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ISSN: 1982-517X

Editorial

Nessa edição: Página

Editorial 3

De Olho no Programa: 4

Políticas Locais: Um Plano Diretor Participativo para Florianópolis em 2014? 5

Geomorfosítios como patrimônio ambiental 7

Uso de dados abertos para geração de uma base de dados

Georreferenciada de praças de pedágio. 9

PET Indica 24

Eventos 25

Ano IX – N° 93 Terceiro trimestre de 2015

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

TUTORIAL

PETGeo

INFORMATIVO

PET Geo FAED/UDESC

Expediente:

Bolsistas: Bárbara Grando, Daiane Rocha Santana, Gabriela Gonçalves Rosa, Gleidso

Ribeiro Ferrugem, Ian Monteiro de Assis, Júlia Bastos Barcelos, Luiz Jayme de Souza

Neto, Marcelo de Araújo, Marco Antonio Catuti, Marina Pinho Bernardes, Raphael Meira

Knabben, Thalita Reis Magalhães, Vitória Novello Bernardino e Yasmim Rizzolli

Fontana dos Santos,

Tutora: Prof.ª Vera Lucia Nehls Dias.

Edição: Gabriela Gonçalves Rosa, Gleidso Ribeiro Ferrugem e Marina Pinho Bernardes.

Revisão: Grupo PET-Geografia

Impresso pelo Grupo PET-Geografia FAED/UDESC, em tamanho A4, fonte Times New

Roman.

Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected]

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Editorial

Caro leitor!

Apresentamos aqui a terceira versão

trimestral do informativo do PETGeo

UDESC, trazendo as atividades realizadas

pelo grupo nestes meses, o artigo “Uso de

dados abertos para geração de uma base de

dados georreferenciada de praças de

pedágio” de autoria de Pedro Henrique

Machado Porath e Demis Marques, além

das colunas: De Olho no Programa,

Políticas Locais e PET Indica. No mês de

setembro, o PETGeografia iniciou seu

projeto “Vestibular Solidario” no curso pré

vestibular Einstein, oferencendo uma aula

semanal com temas de Geografia Física,

com o objetivo de contribuir para que

pessoas com fragilidades financeiras e/ou

de aprendizagem ingressem nas

universidades e aprimorem sua formação,

conseguindo realizar seus projetos

pessoais/profissionais.

Dando continuidade ao projeto “CinePET”

os bolsistas apresentaram um vídeo para

uma turma de oitavo ano na escola E.E.B.

Simão José Hess onde o tema foi “Farra do

Boi”.

Continuando as atividades do mês, o

PETGeo junto ao Departamento de

Geografia iniciaram o ciclo de palestras

intitulado de “Desconstruindo situações

problemas”, onde abordamos temas

“polêmicos” que assombram a sociedade.

No inicio do mês de outubro foi realizada a

segunda palestra do projeto

“Desconstruindo situações problemas” onde

o tema foi “Pessoas trans e o espaço

escolar” como palestrante Lino Gabriel

Nascimento dos Santos (NIGS/UFSC).

Nos dias 21,22 e 23 de outubro ocorreu o

XV Simpósio de Geografia “Geografia e

Geotecnologias”, onde por três dias reuniu

alunos da Geografia em palestras, mesas

redondas, minicursos e uma saída de campo

para o porto de Imbituba.

Para finalizar o mês realizamos o

“Barfraseando”, que visa utilizar de um

espaço mais descontraído para ofertar aos

graduandos um debate mais informal. A

professora convidada nesta edição foi a Ana

Maria Preve, do Departamento de

Geografia da UDESC, trazendo o tema

“Vulcões, Ladainhas e Outros Casos”.

No mês de novembro tivemos a terceira e

última palestra do ciclo de palestras, dessa

vez abordando o tema “Autismo”, que foi

ministrada pelo psicólogo Cristian H.

Ziemer.

Como introdução ao novo projeto do PET

“Trilhos e Trilhas”, que pretende levar

alunos de fases variadas para saídas de

campo. A professora Amanda ofertou uma

aula para inteirar os alunos das

características físicas/ambientais do parque,

além de orientações gerais para a viagem,

sobre as cavernas do Parque Estadual

Turístico do Alto Ribeira (SP).

Desejamos a todos um ótimo final de

semestre e boas festas.

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De Olho no Programa

III MOBILIZA PET

Por: Raphael Meira Knabben

Entre os dias 4 e 6 de dezembro de 2015 ocorreu o III Mobiliza PET, na capital federal.

O petiano Raphael Meira Knabben participou do evento representando o estado de

Santa Catarina. Durante o XX ENAPET firmou-se a necessidade de uma terceira edição

do Mobiliza PET, que ocorresse em Brasília, vistas as dificuldades enfrentadas pelo

PET em foro político.

Os participantes do III Mobiliza PET estavam alojados em sua maioria no Albergue da

Juventude, para evitar perda de tempo com deslocamento entre o albergue e a UnB, a

organização optou por realizar a abertura do evento e preparação para o segundo dia de

evento no próprio alojamento. A abertura se deu às 19h do dia 04, tendo terminado

apenas após a meia-noite. Neste dia foi esclarecida a pauta, que consistia nos seguintes

pontos: 1) Modificação da portaria nº 42/2013 do FNDE, que permite a suspensão do

pagamento das bolsas. 2) Cumprimento do calendário para recebimento de bolsas. 3)

Melhorias e mais transparência no SIGPET. 4) Atualização do MOB e reconhecimento

do mesmo pelo MEC. 5) Sistema de avaliação mais eficiente em relação à permanência

de tutores no programa.

No dia 05 de dezembro, pelo período da manhã, ocorreu a ida à audiência pública que

ocorria na Comissão de Educação. Os alunos e professores lotaram a sala que ocorria a

audiência, munidos de cartazes e faixas. Apesar do tema não ter relação direta com o

Programa de Educação Tutorial, foi concedida a fala ao tutor Mário Brasil (UnB) e ao

bolsista Raphael Knabben (UDESC). Ambos falaram por aproximadamente três

minutos e tiveram suas falas registradas pela câmara federal e comentaram sobre a

situação política do programa, aos pagamentos e à educação em geral.

No período vespertino os participantes do III Mobiliza PET realizaram visitas aos

gabinetes de deputados vinculados à Comissão de Educação e aos senadores vinculados

à Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Na maioria das vezes os parlamentares não

estavam presentes nos gabinetes, porém os assessores receberam aos manifestantes e

repassaram as informações aos parlamentares.

No dia 6, pelo período da manhã, foi realizada uma avaliação do evento, os

participantes também fizeram um levantamento de demandas, de afazeres para os dias

seguintes e de estratégias para o futuro do programa.

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Políticas Locais

Um Plano Diretor Participativo para Florianópolis em 2014?

Gabriel Bertimes Di Bernardi Lopes

O advento do Estatuto da Cidade

em 2001 fez com que Florianópolis

iniciasse seu planejamento participativo

em 2004. Um planejamento distinto de

todos os outros realizados e que após

dez anos de conflitos se concretizou.

Foi aprovado em 06 de janeiro de 2014,

com enorme resistência popular e do

MPF. Dificilmente, assistiremos disputa

mais explícita, que opõe Prefeitura e

Câmara Municipal de Florianópolis, que

representam os interesses do mercado

imobiliário, contra os moradores,

representantes comunitários e diversas

organizações da sociedade civil. Trata-

se de um conflito onde os interesses do

mercado imobiliário, Prefeitura, Câmara

Municipal, comerciantes locais,

movimentos de luta por moradia,

moradores de cortiços, moradores de

favelas, recicladores, ambulantes e

moradores de rua estão muito claros, e a

população não estão aceitando

passivamente.

Em Florianópolis, como em todas

as metrópoles brasileiras, um furacão

imobiliário revoluciona bairros

residenciais e até mesmo as periferias

distantes, empurrando os pobres para

além dos antigos limites, insuflado

pelos recursos do Minha Casa Minha

Vida no contexto de total falta de

regulação fundiária e ou imobiliária. Em

outras palavras, falta planejamento

urbano por parte dos municípios. A

especulação corre solta, auxiliada por

políticas públicas que identificam

valorização imobiliária como progresso.

Protestos pontuais acompanham

essa escandalosa especulação que, levou

à multiplicação dos preços dos imóveis,

deflagrando uma guerra de classes. No

entanto, o mercado imobiliário nunca

respondeu positivamente as

manifestações dos movimentos sociais,

que exigiam um mercado diferenciado,

seja para habitação social, ou para a

preservação ambiental.

O plano diretor de 2014 trás com

ele uma série de questões polêmicas

como, por exemplo, o Parque Hotel

Marina ponta do Coral. Este tradicional

espaço público, localizado no Centro de

Florianópolis há muito tempo é objeto

de interesse dos grandes

empreendedores. Atualmente a Hantei e

a Nova Próspera Mineração estão

projetando no local um hotel/marina,

mesmo com total desaprovação dos

movimentos sociais que exigem a

manutenção do espaço como público.

Formou-se o movimento Ponta do Coral

100% Pública, com o intuito de formar

o Parque Cultural das 3 Pontas. As

manifestações socias deram origem a

uma Ação Civil Pública, em 18 de julho

de 2012, que questiona principalmente a

legalidade frente à emissão da

autorização do licenciamento ambiental

do empreendimento.

O mercado imobiliário busca

terrenos amplos que permitam a

construção de torres, padrão

praticamente generalizado atualmente

no Brasil. Por outro lado há os pobres,

com toda a diversidade já exposta, cuja

proximidade desvaloriza os novos

empreendimentos, coerentemente com

os valores de uma sociedade que além

de patrimonialista está entre as mais

desiguais do mundo.

Os pobres ocupam áreas de

proteção ambiental. As favelas estão

localizadas em áreas de risco, mas não

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se aceita que ocupem áreas valorizadas

pelo mercado, como revela a atual

disputa do plano diretor. Enquanto os

planos das várias gestões municipais

não deslancharam, pois não

interessaram ao mercado imobiliário, os

serviços públicos declinaram.

Frente a isso, a atual gestão do

prefeito Cezar Souza Junior deu

continuidade ao projeto, iniciado por

seu antecessor, Dário Berger, e vem se

empenhando em retirar os obstáculos

que afastam o mercado imobiliário de

concretizar seus objetivos.

O modelo é contra os pobres que

estão longe de constituírem minoria em

nossa sociedade. O atual Plano Diretor

de Florianópolis quer os pobres fora da

cidade. A determinação disso tudo é

econômica. A centralidade é a produção

do espaço urbano e a mola propulsora, a

renda imobiliária.

Inicialmente surpreendeu a boa

vontade e iniciativa do pessoal da atual

gestão no IPUF, que convocou o

retorno dos trabalhos do NGM/PD,

destituído na gestão anterior. Sabemos

que esta é uma nova gestão de um novo

governo eleito, porém percebe-se a

continuidade da outra gestão.

No dia 10 de março de 2014 a Justiça

Federal revogou o Plano Diretor

Municipal. Por decisão do juiz federal

Marcelo Krás Borges, da Vara

Ambiental da Capital, foi revogada a lei

do novo Plano Diretor de Florianópolis,

aprovada em dezembro de 2013 pela

Câmara Municipal e sancionada pelo

prefeito Cesar Souza Júnior. O

magistrado julgou procedente ação civil

pública impetrada pela procuradora da

República, Ana Lúcia Hartmann, sob a

alegação de que a legislação federal não

foi cumprida. Argumenta o Ministério

Público Federal que não foram

realizadas 13 audiências distritais, e

inexistiu a audiência geral e foi

descumprido o Estatuto das Cidades. A

decisão do juiz determina à Câmara que

devolva o projeto do Plano Diretor à

Prefeitura Municipal de Florianópolis

para tomar as providências. Atualmente

o processo tramita na Justiça Federal.

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GEOMORFOSÍTIOS COMO PATRIMÔNIO AMBIENTAL

Jairo Valdati

Doutor em Geologia do Ambiente e do Território – Geomorfologia

Università degli Studi di Modena e Reggio Emilia, Itália.

Professor do Departamento de Geografia da UDESC

Estudos recentes em Geografia Física

têm abordado os aspectos do meio físico

como um bem natural, os quais

compõem o que vem sendo denominado

de patrimônio ambiental. Dentre estes

estudos podemos citar os trabalhos

sobre a geodiversidade, sustentando

conceitos como os de geoparques. Na

geomorfologia estes estudos ganham

impulso no final da década de 1990,

através dos trabalhos sobre os sítios

geomorfológicos de relevância

científica, cultural, socioeconômica e

cênica – o que denominamos de

geomorfosítios. Os geomorfosítios são

formas de paisagens com particulares e

significativos atributos

geomorfológicos, que os qualificam

como componentes do patrimônio de

um território.

Do ponto de vista científico aspectos do

relevo podem ser considerados um

geomorfosítio quando revestem de

significado formas ou depósitos. Estas

feições podem ter um valor

significativo, tanto do ponto de vista

evolutivo, como testemunho

geomorfológico, quanto por sua

valência ecológica (quando formas de

relevo servem de habitats específicos de

espécies da fauna ou da flora) ou ainda,

pela multiplicidade de processos

geomorfológicos atuantes em

determinada paisagem.

No que se refere ao geomorfosítio

cultural, o bem geomorfológico pode

fazer parte ou ser testemunho de uma

representação artística ou de uma

tradição cultural. No primeiro caso

podemos ter importantes obras de arte

que representam paisagens e no

segundo caso, locais que foram

descritos por escritores, poetas ou que

fazem parte da icnografia religiosa ou

tradições passadas, tais como as taipas

de pedra localizadas no planalto

catarinense.

Um bem geomorfológico pode ter

também um valor socioeconômico, se

este for usado para fins turísticos ou

esportivos. E por fim, em um bem

geomorfológico pode entrar também a

componente cênica, seja como

componente intrínseca de

"espetacularidade" ou como atração que

podem facilitar na sensibilização e

conhecimento de determinada

paisagem. Contudo é compito dos

estudiosos da geomorfologia avaliarem

as áreas que podem ser consideradas

como um geomorfosítio pelo seu valor

enquanto patrimônio ambiental,

principalmente no que se refere aos

aspectos do ponto de vista científico.

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Os estudos sobre os geomorfosítios nos

fornece uma nova abordagem no estudo

das paisagens com base na

geomorfologia. Este fato enriquece a

multiplicidade de abordagens nos

estudos geomorfológicos aplicados ao

meio ambiente e contribuem na

valoração de áreas já preservadas, como

as unidades de conservação.

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USO DE DADOS ABERTOS PARA GERAÇÃO DE UMA BASE DE

DADOS GEORREFERENCIADA DE PRAÇAS DE PEDÁGIO

Pedro Henrique Machado Porath

Demis Marques

1. INTRODUÇÃO

No início da década de 90 foi iniciada o processo de concessão das rodovias

brasileiras e atualmente segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)

abrange 11.191 quilômetros de rodovias federais entre concessões realizadas pelo

Ministério dos Transportes, governos estaduais (delegações com base na Lei nº

9.277/96) e ANTT. (ANTT,2014)

O processo de concessão de um determinado trecho rodoviário inicia com a

publicação de um edital onde são apresentadas de forma “detalhada questões referentes

a licitação e ao contrato do serviço que será concedido a exploração para iniciativa

privada” (NETO, SOARES; 2007, p.8). De acordo com estes mesmos autores o edital

deve detalhar ainda dentre outras coisas o objeto de licitação e a localização das praças

de pedágio.

Atualmente o sul do Brasil conta com onze concessionárias e setenta e seis

praças de pedágio espalhas pelo país, segundo dados levantados para esta pesquisa pelos

autores, tendo como fonte a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias,

Agência Nacional de Transportes Terrestre, sites de empresas concessionárias e sites

oficiais dos governos federais e estaduais.

As praças de pedágio possuem localização estratégica considerando o do fluxo

de veículos e consequentemente o número de veículos pedágios. Ter informações

centralizadas da localização espacial das praças de pedágio é fundamental para o

gerenciamento e tomada de decisão em uma simulação de transporte.

O uso da Tecnologia da Informação é imprescindível para realização de

simulações. Dentre suas técnicas destaca-se o Geoprocessamento que segundo

Rodrigues (1993), é um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e

apresentação de informações espaciais voltadas para um objetivo especifico.

Dessa forma, entende-se por geoprocessamento a manipulação de dados

geográficos. Que são realizadas através de um conjunto de tecnologias como Sistema de

Informação Geográfica (SIG), Cartografia de precisão, Geodésia, Fotogrametria e

Sensoriamento Remoto. Silva e Zaidan (2004) colocam que com o Geoprocessamento

tornou possível, numa escala inimaginável, investigar sistematicamente determinadas

propriedades e relações topológicas de eventos e entidades representados em uma base

de dados georreferenciados.

Algoritmos são extremamente importantes para a geração da lógica de uma

simulação de transporte, entretanto ela não é plena se não acompanhada de uma boa

base de dados geográfica. Para isso é utilizado de uma das principais ferramentas de

Geoprocessamento, o Sistema de Informação Geográfica (SIG). Burrough e Mc Donnell

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(1998) definem SIG como “um poderoso conjunto de ferramentas para coleta,

armazenamento, simulação, transformação e visualização de dados espaciais do mundo

real para alguma finalidade particular”.

Câmara (2001) define a principal diferença de um SIG para um sistema de

informação convencional, que é a sua capacidade de armazenar tanto os atributos

descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados geográficos. Ou seja,

utilizando um SIG pode-se ter o ganho de informação espacial georreferenciada

associada a informações alfanuméricas.

Um Sistema de Informação Geográfica pode variar quanto a sua qualidade

geométrica e alfanumérica. Geométrica pelo fato de estar diretamente associada com a

escala de mapeamento e de ajustes topológicos. E quanto à qualidade alfanumérica pela

associação aos atributos presentes no banco de dados do sistema, visto que eles podem

não estar padronizados e não possuir um nível de detalhe exigido.

Após essa breve revisão pode ser constatado que o uso de dados

georreferenciados apresenta uma gama de possibilidades em suas aplicações. Dentre

suas aplicações está o uso no setor de transportes, seja para o monitoramento, análise de

fluxos viários, roteamento, custos de transporte e várias outras aplicações.

Desta maneira a obtenção e manipulação de dados georreferenciados se faz

necessária, também para garantir uma boa base de dados é fundamental a realização de

constantes atualizações. Em alguns casos a obtenção, manipulação e atualização podem

representar um alto financeiro.

No entanto, pela propagação de Sistemas de Informações com licenças livres

como Google Earth Pro e “Open Source” como QGIS, além do incentivo a política de

compartilhamento de dados georreferenciadas é cada vez menor o custo para uma

empresa possuir dados com um alto valor agregado a um baixo custo.

Desta maneira este trabalho tem como objetivo apresentar o desenvolvimento e a

atualização de uma base de dados georreferenciados de praças de pedágio para a Região

Sul do Brasil utilizando-se de fontes de informações gratuitas e dados abertos, e

utilizando-se ainda da manipulação dos dados em software gratuito, neste caso o QGIS.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo são apresentados os principais referenciais teóricos considerados

para este trabalho, representados pelos seguintes assuntos: dados abertos e ferramentas

gratuitas para geoprocessamento.

2.1 Dados Abertos e Ferramentas Gratuitas

Atualmente vêm crescendo a cultura de utilização e compartilhamento de dados

abertos. No Brasil destaca-se a iniciativa governamental através da Infraestrutura

Nacional de Dados Espaciais (INDE) instituída pelo decreto Nº 6.666 de 27/11/2008

com a seguinte definição:

"conjunto integrado de tecnologias; políticas; mecanismos e procedimentos de

coordenação e monitoramento; padrões e acordos, necessário para facilitar e ordenar a

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geração, o armazenamento, o acesso, o compartilhamento, a disseminação e o uso dos

dados geoespaciais de origem federal, estadual, distrital e municipal." (BRASIL, 2014)

A INDE tem como um de seus objetivos promover o adequado ordenamento na

geração, armazenamento, acesso, compartilhamento, disseminação e uso dos dados

geoespaciais.

Outro ramo de dados abertos a ser destacado é o SIG colaborativo ou ainda

“Volunteered Geographic Information” (VGI) que segundo Goodchild (2007) é o

aproveitamento de ferramentas para criar, montar e divulgar dados geográficos

fornecidos voluntariamente por indivíduos. Dessa forma, pessoas em qualquer parte do

mundo, através de ações voluntárias tem autonomia de inserir informações para a

difusão e aumento de qualidade de determinado dado geoespacial, como exemplo

podem ser citados o Open Street Map (OSM) e o Wikimapia que possuem informações

cadastrais pôr todo o mundo.

Um dos objetivos de promover o uso de dados abertos é perspectiva de evitar o

retrabalho e em consequência um segundo usuário tem a possibilidade de aperfeiçoar o

dado geoespacial e compartilhá-lo em seguida. Muitas vezes informações são

disponibilizadas através de planilhas ou textos que dificulta mas não impossibilita o

tratamento dessas informações a fim de migrá-las para um ambiente SIG.

Além de dados abertos, ferramentas gratuitas tornam-se mais uma alternativa de

auxílio a tomada de decisão. Entre elas podemos citar os visualizadores de mapas que

permitem interações com o sistema, através da visualização de imagens de satélite e

concomitante cadastramento de informações que podem ser posteriormente utilizados

em outros softwares.

Muitas vezes ao trabalhar com ferramentas gratuitas como o Google Earth não

se tem o controle da qualidade do dado a ser trabalhado como contestam Oliveira e

Saito (2012):

“O problema deste tipo de sistema reside no fato de que alocar informações num SIG,

sejam estas vetores, toponímias, iconografias ou sonogramas, requer critérios científicos

e bases teóricas de escala cartográfica, sistema de projeções, datum, etc, sob pena de

mutilar a credibilidade da informação e de comprometer seu uso, consequentemente,

seu caráter multifinalitário. Assim, o uso não recreacional destas informações, se

realizado, requer uma auditoria dos dados, que por vezes implica um esforço superior ao

de iniciar uma base cartográfica a partir do marco zero”. (OLIVEIRA; SAITO, 2012 p.

390)

Entretanto para muitos estudos principalmente regionais, como monitoramento

ambiental, simulações de transportes, entre outros, não é exigido um nível alto de

precisão cartográfica. Dessa forma através das ferramentas gratuitas e dados abertos

(alfanumérico ou espacial) pode-se montar dados georreferenciados com um banco de

dados com qualidade servindo de amparo a geração de estudos.

Dentre as ferramentas gratuitas mais populares estão os Google Earth e o

Quantum GIS. Uma revisão bibliométrica da literatura apontou um crescimento de

estudos acadêmicos sobre a utilização destas ferramentas nos últimos dez anos.

Numa busca realizada pelos autores deste trabalho apontou um número de 632

artigos na Web of Sciece que retornaram como resultado quando buscado pelo termo

“Google Earth” nesta base. E desses artigos 4417 citações conforme apresentam os

gráficos abaixo:

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Gráfico 1: Número de publicações e citações para Google Earth. Fonte: Site WEB OF

SCIENCE (2015)

E outra busca realizada pelos autores deste trabalho apontou um número de 42

artigos na Web of Sciece que retornaram como resultado quando buscado pelo termo

“Quantum GIS” e “QGIS” nesta base. E desses artigos 111 citações conforme

apresentam os gráficos abaixo:

Gráfico 2: Número de publicações e citações para Quantum GIS e QGIS. Fonte: Site

WEB OF SCIENCE (2015)

Estes dados são relevantes para demonstrar que publicações, sobre o estudo ou

utilização das ferramentas Google Earth e Quantum GIS, tem sido aceita pela

comunidade científica, e vem crescendo nos últimos anos com um número significativo

de publicações, em maior número para o estudo e utilização do Google Earth.

2.4 Concessões Rodoviárias

O processo de concessão das rodovias brasileiras iniciou-se na década de 90 e

atualmente segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abrange

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11.191 quilômetros de rodovias federais entre concessões realizadas pelo Ministério dos

Transportes, governos estaduais (delegações com base na Lei nº 9.277/96) e ANTT.

(ANTT, 2014)

Em 1995 o governo iniciou o Programa de Concessão de Rodovias tendo como

sua primeira concessão o trecho Rio-Petrópolis-Juiz de Fora, Em 1996 foi a vez da

transferência da Rodovia Presidente Dutra, apenas para citar dois exemplos desta fase

inicial das concessões de rodovias no Brasil pelo Governo Federal. Cabe ressaltar que

os estados também foram autorizados pela União a concessionarem trechos de sua

responsabilidade a partir da Lei nº9277/96, neste processo foram privatizados 9.644

quilômetros de rodovias estaduais. (NETO, SOARES;2007).

O processo de concessão de um determinado trecho rodoviário inicia com a

publicação de um edital onde são apresentadas de forma “detalhada questões referentes

a licitação e ao contrato do serviço que será será concedido a exploração para iniciativa

privada” (NETO, SOARES; 2007, p.8). De acordo com estes mesmos autores o edital

deve detalhar ainda dentre outras coisas o objeto de licitação e a localização das praças

de pedágio.

As praças de pedágio possuem localização estratégica considerando o do fluxo

de veículos e consequentemente o número de veículos pedagiados.

A tabela abaixo reflete o número de veículos pedagiados deste 2008 até 2014.

TABELA 1- QUANTIDADE DE

VEÍCULOS PEDAGIADOS

Ano Total (unidade)

2008 728.405.372

2009 1.000.970.710

2010 1.322.159.395

2011 1.483.566.178

2012 1.585.898.249

2013 1.625.546.897

Fonte: Adaptado de ABCR (2014)

Estas praças de pedágio podem apresentar cobrança unidirecional e bidirecional;

contemplar todas as faixas de uma rodovia nos dois sentidos ou somente as faixas de um

determinado sentido. A localização da praça de pedágio e o número de faixas e cabines

de atendimento variam de acordo a necessidade e nível de serviço a ser oferecido

(ARAÚJO, 2001).

Normalmente se considera o número de cabines e o fluxo correspondente na

etapa de projeto, o que pode se mostrar suficiente quando da implantação ou necessitar

de ampliação.

Os valores de cobrança por sua vez têm como parâmetro uma tabela de

referência seguindo o padrão de classificação de veículos definido pela ANTT que

determina 9 categorias por tipo de veículos e número de eixos e apresenta o fator

multiplicador da Tarifa Básica de Pedágio para cada categoria.

A Tarifa Básica de Pedágio é a tarifa de pedágio para o(s) veículo(s) de

categoria 1 da Classificação de Veículos para cobrança de pedágio, e cujo fator

multiplicador de tarifa é igual a 1,0, a tarifa média por quilômetro: obtém-se pela soma

de tarifas cobradas por posto de pedagiamento e divide-se pela quantidade de

quilômetros no trecho concessionado (ANTT,2013).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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A metodologia deste trabalho caracteriza-se em suas vertentes teóricas como

proveniente de uma pesquisa qualitativa por apresentar uma abordagem analítica

descritiva e considerar o comportamento do objeto estudado a partir das interações e

aplicações humanas, descrevendo, por exemplo, suas relações e sua concepção, aspectos

que não são quantitativos, pois a pesquisa não pretende expressar preferências acerca do

objeto estudado, por exemplo, mas sim, aspectos descritivos e comportamentais

relacionados (MARCONI; LAKATOS, 2009). Dentro dessa abordagem classifica-se

como descritiva e exploratória. Gil (2008, p. 28) conceitua a pesquisa descritiva como

aquela que tem como principal objetivo descrever características de determinado

fenômeno, ou que estabelecem relações entre variáveis. Marconi e Lakatos (2009)

conceituam a pesquisa exploratória pela proposição de um estudo científico que visa

explorar o desconhecido para avançar no conhecimento.

O método utilizado para realização deste estudo teve como objetivo a

atualização da base de dados georreferenciados de Praça de Pedágio da Região Sul do

Brasil. Logo se definiu como área de estudo as rodovias da Região Sul do Brasil para

aplicação do método.

O método empregado restringiu-se ao uso de dados abertos e disponíveis na

internet, visando a demonstração do potencial que alguns dados quando manipulados

podem atingir. O método utilizado foi composto por cinco grandes etapas: pesquisa de

dados, compilação de diferentes fontes, ajuste geométrico, ajuste alfanumérico e

resultados.

3.1 Pesquisa e aquisição de Dados

A primeira etapa a ser desenvolvida neste método é a pesquisa e aquisição de

dados. Como já mencionado a pesquisa ficou restrita ao uso de dados abertos. Por isso

foram utilizadas as fontes da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias

(ABCR)1, Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT)

2, Empresa Gaúcha de

Rodovias (EGR)3, Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (DAER-RS)

4 e as

concessionárias responsáveis pelas rodovias dentro do recorte de estudo.

3.2 Compilação de diferentes fontes

Ao analisar os dados disponíveis, pôde-se iniciar o processo de compilação das

diferentes fontes de dados espaciais. Dessa forma por se tratar de uma autarquia federal

com responsabilidade de regulação das atividades de exploração da infraestrutura

ferroviária e rodoviária, primeiramente foram analisados os dados da ANTT.

A ANTT disponibiliza em seu website5 a posição das praças de pedágio no

formato Keyhole Markup Language (KML). Esses dados representam o número de

1 Website da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). http://www.abcr.org.br/

Acessado em 04/08/2015. 2 Website da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). http://www.antt.gov.br/ Acessado em

04/08/2015. 3 Website da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). http://www.egr.rs.gov.br/ Acesso em 04/08/2015.

4 Website do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER). http://www.daer.rs.gov.br/

Acessado em 04/08/2015. 5Aquisição dos dados de Praça de Pedágio em formato KML pela ANTT.

http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/5261/Concessoes_Rodoviarias.html. Acessado em 04/08/2015.

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dezenove praças de pedágio situadas em rodovias Federais, distribuídas pelas

concessionárias Autopista Regis Bittencourt, Autopista Litoral Sul, Autopista Planalto

Sul, ECOSUL e CONCEPA.

Complementarmente, para o estado do Rio Grande do Sul, foram analisados os

dados disponibilizados pelo DAER-RS no mesmo formato KML6, neste dado

constavam três praças de pedágio cuja responsabilidade é o próprio DAER. Com isso,

conclui-se que ao final da compilação de dados espaciais a camada geográfica possui

vinte e duas praças de pedágio mapeadas.

Figura 2: Visualização das Praças de Pedágio em uma primeira compilação. Fonte:

ANTT e DAER.

A ABCR possui em seu website informações sobre as concessionárias atuantes

no território brasileiro. Atualmente segundo a ABCR na região sul existem onze

concessionárias, sendo elas: Caminhos do Paraná (PR), Ecocataratas (PR), Econorte

(PR), Ecovia (PR), Litoral Sul (PR e SC), Planalto Sul (PR e SC), Régis Bittencourt

(PR), Rodo Norte (PR), Viapar (PR), Concepa (RS) e Ecosul (RS).

Apesar de não possuir dados geográficos espacializados, a utilização das

informações desta fonte foi importante para entender que os dados disponíveis em KML

pela ANTT e DAER-RS não contemplavam todas as praças de pedágio da área de

estudo.

6Aquisição dos dados de Praça de Pedágio em formato KML com fonte DAER-RS.

https://maps.google.com.br/maps/ms?gl=br&ptab=2&ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&output=kml&msid=210826498926023531412.0004707c63194a76f8a0e . Acessado em 18/10/2014.

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Dessa forma optou-se por interpretar os dados alfanuméricos disponibilizados

pela ABCR, onde foi possível encontrar o cadastro de cada praça de pedágio brasileira

com as seguintes informações: nome da praça, rodovia e quilômetro da rodovia em que

se encontrava. Dessa forma foi constatado que precisavam ser localizadas e cadastradas

mais cinquenta e quatro praças de pedágio.

Figura 3: Praças de pedágio da concessionária Autopista Litoral Sul. Fonte: ABCR.

3.3 Ajustes Espaciais

Após o cadastramento das vinte e duas praças de pedágio e da percepção da

necessidade de se cadastrar outras cinquenta e quatro praças, foi iniciado o processo de

ajuste espacial, seja para adição ou ainda para conferência da posição geográfica das

praças já cadastradas.

A conferência das posições geográficas das praças de pedágio foi realizada

através de imagens de satélite disponibilizados no software Google Earth Pro. Das

dezenove praças de pedágio apresentadas no dado da ANTT, apenas precisou ser

atualizada a praça de Palhoça (SC) que recentemente foi construída em um novo

quilômetro da BR-101. Já as três praças disponibilizadas pelo DAER-SC estavam com a

posição geográfica correta. A Figura 4 aponta como exemplo a praça de pedágio de

Palhoça.

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Figura 4: Ajuste geométrico realizado na praça de pedágio de Palhoça. Fonte: Adaptado

do Google Earth.

3.4 Cadastramentos de novas praças de pedágio

Após realizar a conferência e ajuste da posição geográfica das Praças de Pedágio

já cadastradas, foi iniciado o cadastramento das cinquenta e quatro Praças de Pedágio.

Para facilitar a identificação da posição espacial de cada uma das Praças foram

utilizadas as informações disponíveis no website da ABCR como município, rodovia e

quilômetro em que a praça se encontra.

Associado a informações alfanuméricas presentes no website da ABCR,

novamente se fez uso do software Google Earth Pro. Onde as imagens de satélite

serviram de apoio para a identificação da localização dessas praças. A Figura 5 mostra

um exemplo de cadastramento de uma nova Praça de Pedágio.

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Figura 5: Localização da Praça de Pedágio de Carambeí presente na rodovia PR-151.

Fonte: Adaptado do Google Earth

Para alguns casos não foi possível fazer a identificação através de imagem de

satélite, devido à baixa resolução espacial e temporal de algumas imagens para

determinadas localidades. Em alguns casos pôde-se substituir a imagem de baixa

resolução espacial e temporal pela ferramenta “Street View”, presente no software

Google Earth Pro. Este serviço baseia-se na captura de fotografias em uma rodovia,

realizado através de uma câmera a bordo de um carro.

Ainda no Google Earth Pro foram realizados cálculos de roteamento entre a

distância de uma determinada quilometragem de rodovia até a suposta quilometragem

da Praça de Pedágio. A Figura 6 mostra um exemplo de praça de pedágio localizada

com o auxílio da ferramenta Street View.

Figura 6: Localização da praça de Sertaneja PR-323 a partir do Street View. Fonte:

Adaptado do Google Earth.

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3.5 Ajustes alfanuméricos

Com os ajustes geométricos realizado pôde-se iniciar o processo estruturação dos

atributos a serem contemplados na camada de Praça de Pedágio. Nesta etapa optou-se

pela utilização da padronização recomendada pela Infraestrutura Nacional de Dados

Espaciais (INDE) através da Especificação Técnica “ET-EDGV”.

Este documento tem por objetivo “apresentar as Especificações Técnicas para

Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais, para a Mapoteca Nacional Digital –

MND, componente da estruturação de dados cartográficos do Mapeamento Sistemático

Terrestre, da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), a fim de padronizar

estruturas de dados que viabilizem o compartilhamento de dados, a interoperabilidade e

a racionalização de recursos entre os produtores e usuários de dados e informação

cartográfica” (CONCAR, 2008).

O documento ET-EDGV estipula padronizações para uma série de temática

geográfica. Como o documento não possui um padrão específico para Praça de Pedágio,

foi decidido utilizar da padronização cujo código é 4.16 (Edif_Rodoviaria) disposta na

Seção “Sistema de Transporte”.

● Identificador sequencial (idPraca)

● Nome da Praça (nome)

● Geometria Aproximada (geometriaAproximada)

● Tipo de Edificação da Rodovia (tipoEdifRod)

● Administração (administração)

● Operacional (operacional)

● Situação Física (situacaoFisica)

● Material da Construção (matConstr)

● Nome Abreviado (nomeAbrev)

Como a INDE não estipula um padrão específico para a temática de Praça de

Pedágio, foi proposto uma adaptação, por isso foi incluído alguns itens:

● Concessionária (concessionaria)

● Direção de Cobrança (direcaoCobranca)

● Preços cobrados (preco)

● Rodovia (rodovia)

● Quilômetro da Rodovia (kmRodovia)

● Cidade (cidade)

● Unidade Federativa (uf)

● Fonte de dados (fonte)

● Ano da fonte de dados (anoFonte)

Estas informações foram inseridas na base de dados a partir da estrutura criada

conforme representa a figura abaixo (Figura 5):

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Figura 7: Estrutura dos dados alfanuméricos da camada de praças de pedágio. Fonte:

Elaborado pelos autores.

Para a alimentação do banco de dados foram utilizadas diversas fontes. Para

extrair informações do nome da praça, concessionária, rodovia e quilômetro da Rodovia

utilizou-se da ABCR. Ainda foram consultadas cada concessionária a fim de obter

informações dos preços praticados e direção de cobrança (uni ou bidirecional);

Para o estado do Rio Grande do Sul ainda foram consultadas informações da

Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), pois algumas praças de pedágio passaram a serem

administradas por esta empresa pública. Por fim, informações de município e estado

foram obtidos através de análise espacial com a camada de municípios disponibilizada

pelo IBGE.

4. RESULTADOS

Das praças encontradas a partir dos dados da ANTT somente a praça do

município de Palhoça precisou de ajustes geométricos quanto a posição, em função da

mudança real da posição da praça de pedágio na rodovia. As praças encontradas a partir

dos dados do DAER-RS não precisaram de ajustes quanto a posição. Totalizando 22

praças de pedágio cujos dados foram obtidos de fontes de dados abertos, neste caso de

organizações públicas, que já estavam georreferenciados e em formato KML.

As cinquenta e quatro praças cujos dados georreferenciados não foram

encontrados, levando assim necessidade de localização e de criação dos objetos

georreferenciados para representa-las foram incluídas na base a partir do método

apresentado.

No total a base georreferenciada gerada contem 76 elementos, e para cada um

desses elementos foram incluídos atributos alfanuméricos conforme apresentado na

metodologia, de forma a totalizar 1444 informações vinculadas aos objetos geográficos

gerados.

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Figura 8: Representação da disposição espacial das Praças de Pedágio na região Sul do

Brasil.

Por fim o resultado deste trabalho apresenta uma base georreferenciada que

representa todas as praças de pedágio regulamentadas encontradas nas fontes de

pesquisa consultadas que pode ter os mais diversos usos, como representação temática,

sistemas de simulação de rotas, sistemas georreferenciados de cálculo de custos, entre

outras aplicações inerentes ao uso de bases geográficas georreferenciadas.

5. CONCLUSÃO

O resultado obtido a partir dos processos apresentados foi uma base de dados

georreferenciados de praças de pedágio com ajuste geométrico e povoada de

informações que foram obtidas de forma gratuita.

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Este trabalho demonstrou uma contribuição para o uso de ferramentas e fontes

de informação gratuitas e de dados abertos para a geração e atualização de dados

georreferenciados enfatizando o baixo custo de obtenção e atualização desses dados

para serem aplicados em seus mais diversos usos.

É importante considerar ao utilizar este tipo de ferramenta e/ou dado a

necessidade de analisar a aplicabilidade e o uso adequado, tanto desses dados, quanto

dos procedimentos apresentados.

REFERÊNCIAS

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<http://www.abcr.org.br/Conteudo/Secao/49/trafego+pedagiado.aspx> Acesso em 08

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PET Indica

Eventos

Filme: Primavera, Verão, Outono, Inverno e...

Primavera.

Descrição: Ninguém é indiferente ao poder das quatro

estações e de seu ciclo anual de nascimento,

crescimento e declínio. Nem mesmo os dois monges

que compartilham a solidão, em um lago rodeado por

montanhas. Assim como as estações, cada aspecto de

suas vidas é introduzido com uma intensidade que

conduz ambos a uma grande espiritualidade e a

tragédia. Eles também estão impossibilitados de

escapar da roda da vida, dos desejos, sofrimentos e

paixões que cercam cada um de nós. Sobre os olhos

atentos do velho monge vemos a experiência da perda

da inocência do jovem monge, o despertar para o

amor quando uma mulher entra em sua vida, o poder

letal do ciúme e da obsessão, o preço do perdão, o

esclarecimento das experiências. Assim como as

estações vão continuar mudando até o final dos

tempos, na indecisão entre o agora e o eterno, a

solidão será sempre uma casa para o espírito.

Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-

53773/

Livro: Palestina (Joe Sacco)

Descrição: Esta obra procura retratar o drama do

povo palestino em uma reportagem em quadrinhos.

Reúne os dois volumes da obra, textos, fotos e

desenhos de Joe Sacco. O livro funciona como um

diário do autor durante a visita que ele fez à Palestina,

onde ele mostra ao leitor tudo o que acontece em sua

volta e as conversas que teve com as pessoas da

região. Durante dois meses, ele coletou histórias nas

ruas, nos hospitais, nas escolas e nas casas dos

refugiados, presenciando confrontos dos soldados com

a população e entrevistando vítimas de tortura.

Fonte: http://www.livrariacultura.com.br/p/palestina-

edicao-especial-22612800

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Eventos

XXI Encontro Nacional dos estudantes de Geografia 2016

Data: 25 a 30 de Janeiro de 2016

Local: Santa Maria – RS

Informação: https://eneg2016.wordpress.com/

XIV Encontro Regional de Geografia 2016

Data: 21 a 24 de abril de 2016

Local: Cidade de Goiás – GO

Informações: http://www.eregeo.ueg.br/index.php

4ª Jornada Científica da Geografia UNIFAL/MG

Data: 30 de maio a 02 de junho de 2016

Local: Alfenas - Minas Gerais

Informações: www.unifal-mg.edu.br/geografia

XVIII Encontro Nacional de Geógrafos

Data: 24 a 30 de julho de 2016

Local: São Luís – Maranhão

Informações: http://www.agb.org.br/

XVI Simpósio de geografia

Data: Em breve

Local: Florianopolis – SC

Informações: em breve