Informativo SBC-04_Jun-Jul-Ago_2012
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sbcinformativo
Serviços credenciados e a formação do cirurgião de coluna no Brasil
III COMINCO e III Congresso Mundial de Técnicas e Cirurgias Minimamente Invasivas da Coluna (III WCMISST) reunirão mais de 800 especialistas nacionais e internacionais na Bahia
Evento
Luiz Roberto VialleEntrevista
Uma crítica ao modelo atual das abordagens cirúrgicas nos congressos médicos
Artigo
A história de um cirurgião de coluna músico e que tem uma banda de rock’n‘roll
Mens Sana
04
SBCSociedade Brasileira de Coluna
JUN/JUL/AGO2012
A contribuição dos jovens sócios na Sociedade
Atuação
03
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
nestae d i ç ã o
A formação dos cirurgiões de coluna na visão de três serviços credenciados
A adrenalina do rock transforma um cirurgião de coluna ortopedista em membro da banda Spectro
Ensino
Mens Sana
/16
/10
Saúde/20Médicos discutem o preceito fundamental da medicina moderna: Se você se sente bem, talvez esteja bem
Ciência/09Neurocirurgião Andrei Joaquim explica como realizou o primeiro procedimento por neuronavegação na Unicamp
Entrevista/06Luiz Roberto Vialle declara que a entrada dos neurocirurgiões foi muito produtiva para o crescimento da SBC e que a troca de experiências e a ciência devem pautar a atuação dos dirigentes
Evento/13As principais novidades do programa científico do III COMINCO e do III Congresso Mundial de Cirurgia Minimamente Invasiva de Coluna (WCMISST)
Sociedade Brasileira da Coluna no cenário internacional
Amsterdam sediou a Spineweek2012, um evento
grandioso realizado de 28 de maio a 1º de junho,
no RAI Centro de Convenções, situado na região
sul da capital holandesa, onde não faltaram discussões de
temas abrangentes dentro de um programa científico completo,
que contemplou todas as áreas da cirurgia de coluna.
O megaevento organizado pela Sociedade Europeia de
Coluna primou pelo seu alto padrão, consolidou o apoio da SBC
e de outras seis Sociedades em âmbito global e estabeleceu
novos paradigmas para o tratamento das patologias da coluna,
com a utilização de técnicas conservadoras e avançadas.
A diretoria da SBC teve uma atuação marcante junto à Comissão
Organizadora para a realização do nosso Programa Científico
que ocorreu durante o evento. Em especial, o colega Marcelo
Wajchemberg, que trocou inúmeros e-mails com os organizadores
Robert Gunzburg e Le Huec, e a secretária executiva Els Vertriest,
todos incansáveis no atendimento à SBC.
Foram inúmeras as participações dos brasileiros, a começar
pelo recorde de 223 inscritos, 33 temas livres apresentados e
40 pôsteres nas áreas de trauma, degenerativa, deformidade,
minimamente invasiva e ciência básica. Nas sessões da SILACO e
do SRS, também aconteceram participações da SBC.
Le Huec, em conversa com Helton Defino, definiu duas
situações de colaboração com a SBC: os trabalhos premiados
no CBC2013 e que tenham sido enviados no formato para
publicação serão enviados para o European Spine Jornal. A
segunda novidade é o curso de certificação em cirurgia da
coluna, pela Sociedade Europeia, para 2013.
Para este segundo semestre, as atividades acadêmicas estão
a todo vapor com o Congresso Mundial do CCMI, participação
da SBC na NASS, em Dallas, o CBOT 44 na Bahia, além da nossa
parceria no sempre estimulante e inovador Curso Técnicas
Modernas e Avanços na Cirurgia da Coluna Ribeirão Preto, e
ainda o SILACO, em Buenos Aires, no mês de dezembro.
Parabéns, associados!
Luis Eduardo Munhoz da Rocha
Presidente da Sociedade Brasileira de Coluna
presidentep a l a v r a d o
leitore s p a ç o d o
Edição Especial
Recebi e li com muita
satisfação as reminiscências
relatadas no mais recente
número do Informativo SBC.
Como disse o nosso presidente
Eduardo Munhoz, “Sociedade
sem história e sem memória
não existe.” O melhor é quando
você pode participar desta
história e depois contar para os
mais jovens. Certa vez, Ariano
Suassuna afirmou que viver é
bom, mas contar é melhor.
Obrigado pela lembrança
do meu nome; senti-me
muito lisonjeado.
Ivan Ferraretto [email protected]
04 05
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
“Sapporo é a capital da ilha de Hokkaido e está situada
no extremo norte do Japão, região onde neva durante
todo o inverno, muitas vezes, até o mês que antecede
a estação, com temperaturas que podem atingir até 15
graus abaixo de zero.
Um dos eventos mais conhecidos da cidade é o ‘Snow
Festival’, que acontece, anualmente, no mês de fevereiro.
Vários artistas mostram suas habilidades construindo
esculturas com a neve, geralmente, réplicas de
monumentos. Com uma população de aproximadamente
2 milhões de habitantes, foi em Sapporo que tive a
oportunidade de realizar o meu doutorado na área de
biomecânica de implantes utilizados na correção da
escoliose, mais exatamente no Hospital da Universidade de
Hokkaido, sob a orientação do Professor Kiyoshi Kaneda,
premiado com um ‘Award’, no mais recente congresso
promovido pela NASS em 2011. Também atua nesse
hospital o Prof. Kuniyoshi Abumi, introdutor do parafuso
pedicular cervical e que já proferiu palestra no Brasil, em
Porto Alegre. Fico muito grato ao governo japonês por ter
me dado oportunidade de estudar durante cinco anos, com
uma bolsa de estudo integral gratuita.”
Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail [email protected], colocando seu nome, a cidade onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem, acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.
Yorito Kisaki, de Porto Alegre. Doutor em Medicina, atua no Serviço de Ortopedia da Santa Casa de Porto Alegre.
Expediente
Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro 1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi 2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg 1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante 2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna
Jornalista Responsável: Gilmara Gil – MTBRS 5439e-mail: [email protected] Editorial: Dr. Eduardo Gil França Gomese-mail: [email protected]: Dr. Sérgio Zylbersztejn e-mail: [email protected] final e editoração: Luciano Maciel
Colaboram nesta edição: Drs. Eduardo Gil, Henrique da Mota, Marcelo Wajchenberg, Pil Sun Choi e Yorito Kisaki Foto da Capa: Serviço de Coluna Vertebral do Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
Periodicidade: Trimestral Impressão: Gráfica PallotiRepresentante de Publicidade: Binotto ComunicaçãoTelefone: (51) 3209.2041Fax: (51) 3209.2048Celular: (51) 9116.2224e-mail: [email protected]
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
Endereço:
Sociedade Brasileira de Coluna – SBCAlameda Lorena, 1304 - sala 1406 CEP: 01424-001 - São Paulo - SPTelefax: (11) 3088.6615Endereço eletrônico: [email protected] www.coluna.com.brSecretária: Ana Maria
Fale com o Informativo SBC enviando sugestões de assuntos para a próxima edição: [email protected]
SBCSociedade Brasileira de Coluna
ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA
seu olhar
Ao sabor das nossas conquistas
Estamos retornando de um
congresso em que a SBC brilhou
em produção científica e em
número de participantes, destacando a
afirmação do nosso futuro presidente Carlos
Henrique Ribeiro: a Spineweek 2012 já
alcançou a maioridade, igualmente, para a
cirurgia da coluna brasileira.
Porém, nada melhor que lembrar o início
desta jornada vitoriosa e a importância de
construirmos as nossas fundações sólidas,
para que a continuidade desse processo de
crescimento se mantenha no rumo certo.
Circulamos com desenvoltura nos debates, nas
apresentações e nos encontros sociais. Enfim,
um grande evento internacional para uma
Sociedade que tem como filosofia agregar
profissionais comprometidos com a ciência
médica, especialmente no campo da cirurgia
da coluna vertebral.
Nesta edição, o foco é a atuação dos
Serviços Credenciados, com uma amostra
sobre a formação em cirurgia da coluna.
Numa outra perspectiva, recomendo
a leitura da matéria que apresenta uma
visão geral do que acontecerá durante a
realização do III CMISST e do III COMINCO
2012, sob a coordenação geral do colega Pil
Sun Choi.
O recado do Prof. Ivan Ferraretto sinaliza
que o nosso leitor está cada vez mais
participativo e atento ao conteúdo do nosso
Informativo. Mais do que receber elogios,
aguardamos as contribuições de sugestão de
pauta, imagens para a interativa seção “Seu
Olhar” e, por que não, críticas construtivas.
A palavra está com os sócios.
O resultado de nosso trabalho está grifado
na frase do executivo e escritor Jack Welch, em
que ele afirma que as novas lideranças devem,
sim, contar com uma cultura sólida para a livre
manifestação de ideias.
Sendo assim, reafirmo que o canal está
aberto para a divulgação de temas de interesse
dos colegas nas páginas do nosso boletim
e do nosso portal na web. É dialogando
que desde cedo vamos afirmando nossa
personalidade, descobrindo nossas
potencialidades e projetando o rumo de uma
participação atuante na sociedade, sempre
buscando a sintonia com tudo aquilo que
nos cerca e nos faz sentirmos mais completos
como seres humanos.
Boa leitura a todos.
Sergio Zylbersztejn
Editor
“Se as suas ações
inspiram os outros
a sonhar, a aprender,
a fazer mais e melhor,
então você é um líder
”Jack Welch
opinião
06 07
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
entrevista
L uiz Roberto Vialle é o ex-presidente entrevistado desta
edição. No comando da SBC no período 1993-1994, o
cirurgião ortopedista de coluna formou-se em Curitiba e
fez residência de Ortopedia na Santa Casa de São Paulo, completando
seus estudos com o Prof. Carlos Ottolenghi, no Hospital Italiano,
de Buenos Aires. Professor Titular de Ortopedia e Traumatologia da
PUC-PR, atua no Serviço de Ortopedia, Grupo de Coluna, Hospital
Universitário Cajuru. Vialle exerce também o cargo de Chairman da
AOSpine International, Divisão Clínica de Coluna da Fundação AO.
“A inclusão dos neurocirurgiões na SBC é uma das ações que o tempo
mostrou justificadas. Os ‘ortos e neuros’ começaram a falar a mesma
língua”, declara.
Informativo - Qual a motivação que o levou a
presidir a Sociedade Brasileira de Coluna?
Luiz Roberto Vialle - Em organizações como
esta, sempre me atraiu a possibilidade de trazer
benefícios aos médicos interessados nas patologias
de coluna por proporcionar oportunidades de
informação e troca de experiências. E também
atender os pacientes ao promovermos eventos
educacionais nos quais procuramos entender melhor
as diversas patologias e suas queixas. Também
o sentido de agregar diversidade para objetivos
maiores.
Informativo – Quais as realizações da sua gestão
que ficaram marcadas na história da Sociedade?
Vialle – A realização do primeiro grande
Congresso da área de coluna; foram inesperados
400 participantes em 1993, em Curitiba, quando
nunca conseguíamos uma plateia de 200. Este
acontecimento foi a primeira demonstração da
importância que teríamos como especialistas da
área de coluna.
A fundação da SBC. Até a data acima éramos o
Comitê de Coluna da SBOT, e eu seu presidente.
Foi nesse congresso, em Curitiba, que apresentei à
assembleia o projeto da SBC, finalmente aprovado e
aplicado ao longo dos anos seguintes. Mas não foi
fácil conseguir um consenso.
A inclusão dos neurocirurgiões na nova
organização, atitude que se mostrou justificada com
o tempo. Considero essa a principal virtude daquele
momento da Sociedade então criada, pois a partir
dali “ortos e neuros” começaram a falar a mesma
língua.
Informativo – Quais foram outras ações
frente à SBC?
Vialle - O acordo com a North American Spine
Society (NASS). As negociações, então iniciadas,
persistem até hoje trazendo, periodicamente, e
SBC precisa redefinir sua política de atuação
Perfil
Time do coração: Coritiba Futebol Clube
O que o emociona: Netos e sair no Trio Elétrico do Armandinho
Uma frase que marcou: “Para ser grande, seja inteiro. Põe tudo que é teu naquilo que fazes”. Fernando Pessoa
A maior virtude: Sinceridade
O pior defeito de alguém: Inveja.
Uma música inesquecível: With or Without You – U2
Um filme: Casablanca
Um lugar para viajar: Foz do Iguaçu (carrego minhas pilhas lá)
Uma cidade: Florianópolis
O que gostaria de ouvir de Deus quando chegar à porta do céu?
Volte. Recomece e tente fazer melhor!
sem custo ao nosso congresso, professores americanos e abrindo
oportunidades para a SBC nos congressos da NASS.
Com os professores Max Aebi e Robert Gunzburg, estabelecemos
as bases para o acordo com a European Spine Society, para o
ESJournal e para reuniões conjuntas, também até hoje vigente.
Informativo – Como era a cirurgia da coluna naquela época e
como a enxerga na atualidade?
Vialle - Era mais simples. Fraturas, hérnias discais e deformidades
eram as patologias tratadas com o conhecimento e implantes da
época. Atualmente, o desenvolvimento de métodos diagnósticos,
em especial a RM, as soluções industriais com novos implantes e a
segurança anestésica foram responsáveis por uma revolução nesta
área. O domínio dos acessos cirúrgicos e das técnicas, ao lado da
melhor avaliação dos pacientes e dos resultados obtidos, abriu um
enorme campo para a atuação do cirurgião especialista. No entanto,
ao lado dessas conquistas, percebo uma proliferação de cirurgias
desnecessárias, mal indicadas ou mal realizadas, e uma indesejável
influência de fatores não médicos no processo de decisão do
cirurgião. E aqui, observo que há espaço para a SBC atuar com
maior ímpeto.
Informativo – Como o senhor avalia o momento atual da SBC?
Vialle - Apesar do sucesso dos últimos anos, ainda vejo um
enorme risco para a SBC, que é a possibilidade de ser dominada
por empresas que, de um lado, acenam com o necessário apoio
financeiro, mas de outro a expõem como parceira. A nossa função
precisa ser redefinida para sabermos se queremos ser uma sociedade
profissional — atuando mais em defesa de seus membros, em
lobby — ou mais acadêmica — atuando mais na área de educação
continuada. Porém, confio nos dirigentes envolvidos para levar a
SBC a novos patamares.
Informativo – Que mensagem seria importante para o jovem
cirurgião de coluna que ingressa na SBC?
Vialle - Não se deixe seduzir pelos apelos da indústria. O paciente
vem primeiro. Treino e educação continuada ainda são os princípios
básicos para a correta atuação do médico. A medicina baseada em
evidência e consenso deve ser uma preocupação constante para os
que se iniciam. Apoiar a SBC e prestigiar suas iniciativas pode ser
um bom começo.
08 09
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
Participe do fórum interativo. Veja mais imagens e envie sua resposta, acessando www.coluna.com.br
fórumi n t e r a t i v o
Foto: EMBRATUR
CBN XXIX
Data: 7 a 12 de setembroLocal: Riocentro (Rio de Janeiro)Presidente: Dr. Marco Aurélio Marulho
Curso Pré-Congresso: - Entrando no mundo da neurocirurgia- Neuroendoscopia ventricular- Neuroendoscopia da base do crâneo
Destaques do Programa Científico: mini conferências, simpósio, fórum de defesa profissional e conferências com a participação de 41 palestrantes do exterior.
Prêmios científicos: Eliseu Paglioli,SBC Exercício Profissional, Jovem Neurocirurgião
Coluna: Curso AOSPINEInformações: [email protected]ções: valores com desconto até 24 de agosto
set/12
XVII Congresso de La Sociedade Argentina de Patologia da Coluna Vertebral
Data: 3 a 6 de outubroLocal: Centro de Convenções City Center Rosário, Província de Santa Fé (Argentina)Curso Pré-Congresso: IGASSInformações: CCMI/SBCInformações: [email protected]
out/12
Técnicas Modernas e Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral
Data: 23 de novembro Local: Hotel JP - Ribeirão Preto (SP)Corrdenador: Dr. Helton DefinoInformações: (16) 3602.2513 [email protected] www.fmrp.usp.br/ral/coluna
nov/12
agendaCirurgia de coluna por neuronavegação
Lombalgia crônica
Pela primeira vez no Brasil foi realizada uma
cirurgia de coluna auxiliada por neuronavegação.
O procedimento foi feito em março pelo
neurocirurgião Andrei Fernandes Joaquim, do Departamento de
Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (CFM) da Unicamp.
Andrei explica que a neuronavegação pode propiciar uma
maior acurácia na instrumentação da coluna, bem como
diminuir eventual exposição excessiva à radiação. “Pode,
porém não significa que vai, porque é aí que entra o papel
da ciência”, ressalta.
Segundo Andrei, no caso de melhorarem os resultados
cirúrgicos, deve-se considerar ainda se esta melhoria é
clinicamente significante (ou simplesmente um dado
estatístico) e se o custo da intervenção justifica seu uso.
O neurocirurgião observa que essa é única alternativa para
usarmos novas tecnologias com responsabilidade social.
“Em toda cirurgia de maior risco ou complexidade, o
neuronavegador pode ser potencialmente útil, permitindo
maior precisão da instrumentação e minimizando riscos de
lesões neurovasculares”, completa.
Bastante utilizada em biópsias e cirurgias de crânio, a
neuronavegação em cirurgias de coluna vem demonstrando
ser uma ferramenta que permite uma maior precisão no
operatório, nas indicações para colocação e fixação de
próteses e pinos.
Com a neuronavegação, as ferramentas do cirurgião são
projetadas em tempo real para uma imagem de referência em
tomografia ou ressonância magnética, em 3D, auxiliando no
planejamento e localização durante a cirurgia. Ela permite,
também, uma menor exposição do médico e do paciente à
radiação.
“Com um instrumento especial, captado pela antena
do neuronavegador, temos uma projeção em tempo real do
ponto da coluna desejado, que é projetado em 3D no exame
de tomografia ou ressonância magnética exposto no monitor
na sala cirúrgica. Desta forma, temos melhor noção espacial
intraoperatória”, destaca Andrei.
Andrei enfatiza que a neuronavegação não é invasiva e
permite procedimentos mais precisos e seguros,
otimizando resultados e diminuindo complicações.
A ideia futura da equipe é fazer um projeto de
pesquisa com o uso do neuronavegador para avaliar
cientificamente sua eficácia em cirurgias de coluna.
O neuronavegador utilizado na cirurgia
foi produzido por uma empresa brasileira e
disponibilizado gratuitamente para a disciplina
de neurocirurgia com o intuito de se aprimorar
a tecnologia.
O HC da Unicamp é um dos poucos hospitais
públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) a utilizar
esta ferramenta em cirurgia coluna.
Paciente: NEC, sexo masculino.
Idade: 75 anos.
História: queixa clínica de lombalgia crônica
com quadro clínico de claudicação neurogênica.
Informa dor lombar há cinco dias e apresenta
dificuldade para andar 300 metros.
Imagem: ressonância magnética: estenose
do canal vertebral lombar com DDD e, em
especial, hérnia de disco L4L5 à esquerda.
Exame neurológico de membros inferiores normais.
Diagnóstico: Estenose do canal vertebral
lombar e DDD lombar.
Tratamento da dor: bloqueio epidural sacral
com Ropivacaina 0.75% 10 ml + diluído em 10
ml de soro fisiológico + Dexametasona 10mg.
Localizado espaço vertebral com contraste
Iopamidol 300 e uso do intensificador de
imagem. Denervação facetária com Cloridrato
de Lidocaína 2% sem vasoconstritor + álcool
absoluto 70%. Níveis de L2 até S1.
Seguimento imediato pós-procedimento:
anestesia em cela com bexiga neurogênica e
alteração do esfíncter anal.
Revisão em seis semanas: bexiga neurogênica
atônica, sensibilidade conservada no períneo,
presença de tônus retal, sem reflexo peniano.
Devido à pouca melhora do paciente, solicitada
nova ressonância magnética seis semanas
após o bloqueio, sendo obtidas as seguintes
imagens na RM.
Questões:
• Cite dois diagnósticos para a patologia detectada na RM:
• Proponha uma condução terapêutica para o seu diagnóstico:
Uma pergunta:
Informativo - Quais são as dificuldades
e facilidades na pesquisa em coluna?
Andrei - A pesquisa médica no Brasil é um
ato heroico. Pesquisar em um país ainda com
importantes limitações de assistência tanto
estruturais quanto de recursos humanos e com
registro de informação precário requer esforços
individuais sem limites. Mesmo assim, muita
gente vem produzindo ciência com qualidade.
A sociedade valoriza pouco o “cientista” médico,
promovendo o “assistente”. Conciliar as duas
coisas seria o ideal.
ciência
Divulgação AI-HC/Unicamp
O caso clínico desta edição é uma colaboração do Dr. Sérgio Zylbersztejn, Serviço de Ortopedia da Santa Casa de Porto Alegre.
1. RM corte sagital T2 2. RM corte axial T23. Pós-procedimento: RM corte sagital T2
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
10
Rock levado a sérioPara Eduardo Gil, a música é a sua válvula de
escape para contrabalancear o stress do dia a
dia do consultório e da sala de cirurgia. E não
é qualquer música, mas, sim, o som do rock. Também
não é qualquer batida de rock que faz desse cirurgião de
coluna e guitarrista fazer parte da banda Spectro, que
toca, simplesmente, Pink Floyd.
Segundo o cirurgião, é bom ver a alegria das pessoas
curtirem os sucessos que fazem do Pink uma lenda viva do
rock. “Às vezes até autógrafos temos de dar. Tocamos em
bares, festivais de motos, festivais de música. Sem dúvida,
usar o bisturi de dia e tocar guitarra à noite são atividades
que se complementam na minha vida”, afirma.
“Acho interessante o contraste entre o silêncio de uma
sala de cirurgia e a barulheira de um palco de rock, com
seus amplificadores de guitarra ao máximo, porém ambas
as atividades realizadas com extrema concentração
e dedicação, deixando mente, mãos e coração sempre
sintonizados e equilibrando o meu ser integral.”
mens sana
11
Nosso protagonista é o editor executivo do Informativo SBC, Eduardo Gil, também
produtor da seção ‘Mens Sana’, criada com o objetivo de divulgar o que os cirurgiões de
coluna fazem para aliviar as tensões naturais da profissão de uma forma espontânea e
gratificante de realização pessoal.
O legado
Ele conta que desde a adolescência compõe música e que foi fundador e
diretor do bloco de carnaval Eva de 1981 a 2001. “Tenho músicas minhas
gravadas por Ivete Sangalo e Asa de Águia”, destaca.
Eduardo toca violão desde os 14 anos de idade, sem ter tido aulas
formais de música.
Há 12 anos ele começou a tocar com alguns colegas médicos, formando
bandas de pop-rock. Numa delas, a BLACKJACK, eles tocaram no Congresso
da SBC em Sauípe (BA), em 2005. Porém, quando se trata do Eduardo estar
tocando, o que rola é o rock’n’ roll.
A virada aconteceu em 2007, quando o cirurgião foi convidado a integrar a
Spectro — o nome da banda é inspirado na imagem da capa do disco dos Pink ‘The
dark side of the moon’, ilustrada com um espectro passando pelo prisma.
“Passei a escutar e a estudar Pink Floyd, que é uma banda fantástica, com
músicas incríveis, bem-elaboradas, lindos vocais e solos de guitarra. Na banda eu
toco violão, guitarra base, faço vocais e canto solo em duas músicas”, diz Gil, que
completa: “Sou roqueiro, sim, e minhas bandas favoritas são Queen e Ramones,
que é outro extremo de rock’n’roll, bem simples e cru”.
A Spectro é formada por músicos que fizeram parte de bandas anteriores
e uniram-se em torno do projeto Pink Floyd in Concert, que buscou no cenário
baiano músicos de alta qualidade para compor o staff da banda em 2000.
Na opinião de Gil, a capital baiana pôde curtir e apreciar um dos mais
surpreendentes shows apresentados em Salvador, no estilo rock progressivo.
“Para surpresa e delírio do público, a Spectro acrescentava nos seus shows
inúmeros efeitos de iluminação, noises, surrounds, figurinos, cenários
surrealistas, além de um seleto repertório com 24 canções que abrangiam
todos os álbuns de sucesso da carreira do Pink Floyd.”
Canções mundialmente conhecidas como Wish You Were Here, Time e Another
Brick in the Wall, além dos hits clássicos Dog´s, Brain Damage e Confortably numb,
são amplamente cantadas por um grande púbico, que prestigia as apresentações
da Spectro também fora de Salvador.
A banda Spectro já tocou no Festival de Verão de Salvador, Aracaju, Maceió,
Fashion Club, Morro de São Paulo, Festival de Lençóis, Lauro de Freitas, Ponte
Aérea, Hotel Othon, Moto Festival, Hotel Quatro Rodas e no tradicional
Botequim Nobel.
A composição atual da banda Spectro conta com profissionais liberais e
Eduardo Gil é o único médico do grupo.“Temos engenheiro, arquiteto e contadores
na banda, mas nenhum é músico profissional”, diz o cirurgião de coluna
ortopedista.
Por dentro da Spectro
Existem ensaios regulares de acordo com
a agenda de shows.
O repertório é formado com os principais sucessos
da banda Pink Floyd. Tocar o Tributo a Pink Floyd
vem do fato de os fundadores da banda serem fãs
da banda inglesa, extinta em 2006, e seguidores
de Roger Waters.
A Spectro decidiu dar oportunidade de pessoas terem
acesso às músicas ao vivo do repertório dos Pink Floyd
em suas várias fases musicais.
O público da Spectro é formado por fãs da banda
inglesa. A faixa etária varia de adolescentes a
cinquentões, segundo Eduardo Gil.
A banda não tem fã-clube oficial.
As músicas mais pedidas são: Wish you were here,
Another brick in the wall II – Comfortably numb,
Money, Mother, Shine on you crazy diamond.
‘The dark side of de moon’ é um álbum conceitual de
1973, que fala sobre as pressões da vida, como tempo,
dinheiro, guerra, loucura e morte. Este álbum está
na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll
Hall of Fame, com 250 milhões de cópias vendidas.
012 013
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
12 13
evento
III WCMISST traz discussão de novas abordagens para técnicas avançadas
O III Congresso Mundial de Técnicas e Cirurgias
Minimamente Invasivas de Coluna (WCMISST),
que acontecerá de 16 a 18 de agosto, na Praia
do Forte, Bahia, apresenta um dos mais completos programas
científicos na edição brasileira; as outras duas foram sediadas nos
Estados Unidos.
O evento reunirá mais de 800 especialistas nacionais e
internacionais e contará com a participação de 70 palestrantes
internacionais e mais de cem nacionais considerados referências
em suas especialidades.
Com três salas de conferência funcionando simultaneamente, o
encontro combinará a realização do III COMINCO (Congresso do
Comitê de Cirurgia Minimamente Invasivas da Coluna - SBC), do
IX SIMINCO e da VII Jornada de Coluna do Instituto de Ortopedia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
No Congresso serão discutidos procedimentos
específicos para o tratamento da dor na coluna realizados
por meio de punção na pele, sem incisões e com agulhas e
instrumentos especiais; cirurgias endoscópicas realizadas
por meio de incisões milimétricas para retirada de hérnias
de disco; fusões ósseas de vértebras com parafusos e hastes
por meio de pequenas incisões, entre outras
avançadas técnicas.
Uma novidade do III WCMISST será a
realização do SIMINCO BAHIA, um pré-evento
ao congresso, nos dias 13 e 14, em Salvador,
com o objetivo de difundir e incrementar o
desenvolvimento da Cirurgia Minimamente
Invasiva de Coluna na região Nordeste.
O pré-congresso terá cirurgias gravadas e
apresentadas em audiência no dia seguinte,
um formato de evento inovador utilizado com
sucesso este ano no SIMINCO Rio de Janeiro.
“A realização do WCMISST em nosso país
é uma grande conquista para a cirurgia da
coluna brasileira, fortalecendo a sua posição
no cenário científico internacional, ao mesmo
tempo que abre caminho para que, cada vez
mais, pacientes tenham acesso a tratamentos
médicos de ponta para as doenças da coluna”,
observa o presidente do evento e do CCMI-SBC,
Pil Sun Choi.
De fato, estamos notívagos e
afastados da luz divina e solar que
poderia clarear nossa caminhada
nesta escuridão moral e viciosa. O
que devemos fazer é renunciar a
esses comportamentos viciosos e
não facilitar que atividades profanas
(do latim profanus, de pro, diante ou
fora, e fanum, templo) possam ser
falsamente sacralizadas apenas por
entrarem, sorrateiramente, em nosso
ambiente científico sagrado.
É com profunda tristeza que vejo
tudo isto ocorrer em nossos dias, e
reservo-me o direito de indignação,
a mesma indignação que está
representada neste lindo vitral da
Igreja Saint-Aignan de Chartres,
na França, sobre a passagem da
expulsão dos vendilhões do templo.
São decepcionantes os rumos que estão tomando
os nossos congressos médicos e de áreas afins.
Campo fértil de uma comunicação cada vez mais
informal, mais relaxada, mais sedutora, mais cintilante, mais
mesmerizante e hipnotizadora – tudo aquilo que nos desvia da
seriedade e rigor que deveriam animar tais eventos científicos
– e para onde a virtude da ciência pouco é convidada a entrar
e, menos ainda, a permanecer.
Já não há a mínima preocupação com a formalidade de um
discurso científico, de provas, de evidências, de lógica. Parece
que tudo é apenas e tão-somente uma questão de ilustres
convidados estrangeiros ou nacionais que se manifestam, do
alto de seus interesses e compromissos, e que, após tantos
aplausos e aclamações, parecem chegar à conclusão absurda,
por uma retroalimentação maluca, de que suas mentiras
devem ser, de fato, verdades, pois a todos convenceram; e
nesta relação psicológica malsã, o palestrante, que, antes, ele
próprio, não tinha convicção nessas mesmas palavras, passa a
sofrer um autoengano. E é muito fácil sofrer um autoengano
quando esta situação nos traz algum benefício; os benefícios
podem ser grandes: viagens, patrocínios diversos, prestígio,
apoio político...
Nessa realidade de informalidade despudorada e de falsa
ciência, em congressos de camaradagem e onde não podemos
melindrar o comitê de organização, os patrocinadores, aqueles
que alugam balcões para comercialização de seus produtos, e
tantos outros seres que gravitam neste universo, surge uma
falsa ciência, uma ciência noturna, que vive na obscuridade da
dúvida, sem a clareza solar da verdade dos fatos.
Temos apenas meias-verdades lunares, com sua luz indireta
e mutável; meias-verdades estelares, com seu brilho distante
de verdades pequenas e que já nos chega em anacronismo;
temos cometas que passam de tempos em tempos, anunciando
uma falsa novidade, uma falsa novidade cíclica.
Pequenas mentiras & grandes negócios: o perigoso “mercado” da coluna vertebral e a profanação do templo da ciência
Henrique da Mota
Especialista Diplomado pela
Université de Lyon
Membro da SBC
Medicina Intervencionista
Ortopédica e Cirurgia da Coluna Vertebral
artigo
015
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
14 15
Outra atração do programa é o espaço reservado
à Fundação da Federação Mundial das Sociedades de
Cirurgia Minimamente Invasivas de Coluna.
Segundo Pil, a organização congrega as diversas
entidades mundiais que estudam e trabalham nessa
área da Medicina, promovendo a troca de informações
e trabalhando para tornar esses avanços disponíveis
para o maior número de pessoas.
Conforme explica o coordenador científico,
Wilson Dratcu, desde 2004 o Brasil está presente
no cenário mundial da Cirurgia Mundial de Coluna
graças aos eventos anuais organizados por
ortopedistas e neurocirurgiões (SIMINCO), ligados
ao CCMI–SBC.
Um exemplo bem sucedido de intercâmbio
científico do CCMI em nível global são dois programas
de treinamento que são oferecidos para jovens
especialistas do Brasil na Coréia do Sul e na Alemanha,
que ocorrem desde 2008.
Dractu acrescenta que doze jovens cirurgiões de
coluna, juntamente com os organizadores locais,
Dr. Sang Ho Lee e Dr. Uwe Vieweg, apresentarão seus
resultados no III WCMISST.
Avanços
Na opinião do ex-presidente honorário do WCMISST
e diretor executivo da Sociedade Internacional
de Terapia Intradiscal (IITTSS), Anthony T. Yeung
(USA), o congresso mundial de cirurgia minimamente
invasiva de coluna é uma reunião importante porque
traz os líderes de todo o mundo para compartilharem
seus métodos e filosofias para o tratamento de
pacientes com dor na coluna.
“A Sociedade Internacional de Terapia Intradiscal,
uma das sociedades mais antigas a usar técnicas
cirurgias minimamente invasivas (MIS) foi quem
introduziu e divulgou o uso da quimopapaína,
demonstrou que a terapia intradiscal é eficaz e é
a única técnica válida com pesquisas apoiadas na Medicina
Baseada em Evidências nível 1. Continuamos a apoiar essa
visão, sustentada por uma filosofia de trabalho e com técnicas
modernas. Em relação ao acesso cirúrgico varios estudos apoiam
uma evolução na direção do acesso transforaminal para a coluna
lombar, como sendo o mais versátil e menos invasivo dos vários
métodos disponíveis”, destaca Anthony.
Segundo o palestrante, os métodos e avanços variam em nível
global, devido a diferentes necessidades em diferentes países.
Os Estados Unidos e a Europa têm colocado limitações sobre as
inovações que exigem implantes caros.
“O futuro do MIS trará mais foco ao cirurgião, além de identificar
o gerador da dor e tratamento adequado sem implantes caros,
exceto quando o disco e a descompressão foraminal requererem
estabilização. O mundo está pronto para o MIS, e o Brasil será o
fórum onde se reunirão todas as técnicas e conceitos”, avalia o
especialista.
Um dos mais importantes nomes da cirurgia de coluna da
atualidade, Hansjörg Leu (Suiça), também participará do evento
onde apresentará várias abordagens de MISST.
De acordo com Hansjörg, este método vem evoluindo desde 1982,
no “boom” comercial, porém algumas técnicas tornaram-se mais
rigorosas, com indicações clínicas criteriosas.
O cirurgião explica que o emprego de MISS somente faz sentido em
problemas estruturais acessíveis.
“Considero que um grande campo permanece reservado para tipos
convencionais de cirurgia. Hoje todas as formas de hérnias foraminais
são tratadas desta forma, algumas mediolateral em L5/S1”, destaca.
O cirurgião de coluna fez uma análise sobre a situação de
MISST. Ele acha importante a apresentação de dados concretos,
com divulgação de trabalhos científicos e realização de cursos de
instrução como sendo a melhor maneira de promover este tipo de
cirurgia sem danos.
“Infelizmente, algumas indústrias tempos atrás promoveram
estas técnicas para todos os tipos de problemas, o que
definitivamente foi uma maneira errada e, em certos campos,
como a cirurgia a laser, que marcadamente danificou a imagem da
cirurgia de acesso mínimo”, enfatiza.
A expectativados fellowship
CCMI Um dos pontos altos do programa do evento
será a reunião dos fellowship CCMI-SBC, onde
haverá discussões e a apresentação dos resultados
dos estágios realizados no Hospital Coluna
Wooridul, em Seul (Coreia do Sul) e no Leopoldina
Schweinfurt Hospital (Alemanha).
O Informativo perguntou para quatro
bolsistas o que eles esperam do III WCMISST e
III COMINCO. Confira as opiniões:
“Mais que uma expectativa, eu tenho a certeza
de que será o maior evento de cirurgia de coluna já
realizado no Brasil, recompensando seus participantes
com um volume grandioso de informações atualizadas
e a oportunidade de interagirmos com os grandes
cirurgiões de vários países.”
Ricardo Dias - Bauru (SP)
“Desejo que o evento seja tão bom e bem-organizado
como os anteriores. O meu interesse pela cirurgia
minimamente invasiva começou quando assisti ao
Congresso de Gramado, em 2008. Naquela ocasião não
tinha a real ideia de o quanto era possível fazer com
a cirurgia minimamente invasiva. Assistir cirurgiões
renomados apresentando trabalhos científicos sobre
cirurgia minimamente invasiva foi decisivo para
eu estar hoje na Alemanha fazendo o meu fellowship.
A minha expectativa é de que mais cirurgiões possam
ter o mesmo interesse despertado neste congresso.”
Dr. Joel Abramczuk - Porto Alegre (RS)
“A minha expectativa é a melhor possível. Existe
um grande número de convidados estrangeiros e de
capacidade reconhecida. Além disso, esses encontros
sempre trazem novos conceitos e ideias para a solução
dos desafios específicos da especialidade e oportunizam
o contato direto com palestrantes e com colegas de
centros de capacidade reconhecida de outros países.”
Dr. Fábio Santos - Porto Alegre (RS)
“Confio muito na equipe organizadora do III WCMISST.
A estrutura e as facilidades que estarão à disposição
dos participantes na Bahia já garantem o seu sucesso
antecipado. Teremos a oportunidade de conhecer,
aprender e discutir o que há de mais moderno e atual nas
técnicas minimamente invasivas de coluna vertebral.”
Dr. Pablo Werlang - São Leopoldo (RS)
evento evento
Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
1716
A formação do cirurgião de coluna no país
Estamos iniciando uma série de matérias sobre ensino
médico, mais precisamente sobre a formação em
cirurgia da coluna a partir do trabalho dos Serviços
Credenciados pela SBC, que somam 52 no país.
Nas quatro páginas a seguir, você irá conhecer um pouco mais
sobre a atuação de algumas instituições de saúde que se dedicam
à Residência Médica, nível R4. Vamos começar com três cases:
Instituto de Cirurgia da Coluna (Porto Alegre); Centro Mineiro de
Cirurgia da Coluna (Belo Horizonte) e Santa Casa da Bahia-HGE
(Salvador).
No mês de setembro, a residência médica completará 35
anos de atividades no Brasil, conforme o Decreto nº 80.281 (5 de
setembro de 1977).
Um estudo recente sobre o ensino médico no Brasil mostra que é
fundamental que se entenda que a formação do médico não é apenas
um repasse de conhecimentos e identifica o professor, o preceptor
como o profissional que precisa estar ao lado do aluno ou estagiário.
De acordo com a pesquisa, o residente deve saber tomar decisões,
mas sempre sob a supervisão do preceptor, que, necessariamente,
precisa estar presente.
Só se aprende medicina com o testemunho da presença. Com
a palavra, os responsáveis pela formação do cirurgião de coluna
brasileiro.
ensino
Portal de Saúde Baseada em Evidência
Lançada em 17 de julho, a iniciativa é uma
parceria entre o CFM e o Governo. O portal
disponibiliza o acesso do público a diversas
publicações científicas.
A base de dados foi selecionada a partir de
levantamento realizado por pesquisadores e
docentes de universidades públicas, levando em
conta a relevância e a atualidade do conteúdo
para atender às principais necessidades dos
profissionais.
» Acesse o link http://periodicos.saude.gov.br e clique em CADASTRO DE NOVO USUÁRIO.
» Preencha o formulário e informe um e-mail e senha.
» Clique em gravar para finalizar o cadastro.
Para acessar o portal, selecione a sigla do
Conselho Federal de Medicina (CFM), informe seu
número de registro, unidade de federação e data
de nascimento.
R4 Minas GeraisO Centro Mineiro de Cirurgia da Coluna foi criado em 2003
com o objetivo de reunir profissionais da área médica envolvidos
diretamente com o estudo e cuidados dos pacientes que apresentam,
principalmente, doenças da coluna, atuando também na prevenção
dessas patologias.
No momento, o grupo é formado por ortopedistas, neurocirurgião,
neurologista, anestesiologista e radiologistas, ligados direta ou
indiretamente à área da coluna vertebral, o que torna o CMCC um
centro de excelência para o tratamento de qualquer patologia da coluna
vertebral, com o suporte dos hospitais Vera Cruz, Hospital Mater Dei,
Hospital Socor e Hospital Luxemburgo, de Belo Horizonte.
A coordenação está a cargo do ortopedista e cirurgião de coluna
Maurício Calais, e os membros efetivos são os Drs. Luiz Cláudio de
Moura França, Marcelo Gonçalves Rugani e Dr. Rafael Gonçalves
Duarte; membros associados Ramon Teodoro Silveira, José Carlos
Tadeu Martins, Luciana Batista Rocha Rugani, Manoel de Figueiredo
Villarroel e Francisco de Assis Bravim de Castro.
“A preocupação constante em atualização nas mais modernas
técnicas e avanços na área da coluna vertebral norteou o
estabelecimento das diretrizes que determinam as atividades do
grupo”, diz Maurício Calais.
Segundo o coordenador do Serviço, o ensino e o treinamento
também se constituem num dos alicerces da filosofia de trabalho do
Centro, que já recebeu médicos de varias regiões do país tanto para
treinamento na área como especialização ou estágio.
O CMCC está formando dois novos cirurgiões de coluna por ano,
e as atividades científicas seguem as recomendações e orientações
da Sociedade Brasileira da Coluna Vertebral, da qual todos os seus
integrantes efetivos são membros.
Calais salienta que o reflexo da seriedade e qualidade do
treinamento realizado pelo CMCC pode ser traduzido na oficialização
da Sociedade Brasileira de Coluna, que em 2009 reconheceu como
sendo o primeiro serviço em Minas Gerais reconhecido para a
formação de médicos em cirurgia de coluna vertebral.
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Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
1918
ensino
R4 na BahiaCriado em 2010, pelo Dr. Maurício Gusmão, o estágio de R4 recebeu o apoio
dos Drs. Jayme Freire e Eduardo Gil, que uniram forças para a fusão de dois
serviços de cirurgia da coluna em Salvador: Santa Casa de Misericórdia da Bahia
– Hospital Santa Izabel e o Hospital Geral do Estado da Bahia (HGE).
O Serviço de Ortopedia do HSI é chefiado pelo Dr. Flávio Sant’ana, e o grupo
de Coluna está sob a coordenação do Dr. Mauricio Gusmão.
O Prof. Gusmão explica que o estagiário tem oportunidade de participar de
cirurgias para tratamento de patologias degenerativas, deformidades e tumores
vertebrais. “Realizamos também sessões clínicas semanais, com discussão dos
casos, artigos científicos e aulas didáticas sobre as patologias vertebrais”, diz.
Já o HGE se caracteriza como hospital de alta complexidade e especializado
em urgência e emergência em trauma. Ele foi construído para substituir o
Hospital Getúlio Vargas (HGV), antigo Pronto Socorro, que durante 50 anos
prestou assistência à saúde em urgência e emergência na capital baiana.
A instituição possui cerca de 2 mil funcionários, uma média de 80 mil
pacientes atendidos por ano, 240 leitos de internação, distribuídos em oito
enfermarias, e mais 32 leitos de UTI, e em torno de 700 cirurgias/mês.
O HGE é o maior hospital de trauma do estado da Bahia e o único que dispõe
de uma equipe de trauma raquimedular (TRM), coordenado pelo Dr. Eduardo Gil,
que substituiu o Dr. Jayme Freire. Atualmente conta com 11 cirurgiões de coluna
(ortopedistas e neurocirurgiões) para atender a população.
O coordenador Eduardo Gil destaca que o HGE tem uma estrutura completa,
equipe multidisciplinar, uma enfermaria para pacientes com TRM com 18 (dezoito)
leitos e uma sala de cirurgia totalmente equipada exclusiva para cirurgia de coluna.
O grupo de coluna realiza em média cinco cirurgias por semana. E para o auxílio
na recuperação dos pacientes, o HGE tem uma parceria com o Centro Estadual
de Prevenção e Reabilitação (CEPRED) para a aquisição de coletes ortopédicos e
cadeiras de rodas.
De acordo com o coordenador, Mauricio Gusmão, em 2011, o primeiro R4 do
Serviço Credenciado SBC/Bahia foi o Dr. Rony Brito, que foi aprovado na prova
para novos sócios da SBC. Em 2010, durante o estágio no HGE foram realizadas
uma média de 180 cirurgias de coluna;
o Serviço também dispõe de bolsa para
estagiário.
“O estágio de R4 da Coluna Vertebral
da Santa Casa de Misericórdia da Bahia
e Hospital Geral do Estado oferece uma
grande variedade de cirurgias para boa
formação profissional, sendo que o foco
central é o trauma vertebral”, diz Gusmão.
Histórico
A Santa Casa da Bahia foi fundada em
1549 por Thomé de Souza e é a segunda
instituição mais antiga do país e o primeiro
hospital de Salvador, chamado Nossa
Senhora das Candeias. Ao longo do tempo
o hospital mudou de denominação e
também de local, passando a ser chamado
desde 1983 de Hospital Santa Izabel
(HSI), localizado no bairro de Nazaré,
numa área de 40 mil metros quadrados.
Economicamente, é a principal Unidade
da Santa Casa, representando 76% do
faturamento.
É considerado um Hospital Geral, de
alta complexidade, realizando cirurgias
de cardiologia, neurologia, ortopedia e
muitas outras especialidades.
O Hospital Geral (HSI) ocupa uma
área total de mais de 39 mil metros
quadrados, sendo 29.900 de área
construída. Sua capacidade é de 474
leitos, 60% destinados a pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS) e 40% a
usuários de convênios, planos de saúde
e particulares.
Na área de ensino médico, a instituição
desenvolve um importante programa de
internato e residência para os alunos da
Escola Bahiana de Medicina.
R4 Rio Grande do SulFundado em 1893 pelos professores doutores Eduardo
Paglioli (neurocirurgião) e Afane Serdeira (ortopedista), o
Grupo de Coluna do Hospital São Lucas da PUCRS, desde
2005, atende pelo nome de Instituto Gaúcho de Cirurgia da
Coluna Vertebral, permanecendo com os mesmos objetivos
desde a sua fundação: promover assistência médica,
clínica e cirúrgica, bem como a correção de deformidades
espinhais, sob uma ótica multidisciplinar fundamentada
em evidências médicas disponíveis, visando ao alívio da
dor e à recuperação neurológica e laboral, ao portador de
patologias da coluna vertebral.
Formado a partir do idealismo de uma equipe com mais
de 30 anos de experiência multidisciplinar, o grupo de
profissionais do Instituto Gaúcho de Cirurgia da Coluna
é responsável pela área de tratamento dos distúrbios
da coluna vertebral do Hospital São Lucas da PUCRS,
constituindo-se num dos primeiros no país a se organizar
como equipe multidisciplinar.
Segundo o coordenador do Serviço credenciado pela
SBC, Erasmo de Abreu Zardo, o diferencial do ICC não está
apenas na qualificação técnica individual dos membros
da equipe — mestres e doutores em cirurgia, neurologia,
ortopedia e traumatologia —, mas na logística do trabalho
multidisciplinar e modo de atuação.
A escola e formação médica que a equipe do Instituto
da Coluna segue é predominantemente conservadora, com
ênfase em terapias alternativas (fisioterapia, acupuntura,
terapia de dor, etc.), proporcionando recuperação sem
riscos adicionais e custos exagerados.
Da mesma forma, a equipe dá preferência por tratamentos
minimamente invasivos, com menor custo, morbidade e
retorno precoce às atividades laborativas.
Quando necessárias à intervenção cirúrgica, as indicações
e conferências médicas entre a equipe multidisciplinar são
fundamentais (medicina baseada em evidências)
na busca da melhor alternativa de tratamento.
O volume de procedimentos cirúrgicos
realizados varia entre 350 e 380 ao ano, divididos
de maneira harmônica entre os principais grupos
de patologias (degenerativas, traumáticas,
neoplasias e infecções), grupos etários (crianças,
adultos e idosos) e técnicas convencionais, bem
como minimamente invasivas.
O ICC mantém um curso de extensão em cirurgia
da coluna vertebral com programação teórica e
prática com abordagens posteriores para a conduta
cirúrgica para as patologias da CV.
Atividades Cirúrgicas
O Estagiário do curso participa como Auxiliar
Cirúrgico nos procedimentos realizados nos
pacientes conveniados e particulares, bem como
nos pacientes previdenciários, na medida das
suas capacidades. Ao final do curso, deverá ter
realizado todos os procedimentos cirúrgicos da
especialidade, sob a supervisão e orientação dos
preceptores encarregados da especialidade.
Afrane Serdeira, responsável pelo Curso de
Extenção, explica que o aluno poderá optar, no
segundo semestre, pela realização de um estágio
com o Dr. Helton Defino, na Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto-SP e Hospital de Clínicas de
Ribeirão Preto-SP, ou com o Dr. Emiliano Vialle,
na Pontifícia Universidade Católica do Paraná
e Hospital Cajuru, com duração de 2 (dois)
meses, conforme convênio estabelecido entre
as Coordenadorias da Área de Coluna das duas
Instituições.
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Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
20 21
Se você se sente
bem, talvez esteja bem
Ilust.: Joe Mortis
Profilaxia
Reconhecer, aparentemente, quem está
potencialmente saudável salva algumas vidas (embora
o Instituto Nacional do Câncer não tenha encontrado
nenhuma evidência para isso em seus últimos grandes
estudos sobre câncer de próstata e de ovário). Mas, em
definitivo, o rastreamento precoce evita outros processos
desnecessários para o sistema, tais como: consultas,
exames, medicamentos e cirurgias desnecessárias (sem
mencionar outros itens relacionados ao seguro, de forma
desnecessária).
Este processo não promove a saúde, promove a
doença. As pessoas sofrem de mais ansiedade sobre a sua
saúde, a partir de efeitos colaterais dos medicamentos
e de complicações de intervenções cirúrgicas. Algumas
morrem. E lembre-se: essas pessoas se sentiam bem
quando entraram no sistema de saúde.
Não foi sempre assim. No passado, os médicos faziam
o diagnóstico e iniciavam o tratamento apenas em
pacientes que estavam com problemas. Claro que ainda
fazem isso hoje. Mas cada vez mais operam sob o preceito
do diagnóstico precoce: em busca de diagnosticar e iniciar
o tratamento em pessoas que não estão enfrentando
problemas. Isso é uma grande mudança na abordagem,
o foco era na doença e não no estar bem.
Pense nisso desta maneira: no passado, você ia ao
médico porque você estava com algum problema e você
queria saber o que fazer sobre isso. Agora você vai ao
médico porque você quer ficar bem e aprender, em vez
de ter um problema.
Como chegamos aqui? Ou talvez, mais direto ao
ponto: de quem é a culpa? Uma resposta é a indústria de
cuidados de saúde: transformando pessoas em pacientes,
o rastreamento ganhou muito dinheiro das empresas
farmacêuticas, hospitais e médicos. O diretor médico
da Sociedade Americana do Câncer salientou uma vez
que seu hospital poderia ganhar em torno de US$ 5.000
por cada sessão gratuita de rastreamento do câncer
de próstata, graças aos procedimentos de biópsias,
tratamentos e cuidados de acompanhamento.
A resposta mais simplista à questão da culpa é: Richard
Nixon. Foi Nixon que disse: “Nós precisamos trabalhar em
saúdeum sistema que inclua maior ênfase no cuidado preventivo”.
O cuidado preventivo foi fundamental para a promoção
da sua administração nas organizações de manutenção
da saúde e para a guerra contra o câncer. Mas a promoção
legítima da saúde, em grande parte, dependia de uma
dieta saudável, exercícios físicos e não fumar. Isso
não se encaixava bem na cultura biomédica, que foi
transformando os cuidados preventivos em pesquisas de
alta tecnologia para detectar o início da doença.
Tratamento
Alguns médicos têm reconhecido que a abordagem
é uma distração para a comunidade médica. É mais
fácil transformar as pessoas em novos pacientes do
que tratar o doente de fato. É mais fácil desenvolver
novos tipos de exames e testes do que desenvolver
melhores tratamentos.
E é muito mais fácil avaliar pessoas saudáveis do que
fazer exames e determinar como os bons médicos devem
gerir os doentes crônicos.
Mas o preceito do diagnóstico precoce era muito
intuitivo, muito interessante, muito difícil de desafiar e
muito fácil de sustentar.
Os rumores mostram que isso está começando a mudar.
Deixe-me ser claro: o diagnóstico precoce não é
sempre errado. Os médicos preferem ver pacientes no
início do curso de seu ataque cardíaco do que esperar até
que eles desenvolvem pressão arterial baixa e batimentos
cardíacos irregulares. E preferem ver mulheres com
nódulos mamários pequenos do que esperar até que
elas desenvolvam grandes massas mamárias. A questão
é quantas vezes e quando devemos chegar à frente dos
sintomas.
Durante anos, as pessoas foram estimuladas a procurar
a assistência médica como forma de torná-las saudáveis.
Mas esse é o trabalho do agente segurador, porém você não
pode ter esse beneficio de fora para dentro de seu corpo. Os
médicos podem ser capazes de ajudar, podem ser autores
de livros de receitas, personal trainers, clérigos ou um bom
amigo. Nós todos estaríamos melhores se o sistema
médico estivesse um pouco mais perto de sua missão
original: ajudar pacientes doentes e deixar o ser saudável.
O diagnóstico precoce tornou-se um
dos preceitos mais fundamentais da
medicina moderna. É algo como isto:
a melhor maneira de manter as pessoas saudáveis é
descobrir se elas têm (dentre essas) doenças cardíacas,
autismo, glaucoma, diabetes, problemas vasculares,
osteoporose ou, claro, o câncer descobertos mais
cedo. E a melhor maneira de encontrar essas possíveis
doenças precocemente é por meio do rastreamento.
É um preceito que ressoa com a intuição do
público em geral: obviamente que é melhor pegar
e resolver os problemas o mais rápido possível. Um
estudo publicado no The New England Journal of
Medicine, em fevereiro deste ano, explica o que os
pesquisadores chamaram da melhor evidência para
reduzir as mortes por câncer de cólon a colonoscopia.
Recentemente, no entanto, tem havido rumores
dentro da profissão médica que sugerem que o
entusiasmo para o diagnóstico precoce pode estar
diminuindo. Destacam-se as recomendações contra
exame de próstata para homens saudáveis e para
reduzir a frequência de câncer de mama, assim como o
rastreamento do câncer cervical. Alguns especialistas
ainda advertem contra os resultados da colonoscopia
precoce, apontando que os participantes do estudo
foram, provavelmente, muito mais saudáveis do que
a população em geral, tornando-os menos propensos
a morrer de câncer de cólon. Além disso, há uma
preocupação sobre a detecção e tratamento de
diabetes precoce e um crescente reconhecimento
de que o autismo tem sido também amplamente
definido e descrente em relação às novas diretrizes
para o exame de colesterol universal das crianças.
A estratégia básica por trás do diagnóstico precoce
é incentivar o bem para se examinar – para determinar
se não se está, de fato, doente.
A verdade é que a maneira mais rápida para
diagnosticar doenças cardíacas, autismo, glaucoma,
diabetes, problemas vasculares, osteoporose ou
o câncer... é o rastreamento. Em outras palavras,
o problema é o excesso de diagnósticos e
tratamentos.
H. Gilbert Welch
Professor de medicina no Instituto Dartmouth de Políticas de Saúde e Prática
Clínica, é autor de “Overdiagnosed: Making People Sick in the Pursuit of Health”.
Fonte: NY Times/International Herald Tribune/27/02/2012
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Informativo SBC - JUN/JUL/AGO 2012
22
Vivências de um jovem médiconos últimos 10 anos da SBC
Na edição 2011 do curso “Técnicas Modernas e
Avanços da Cirurgia da Coluna Vertebral” (Ribeirão
Preto), completaram-se 10 anos de minha seleção
pela SBC para participar do primeiro Fellow oferecido pela
European Spine Society (ESS), em 2002.
Esse momento foi marcante para mim: ampliou o círculo de colegas
com o velho mundo e criei fortes amizades. Paralelamente a esse fato,
a SBC iniciou a sua projeção e estruturação dentro do universo
científico promovendo a internacionalização de nossa Sociedade.
Esses jovens sócios foram o embrião da futura Comissão de
Capacitação Profissional (CCP), responsável pela admissão de
novos sócios, na qual iniciei a minha participação trabalhando para
a elaboração e aplicação da primeira prova, no Congresso da SBC de
2005, na Bahia.
Lembro-me da tarefa desafiadora de elaborar um exame de
acesso à SBC. Os trabalhos foram presididos pelos colegas Sérgio
Zylbersztejn, Osmar Moraes e Maurício Calais. Após a realização
do exame houve a adesão dos colegas Luiz Eduardo Munhoz
da Rocha, atual presidente da SBC, e Edson Pudles, que está à
frente dos trabalhos da CCP.
A prova para admissão de novos sócios é um marco na entrada dos
novos sócios na SBC. Sua realização é anual, com provas elaboradas
por uma equipe formada por vários colegas provenientes de várias
regiões do país. Em média, a participação é de 50 candidatos, entre
ortopedistas e neurocirurgiões de todo o Brasil.
Depois de alguns anos na CCP fui convidado a ingressar na
Comissão de Defesa Profissional (CDP), onde discutimos assuntos
pertinentes à prática médica dos associados, entre os quais o
relacionamento com pacientes e fontes pagadoras.
Desde a gestão do Prof. Mário Taricco, a SBC conta com
a consultoria do advogado Sérgio Pittel, que confeccionou
em conjunto com a CDP um documento para orientação no
relacionamento com os convênios médicos.
Em 2009, durante o Congresso de Foz de Iguaçu, fui eleito
presidente do XIII Congresso da SBC, que aconteceu em 2011, em
Campos do Jordão (SP), com a participação de 850 congressistas.
Entre os 24 participantes estrangeiros, três deles, os professores
Norbert Passutti, Michael Mayer e Ahmet Alanay, receberam-me em
seus Serviços durante o fellowship da ESS.
Hoje, sou membro da diretoria da SBC e participo das
ações que visam modernizar e fortalecer a Sociedade.
Entre as mudanças concretas e de conhecimento está
a reformulação da homepage, que se tornou um canal
mais interativo e rico em ações para desenvolver o
conhecimento na área de coluna vertebral na web.
A revista COLUNA/COLUMMA segue a sua linha
editorial universalizando a pesquisa científica em
parceria com as mais representativas sociedades
de coluna internacionais. Por outro lado, o nosso
tradicional boletim informativo transformou-se em
uma revista de conteúdo geral, divulgando temas de
interesse de todos.
Em 2011, aderimos à SILACO. Nas ações imediatas
dessa aproximação está sendo organizado o primeiro
encontro entre a Sociedade Brasileira de Coluna e
a Sociedade Argentina de Coluna, que deverá ser
realizado no mês de dezembro de 2012, antes do
Congresso Argentino de Ortopedia e Traumatologia, que
homenageará o Brasil.
Em março deste ano a SBC participou como apoiadora
do Congresso da Sociedade Portuguesa de Coluna
Vertebral, realizado em Leiria. Em maio, a SBC marcou
presença no tradicional Spineweek, em Amsterdam.
A minha visão para os próximos dez anos é a de uma
SBC mais forte e dinâmica, com maior participação
dos jovens sócios integrados com a experiência dos
mais velhos.
O relacionamento com as sociedades estrangeiras
poderá fornecer oportunidades para criação de novos
fellowships, além dos atuais, fornecidos pelo CCMI-
SBC na Coreia do Sul e na Alemanha.
Lembrando ainda que em 2011, após o evento
de Campos do Jordão e de Chicago (Congresso da
NASS), foram estabelecidas metas para que, em
2014, possamos trabalhar em conjunto nas ações
desenvolvedoras de projetos científicos.
Uma recomendação: prestigiem e participem das
atividades da nossa Sociedade.
Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher
SBCSociedade Brasileira de Coluna
REVISTA COLUNA /COLUMNASurpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.
Assinatura para não sócios:
R$ 80,00
atuação
“ A prova para
admissão de novos
sócios é um
marco na Sociedade
”
Marcelo Wajchenberg
024
ARRUME AS MALASE VENHA PARA A BAHIA.
ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES E OS PACOTES DE HOSPEDAGEM PARA O
44º CONGRESSO BRASILEIRO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
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