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RAI Revista de Administrao e Inovao
ISSN: 1809-2039
DOI: 10.5773/rai.v11i2.1049
Organizao: Comit Cientfico Interinstitucional
Editor Cientfico: Milton de Abreu Campanario
Avaliao: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Reviso: Gramatical, normativa e de Formatao
ANLISE DO DESEMPENHO DA INOVAO REGIONAL - UM ESTUDO DE CASO
NA INDSTRIA
Claudio Alcides Jacoski
Doutor em Engenharia de Produo pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC
Professor do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia e Gesto da Inovao da Universidade
Comunitria Regional de Chapec Unochapec
[email protected] (Brasil)
Caroline Dallacorte
Engenheira de Alimentos pela Universidade Comunitria da Regio de Chapec Unochapec
Ncleo de Gesto e Competitividade Empresarial da Universidade Comunitria da Regio de Chapec
Unochapec
[email protected] (Brasil)
Beno Nicolau Bieger
Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paran UFPR
Professor do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia e Gesto da Inovao da Universidade
Comunitria da Regio de Chapec Unochapec
[email protected] (Brasil)
Moacir Francisco Deimling
Doutor em Engenharia de Produo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
[email protected] (Brasil)
RESUMO
Este artigo trata da anlise de desempenho de inovao regional, realizada com o intuito de, a partir de
uma adaptao metodolgica, investigar o nvel de inovao tecnolgica nas indstrias de uma regio
no perodo de quatro anos e a relao com o desenvolvimento regional. Desenvolveu-se um mtodo
baseado no PINTEC/IBGE associado ao Manual de Oslo. Uma pesquisa semiestruturada foi aplicada
em 54 indstrias de diversos setores que mais caracterizam o aporte ao desenvolvimento dessa regio.
Os resultados mostraram que apesar dos inmeros obstculos enfrentados as indstrias esto obtendo
um bom nvel de atividade inovadora nos seus produtos e processos, melhorando assim a
competitividade no mercado e contribuindo para o desenvolvimento da regio.
Palavras-chave: Inovao tecnolgica; Gesto da inovao; Manual de Oslo; Indstrias.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected] -
Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria
Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.
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1. INTRODUO
A inovao caracteriza-se como a descoberta, a busca, experimentao e desenvolvimento de
novos produtos, processos e tambm novas tcnicas organizacionais. um procedimento interativo,
em que existe a contribuio tanto de agentes econmicos como sociais, incluindo diferentes tipos de
informaes e conhecimentos que obrigatoriamente tm uma relao direta com os agentes regionais.
A inovao tecnolgica hoje faz parte do mundo globalizado, sendo utilizada como uma forma
estratgica de competio entre empresas.
Hitt et al (2002) defendem a ideia de que a inovao impulsiona o sucesso competitivo das
empresas no somente com a criao de novos produtos, mas tambm atravs de mudanas na sua
estrutura organizacional.
Para ter sucesso ao incluir um novo sistema/produto no mercado de trabalho so necessrios
alguns fatores integrados, como tecnologia, ambiente externo, pessoas e a prpria organizao, que
harmonizados podem produzir desenvolvimento no seu mais amplo aspecto.
Para o Movimento Brasil Competitivo (2008), a inovao no meio empresarial a explorao de
novas ideias para alavancagem dos negcios, criando vantagens competitivas, gerando capital para a
empresa e consequentemente sucesso no mercado. Ela pode ser realizada pela empresa,
individualmente ou em parceria com outras instituies, ou tambm adaptando ideias de outras
empresas nacionais e estrangeiras.
Conhecer o processo de gesto da inovao como um dos elementos que contribui para o
desenvolvimento regional foi o foco deste projeto que culmina com a apresentao dos resultados de
uma pesquisa realizada em indstrias da cidade de Chapec e regio Oeste Catarinense, atravs da
aplicao de um questionrio com base na Pesquisa de Inovao Tecnolgica - PINTEC, realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE e do Manual de Oslo. O objetivo foi avaliar
o nvel de inovao tecnolgica e identificar as dificuldades que as indstrias enfrentam em relao
inovao, bem como sua relao com o desenvolvimento da regio.
2. A INOVAO E O PROCESSO DE EMPREENDER
Os primeiros estudos a abordar a inovao no processo empreendedor foram de Schumpeter, ao
tratar da destruio criadora, quando o empreendedor destri a ordem econmica existente com a
introduo de algo novo. O conceito de inovao proposto por Schumpeter (1982) compreende cinco
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tipos: (1) introduo de um novo bem; (2) introduo de um novo mtodo de produo; (3) abertura de
um novo mercado; (4) conquista de uma nova fonte de oferta de matrias-primas ou de bens
semimanufaturados; e (5) o estabelecimento de uma nova organizao de qualquer indstria. Vale
destacar que a viso schumpeteriana de inovao est predominantemente associada inovao
radical, ou seja, o autor no considera como inovao as melhorias tcnicas realizadas em novos
produtos ou processos aps sua introduo no mercado (HAGEDOORN, 1994).
Depois de Schumpeter, o conceito de inovao passou por um processo evolutivo. Segundo a
Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE, 1992), a inovao
caracterizada pela transformao de uma ideia num novo produto, num processo operacional para a
indstria ou para o comrcio ou num novo mtodo social.
Do Manual Frascati ao Manual de Oslo e suas atualizaes, a definio de inovao foi
evoluindo. Inovaes tecnolgicas em produtos e processos (TPP) compreendem a implantao de
produtos e processos tecnologicamente novos e/ou substancialmente melhorados. Uma inovao TPP
considerada implantada se for introduzida no mercado (inovao de produto) ou usada no processo de
produo (inovao de processo). Implantar uma inovao TPP envolve uma srie de atividades
cientficas, tecnolgicas, organizacionais, financeiras e comerciais. Uma empresa inovadora em TPP
uma empresa que tenha implantado produtos ou processos tecnologicamente novos ou com substancial
melhoria tecnolgica durante um determinado perodo.
A primeira edio do Manual de Oslo foi publicada em 1992 e serviu de base para o Community
Innovation Survey (CIS) organizado pela Unio Europeia. A segunda edio, de 1997, atualizou a
estrutura de conceitos, definies e metodologia para incorporar experincias de pesquisas, ampliando
a compreenso do processo de inovao. As duas primeiras edies usaram definio de inovao
tecnolgica de produtos e de processo (TPP). A terceira edio, de 2005, introduz outros dois tipos de
inovao: organizacional e de marketing.
Qualquer forma de inovao envolve uma srie de esforos: a inovatividade tecnolgica, por
exemplo, envolve primeiramente esforo de pesquisa e de engenharia, focado no desenvolvimento de
novos produtos e processos; a inovatividade em produto e mercado inclui pesquisa de mercado, design
de produto, e inovao em publicidade e promoo; a inovatividade administrativa refere-se a
novidades em sistemas gerenciais, tcnicas de controle e estrutura organizacional (DESS et al, 2005).
As empresas inovam ou para defender suas posies competitivas ou em busca de vantagem
competitiva. Uma empresa pode ter uma abordagem reativa e inovar para evitar perder participao de
mercado para um concorrente inovador. Pode, tambm, ter uma abordagem preventiva e buscar uma
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posio estratgica no mercado em relao a seus competidores, desenvolvendo e tentando impor, por
exemplo, padres tcnicos mais altos para os produtos que produz (OCDE, 2005).
Segundo Tether (2003), as empresas que inovam so dotadas de rotinas e processos sistemticos
focalizados nas habilidades de aprender e adaptar. Essas empresas so comprometidas com a prtica de
melhorias que possam culminar em novos produtos ou novos processos. Nesse sentido, Tether (2003,
p. 10) menciona que as empresas que so inovadoras tendem a ter um padro instrudo e estvel de
atividade coletiva pela qual a organizao gera e modifica sistematicamente suas rotinas operacionais
em busca de melhor efetividade.
A inovao e o sucesso da inovao dependem em larga escala do comportamento do
consumidor. Traill (1997) argumenta que mudanas no padro de consumo muito frequentemente
determinam a natureza da inovao que ocorre na indstria.
As necessidades e desejos dos consumidores so a fonte lgica para buscar ideias de novos
produtos. Muitas das melhores ideias surgem quando se pede aos consumidores para descreverem seus
problemas em relao aos produtos atuais (KOTLER, 2000).
Segundo Kotler (2000), um cliente altamente satisfeito ou encantado com a organizao, tem
um valor dez vezes maior do que um cliente apenas satisfeito. Esse encantamento do cliente somente
atingido atravs da oferta constante de produtos e/ou servios diferenciados em relao aos produtos
e/ou servios oferecidos pelos concorrentes, ou seja, se obtm vantagens competitivas atravs da
inovao contnua.
De acordo com Ferraz (1995), o processo de inovao vem sendo um dos indicadores mais
utilizados para avaliar a competitividade, uma vez que seus resultados se encontram vinculados
capacidade de acompanhar as mudanas e o desenvolvimento do mercado, bem como a criao e
ocupao de novos mercados processo cada vez mais dinmico.
Na viso de Sbragia (2001), o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) gera
inovaes que por consequncia trazem maiores lucros e competitividade para as empresas.
Analisando a rea de P&D das organizaes, Stefanovitz e Nagano (2005) apresentam situaes nas
quais as empresas de alta tecnologia tambm podem obter uma maior lucratividade comercializando os
produtos, processos ou servios gerados a partir das atividades de P&D com terceiros, realizando uma
forma de licenciamento destas inovaes criadas pela empresa. Porm, dentre as atividades inovativas,
a de P&D a que apresenta as maiores incertezas.
Apesar de todas as oportunidades de sucesso vindas com a inovao, h tambm um aumento de
risco. No caso de grandes organizaes, o custo de eventuais erros decorrentes de experincias
inovadoras malsucedidas amplamente compensado pelos casos de sucesso. Nas micro e pequenas
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empresas (MPE), entretanto, uma simples troca de cor na embalagem pode levar a resultados que a
empresa no tem condies de suportar (BACHMANN et al, 2008).
3. A INOVAO EM MICRO, PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
As micro, pequenas e mdias empresas (MPMEs) vm sendo h muito tempo alvo de ateno de
analistas econmicos devido a seu potencial de gerao de renda e de emprego. No ps-fordismo, essa
ateno se intensifica medida que os atributos de flexibilidade e rapidez de adaptao s demandas
do mercado, caractersticas de muitas MPMEs, so valorizadas (LA ROVERE, 1999).
Uma nao forte quando tem um grande nmero de pequenas e mdias empresas permeando
todos os setores produtivos e difundidas em todos os segmentos da economia e em todas as regies. A
estratgia de inovao via agregao de novos processos e padres tecnolgicos e a busca de maior
flexibilidade constituem caminho alternativo adotado para as pequenas e mdias empresas se inserirem
competitivamente num processo de demandas mutantes, instveis e diferenciadas (CARON, 2004).
Como observado por Rothwell e Dodgson (1993), tanto as MPMEs como as grandes empresas
tm vantagens para gerar e adotar inovaes. Enquanto as grandes empresas tm vantagens materiais,
devido sua maior capacidade de P&D, as pequenas e mdias empresas tm vantagens
comportamentais relacionadas maior flexibilidade e capacidade de adaptao a mudanas no
mercado.
Cabe observar tambm que as MPMEs podem no ter conscincia dos possveis ganhos de
competitividade trazidos pelas inovaes. A maioria dessas empresas gera ou adota inovaes apenas
quando percebem claramente as oportunidades de negcio ligadas inovao ou quando esto sob
presso de clientes e/ou fornecedores (GAGNON e TOULOUSE, 1996).
Entretanto, as pequenas empresas no tm necessariamente um potencial inovador maior do que
as grandes, pois tm menor acesso a informaes tecnolgicas e, portanto, podem ser menos propensas
inovao (OECD, 1995).
Segundo Caron (2004), as principais dificuldades enfrentadas pelas pequenas e mdias empresas
para inovar so, em ordem de importncia, a falta de:
- recursos para investir em inovao;
- acesso a financiamento para inovao;
- informaes sobre entidades de apoio inovao tecnolgica;
- pessoal capacitado;
- mquinas e equipamentos;
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- informaes sobre mudanas tecnolgicas;
- confiana em parcerias e alianas para inovao tecnolgica;
- informaes sobre mercados.
4. FERRAMENTAS PARA AVALIAO DA INOVAO
4.1 Manual de Oslo
O Manual de Oslo, desenvolvido conjuntamente pelo Eurostat e a OCDE, constitui parte de uma
famlia de manuais dedicada mensurao e interpretao de dados relacionados a cincia, tecnologia
e inovao. Esse material compreende manuais, diretrizes e guias sobre P&D (Manual Frascati),
indicadores de globalizao, patentes, a sociedade da informao, recursos humanos em cincia e
tecnologia (C&T) (Manual Canberra) e estatsticas de biotecnologia.
O objetivo do Manual oferecer diretrizes para a coleta e a interpretao de dados sobre
inovao. Os dados sobre inovao podem ser utilizados para diversas finalidades e o Manual foi
concebido para acomodar esses usos. Uma razo para a coleta de dados de inovao compreender
melhor essas atividades e sua relao com o crescimento econmico.
O Manual visa coleta de dados sobre inovao no mbito da firma. Ele no trata de mudanas
amplas na indstria ou na economia, tais como a emergncia de um mercado novo, o desenvolvimento
de uma nova fonte de matrias-primas ou de bens semimanufaturados ou a reorganizao da indstria.
Contudo, possvel, em alguns casos, estimar mudanas mais abrangentes na indstria e na economia
por meio da agregao de dados de firmas individuais (OCDE, 2005).
4.2 PINTEC
A Pesquisa de Inovao (Pintec) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(IBGE), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministrio da Cincia,
Tecnologia e Inovao (MCTI).
A Pintec tem como principal objetivo conhecer as atividades inovativas desenvolvidas nas
empresas industriais, de telecomunicaes, de atividades de informtica e servios relacionados e de
pesquisa e desenvolvimento, de modo a acompanhar sua evoluo no tempo.
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Os resultados agregados da pesquisa permitem s empresas avaliar o seu desempenho em relao
s mdias setoriais e s entidades de classe, analisar as caractersticas setoriais da inovao e aos
governos, desenvolver e avaliar polticas nacionais e regionais (IBGE, 2012).
5. MTODOS E PROCESSOS
Nesta pesquisa foi implementada uma associao dos dois mtodos conhecidos, Pintec e Manual
de Oslo, transformando-os em uma pesquisa semi-estruturada. Baseado na pesquisa de inovao do
Pintec e nos conceitos de inovao tecnolgica do Manual de Oslo, se buscou avaliar o nvel
tecnolgico das indstrias de Chapec e da regio oeste catarinense nos ltimos quatro anos. Foi
elaborado um questionrio, aplicado em forma de pesquisa semiestruturada, contendo 70 quesitos que
foram utilizados para investigao em 54 indstrias de diversos setores.
6. ANLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSO
Das 54 indstrias pesquisadas, 49 esto localizadas na cidade de Chapec e cinco so empresas
da regio. Dividem-se em diversos setores de atividades industriais como pode ser observado na tabela
abaixo.
Tabela 1: Setor de atividades das indstrias
Setor de atividade Freq. %
Alimentos 21 38,9%
Metal Mecnica 12 22,2%
Moveleira 7 13,0%
Plsticos 6 11,1%
Outros, qual? 5 9,3%
Txtil 3 5,6%
TOTAL 54 100%
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Grfico 1: Setor de atividade das indstrias
As inovaes de produto compreendem produtos novos e produtos aperfeioados. Produto novo
(bem ou servio) um produto cujas caractersticas fundamentais (especificaes tcnicas, matrias-
primas, componentes, software incorporado, funes ou usos pretendidos) diferem significativamente
de todos os produtos previamente produzidos pela empresa.
Significativo aperfeioamento de produto (bem ou servio) se refere a um produto previamente
existente, cujo desempenho foi substancialmente incrementado ou aperfeioado, atravs de mudanas
nas matrias-primas, componentes ou em outras caractersticas que melhoram sua performance (IBGE,
2012).
Nos ltimos quatro anos, nas empresas consultadas, foram implantados 19 produtos novos e 28
aperfeioados. Em termos de mercado, alm dos produtos implantados no mercado nacional,
constatou-se a implantao de sete produtos para o mercado internacional.
Desses produtos, 31 foram desenvolvidos pela prpria empresa, 13 so resultado de parcerias
com outras empresas, duas empresas estabeleceram parcerias com instituies e uma utilizou servio
de contratao de outras empresas.
Inovao de processo se refere implementao de um novo ou substancialmente aperfeioado
mtodo de produo ou de entrega de produtos (bens ou servios). Envolve tambm mudanas
significativas em tcnicas, equipamentos e/ou softwares empregados em atividades de apoio
produo.
Mtodos de produo novos ou significativamente aperfeioados, na indstria, envolvem
mudanas nas tcnicas, mquinas, equipamentos ou softwares usados nos processos de transformao
de insumos em produtos. Nos servios, mtodos de produo novos ou significativamente
aperfeioados podem envolver mudanas nos equipamentos ou softwares utilizados, como tambm
nos procedimentos ou tcnicas que so empregados para criao e fornecimento dos servios.
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Mtodos de entrega novos ou significativamente aperfeioados dizem respeito a mudanas na
logstica da empresa, que engloba equipamentos, softwares e tcnicas de suprimento de insumos,
estocagem, acondicionamento, movimentao e entrega de bens ou servios (IBGE, 2012).
Das 54 indstrias avaliadas, 44 tiveram mtodos de processo de fabricao, produo ou
prestao de servios novo ou aperfeioado, de tal maneira que 11 processos podem ser considerados
como novos. No mbito da possibilidade de utilizao, 32 eram novos e/ou aperfeioados para a
empresa, 10 para o mercado nacional e dois para o mercado internacional.
Grfico 2: Tipos de processos novos e/ou aperfeioados na indstria
Para 28 indstrias, esse processo teve importncia alta para o desenvolvimento. Em 15 indstrias
a importncia foi mdia, em uma indstria a importncia foi considerada baixa e 10 das indstrias
entrevistadas no responderam.
Com relao s empresas que implantaram as inovaes de processos na indstria, 27 foram
realizados pela empresa, 11 em parceria com outras empresas, 10 atravs da contratao de outras
empresas, trs com parceria entre instituies, trs com outra empresa do grupo.
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) podem ser considerados um processo de reduo de
incerteza ou aprendizado, associados a esforos paralelos para lidar com a incerteza. O custo de um
projeto de desenvolvimento em particular depende do tamanho e da complexidade do produto a ser
desenvolvido; do grau de avano do desempenho em que se baseia; do estoque de conhecimentos
bsicos, materiais e componentes e do tempo de desenvolvimento (MANSFIELD,1978).
Com relao a P&D, apenas 16 indstrias avaliadas possuem essa atividade. Dessas 12 possuem
P&D interna. As demais no possuem ou as atividades so realizadas externamente.
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Tabela 2: P&D realizada de forma Interna ou Externa
P&D interna ou externa Freq. %
No possui 35 64,8%
Interna 12 22,2%
Proprietrios 4 7,4%
Externa - Consultorias 2 3,7%
Externa - Instituies 1 1,9%
Externa - Empresas 1 0,0%
TOTAL 54 100%
Grfico 3: Forma de realizao de P&D
Das 54 indstrias analisadas 23 obtiveram atividade inovadora de P&D nos ltimos quatro anos.
Entre estas 13 delas consideraram a atividade de importncia alta para o desenvolvimento da indstria.
Entre as indstrias que realizaram algum tipo de inovao, 25 afirmaram encontrar algum tipo de
dificuldade ou obstculo que tornou mais lenta ou inviabilizou a implementao de determinados
projetos. Outras 16 informaram que a dificuldade ou obstculo ocorreu em partes, 10 indstrias no
encontraram problemas e 3 no souberam responder.
No Grfico 4 so apresentados os motivos apontados pelas empresas que no desenvolveram
atividade inovadora nos ltimos quatro anos.
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Grfico 4: Razes pela qual as indstrias no realizaram atividade inovadora
O grau de importncia dos fatores que prejudicaram as atividades inovadoras das indstrias,
descrito na Tabela 3, obtido com a indicao das indstrias entrevistadas durante a pesquisa.
Tabela 3: Fatores com grau de importncia alto que prejudicaram a inovao das indstrias.
Grau de importncia: Alto Freq. %
Riscos econmicos excessivos 19 35,2%
Elevados custos de inovao 29 53,7%
Escassez de fontes apropriadas de financiamento 17 31,5%
Rigidez organizacional 13 24,1%
Falta de pessoal qualificado 41 75,9%
Falta de informao sobre tecnologia 14 25,9%
Escassa possibilidade de cooperao - empresas/instituies 18 33,3%
Dificuldade para se adequar a padres e normas 19 35,2%
A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 7 13%
Centralizao da atividade inovadora em outra empresa 4 7,4%
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Grfico 5: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia alto.
Tabela 4: Fatores com grau de importncia mdio que prejudicaram a inovao das indstrias.
(Frequncia e Porcentagem baseados no total de 54 indstrias).
Grau de importncia: Mdio Freq. %
Riscos econmicos excessivos 21 38,9%
Elevados custos de inovao 18 33,3%
Escassez de fontes apropriadas de financiamento 17 31,5%
Rigidez organizacionais 23 42,6%
Falta de pessoal qualificado 4 7,4%
Falta de informao sobre tecnologia 24 44,4%
Escassas possibilidades de cooperao com
empresas/instituies 16 29,6%
Dificuldade para se adequar a padres, normas e
regulamentaes 19 35,2%
A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 15 27,8%
Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do
grupo 3 5,6%
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Grfico 6: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia mdio.
Tabela 5: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia baixo.
Grau de importncia: Baixo Freq. %
Riscos econmicos excessivos 8 14,8%
Elevados custos de inovao 4 7,4%
Escassez de fontes apropriadas de financiamento 9 16,7%
Rigidez organizacionais 8 14,8%
Falta de pessoal qualificado 5 9,3%
Falta de informao sobre tecnologia 8 14,8%
Escassas possibilidades de cooperao com outras
empresas/instituies 13 24,1%
Dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes 9 16,7%
A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 23 42,6%
Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do grupo 6 11,1%
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Grfico 7: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia baixo.
Tabela 6: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia no relevante.
Frequncia e Porcentagem baseados no total de 54 indstrias.
Grau de importncia: No relevante Freq. %
Riscos econmicos excessivos 6 11,1%
Elevados custos de inovao 3 5,6%
Escassez de fontes apropriadas de financiamento 11 20,4%
Rigidez organizacionais 10 18,5%
Falta de pessoal qualificado 4 7,4%
Falta de informao sobre tecnologia 8 14,8%
Escassas possibilidades de cooperao com outras
empresas/instituies 7 13,0%
Dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes 7 13,0%
A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 9 16,7%
Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do grupo 7 13,0%
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Grfico 8: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia no relevante.
De acordo com a pesquisa realizada, as dificuldades que mais afetam na inovao, em ordem de
importncia, so:
- a falta de pessoal qualificado;
- custos elevados;
- riscos econmicos excessivos;
- dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes;
- escassas possibilidades de cooperao com outras indstrias/instituies, dentre outros.
Staub (2001) sugere que essas dificuldades ocorrem devido a alguns problemas estruturais do
sistema de inovao brasileiro: instabilidade de recursos financeiros federais nas reas de cincia e
tecnologia; baixa participao do setor privado nos investimentos nacionais em P&D; poucos ou
tmidos incentivos fiscais; inadequada estrutura de financiamentos e incentivos s atividades de P&D.
7. CONCLUSES
Com base nos resultados obtidos atravs da pesquisa, observa-se que apesar das dificuldades, as
indstrias ainda esto conseguindo implantar inovaes em seus produtos e processos, seja com
produtos/processos novos ou aperfeioados, conseguindo atingir tanto o mercado nacional como o
internacional. Buscam-se parcerias com outras empresas e instituies ou at contratao de
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organizaes externas para que essas inovaes auxiliem no crescimento da empresa, assim como
aumentem as possibilidades de competitividade no mercado. As atividades de P&D so consideradas
de importncia alta pelas indstrias entrevistadas, porm, a maioria delas no possui um departamento
especfico devido aos altos custos de implementao, comparado com a quantidade de inovaes
realizadas.
As indstrias que no realizaram inovaes nos ltimos quatro anos no justificaram os motivos.
Os obstculos foram sugeridos pela pesquisa, questionando o grau de importncia para cada indstria.
Observou-se que os pontos mais afetados estavam relacionados contratao de profissionais e custos
de inovao. Ficou claro que as dificuldades enfrentadas principalmente pelas pequenas indstrias para
inovar so muitas. Alm disso, a inovao envolve uma srie de esforos, necessrios para que a
empresa consiga manter-se no mercado, tornando-se cada vez mais competitiva, capaz de competir
com grandes marcas do seu prprio setor.
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PERFORMANCE ANALYSIS OF REGIONAL INNOVATION - A CASE STUDY IN THE
INDUSTRY
ABSTRACT
This paper makes an analysis of regional innovation performance, conducted with the aim of adapting
from a methodological investigate the level of technological innovation in the industries of a region in
four years and the relationship with regional development. We developed a method based on
PINTEC/IBGE associated with the "Oslo Manual". A semi-structured survey was administered in 54
industries from various sectors that characterize the contribution to the development of this region. The
results showed that despite numerous obstacles, industries are achieving a level of innovative activity
in their products and processes, thus improving the market competitiveness and contributing to the
development of the region.
Keywords: Technological innovation; Innovation management; Oslo manual; Industries.
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Data do recebimento do artigo: 15/08/2013
Data do aceite de publicao: 17/03/2014