Inimá de Paula

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Inimá de Paula Inimá José de Paula (Itanhomi, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, 13 de agosto de 1999) foi um pintor, desenhista e professor brasileiro. Inimá chega ao Rio de Janeiro em 1940, exercendo ofícios modestos que lhe garantiriam a sobrevivência. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti. Ainda adolescente dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras. No Rio de Janeiro, cursou o Liceu de Artes e ofícios, transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado destes artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas. Isso era só o começo, pois Inimá foi bem mais longe, alcançou em 1952 o Prêmio de Viagem ao Estrangeirodado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote.

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Biografia

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Inimá de Paula

Inimá José de Paula (Itanhomi, 7 de dezembro de 1918 — Belo Horizonte, 13 de agosto de 1999) foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.

Inimá chega ao Rio de Janeiro em 1940, exercendo ofícios modestos que lhe garantiriam a sobrevivência. Com uma formação autodidata, dotado de enorme obstinação, transformou-se em um dos principais expoentes da pintura produzida no país no pós-guerra, figurando entre os maiores paisagistas modernos, ao lado de Guignard e Pancetti.

Ainda adolescente dedicou-se ao retoque de fotografias até que, em 1938, residindo em Juiz de Fora, começou a desenhar junto ao núcleo de Antônio Parreiras. No Rio de Janeiro, cursou o Liceu de Artes e ofícios, transferiu-se para Fortaleza, a fim de trabalhar em um estúdio fotográfico. Teve na capital cearense amizades com Antonio Bandeira, Aldemir Martins e Pierre Chalboz, onde fundaram o Grupo Cearense. Ao lado destes artistas, expôs pela primeira vez uma coletiva na Galeria Askanazi no Rio de Janeiro. Tendo Portinari como padrinho, realizou sua primeira exposição individual logo depois, na mesma cidade. Sua pintura na época seguia uma linguagem impressionista e os temas preferidos eram naturezas-mortas e paisagens urbanas.

Isso era só o começo, pois Inimá foi bem mais longe, alcançou em 1952 o Prêmio de Viagem ao Estrangeirodado pelo Salão de Arte Moderna. Em Paris estudou com André Lothe e Gino Severine. Voltou ao Brasil em 1955 e suas telas passaram a apresentar paisagens urbanas, figuras compostas por planos, e que revelavam a influência do futurismo de Severini e do cubismo de Lhote. Atualmente suas obras fazem parte do acervo de inúmeros museus brasileiro e conceituadas coleções em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Salvador, dentre outros e também no exterior.

Conviveu com artistas como Santa Rosa, Antônio Bandeira, Aldemir Martins, Kaminagai, Portinari, Iberê Camargo, Takaoka, dentre outros, recolhendo sempre as melhores lições, sem abdicar de uma linguagem inconfundível. O seu estilo o consagrou como um dos mais autênticos e significativos intérpretes da sensibilidade tropical.

De índole lírica, era um artesão das cores, sendo considerado o nosso grande fauvista. Sua pintura, altamente elaborada e estruturada, com características bem definidas e pessoais, mostra, através de fartas e generosas pinceladas, paisagens de múltiplas tonalidades, encantando o espectador.

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Assim do impressionismo, passando pelo expressionismo e fauvismo brasileiro, bem como temas populares, pintou inúmeras favelas, paisagens urbanas e rurais de uma forma tão bela e marcante que a Fundação que leva seu nome tem o orgulho de preservar sua história, obras e seu acervo,

onde pode ser visto e lembrado por todos que o admiram e apreciam a verdadeira arte.

Obra de título “Ouro Preto”, catalogada sobre o número PUCI0194 e produzida por Inimá de Paula em 1974 , reproduzida em processo serigráfico com tiragem numérica de 01 a 150, dimensão 50 x 70 cm , autorizada pela Fundação Inimá de Paula.

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Fauvismo ou Fovismo

Fauvismo é uma tendência estética da pintura, surgida no final do século XIX e desenvolvida no

início do século XX, que tinha por características principais o uso exacerbado de cores fortes e o

teor dramático nas obras.

O movimento foi tipicamente francês, iniciou-se por parte dos artistas da época que se opunham a

seguir a regra da estética impressionista, em vigor na época. A tendência foi considerada

movimento artístico apenas em 1905.

O Fauvismo, ou Fovismo, tinha temática leve, baseada na alegria de viver e nas emoções, e não

tinha fundamentação ou intenção crítica nem política. A gradiente de cores é consideravelmente

reduzida nestas obras, mas o papel das cores é extremamente importante nelas, pois eram

responsáveis pela noção de limites, volume, relevo e perspectiva. Além disso, as cores não tinham

relação direta com a realidade, não correspondiam à cor real do objeto representado.

O início do movimento, no final do século XIX, teve como representantes precursores Paul

Gauguin eVincent Van Gogh. Os estilos destes dois renomados artistas exerceram forte influência

sobre os adeptos do Movimento Fauvista. O Fauvismo influenciou muito a ruptura da arte

moderna com a antiga estética vigente, além disso, modificou a idéia de utilização das cores

nas artes plásticas.

O termo surgiu de uma expressão pejorativa, utilizada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles ao ver

uma obra de Henry Matisse, em 1905, no Salão de Outono, em Paris. A expressão utilizada pelo

crítico, “Les Fauves”, significa “os selvagens”. Apesar dos artistas seguidores e dos adeptos do

movimento renegarem a nomenclatura, esta acabou ficando na história da arte.

Para o movimento Fauvista, as criações artísticas não possuem relação com intelecto ou

sentimentos, ou seja, a criação artística deve ser livre e espontânea, baseada no instinto, nos

impulsos primários. Também as cores, era levada amplamente em consideração a larga

preferência por cores puras, elas são exaltadas no Fauvismo, e linhas e cores não possuem uma

ordem predeterminada, são empregadas nas obras da mesma forma primária e instintiva que

fazem crianças e selvagens, como diziam os próprios artistas.

Algumas das características físicas da pintura fauvista são o colorido brutal, as pinceladas violentas

e definitivas, irrealidade na correspondência das cores da realidade com a representação e a

pintura por manchas largas, na formação de grandes planos.

Os principais nomes do Fauvismo foram Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Georges Braque, Andre

Derain, Jean Puy, Paul Cézanne, Henri Matisse, Kees van Dongen, Raoul Dufy e Georges Roualt.