Informe Social #1 Nov.09

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EDITORIAL O que você quer saber n º 01 | Novembro/2009 INFORMATIVO DO TRABALHO SOCIAL DO PAC O que é o Trabalho Social do PAC, por quais transformações o Com- plexo do Alemão vai passar, de que forma as obras alteram o seu dia- a-dia e como participar do futuro da sua comunidade são alguns dos temas que frequentemente estarão por aqui, no Informe Social. Nesta primeira edição, trazemos uma apresentação do Trabalho Social e um pouco do que já foi e está sendo feito para você. Nas próximas, quere- mos contar com a sua opinião, para criarmos um veículo efetivamente voltado para os anseios e questões dos moradores do Alemão. A nossa missão é, cada vez mais, nos aproximar e trocar informações. Portanto, convidamos todos os moradores a participarem desse canal , enviando sugestões, dúvidas ou colaborações. Esta é mais uma forma de todos nós nos comunicarmos. Use. Boa leitura. TRABALHO SOCIAL: Abrindo novos caminhos no Complexo do Alemão A chegada das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo do Alemão trouxe uma grande expectativa sobre o que o futuro guarda para os moradores, já que está prevista a construção de vários equipamentos públicos sociais, como escolas e centros de saúde. Outra obra que chama a atenção e que será um marco do PAC no Comple- xo do Alemão, é a construção do teleférico que, partindo de Bonsucesso, ligará outras 5 comunidades do Complexo do Alemão – Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Fazendinha. Para a construção de cada uma dessas estações e para a ampliação de suas ruas de acesso, foi necessário abrir novos espaços entre as casas e comércios existentes, o que exigiu a realocação de inúmeros imóveis. O Trabalho Social do PAC acompanhou os moradores em cada etapa da realocação, desde o primeiro momento - visitan- do as famílias, dando informações no Canteiro Social e comunicando através de panfletos, carro de som e cartazes os direitos e deveres de inquilinos e pro- prietários das casas - até o fim da negociação com o Governo. A importância desse acompanhamento é fortalecer o morador, per- mitindo que ele possa seguir em frente satisfeito. Prova do reconhe- cimento do papel do Trabalho Social é a procura dos moradores por informações no Canteiro Social, que recebem semanalmente dezenas de pessoas que buscam, entre outros assuntos, entender melhor como se dá a realocação de famílias e, principalmente, saber se eles também serão realocados. Hoje, após quase um ano e meio de trabalho, 1.722 famílias já con- cluíram sua negociação optando ou pela indenização, ou pela compra assistida ou por uma das novas casas também construídas pelo PAC. Tudo indica que até 2010 todas as novas unidades habitacionais se- rão entregues, além de todas as obras de saneamento, urbanização e construção de equipamentos públicos como hospital, creche, bibioteca, ginásio e escola, que já estão em andamento. As realocações para cons- trução do teleférico estão pra- ticamente concluídas e grande parte das famílias e comércios realocados continuam no pró- prio Complexo do Alemão, sinal de que, acima de tudo, acredi- tam e querem participar do fu- turo desse bairro. A importância desse acompanhamento é fortalecer o morador, permitindo que ele possa ao final seguir em frente satisfeito. TRABALHO SOCIAL

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Publicação destinada às comunidades do Complexo do Alemão (RJ), com o objetivo de informá-las sobre as transformações trazidas pelo PAC e valorizar a população e cultura locais.

Transcript of Informe Social #1 Nov.09

EDITORIAL

O que você quer saber

n º 01 | Novembro/2009INFORMATIVO DO TRABALHO SOCIAL DO PAC

O que é o Trabalho Social do PAC, por quais transformações o Com-plexo do Alemão vai passar, de que forma as obras alteram o seu dia-a-dia e como participar do futuro da sua comunidade são alguns dos temas que frequentemente estarão por aqui, no Informe Social. Nesta primeira edição, trazemos uma apresentação do Trabalho Social e um pouco do que já foi e está sendo feito para você. Nas próximas, quere-

mos contar com a sua opinião, para criarmos um veículo efetivamente voltado para os anseios e questões dos moradores do Alemão. A nossa missão é, cada vez mais, nos aproximar e trocar informações. Portanto, convidamos todos os moradores a participarem desse canal, enviando sugestões, dúvidas ou colaborações. Esta é mais uma forma de todos nós nos comunicarmos. Use. Boa leitura.

TRABALHO SOCIAL: Abrindo novos caminhos no Complexo do Alemão

A chegada das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo do Alemão trouxe uma grande expectativa sobre o que o futuro guarda para os moradores, já que está prevista a construção de vários equipamentos públicos sociais, como escolas e centros de saúde. Outra obra que chama a atenção e que será um marco do PAC no Comple-xo do Alemão, é a construção do teleférico que, partindo de Bonsucesso, ligará outras 5 comunidades do Complexo do Alemão – Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Fazendinha.

Para a construção de cada uma dessas estações e para a ampliação de suas ruas de acesso, foi necessário abrir novos espaços entre as casas e comércios existentes, o que exigiu a realocação de inúmeros imóveis.

O Trabalho Social do PAC acompanhou os moradores em cada etapa

da realocação, desde o primeiro momento - visitan-do as famílias, dando informações no Canteiro Social e comunicando através de panfletos, carro de som e cartazes os direitos e deveres de inquilinos e pro-prietários das casas - até o fim da negociação com o Governo.

A importância desse acompanhamento é fortalecer o morador, per-mitindo que ele possa seguir em frente satisfeito. Prova do reconhe-cimento do papel do Trabalho Social é a procura dos moradores por informações no Canteiro Social, que recebem semanalmente dezenas de pessoas que buscam, entre outros assuntos, entender melhor como se dá a realocação de famílias e, principalmente, saber se eles também serão realocados.

Hoje, após quase um ano e meio de trabalho, 1.722 famílias já con-cluíram sua negociação optando ou pela indenização, ou pela compra assistida ou por uma das novas casas também construídas pelo PAC. Tudo indica que até 2010 todas as novas unidades habitacionais se-rão entregues, além de todas as obras de saneamento, urbanização e construção de equipamentos públicos como hospital, creche, bibioteca, ginásio e escola, que já estão em andamento.

As realocações para cons-trução do teleférico estão pra-ticamente concluídas e grande parte das famílias e comércios realocados continuam no pró-prio Complexo do Alemão, sinal de que, acima de tudo, acredi-tam e querem participar do fu-turo desse bairro.

A importância desse acompanhamento é

fortalecer o morador, permitindo que ele

possa ao final seguir em frente satisfeito.

TRABALHO SOCIAL

MINHA HISTÓRIA

FÁBIO LIMA | As paródias que animam o Canteiro da Nova Brasília

NOSSO CANTO

Canteiro Social do PAC: Moradores têm canal de comunicação sobre as obras

A história do Sr. José Augusto Francisco, o Seu Zé, mistura-se à do Complexo do Alemão, onde vive desde 1955. Nascido na Paraíba, Seu Zé, que há 32 anos é presidente da Associação de Moradores do Alemão, veio para o Rio de Janeiro aos 14 anos. Após morar na Ilha do Gover-nador, mudou-se para o Alemão quando tinha 18, onde encontrou uma comunidade bem diferente da que muitos conhecem hoje.

“Nessa época, o Complexo do Ale-mão era bem menor. Tinha apenas uns 100 barracos na Pedra do Sapo. Hoje nem dá para contar. Tem uns 5 mil!”, relata ao lembrar que até 1982 mal havia infraestrutura e, devido à falta de eletricidade, os moradores usavam lampiões em suas casas.

Aos 72 anos, com seis filhos e mais de 20 afilhados, ele diz conhe-cer cada rua e discursa alegremente sobre as dificuldades que enfren-tou. “A gente carregava nos braços os postes de luz. Eu conheço cada

pedacinho daqui. Hoje está muito melhor, mas já sofremos muito. Ainda existem barracos de madeira. Poucos, mas existem”.

Atualmente, a menina dos olhos de seu trabalho na comunidade é a creche que, há 31 anos, atende, em média, 80 crianças de dois a quatro anos. Mas, para quem não sabe, Seu Zé já vendeu café no campo de aviação, foi armador, pedreiro, encarregado de obras e atuou em cons-truções importantes e famosas como o Maracanã e o Jockey Club.

Há mais de cinco décadas na comunidade, Seu Zé jura que não pensa em se mudar. “Aqui criei meus filhos, trabalhei e envelheci. Agora não saio mais daqui”. E tem até medo de visitar a família na Paraíba. “Nunca pensei em sair. Penso em visitar minha família lá, mas não sei se aguen-to tanta emoção. Então fico por aqui mesmo”, diz.

Quem mora no Complexo do Alemão já percebeu que a comu-nidade está passando por uma série de transformações. Obras de urbanização, melhoria da infraestrutura e da qualidade de vida local são alguns dos benefícios previstos no Plano de Aceleração do Cres-cimento (PAC).

O que todos também devem saber é que a Rua Paranhos abriga o Canteiro Social do PAC, espaço destinado a receber os moradores, escla-recer dúvidas e solucionar possíveis transtornos gerados pelas obras.

O local conta com a equipe do Trabalho Social que, diariamente, percorre a comunidade para acompanhar o andamento das obras e volta ao Canteiro Social para relatar e dar os devidos encaminha-mentos. O lugar também é usado como centro de capacitação, trei-namento e de reuniões com lideranças, governo e moradores.

O Canteiro Social do PAC é um canal entre a comunidade e o con-sórcio de obras, aberto para questionamentos, informações e par-ticipação dos moradores nas intervenções que vão transformar o Complexo do Alemão.

É cantando que Fábio Lima passa o seu e o tempo dos companheiros no canteiro de obras da Nova Brasília. Bem animadas, suas paródias já são co-nhecidas inclusive por pessoas da co-munidade, além de

homenagear todos aqueles que suam a camisa em campo. Como se não bastasse, ele também criou alguns bordões que levam bom humor a

seu local de trabalho. Talvez não exista um da equipe de obras do PAC que nunca tenha ouvido a seguinte frase: “Ó o biscoito, limão e mate” (muito falada nas praias cariocas).

Basta ouvir um funk novo e Fábio logo começa a matutar suas letras, que sempre falam do cotidiano dos “peões ajudantes” (como ele mesmo, carinhosamente, chama seus companheiros ajudantes de pedrei-ros). Reparando bem, trata-se de um “Peão Ajudante” bem talentoso, com capacidade criativa para a música e já famoso na área. Afinal, por onde o compositor passa ouve-se alguém repetindo algum de seus refrões,

como: “Eu acordo às 6 da manhã, pego minha bike e vou trabalhar. Chegando ali no Can-teiro, amigo, a chapa vai esquentar. Depois do Café da Manhã que o bagulho fica doido, vem um caminhão de cimento, um de laje e de tijolo...”

É desta forma que ele leva em frente sua atividade e consegue amenizar a carga pesada de trabalho encontrada no ambiente de obras. E não pense que a alegria de Fábio é capaz de contagiar apenas os outros ajudantes: “Quando o engenheiro ouviu, ele se amarrou, riu muito e disse que tenho talento, mas que sou bobo de-mais”, disse Fábio.

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Rua Paranhos, 127 – RamosDe segunda à sexta, das 8 às 17h

A equipe do Canteiro Social: turma pronta para ajudar

SEU ZÉ: Mais de 50 anos de Alemão e muita história para contar

MEU TRABALHO

MELHORIAS POR MUITO TEMPOFóruns Comunitários discutem sustentabilidade para o Complexo do Alemão

EXPEDIENTE

Com a iniciativa do Trabalho Social do PAC e o acompanhamento de secretarias do Governo do Estado, moradores e lideranças do Comple-xo do Alemão vêm participando de Fóruns Comunitários para a cons-trução de um Plano de Desenvolvi-mento Sustentável (PDS).

O objetivo é elaborar um plano de ações voltado à geração de tra-balho e renda, melhoria das con-dições urbanas e sociais, educação ambiental e fortalecimento das organizações e empreendimentos locais. O PDS irá apontar as dire-trizes para que os benefícios das intervenções urbanas do PAC sejam ampliados na comunidade e se sus-tentem ao longo do tempo.

Os Fóruns são fruto de um amplo processo de mobilização comunitária que, desde março, en-volvem moradores, lideranças, comerciantes, representantes de em-presas e organizações da sociedade civil de todas as comunidades

locais. Nestas ocasiões, as pessoas conhecem o que é o Trabalho Social, participam de pesquisas e integram-se ao processo de de-

senvolvimento sustentável para o Complexo do Alemão.

Em encontros mensais, os Fó-runs procuram garantir a partici-pação e o protagonismo da pró-pria comunidade na concepção, implementação, acompanhamento e avaliação das ações do plano. Além de apontar as propostas de ações que estão diretamente li-gadas às demandas sociais do Complexo do Alemão, o Plano de Desenvolvimento Sustentável pre-tende ser um documento que re-presente o compromisso de todos para a realização de suas ações. O

Trabalho Social estará empenhado em contribuir para a mobilização de recursos e articulação de parcerias para a realização das suas deman-das prioritárias.

O Informe Social é desenvolvido pela Equipe Técnica do Trabalho Social do PAC.

A economia local do Complexo do Alemão possui grande dificuldade para se desenvolver. Segundo dados do Censo Empresarial, entre 2007 e 2008, 68% das empresas não tiveram variação no faturamento. Ainda pior para 7% dos empresários do bairro, que viram entrar menos dinheiro em 2008 se comparado ao ano anterior. Em outras palavras, três em cada qua-tro empreendimentos não cresceram.

Esta situação tem inúmeras razões. Para os donos de empresas do Alemão, as maiores difi-culdades enfrentadas são a forte concorrência local, o baixo lucro e o difícil acesso de poten-ciais clientes às instalações comerciais, confor-me dados da mesma pesquisa.

No entanto, o empresariado local parece otimista, principalmente por causa das inter-venções do PAC. Pesquisa de opinião revela

que, para a maioria (85%) dos empreende-dores, as obras irão melhorar os negócios do bairro: o teleférico tornará mais fácil o acesso às instalações comerciais e pode-rá aumentar o movimento de pessoas entre as subcomunidades, enquanto o Centro de Geração de Emprego e Renda visa oferecer capacitação profissional, além de outros ser-viços importantes.

MANGUINHOSvai mudar Consórcio

Manguinhos

TRABALHO SOCIAL

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Participantes do 3º Fórum Comunitário, realizado em 17 de outubro de 2009

1.Minha casa será removida?R: O proprietário de toda casa que será re-alocada é comunicado e convidado para uma reunião de esclarecimento, no Canteiro Social. No momento, o processo de realocação devido à construção do teleférico está praticamente finalizado e não há previsão de outros.

2.Quais os critérios para avaliação do imóvel?R: No ato da vistoria, o técnico faz as medi-ções do imóvel preenchendo uma ficha com as

suas condições físicas, como, por exemplo, o material utilizado para a construção e o aca-bamento interno (pisos, azulejos, revestimento nas paredes, textura...).

3.Como se faz para conse-guir um apartamento cons-truído pelo PAC?Os apartamentos construídos pelo PAC são des-tinados apenas aos moradores que entraram no processo de realocação (já em fase de finaliza-ção no Complexo do Alemão). Esses moradores

tem suas casas na linha de obra, ou seja, em locais onde estão acontecendo diversas obras do PAC. Quando suas casas ingressaram no pro-cesso de remanejamento, o morador que optou por receber outra unidade habitacional é que tem direito a receber, sem nenhum custo, um apartamento do PAC.

Empresários locais esperam crescer com ajuda do PAC

RESPONDE PRA GENTE Realocações do PAC

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A beleza do Rio de Janeiro não esconde a diferença da ação dos governan-tes, ao longo de décadas. A ação desigual fica à vista em certos bairros numa diferença de poucos metros.

Nas favelas, toda política pública conquistada foi à custa de muita pressão. O que vem fácil vem, geralmente, como simples assistencialismo e favor, e não como DIREITO. Portanto, todo recurso destinado às favelas é bem-vindo e deve ser monitorado, acompanhado e definido com o protagonismo dos mo-radores e das instituições que atuam na linha de direitos destes locais.

Passado o PAC, qual deve ser a nossa postura, as nossas preocupações?O primeiro desafio é continuar a mobilização e apresentar propostas para

melhorar a qualidade dos serviços públicos: educação, creches, saúde, trans-porte, iluminação, cultura, lazer e tudo mais que for do interesse dos mora-dores e, principalmente, para jovens e trabalhadores e trabalhadoras - ações geradoras de trabalho e renda, numa perspectiva mais coletiva, mais solidária, onde o lucro deve estar voltado para a inclusão de mais pessoas, a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente.

O segundo desafio é garantir a manutenção e a expansão das obras e uma linha de crédito COM JUROS BAIXOS, através dos bancos, tanto para melhoria das habitações, como para empreendimentos coletivos.

O mais importante é o fortalecimento das instituições locais, que, ao longo de décadas, já vêm conquistando direitos e melhorias, mobilizando os moradores e pressionando os poderes públicos, na maioria das vezes sem recursos, sem espa-ço adequado – gente abnegada e de luta, e o protagonismo dos moradores.

Qualquer investimento no sentido de integração das áreas de favela à ci-dade de todos e todas, deve ser um processo que afirme a favela como um espaço de vida plena, solidariedade, criatividade, produção, com sua história, sua identidade, afirmando sempre a grande força de trabalhadores e traba-lhadoras que educam seus filhos para a dignidade.

* Pedagoga, militante das lutas comunitárias e moradora da Cidade de Deus por 30 anos

FALE CONOSCOEntre em contato com a gente pelo número 2560.9866

O local, que já foi pólo de moda íntima, hoje é seu. Ele será pólo de educação, cultura e cidadania para todos os moradores das comunidades do Complexo do Alemão. Na Estrada do Itararé, 690, terreno da antiga fábrica Poesi, im-plodida em 17 de dezembro de 2008, estão sendo constru-ídos diversos equipamentos públicos, como parte do PAC. Segundo a Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop), até 2010, o espaço contará com uma escola de En-sino Médio, 352 unidades habitacionais e uma área de lazer com parque aquático e ginásio, além de urbanização.

A área, com mais de 55 mil metros quadrados, na Es-trada do Itararé, 690 foi por muitos anos sede da Poesi que, com seus nove galpões destinados à produção de roupas femininas, gerou milhares de empregos diretos e indiretos. Mas os problemas sociais e econômicos do Rio de Janeiro, no início dos anos 60, frearam os avanços da indústria, até que muitas fábricas, inclusive esta, não re-sistiram e fecharam suas portas.

Mas o que antes era deixado de lado passou a ser prio-ridade para o crescimento da cidade. Depois de anos de abandono, os prédios da Poesi foram implodidos para que o terreno passe a ser mais uma vez sinônimo de mudança, transformação e melhoria.

O Trabalho Social do PAC foi de suma importância para que uma ação tão impactante como essa acontecesse sem causar nenhum dano à população local. Com bastante antecedência, a equipe técnica visitou os moradores do entorno, levando informações sobre o que aconteceria. No dia da implosão, logo pela manhã, ela acompanhou a evacuação de aproximadamente três mil moradores para uma área especialmente preparada para acolhê-los. Ali houve, ao longo de todo aquele dia, ações de cidadania, como retirada de documentos, informações sobre cuida-dos com a saúde e distribuição de lanches, além de jogos e brincadeiras para crianças e idosos.

Hoje, a transformação da área da Poesi é considerada uma das etapas mais transformadoras do PAC no Comple-xo do Alemão e, pelo que tudo indica, trará mais desen-volvimento para a comunidade.

ESTRADA DO ITARARÉ, 690 Terreno da antiga fábrica Poesi dá lugar a novos equipamentos públicos

CONCLUÍDAS Novas Unidades Habitacionais

na Av.Itaóca 1174 – CAVO Centro de Geração de Trabalho

e Renda

Duas obras do PAC já foram concluídas no Complexo do Alemão

Além dessas obras, todas as comunidades do Complexo do Alemão serão beneficia-das com obras de pavimentação, drenagem, urbanização e abastecimento de água.

Diversos projetos do PAC estão previstos para a comunidade. Duas obras já ficaram pron-tas e muitas estão em andamento. Confira o nome e a situação de cada um dos projetos.

Favela é cidade!

SUA ÁREA PANORAMA DAS OBRAS

Cleonice Dias*IMPRESSÕES

EM ANDAMENTO Novas Unidades Habitacionais:

352 no terreno da antiga fábrica

Poesi; 192 na Av. Itaóca 1833, 32

no Morro do Adeus, e 32 na CUFA;

Centro de Referencia da Juventude;

Escola de Ensino Médio;

CAS (Complexo de Atendimento à

Saúde): formado por UPA-24h; Atenção

Básica, Laboratório de Análises Clínicas;

salas de raios-X; Atenção Especializada

e CAPS (Atendimento em Saúde Mental);

Parque Aquático e Ginásio;

Centro de Serviços;

Biblioteca;

Teleférico