", ilus-trou Chacur.

A certificação de propriedades pelo Código Comum da Comu-nidade Cafeeira (4C), avaliou o palestrante, abriu as portas para os cafés especiais do Norte Pioneiro conquistarem melhores preços e deu

liquidez ao produto. "A Acenpp passou a vender café para a EISA graças ao 4C. Agora é preciso avançar, melhorar, buscar alternativas para diminuir custos e agregar valor ao produto. Certificação nada mais é do que con-trole e profissionalismo", re sume o agrônomo. "Qualidade já há, vocês já sabem produzir café de qualidade, e os selos de certificação são um aval importante", atesta.

C h a c u r c o m -partilha da opinião dos

demais palestrantes da Ficafé em rela-ção ao cenár io favorável para a cafeicultura nacio-nal. "O que pode servir de exemplo para nós em rela-ção à Colômbia é que lá a cafeicultura é baseada em pequenos produtores que tra-balham qualidade. E isso vocês estão fazendo aqui com muito sucesso", elogia.

Cenários da cafeicultura safra 2010 - 2011

Eng. Agrônomo Humberto Chacur - Representante da EISA

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O Dr. Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras (MG), é adepto da mecanização da lavoura cafeeira e deixou isso claro em sua palestra, proferida na Ficafé 2010. O trabalho que a máquina executa custa muito menos, excluindo-se os custos ini-ciais de aquisição, e não existe mais mão de obra disponível. "Com o desenvol-vimento econômico do país há muita oferta de trabalho nas cidades, aumentando ainda mais a dificuldade em conseguir trabalhadores para as lavouras", lembra o pro-fessor. Por isso, recomenda, "será necessário mecanizar ou semi-mecanizar ao menos a colheita", em virtude do intensivo uso do trabalho braçal. "Entre 25 e 35% de toda a mão de obra em-pregada no processo produ-tivo se dá na colheita. E ela representa 40% de todo o custo de produção de uma saca de café", estima Silva, "além de apresentar reflexos diretos na qualidade da

bebida", arremata.S i l va enumera

como vantagens da colheita mecanizada o menor custo operacional, maior rapidez (pode ser extendida a 15 horas de trabalho por dia em dois turnos com as máqui-

nas, liberando a planta mais cedo para reenfolhamento e, consequentemente, me-lhorando a produtividade da safra seguinte), maior eficiência da mão-de-obra, manutenção da qualidade do café. "Depois de colhido, a qualidade do café só pode piorar, então tem que colher rápido", avisa.

Além da colheita, várias operações de manejo são mecanizáveis. "O mato é controlado com roça-deiras, trincha (triturar), carneiros para brachiaria. Não se usa mais rapar o solo com enchada, porque é preciso aumentar a matéria

orgânica no cafezal. Mato agora é um agregado para manutenção da fertilidade e proteção do solo contra erosão", ensina Silva. "Há máquinas que fazem a trituração, o arruamento e varrição sob a planta na mesma operação (sopra vento). Assim, cria-se uma capa sobre o solo que retém a umidade e facilita a reti-rada do café que vai ao chão. A Aranha, por exemplo, é uma varredora que opera a 5 km por hora e retira o café que está grudado ao solo, com modelos adequados para café convencional e café adensado".

Gestão da mecanização Gerenciar a mecanização, no entanto, é fundamental para o sucesso da iniciativa, recomenda o professor Fábio Moreira da Silva. "É preciso lembrar do planejamento da colheita, para não colher tão rápido que não seja pos-sível secar, descascar, enfim, manejar a pós-colheita", destaca Silva.

A redução de custos da colheita mecânica, em relação à manual, se situa na faixa de 39% a 47% menor em Minas Gerais. Com a semimecanização, a economia é menor, mas ainda significativa - entre 33 a 35%.

Mecanização da Lavoura Cafeeira

Dr. Fábio Moreira da Silva, Universidade Federal de Lavras

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O produtor de café e consultor da UTZ Certified, Eduardo Sampaio, abriu sua palestra lembrando que nos últimos 40 anos vem se consolidando a consciência de que é preciso observar, nas atividades produtivas, não apenas seu caráter econômico como também o social e ambiental. Garantir que essa preocupação esteja presente nas propriedades cer t ificadas é uma das atribuições da certificadora UTZ.

Maior programa de cer t ificação de café do mundo, a UTZ criou um mercado transparente e aberto para os produtos agrícolas, no qual o cafeicul-tor certificado vende seu produto a um comprador registrado, e eles negociam os detalhes do contrato e concordam explicitamente a respeito do prêmio (valor acima da cotação) que será pago em virtude da existên-cia do selo de certificação. O programa oferece segurança às partes e a toda a cadeia de café, sobre a produção e o fornecimento de café responsável para mercados competitivos. O selo de certificação responde a duas questões importantes para a cadeia global de café: onde (rastreabilidade) e como foi produzido (processos adota-dos). Com seu detalhado Código de Conduta, o pro-grama oferece uma garantia independente de produção

e fornecimento sustentáveis, assim como rastreabilidade online, em tempo real, dos produtos agrícolas até sua origem.

Obter lucro, porém, é o requisito número um para que a cafeicultura ou outra atividade produtiva possa ser considerada sustentável. Para isso os selos têm que ser reconhecidos no exterior e proporcionar diminuição dos custos de produção, por meio da melhoria dos procedimentos gerenciais (gestão).Transparência e consciência dos produtores

Qualidade tem que

ser resultado de implemen-tação de gestão, é preciso ser eficiente. Agindo assim, o bom cenário e os bons preços do café no mercado internacional se sustentarão por um período maior, até porque a produção mundial não está gerando exce-dentes. Exemplo disso é a Starbucks, que não com-prava café no Brasil e hoje respondemos por um terço das compras dessa que é uma das maiores redes de cafeterias do planeta.

Qualidade valorizadaNo mundo inteiro, o

conceito dos consumidores relativo à qualidade de café

está se expandindo. O sabor é importante, mas cada vez mais também são levadas em consideração as condições nas quais o café foi produzido. Da mesma forma, a legislação alimentar na Europa, nos Estados Unidos e no Japão está mudando no sentido de exigir transparência das origens e rastreabilidade do produto final. "O Brasil é o maior exportador de cafés sustentáveis do mundo, tem a maior produção média por hectare e é o que ganha mais na relação da lucratividade em dólares obtidos a título de receita, bem como somos o País que faz o mais inteli-

gente uso da terra", revela Sampaio. Para ele, o café ainda ocupa a primeira colocação em susten-tabili-dade para p e q u e -nas pro-p r i e -

dades, de 0 a 20 hec-tares.

***Mais informações podem ser obtidas na inter-net, no endereço http://www.utzcertified.org

Impactos da certificação na produção e agregação de valor na cafeicultura

Eduardo Sampaio, da UTZ Certified

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Depois de se afastar por seis anos da cafei-cultura, o produtor João Figueiredo, de Santa Amélia, resolveu arrega-çar as mangas e reformular tudo. Iniciou a renovação de 30% de seu cafezal, inscreveu-se no Curso de Gestão da Acenpp - já havia participado do Programa D'Olho na Qualidade - e está certificando a proprie-dade com o selo Código Comum da Comunidade Cafeeira (4C). Seu objetivo é produzir no mínimo 30% de café bebida mole em sua lavoura e obter cafés com pontutação suficiente para participar da Ficafé 2011, onde as sacas expostas podem receber ofer tas de comercialização por valores superiores a R$ 1 mil cada.

Membro de uma família produtora de

café há mais de 40 anos,

Figueiredo conta que se afastou da atividade por razões finan-ceiras. Descaptalizado,

ficou sem recursos para investir no negócio. Outro mot ivo apontado pelo agricultor foi o descrédito das cooperativas, muitas das quais quebraram nas décadas de 1980 e 1990, deixando os cooperados no prejuízo.

Est imulado pelo primo Ronaldo Casado

F i g u e i r e d o (Abat iá ) , que

integra a direto-

ria da

Acenpp, João está moni- t o -rando de perto o cafezal de

70 mil árvores distribuídas em uma área de 12 hect-ares. O café mais novo da propriedade tem três anos e cuidados básicos foram observados desde o plan-tio. "Fiz análise do solo, dividi as plantas em talhões e pretendo despolpar o café para obter qualidade superior", revela. Outros investimentos importantes, segundo o produtor, são a implantação de terreiro suspenso para secar o produto, no sistema de estufa, e a semimecaniza-ção da colheita com a utilização de derriçadeiras motorizadas. "Hoje separa-mos até o lixo na proprie-

dade em atenção às normas ambientais e sociais, graças à conscientização propor-cionada pela certificação 4C", reconhece Figueiredo, que ainda não se filiou à Acenpp.

João Figueiredo recomenda aos colegas uma nova postura. "A cabeça do produtor tem que ser trabalhada para deixar de lado esse tipo de descon-fiança, ele precisa acreditar mais em si próprio e nos benefícios proporcionados pelo profissionalismo no gerenciamento das pro-priedades. Este ano vou me filiar à Associação", garante.

Antes da adoção das prát icas modernas de produção 75% do café produzido por João Figueiredo era classificado como bebida dura tipo 6, de baixo valor. "Sem lucro não tem cafeicul-tor que resista. Antes eu achava que a culpa pelos problemas do setor eram dos outros e hoje percebo que o problema estava em mim, nas minhas atitudes. As oportunidades de ganho estão abertas para quem quiser aproveitar, porque hoje o café de qualidade tem valor e é disputado no mercado", conclui.

Cafeicultor muda conceitos e profissionaliza atividadeObjetivo é alcançar qualidade para expor na Ficafé 2011

João Figueiredo e Odemir Capello: produtor quer participar como expositor na próxima edição da Feira.

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Os lotes de café comercializados durante a Feira Internacional de Cafés Especiais do No r t e P i one i ro do Paraná obtiveram valores expressivos que com-provam, uma vez mais, que produzir qualidade dá lucro.

O recordista da edição 2010 da Ficafé foi um pequeno produ-tor - Augusto Serafim - de Ribeirão Claro, que cultiva dez alqueires de cafeeiros. Seu lote, com-posto de duas sacas, foi vendido por R$ 2 mil, ou R$ 1 mil cada saca. A compradora foi Geórgia de Souza, proprietária da Lucca Cafés Especiais, sediada em Curitiba.

A C a f e t e r i a adquiriu outros cinco lotes, dos quais três foram arrematados a R$ 650 e dois a R$ 550. Os felizes vendedores foram Johann Nick, de Tomaz-ina (10 sacas); Luis Fer-nando de Andrade Leite, de Nova Fátima; Luiz Boraneli, de Curiúva; Orlando Von Der Osten, de Cornélio Procópio; e Nobert Gammerschlag, de Santa Mariana.

Augusto Serafim produz café há quase 50 anos e há um ano resolveu

investir na produção de cafés especiais. “Estou muito contente com esse resultado. Sem o apoio da Acenpp, Emater e Sebrae não poderia estar comemorando essa conquista. Recomendo a todos os cafeicultores buscarem conhecimento e diferenciação da sua produção. Esse é o caminho”, prescreve o produtor.

O gerente nacio-nal da Unidade de Inova-ção e Acesso à Tecnologia

do Sebrae, Paulo Alvim, esteve presente à Ficafé e comentou, durante o evento, que a proposta da entidade em elevar a competit ividade dos produtores de café por meio de investimentos em diferenciação, seja por meio de obtenção de certificações ou pro-cessos de Identificação Geográfica (IG), foi acer-tada. “Atualmente, o Sebrae apoia grupos de cafeicultores no Paraná, Minas Gerais, São Paulo,

Espírito Santo e Bahia. Para 2011, pretendemos unificar as soluções volta-das para a produção de cafés especiais, de forma que o Brasil tenha visibili-dade nacional e interna-cional. O Brasil precisa ser reconhecido como um produtor de qualidade e de quantidade de café”, argumenta.

O presidente da Acenpp comemora as conquistas já alcançadas, mas enfatiza que ainda há muito trabalho a ser feito

para que o Norte Pio-neiro avance ainda mais na produção de cafés de qualidade. “O Norte Pioneiro tem condições de ofertar produtos de altíssima qualidade. O jogo só começou. Temos um grande avanço pela frente para levar o nome do Norte Pioneiro para todo o mundo como região de origem de qualidade de café. Ese processo denominamos evo lução cont ínua” , explica o dirigente.

Saca de café atinge valor de R$ 1 mil na FicaféConhecimento e diferenciação do produto são características comuns aos produtores

Augusto Serafim, de Ribeirão Claro, provou que o pequeno produtor pode - e deve - buscar a qualidade do café. Ele recebeu o maior valor pago por um lote na Ficafé 2010

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O consultor espe-cializado em cafés espe-ciais, Ensei Uejo Neto, conduziu durante a Ficafé rodadas de degustação comentada. O especialista avaliou oito amostras de cafés do Norte Pioneiro do Paraná que alcançaram as notas mais altas, de acordo com a tabela de critérios da Specialty Coffee Associa-tion of America (SCAA). Compradores, aprecia-dores de café e produtores acompanharam as apre-sentações.

Ensei Neto iden-tificou cada lote avaliado, a propriedade de origem da bebida, a altitude da propriedade e a variedade do café. Logo após, os par-ticipantes receberam uma amostra e foram orienta-dos a fazer uma avaliação

sensorial antes de provar a bebida. Paralelamente, o especialista descreveu os atributos de cada bebida provada, como aroma, sabor, acidez, corpo, finalização e equilíbrio. O especialista julgou as bebidas numa escala indi-cativa, que variou entre fraco, médio e intenso. “O café realmente depende de características geográ-f icas e da variedade, mas o toque do homem pode transformar tudo. A degustação comentada tem uma função didática e visa difundir conhecimen-tos e formar consumidores mais críticos e exigentes”, explicou Ensei.

Depois de pro-varem e conhecerem as oito amostras de café, os participantes foram con-

vidados a refazer a prova para avaliar as bebidas em temperatura mais baixa. “A bebida morna pode ser per-

cebida com mais riqueza. Quanto mais fresco for o café, melhor. Cada safra gera um café diferenciado”, ensina o consultor.

Rogé r io A lve s Silva, único juiz autorizado pela SCAA na região sul do País, ensina que os atributos do café depen-dem de vários fatores como plantio, manejo, aduba-ção, uso de fertilizantes, questões climáticas, co-lheita, secagem dos grãos e outros procedimentos pós-colheita. “Um café especial não ocorre ao acaso. É preciso todo um planejamento por parte do produtor para se pro-duzir um café de elevada qualidade”, frisa. Uma lavoura mal nutrida reflete diretamente na qualidade

do café, esclarece Silva. “Essa é uma cultura com-plexa. Às vezes, a casca do café está madura e o fruto está verde. A adstringên-cia, causada normalmente quando a planta pula ciclo, pode transformar uma bebida mole em dura”, destaca o juiz.

A Ficafé 2010 disponibilizou para co-mercialização, ao todo, 44 lotes de cafés especiais com notas que variaram de 84 a 89,5, média superior às obtidas nas edições anteriores da Feira realiza-das em 2008 e 2009. "Isso é fruto do aprendizado, pelo qual os cafeicultores estão absorvendo conheci-mento para melhorar cada vez mais seu produto", conclui o juiz.

Degustação comentada: é preciso conhecer o café em detalhes

Victor Bolea, barista espanhol, participa de degustação comentada por Ensei Neto

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O Ca f é Ca sa Ve r d e , t r a d i c i o n a l empresa de tor refação e empacotamento de café da região, par t ici-pou pela pr imeira vez da Ficafé em 2010. Logo na e stré ia, foi r e s p o n s á v e l p e l a a q u i s i ç ã o d e d o i s lote s de cafés e spe-cia is produzidos por Rona ldo F igue i redo ( A b a t i á ) e Va g n e r Coelho (Nova Fát ima). " Fo r a m a d q u i r i d a s quatro sacas, ao custo unitár io de R$ 1,010 mi l . A l ém do Ca fé Casa Verde, a empresa também trabalha com a marca Café Morato, ambas com a mesma qua l i d a d e d e c a f é , só muda a nomen-clatura", conta João Car va lho , que e s t á

no ramo de sde 1967, quando fundou o Café Siqueirense.

A e m p r e s a fam i l i a r é admi n i s -trada pelo "Seu João", como é conhecido o p rop r i e t á r i o e f un -dador do Café Casa Verde, que conta com o aux í l i o do s do i s f i lhos - Eugenio Anto-nio e João Bat ista, o Joãozinho.

Na avaliação de Carvalho, a Ficafé foi uma grata surpre sa, pois a lém de muito bem organizada, teve a p a r t i c i p a ç ã o d e cafeicul tore s dedica-dos à pro dução de c a f é s d e e x c e l en t e q u a l i d a d e . " O t r a -ba l ho de senvo l v i do pe la Assoc iação de Ca fé s Espec i a i s do

N o r t e P i o n e i ro d o Paraná veio em ót ima hora. De sper tou um e s t ímu lo no produ-tor para que ele pro-duza um café melhor e possibi l i te que as e m p r e s a s t a m b é m façam uma industr i -a l ização melhor, para termos um produto de ót ima qualidade", re s-sa l ta. "Ant igamente", p ro s s egue , " e x i s t i a m u i t o p r e c o n c e i t o com a região", lembra C a r v a l h o . " F e l i z -men t e , ho j e no s s o produto é bem v isto nos grande s centros. A área de atuação do Café Casa Verde é basicamente o Nor te Pioneiro, mas somos mu i to b em a c e i to s nas praças onde atu-amos", f inal iza.

Café Casa Verde investe na qualidadeEmpresa adquire dois lotes de cafés especiais na Ficafé

O ge ren t e d a Re g i o n a l N o r t e d o Sebrae Paraná, Hever-son Feliciano, enfat iza que os produtores são a razão de todo o tra-balho que a ent idade de senvo l ve no P ro -grama Cafés Especiais do Norte Pioneiro. Para Feliciano, o su-cesso da nova cafe icu l tura

reg iona l de ve - se ao c onhe c imen to e ao a s soc i a t i v i smo . "No passado, a taxa de suc-esso das micro e peque-nas empresas aber tas, após dois anos, era de apenas 20% e a de insuce sso chegava a 80%. Atualmente, houve uma inversão e 75% das micro e pequenas

empresas const ituídas são bem-sucedidas. A razão dessa mudança ampara-se em duas que stõe s: busca de conhecimento e coo-peração. E esses são os mot ivos do suc-esso da cafeicultura do Nor te Pioneiro", avalia o gerente do Sebrae.

Sebrae confia no Associativismo

João Carvalho, experiência de 44 anos no mercado de café.

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A Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) apresentou o Plano de Revi-talização da Cafeicultura, encaminhado ao governo do Estado, na Audiência Pública da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, realizada sexta-feira (dia 1.o/4) em Santo Antonio da Platina, para reivindicar apoio parlamentar para sua implantação. "Fizemos nossa parte, estudamos, elabora-mos a proposta, sabemos o que precisa ser feito, mas precisamos que isso chegue ao pequeno produtor. Para tanto, é preciso mais gente ajudando", disse o diretor da Associação, Luiz Roberto Saldanha Rodrigues.

O Plano de Revi-talização da Cafeicultura é um trabalho realizado em conjunto por entidades e organismos estatais como o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto

Emater, Federação da Agri-cultura do Estado do Paraná (FAEP), Secretaria de Estado da Agricultura e Abasteci-mento (SEAB), Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR), e Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e tem mais de 50 páginas estruturando todos os aspectos que devem ser observados e trabalhados para a melhoria da cafeicul-tura no Estado e no Norte Pioneiro do Paraná.

"O momento é agora e para a cafeicultura temos a tecnologia, conhecimento, queremos que os pequenos e médios produtores tenham o apoio necessário para retomar a atividade", reivin-dicou Rodrigues. Ele lembrou que o Paraná já foi o maior produtor de café do Brasil e do mundo, mas desde o ano 2000 experimenta sensível diminuição da área plantada. "Tínhamos 185 mil hectares cultivados no início do século

e apenas 83 mil hectares em 2010. Ainda assim, há 12 mil cafeicultores, que geram um emprego direto em cada hectare, gerando 85 mil empregos além das 12 mil famílias que vivem diretamente desta atividade", relatou.

Na avaliação da Acenpp, o Paraná não se preparou para o bom momento que vive a cafeicul-tura, que devido à redução dos estoques mundiais, experimenta uma alta consi-derável dos preços no mer-cado nacional e internacional. "O mundo hoje valoriza o café de qualidade e precisamos realizar uma mudança com-portamental para aproveitar-mos esse mercado", frisa.

DemandasA Acenpp elaborou

uma relação de dez providên-cias que considera prioritárias para o desenvolvimento da nova cafeicultura do Norte

Pioneiro. A primeira delas seria a renegociação e par-celamento do endividamento agrícola para que o produtor tenha capacidade de inves-timento. De acordo com Rodrigues, "é preciso investir em pós-colheita, e produtor endividado não tem como investir", compara. Outra necessidade financeira diz respeito ao custeio e inves-timentos para renovação ou readequação das lavouras. Sem isso, é praticamente impossível mecanizar a cafeicultura, que carece de mão-de-obra especializada. Ampliação do orçamento do Programa de Subven-ção Estadual ao Prêmio do Seguro Rural, alocado no Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), encerra a questão de crédito. "O café é uma cultura perene, de longo prazo, e o produtor quer segurança para o retorno dos investimentos".

A implantação de novas áreas no processo de diversificação, utilizando modelos tecnológicos reco-mendados pela pesquisa para as propriedades para-naenses, que garanta recur-sos para plantios, aquisição de máquinas e equipamentos para colheita, processa-mento, secagem e armaze-namento está entre as preo-cupações dos cafeicultores, assim como a realização de treinamentos para os trabalhadores, capacitação de produtores e aperfeiçoa-mento dos técnicos do setor. Rodrigues enfatizou que, na agricultura moderna,

"conhecimento investido por unidade de área é igual a rentabilidade". Ele defendeu que sejam dadas as condições para que o Instituto Emater e o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) levem essa nova visão aos produtores.

Para que esses órgãos dêem conta da tarefa eles precisarão contratar técnicos para pesquisa e téc-nicos para a extensão rural, pois "sem gente batendo car-reador não vamos consolidar o processo", argumenta.

Comercialização e Armazenagem

Um dos gargalos da cafeicult ira regional, curiosamente, é a falta de estrutura de armazena-mento. A Acenpp pede a contratação de técnicos para esse setor, pelo sistema oficial. "O Norte Pioneiro ainda representa metade da área de café do Estado, mas os 7,5 mil produtores não contam com armazém oficial. Em Jacarezinho há um armazém excelente mas que está parado, perten-cente à Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], enquanto precisamos rodar 300 km pra armazenar o café", critica o representante da Acenpp.

A região carece ainda de instrumentos de comercialização, para que o produtor não seja forçado a vender o produto durante a safra. Sem esses instru-mentos, transfere-se a renda dos 15 mil cafeicultores do Paraná aos intermediários.

Plano de Revitalização da Cafeicultura é encaminhado ao GovernoAcenpp apresenta propostas dos produtores em Audiência Pública

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Os cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná contam com uma nova coo-perativa para atuar de forma efetiva na comercialização de cafés finos para os mercados interno e externo. Criada no dia 12 de abril, a Coopera-tiva de Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do Paraná - Cocenpp, é pre-sidida por Luiz Fernando de Andrade Leite, que até então vinha presidindo a Associa-ção de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP).

Os objet ivos da Cooperativa de Cafeicul-tores, além de facilitar a comercialização - pela pos-sibilidade de organização de lotes homogêneos de café através da padronizaçãoe emissão de notas fiscais de venda -, é possibilitar o ingresso dos produtores

na Certificação Fair Trade (Comércio Justo), na qual é obrigatória a organização dos cafeicultores por meio de cooperativas. "Há tempos vínhamos planejando a criação de uma cooperativa, como forma de viabilizar o comércio de nossos cafés. Isso não era possível com a Acenpp, uma associação sem fins lucrativos", afirma Andrade Leite.

A Acenpp também elegeu nova diretoria. O engenheiro agrônomo e produtor rural Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, da Fazenda Califórnia, situada em Jacarezinho, foi eleito presidente por aclamação. A assembleia aconteceu na Câmara Municipal de Santo Antonio da Platina e contou com a presença de cerca de 50 associados.

A prioridade do

novo presidente da Acenpp é aumentar o número de associados. "Hoje temos um conhecimento e um reconhecimento que está sendo usufruído por poucos. Nosso objetivo é levar esses benefícios ao maior número possível de cafeicultores, que apenas na região do Norte Pioneiro, representam cerca de 7,5 mil proprietários rurais", revela Rodrigues.

Grupo unidoRodrigues substitui

Andrade Leite, em cujo man-dato foi realizado um grande trabalho que está revolucio-nando a cafeicultura nos 45 municípios da região. Even-tos como a Ficafé, treina-mentos e qualificação de produtores e funcionários, a participação efetiva em con-cursos de qualidade, entre outras ações propositivas, estão sendo possíveis graças à organização e às parcerias com entidades e órgãos técnicos governamentais, como FAEP, Sindicatos Rurais, Iapar, Emater, Seab, Ministério da Agricultura e prefeituras.

A Assembléia Geral de Constituição da Cocenpp foi presidida por Paulo José Buso Júnior e secretariada pelo consultor e agrônomo Adhemar Augusto Martins. Da ordem do dia, foram apro-vados a criação e os estatutos da Cooperativa, a eleição da Diretoria Executiva, do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal.

Rodrigues, Andrade Leite e Odemir Capello, con-

sultor do Sebrae em Jacare-zinho, apresentaram os obje-tivos e a forma de atuação da Cooperativa, assuntos amplamente debatidos em várias reuniões realizadas pelos membros da Comis-são de Organização, todos pertencentes aos quadros da Acenpp.

A forma de atuação será, a princípio, através de uma “Cooperativa Vir-tual”, sem sede própria, utilizando-se da estrutura organizacional da Associa-ção e terceirizando-se a pa-dronização do café através de parcerias, até que seja pos-sível constituir sede e estru-tura física de armazenagem e padronização próprias. Para isso, vários contatos estão sendo desenvolvidos, com algumas possibilidades já em andamento, inclusive o pleito do Armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), localizado em Jacarezinho, ou em instalação cedida por

Prefeitura Municipal na área de abrangência da Coopera-tiva - desde que atenda aos interesses dos cooperados, bem como a questões de logística do café.

Para a aquisição dos equipamentos de pa-dronização será proposta a cotização, entre os coo-perados, no ano de 2011, de acordo com o porte e posses de cada um, dos recursos necessários para a instalação dos equipamentos já a partir de 2012.

Buso Junior deter-minou que se fizesse a leitura do projeto de Estatuto Social elaborado pela Comissão de Constituição da Cooperativa, cujas cópias já haviam sido distribuídas previamente aos presentes. Finda a leitura, o Presidente submeteu-o, artigo por artigo, à apre-ciação e discussão dos pre-sentes e, em seguida a sua votação, sendo aprovado por unanimidade e sem emendas ou modificações.

Cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná contam com nova CooperativaObjetivo da Acenpp é tornar possível comercialização e certificação Fair Trade

Luiz Roberto sucederá Luiz Fernando na Presidencia da Acenpp

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Pessoas, empresas e instituições que fazem o sucesso da Ficafé e da Cafeicultura do Norte Pioneiro do Paraná

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Os cinco anos pas-sados desde a concepção do Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná revelaram para o País e o mundo que nesta região do Estado existem pessoas capazes de transformar, para melhor, a própria realidade. Sim, nós podemos, a partir das próprias experiências, do compartilhamento de conhecimentos, do trabalho conjunto em torno de um objetivo comum que com-bine as competências indivi-duais, definir um novo rumo e alavancar uma atividade de extrema importância como a cafeicultura a patamares infinitamente superiores.

Este é um verda-deiro Programa de Desen-volvimento que conta com o empenho, o comprometi-mento e a dedicação de um grande número de parceiros e produtores que revolucio-nam, a cada dia, essa impor-tante atividade econômica em 45 municípios.

Temos a convicção de que, uma vez mais, fize-mos a diferença, implanta-mos as bases para a nova cafeicultura do Paraná e os resultados são palpáveis e significativos.

O Sebrae Paraná, com o aval do Sebrae Nacio-nal, apoia e estimula a Asso-ciação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro na certeza de que o incansável trabalho que está sendo realizado faz toda a diferença na vida das pes-soas envolvidas no arranjo produtivo da cafeicultura, que congrega cafeicultores, empresas fornecedoras de máquinas, insumos e imple-mentos, órgãos de pesquisa e extensão, comércio e indús-tria de torrefação e moagem,

ao oferecer condições para que todos, ao adquir novos conhecimentos, ganhem poder de decisão sobre o seu futuro.

Inovação, qualidade, tecnologia, gestão, associa-tivismo, sustentabilidade, entre tantos conceitos, mais que palavras no vocabulário do dia-a-dia, passaram a fazer parte das ações efetivas do moderno produtor rural do Norte Pioneiro.

Nesse processo de desenvolvimento inúmeras pessoas estão sendo be-neficiadas sem terem, muitas vezes, a noção de que os ganhos obtidos são prove-nientes da iniciativa bem sucedida da Acenpp, do Sebrae e dos parceiros desse Programa que é referência em desenvolvimento local na região, no Paraná e no Brasil.

Todos nós rees-crevemos a história da cafeicultura paranaense, tão gloriosa no passado por sua enorme extensão, hoje reconhecida como a mais nova origem de cafés espe-ciais do País.

A profissionalização do produtor veio para ficar e

os resultados obtidos pelos cafeicultores nos diversos concursos de qualidade Brasil afora, a excelente pontuação alcançada pelos cafés do Norte Pioneiro, a elevação dos preços, as compras conjuntas, com ganhos financeiros reais, estão presentes para quem quiser ver.

Os próximos passos da Acenpp deverão se dar no sentido de ampliar o número de beneficiários, congregando cada vez mais produtores para que todos usufruam do trabalho pio-neiro até aqui desenvolvido. É assim que se desenvolve uma atividade econômica, com o desenvolvimento das pessoas, com aumento de renda nas propriedades, conhecimento e profissio-nalismo.

O Sebrae espera continuar a contar com a cooperação de todos os par-ceiros de negócios empenha-dos até aqui em contribuir para o sucesso da nova cafeicultura paranaense.

Norte Pioneiro é referência em desenvolvimento localPor Odemir Capello

Odemir Capello acredita no asociativismo como fator de promoção do desenvolvimento.

"É assim que se desenvolve uma atividade econômica, com o desenvolvimento das pessoas, com aumento de renda nas propriedades, conhecimento e profissionalismo."