Informativo Novo Tempo Junho 2011

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Informativo da Paróquia Nossa Senhora da Glória de junho 2011

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Palavra do Pároco

Novo Tempo2

Coração Intimidade EucaristiaContemple a imagem que

está na capa de nosso jornal. O discípulo recosta

sua cabeça sobre o peito de Jesus. Aprendera, aos poucos, a escutar o Coração do Mestre. Olhos abertos e, sobretudo, ouvidos atentos. Na verdade, o Coração de Jesus sempre pulsara no ritmo do amor em cada ato, a cada momento. Mesmo quando � cava tomado de ira – principalmente diante daqueles que também deveriam agir a partir do coração, pois conheciam a Lei de Deus, mas a tinham fossilizado em centenas de minuciosas regras que se constituíam em fardos pesados – fazia o apelo à mudança.

Venham e aprendam“Venham a mim, vocês todos que

estão cansados e sobrecarregados” (Mt 11, 28). Eis o convite que fazia ecoar ao pobre, ao enfermo, àquele que se sentia discriminado, à margem da religião vigente. E multidões acorriam a Ele e sempre encontravam um gesto de acolhida, uma palavra amiga, a cura para seus corações.

“Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). Sim, o discípulo amado aprendera a escutá-lo profundamente. Acompanhara-o em muitos momentos, alguns deles só reservados a ele, a Pedro e Tiago. A cada um, o Mestre chamara por um motivo especial. Se para Pedro e Tiago fora para que pudessem receber de sua autoridade, para ele, João, fora para comunicar a sua intimidade. E foi a intimidade que o levara a subir o calvário com o Senhor e permanecer de pé, junto à cruz.

Um caminho de amor e dorNa última Ceia, quando Jesus

instituiria o Sacramento do Amor, a Eucaristia, quem mais estaria

perto do Mestre, senão aquele que descobrira o caminho do coração? Sim, João vivenciou aquela última noite junto do Mestre de uma forma única. Por isso, dedica a ela nada mais, nada menos que cinco capítulos de seu Evangelho. Aquela noite fora fundamental para enfrentar os acontecimentos do dia seguinte: a paixão e morte do Senhor.

Isso não quer dizer que tenha sido fácil. No Getsêmani, também ele dormiu, quando deveria vigiar (Mt 26, 36-46). Certamente seu coração estava sobressaltado, num misto de angústia e medo. Como poderia aquilo acontecer? Como poderia aquela linda história de amor e dedicação terminar daquele jeito? Talvez o sono viera numa tentativa do inconsciente de vencer a tensão. Em horas como aquela, não dá para procurar uma simples explicação. Tudo � ca confuso e a mente e o coração cobertos por uma densa e escura nuvem.

Mas a lucidez do amor – que nem sempre é a lucidez da mente – o fez superar o medo. E ele, que recostara a cabeça no peito de seu Amado, acompanha a Virgem Mãe à cruz. “Este é meu Corpo que é entregue por vocês”, dissera Jesus. E ali estava o Corpo do seu Amigo e Senhor totalmente entregue, macerado por amor. “Este é cálice do meu Sangue que será derramado por vocês”. E João via, agora, cada gota do Sangue do Mestre caindo por terra, tingindo de vermelho o madeiro.

Eucaristia e CoraçãoCom João, a gente aprende que

não há como vivenciar o mistério da Eucaristia sem ouvir o Coração de Jesus. Eucaristia e Coração: inseparáveis realidades! Mas não é tão somente o Coração do Mestre; é também o coração do discípulo. Se você não encontra o Coração de Jesus não poderá percorrer de forma libertadora o caminho de seu próprio coração e, muito menos, tornar-se uma pessoa eucarística.

Meu desejo é que nos tornemos mais e mais, não só pessoas

eucarísticas, mas uma Paróquia eucarística. Tal foi a experiência de Afonso de Ligório e Geraldo Majela, nossos queridos santos redentoristas. Experimentaram em suas vidas estas realidades: Coração – Intimidade – Eucaristia – Igreja.

Intimidade e não intimismo. Uma intimidade que se comunica e, por isso, é Igreja, que aqui poderíamos de� nir como a Comunidade dos que querem viver na intimidade e da intimidade do Senhor.

Ser IgrejaComo Igreja, queremos acolher os

frutos do I Sínodo Arquidiocesano de nossa Arquidiocese. Queremos, como Paróquia, que eles se tornem, por sua vez, sementes que produzam frutos cem por um.

Como Igreja, é que anuncio minha entrada na Rádio Catedral, FM 102.3, a partir da quinta-feira, 30 de junho, sempre às quintas e sextas, das 15h20 às 17h, com o Programa “Falando direto ao seu coração”. E será no último dia do mês dedicado ao Coração de Jesus e véspera de sua Solenidade. Agradeço a Dom Gil Antônio por abrir esta porta já no primeiro encontro que tivemos, quando cheguei à Arquidiocese. Agradeço também ao Pe. Camilo, diretor da Rádio, pela acolhida fraterna.

Por tudo o que Deus tem feito entre nós e por tudo que vai fazer, louvo e bendigo o nome do Senhor!

Saúde e Paz!

Pe. Sérgio Luiz e Silva, CSsR.Twitter: @padresergioluiz

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Caminhada SinodalA tradicional festa de Santo Antônio do cor-

rente ano se reveste de novidades impor-tantes e interessantes. No aspecto litúrgico,

conta com uma procissão inédita, pois, pela primei-ra vez, a multidão de � éis percorrerá a Avenida Rio Branco, do Seminário (Alto dos Passos) até à Cate-dral, levando a nova e linda imagem de Santo An-tônio, vinda da Itália, precisamente do Santuário de Pádua, onde viveu nosso Padroeiro no século XVIII. Cada � el levará à mão uma vela acesa o que promete criar um ambiente de beleza e simbolismo pascal. Ao chegar à Catedral, será celebrado o ato princi-pal que é a Eucaristia, com a Missa Campal, cantada pelo povo. Tal celebração tem como � nalidade dar conclusão ao I Sínodo Arquidiocesano, que vem sendo celebrado desde 2009. Será promulgado o Documento Sinodal com expressivas indicações de otimização da ação da Igreja em Juiz de Fora. Para alegria de todos, às 15 horas, será abençoada a pe-dra fundamental do novo edifício da Cúria Metro-politana, ao pátio dianteiro do Seminário.

Caminhar juntos: eis a tradução mais exata da pa-lavra ‘sínodo’, termo originário do idioma helênico. Ao lançar o DOCUMENTO SINODAL de nossa Arquidiocese de Juiz de Fora, após a caminhada de um ano e meio de intensas atividades envolvendo nossas comunidades, em oração, re� exão e variadas sessões sinodais, a primeira sensação que nos vem é que, antes mesmo de pensar na missão, � cou bem marcada no coração de nosso povo, a forma de reali-zá-la: caminhar juntos. Isto é força que vem do alto, é o desejo mais íntimo do Senhor, expresso na sua oração sacerdotal: “Pai, que todos sejam um, como eu e Tu, para que o mundo creia.” (cf. Jo.17,21)

Na verdade, o sucesso de nossa missão está não tanto nas técnicas e nos organismos pastorais, mas na maneira de agir indicada pelo Senhor, que se traduz na união com Deus e com o próximo. Jesus é um com o Pai, por isso está sempre em oração e é um com os discípulos, pois os mantém unidos e

lhes garante: “Onde dois ou mais estão unidos em meu nome, eu estarei no meio deles.”(Mt.18,20)

Na caminhada sinodal de dezoito meses, percorridos desde o dia 13 de dezem-bro de 2009 até a data de 13 de junho de 2011, é perceptível que o nosso povo percebeu a proposta de união.

A união com Deus e com o próximo vence todos os desa� os pastorais e pessoais. A união é fruto do man-damento novo: “O que eu vos mando é que vos amais uns aos outros como eu vos amei” (Jo. 15,12).

A caminhada sinodal nos revelou que na missão e na vida temos e teremos muitos desa� os, proble-mas e até mesmo preocupações e tantos outros sen-timentos negativos. Mas tudo isso é menor que a força de oração e de amor.

Na caminhada sinodal, � zemos a experiência dos discípulos de Emaús que andavam preocupados, tris-tes e em certas horas até desencorajados, mas, que não foram abandonados por Cristo que estava com eles em todo momento. Era Jesus, em sua pessoa, res-suscitado, vencedor do pecado e da morte. Os dis-cípulos tiveram a certeza da presença viva de Cristo (Eucaristia) e recobraram seu ânimo, sua alegria, sua disposição e seu entusiamo para com a missão.

Assim, ao � nal desta jornada constatamos a alegria de quem trabalhou e viveu o Sínodo. Redescobri-mos: o bom é caminhar juntos, superando todo de-sa� o, sem ter no coração nenhum rancor ou outro qualquer sentimento que nos divida. “Quem nos separará do amor de Cristo?”

O apelo do Sínodo é a missão. Desde o princípio descobrimos que a Igreja de Juiz de Fora é uma Igre-ja sempre em missão indicando o apelo cada vez mais forte: “Fazei discípulos meus” (Mt 28,19)

Dom Gil Antônio MoreiraArcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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Pe.Paulo Carrara, C.Ss.R. [email protected]

Eucaristia e mistério pascal

Na França, depois da consagração, o presidente diz: “É grande o mistério da fé”. Palavras mais expres-sivas do que as que são ditas em português: “Eis o

mistério da fé”. De fato, a eucaristia é um grande mistério, que talvez nem caiba nas nossas explicações. Melhor experimen-tá-la do que explicá-la. Muito se diz hoje sobre esse sacramen-to, mas tudo não passa de mera aproximação de um mistério que nossa inteligência não absorve totalmente. De qualquer modo, a eucaristia nos faz pensar na páscoa do Senhor, um mistério de morte, ressurreição e presença no mundo. O sa-cramento da eucaristia é pascal, portanto a referência à morte e à ressurreição de Jesus se mostra essencial. O NT evidencia o contexto pascal da instituição da eucaristia (cf. Lc 22,15-18; Jo 6,4.51.54.58; 1Cor 10,21; 11,20.23.27). Ela jamais poderá ser dissociada da lembrança da “noite em que foi entregue” (1Cor 11,23). Para sempre será marcada por essa palavra: “isso é o meu corpo, que é para vós” (1Cor 11,24). Ela é uma instituição nova, “em meu sangue” (cf. 1Cor 11,25), que é o Reino escatológico nascido da imolação de Jesus. Proclama a morte do Senhor (cf. 1Cor 11,26). Um grande teólogo a� r-mou: “A eucaristia é o sacramento do Cristo em sua morte, em sua ressurreição, em sua vinda atual e futura, o sacramento do Cristo no mistério pascal”.

Só se compreende a eucaristia a partir de dentro, ou seja, a partir do mistério pascal, do qual ela é sacramento. O mistério pascal inclui a morte de Jesus e sua ressurreição. Grande even-to da salvação, que resume toda a vida de Jesus. Nele Jesus rea-lizou e se tornou, em pessoa, a salvação da humanidade. Jesus, por nós, se entregou ao Pai, realizando o Reino de Deus que havia anunciado. A salvação só chega aos homens se entrarem no mistério pascal de Jesus. Mas sua morte e ressurreição só pode pertencer a outros se o próprio Cristo vier a eles e se lhes oferecer. Na eucaristia o Cristo pascal se torna presente à Igreja, ele vem aos homens como aquele que se entregou por eles.

A eucaristia no Novo TestamentoO Novo Testamento fala da eucaristia de muitos modos: ela

é a refeição comunitária, a festa da fraternidade e da partilha, a assembleia de louvor, o alimento da eternidade. Todos es-ses elementos pertencem à sua dinâmica. O mais importante, no entanto, é, sem dúvida, a presença de Jesus, como atesta a primeira experiência dos cristãos. Durante a refeição eucarís-tica, eles reconheciam a presença do Senhor no meio deles. No Evangelho de Lucas, por exemplo, o Senhor se manifesta a dois discípulos no momento da fração do pão (cf. Lc 24,35).

Por mais que haja outros termos com os quais se possa de� nir a eucaristia no Novo Testamento, a presença do Senhor sem-pre constituiu seu elemento essencial.

Alguns textos relacionam claramente as aparições do Res-suscitado com a eucaristia (cf. Lc 24,30-32.35; 41-43; At 1,4; 10,41; Jo 21,1-13). Desses textos se conclui que a eucaristia prolonga na Igreja as aparições do Ressuscitado. Deus Pai, no poder do Espírito, ressuscita Jesus nas espécies do pão e do vinho. Assim, o mistério pascal de Jesus emerge na visibili-dade desse mundo. Jesus ressuscita sob outras espécies, em realidades criadas que se tornam símbolos reais dele mesmo e que unem a plenitude da vida e a existência terrestre, a trans-cendência e a imanência, a eternidade e o tempo. Na eucaris-tia, Jesus que, por sua ressurreição, tornou-se o eschaton do mundo, faz-se presente. Por isso a Igreja insiste na presença real de Jesus ressuscitado. Não se trata de um mero símbolo de um acontecimento do passado, ma irrupção no mundo do próprio Cristo no seu mistério pascal.

A Igreja se revela o lugar da instituição eucarística, porque o Cristo pascal é dado à Igreja (cf. Ef 1,22). Aos discípulos Jesus vem e com eles promete permanecer até o � m dos tempos (cf. Jo 14,18; Mt 28,20). Entre os que se reúnem em seu nome, ele está presente (cf. Mt 18,20). Na sua última revelação, ele será glori� cado nos santos para ser admirado nos que nele acredi-taram (cf. 2Ts 1,10). A Igreja se constitui, no mundo, como o espaço da fé e da acolhida do Ressuscitado. À sua esposa, Jesus entrega seu próprio corpo. Na véspera da sua paixão, aos apóstolos, que representam a Igreja, ele entrega o pão e o cálice. Assim como na sua ressurreição ele se torna Igreja, a eucaristia faz a Igreja enquanto se de� ne como sua celebração constitutiva. A eucaristia e a Igreja são o corpo de Cristo nesse mundo. A presença de Cristo na eucaristia corresponde à sua presença na Igreja, sacramento fundamental de Cristo.

Páscoa de Cristo, mistério de comunhãoA Páscoa de Cristo se manifesta, ainda, como um mistério

de comunhão, por isso os cristãos podem entrar na festa para se unir a Cristo. Numa refeição eles celebram o sacramento do pão e do vinho, entrando em comunhão com o mistério pessoal do Cristo, respondendo a um convite que o próprio Cristo lhes faz: “tomai e comei”. A presença de Cristo exige a reciprocidade da resposta que se concretiza na acolhida de sua presença. Portanto, a eucaristia realiza o encontro da Igre-ja e do cristão com Cristo na comunhão recíproca. A morte e a ressurreição de Cristo são por nós.

Na eucaristia, a Igreja louva, agradece e pede. Sua oração é, ao mesmo tempo, de ação de graças e de súplica. Não que a Igreja tenha necessidade de informar a seu Salvador sobre suas necessidades e as do mundo. Ele se faz presente exatamente para responder a essas necessidades. Se a Igreja suplica, é para

melhor abrir-se ao dom e receber o que seu salvador quer lhe dar. A súplica se mostra uma forma de criar o espaço necessário para a acolhida ao dom. O mais importante na eucaristia está na abertura ao dom de Jesus.

A oração fundamental da Igreja se encontra na euca-ristia, porque nela se realiza a comunhão com Cristo que cada cristão busca nas suas orações pessoais. Ao entrar em comunhão com Cristo na sua páscoa, a oração do cristão se torna uma verdadeira experiência de comunhão, que antecipa a comunhão futura. Cris-to vem como o eschaton do mundo para introduzir na plenitude � nal – seu mistério pascal – a Igreja, o cristão e o mundo. Ela conduz o cristão a uma experiência de união com Cristo, fun-damentada na comunhão, pois estar em comunhão com Cristo signi� ca estar unido a ele. No caso da eucaristia, tal união se realiza através de meios tangíveis. A refeição se celebra com uma comida e uma bebida que são concretos e falam aos sentidos e cujos efeitos se manifestam na alegria e no conforto que trazem, na tarde de um dia de trabalho, um pedaço de pão e um pouco de vinho.

Eucaristia e lava-pésComo sacramento da entrega de Jesus ao

Pai por todos os homens, a eucaristia revela a dimensão prático-existencial do cristianismo. São João substitui o relato da eucaristia pelo do lava-pés (cf. Jô 13,1-20), mostrando os traços essenciais do agir cristão, que se fundamenta no serviço aos irmãos. Um serviço fraterno, que pode exigir, às vezes, a entrega da própria vida. O lava-pés ajuda-nos a compreender a eucaristia. A morte por amor aos outros na cruz é a entre-ga total de Jesus por causa dos homens. A consequência da eucaristia para a vida cristã se encontra, portanto, na solidariedade desinteressada e ilimitada. Ai reside o grande desa� o da eucaristia: ao nos unir a Cristo exige que bus-quemos, acima de tudo, o bem do próximo, porque não há eucaristia sem lava-pés.

Eucaristia, presença do Ressuscitado

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Pe.Paulo Carrara, C.Ss.R. [email protected]

Eucaristia e mistério pascal

Na França, depois da consagração, o presidente diz: “É grande o mistério da fé”. Palavras mais expres-sivas do que as que são ditas em português: “Eis o

mistério da fé”. De fato, a eucaristia é um grande mistério, que talvez nem caiba nas nossas explicações. Melhor experimen-tá-la do que explicá-la. Muito se diz hoje sobre esse sacramen-to, mas tudo não passa de mera aproximação de um mistério que nossa inteligência não absorve totalmente. De qualquer modo, a eucaristia nos faz pensar na páscoa do Senhor, um mistério de morte, ressurreição e presença no mundo. O sa-cramento da eucaristia é pascal, portanto a referência à morte e à ressurreição de Jesus se mostra essencial. O NT evidencia o contexto pascal da instituição da eucaristia (cf. Lc 22,15-18; Jo 6,4.51.54.58; 1Cor 10,21; 11,20.23.27). Ela jamais poderá ser dissociada da lembrança da “noite em que foi entregue” (1Cor 11,23). Para sempre será marcada por essa palavra: “isso é o meu corpo, que é para vós” (1Cor 11,24). Ela é uma instituição nova, “em meu sangue” (cf. 1Cor 11,25), que é o Reino escatológico nascido da imolação de Jesus. Proclama a morte do Senhor (cf. 1Cor 11,26). Um grande teólogo a� r-mou: “A eucaristia é o sacramento do Cristo em sua morte, em sua ressurreição, em sua vinda atual e futura, o sacramento do Cristo no mistério pascal”.

Só se compreende a eucaristia a partir de dentro, ou seja, a partir do mistério pascal, do qual ela é sacramento. O mistério pascal inclui a morte de Jesus e sua ressurreição. Grande even-to da salvação, que resume toda a vida de Jesus. Nele Jesus rea-lizou e se tornou, em pessoa, a salvação da humanidade. Jesus, por nós, se entregou ao Pai, realizando o Reino de Deus que havia anunciado. A salvação só chega aos homens se entrarem no mistério pascal de Jesus. Mas sua morte e ressurreição só pode pertencer a outros se o próprio Cristo vier a eles e se lhes oferecer. Na eucaristia o Cristo pascal se torna presente à Igreja, ele vem aos homens como aquele que se entregou por eles.

A eucaristia no Novo TestamentoO Novo Testamento fala da eucaristia de muitos modos: ela

é a refeição comunitária, a festa da fraternidade e da partilha, a assembleia de louvor, o alimento da eternidade. Todos es-ses elementos pertencem à sua dinâmica. O mais importante, no entanto, é, sem dúvida, a presença de Jesus, como atesta a primeira experiência dos cristãos. Durante a refeição eucarís-tica, eles reconheciam a presença do Senhor no meio deles. No Evangelho de Lucas, por exemplo, o Senhor se manifesta a dois discípulos no momento da fração do pão (cf. Lc 24,35).

Por mais que haja outros termos com os quais se possa de� nir a eucaristia no Novo Testamento, a presença do Senhor sem-pre constituiu seu elemento essencial.

Alguns textos relacionam claramente as aparições do Res-suscitado com a eucaristia (cf. Lc 24,30-32.35; 41-43; At 1,4; 10,41; Jo 21,1-13). Desses textos se conclui que a eucaristia prolonga na Igreja as aparições do Ressuscitado. Deus Pai, no poder do Espírito, ressuscita Jesus nas espécies do pão e do vinho. Assim, o mistério pascal de Jesus emerge na visibili-dade desse mundo. Jesus ressuscita sob outras espécies, em realidades criadas que se tornam símbolos reais dele mesmo e que unem a plenitude da vida e a existência terrestre, a trans-cendência e a imanência, a eternidade e o tempo. Na eucaris-tia, Jesus que, por sua ressurreição, tornou-se o eschaton do mundo, faz-se presente. Por isso a Igreja insiste na presença real de Jesus ressuscitado. Não se trata de um mero símbolo de um acontecimento do passado, ma irrupção no mundo do próprio Cristo no seu mistério pascal.

A Igreja se revela o lugar da instituição eucarística, porque o Cristo pascal é dado à Igreja (cf. Ef 1,22). Aos discípulos Jesus vem e com eles promete permanecer até o � m dos tempos (cf. Jo 14,18; Mt 28,20). Entre os que se reúnem em seu nome, ele está presente (cf. Mt 18,20). Na sua última revelação, ele será glori� cado nos santos para ser admirado nos que nele acredi-taram (cf. 2Ts 1,10). A Igreja se constitui, no mundo, como o espaço da fé e da acolhida do Ressuscitado. À sua esposa, Jesus entrega seu próprio corpo. Na véspera da sua paixão, aos apóstolos, que representam a Igreja, ele entrega o pão e o cálice. Assim como na sua ressurreição ele se torna Igreja, a eucaristia faz a Igreja enquanto se de� ne como sua celebração constitutiva. A eucaristia e a Igreja são o corpo de Cristo nesse mundo. A presença de Cristo na eucaristia corresponde à sua presença na Igreja, sacramento fundamental de Cristo.

Páscoa de Cristo, mistério de comunhãoA Páscoa de Cristo se manifesta, ainda, como um mistério

de comunhão, por isso os cristãos podem entrar na festa para se unir a Cristo. Numa refeição eles celebram o sacramento do pão e do vinho, entrando em comunhão com o mistério pessoal do Cristo, respondendo a um convite que o próprio Cristo lhes faz: “tomai e comei”. A presença de Cristo exige a reciprocidade da resposta que se concretiza na acolhida de sua presença. Portanto, a eucaristia realiza o encontro da Igre-ja e do cristão com Cristo na comunhão recíproca. A morte e a ressurreição de Cristo são por nós.

Na eucaristia, a Igreja louva, agradece e pede. Sua oração é, ao mesmo tempo, de ação de graças e de súplica. Não que a Igreja tenha necessidade de informar a seu Salvador sobre suas necessidades e as do mundo. Ele se faz presente exatamente para responder a essas necessidades. Se a Igreja suplica, é para

melhor abrir-se ao dom e receber o que seu salvador quer lhe dar. A súplica se mostra uma forma de criar o espaço necessário para a acolhida ao dom. O mais importante na eucaristia está na abertura ao dom de Jesus.

A oração fundamental da Igreja se encontra na euca-ristia, porque nela se realiza a comunhão com Cristo que cada cristão busca nas suas orações pessoais. Ao entrar em comunhão com Cristo na sua páscoa, a oração do cristão se torna uma verdadeira experiência de comunhão, que antecipa a comunhão futura. Cris-to vem como o eschaton do mundo para introduzir na plenitude � nal – seu mistério pascal – a Igreja, o cristão e o mundo. Ela conduz o cristão a uma experiência de união com Cristo, fun-damentada na comunhão, pois estar em comunhão com Cristo signi� ca estar unido a ele. No caso da eucaristia, tal união se realiza através de meios tangíveis. A refeição se celebra com uma comida e uma bebida que são concretos e falam aos sentidos e cujos efeitos se manifestam na alegria e no conforto que trazem, na tarde de um dia de trabalho, um pedaço de pão e um pouco de vinho.

Eucaristia e lava-pésComo sacramento da entrega de Jesus ao

Pai por todos os homens, a eucaristia revela a dimensão prático-existencial do cristianismo. São João substitui o relato da eucaristia pelo do lava-pés (cf. Jô 13,1-20), mostrando os traços essenciais do agir cristão, que se fundamenta no serviço aos irmãos. Um serviço fraterno, que pode exigir, às vezes, a entrega da própria vida. O lava-pés ajuda-nos a compreender a eucaristia. A morte por amor aos outros na cruz é a entre-ga total de Jesus por causa dos homens. A consequência da eucaristia para a vida cristã se encontra, portanto, na solidariedade desinteressada e ilimitada. Ai reside o grande desa� o da eucaristia: ao nos unir a Cristo exige que bus-quemos, acima de tudo, o bem do próximo, porque não há eucaristia sem lava-pés.

Eucaristia, presença do Ressuscitado

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Atividades Paroquiais

Informativo Mensal da Paróquia Nossa Senhora da Glória Av. dos Andradas, nº 855 • Morro da Glória - Juiz de Fora/MG • (32) 3215-1831

www.paroquiadagloria.org.br - [email protected] Produção: Pastoral da Comunicação

Tiragem: 3.000 exemplares Impressão: D.I Grá� ca e Editora

Redação e edição: Padre Sérgio, Padre Carrara, Silvia Carvalho e Alessandra Assis Jornalista responsável: Silvia Carvalho - MTB: 5.917

Paróquia na Novena de Santo AntônioA Paróquia da Gló-

ria participou da Novena em honra a Santo Antônio, na Ca-tedral, no dia 6 de ju-nho. A missa foi presi-dida pelo pároco, Padre Sérgio, CSsR, e concelebrada pelos padres Freitas e Lúcio, e presença Ir. Aníbal. Na homilia, Padre Sérgio des-tacou a força do Espírito Santo em Santo Antônio. Os funcionários das paróquias também receberam uma bênção especial.

Agentes de pastorais celebram PáscoaUma ceia judaica no

Salão Paroquial no dia 2 de junho marcou o tempo pascal dos agentes de pastorais e movimen-tos de nossa Paróquia. O encontro foi momento de reflexão e confraterniza-ção.

IGREJA DA GLÓRIA

Missas- 2ª feira: 7h (Missa e Novena de São Geraldo)- 3ª feira: 7h, 15h e 19h (Missa e Novena de Nos-sa Senhora do Perpétuo Socorro)- 4ª a 6ª feira: 7h e 19h- Sábado: 7h e 18h30- Domingo: 7h, 8h30 (Missa das Crianças), 10h, 17h e 19h30- 1ª sexta-feira do mês: 7h, 15h e 19h- 1º domingo do mês: 19h30 - Celebração da Juventude

AMBULATÓRIOCon� ssões Individuais- 3ª feira: 8h30 às 10h30 e das 14h30 às 18h- 4ª feira: 14h30 às 18h- 5ª feira: 8h30 às 10h30 e das 14h30 às 18h- 6ª -feira: 8h30 às 10h30 e das 14h30 às 18h- Sábado, domingo e 2ª feira: não há atendimento

Adoração ao Santíssimo Sacramento1º domingo do mês: 18h (Juventude)5ª feira: 8h às 19h

Inscrições para BatismoToda terça-feira, entre 19h30 e 21h, na Secretaria

§ § § § § §CAPELA SÃO ROQUE

Missas- 5ª feira: 18h- Sábado: 16h, 18h (Missa dos Surdos – todo 1º sábado)- Domingo: 9h- 1ª sexta-feira do mês: 18h

Adoração ao Santíssimo Sacramento5ª feira: 14h às 18h (17h - Padre Sérgio)

Novena de N. Sra. do Perpétuo Socorro3ª feira: 12h

Novena da Sagrada Face3ª feira: 16h

Terço da Misericórdia6ª feira: 15h

§ § § § § §PRAÇA DO JARDIM GLÓRIA

- 1ª sexta-feira do mês: 8h

HORÁRIOS DA SECRETARIA PAROQUIAL

- Segundas-feiras: das 7h às 19h- De terça-feira a sábado: das 7h às 21h- Domingos: de 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30- Feriados: das 8h às 12h

Endereço: Av. dos Andradas, 855 – M. da Glória

Os dias 4 e 5 de junho foram de festa na Igreja da Glória com a visita da imagem peregrina de San-

to Antônio, que está percorrendo todas as paróquias da Arquidiocese de Juiz de Fora. Durante as missas, a comunidade agradeceu e pediu a intercessão do pa-droeiro de nossa Arquidiocese.

Comunidade pede intercessão de padroeiro

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60 horas de Adoração Eucarística

Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

No dia 27 de junho, a Igreja celebra a Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na Paróquia da Glória, as homenagens à Mãe do Perpétuo Socorro acontecerão na terça-feira, dia 28, com missas às 7h, 15h e 19h na Igreja da Glória, e às 12h na Capela São Roque, onde a Novena teve início no mês passado. O Apostolado da Oração convida toda a comunidade para a Fes-

ta do Sagrado Coração de Jesus, que contará com Tríduo Pre-paratório entre os dias 28 e 30 de junho, e Missa Festiva no dia 1º de julho, sempre às 19h, na Igreja da Glória.

Padre Sérgio também realizará a Semana do Coração, entre os dias 26 de junho e 3 de julho (con� ra mais informações na página 8).

Na Paróquia da Glória, todas as primeiras sextas-feiras do mês, a comunidade se reúne para rezar junto ao Sagrado Coração de Jesus. São três missas na Igreja da Glória: 7h, 15h e 19h. Na Ca-pela São Roque, a ce-lebração acontece às 18h e, na praça do Jar-dim Glória, os � éis se reúnem às 8h (foto).

Homenagens ao Sagrado Coração de Jesus

No dia 23 de junho, Festa de Corpus Christi, haverá missas na Igreja da Glória às 7h e 10h. Na Capela São Roque, a cele-

bração será às 9h. Às 18h, na quadra do Colégio Santa Catarina, haverá Missa Solene, seguida de procissão pela Rua dos Artistas, até a Igreja da Glória, onde acontecerá a Bênção do Santíssimo Sacramento. Traga uma vela para participar da procissão.

A Paróquia da Glória integra a campanha de 60 horas de Adora-ção Eucarística, convocada por nosso arcebispo Dom Gil An-

tônio, pelos 60 anos de Ordenação Sacerdotal do Papa Bento XVI. Durante todas as quintas-feiras deste mês, serão realizadas orações pela santi� cação do clero e pelas vocações. Na Igreja da Glória, às 18h, um missionário redentorista conduz a Adoração. Na Capela São Roque, o momento de oração acontece às 17h.

No dia 18 de junho, às 18h30, na Igreja da Glória, acontece a Missa

das Famílias, com Bênção das Gestantes. A celebração é realizada pela Pastoral Familiar, Encontro de Casais com Cristo (ECC) e Pastoral do Batismo.

Missa das Famílias

Novo Tempo 7

O Domingo Solidário, que acontece todo terceiro � nal de semana do mês, - em junho, nos dias 18 e 19 - con-tará com uma novidade: o “Mercadinho da Caridade”. Você poderá adquirir, na Igreja da Glória e na Capela

São Roque, os alimentos para serem doados ao Ambulatório Nossa Senhora da Glória. Atualmente, a instituição tem 50 famílias cadastradas, mas, com sua ajuda, poderá ampliar este número. Contamos com sua colaboração!

Domingo Solidário de cara nova!

Corpus Christi na Paróquia da Glória Ke

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Page 8: Informativo Novo Tempo Junho 2011

Plenitudinis spiritusParóquia da Glória é berço da Província Redentorista do Rio de Janeiro, que comemora jubileu neste ano. Missas e exposição estão entre ativi-dades para celebrar a data.

A Congregação Redentorista MG-RJ-ES celebrará 60 anos como Província no próximo dia 29 de junho. Entre as atividades festivas pelo

jubileu, destaca-se a Exposição “Plenitudinis spiritus”, organizada pelo Arquivo Provincial, que será aberta ao público no dia 29 de junho, no 2º andar da Biblioteca Redentorista, ao lado da Igreja da Glória. A mostra permanecerá disponível para visitações de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, até 29 de julho. Após esse período, ela se tornará itinerante, percorrendo as demais comunidades redentoristas da Província.

O tema “Plenitudinis spiritus” remete à expressão utilizada pelo Superior Geral da Congregação Redentorista em 1951, Pe. Leonardus Buys, no anúncio da elevação da Vice-Província do Rio, ainda ligada à Província da Holanda, para a condição de Província. Na época, o Redentorista expressou seus votos de que, na nova fase de sua caminhada, a Província encontrasse a plenitude de espírito.

A exposição, composta por fotogra� as, textos, documentos e objetos que remetem aos 60 anos de Província, dará destaque aos confrades “que nos precederam na fé” e às comunidades que compõem a Província. As obras sociais e os projetos educativos também serão valorizados, difundindo ainda mais o carisma redentorista de evangelizar os mais pobres e abandonados.

No dia 16 de julho, na Igreja da Glória, uma Celebração Eucarística Solene contará com a presença do Superior Geral dos Redentoristas, Padre Michael Brehl, CSsR.

A Paróquia da Glória foi o berço dos Redentoristas no Brasil. Os pioneiros, vindos da Holanda, desembarcaram no país em 1893. Passados quase 120 anos, os missionários da Copiosa Redenção nas terras do Rio, Minas e Espírito Santo somam 60 padres e irmãos, incluindo dois bispos.

Brenda MeloJornalista - Provincialado

Jubileu da Província do RJ

29 de junho19h: Missa Solene na Igreja da Glória20h: Abertura da Exposição

“Plenitudinis Spiritus” na Biblioteca Redentorista

16 de julho18h30: Missa Solene

na Igreja da Glória com a presença do Superior Geral da Congregação Redentorista, Padre Michael Brehl, CSsR, (foto) missionários redentoristas e 35

formadores das diversas províncias do Brasil. Celebração dos 50 anos de sacerdócio dos padres Vidigal e Dalton.

A partir da quinta-feira, 30 de junho, Pe. Sérgio estreará o Programa “FALANDO DIRETO AO SEU CORAÇÃO”. Irá ao ar às quintas e sextas-feiras, ao vivo, das 15h20 às 17h. Momentos de partilha da Palavra de Deus, oração e sua participação pelo telefone 3232-9225 ou ainda pelo msn: [email protected].

As pessoas que estiverem onde a rádio não chega, poderão ouvir ao vivo pelo site: www.radiocatedraljf.com.br. A frequência da Rádio Catedral é FM 102.3.

Ouça, ore e divulgue!

A partir da

Falando direto ao seu coração!Padre Sérgio na Rádio Catedral

Semana do Coração

Acontecerá de 26 de junho a 3 de julho, a Semana do Coração. No domingo, 26 de junho, na missa das 17h, você receberá o roteiro para vivenciar esta semana voltada ao Coração de Jesus e à cura do seu coração. Não deixe de participar.