Inovação e tecnologia em destaque - Revista Laticínios · mia até 15% nos custos com energia. A...

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32 Matéria de capa Inovação e tecnologia em destaque Fornecedores de máquinas, equipamentos e ingredientes para a indústria de alimentos incorporam novos recursos tecnológicos para trazer qualidade, segurança alimentar e espaço para as empresas criarem produtos finais inovadores GEA Westfalia Separator Na retaguarda da diversidade de produtos inovadores que chegam ao consumidor, máquinas e equipamentos possibi- litam a produção rápida, em grande escala, permitindo às indústrias de alimentos oferecerem diferenciais e mais qua- lidade em seus produtos. Atualmente, os fabricantes e for- necedores de máquinas para o mercado nacional aprimo- ram seus equipamentos, incorporam novas tecnologias para atender com eficiência, experimentam novos recursos e con- tribuem para otimizar as linhas de produção nas indústrias. Muitas dessas novidades para o setor lácteo serão apresen- tadas na Fispal Tecnologia 2011. Os processos adequados na captação do leite, resfriamento imediato, entre outros procedimentos, determinam a segu- rança alimentar do produto final, porém algumas máquinas inovadoras podem contribuir na preservação dos cuidados no processo de captação e na produção. É o caso de recente desenvolvimento da GEA Westfalia Separator, o Sistema Eco- line, que contribui para a remoção de bactérias, clarifica e desnata o leite. A máquina, que tem capacidade para até 15 mil litros/hora, é importante para o mercado brasileiro por atender os pequenos e médios laticínios. A empresa disponibiliza também o Sistema Proplus, que au- menta o intervalo entre as descargas. As demais máquinas fa- zem descarga a cada 20 minutos e com o Sistema Proplus, é realizada a cada 60 minutos. O resultado é um desgaste me- nor, devido a menos descargas no processo e menos perdas de produto. O sistema é adequado para todos os tipos de produtos lácteos. Nesta máquina, há ainda a possibilidade de utilização do in- versor de frequência, que possibilita diminuir o consumo de energia elétrica. Trata-se de uma alternativa nova para os equipamentos desta capacidade.

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Matéria de capa

Inovação e tecnologia em destaque

Fornecedores de máquinas, equipamentos e ingredientes para a indústria de alimentos

incorporam novos recursos tecnológicos para trazer qualidade, segurança alimentar e espaço

para as empresas criarem produtos finais inovadores

GEA Westfalia Separator

Na retaguarda da diversidade de produtos inovadores que chegam ao consumidor, máquinas e equipamentos possibi-litam a produção rápida, em grande escala, permitindo às indústrias de alimentos oferecerem diferenciais e mais qua-lidade em seus produtos. Atualmente, os fabricantes e for-necedores de máquinas para o mercado nacional aprimo-ram seus equipamentos, incorporam novas tecnologias para atender com eficiência, experimentam novos recursos e con-tribuem para otimizar as linhas de produção nas indústrias. Muitas dessas novidades para o setor lácteo serão apresen-tadas na Fispal Tecnologia 2011.

Os processos adequados na captação do leite, resfriamento imediato, entre outros procedimentos, determinam a segu-rança alimentar do produto final, porém algumas máquinas inovadoras podem contribuir na preservação dos cuidados no processo de captação e na produção. É o caso de recente desenvolvimento da GEA Westfalia Separator, o Sistema Eco-line, que contribui para a remoção de bactérias, clarifica e desnata o leite. A máquina, que tem capacidade para até 15 mil litros/hora, é importante para o mercado brasileiro por atender os pequenos e médios laticínios.

A empresa disponibiliza também o Sistema Proplus, que au-menta o intervalo entre as descargas. As demais máquinas fa-zem descarga a cada 20 minutos e com o Sistema Proplus, é realizada a cada 60 minutos. O resultado é um desgaste me-nor, devido a menos descargas no processo e menos perdas de produto. O sistema é adequado para todos os tipos de produtos lácteos.

Nesta máquina, há ainda a possibilidade de utilização do in-versor de frequência, que possibilita diminuir o consumo de energia elétrica. Trata-se de uma alternativa nova para os equipamentos desta capacidade.

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Já, as máquinas de Procool têm dife-renciais em relação às similares, como a tecnologia que possuem para des-natar leite frio. São diversos modelos com diferentes capacidades produti-vas. Esses equipamentos desnatam o leite em temperatura de 10oC. Nor-malmente, as outras máquinas traba-lham em temperaturas de 50 a 55oC. A grande vantagem de desnatar o lei-te frio está em não haver necessidade de trocador de calor, pois o produ-to sai do tanque diretamente para o equipamento. O leite só será aqueci-do no processo de pasteurização ou UHT, portanto tem mais qualidade, segurança alimentar e preserva me-lhor o sabor.

Para máquinas com capacidade maior do que 35 m³/h a GEA Westfalia Se-parator possui ainda o Intergrated Direct Drive, com motor integrado na máquina, que possibilita redução até 35% de ocupação de espaço e econo-mia até 15% nos custos com energia.

A GEA possui equipamentos com di-versos níveis de automação e desen-volve o sistema adequado para cada cliente. Para todas as instalações de equipamentos a empresa possui uma equipe de profissionais de campo, que faz os ajustes necessários na im-plantação, adaptam à performance solicitada pelo cliente e realizam trei-namentos.

Resfriamento

No atendimento às necessidades do primeiro setor da produção de lácte-os, para utilização no produtor rural, a Danfoss conta com desenvolvimen-tos tecnológicos focados em eficiên-cia energética, buscando redução de consumo de energia. A empresa dis-ponibiliza equipamentos para agregar aos tanques resfriadores de leite. As Unidades Condensadoras e Válvulas de Expansão são montadas junto aos tanques e têm como principal função rebaixar a temperatura do leite para 4oC, em até três horas, com o objeti-

Danfoss: Unidades Condensadoras e Válvulas de Expansão

vo de garantir a qualidade do produ-to. As Válvulas de Expansão regulam a injeção de líquido refrigerante nos evaporadores e, no caso dos resfria-dores, regulam essa injeção no fundo de expansão do tanque de leite.

“Embora o mercado nacional ainda utilize massivamente o fluido refri-gerante R-22, um dos responsáveis pelo efeito estufa, a Danfoss disponi-biliza Unidades Condensadoras para uso de outros fluidos refrigerantes

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que não causam danos ambientais”, esclarece Leonardo Brandini Prado, engenheiro da empresa.

Entre as tendências para o segmento lácteo está a utilização compressores com tecnologia Scroll, que propor-cionam menor consumo de energia elétrica, 13 a 15%, comparado com os compressores recíprocos.

Consumidor

Nas embalagens, a aparência pro-porcionada pela tecnologia utilizada fica evidente para o consumidor e queijos acondicionados em plásticos, sem sobras, que valorizam a circunfe-rência do produto são mais atrativos. Para garantir esse e outros itens fun-damentais na produção de queijos, a Sunnyvale trouxe para o mercado uma embaladora à vácuo automáti-ca de esteira, a Dublino. Completa o equipamento o túnel de encolhimen-to contínuo, etapa final da produção de queijo nos laticínios, onde a repeti-

Sunnyvale - Dublino

Sunnyvale - Raio-X Anritsu

ção é fundamental para garantir o shelf life de-sejado. O equipamento tem como diferencial a selagem com corte automático do excesso das embalagens, que garante um bom encolhi-mento do plástico, sem so-bras, gerando embalagens firmes e com boa apresen-tação nas gôndolas.

A Dublino substitui até três máquinas de vácuo dupla câmara e permite econo-mia de espaço, mão de obra e energia.

A Sunnyvale possui outra novidade tecnológica para implantação na área após o processo de embalagem. O equipamento é uma so-lução de inspeção e controle de qualidade, o Raio-X Anritsu,

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que possui alto nível de detecção, permitindo verificar partículas metáli-cas com diâmetro a partir de 0,2 mm, além de detectar vidros, arames, pe-dras, ossos, falta de produto na em-balagem, entre outros.

• Selos, seladoras e envasadoras sistemas automáticos, semi-automáticos

e manuais para o envase de produtos alimentícios em embalagens plásticas

rígidas e aplicação de selos para fechamento

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Comparado aos detectores de metais convencionais, o Raio-X Anritsu se destaca pelo diferencial do maior nível de detecção. Os queijos possuem características condutivas devido à sua compo-

Sunnyvale - Oxybaby

Sunnyvale - EC201

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sição, que inclui umidade, gordura e sal, que cau-sam o denominado “efeito do produto”, dificultando a identificação do contaminante por equipamentos. “Essas características do produto não interferem nos resultados da detecção, quando a tecnologia é de Raio-X”, esclarece Daniel Apringdys, gerente de ven-das da Divisão Inspeção e Controle de Qualidade, da Sunnyvale.

A Sunnyvale possui também os robôs Fuji-Ace para a área de paletização das indústrias. Concebidos com mo-vimentos para a função de paletizar caixas, sacos, fardos, baldes, latas, entre outros produtos, a construção das máquinas é simples e robusta, possibilitando ainda redu-ção de 50% no consumo de energia em relação aos ro-bôs convencionais.

Garrafa cartonada

O setor de embalagens traz mais novidades para a linha longa vida, vindas da Tetra Pak. A empresa introduziu no mercado a primeira garrafa cartonada asséptica para leite, a Tetra EveroTM Aseptic.

O equipamento para a produção das novas emba-lagens é o Tetra PakR A6 iLineTM, com capacidade de produção de até 10 mil embalagens por hora, ocupa cerca de 50% menos espaço e requer 30% menos in-vestimentos do que outras linhas de garrafas assép-ticas. Tem custo operacional 25% menor, utilizando metade do consumo de eletricidade que outras linhas para produção semelhante. Traz para os fabricantes uma solução de custo e eficiência para produção de leite em temperatura ambiente.

“Em todas as inovações, a Tetra Pak tem como premissa a redução de custo operacional, menor impacto ambiental, maior agilidade e mais valor para nossos clientes” destaca Eduardo Eisler, vice-presidente de Estratégia de Negócios da empresa.

A tecnologia inovadora combinada à visão de mer-cado impulsionaram a criação do pioneiro sistema de embalagem, que está coberto por 14 patentes. A gar-rafa cartonada traz conveniência, maior confiabilidade para os consumidores e vem com a primeira abertu-ra em um passo do mundo, com recurso de segurança em duas etapas. A embalagem permite impressão em toda a superfície, proporcionando maior impacto para a marca.

O foco da embalagem Tetra Evero Aseptic é, inicialmen-te, o mercado de leite longa vida. Em breve, a embalagem atenderá também outras categorias, como leites aromati-zados, creme de leite e leites sensíveis ao oxigênio, como os enriquecidos com ômega 3, ferro, zinco e vitamina C.

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Ingredientes

Em outro estágio da cadeia produtiva dos laticínios, os in-gredientes reforçam o suporte aos fabricantes de alimen-tos com a evolução tecnológica, oferecendo elementos para a inovação de produtos finais.

Recentemente, a Chr Hansen anunciou ao mercado bra-sileiro três lançamentos em culturas lácteas: as Culturas FD-RSF, para a produção de queijos da linha Prato; Cultu-ras Yoflex® e Culturas probióticas nu-trish®, especialmente desenvolvidas para iogurtes bebíveis. Um pouco antes, a empresa apresentou também o coagulante CHY-MAX® M, uma nova geração de Quimosina da Chr. Hansen.

As culturas FD-RSF garantem ótimo sabor e aroma em menor tempo e atendem às necessidades da indústria queijeira por rápida acidificação e maior proteção contra ataques fágicos. Disponibilizada na versão liofilizada, são mwais fáceis e convenientes para manuseio e armazena-mento, reduzindo a complexidade no sistema logístico. No consumo, permite melhor fatiabilidade.Chr Hansen - queijo

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ção do risco de contaminação e melhor controle no processo.

A empresa traz também uma nova geração de cultu-ras para iogurtes bebíveis, a YoflexR, culturas probió-ticas nu-trishR, que garantem qualidade em suavidade e uma agradável sensação na boca. As novas culturas reduzem o tempo de fermentação do iogurte e favo-recem a diminuição de amido/espessante, utilizados na maioria dos iogurtes com custo adicional para os fabricantes.

A YoflexR está disponível em três perfis de sabores, Mild, Classic e Twist, possibilitam aos fabricantes a elaboração com baixo teor de gordura, com lista de ingredientes reduzida e com probióticos Bifiodobacterium BB-12®, aspectos que trazem benefícios à saúde e atendem às atuais expectativas dos consumidores.

Para as áreas de coagulantes, a Chr Hansen trouxe a alternativa do CHY-MAX® M, uma nova geração de Quimosina produzida por fermentação, o QPF. É ade-quado para todos os tipos de queijos, garante maior rendimento e melhor sabor, além de proporcionar um soro com alto valor agregado.

Outro fornecedor de ingredientes, a Prozin, apresen-ta nova opção para produção de iogurtes e leites fer-mentados com lactose reduzida. Denominado Lacto-mas Flex, é uma lactase resistente ao pH baixo e seu grande benefício é o de ser utilizado diretamente no momento da adição do cultivo lácteo, sem necessida-de de haver uma hidrólise prévia da lactose. Esse pro-cesso, além de conseguir mais de 90% de hidrólise da lactose, também faz com que haja um aceleramento no tempo de fermentação, pois os cultivos láticos irão fermentar mais rapidamente a glicose e a galactose re-sultante da hidrólise.

Com os consumidores buscando mais saudabilida-de nos alimentos industrializados, as fibras ganham importância para os fabricantes. Com esse foco, a Colloides Naturels Brasil trouxe para o mercado a li-nha Fibregum, goma Acácia com conteúdo de fibras comprovado e padronizado em 95% em base seca. A fibra da Acácia é prebiótica, tem efeito bifidogênico, regula o trânsito intestinal sem provocar efeitos co-laterais no corpo humano. É tecnologicamente viável por ser facilmente incorporada em qualquer tipo de produto alimentício sem provocar mudanças organo-lépticas, pois não apresenta odor, sabor e coloração. A Equacia, produzida pela empresa, é um texturizan-te inovador, produzido por um processo patenteado,

Chr Hansen - iogurtes bebíveis

As culturas contém Lactobacillus helveticus, que proporcionam o desenvolvimento do típico sabor adocicado e de nozes nos queijos, particularmente apreciados no Brasil. Utilizando a tecnologia DVS® (Direct Vat Set), a nova linha FD-RSF oferece aos fa-bricantes lácteos uma série de vantagens na flexibi-lidade de utilização, desempenho consistente, redu-

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que combina a fibra solúvel da goma Acácia com fi-bra insolúvel do trigo e serve como substituto de gordura em diversos produtos alimentícios, a exem-plo, de sorvetes.

Tendências

Muitas inovações, em várias áreas de produção, ain-da devem chegar para o setor de lácteos. No exterior, existe uma forte demanda por parte dos consumi-dores por alimentos minimamente processados, sem aditivos e com maior shelf life. Há um grande interes-se pelo desenvolvimento de tecnologias de processa-mento não térmicas pela vantagem de um processo preservativo que, efetivamente, inative microrganis-mos patogênicos e enzimas, mantendo os atributos sensoriais e o valor nutricional similar ao do produto in natura.

Tradicionalmente, essas tecnologias foram definidas como não térmicas, projetadas para a obtenção produ-to com melhor qualidade, mais frescos e seguros. Essas tecnologias também oferecem oportunidade para a modificação de propriedades funcionais de produtos ou aumento da eficiência dos métodos tradicionais de pro-cessamento.

Eliana Paula Ribeiro, professora do Instituto Mauá de Tecnologia, complementa: “mundialmente, muitas pesquisas foram realizadas em busca de novas tec-

nologias para obtenção também de novos processos que garantam a segurança dos alimentos e aprimo-rem suas características sensoriais e valor nutricional. A maioria das novas tecnologias de natureza não tér-mica, ou seja, que não envolvem significativas eleva-ções ou reduções de temperatura do produto, que estão sendo aplicadas em alimentos incluem: pulso elétrico, luz pulsante, radiação ionizante, alta pressão hidrostática, ultrassom e processos de separação por membranas”.

O aumento de flexibilidade com o redesenho de proces-samento e de logística são tendências na indústria ali-mentícia. “o desenho do processo de alimentos precisará explorar formas para otimizar e minimizar perdas e a in-trodução de um processo de fabricação ágil aumentará a vantagem competitiva”, conclui Eliana.

Enquanto correm as pesquisas de novos caminhos em processamento para a produção de alimentos no Bra-sil, os fornecedores de máquinas e ingredientes estão se adequando às novas solicitações da indústria de laticí-nios, aprimorando seus produtos para um mercado na-cional com maior demanda por alimentos. Por um lado, as máquinas otimizam a produção e proporcionam mais qualidade ao produto final e as empresas de ingredien-tes buscam soluções para as indústrias atenderem um consumidor que, cada vez mais, procura produtos mais saudáveis.