INGRID FLORES MELO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E … · na presença de umidade e temperaturas ótimas...

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INGRID FLORES MELO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E SENSORIAL DO BOLO DE AMARANTO COM FARINHAS DE TRIGO REFINADA E INTEGRAL Artigo apresentado ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelem Nutrição. Professora Orientadora: MsC Fernanda Damas de Matos Brasília 2012

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INGRID FLORES MELO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E SENSORIAL DO BOLO DE AMARAN TO COM FARINHAS DE TRIGO REFINADA E INTEGRAL

Artigo apresentado ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelem Nutrição. Professora Orientadora: MsC Fernanda Damas de Matos

Brasília 2012

Artigo de autoria de Ingrid Flores Melo, intitulado “Avaliação nutricional e

sensorial do bolo de amaranto com farinhas de trigo refinada e integral”,

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Nutrição

na Universidade Católica de Brasília - UCB, em 26/11/2012, defendida e aprovada

pela banca examinadora abaixo assinada:

_______________________________________ MsC. Fernanda Damas de Matos

Professora orientadora - UCB

_______________________________________

MsC. Maria Fernanda Castioni Gomes de Souza

Membro da banca - Avaliação escrita

________________________________________

MsC. Antônio José de Rezende

Membro da banca - Avaliação oral

Brasília 2012

Dedico esse trabalho aos meus pais, irmã, namorado, amigos e todos aqueles que de alguma forma me ajudaram nesses últimos quatro anos na realização do meu

grande sonho de ser tornar nutricionista.

AGRADECIMENTO

Agradeço aos meus pais João Nunes e Marli Flores pelo o esforço feito em

toda minha vida para a minha formação intelectual, pelas oportunidades e educação

oferecidas ao meu crescimento pessoal. Além do amor incondicional a qual me

oferecem em todos os meus dias.

A minha irmã Ívina Flores pelo seu carinho e amor de irmã mais velha

nesses vinte e dois anos de minha vida. Ao meu namorado Tomás Franco pela

paciência de entender várias vezes meu mau humor, pelo carinho, apoio e atenção.

Aos meus professores pela paciência, em cada dia, de me ensinar com

sabedoria, seus conhecimentos para minha formação como uma futura nutricionista.

Em especial, a minha orientadora Fernanda Damas que, com muita dedicação e

atenção, ajudou-me na elaboração deste trabalho de conclusão de curso.

Às minhas amigas de curso pela a amizade construída nesses quatro anos,

pelo companheirismo e pela ajuda na realização dos nossos seminários, palestras,

fichas técnicas, da melhor forma possível. Que nossa amizade permaneça

eternamente.

RESUMO

Melo, I. F. Avaliação nutricional e sensorial do bolo de amaranto com farinhas de trigo refinada e integral. Departamento de Nutrição da Universidade Católica de Brasília, Brasília-DF, 2012. O amaranto é um pseudocereal da classe das dicotiledôneas, descoberto na América Central há 8.000 a.C, apresentando 60 espécies. No Brasil, atualmente, é encontrado na EMBRAPA CERRADO, unidade localizada em Planaltina-DF e no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (CEFET-RN) e no Recife-PE no cultivo dos horticultores. Sobre suas características botânicas, ressaltamos que é uma planta monóica, com frutos pixídio e com germinação rápida na presença de umidade e temperaturas ótimas para seu desenvolvimento. É rico em proteínas de alto valor biológico e apresenta elevado teor de aminoácidos, inclusive os essenciais, como a lisina. A gliadina não se encontra significamente no amaranto, logo é uma boa opção para pacientes celíacos. No seu perfil lipídico, encontramos ácido linoléico e linolênico, esteróis, esqualenos e vitaminas lipossolúveis. Alguns micronutrientes de sua composição são: cálcio, zinco, vitaminas do complexo B e vitamina E. Isso torna o amaranto um alimento capaz de suprir as necessidades estabelecidas pelo Committee on Dietary Allowaces. Dentre suas propriedades funcionais destacam-se: redução do colesterol, diminuição de doenças cardiovasculares, atividade anticancerígena e antienvelhecimento. Inúmeros produtos podem ser obtidos do amaranto, como o bolo de amaranto, o qual foi avaliado neste trabalho com uso da análise sensorial por teste de aceitação e análise nutricional por meio de ficha técnica. Foram confeccionados dois produtos; o primeiro com farinha de trigo refinada (produto 1) e o segundo com farinha de trigo integral (produto 2). Após a análise sensorial, realizada com 58 degustadores, e a confecção da ficha técnica, concluiu-se que os bolos de amaranto obtiveram boa aceitabilidade e grande potencial de mercado, uma vez que o produto 1 obteve 83,33% de aceitação e o produto 2 82,11%.Em relação à avaliação nutricional percebeu - se um maior valor calórico no produto 1, porém em relação que se refere aos nutrientes, o produto 2 é mais completo. Com isso concluímos que o Brasil deve investir no amaranto, devido ser um alimento versátil ao se adaptar em diversos solos e climas. Além de ser um alimento rico em micronutrientes e com grandes propriedades funcionais, o que o associa à saúde e qualidade de vida; contudo o elevado preço é um fator que pode dificultar a disseminação do amaranto na alimentação do brasileiro.

Palavras-chave: Amaranto, Análise Sensorial, Ficha Técnica, Avaliação da Composição Nutricional.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

1.1 Amaranto ...................................... ..................................................................... 8

1.1.1 História e origem .......................................................................................... 8

1.1.2 Características botânicas ............................................................................. 9

1.1.3 Propriedades nutricionais ........................................................................... 11

1.1.4 Propriedades funcionais ............................................................................. 12

1.1.5 Fatores antinutricionais .............................................................................. 13

1.1.6 Formas de consumo ................................................................................... 14

2 MATERIAL E MÉTODOS .............................. ...................................................... ..14

2.1 Análise sensorial ............................. ............................................................... 14

2.1.1 Teste de aceitação por escala hedônica .................................................... 15

2.1.2 Aplicação e avaliação do teste ................................................................... 15

2.2 Ficha técnica ................................. .................................................................. 16

2.3 Confecção dos bolos ........................... .......................................................... 16

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... ................................................... 17

3.1 Avaliação do teste de aceitação por escala hedô nica ................................ 17

3.2 Avaliação nutricional com o uso de ficha técnic a ....................................... 18

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................................................... 21

5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 22

ABSTRACT........................................... .....................................................................24

ANEXO 1................................................................................................................... 24

ANEXO 2................................................................................................................... 27

ANEXO 3................................................................................................................... 28

8

1INTRODUÇÃO

1.1 Amaranto

1.1.1 História e origem

O amaranto originou-se na América Central, principalmente na região dos

Andes e no planalto mexicano, onde é considerado um ingrediente essencial na

alimentação, demonstrando a importância na produção agrícola desde 8.000 a.C.

(SANTOS, 2007).

A cultura maia foi certamente a primeira a utilizá-lo como um grão de cultura

extensiva, porém, há relatos de seu consumo, em tempos mais remotos, no Peru,

nos Estados Unidos e no México. Há 2.000 anos, os incas, os maias e os astecas já

produziam o amaranto, com um cultivo de 15 a 20 toneladas anuais (COELHO,

2006).

Esse falso cereal era utilizado para o consumo diário e para a realização de

cerimônias religiosas, nas quais as sementes eram moídas e amassadas com

sangue, o que foi associado pelos espanhóis, que colonizaram a região da América

Central, como ritual pagão, acarretando na proibição do seu consumo (AWAYA-

FARFAN, 2005).

Os astecas utilizavam o amaranto para diversos fins: propiciar a cura às

doenças por meio das sementes e das folhas; complementar a alimentação; ofertar

aos deuses do panteão asteca uma pasta preparada em rituais religiosos; dentre

outros (SANTOS,2007).

Outras culturas que, hoje, utilizam o amaranto com maior frequência são: a

indiana, a chinesa, a japonesa e a grega, que o utiliza para rituais que promovem

longevidade, saúde e ainda, de acordo com a crença grega, imortalidade. Observa-

se seu cultivo no México, na América Central e territórios andinos da América Latina.

Há relatos do seu cultivo na Argentina, Ceilão, Himalaia, China, Mongólia e África

Ocidental (SANTOS, 2007).

Devido ao seu elevado valor nutricional e potencial agronômico, desde a

década de 80, a Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos iniciou

pesquisas sobre o amaranto e, logo, houve o incentivo de sua produção. Hoje, os

9

estudos sobre sua produção e consumo concentram-se em Minnesota, Dakota do

Norte e Missouri (MENDONÇA, 2006).

No Brasil encontra-se o cultivo do amaranto e pesquisas na Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA CERRADO), unidade localizada em

Planaltina-DF, Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte

(CEFET-RN) e também cultivo por horticultores de Recife-PE. (CAPRILES, 2006;

SANTOS, 2007).

1.1.2 Características botânicas

O amaranto é um pseudocereal da classe das dicotiledôneas, da família

Amarantaceae, com 60 espécies descritas, sendo as mais utilizadas para consumo e

estudos: a Amaranthus cruentus L., encontrada na África, Caribe, Ásia e América do

Sul; a Amaranthus caudatus L., encontrada na América do Sul; e a Amaranthus

hypocondriacus. L., encontrada na Índia, México e Estados Unidos. Essas se

distinguem das demais espécies por apresentarem rápido estabelecimento e

tolerância ao déficit hídrico e estão representadas, respectivamente, nas figuras

abaixo (SPEHAR, 2003).

Figura 1: Ilustração plantas espécies amaranto

É uma planta monóica que realiza polinização cruzada, apresentando frutos

do tipo pixídio, ou seja, com apenas uma semente. Esta mede de 1,0 a 1,5mm de

diâmetro e 0,5mm de espessura, sendo, em grande parte, preenchida pelo embrião

(SANTOS, 2007; SPEHAR, 2002; COELHO, 2006).

As sementes são compostas por cotilédones, perisperma amiláceo,

endosperma, raiz e revestimento. Por não compor um substrato para os fungos

10

toxigênicos, diminuem consideravelmente a contaminação do grão por aflatoxinas e

zearalenona, fato que não ocorre em outros cereais e leguminosas (COELHO,

2006).

Figura 2: Ilustração sementes amaranto.

O tamanho do amaranto dificulta a colheita manual, por ser de fácil

fragmentação, o que traz perdas importantes na produção. A germinação é rápida

na presença de umidade e temperaturas ótimas ao seu desenvolvimento. Quando

madura possui várias cores, podendo apresentar-se: amarela, rosa, cinza, preta,

vermelha ou branca (SANTOS, 2007; SPEHAR, 2002).

Apresenta caule com entorno de 2,5m de altura, folhas largas, inflorescência

terminal tipo panícula, ou seja, cachos de flores que apresentam formatos

decumbente, semi-ereta, globosa ou amarantiforme típica, densa ou laxa. Possui

raiz profunda, o que garante absorção de nutrientes das camadas mais densas do

solo e maior capacidade de aproveitar água e luz, proporcionando sobrevivência da

planta em longos períodos de seca (TEIXEIRA, 2003; SANTOS, 2007).

É uma planta que pode ser cultivada durante todo o ano, justamente por

apresentar resistência à seca, ao calor e aos patógenos. Outras características

agronômicas que tornam seu cultivo extensivo são: rápido crescimento e satisfatório

aproveitamento solar e de gás carbônico para realização da fotossíntese (TEIXEIRA,

2003).

Em solos brasileiros, é possível sua produção, como afirma Coelho (2006),

já que o amaranto apresenta ótima adaptação climática, por suportar luminosidade

intensa e altas temperaturas.

11

1.1.3 Propriedades nutricionais

O amaranto é um alimento rico em proteínas de alto valor biológico (14 a

20%), quando comparado com outros cereais. O percentual proteico varia de acordo

com a espécie, sofrendo influência de fatores como genética, clima e práticas de

cultivo. A sua qualidade proteica é comparada com a da caseína do leite, uma vez

que apresenta um notável valor de aminoácidos essenciais (COELHO, 2006).

Esse perfil proteico contradiz a ideia de que proteínas animais são

nutricionalmente melhores que as proteínas vegetais, visto que o amaranto

apresenta elevado teor de aminoácidos, inclusive os encontrados com quantidades

limitadas nos cereais, como a lisina, o triptofano e os aminoácidos sulfurados

(metionina e cisteína). A biodisponibilidade dos aminoácidos varia bastante entre as

espécies de amaranto (COELHO, 2006; AWAYA-FARFAN, 2005).

A lisina é um aminoácido essencial que participa da via de biossíntese do

ácido aspártico, em que são sintetizados outros aminoácidos como a isoleucina e

treonina. De acordo com Molina (2001), o catabolismo da lisina é fator essencial

para determinar sua quantidade nas sementes dos cereais, que é regulado pelas

enzimas lisina alfa cetoglutarato redutase (LOR) e sacaropina desidrogenase (SDH).

De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization), a leucina é o

aminoácido com maior carência na semente do amaranto; porém, é um aminoácido

encontrado em boas quantidades em outros alimentos. Outros aminoácidos

limitantes são: treonina, isoleucina e valina (MENDONÇA, 2006; AWAYA-FARFAN,

2005).

Em sua composição, encontra-se, ainda, um baixo teor de gliadina, uma

prolamina formadora do glúten; portanto, é uma ótima opção para portadores da

doença celíaca (AWAYA-FARFAN, 2005).

Quanto ao teor lipídico, observa-se um percentual de 1,9 a 8,7% de

gorduras totais, com predomínio de ácidos graxos insaturados, com significativa

presença dos monoinsaturados e poliinsaturados, como o ácido linoleico (37 a 62%)

e o ácido linolênico (0,3% a 2,0%); porém, esses percentuais são inferiores aos

encontrados nas oleaginosas. Apresenta, ainda, quantidades consideráveis de ácido

palmítico e ácido oleico, além de uma pequena quantidade de fitoesteróis (COELHO,

2006).

12

A fração insaponificável do amaranto é composta por vitaminas

lipossolúveis, esteróis, pigmentos e esqualenos, os quais são intermediários da

biossíntese dos esteróis e correspondem a 9% das gorduras totais. O esqualeno é

um hidrocarboneto que possui relação com a redução de alguns tipos cânceres e

com a diminuição dos níveis de colesterol sérico, sendo pouco encontrado em outros

cereais (MENDONÇA, 2006).

O conteúdo de amido representa 48 a 66% da composição total, sendo o

componente de maior presença no amaranto. A qualidade de seu amido é superior a

do milho na aplicação como espessante alimentício (COELHO, 2006).

A quantidade total de fibras é de 9 a 16%, assim considerado um grão

fibroso quando comparado a outros cereais. Predominam as fibras insolúveis,

principalmente a celulose e a lignina, característica que lhe confere alta capacidade

digestória (COELHO, 2006).

O amaranto é excelente fonte de vitaminas e minerais, principalmente cálcio,

zinco, potássio, ferro, fósforo, vitaminas do complexo B, carotenóides, vitamina C e

vitamina E (COELHO, 2006; MENDONÇA, 2006). Segundo Santos (2007), observa-

se três vezes mais cálcio e niacina nas folhas do amaranto que nas folhas de

espinafre.

De acordo com Awaya-Farfan (2005), o amaranto é um alimento que pode

suprir as necessidades de micronutrientes estabelecidas pelo Committee on Dietary

Allowaces.

Em relação aos outros cereais, é um alimento de grande valor calórico, em

virtude da presença de maior quantidade de proteína em sua composição,

apresentando, aproximadamente, 373 quilocalorias por 100 gramas de seus flocos

(AWAYA-FARFAN, 2005).

1.1.4 Propriedades funcionais

Conforme Mendonça (2006) a fração proteica é um dos componentes

responsáveis pela redução dos níveis de colesterol sérico, devido à proporção

existente de lisina e arginina, semelhante à proteína da soja. Postula-se que essa

proporção acarrete na produção de peptídeos, no trato gastrointestinal, com ação

hipocolesterolemiante. Outra hipótese relacionada aponta uma menor digestibilidade

13

das proteínas do amaranto, o que acarretaria na formação de frações não digeríveis

que se ligariam aos ácidos biliares e ao colesterol, diminuindo a absorção intestinal

desses compostos (COELHO, 2006).

Uma ação já citada é que o esqualeno inibe a enzima do fígado HMG-CoA

redutase que regula a biossíntese do colesterol. Awaya-Farfan (2005) sustenta que

os fitoesteróis campesterol, stigmasterol e sitosterol, que estão presentes no

amaranto, também explicariam essa alegação da diminuição dos níveis desse

lipídeo.

Mendonça (2006) assegura que ratos alimentados com uma dieta contendo

amaranto apresentaram uma redução de 50% do colesterol sérico total quando

comparados com aqueles que receberam dieta controle; esse fato relaciona-se com

o perfil lipídico encontrado nesse alimento.

Portanto, as principais propriedades funcionais e de saúde do amaranto

relacionam-se à redução do LDL- colesterol, o que diminui o risco de doenças

cardiovasculares. Esse pseudocereal apresenta, ainda, atividade anticancerígena,

antienvelhecimento, em prazo de sua ação antioxidante, além de amenizar quadros

de ansiedade, TPM e depressão, função esta que se relaciona à presença do

triptofano, aminoácido precursor da serotonina (COSTA, 2009).

1.1.5 Fatores antinutricionais

Os fatores antinutricionais encontrados no amaranto são escassos.

Encontra-se pequena quantidade de ácido fítico, taninos, nitritos, lectinas, fator

antitríptico e oxalatos (COSTA, 2009).

O nitrato apresenta-se em quantidades consideráveis quando ocorre

fertilização com nitrogênio ou estresse hídrico exagerado; porém, de acordo com

estudos, esses níveis não afetam a qualidade nutricional do amaranto (AWAYA-

FARFAN, 2005).

O oxalato torna- se presente com a adição do nitrato; esse possui a ação de

ligar-se ao cálcio e ao zinco, diminuindo sua disponibilidade ao metabolismo

orgânico, e em excesso, favorece a formação de cálculos renais (AWAYA- FARFAN,

2005).

14

1.1.6 Formas de consumo

Inúmeros produtos podem ser fabricados com o amaranto como: farinhas,

biscoitos, cereais matinais, barras de cereais, sendo também um complemento

alimentar destinado a dietas especiais para celíacos, indivíduos com colesterol alto e

vegetarianos. Pode, ainda, ser utilizado como fortificante de outros cereais

(SPEHAR, 2003).

As flores desse alimento podem ser consumidas em sopas; as folhas podem

ser utilizadas em refogados, saladas, recheios, sopas, concentrados proteicos,

produtos instantâneos e alimentos infantis (SANTOS, 2007).Os talos podem ser

empregados em suplementos alimentares e as sementes utilizadas em sopas,

ensopados, confeitaria, recheios, farinhas, mingaus, panquecas, pães e bebidas

semelhantes ao leite (AWAYA-FARFAN, 2005).

Pesquisas demonstram a utilização do amaranto por indivíduos que habitam

montanhas por causa da elevada oferta de energia e de proteínas. É também

consumido pelos astronautas da NASA pelas mesmas propriedades (AWAYA-

FARFAN, 2005).

Na China, tem sido empregado com forrageira; na África, Ásia e Américas é

utilizado como hortaliça e nos Estados Unidos, os grãos são usados no

processamento para fabricação de pães, biscoitos e alimentos especiais (AWAYA-

FARFAN, 2005).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de receitas

de bolos contendo o amaranto, com dois tipos de farinha de trigo (refinada e

integral), com o intuito de avaliar a possibilidade da aplicação desse pseudocereal

como um alimento cotidiano na dieta brasileira.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Análise sensorial

Segundo Noronha (2003), análise sensorial significa o exame de

características organolépticas de um produto pelos órgãos dos sentidos, com estes

15

objetivos: determinar diferenças, caracterizar e medir atributos sensoriais do produto

e analisar a aceitação pelos consumidores.

Sua importância foi reconhecida nas décadas de 60 e 70 associada ao

aumento da produção na área de alimentos. Seu emprego está relacionado, como

citado por Coelho (2006), à avaliação da preferência do consumidor, à diferença de

aceitabilidade entre diferentes amostras, à seleção do processo adequado de

produção e à determinação do grau de qualidade de um produto.

2.1.1 Teste de aceitação por escala hedônica

O teste de aceitação também é conhecido por teste de preferência, sendo

considerado um teste afetivo, o qual é avalia se o produto fabricado é aceito pelos

consumidores (CAPRILES, 2006).

No teste de aceitação, realizado por escala hedônica, observa-se a reação

subjetiva do provador, indicando o gostar ou não do produto degustado. Sua

conclusão é difícil de ser interpretada, pois necessita da opinião pessoal dos

provadores (NORONHA, 2003).

O uso desse teste é importante para o desenvolvimento de alimentos,

avaliação do potencial de mercado, melhoria de um produto e manutenção das

características de algum item já comercializado (CAPRILES, 2006).

2.1.2 Aplicação e avaliação do teste

Para aplicação e avaliação do teste de aceitação por escala hedônica,

realizado nos dias 13 e 25 de setembro de 2012, foi utilizado um formulário em papel

com a escala de 9 pontos, que oferecia as opções de 9 (gostei muitíssimo) a 1

(desgostei muitíssimo) para cada bolo confeccionado (ANEXO 1). Os degustadores,

em um número total de 58 indivíduos, antes de participar da pesquisa, leram e

assinaram o “Termo de consentimento livre e esclarecido” (ANEXO 2).

Após a assinatura, procedeu-se a degustação do bolo com farinha de trigo

refinada, denominado produto 1 e do bolo com farinha de trigo integral, denominado

produto 2. Então, foi realizada a avaliação individual dos bolos de acordo com a

escala de 9 pontos para os requisitos sabor, cor e textura. Além disso, foi

16

questionado sobre o conhecimento prévio do amaranto, e coletados dados de

gênero e idade dos participantes. Caso julgasse necessário, era possível inserir no

formulário comentários sobre os produtos.

2.2 Ficha técnica

Pela definição de Karam (2011), ficha técnica é o “instrumento gerencial de

apoio operacional, pelo qual se faz o levantamento dos custos, a ordenação do

preparo e o cálculo do valor nutricional da preparação”. Pode ser aplicada nos

hospitais, refeitórios industriais, escolas, creches, restaurantes, entre outros.

Para sua confecção, faz - se necessário a elaboração exclusiva da

preparação em cada unidade de alimentação. Com sua aplicação, estuda-se o

rendimento, o preço per capita, os valores calóricos, os valores de macronutrientes e

micronutrientes, entre outros. Os seus objetivos incluem: registrar procedimentos,

padronizar quantidades de ingredientes, montar os pratos, projetar as compras e

controlar estoque (SILVEIRA, 2010).

Na ficha técnica utilizada, foram considerados para avaliação:

macronutrientes (incluindo o teor de fibras totais, de gordura saturada e de

colesterol), micronutrientes, valor calórico, fator de cocção, peso líquido inicial e

final, peso bruto e custo das preparações per capita.

Nas duas preparações, foram utilizadas as mesmas quantidades de todos os

ingredientes, mesmo modo de preparo e mesmo peso da porção para se obter uma

melhor avaliação sensorial e análise comparativa entre as fichas técnicas dos bolos.

2.3 Confecção dos bolos

Para a fabricação dos bolos, foram utilizados: flocos de amaranto, açúcar

refinado, fermento químico, ovos, manteiga, leite desnatado e farinha de trigo, sendo

o produto 1, elaborado com farinha refinada e o produto 2, com farinha integral.

Os bolos foram confeccionados em ambiente doméstico, com uso de

balança domiciliar calibrada para mensurar exatamente a quantidade,

separadamente, de cada ingrediente para a coleta dos dados e preparação das

fichas técnicas (ANEXO 3).

17

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Avaliação do teste de aceitação por escala hedô nica

Das 58 avaliações realizadas, 8 foram descartadas por terem sido

respondidas de forma errônea. Das 50 avaliações corretas, 36 foram respondidas

por degustadores do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Os degustadores

apresentaram idade entre 19 a 55 anos.

Com a escala utilizada, foi realizada a soma de todas as notas atribuídas

para cada quesito analisado e calculada a média, que, por sua vez, foi utilizada na

seguinte fórmula, para assim descobrir o índice de aceitabilidade:

IA= A x 100 / B, sendo:

IA = índice de aceitabilidade

A = nota média obtida para o produto

B = nota máxima da escala utilizada para avaliar o produto

A partir do resultado encontrado pela fórmula, podemos afirmar que o

produto 1 apresentou uma melhor aceitação que o produto 2, uma vez que o

primeiro obteve 83,33% de aceitação na avaliação do produto de uma maneira geral,

enquanto o produto 2 apresentou aceitação de 82,11%.

Com relação aos outros quesitos avaliados, observamos que o produto 1

obteve 83,55% de aceitação para sabor, a cor 82,11% e textura 83%. Na escala de

nota, esse produto apresentou os quesitos gostei muito (8) e gostei moderadamente

(7). Já o produto 2 apresentou 81% de aceitação para o sabor, 83,55% para a cor e

79,88% para a textura, verificando o mesmo resultado na escala de notas que o

produto 1. Podemos comparar os dados encontrados no gráfico abaixo:

Gráfico 1. Comparação valores análise sensorial dos produtos

78

79

80

81

82

83

84

Maneira

geral

Sabor Cor Textura

Produto 1

Produto 2

18

De acordo com Capriles (2006), com os valores encontrados, nos produtos

analisados, pode-se afirmar sua alta aceitabilidade sensorial e seu grande potencial

de mercado, uma vez que dentro da escala de 9 pontos a nota 6 representa o limite

para comercialização para alimentos.

Dos comentários realizados, apenas o relativo à umidade do bolo foi

pertinente, já que esse produto apresentou, em consequência da matéria-prima,

uma textura mais seca; logo, para degustadores que não gostem desse tipo de

textura, foi um quesito negativo nos produtos.

Em relação ao conhecimento prévio sobre o amaranto foi uma surpresa, já

que 34 afirmaram ter conhecimento sobre o alimento.

3.2 Avaliação nutricional com o uso de ficha técnic a

Os valores atribuídos foram baseados nas tabelas de Philippi (2002) e TACO

(2011). O floco de amaranto, por ser um alimento ainda pouco utilizado, não foi

encontrado em nenhuma tabela de composição dos alimentos; assim seus valores

foram atribuídos a partir da embalagem da marca Jasmine®, a qual foi a matéria-

prima utilizada para fabricar os produtos. Foram considerados para a avaliação

exatamente duas casas após a vírgula.

Com os valores encontrados, podemos elaborar um rótulo nutricional para

cada produto avaliado, sendo a porção da medida caseira uma fatia pequena de 17

gramas, a mesma utilizada para a análise sensorial.

Tabela 1.Valores encontrados das preparações:

Produto 1 Produto 2

Preço per capita (PB) R$ 3,35 R$ 4,51

Peso bruto total (gr) 957 957

Peso líquido inicial (gr) 926 926

Peso líquido final (gr) 1098 1098

Per capita (PB) 56,29 56,29

Per capita (PL) 54,47 54,47

Fator de cocção 1,18 1,18

Valor calórico 175,62 Kcal 172,23 Kcal

19

Peso da porção (gr) 17 17

Percebemos que o custo per capita do produto 1 é menor, devido ao fato

desse ser produzido com a farinha de trigo refinada que é mais barata. Em relação

ao peso bruto e peso líquido inicial e final, foram iguais nos dois produtos, pois foi

usada a mesma quantidade de ingredientes.

O fator de cocção, que corresponde ao peso líquido final dividido pelo peso

líquido inicial, também foi igual, uma vez que foi usado o mesmo tempo para cocção

e modo de preparo. Ao analisarmos o valor calórico, vamos perceber que o produto

1 possui mais calorias pela fatia de 17 gramas, do que a do produto 2; isso ocorre

pelo fato da farinha de trigo refinada ser mais processada.

Como se observa na Tabela 2, os percentuais dos macronutrientes foram

bastante parecidos, em virtude de a porção ser do mesmo tamanho para a análise

sensorial realizada e apenas alterado o valor referente às farinhas utilizadas.

Tabela 2. Demonstrativo percentual de macronutrientes dos produtos analisados

Macronutriente s Produto 1 (%) Produto 2 (%)

Carboidratos 61,31 61,26

Proteínas 7,35 8,54

Lipídios 31,34 30,20

Em relação às fibras, observa-se um maior teor no produto 2, devido a

presença de farinha de trigo integral apresentar a casca do grão do trigo, que, por

sua vez, apresenta alto teor fibroso, sendo o valor encontrado nesse produto de 1,5

gramas enquanto, no produto 1, esse valor é 0,66 gramas. A gordura saturada

apresentou pequena diferença, pois alterou apenas em 0,01 gramas de um produto

para o outro, a partir da matéria-prima farinha de trigo utilizada em cada produto,

sendo 0,41 gramas no produto 1 e 0,42 gramas no produto 2.

O colesterol, por ter poucos ingredientes com compostos de origem animal,

foi igual nos dois produtos, com o valor de 44,15 mg, uma vez que o valor foi

originado dos mesmos ingredientes.

Os valores de micronutrientes encontrados para cada produto foram de

acordo com o demonstrado na Tabela 3:

20

Tabela 3. Valores de micronutrientes encontrados nos produtos analisados

Micronutriente Produto 1 Produto 2

Cálcio (mg) 49,78 38,56

Potássio (mg) 56,53 83,50

Ferro (mg) 0,66 0,86

Sódio (mg) 51,33 51,54

Zinco (mg) 0,33 0,58

Iodo (mcg) 51,33 51,54

Cobre (mg) 21,68 21,72

Manganês (mg) 1,36 15,90

Magnésio (mg) 13,16 11,45

Fósforo (mg) 182,22 207,19

Selênio (mcg) 4,43 11,49

Vitamina B1 (mg) 0,05 0,07

Vitamina B2 (mg) 0,07 0,09

Vitamina B3 (mg) 0,24 0,74

Vitamina B5 (mg) 0,22 0,29

Vitamina B6 ( mg) 0,04 0,07

Vitamina B9 (mcg) 7,18 9,51

Vitamina B12 (mcg) 0,10 0,10

Vitamina A (mg) 34,54 34,54

Vitamina C (mg) 0,00 0,00

Vitamina D (mcg) 2,85 2,85

Vitamina E (mg) 1,16 1,37

Assim, percebe-se que o produto 2 é mais rico nutricionalmente justamente

pela presença da farinha de trigo utilizada em sua fabricação ser a integral, que é

uma farinha mais natural com a composição original mais preservada. Podemos,

ainda, destacar a diferença do manganês, que é característico ser encontrado em

boas quantidades em grãos integrais, tendo como função formação do tecido

21

conjuntivo e ósseo, participação no metabolismo dos carboidratos e lipídeos

(MAHAN, 2010).

Outro micronutriente que deveremos destacar devido a sua grande diferença

entre os produtos é o selênio, o qual tem a função orgânica relacionada com a

insônia, eliminação dos radicais livres, prevenção de doenças cardiovasculares e

regulação do sistema imunitário (SILVA, 2010).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a realização da análise sensorial e nutricional pode-se responder ao

questionamento feito por Awaya-Farfan (2005) no título de seu artigo: “Deveria o

Brasil investir em novos grãos para a sua alimentação? A proposta do amaranto”, de

forma positiva, uma vez que se percebe que a aceitabilidade dos produtos foi boa,

apresentando, assim, grande potencial de mercado. Além disso, é um alimento

versátil, pois pode ser cultivado em diversos solos e climas, e o Brasil apresenta

essas características.

Em relação às propriedades nutricionais nota-se que é um alimento rico em

micronutrientes, fibras e com grandes propriedades funcionais, sendo um alimento

associado à saúde e qualidade de vida.

Entretanto, devemos ter uma visão crítica no quesito preço, que é, em

média, muito alto. Isso pode dificultar a disseminação do amaranto na alimentação

brasileira e o seu consumo regular.

22

5 REFERÊNCIAS

AWAYA- FARFAN. J. , et. al. Deveria o Brasil investir em grãos para a sua alimentação? A proposta do amaranto (Amaranthussp). Segurança alimentar e nutricional, Campinas, 12 (1): 47-56, 2005. CAPRILES, V. D et. Al. Efeito da adição de amaranto na composição e aceitabilidade do biscoito tipo cookie e do pão de forma. Alim. Nutr. Araraquara, v. 17. n.3. p. 269-274, Jul-Set, 2006. COELHO, K. D. Desenvolvimento e avaliação da aceitação de cereais matinais e barras de cereais à base de amaranto (Amaranthuscruentus L.). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. COSTA, M. C. A.; Dantas, J. A. Efeitos do substrato na germinação de sementes de amaranto (Amaranthus spp.). Revista Ciência Agronômica, vol. 40, n. 04, p. 498- 504. Universidade Federal do Ceará. Out- Dez, 2009. KARAM, A. P. G; Nishiyana, M. F. Implantação de fichas técnicas de preparo na cozinha dietética de um hospital na cidade de Foz do Iguaçu – PR. Seminário Científico de Nutrição, 2001. MAHAN, L. K.;Escott-Stump, S. Krause : Alimentos, nutrição e dietoterapia, 12ª Ed.,2010. MENDONÇA, S. Efeito hipocolesterolemizante da proteína de amaranto (Amaranthus cruentus BRS-Alegria) em hamsters. Universidade de São Paulo - Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, 2006. MOLINA ET AL. Manipulação de cereais para o acúmulo de lisina em sementes. Scientia Agrícola , v. 58, n. 1, p. 205-211, Jan-Mar,2001. NORONHA, J. F. Análise Sensorial Metodologia. Escola Superior Agrária de Coimbra, 2003. PHILIPPI, S. T. Tabela de composição de alimentos: Suporte para decisão nutricional, 2º Ed., São Paulo: Coronário, 2002. SANTOS, P. G; Costa, D. M. A. Vantagens do cultivo do amaranto. II Congresso de pesquisa e inovação da rede norte nordeste de educação tecnológica. João Pessoa - PB, 2007. SILVA, C. R.; Pereira, A. C.; Miyasaka, C. K. Concentrações de selênio em dieta e unhas de pré-escolares de um Centro de Educação Infantil em São Paulo. Alim. Nutr. Araraquara, v.21, n.4, p. 573-577, Out-Dez, 2010. SILVEIRA, B. M. et al. Padronização de receitas e elaboração de fichas técnicas de preparação de sobremesas. Universidade Federal de Santa Catarina, 2010.

23

SPEHAR, C. R. ; Teixeira, D. L. Diferenças entre o pseudocereal amaranto e espécies de planta daninha, Amaranthaceas. ISSN 1517 - 1469. Planaltina – DF,Abri,2002. SPEHAR, C. R. et al. Amaranto BRS Alegria: alternativa para diversificar os sistemas de produção. Pesq. Agropec. Bras . Brasília, v.38, n 5, p. 659-663, Mai, 2003. TACO - Tabela de composição dos alimentos, 4ª Ed. revisada e ampliada, Campinas - SP, 2011. TEIXEIRA, D. L., Spehar, C. R. e Souza, L. A. C. Caracterização agronômica de amaranto para cultivo na entressafra do Cerrado. Pesq. Agropec. Bras. Brasília, v. 38, n.1, p. 45-51, Jan, 2003.

24

ABSTRACT

Amaranth in which has 60 species is a dicotyledonous pseudo-cereal. It was first discovered in Central America 8.000 years ago. Nowadays, in Brazil, we can find it at EMBRAPA CERRADO (Planaltina-DF), at Federal Technology Education Center of Rio de Janeiro (CEFET-RJ) and at Recife- PE. Concerning its botanical features, we emphasize that amaranth is a monoecious plant with pixidio fruits and fast germination if it has high humidity and great temperature. It is a rich high biological proteins source and it has a high concentration of amino acids which includes the essential ones such as lysine. The gliadin is not significantly in Amaranth, so it is a good option for celiac patients. Regarding lipid profile, we could identify linoleic and linolenic acids, sterols, fat-soluble vitamins and squalenes. Some of its micronutrient composition are: calcium, zinc, B vitamins and vitamin E. Therefore, Amaranth is a food that is capable of fitting all the requirements of the Committee on Dietary Allowaces. Its functional properties include: lowering cholesterol, reducing cardiovascular disease, anticancer activity and anti-aging. We can categorize a range of products made of amaranth. One of them is the Amaranths cake which was herein studied by sensory analysis and acceptance tests using nutritional analysis sheets. Two products were made by amaranth. The first one made of refined wheat flour (product 1) and the second made of whole wheat flour (product 2). After sensory analysis on 58 tasters and sheets submission, it was concluded that amaranth cakes had good acceptability and great market potential, since the first product reached 83,33% acceptance and product 2 had a 82,11% rate. Regarding nutritional assessment, it was realized a higher caloric value on product 1, however product 2 is a more nutrient-based product. Thus, we concluded that Brazil should invest in Amaranth, once it is a versatile food which is adaptable to a variety of soil and weather. It is also a rich micronutrients food in which has great functional properties that join health and quality of life although, the high prices may be a factor which might hinders amaranth from spreading over Brazil.

Keywords: Amaranth. Sensory Analysis. Analysis sheets. Nutritional Assessment.

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ANEXO 1

Formulário para Análise Sensorial

Sexo:

Idade:

Prove o produto 1 e dê uma nota abaixo, seguindo a seguinte

escala:

9- Gostei muitíssimo (adorei)

8- Gostei muito

7- Gostei moderadamente

6- Gostei ligeiramente

5- Não gostei/ nem desgostei

4- Desgostei ligeiramente

3- Desgostei moderadamente

2- Desgostei muito

1-Desgostei muitíssimo (Detestei)

Considerando a escala acima dê a nota as seguintes perguntas:

O que você achou do produto 1 de maneira geral:

________________________________________

O que você achou do sabor do produto 1:

________________________________________

O que você achou da cor do produto 1:

________________________________________

O que você achou da textura do produto 1:

________________________________________

Prove o produto 2 e dê uma nota abaixo, seguindo a seguinte

escala:

9- Gostei muitíssimo (adorei)

8- Gostei muito

26

7- Gostei moderadamente

6- Gostei ligeiramente

5- Não gostei/ nem desgostei

4- Desgostei ligeiramente

3- Desgostei moderadamente

2- Desgostei muito

1-Desgostei muitíssimo (Detestei)

Considerando a escala acima dê a nota as seguintes perguntas:

O que você achou do produto 2 de maneira geral:

___________________________________________

O que você achou do sabor do produto 2:

___________________________________________

O que você achou da cor do produto 2:

___________________________________________

O que você achou da textura do produto 2:

___________________________________________

Já havia escutado falar sobre o amaranto? ( ) Sim ( ) Não

Comentários em geral em relação ao produto:

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ANEXO 2

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

Análise de aceitabilidade do bolo de amaranto

O (A) senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do Trabalho de Conclusão

de Curso da aluna Ingrid Flores Melo, que tem por objetivo verificar a aceitabilidade do bolo de amaranto, para uma possível potencialidade de mercado.

Você deverá observar os produtos e assinalar na escala de avaliação de 9 pontos a nota que mais reflita o seu julgamento do produto.

O (A) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a), porém os resultados da pesquisa serão utilizados para o trabalho de conclusão de curso do departamento de Nutrição da Universidade Católica de Brasília.

_____________________________________ Nome/Assinatura

__________________________________________

Pesquisador responsável Ingrid Flores Melo

Brasília, ____de _________de2012

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ANEXO 3

Modelo de Ficha Técnica

Nome da Preparação___________________________________ Categoria: Entrada ( ) Prato principal ( ) Guarnição ( ) Outros ( )

Características da Preparação:

• Peso bruto total: • Peso líquido inicial: • Peso líquido final: • Fator de cocção da preparação: • Valor calórico da porção: • Peso da porção:

Modo de preparo: Análise nutricional: Alimento

(Peso líquido)

Per capita

Quant. (g)

Valor energético (Kcal)

Glici. (g)

PTN (g)

Líp. Totais

(g)

Fibras (g)

Colesterol (mg)

Gord.saturadas (g)

Cálcio (mg)

Potássio (mg)

Ferro (mg)

Sódio (mg)

Zinco (mg)

Iodo (mcg)

Cobre (mg)

Manganês (mg)

Magnésio (mg)

Fósforo (mg)

Selênio (mcg)

B1 (mg) B2 (mg)

B3 (mg)

B5 (mg)

B6 (mg)

B9 (mcg) B12 (mg)

A (mg) C (mg) D (mcg) E (mg)

INGREDIENTES PB (g) Total

PL(g) Total

FC MEDIDA CASEIRA

PREÇO R$ PB

Per capita

PER CAPITA

PB(g)

PL(g)

TOTAL