inovação

18
RAI – Revista de Administração e Inovação ISSN: 1809-2039 DOI: 10.5773/rai.v11i2.1049 Organização: Comitê Científico Interinstitucional Editor Científico: Milton de Abreu Campanario Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS Revisão: Gramatical, normativa e de Formatação ANÁLISE DO DESEMPENHO DA INOVAÇÃO REGIONAL - UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA Claudio Alcides Jacoski Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Professor do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão da Inovação da Universidade Comunitária Regional de Chapecó Unochapecó [email protected] (Brasil) Caroline Dallacorte Engenheira de Alimentos pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó Unochapecó Núcleo de Gestão e Competitividade Empresarial da Universidade Comunitária da Região de Chapecó Unochapecó [email protected] (Brasil) Beno Nicolau Bieger Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná UFPR Professor do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Gestão da Inovação da Universidade Comunitária da Região de Chapecó Unochapecó [email protected] (Brasil) Moacir Francisco Deimling Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS [email protected] (Brasil) RESUMO Este artigo trata da análise de desempenho de inovação regional, realizada com o intuito de, a partir de uma adaptação metodológica, investigar o nível de inovação tecnológica nas indústrias de uma região no período de quatro anos e a relação com o desenvolvimento regional. Desenvolveu-se um método baseado no PINTEC/IBGE associado ao Manual de Oslo. Uma pesquisa semiestruturada foi aplicada em 54 indústrias de diversos setores que mais caracterizam o aporte ao desenvolvimento dessa região. Os resultados mostraram que apesar dos inúmeros obstáculos enfrentados as indústrias estão obtendo um bom nível de atividade inovadora nos seus produtos e processos, melhorando assim a competitividade no mercado e contribuindo para o desenvolvimento da região. Palavras-chave: Inovação tecnológica; Gestão da inovação; Manual de Oslo; Indústrias.

description

texto sobre inovação

Transcript of inovação

  • RAI Revista de Administrao e Inovao

    ISSN: 1809-2039

    DOI: 10.5773/rai.v11i2.1049

    Organizao: Comit Cientfico Interinstitucional

    Editor Cientfico: Milton de Abreu Campanario

    Avaliao: Double Blind Review pelo SEER/OJS

    Reviso: Gramatical, normativa e de Formatao

    ANLISE DO DESEMPENHO DA INOVAO REGIONAL - UM ESTUDO DE CASO

    NA INDSTRIA

    Claudio Alcides Jacoski

    Doutor em Engenharia de Produo pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

    Professor do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia e Gesto da Inovao da Universidade

    Comunitria Regional de Chapec Unochapec

    [email protected] (Brasil)

    Caroline Dallacorte

    Engenheira de Alimentos pela Universidade Comunitria da Regio de Chapec Unochapec

    Ncleo de Gesto e Competitividade Empresarial da Universidade Comunitria da Regio de Chapec

    Unochapec

    [email protected] (Brasil)

    Beno Nicolau Bieger

    Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paran UFPR

    Professor do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia e Gesto da Inovao da Universidade

    Comunitria da Regio de Chapec Unochapec

    [email protected] (Brasil)

    Moacir Francisco Deimling

    Doutor em Engenharia de Produo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS

    Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

    [email protected] (Brasil)

    RESUMO

    Este artigo trata da anlise de desempenho de inovao regional, realizada com o intuito de, a partir de

    uma adaptao metodolgica, investigar o nvel de inovao tecnolgica nas indstrias de uma regio

    no perodo de quatro anos e a relao com o desenvolvimento regional. Desenvolveu-se um mtodo

    baseado no PINTEC/IBGE associado ao Manual de Oslo. Uma pesquisa semiestruturada foi aplicada

    em 54 indstrias de diversos setores que mais caracterizam o aporte ao desenvolvimento dessa regio.

    Os resultados mostraram que apesar dos inmeros obstculos enfrentados as indstrias esto obtendo

    um bom nvel de atividade inovadora nos seus produtos e processos, melhorando assim a

    competitividade no mercado e contribuindo para o desenvolvimento da regio.

    Palavras-chave: Inovao tecnolgica; Gesto da inovao; Manual de Oslo; Indstrias.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    72

    1. INTRODUO

    A inovao caracteriza-se como a descoberta, a busca, experimentao e desenvolvimento de

    novos produtos, processos e tambm novas tcnicas organizacionais. um procedimento interativo,

    em que existe a contribuio tanto de agentes econmicos como sociais, incluindo diferentes tipos de

    informaes e conhecimentos que obrigatoriamente tm uma relao direta com os agentes regionais.

    A inovao tecnolgica hoje faz parte do mundo globalizado, sendo utilizada como uma forma

    estratgica de competio entre empresas.

    Hitt et al (2002) defendem a ideia de que a inovao impulsiona o sucesso competitivo das

    empresas no somente com a criao de novos produtos, mas tambm atravs de mudanas na sua

    estrutura organizacional.

    Para ter sucesso ao incluir um novo sistema/produto no mercado de trabalho so necessrios

    alguns fatores integrados, como tecnologia, ambiente externo, pessoas e a prpria organizao, que

    harmonizados podem produzir desenvolvimento no seu mais amplo aspecto.

    Para o Movimento Brasil Competitivo (2008), a inovao no meio empresarial a explorao de

    novas ideias para alavancagem dos negcios, criando vantagens competitivas, gerando capital para a

    empresa e consequentemente sucesso no mercado. Ela pode ser realizada pela empresa,

    individualmente ou em parceria com outras instituies, ou tambm adaptando ideias de outras

    empresas nacionais e estrangeiras.

    Conhecer o processo de gesto da inovao como um dos elementos que contribui para o

    desenvolvimento regional foi o foco deste projeto que culmina com a apresentao dos resultados de

    uma pesquisa realizada em indstrias da cidade de Chapec e regio Oeste Catarinense, atravs da

    aplicao de um questionrio com base na Pesquisa de Inovao Tecnolgica - PINTEC, realizada

    pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE e do Manual de Oslo. O objetivo foi avaliar

    o nvel de inovao tecnolgica e identificar as dificuldades que as indstrias enfrentam em relao

    inovao, bem como sua relao com o desenvolvimento da regio.

    2. A INOVAO E O PROCESSO DE EMPREENDER

    Os primeiros estudos a abordar a inovao no processo empreendedor foram de Schumpeter, ao

    tratar da destruio criadora, quando o empreendedor destri a ordem econmica existente com a

    introduo de algo novo. O conceito de inovao proposto por Schumpeter (1982) compreende cinco

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    73

    tipos: (1) introduo de um novo bem; (2) introduo de um novo mtodo de produo; (3) abertura de

    um novo mercado; (4) conquista de uma nova fonte de oferta de matrias-primas ou de bens

    semimanufaturados; e (5) o estabelecimento de uma nova organizao de qualquer indstria. Vale

    destacar que a viso schumpeteriana de inovao est predominantemente associada inovao

    radical, ou seja, o autor no considera como inovao as melhorias tcnicas realizadas em novos

    produtos ou processos aps sua introduo no mercado (HAGEDOORN, 1994).

    Depois de Schumpeter, o conceito de inovao passou por um processo evolutivo. Segundo a

    Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE, 1992), a inovao

    caracterizada pela transformao de uma ideia num novo produto, num processo operacional para a

    indstria ou para o comrcio ou num novo mtodo social.

    Do Manual Frascati ao Manual de Oslo e suas atualizaes, a definio de inovao foi

    evoluindo. Inovaes tecnolgicas em produtos e processos (TPP) compreendem a implantao de

    produtos e processos tecnologicamente novos e/ou substancialmente melhorados. Uma inovao TPP

    considerada implantada se for introduzida no mercado (inovao de produto) ou usada no processo de

    produo (inovao de processo). Implantar uma inovao TPP envolve uma srie de atividades

    cientficas, tecnolgicas, organizacionais, financeiras e comerciais. Uma empresa inovadora em TPP

    uma empresa que tenha implantado produtos ou processos tecnologicamente novos ou com substancial

    melhoria tecnolgica durante um determinado perodo.

    A primeira edio do Manual de Oslo foi publicada em 1992 e serviu de base para o Community

    Innovation Survey (CIS) organizado pela Unio Europeia. A segunda edio, de 1997, atualizou a

    estrutura de conceitos, definies e metodologia para incorporar experincias de pesquisas, ampliando

    a compreenso do processo de inovao. As duas primeiras edies usaram definio de inovao

    tecnolgica de produtos e de processo (TPP). A terceira edio, de 2005, introduz outros dois tipos de

    inovao: organizacional e de marketing.

    Qualquer forma de inovao envolve uma srie de esforos: a inovatividade tecnolgica, por

    exemplo, envolve primeiramente esforo de pesquisa e de engenharia, focado no desenvolvimento de

    novos produtos e processos; a inovatividade em produto e mercado inclui pesquisa de mercado, design

    de produto, e inovao em publicidade e promoo; a inovatividade administrativa refere-se a

    novidades em sistemas gerenciais, tcnicas de controle e estrutura organizacional (DESS et al, 2005).

    As empresas inovam ou para defender suas posies competitivas ou em busca de vantagem

    competitiva. Uma empresa pode ter uma abordagem reativa e inovar para evitar perder participao de

    mercado para um concorrente inovador. Pode, tambm, ter uma abordagem preventiva e buscar uma

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    74

    posio estratgica no mercado em relao a seus competidores, desenvolvendo e tentando impor, por

    exemplo, padres tcnicos mais altos para os produtos que produz (OCDE, 2005).

    Segundo Tether (2003), as empresas que inovam so dotadas de rotinas e processos sistemticos

    focalizados nas habilidades de aprender e adaptar. Essas empresas so comprometidas com a prtica de

    melhorias que possam culminar em novos produtos ou novos processos. Nesse sentido, Tether (2003,

    p. 10) menciona que as empresas que so inovadoras tendem a ter um padro instrudo e estvel de

    atividade coletiva pela qual a organizao gera e modifica sistematicamente suas rotinas operacionais

    em busca de melhor efetividade.

    A inovao e o sucesso da inovao dependem em larga escala do comportamento do

    consumidor. Traill (1997) argumenta que mudanas no padro de consumo muito frequentemente

    determinam a natureza da inovao que ocorre na indstria.

    As necessidades e desejos dos consumidores so a fonte lgica para buscar ideias de novos

    produtos. Muitas das melhores ideias surgem quando se pede aos consumidores para descreverem seus

    problemas em relao aos produtos atuais (KOTLER, 2000).

    Segundo Kotler (2000), um cliente altamente satisfeito ou encantado com a organizao, tem

    um valor dez vezes maior do que um cliente apenas satisfeito. Esse encantamento do cliente somente

    atingido atravs da oferta constante de produtos e/ou servios diferenciados em relao aos produtos

    e/ou servios oferecidos pelos concorrentes, ou seja, se obtm vantagens competitivas atravs da

    inovao contnua.

    De acordo com Ferraz (1995), o processo de inovao vem sendo um dos indicadores mais

    utilizados para avaliar a competitividade, uma vez que seus resultados se encontram vinculados

    capacidade de acompanhar as mudanas e o desenvolvimento do mercado, bem como a criao e

    ocupao de novos mercados processo cada vez mais dinmico.

    Na viso de Sbragia (2001), o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) gera

    inovaes que por consequncia trazem maiores lucros e competitividade para as empresas.

    Analisando a rea de P&D das organizaes, Stefanovitz e Nagano (2005) apresentam situaes nas

    quais as empresas de alta tecnologia tambm podem obter uma maior lucratividade comercializando os

    produtos, processos ou servios gerados a partir das atividades de P&D com terceiros, realizando uma

    forma de licenciamento destas inovaes criadas pela empresa. Porm, dentre as atividades inovativas,

    a de P&D a que apresenta as maiores incertezas.

    Apesar de todas as oportunidades de sucesso vindas com a inovao, h tambm um aumento de

    risco. No caso de grandes organizaes, o custo de eventuais erros decorrentes de experincias

    inovadoras malsucedidas amplamente compensado pelos casos de sucesso. Nas micro e pequenas

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    75

    empresas (MPE), entretanto, uma simples troca de cor na embalagem pode levar a resultados que a

    empresa no tem condies de suportar (BACHMANN et al, 2008).

    3. A INOVAO EM MICRO, PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS

    As micro, pequenas e mdias empresas (MPMEs) vm sendo h muito tempo alvo de ateno de

    analistas econmicos devido a seu potencial de gerao de renda e de emprego. No ps-fordismo, essa

    ateno se intensifica medida que os atributos de flexibilidade e rapidez de adaptao s demandas

    do mercado, caractersticas de muitas MPMEs, so valorizadas (LA ROVERE, 1999).

    Uma nao forte quando tem um grande nmero de pequenas e mdias empresas permeando

    todos os setores produtivos e difundidas em todos os segmentos da economia e em todas as regies. A

    estratgia de inovao via agregao de novos processos e padres tecnolgicos e a busca de maior

    flexibilidade constituem caminho alternativo adotado para as pequenas e mdias empresas se inserirem

    competitivamente num processo de demandas mutantes, instveis e diferenciadas (CARON, 2004).

    Como observado por Rothwell e Dodgson (1993), tanto as MPMEs como as grandes empresas

    tm vantagens para gerar e adotar inovaes. Enquanto as grandes empresas tm vantagens materiais,

    devido sua maior capacidade de P&D, as pequenas e mdias empresas tm vantagens

    comportamentais relacionadas maior flexibilidade e capacidade de adaptao a mudanas no

    mercado.

    Cabe observar tambm que as MPMEs podem no ter conscincia dos possveis ganhos de

    competitividade trazidos pelas inovaes. A maioria dessas empresas gera ou adota inovaes apenas

    quando percebem claramente as oportunidades de negcio ligadas inovao ou quando esto sob

    presso de clientes e/ou fornecedores (GAGNON e TOULOUSE, 1996).

    Entretanto, as pequenas empresas no tm necessariamente um potencial inovador maior do que

    as grandes, pois tm menor acesso a informaes tecnolgicas e, portanto, podem ser menos propensas

    inovao (OECD, 1995).

    Segundo Caron (2004), as principais dificuldades enfrentadas pelas pequenas e mdias empresas

    para inovar so, em ordem de importncia, a falta de:

    - recursos para investir em inovao;

    - acesso a financiamento para inovao;

    - informaes sobre entidades de apoio inovao tecnolgica;

    - pessoal capacitado;

    - mquinas e equipamentos;

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    76

    - informaes sobre mudanas tecnolgicas;

    - confiana em parcerias e alianas para inovao tecnolgica;

    - informaes sobre mercados.

    4. FERRAMENTAS PARA AVALIAO DA INOVAO

    4.1 Manual de Oslo

    O Manual de Oslo, desenvolvido conjuntamente pelo Eurostat e a OCDE, constitui parte de uma

    famlia de manuais dedicada mensurao e interpretao de dados relacionados a cincia, tecnologia

    e inovao. Esse material compreende manuais, diretrizes e guias sobre P&D (Manual Frascati),

    indicadores de globalizao, patentes, a sociedade da informao, recursos humanos em cincia e

    tecnologia (C&T) (Manual Canberra) e estatsticas de biotecnologia.

    O objetivo do Manual oferecer diretrizes para a coleta e a interpretao de dados sobre

    inovao. Os dados sobre inovao podem ser utilizados para diversas finalidades e o Manual foi

    concebido para acomodar esses usos. Uma razo para a coleta de dados de inovao compreender

    melhor essas atividades e sua relao com o crescimento econmico.

    O Manual visa coleta de dados sobre inovao no mbito da firma. Ele no trata de mudanas

    amplas na indstria ou na economia, tais como a emergncia de um mercado novo, o desenvolvimento

    de uma nova fonte de matrias-primas ou de bens semimanufaturados ou a reorganizao da indstria.

    Contudo, possvel, em alguns casos, estimar mudanas mais abrangentes na indstria e na economia

    por meio da agregao de dados de firmas individuais (OCDE, 2005).

    4.2 PINTEC

    A Pesquisa de Inovao (Pintec) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    (IBGE), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministrio da Cincia,

    Tecnologia e Inovao (MCTI).

    A Pintec tem como principal objetivo conhecer as atividades inovativas desenvolvidas nas

    empresas industriais, de telecomunicaes, de atividades de informtica e servios relacionados e de

    pesquisa e desenvolvimento, de modo a acompanhar sua evoluo no tempo.

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    77

    Os resultados agregados da pesquisa permitem s empresas avaliar o seu desempenho em relao

    s mdias setoriais e s entidades de classe, analisar as caractersticas setoriais da inovao e aos

    governos, desenvolver e avaliar polticas nacionais e regionais (IBGE, 2012).

    5. MTODOS E PROCESSOS

    Nesta pesquisa foi implementada uma associao dos dois mtodos conhecidos, Pintec e Manual

    de Oslo, transformando-os em uma pesquisa semi-estruturada. Baseado na pesquisa de inovao do

    Pintec e nos conceitos de inovao tecnolgica do Manual de Oslo, se buscou avaliar o nvel

    tecnolgico das indstrias de Chapec e da regio oeste catarinense nos ltimos quatro anos. Foi

    elaborado um questionrio, aplicado em forma de pesquisa semiestruturada, contendo 70 quesitos que

    foram utilizados para investigao em 54 indstrias de diversos setores.

    6. ANLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSO

    Das 54 indstrias pesquisadas, 49 esto localizadas na cidade de Chapec e cinco so empresas

    da regio. Dividem-se em diversos setores de atividades industriais como pode ser observado na tabela

    abaixo.

    Tabela 1: Setor de atividades das indstrias

    Setor de atividade Freq. %

    Alimentos 21 38,9%

    Metal Mecnica 12 22,2%

    Moveleira 7 13,0%

    Plsticos 6 11,1%

    Outros, qual? 5 9,3%

    Txtil 3 5,6%

    TOTAL 54 100%

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    78

    Grfico 1: Setor de atividade das indstrias

    As inovaes de produto compreendem produtos novos e produtos aperfeioados. Produto novo

    (bem ou servio) um produto cujas caractersticas fundamentais (especificaes tcnicas, matrias-

    primas, componentes, software incorporado, funes ou usos pretendidos) diferem significativamente

    de todos os produtos previamente produzidos pela empresa.

    Significativo aperfeioamento de produto (bem ou servio) se refere a um produto previamente

    existente, cujo desempenho foi substancialmente incrementado ou aperfeioado, atravs de mudanas

    nas matrias-primas, componentes ou em outras caractersticas que melhoram sua performance (IBGE,

    2012).

    Nos ltimos quatro anos, nas empresas consultadas, foram implantados 19 produtos novos e 28

    aperfeioados. Em termos de mercado, alm dos produtos implantados no mercado nacional,

    constatou-se a implantao de sete produtos para o mercado internacional.

    Desses produtos, 31 foram desenvolvidos pela prpria empresa, 13 so resultado de parcerias

    com outras empresas, duas empresas estabeleceram parcerias com instituies e uma utilizou servio

    de contratao de outras empresas.

    Inovao de processo se refere implementao de um novo ou substancialmente aperfeioado

    mtodo de produo ou de entrega de produtos (bens ou servios). Envolve tambm mudanas

    significativas em tcnicas, equipamentos e/ou softwares empregados em atividades de apoio

    produo.

    Mtodos de produo novos ou significativamente aperfeioados, na indstria, envolvem

    mudanas nas tcnicas, mquinas, equipamentos ou softwares usados nos processos de transformao

    de insumos em produtos. Nos servios, mtodos de produo novos ou significativamente

    aperfeioados podem envolver mudanas nos equipamentos ou softwares utilizados, como tambm

    nos procedimentos ou tcnicas que so empregados para criao e fornecimento dos servios.

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    79

    Mtodos de entrega novos ou significativamente aperfeioados dizem respeito a mudanas na

    logstica da empresa, que engloba equipamentos, softwares e tcnicas de suprimento de insumos,

    estocagem, acondicionamento, movimentao e entrega de bens ou servios (IBGE, 2012).

    Das 54 indstrias avaliadas, 44 tiveram mtodos de processo de fabricao, produo ou

    prestao de servios novo ou aperfeioado, de tal maneira que 11 processos podem ser considerados

    como novos. No mbito da possibilidade de utilizao, 32 eram novos e/ou aperfeioados para a

    empresa, 10 para o mercado nacional e dois para o mercado internacional.

    Grfico 2: Tipos de processos novos e/ou aperfeioados na indstria

    Para 28 indstrias, esse processo teve importncia alta para o desenvolvimento. Em 15 indstrias

    a importncia foi mdia, em uma indstria a importncia foi considerada baixa e 10 das indstrias

    entrevistadas no responderam.

    Com relao s empresas que implantaram as inovaes de processos na indstria, 27 foram

    realizados pela empresa, 11 em parceria com outras empresas, 10 atravs da contratao de outras

    empresas, trs com parceria entre instituies, trs com outra empresa do grupo.

    Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) podem ser considerados um processo de reduo de

    incerteza ou aprendizado, associados a esforos paralelos para lidar com a incerteza. O custo de um

    projeto de desenvolvimento em particular depende do tamanho e da complexidade do produto a ser

    desenvolvido; do grau de avano do desempenho em que se baseia; do estoque de conhecimentos

    bsicos, materiais e componentes e do tempo de desenvolvimento (MANSFIELD,1978).

    Com relao a P&D, apenas 16 indstrias avaliadas possuem essa atividade. Dessas 12 possuem

    P&D interna. As demais no possuem ou as atividades so realizadas externamente.

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    80

    Tabela 2: P&D realizada de forma Interna ou Externa

    P&D interna ou externa Freq. %

    No possui 35 64,8%

    Interna 12 22,2%

    Proprietrios 4 7,4%

    Externa - Consultorias 2 3,7%

    Externa - Instituies 1 1,9%

    Externa - Empresas 1 0,0%

    TOTAL 54 100%

    Grfico 3: Forma de realizao de P&D

    Das 54 indstrias analisadas 23 obtiveram atividade inovadora de P&D nos ltimos quatro anos.

    Entre estas 13 delas consideraram a atividade de importncia alta para o desenvolvimento da indstria.

    Entre as indstrias que realizaram algum tipo de inovao, 25 afirmaram encontrar algum tipo de

    dificuldade ou obstculo que tornou mais lenta ou inviabilizou a implementao de determinados

    projetos. Outras 16 informaram que a dificuldade ou obstculo ocorreu em partes, 10 indstrias no

    encontraram problemas e 3 no souberam responder.

    No Grfico 4 so apresentados os motivos apontados pelas empresas que no desenvolveram

    atividade inovadora nos ltimos quatro anos.

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    81

    Grfico 4: Razes pela qual as indstrias no realizaram atividade inovadora

    O grau de importncia dos fatores que prejudicaram as atividades inovadoras das indstrias,

    descrito na Tabela 3, obtido com a indicao das indstrias entrevistadas durante a pesquisa.

    Tabela 3: Fatores com grau de importncia alto que prejudicaram a inovao das indstrias.

    Grau de importncia: Alto Freq. %

    Riscos econmicos excessivos 19 35,2%

    Elevados custos de inovao 29 53,7%

    Escassez de fontes apropriadas de financiamento 17 31,5%

    Rigidez organizacional 13 24,1%

    Falta de pessoal qualificado 41 75,9%

    Falta de informao sobre tecnologia 14 25,9%

    Escassa possibilidade de cooperao - empresas/instituies 18 33,3%

    Dificuldade para se adequar a padres e normas 19 35,2%

    A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 7 13%

    Centralizao da atividade inovadora em outra empresa 4 7,4%

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    82

    Grfico 5: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia alto.

    Tabela 4: Fatores com grau de importncia mdio que prejudicaram a inovao das indstrias.

    (Frequncia e Porcentagem baseados no total de 54 indstrias).

    Grau de importncia: Mdio Freq. %

    Riscos econmicos excessivos 21 38,9%

    Elevados custos de inovao 18 33,3%

    Escassez de fontes apropriadas de financiamento 17 31,5%

    Rigidez organizacionais 23 42,6%

    Falta de pessoal qualificado 4 7,4%

    Falta de informao sobre tecnologia 24 44,4%

    Escassas possibilidades de cooperao com

    empresas/instituies 16 29,6%

    Dificuldade para se adequar a padres, normas e

    regulamentaes 19 35,2%

    A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 15 27,8%

    Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do

    grupo 3 5,6%

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    83

    Grfico 6: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia mdio.

    Tabela 5: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia baixo.

    Grau de importncia: Baixo Freq. %

    Riscos econmicos excessivos 8 14,8%

    Elevados custos de inovao 4 7,4%

    Escassez de fontes apropriadas de financiamento 9 16,7%

    Rigidez organizacionais 8 14,8%

    Falta de pessoal qualificado 5 9,3%

    Falta de informao sobre tecnologia 8 14,8%

    Escassas possibilidades de cooperao com outras

    empresas/instituies 13 24,1%

    Dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes 9 16,7%

    A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 23 42,6%

    Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do grupo 6 11,1%

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    84

    Grfico 7: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia baixo.

    Tabela 6: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia no relevante.

    Frequncia e Porcentagem baseados no total de 54 indstrias.

    Grau de importncia: No relevante Freq. %

    Riscos econmicos excessivos 6 11,1%

    Elevados custos de inovao 3 5,6%

    Escassez de fontes apropriadas de financiamento 11 20,4%

    Rigidez organizacionais 10 18,5%

    Falta de pessoal qualificado 4 7,4%

    Falta de informao sobre tecnologia 8 14,8%

    Escassas possibilidades de cooperao com outras

    empresas/instituies 7 13,0%

    Dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes 7 13,0%

    A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos 9 16,7%

    Centralizao da atividade inovadora em outra empresa do grupo 7 13,0%

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    85

    Grfico 8: Fatores que prejudicaram a inovao das indstrias com grau de importncia no relevante.

    De acordo com a pesquisa realizada, as dificuldades que mais afetam na inovao, em ordem de

    importncia, so:

    - a falta de pessoal qualificado;

    - custos elevados;

    - riscos econmicos excessivos;

    - dificuldade para se adequar a padres, normas e regulamentaes;

    - escassas possibilidades de cooperao com outras indstrias/instituies, dentre outros.

    Staub (2001) sugere que essas dificuldades ocorrem devido a alguns problemas estruturais do

    sistema de inovao brasileiro: instabilidade de recursos financeiros federais nas reas de cincia e

    tecnologia; baixa participao do setor privado nos investimentos nacionais em P&D; poucos ou

    tmidos incentivos fiscais; inadequada estrutura de financiamentos e incentivos s atividades de P&D.

    7. CONCLUSES

    Com base nos resultados obtidos atravs da pesquisa, observa-se que apesar das dificuldades, as

    indstrias ainda esto conseguindo implantar inovaes em seus produtos e processos, seja com

    produtos/processos novos ou aperfeioados, conseguindo atingir tanto o mercado nacional como o

    internacional. Buscam-se parcerias com outras empresas e instituies ou at contratao de

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    86

    organizaes externas para que essas inovaes auxiliem no crescimento da empresa, assim como

    aumentem as possibilidades de competitividade no mercado. As atividades de P&D so consideradas

    de importncia alta pelas indstrias entrevistadas, porm, a maioria delas no possui um departamento

    especfico devido aos altos custos de implementao, comparado com a quantidade de inovaes

    realizadas.

    As indstrias que no realizaram inovaes nos ltimos quatro anos no justificaram os motivos.

    Os obstculos foram sugeridos pela pesquisa, questionando o grau de importncia para cada indstria.

    Observou-se que os pontos mais afetados estavam relacionados contratao de profissionais e custos

    de inovao. Ficou claro que as dificuldades enfrentadas principalmente pelas pequenas indstrias para

    inovar so muitas. Alm disso, a inovao envolve uma srie de esforos, necessrios para que a

    empresa consiga manter-se no mercado, tornando-se cada vez mais competitiva, capaz de competir

    com grandes marcas do seu prprio setor.

    REFERNCIAS

    BACHMANN, D. L.; DESTEFANI, J. H. (2008). Metodologia para Estimar o Grau de Inovao nas

    MPE: Cultura do Empreendedorismo e Inovao. Recuperado em 04 maio, 2012, de

    http://www.bachmann.com.br/website/documents/ArtigoGraudeInovacaonasMPE.pdf.

    CARON, A. (2004). Inovao tecnolgica em pequenas e mdias empresas. Revista FAE Business. n

    8, 25-28. Recuperado em 09 maio, 2012, de http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/revista_da_fae/

    fae_v8_n1/rev_fae_v8_n1_06_prof_caron.pdf.

    DESS, G. G.; LUMPKIN, G. T. (2005). The role of entrepreneurial orientation in stimulating effective

    corporate entrepreneurship. The Academy of Management Executive, 19 (1), 147-156.

    FERRAZ, J.C.; KUPFER, D.; HAGUENAUER, L. (1995). Made in Brazil: Desafios Competitivos

    para a indstria. Rio de Janeiro: Campus.

    GAGNON, Y.-C.; TOULOUSE, J.-M. (1996). The Behavior of Business Managers when Adopting

    New Technologies. Technological Forecasting and Social Change. 52 (1) 59-74.

    HAGEDOORN, J. (1994). Schumpeter: an appraisal of his theory of innovation and entrepreneurship.

    MERIT Research Memorandum, 2/94-020.

  • Claudio Alcides Jacoski, Caroline Dallacorte, Beno Nicolau Bieger & Moacir Francisco Deimling

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    87

    HITT, M. A.; IRELAND, R. D.; HOSKISSON, R. E. (2002). Administrao estratgica. So Paulo:

    Pioneira Thomson Learning.

    IBGE. Pesquisa de Inovao: PINTEC 2011. Recuperado em 09 maio, 2012, de http://www.pintec.

    ibge.gov.br/downloads/InstrucoesPINTEC2011.pdf.

    KOTLER, P. (2000). Administrao de marketing: anlise, planejamento, implementao e controle.

    (10a. ed.) So Paulo: Prentice-Hall.

    LA ROVERE, R.L. (1999). As Pequenas e Mdias Empresas na Economia do Conhecimento:

    implicaes para polticas de inovao. In: LASTRES, H.M.M., e ALBAGLI, S., Informao e

    Globalizao na Era do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus.

    MANSFIELD, E. (1978). Microeconomia: teoria e aplicaes. Rio de Janeiro, Editora Campus.

    MOVIMENTO BRASIL COMPETITIVO (2008). Manual de Inovao. Braslia.

    OCDE (2005). Manual de Oslo: diretrizes para a coleta e interpretao de dados sobre inovao

    tecnolgica. Publicado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), 3 edio,.

    OCDE (1992). Technology and the Economy: The key relationships, Paris, OCDE.

    OECD (1995), Information Technology (IT): Diffusion Policies for Small and Medium-sized

    Enterprises (SMEs). Recuperado em 09 maio, 2012, de http://www.oecd.org/dsti/sti/it/infosoc/prod/e_

    95-76.pdf. Working paper, vol. 3, GD(95)76, Organisation for Economic Co-operation and

    Development, Paris.

    ROTHWELL, R.; DODGSON, M. (1993). Technology-based SMEs: their role in industrial and

    economic change, International Journal of Technology Management, Special publication on small

    firms and innovation, 8-22.

    SBRAGIA, R. (2001). Avaliao dos resultados de P&D na empresa: uma possvel abordagem para o

    problema. In: VASCONCELLOS, Eduardo (Org). Gerenciamento da Tecnologia: um instrumento para

    a competitividade empresarial. So Paulo: Blcher.

    SCHUMPETER, J. A. (1982). Teoria do Desenvolvimento Econmico. So Paulo: Abril Cultural.

    STAUB, E. (2001). Desafios estratgicos em cincia, tecnologia e inovao. IEDI. Braslia.

    Recuperado em 04 maio, 2012, de http://www.iedi.org.br/admin_ori/pdf/desafios.pdf.

  • Anlise do Desempenho da Inovao Regional: Um estudo de caso na Indstria

    Revista de Administrao e Inovao, So Paulo, v. 11, n.2, p. 71-88, abr./jun. 2014.

    88

    STEFANOVITZ, J.P.; NAGANO, M.S. (2005, novembro). Aquisio e criao de conhecimento na

    indstria de alta tecnologia. Anais do XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produo. Porto

    Alegre, RS, Brasil, 29.

    TETHER, B.S. (2003). What is innovation? approaches to distinguishing new products and services

    from existing products and processes ESRC. Centre for Research on Innovation and Competition

    (CRIC), 12, 2-41.

    TRAILL, B. (1997). Structural Changes in European food industry: consequences of innovation. In

    Traill and Grunert (eds). Product and process innovationin the food industry. Chapman and Hall:

    London.

    PERFORMANCE ANALYSIS OF REGIONAL INNOVATION - A CASE STUDY IN THE

    INDUSTRY

    ABSTRACT

    This paper makes an analysis of regional innovation performance, conducted with the aim of adapting

    from a methodological investigate the level of technological innovation in the industries of a region in

    four years and the relationship with regional development. We developed a method based on

    PINTEC/IBGE associated with the "Oslo Manual". A semi-structured survey was administered in 54

    industries from various sectors that characterize the contribution to the development of this region. The

    results showed that despite numerous obstacles, industries are achieving a level of innovative activity

    in their products and processes, thus improving the market competitiveness and contributing to the

    development of the region.

    Keywords: Technological innovation; Innovation management; Oslo manual; Industries.

    ___________________

    Data do recebimento do artigo: 15/08/2013

    Data do aceite de publicao: 17/03/2014