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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA IEP Curso de Pós-Graduação Stricto sensu Mestrado profissional em Educação em Diabetes Pauline Cristiane Moura PERFIL NUTRICIONAL E FATORES INTERVENIENTES NO SEGUIMENTO À DIETA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM SETE LAGOAS-MG Belo Horizonte 2014

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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA – IEP

Curso de Pós-Graduação Stricto sensu

Mestrado profissional em Educação em Diabetes

Pauline Cristiane Moura

PERFIL NUTRICIONAL E FATORES INTERVENIENTES NO

SEGUIMENTO À DIETA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM SETE LAGOAS-MG

Belo Horizonte

2014

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PAULINE CRISTIANE MOURA

PERFIL NUTRICIONAL E FATORES INTERVENIENTES NO

SEGUIMENTO À DIETA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM SETE LAGOAS-MG

Dissertação apresentada ao programa de Pós Graduação do Instituto de Ensino e Pesquisa - IEP do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte, para obtenção do título de Mestre em Educação em Diabetes. Orientadora: Prof. Dra. Janice Sepúlveda Reis

Belo Horizonte 2014

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“Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à

fonte.”

Moura, Pauline Cristiane M929f Perfil nutricional e fatores intervenientes no seguimento à dieta em

pacientes com diabetes mellitus atendidos em uma Unidade Básica de Saúde em Sete Lagoas-MG./ Pauline Cristiane Moura. – Belo Horizonte/MG, 2014.

102 f.; il.:enc. Orientadora: Dra. Janice Sepúlveda Reis Dissertação (Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Mestrado

profissional em Educação em Diabetes).

1. Diabetes 2. Doenças Crônicas. 3. Doenças, saúde pública. I. Moura, Pauline Cristiane. II. Título. III. Grupo Santa Casa de Belo Horizonte. IV. IEP. CDD: 616.462

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Dedico este trabalho a todos os pacientes com diabetes com quem pude compartilhar o aprendizado, trocar experiências, vivenciar emoções ímpares no processo educativo e a todos que ainda hei de conhecer pelo caminho...

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS pela sua infinita bondade, pelo dom da VIDA, por me cobrir com seu manto sagrado em todos os momentos, principalmente naqueles em que pensei não ser mais possível viver... Foram tantos obstáculos no caminho e ELE com seu poder segurou-me pela mão e me conduziu em seus braços. À Dra. Janice pelas brilhantes considerações, disponibilidade indiscutível e por despertar em mim ainda mais dedicação e amor pelo cuidado ao paciente. Admiro-a cada dia mais. Sinto-me honrada e orgulhosa em ser sua orientanda. A meus pais amor eterno, pelo carinho e dedicação infinitos. Aos meus irmãos e primo Túlio por acreditarem no meu potencial, pela força e hombridade. Ao meu amigo irmão Erlon por mediar, instruir, compartilhar todos os momentos da minha vida. À Secretaria Municipal de Saúde pela oportunidade de desenvolver o trabalho, a todos os funcionários da UBS, em especial ao Dr. Aluísio, as enfermeiras, amigos do NASF, às ACS, principalmente “minha assistente” Jamaica. Às estagiárias do Unifemm e Ciências da Vida pela parceria. A todos os meus amigos queridos que fizeram das aulas momentos de muita alegria e por me acrescentar tanta coisa maravilhosa no processo da educação em diabetes. Andrelle companheirismo e sorrisos gratuitos, Gerusa, pelos belos conselhos e amizade linda que ganhei, Débora, Marina, Bia, Nutricionistas maravilhosas, Alessandro, Luis, Damasco, Flávia, médicos exemplares, Sônia e Paula, psicólogas e professoras distintas, amiga querida Estefânia, Cris, Flavinha e Dani (in memoriam), enfermeiras mais que competentes, Tilibra, educador físico e professor ímpar, Wawa, fisioterapeuta e “pai querido” obrigada por existirem em minha vida. Á minha amiga irmã Geórgia por tudo, pela amizade verdadeira, anjo querido que Deus me presenteou pela sua existência, não tenho palavras para descrevê-la, sei que me ensina e me faz acreditar que o conhecimento é algo que nos leva mais perto de Deus e de nossa insignificância perante tantos mistérios Dele. É maravilhoso poder contar com o auxílio do outro ser humano enquanto professora que é no crescimento de outrem. Não pelo lado do ego, mas, pelo lado do auxílio, chegarmos mais perto da felicidade e do amor ao próximo. Obrigada por tudo!

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“Qualquer caminho que você decida tomar, existe

sempre alguém pra te dizer que você está errado.

Existem sempre dificuldades surgindo que te tentam a

acreditar que as críticas estão corretas. Mapear um

caminho de ação e segui-lo até o fim requer...

coragem”.

Ralph Waldo Emerson.

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RESUMO

A terapia nutricional no diabetes mellitus é um componente essencial para proporcionar adequado controle metabólico e contribuir para o aumento da qualidade de vida, constituindo-se pilar no tratamento. A baixa adesão ao plano alimentar é frequente e vários motivos são apontados na pratica diária como fatores intervenientes ao sucesso do tratamento. Este estudo teve como objetivo avaliar os fatores intervenientes ao seguimento da dieta. A educação nutricional foi oferecida de forma individualizada a 77 pacientes atendidos em três Estratégias de Saúde da Família (ESF) pertencentes à Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Carlos Afonso Vianna, Sete Lagoas, MG, em duas etapas: a primeira consistiu em coleta das informações clínicas, antropométricas e atendimento nutricional no qual o paciente recebeu orientações nutricionais, educação em diabetes e o planejamento dietético. Na segunda etapa, após um período mínimo de três meses, foram reavaliados. Os resultados demonstraram que dos 77 dos entrevistados 61% eram do sexo feminino, sendo 97,4% DM2, com predomínio de escolaridade (53,2%) primário completo, casados (54,5%), com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (54,5%). Os valores médios de peso, IMC e CA não diferenciaram antes e após intervenção nutricional, entretanto o consumo de óleo e açúcar diminuiu significativamente no consumo mensal da família. Dos participantes, 49,4% relataram algum tipo de dificuldade em seguir a dieta, como comer em menor quantidade, alimentar-se em horários regulares, consumir alimentos integrais, as restrições alimentares e ansiedade. Não houve associação entre dificuldade em seguir a dieta com renda (p=0,259), escolaridade (p=0,660), estado civil (p=0,891), idade (p=0,236), IMC (p=0,064), estado nutricional (p=0,339) e tempo de diagnóstico da doença (p=0,290). Dessa forma, a implantação de novas estratégias que estimulam a adesão ao tratamento devem ser aplicadas, focando no tratamento multidisciplinar para abordagem dos fatores intervenientes.

Palavras Chaves: Diabetes Mellitus, Dieta para Diabéticos, Estratégia Saúde da

Família, Educação Alimentar e Nutricional, Hábitos Alimentares.

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ABSTRACT

Nutritional therapy in diabetes mellitus is essential to provide adequate metabolic control and contribute to increased quality of life, constituting pillar in the treatment component. The low adherence to diet is frequent and various reasons are pointed out in daily practice as actors to treatment success factors. This study aimed to evaluate the players to follow the diet factors. Nutrition education was offered individually for 77 patients seen in three of the Family Health Strategy (FHS) belonging to the Basic Health Unit (BHU) Dr. Carlos Afonso Vianna, Sete Lagoas, MG, in two stages: the first consisted of collecting the clinical data, anthropometric and nutritional care in which the patient received nutritional counseling, diabetes education and dietary planning. In the second stage, after a minimum period of three months, were reassessed. The results showed that 77 of the respondents 61% were female, and 97.4% DM2, with a predominance of schooling (53.2%) completed primary school, married (54.5%), with family income 1-2 minimum wages (54.5%). The mean values of weight, BMI and did not differ before and after nutritional intervention, however the consumption of oil and sugar decreased significantly in the monthly family consumption. Of the participants, 49.4% reported some type of difficulty following the diet, such as eating a lesser amount if eating at regular times, consume whole foods, dietary restrictions and anxiety. There was no association between difficulty following the diet with income (p = 0.259), education (p = 0.660), marital status (p = 0.891), age (p = 0.236), BMI (p = 0.064), nutritional status (p = 0.339) and time of diagnosis (p = 0.290). Thus, the implementation of new strategies that encourage adherence to treatment should be applied, focusing on multidisciplinary treatment approach for intervening factors. Keywords: Diabetes Mellitus, Diabetic Diet, Family Health Strategy, Food and Nutritition Education, Food Habits.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACS – Agentes Comunitárias de Saúde

ADA – American Diabetes Association

AGMI – Ácidos Graxos Monoinsaturados

AGT – Ácidos Graxos Trans

AGPI – Ácidos Graxos Poliinsaturados

DCCT – Diabetes Control and Complications Trial

DCV – Doença Cardiovascular

DM – Diabetes mellitus

DM1 – Diabetes mellitus tipo 1

DM2 – Diabetes mellitus tipo 2

DRI’S – Dietary Reference Intakes for Energy

ESF – Estratégias de Saúde da Família

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

HbA1c – Hemoglobina glicada

HDL – High Density Lipoprotein

IMC – Índice de Massa Corporal

IOM – Institute of Medicine

LOADD – Lifestyle Over And Above Drugs In Diabetes

MNT – Medical Nutrition Terapy

NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família

OGTT – Teste de Tolerância Oral a Glicose

OMS – Organização Mundial da Saúde

PC- Perímetro da Cintura

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

UNIFEMM – Centro Universitário de Sete Lagoas

VET – Valor Energético Total

WHO – World Health Organization

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –Características dos participantes. ............................................................ 31

Tabela 2 – Perfil alimentar dos participantes. ........................................................... 34

Tabela 3 – Comparação do antes e depois da intervenção nutricional quanto às

características antropométricas e relacionadas à dieta na população ...................... 36

Tabela 4 – Fatores intervenientes na dieta da população estudada após atendimento

nutricional. ................................................................................................................. 37

Tabela 5 – Fatores intervenientes quanto à percepção de dificuldades encontradas

na população estudada. ............................................................................................ 39

Tabela 6 – Associação entre as variáveis socioeconômicas e dificuldades em seguir

a dieta........................................................................................................................ 41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS. .......................................................................................................... 15

2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................ 15

2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15

3. REFERNCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 16

3.1 Diabetes Mellitus .............................................................................................. 16

3.1.1 Definição e diagnóstico. ................................................................................... 16

3.2 Epidemiologia do Diabetes. .............................................................................. 17

3.3 Tratamento do Diabetes .................................................................................... 17

3.4 Adesão ao tratamento e fatores intervenientes . ............................................ 21

4. MÉTODOS ............................................................................................................ 25

4.1 Caracterização do estudo ................................................................................. 25

4.2 Local de desenvolvimento do estudo .............................................................. 25

4.3 Seleção dos pacientes ..................................................................................... 25

4.3.1 Considerações éticas ................................................................................... 26

4.4 Coleta dos dados............................................................................................... 26

4.5 Primeira Etapa. .................................................................................................. 27

4.5.1 Medidas Antropométricas ................................................................................. 27

4.5.2 Avaliação Socioeconômica, demográfica e nutricional clínica. ......................... 28

4.5.3 Prescrição Nutricional ....................................................................................... 28

4.5.4 Orientações Nutricionais .................................................................................. 28

4.5.5 Educação em Diabetes .................................................................................... 28

4.6 Segunda Etapa .................................................................................................. 29

4.7 Análise Estatística. ............................................................................................ 29

5. RESULTADOS. ..................................................................................................... 31

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6. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 43

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ................................................................................. 51

8. LIMITAÇÕES ........................................................................................................ 52

9 PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NO SUS ....................... 53

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 54

ANEXOS .................................................................................................................. 60

ANEXO A- APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DO INSTITUTO DE

ENSINO E PESQUISA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE. ....................... 60

ANEXO B – DIETAS PADRONIZADAS UTILIZADAS NO SUS- SETE LAGOAS .. 63

ANEXO C – FÓRMULAS GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET) DE ACORDO CO

ESTADO NUTRICIONAL, SEXO E IDADE.. ............................................................ 69

ANEXO D – ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS.. ....................................................... 70

ANEXO E – AULA MINISTRADA EM SLIDES.. ....................................................... 71

APÊNDICES.. ........................................................................................................... 95

APÊNDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.. ........... 95

APÊNDICE B - AVALIAÇÃO CLÍNICA NUTRICIONAL E DIETOTERÁPICA.. ....... 97

APÊNDICE C- QUESTIONÁRIO DE PESQUISA.. ................................................. 102

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1 INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é considerado importante problema de saúde pública. Está

associado a complicações que comprometem a produtividade, qualidade de vida da

população e sobrevida dos indivíduos, quando mal controlado, cujos fatores de risco

vêm aumentando em todo mundo, alcançando proporções epidêmicas com

consequente elevação nas taxas de mortalidade. (1)

O desenvolvimento do DM está relacionado aos hábitos pouco saudáveis como dieta

incorreta, sedentarismo, dentre outros fatores, ambientais e genéticos, que levam à

obesidade e ao envelhecimento populacional. Os serviços de saúde no Brasil têm se

organizado para o atendimento dessa demanda a fim de promover o controle da

doença. (2)

Diante disso, dentre as estratégias para o tratamento da doença e prevenção das

complicações crônicas estão a educação em diabetes, modificação do estilo de vida,

aconselhamento nutricional, incentivo à prática de atividade física,

automonitorização glicêmica e uso correto de medicamentos. (3)

Embora a educação nutricional seja considerada uma opção eficaz de tratamento,

sabe-se que a adesão à reeducação alimentar é baixa. (4) Muitos fatores podem

estar relacionados, especialmente nos usuários atendidos na rede pública,

constituindo um desafio para os serviços e profissionais de saúde o alcance de

metas. Estes fatores são de grande importância, haja vista que a baixa adesão ao

tratamento do DM pode resultar, dentre outras consequências, em desperdício e

subutilização de recursos de tratamento. (5)

Entre os fatores que influenciam a adesão, destacam-se a falta de tempo, rotina de

trabalho, as características e terapias propostas para a doença, conhecimento sobre

a doença, não acreditar no tratamento, nível socioeconômico, tipo de diabetes,

medicação prescrita, hábitos alimentares anteriores ao diagnóstico, a falta de apoio

e envolvimento familiar, falta de interesse, dificuldades de transporte,

responsabilidade do indivíduo sobre sua saúde, menor grau de satisfação com o

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serviço de saúde, além dos fatores relacionados ao paciente e a não persistência

em seguir o tratamento. Ademais, salienta-se o fato do DM ser uma doença crônica

caracterizada pela necessidade de cuidado contínuo, que depende do desejo e

motivação do paciente e exige alteração no estilo de vida. (5,6,7)

Diante disso, no atendimento nutricional na atenção básica, o relato de não

seguimento da dieta foi um dos fatores mais relevantes para motivação da presente

pesquisa, sendo relatados frequentemente como causas a não persistência para

progredir numa dieta adequada e obter resultados positivos, a falta de recursos

financeiros, o não entendimento das orientações, a resistência para mudar hábitos

alimentares e a falta de tempo.

Sendo assim, essas observações representam um desafio para os nutricionistas em

relação à busca de intervenções de sucesso, as quais sejam capazes de mobilizar

os indivíduos à adoção de práticas alimentares saudáveis. Um dos determinantes

para que os indivíduos levem em consideração os comportamentos relacionados à

saúde, é a percepção da necessidade de praticar tal ação. Pode-se reconhecer,

portanto, que a necessidade de alteração dos hábitos alimentares é um requisito

fundamental para iniciar uma mudança dietética.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar os principais fatores intervenientes no seguimento ao plano alimentar em

um programa de educação nutricional para pacientes com diabetes atendidos em

uma (UBS) Unidade Básica de Saúde em Sete Lagoas - MG.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o impacto do atendimento nutricional e educacional individualizados

nas Estratégias de Saúde da Família;

Caracterizar os pacientes segundo as variáveis sócio demográficas e

antropométricas;

Associar fatores intervenientes com as variáveis sócio demográficas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 DIABETES MELLITUS

3.1.1 DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO

O DM caracteriza-se por um grupo de alterações metabólicas que apresentam em

comum à hiperglicemia, provocada pelo defeito na ação e/ou secreção da insulina

por processos patogênicos específicos, como destruição das células beta

pancreáticas, resistência à insulina, distúrbios na secreção de insulina e outros. (8)

A classificação atual do DM inclui quatro classes principais: DM tipo 1 (DM1), DM

tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM gestacional, sendo definido como

pré-diabetes a tolerância à glicose diminuída e a glicemia de jejum alterada. (3)

As principais manifestações clínicas do DM são classificadas em sintomas clássicos

como poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, dores em membros inferiores e

sintomas gerais como visão turva, feridas que não cicatrizam, parestesias, fadiga,

infecções de repetição e vulvovaginites. Vale ressaltar que os sintomas podem variar

conforme o tempo da doença. O DM2 pode se apresentar com HAS (hipertensão

arterial sistêmica) e manifestações de complicações crônicas. (9)

O diagnóstico para o DM segundo a ADA (10) pode ser feito por glicemia de jejum ≥

126 (mg/dL), OGTT (Teste de Tolerância Oral a Glicose) ≥ 200 (mg/dL) 2 horas após

75 g de glicose, HbA1c (Hemoglobina glicada) ≥ 6.5%, sendo que os testes devem

ser repetidos e confirmados. Glicemia ao acaso ≥ 200 (mg/dL), em pacientes com

sintomas clássicos, também confirmam o diagnóstico.

Os principais fatores de risco para o DM 2, são: sedentarismo, parentes de primeiro

grau com diabetes, raça (afro americano, latinos, asiáticos), HAS, mulheres com

fetos macrossômicos ou que tiveram DM gestacional, HDL<35 mg/dL e/ou

triglicerídeos >250 mg/dL, mulheres com síndrome do ovário policístico, história de

doença cardiovascular (DCV) e outras condições associadas à resistência a insulina

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como obesidade e acantose nigricans (11).

3.1.2 EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES

Uma epidemia de DM está em curso, com projeção de atingir 592 milhões de

diabéticos. (12) No Brasil, em 1980 a prevalência de DM na população adulta foi

estimada em 7,6% e dados mais recentes apontam para uma taxa de 12,1%. (11) A

situação agrava-se ao constatar que grande parcela dos usuários (46,5%)

desconhece sua condição e que 22,3% das pessoas que possuem conhecimento do

seu diagnóstico de DM não fazem qualquer tipo de tratamento. (2)

O aumento considerável do número de pessoas com DM está relacionado ao

crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, maior prevalência

de obesidade, sedentarismo, bem como maior sobrevida dos indivíduos com DM,

configurando uma transição demográfica e epidemiológica. Adicionalmente, muitas

pessoas com diabetes ficam impossibilitadas de continuar a trabalhar devido às

complicações crônicas ou em decorrência de alguma limitação. (13)

O DM mal controlado representa uma das principais causas de morbimortalidade

nos países desenvolvidos, devido às complicações crônicas, como insuficiência

renal, neuropatia, retinopatia, doença cardiovascular e doença vascular cerebral. (14)

Também está associado com maior risco de morte por muitas doenças, incluindo

câncer. É importante notar que os fatores de risco são comuns ao diabetes e câncer,

como em outras doenças crônicas, incluindo índice de massa corporal (IMC),

atividade física, tabagismo, álcool e dieta. (15)

3.1.3 TRATAMENTO DO DIABETES

O tratamento do DM inclui as seguintes estratégias: educação, mudanças no estilo

de vida como a suspensão do fumo, prática de atividade física (mínimo 150

minutos/semana), reeducação alimentar e uso de medicamentos. (11) Estudos

confirmam que as ações educativas promovidas ao usuário, família e comunidade,

têm um papel essencial no controle do DM, uma vez que as complicações estão

relacionadas a falta de conhecimento e a não percepção da importância do cuidado

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pessoal diário adequado e o estilo de vida. (16)

No DM1, o processo autoimune e lesivo às células ocasiona uma deficiência

absoluta de insulina, havendo a necessidade de iniciar o tratamento com

insulinoterapia, assim que o diagnóstico é realizado, combinada com mudanças nos

hábitos de vida. O clássico estudo prospectivo Diabetes Control and Complications

Trial (DCCT) demonstrou a eficácia do tratamento intensivo com três ou mais doses

diárias de insulina de ações diferentes na redução dos casos de retinopatia,

neuropatia e nefropatia, comparados aos tratados convencionalmente. (17)

Destacam-se como principais objetivos do tratamento do DM: promover o controle

metabólico, incluindo níveis euglicêmicos nos períodos pós-absortivos e pós-

prandiais; permitir crescimento e desenvolvimento adequados; promover o bem

estar físico e psíquico e evitar as complicações crônicas. O tratamento do DM

apresenta melhores resultados quando proporcionado por equipe multidisciplinar. No

DM2, os objetivos básicos do tratamento não diferem daqueles do DM1, como

planos alimentares adequados, atividade física, monitorização, educação e

intervenções psicossociais, acrescentando o uso de medicações orais. Porém, com

a evolução da doença, frequentemente há necessidade de associar o uso de

medicamentos orais com insulina, a fim de se alcançar metas glicêmicas. (14,18)

A prática da atividade física é indicada por melhorar os níveis da glicemia e a

sensibilidade à insulina, independente da redução ou manutenção do peso em

grande período de tempo. (3) Estudo revela que a melhora do controle glicêmico em

longo prazo e da qualidade de vida é possível em adultos com DM por meio de

oferta de educação, estruturado em cuidados de rotina. (19)

A educação nutricional constitui-se como importante item para o tratamento do DM,

sendo a inserção dos familiares e a conscientização da importância do autocuidado

e da independência, quanto às decisões e atitudes em relação à alimentação,

fundamentais para o controle da doença. (7) Estudos mostram que a dieta e as

orientações nutricionais são instrumentos fundamentais para obtenção de melhor

controle glicêmico, sendo que a adoção de hábitos alimentares adequados contribui

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para perda de peso, de aproximadamente 3 a 7% em quatro anos, contribuindo para

o tratamento. (20)

A terapia nutricional é imprescindível no tratamento do DM devido à relação direta

ao metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Dessa forma, a nutrição

desempenha papel essencial no controle da doença. (21)

Coppell et al (22) realizaram ensaio clínico randomizado e controlado com intervenção

nutricional com duração de seis meses, denominado Lifestyle Over and Above Drugs

in Diabetes (LOADD), obtendo resultados significativos no grupo de intervenção tais

como: diminuição da HbA1c, perda de peso, diminuição do índice de massa corporal

e diminuição da circunferência da cintura. Estudo revela a influência de dieta

balanceada e prática de exercício físico no controle metabólico e clínico em pessoas

com intolerância à glicose e estágio primário de DM2. (23)

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (3), os objetivos da

terapêutica nutricional estão relacionados com questões psicossociais e culturais,

sendo, contudo, crucial que essas abordagens estejam inseridas no processo

educativo. A adesão ao plano alimentar prescrito, independência quanto à troca de

alimentos, decisões e atitudes em situações não rotineiras e conscientização da

influência das escolhas alimentares no controle da glicemia, bem como na

prevenção de complicações agudas e crônicas, são parte de um processo contínuo.

O plano alimentar da pessoa com diabetes necessita ser balanceado, sendo

recomendado o consumo adequado de todos os nutrientes, não necessitando de

proibições no seu uso. Recomenda-se também que as refeições sejam fracionadas

e realizadas a cada três horas. Além disso, o consumo de fibras deve ser

incentivado, uma vez que ajuda a controlar a glicemia. (11)

Ainda, para melhor atingir as reais necessidades nutricionais dos indivíduos, a

avaliação do estado nutricional é a base para se definir a melhor conduta dietética a

ser adotada, sendo os componentes essenciais da avaliação agrupados em: história

dietética, medidas antropométricas, avaliação bioquímica e exame físico nutricional.

Esses quatro componentes permitirão o desenvolvimento de um plano terapêutico

nutricional efetivo, apropriado e individualizado. Os dados que compõem a avaliação

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deverão ser monitorados e reavaliados regularmente para permitir o

acompanhamento detalhado e particularizado das necessidades nutricionais dos

pacientes. (24)

As pessoas com DM devem ter acesso a uma série de encontros com o nutricionista

com duração entre 45-90 minutos. Este se deve iniciar no diagnóstico do diabetes ou

pelo primeiro encaminhamento médico e ter retorno no prazo de 3-6 meses.

Recomenda-se que as pessoas com diabetes sejam reavaliadas a cada seis meses

ou em períodos menores, de acordo com as necessidades individuais. (25)

Segundo a SBD (3) incluem-se no aconselhamento dietético, carboidratos totais entre

45% a 60%, não inferiores a 130g/dia, 7% do total de calorias no consumo de

gorduras saturadas, sendo gordura total até 30% VET (Valor energético total),

ácidos graxos trans (AGT) menor que 2g, ácidos graxos poliinsaturados (AGPI) até

10% VET e completar de forma individualizada os ácidos graxos monoinsaturados

(AGMI), colesterol< 200mg/dia, baixo consumo de sódio (até 2400 mg), proteínas

entre 15% a 20% VET (na doença renal crônica, se a taxa de filtração glomerular

estiver entre 30 e 70 ml/min e a microalbuminúria estiver presente, recomenda-se a

restrição protéica para 0,6g/Kg/dia). O aumento no consumo de fibras deve ser

estimulado (20g/dia ou 14 g/1000 Kcal). As calorias devem ser ajustadas ao peso

desejável. Se houver ingestão de álcool, esta deve ser feita com moderação (uma

dose por dia ou menos para mulheres e duas doses por dia ou menos para homens,

ambos adultos). Ainda, recomenda-se a redução ponderal de 5 a 10% do peso

corporal ou manutenção do peso dentro da faixa de normalidade para idade e

estatura para que ocorra melhora dos níveis da glicose, bem como redução da

pressão arterial e melhoria dos níveis de lipídios séricos. (11)

A educação em DM deve ser sensível à evolução dos conhecimentos, às estratégias

de tratamento e de ensino, intervenções psicossociais, e à mudança de ambiente,

sendo um processo, iterativo e planejado, que leva à melhoria na qualidade de vida

do usuário. (26)

A orientação nutricional é apenas um dos fatores a serem ponderados no tratamento

do indivíduo com DM e para o obtenção de melhores resultados é essencial a

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inserção educativa multiprofissional, de forma que sejam abordados todos os temas

relacionados ao cuidado da doença. (27)

Sendo assim, a verdadeira mudança no paradigma para o tratamento do DM exige a

aplicação de um tratamento adequado no momento do diagnóstico, para que possa

se estabelecer estrito controle glicêmico e evitar os fatores de risco cardiovasculares

concomitantes, bem como outras complicações. (28)

3.2 ADESÃO AO TRATAMENTO DO DM E FATORES INTERVENIENTES

As relações terapêuticas efetivas são caracterizadas por uma atmosfera em que

alternativas são exploradas, acordos são estabelecidos, o tratamento é negociado e

discutido e o seguimento é planejado. Não existe ainda uma medida padrão para se

estabelecer a adesão. Entretanto, utiliza-se o questionamento direto ao paciente e

avaliação subjetiva do comportamento individual para determiná-la. (29, 30)

Os termos “adherence” e “compliance” na literatura internacional possuem

significados distintos. A palavra adherence pode ser definida como uma extensão da

personalidade de cada pessoa, no sentido de cooperação entre o paciente e os

profissionais de saúde envolvidos no tratamento. Já compliance, termo muito

utilizado, não é sinônimo de adesão e sim a tradução de obediência ao que é

estabelecido, denotando uma atitude passiva em relação ao tratamento. (31)

A adesão ao tratamento como um todo e as necessárias mudanças no estilo de vida

são fundamentais para melhorar o prognóstico nas doenças crônicas. Adesão ao

tratamento é um processo multifatorial que se estrutura em uma parceria entre o

cuidador e quem é cuidado; diz respeito à frequência, à constância e à perseverança

na relação com o cuidado em busca de saúde. Dessa forma, o vínculo entre

profissional e paciente é fator estruturante e de consolidação do processo, razão

pela qual deve ser considerado para que se efetive. (32)

De acordo com Hendrychova et al (33) a satisfação no tratamento é um dos fatores

chave que precisa ser atingido para maximizar os benefícios para o paciente. Muitas

vezes, a difícil adesão ao tratamento e adaptação ao DM é gerada pela

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desmotivação, associada ao desconhecimento em relação às complicações da

doença, cujos fatores são ímpares para o autocuidado, pois as modificações no

estilo de vida não são fáceis de serem obtidas, mas podem ocorrer se houver uma

estimulação constante ao longo do acompanhamento.

Ainda, no que se refere à desmotivação, os profissionais da saúde e usuários,

podem entrar em um ciclo vicioso: o cliente não adere ao tratamento por não ser

orientado de forma motivadora e eficaz e o profissional, por sua vez, não orienta o

cliente por vários motivos, entre os quais se poderia citar, principalmente, a falta de

conhecimento sobre a importância do trabalho, baixos salários, altas jornadas,

condições precárias como escassez de espaço físico, recursos humanos e

materiais. (34)

Existem alguns fatores que podem contribuir para a não adesão ao tratamento

nutricional. Dentre estes, existem alguns referidos indiretamente pelos pacientes no

momento do questionamento sobre o tipo de dieta já realizada, como dificuldade em

alterar preferências por carnes e produtos ricos em gorduras; recomendações

dietéticas geralmente requerem mudanças drásticas no planejamento alimentar;

hábitos alimentares e métodos de cocção inadequados. Estes fatores geralmente

são interpretados como intervenções radicais e associados à baixa qualidade de

vida. (35)

Adicionalmente, outros fatores negativos que interferem no seguimento da dieta são:

falta de tempo, custo elevado, não gostar, não acreditar no auxílio do tratamento e

não ter conhecimento sobre a doença. Portanto, o conhecimento, segurança e

motivação na manutenção do controle do DM, levam a um comportamento positivo

no autocuidado, por meio do uso de medicamentos, prática de atividade física,

monitoramento da glicemia e adesão à dieta, otimizando o controle metabólico. (5)

Dentre os outros fatores referidos, pode-se citar: trabalhar fora de casa e comer na

rua; ansiedade e nervosismo; desconforto físico devido às restrições alimentares;

não compreensão das orientações dietéticas; hiperfagia; dificuldade econômica e

falta de vontade para perder peso. A mudança do habito alimentar é uma das

maiores dificuldades encontradas e 46,1% dos indivíduos consideraram esta

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23

mudança como a maior dificuldade para seguir o tratamento dietético. (36)

Figura 1 – Descrição dos possíveis fatores intervenientes no seguimento da

dieta em pacientes diabéticos

Fonte: Assessment of Attitudes, Behaviors, and Outcomes of Patients with Type 2 Diabetes. JABFM, v.22, n.3, 2009.

Segundo Perez e Romano (37) o ato de comer consiste em um comportamento

complexo que envolve aspectos constituintes de simbologia, sendo uma das bases

do desenvolvimento das representações psíquicas. Tais representações são

elementos constituintes do pensamento, os quais possibilitam o alívio das tensões

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psíquicas e a percepção da realidade. A ingestão alimentar não está

necessariamente relacionada à fome, sendo possível comer sem ter fome e beber

sem ter sede. Tal comportamento é característico do ser humano, o qual tem uma

vida psíquica simbólica, cumprindo duas funções essenciais para o equilíbrio geral

do ser humano: fonte de energia e prazer, funções tanto biológicas quanto

psicológicas.

Os aspectos que influenciam a adesão de um paciente a uma prescrição dietética e

sua motivação para adotar um padrão desejável de comportamento alimentar,

devem ser analisados como um conjunto de características relacionadas ao

profissional, paciente, qualidade da relação profissional-paciente, prescrição,

aspectos organizacionais, pessoais, ambientais e físicos do serviço ou clínica e

ambiente externo ao serviço. (38)

A responsabilidade da atuação conjunta entre paciente e profissional da saúde é de

fundamental importância para que a adesão ao tratamento seja eficaz, portanto, a

escolha do paciente em seguir ou não uma determinada orientação, depende da sua

própria conscientização do problema de saúde como estímulo para seguir o

tratamento. (39)

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25

4. MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de estudo tipo longitudinal no qual fatores intervenientes no seguimento à

dieta foram avaliados em usuários com DM1 e DM2 na UBS Dr. Carlos Afonso Viana

no período de julho a novembro de 2013. Tais usuários foram encaminhados para a

nutricionista pelo médico, enfermeiro, profissionais do NASF (Núcleo de Apoio à

Saúde da Família) e/ou pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). O trabalho foi

desenhado para ser realizado em duas etapas que serão descritas adiante.

4.2 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

O estudo foi conduzido com usuários adscritos em território de três Estratégias de

Saúde da Família (ESF) pertencente à UBS Dr. Carlos Afonso Vianna, localizada no

distrito sudeste de Sete Lagoas, MG. No período de julho a novembro de 2013. Essa

unidade conta com médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, técnicos

em enfermagem, farmacêutico, dentista e, além desses profissionais, conta com o

serviço de nutricionista, fisioterapeutas, assistente social, profissional de educação

física e psicólogo do NASF.

4.3 SELEÇÃO DOS PACIENTES

Foram selecionados os primeiros 103 encaminhamentos de pacientes com

diagnóstico de DM1 e DM2, agendados para avaliação nutricional em consulta

individual com a nutricionista pesquisadora, maiores de 18 anos de idade, capazes

de se comunicar verbalmente, pertencentes à área de abrangência da UBS e que

consentiram em participar do estudo.

Para análise da representatividade da amostra, utilizou-se o referido cálculo

amostral realizado através da amostragem estratificada por subgrupos da UBS.

Estavam cadastrados 57 pacientes diabéticos da ESF Jardim Primavera, 87 da ESF

Luxemburgo e 74 da ESF Interlagos, totalizando 218 pacientes, sendo a fórmula

adequada ao caso:

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26

n =z1−α

2⁄2 ∑

Ni2

wi

3i=1

N2d

Onde :

z1−α2⁄ é percentil 95% da distribuição Normal = 1,96

Ni é cada estrato (população de cada UBS) : N1 = 57, N2 = 87, N3 = 74

wi é a proporção de cada estrato na população total: w1 = 0,26, w2 = 0,40, w3 =

0,34

N é a população total = 218

d é a precisão considerada 5%

Assim, a população de estudo calculada foi constituída por 77 pacientes diabéticos.

Excluíram-se do estudo os pacientes impossibilitados de comparecer à segunda

avaliação nutricional para responder ao questionário.

4.3.1 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Ensino e Pesquisa da

Santa Casa de Belo Horizonte (ANEXO A). Todos os participantes foram orientados

sobre o projeto e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A).

4.4 COLETA DE DADOS

A linha de base deste estudo foi definida como a primeira consulta nutricional

individual do paciente com duração mínima de 60 minutos. Após período mínimo de

três meses da data do atendimento, efetivou-se a segunda avaliação antropométrica

bem como aplicação de questionário (APÊNDICE B), visando assim, identificar os

principais fatores intervenientes no seguimento à dieta apresentados pelos

participantes da pesquisa.

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4.5 PRIMEIRA ETAPA

Foram mensuradas variáveis antropométricas, socioeconômicas, demográficas, e

ministrada aula em educação em diabetes, fornecidas orientações nutricionais e

prescrição de dieta.

4.5.1 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

Peso

O peso foi aferido por meio de uma balança de plataforma (modelo 31 Filizola Ltda®

São Paulo, SP) previamente calibrada com capacidade máxima de 150 kg e divisão

de 100g, estando os participantes posicionados em pé no centro da base da

balança, descalços e com roupas leves. (40)

Altura

A altura foi obtida utilizando-se o antropômetro da própria balança. Os indivíduos,

descalços, eram posicionados de pé e de costas para o instrumento, com os pés

paralelos e os tornozelos juntos. A região glútea, ombros e a parte posterior da

cabeça permaneceram próximos à haste da balança e os braços permaneciam

soltos ao longo do corpo e cabeça no plano de Frankfurt. Apoiou-se o aparato

superior no topo da cabeça sem forçar a mesma para baixo. (41)

Índice de Massa Corporal

O IMC foi calculado de acordo com a fórmula: IMC = peso(kg)/estatura2(m) e

classificado conforme os pontos de corte estabelecidos pela Organização Mundial

de Saúde, sendo: < 18,5kg/m2 baixo peso, 18,5 a 24,9kg/m2 eutrófico, 25 a

29,9kg/m2 sobrepeso e ≥ 30kg/m2 obesidade. (42)

Perímetro da cintura

Para a aferição do perímetro da cintura (PC), o participante permaneceu em pé com

o abdome relaxado e desnudo, braços soltos e pés juntos. Utilizou-se para a

medida, fita métrica inelástica de 150 cm de extensão, precisão de 1mm. Esta foi

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posicionada no ponto médio entre a última costela e a parte superior da crista ilíaca.

Aferiu-se a medida no final de uma expiração normal até o milímetro mais próximo.

No caso de pacientes no qual não era possível a aferição do ponto médio,

convencionou-se no local de maior constância da medida após o último rebordo

costal (WHO, 2000; WHO, 2008). O PC foi categorizado e informado aos pacientes

de acordo com o padrão de distribuição do tecido adiposo em relação direta com o

risco de morbimortalidade ≥ 80cm nas mulheres e ≥ 94 nos homens. (43)

4.5.2 AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA, DEMOGRÁFICA E NUTRICIONAL

Para obtenção dos dados clínicos e história alimentar e nutricional dos pacientes, foi

aplicada uma anamnese contendo dados socioeconômicos, história pregressa,

história da moléstia atual, história dietética, uso de medicamentos e prática de

atividade física (APÊNDICE B).

4.5.3 PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL

Após coleta de todos os dados, foram prescritas dietas padrão baseadas nas

diretrizes da SBD (3), utilizadas no sistema de saúde como rotina do local, adaptada

a individualidade de cada usuário (ANEXO B) através do cálculo de necessidades

energéticas segundo a Dietary Reference Intakes for Energy (DRI´s) (44) conforme

estado nutricional, gênero e nível de atividade física utilizando-se as fórmulas

descritas no (ANEXO C).

4.5.4 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS

Orientações nutricionais foram entregues por escrito, com conteúdo discutido no

atendimento, para que pudessem ler no domicílio. No caso de atendimento de

analfabetos, foi frisado que, se houvesse dúvidas, poderiam solicitar ajuda às

pessoas próximas alfabetizadas (ANEXO D).

4.5.5 EDUCAÇÃO EM DIABETES

Como parte do atendimento nutricional, ainda na consulta individual, também foi

ministrada aula em slides em notebook com o objetivo de ampliar os conhecimentos

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sobre a doença no intuito de melhorar o tratamento da mesma. A aula teve

abordagem em educação em diabetes sobre: o que é a doença, quais os tipos de

diabetes, sintomas, diagnóstico, complicações, orientações sobre a mudança do

estilo de vida, tratamento medicamentoso, metas glicêmicas, hipoglicemia,

importância do rodízio de locais de aplicação de insulina nos pacientes que fazem

seu uso, abordagem da pirâmide alimentar, noções de porções equivalentes de

carboidratos, diferença do alimento light e diet. Tal abordagem teve como objetivo

melhorar o entendimento da doença e seu tratamento. Utilizou-se slides com

predominância de figuras a fim de promover melhor entendimento aos analfabetos

(ANEXO E).

4. 6 SEGUNDA ETAPA

Na segunda etapa do estudo, os indivíduos que tiveram a primeira consulta

individual, foram novamente solicitados à comparecer à UBS, através de convite

entregue pelas ACS, para que no retorno respondessem ao questionário, cuja

aplicação foi realizada por estagiárias do quinto e sétimo período do curso de

nutrição do Centro Universitário de Sete Lagoas (UNIFEMM) as quais foram

devidamente treinadas pela pesquisadora para a utilização dos instrumentos

propostos. Os questionários foram aplicados aos usuários individualmente. Não foi

aplicado pela própria pesquisadora (nutricionista responsável) para que não

houvesse interferência nas respostas obtidas. Quando observada dificuldade de

compreensão das perguntas pelos usuários, foi explicado cada tópico em detalhes.

Quanto ao instrumento proposto, para a contemplação dos objetivos do estudo, o

questionário aplicado, consistiu de uma adaptação dos modelos utilizados por

Chimenti et al (37) no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo, do modelo aplicado por Koehnlein, Salado

e Yamada (36) em pacientes de uma clínica particular em Maringá, no Paraná e o

modelo de Rodrigues (28) em pacientes de uma Unidade Básica de Saúde de Belo

Horizonte. Foram feitas adaptações dos referidos questionários para ajustar aos

objetivos do presente estudo. Ainda, nesta etapa, as variáveis antropométricas

foram novamente coletadas.

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4. 7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística foi utilizado o Statistical Package for Social Sciences 12.0 for

Windows (SPSS, 1995).

As análises descritivas das variáveis categóricas foram apresentadas em número

absoluto e percentual e para as variáveis contínuas foram apresentados por média e

desvios-padrão ou mediana, valores mínimos e máximos. A distribuição das

variáveis foi verificada no teste de Kolmogorov-Smirnov. Teste T de Student pareado

foi utilizado para variáveis contínuas e o Teste Qui-quadrado para variáveis

categóricas quando apresentavam distribuição normal. Teste de Wilcoxon foi

utilizado para variáveis contínuas e Teste McNemar para variáveis categóricas

quando não apresentaram distribuição normal.

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5 RESULTADOS

No período do estudo, 103 pessoas foram atendidas pela nutricionista na UBS com

diagnóstico de diabetes e, destas, 77 compuseram a amostra final. Vinte e seis

pessoas descontinuaram o estudo, devido ao não comparecimento na UBS para

responder ao questionário, sendo o percentual de perda de 34% da população

atendida a mais como margem de segurança para que não comprometesse o valor

do cálculo amostral.

A amostra foi caracterizada por predomínio de diabéticos tipo 2, do sexo feminino,

com baixa escolaridade, casados, convivendo com a família, com renda familiar de 1

a 2 salários mínimos, aposentados, sedentários, sendo a HAS a comorbidade

predominante e a obesidade auto referida (percepção corporal relativa a obesidade)

declarada em 20,8% da amostra (TAB. 1).

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Tabela 1 – Características dos participantes.

Variáveis Média ± DP / n (%)

n=77

Idade (anos) 57,4±11,7

Gênero

Masculino

Feminino

30 (39,0)

47 (61,0)

Tipo de diabetes

Tipo 1

Tipo 2

2 (2,6)

75 (97,4)

Diagnóstico de diabetes (anos) 8,9 ± 7,4

Escolaridade

Não alfabetizado

Primário Completo (até quarta série)

Fundamental Completo (até oitava série)

Médio Completo (1°até 3°ano)

Superior

6 (7,8)

41 (53,2)

15 (19,5)

14 (18,2)

1 (1,3)

Estado civil

Casado

Viúvo

Separado/ Divorciado

Solteiro

União consensual

42 (54,5)

18 (23,4)

7 (9,1)

7 (9,1)

3 (3,9)

Convivência

Sozinho

Família

5 (6,5)

72 (93,5)

Renda Familiar

<1 salário

≥1 salário < 2 salários

≥ 2 salários < 3 salários

≥ 3 salários < 4 salários

≥ 4 salários

10 (13,0)

42 (54,5)

14 (18,2)

6 (7,8)

5 (6,5)

Média ± DP / n(%): média ±desvio padrão ou número de pacientes na amostra (porcentagem).

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Tabela 1– Características dos participantes (continuação)

Variáveis Média ± DP/n(%)

n=77

Ocupação

Aposentado/ Pensionista

Desempregado

Autônomo

Estudante

Outros

40 (51,9)

2 (2,6)

5 (6,5)

1 (1,3)

29 (37,0)

Atividade Física

Sim

Não

23 (29,9)

54 (70,1)

Atividades educativas em diabetes

Sim

Não

48 (62,3)

29 (37,7)

História Familiar de diabetes

Sim

Não

45 (58,4)

32 (41,6)

Comorbidades

Hipertensão Arterial

Sim

Não

Doença Renal Crônica

Sim

Não

Obesidade**

Sim

Não

Tratamento

Não medicamentoso

Medicações orais

Insulina

Insulina e medicações orais

47 (61,0)

30 (39,0)

6 (7,8)

71 (92,2)

16 (20,8)

61 (79,2)

7 (9,1)

50 (64,9)

8 (10,4)

12 (15,6)

Média ± DP / n(%):média ±desvio padrão ou número de pacientes na amostra (porcentagem).

**Obesidade autorreferida

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A maioria dos participantes procurou atendimento nutricional encaminhado pelo

médico, com 50,6 % sem relato de recebimento anterior de orientações nutricionais.

O principal incentivo à reeducação alimentar foi a orientação do médico/nutricionista

e a vontade de atingir as metas glicêmicas. A maioria relatou fazer as refeições em

casa, sentado à mesa, em até 20 minutos, não consumir alimentos fora do horário,

bem como o não uso de alimentos diets e lights (TAB. 2).

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Tabela 2 – Perfil alimentar dos participantes

Variáveis n (%)

n=77

Motivo do Atendimento Nutricional

Conscientização Própria

Encaminhamento Médico

Encaminhamento do nutricionista

Estímulo dos amigos

Estímulo familiar

Encaminhamento do ACS*

13 (16,9)

49 (63,6)

9 (11,7)

1 (1,3)

4 (5,2)

1 (1,3)

Realização de dieta prévia ao estudo

Sim, com médico

Sim, com nutricionista

Sim, por conta própria

Não

16 (20,8)

13 (16,9)

9 (11,7)

39 (50,6)

Se sim, indique o que ajudou a fazer dieta

Orientação do nutricionista e/ ou médico

Estímulo familiar/ amigos

Facilidade que encontrou na dieta

Vontade de controlar a glicose

Outra justificativa

20 (50)

2 (5,0)

2 (5,0)

15 (37,5)

1 (2,5)

Local das refeições

Em casa, sentado à mesa

Em frente à televisão

No trabalho

Em restaurantes

50 (64,9)

19 (24,7)

5 (6,5)

3 (3,9)

Tempo que realiza a refeição

<10 minutos

≥ 10 minutos< 20 minutos

≥ 20 minutos< 30 minutos

≥ 30 minutos

18 (23,4)

30 (39,0)

12 (15,6)

17 (22,1)

Come fora do horário

Sim

Não

30 (39,0)

47 (61,0)

Uso de alimentos diets

Sim

Não

Se não, motivo

Sabor desagradável

Custo elevado

Não acha importante

Não sabe analisar rótulos

36 (46,8)

41 (53,2)

9 (22,0)

14 (34,1)

14 (34,1)

4 (9,8)

*ACS: Agente comunitário de saúde N: número de pacientes na amostra. %: porcentagem.

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Tabela 2 – Perfil alimentar dos participantes (continuação)

Variáveis n (%)

n=77

Uso de alimentos lights

Sim

Não

Se não, motivo

Sabor desagradável

Custo elevado

Não acha importante

Não sabe analisar rótulos

21 (27,3)

56 (72,7)

11 (19,6)

17 (30,4)

21 (37,5)

6 (10,7)

*ACS: Agente comunitário de saúde N: número de pacientes na amostra. %: porcentagem.

Os valores médios de peso, IMC e PC, não se diferenciaram antes e após

intervenção. O consumo familiar mensal de óleo, açúcar e o número de refeições/dia

diminuíram significativamente após a intervenção. (TAB. 3).

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Tabela 3 – Comparação do antes e depois do atendimento nutricional quanto

às características antropométricas e relacionadas à dieta na população

Variáveis Antes n = 77

Depois n = 77

p

Peso (kg) 76,0 ± 15,4

75,6 ± 15,6 0,2751

IMC (kg/m²)

29,9 ± 5,23

29,7 ± 5,3 0,2831

Estado nutricional Baixo peso Eutrófico Sobrepeso Obeso

-

14 (18,2) 28 (36,4) 35 (45,5)

1(1,3)

14 (18,2) 24 (31,2) 38 (49,4)

<0,1353

Perímetro da cintura (cm)

98,7 ± 12,2

99,2 ± 12,0

0, 3781

Número de refeições/dia

5 (2-6) 4 (2-6) 0,0012

Consumo familiar mensal de

óleo (frascos)*

Consumo per capita mensal de

óleo (frascos)*

3 (0,5-16)

0,75 (0,1-13)

2 (0-6)

0,57 (0,1-5)

0,0012

0,0012

Consumo familiar mensal de

açúcar (kg)*

Consumo per capita mensal de

açúcar (kg)*

5 (0-30)

1 (0-15)

1 (0-40)

0,5 (0-40)

<0,0012

<0,0012

Uso de adoçante

Sim

Não

60 (77,9)

17 (22,1)

63 (81,8)

14 (18,2)

0,5813

Valores expressos em média ±desvio padrão, * mediana (minimo-máximo) ou número de pacientes na amostra (%porcentagem). Testes estatísticos utilizados: 1Teste t pareado; 2Teste Wilcoxon; 3TesteMcNemar

Dos 49,4 % dos participantes (n=38) revelaram que tiveram dificuldades em seguir o

plano alimentar prescrito, sendo comer em menor quantidade responsável pelo

maior número de respostas. Em relação à mudança de hábito alimentar a partir das

orientações recebidas, houve um relato de aumento da ingestão de frutas, e

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hortaliças por 68,0 % dos respondentes e redução da quantidade de açúcar e

gorduras por 63,0 %. Observou-se maior dificuldade dos usuários em se alimentar

em horários regulares. Em relação ao plano alimentar orientado, a maioria afirmou

ser possível realizar, sendo o fator renda declarado em apenas 11,7% como fator

interveniente (TAB. 4).

Tabela 4 – Fatores intervenientes na dieta na população estudada, após

atendimento nutricional.

Fatores intervenientes n (%)

n=77

Dificuldade em seguir a dieta

Sim

Não

38 (49,4)

39 (50,6)

Se sim*, qual ou quais dificuldades encontradas

Comer em menor quantidade

Alimentar-se do que não gosta

Mudança drástica dos horários e hábitos alimentares

Controlar o apetite/ansiedade/nervosismo

Sentir desconforto por estar de dieta

Ajustar vida social e alimentos no trabalho

13 (25,0)

6 (11,5)

9 (17,3)

8 (15,4)

8 (15,4)

8 (15,4)

Mudança de hábito alimentar a partir das orientações

recebidas

Passei a comer mais frutas, verduras e legumes

Sim

Não

53 (68,8)

24 (31,2)

Reduzi a quantidade de açúcar e gorduras das preparações

Sim

Não

Passei a me alimentar em horários regulares

Sim

Não

Mudei algum hábito alimentar para melhor

Sim

Não

Plano alimentar orientado pela nutricionista

49 (63,6)

28 (36,4)

32 (41,6)

45 (58,4)

70 (90,9)

7 (9,1)

Possível de ser realizado

Difícil de ser realizado

Não consigo seguir os horários

Não tenho condições financeiras

44 (57,1)

11 (14,3)

13 (16,9)

9 (11,7)

N: número de pacientes na amostra%: porcentagem *Aqueles que responderam sim para dificuldades encontradas na dieta, puderam responder mais de uma das alternativas.

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Embora não tenha sido observada perda de peso no grupo avaliado, um dos

objetivos do tratamento nutricional, após período médio de três meses, na auto

avaliação dos participantes, 81,8 % afirmaram estar satisfeitos em relação à

dedicação ao tratamento nutricional, assim como acharam fácil incluir mais frutas,

verduras e legumes e diminuir o consumo de doces, açúcares, refrigerantes, frituras,

embutidos e molhos. O consumo de alimentos integrais foi considerado difícil

principalmente pelo sabor que possuem e dentre os fatores que mais desmotivaram

no seguimento da dieta, a ansiedade e as restrições alimentares foram

predominantes (TAB. 5).

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40

Tabela 5 – Fatores intervenientes quanto à percepção de dificuldades

encontradas na população estudada

Fatores intervenientes n (%)

n=77

Sentimento em relação à dedicação ao tratamento

nutricional

Satisfeito

Insatisfeito

Indiferente

63 (81,8)

8 (10,4)

6 (7,8)

Incluir na alimentação diária mais frutas e hortaliças:

Fácil, pois gosto desses alimentos

Fácil, mas não faço

Difícil, por não ter todos os dias na minha casa

Difícil, pois não tenho tempo

Difícil, pois minha família não gosta

Difícil, pois não gosto

60 (77,9)

3 (3,9)

9 (11,7)

-

1 (1,3)

4 (5,2)

Diminuir o consumo de açúcar, doces, refrigerantes é

Fácil, pois podem ser substituídos

Fácil, mas não faço

Difícil, pois não consigo substituí-los por adoçantes e produtos

diet.

Possível durante a semana, mas difícil no final de semana

Difícil, pois gera muita ansiedade

56 (72,7)

2 (2,6)

7 (9,1)

2 (2,6)

10 (13,0)

Consumir alimentos integrais é:

Fácil, pois existem muitas opções de sabor agradável

Fácil, mas não faço

Difícil, pois o sabor deles não é agradável

Difícil, pois minha família não aceita

Difícil de consumir frequentemente, pois enjoa

Ainda não os consumi

Custo elevado

18 (23,4)

12 (15,6)

21 (27,3)

3 (3,9)

10 (13,0)

12 (15,6)

1(1,3)

n: número de pacientes na amostra %: porcentagem.

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41

Tabela 5 – Fatores intervenientes quanto à percepção de dificuldades

encontradas na população estudada (continuação).

Fatores intervenientes n (%)

n=77

Diminuir o consumo de lanches, frituras, embutidos

(bacon, lingüiça, calabresa, salame) e molhos é:

Fácil, pois substituo por outros alimentos

Fácil, durante a semana e difícil nos finais de semana

Fácil, mas não faço

Difícil, pelo sabor que estes possuem

Difícil, pois me retira do convívio social

Consumir de 4 a 6 refeições por dia é:

Fácil, mas não faço

Fácil, pois assim não fico com muita fome

Difícil, pois os horários são muito rigorosos

Difícil, pois as porções são pequenas

Difícil, pois acho que posso ganhar peso

54 (70,1)

6(7,8)

4(5,2)

8(10,4)

5(6,5)

16 (20,8)

40 (51,9)

9(11,7)

1(1,3)

4(5,2)

Existem fatores que desmotivam o seguimento da dieta

Sim

Não

Se sim, o que você considera que mais desmotiva no

seguimento da dieta para o controle do diabetes

Os resultados lentos

As restrições alimentares

Comer sempre as mesmas coisas e o sabor do cardápio

A cobrança dos amigos e familiares

Ansiedade

Necessidade de horários rígidos

Cansar da dieta

Dificuldade financeira

Medo de perder muito peso

Não tenho força de vontade

23 (29,9)

54 (70,1)

1 (4,3)

5 (21,7)

2 (8,7)

-

6 (26,1)

3 (13,0)

2 (8,7)

2 (8,7)

1(4,3)

1(4,3)

n: número de pacientes na amostra %: porcentagem.

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42

Não houve associação entre dificuldade em seguir a dieta (sim/não) com as

variáveis socioeconômicas e clínicas, renda, escolaridade, estado civil, estado

nutricional, IMC, idade e tempo de diagnóstico (TAB. 6).

Tabela 6 – Associação entre as variáveis socioeconômicas, clínicas e

dificuldade em seguir a dieta

Variáveis Sim

n = 38

Não

n = 39

p

IMC*(kg/m2) 31,0±5,5 28,8±4,7 0,0642

Idade*(anos) 55,8±11,5 59,0±11,7 0,2362

Tempo de Diagnóstico de

DM**(anos)

7,5(1-30) 7,0(0-28) 0,2903

Renda Familiar

<1 salário 3 (7,9) 7 (17,9)

≥1 salário < 2 salários 20 (52,6) 22 (56,46)

≥ 2 salários <3 salários 9 (23,7) 5 (23,7) 0, 2591

≥ 3 salários 6 (15,8) 5 (12,8)

Escolaridade

Não alfabetizado 3 (7,9) 3 (7,7)

Primário Completo 19 (50,0) 22 (56,4)

Fundamental Completo 7 (18,4) 8 (20,5) 0, 6601

Médio Completo/superior 9 (23,4) 5 (12,8)

Estado Civil

Casado/união consensual 15 (39,5) 17 (43,6) 0, 8911

Separado/divorciado/ solteiro/viúvo

23 (60,5) 22 (56,4)

Estado nutricional

Eutrófico 5(13,2) 10(26,3)

Sobrepeso 13(34,2) 10(26,3) 0,3391

Obeso 20(52,6) 18(47,4)

Valores expressos em n(%), *Média ± DP ou **Mediana (Mínimo-Máximo); Teste estatístico utilizado:

1Qui-quadrado,2Teste t de student e 3Teste de Wilcoxon. Sim (dificuldade em seguir a dieta); Não

(não encontrou dificuldade em seguir a dieta)

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43

6 DISCUSSÃO

Neste estudo foram avaliados os fatores intervenientes à adesão a educação

nutricional oferecida de forma individualizada a pacientes atendidos no (SUS)

Sistema Único de Saúde em ESFs com ênfase na aula em educação em DM.

Observou-se que 49,4% dos participantes apresentaram dificuldades em seguir a

dieta e que em comer em menor quantidade, fazer as refeições em horários

regulares, as restrições alimentares e a ansiedade, os fatores intervenientes

predominantes. Não houve associação entre dificuldade em seguir a dieta com

renda, escolaridade, estado civil, idade, IMC, estado nutricional e tempo de

diagnóstico da doença.

A alimentação adequada é parte fundamental do tratamento do diabetes, com os

objetivos de alcançar peso normal, melhorando os perfis glicêmico, lipídico e

pressórico. A maioria dos participantes (63,6%) relatou ter sido encaminhada pelo

médico e nunca ter recebido um cardápio alimentar (50,6%), apesar do tempo médio

de diagnóstico de 8,9 anos.

O ideal é que o individuo com diabetes seja encaminhado para o nutricionista no

momento ou logo após o diagnóstico (9). Dados nacionais apontaram que

aproximadamente metade das pessoas com diabetes relataram ter recebido algum

tipo de educação em diabetes e menos ainda tiveram consultas com o nutricionista

(4). Dentro destas recomendações, o NASF tem como objetivo contribuir para o

aumento da resolutividade e a efetivação da coordenação integrada do cuidado de

atenção à saúde, embora a alta demanda do serviço exija aprimoramento contínuo

de estratégias, de forma a atender com objetivos direcionados um público cada vez

maior e com necessidades diferenciadas.

Embora o tratamento nutricional no diabetes seja considerado essencial, sabe-se

que a adesão ao mesmo é baixa (4), sendo que os pacientes relatam diversas

dificuldades para seguir as orientações e prescrições nutricionais, ou seja, existem

fatores intervenientes neste processo que podem ter origem tanto no

comportamento individual quanto no tipo de tratamento oferecido (5). Entre as

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44

justificativas mais relatadas na prática diária estão “dietas caras, alimentos pouco

acessíveis, falta de apoio familiar para a alimentação, dificuldade em entender a

prescrição nutricional”, o que muitas vezes limita o profissional nas intervenções por

acreditarem que são situações não passíveis de mudança, especialmente no

atendimento público. Entretanto, nesse estudo, fatores relacionados à quantidade de

alimentos foram os mais revelados. Estudo realizado no Brasil demonstrou que

82,3% declararam ter recebido alguma orientação com relação à dieta no início do

tratamento, porém, quase metade relatou ter dificuldade em seguir as orientações

(45).

Embora a população estudada tenha sido caracterizada como de baixas renda e

escolaridade e vivendo com a família, estes dados não se associaram com a

dificuldade do grupo em seguir a dieta. Baradaram et al (46) ao investigarem se

haveria diferença entre o aprendizado na educação de pacientes com DM2 em

relação a minoria étnica, observaram também que baixa renda e escolaridade não

influenciaram de forma significativa o tratamento. Este estudo revelou que a

realização de uma intervenção educativa em pacientes com DM2 em grupos de

minorias étnicas é viável e pode melhorar os seus conhecimentos, atitudes e a

prática. Entretanto, não houve benefício real em comparação com o grupo controle.

Outro estudo avaliou a eficácia de mapas educacionais para DM2 e não encontrou

correlação entre as características epidemiológicas e o nível de aprendizado (47). A

escolha de material educativo baseado em ilustrações, na forma de discussões

individuais, pode ter contribuído para a não associação com a escolaridade neste

estudo.

A maioria (93,5%) dos usuários atendidos convivia com a família. O estímulo

corresponde à compreensão da família em relação às necessidades dietéticas e a

colaboração perante a oferta dos alimentos é fundamental para que o paciente

acolha as recomendações e as pratique, contribuindo, portanto, para a elevação do

índice de adesão. Como consequência, os hábitos familiares podem ser melhorados,

possibilitando o seguimento ao tratamento dietético. Por outro lado, quando a família

não colabora, pode prejudicar e desmotivar o indivíduo, interferindo no sucesso do

tratamento (48). Este apoio deve sempre ser reforçado nos atendimentos e programas

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45

de educação, para que a alimentação familiar seja sempre melhorada e o apoio em

casa seja duradouro.

A renda não foi um fator decisivo no que se refere à dificuldade em seguir a dieta

(11,7% relataram que não possuíam condições financeiras para realizá-la). Para

obtenção de resposta confirmativa, utilizou-se um instrumento avaliativo elaborado

com perguntas em disposição alternadas para confirmação das respostas e 8,7%

relataram que a renda foi o fator que mais desmotivou no seguimento da dieta para

o controle do DM. Miolo et al (49) observaram que o baixo poder econômico pode

contribuir para a não adesão às recomendações para o controle do diabetes. Dessa

forma, o estímulo ao consumo dos alimentos naturais e saudáveis deve ser

reforçado em detrimento ao gasto com produtos alimentícios industrializados, de

maior custo, como abordado neste estudo, em que orientações sobre o custo do

plano alimentar bem como o incentivo a escolhas de alimentos da safra, pode ter

contribuído para a ausência de associação entre renda e dificuldades no seguimento

da dieta.

A maioria dos participantes deste estudo foi composta por aposentados. Estudo

realizado sobre adesão ao tratamento dos pacientes DM2 usuários da estratégia de

saúde da família de Santa Catarina, com metodologia semelhante, também

observou maior percentual de aposentados ou donas de casa. Estes autores

reforçam que este público provavelmente dispõe de mais tempo para participar de

grupos de educação em diabetes, devendo ser incentivados nessa prática para que

haja melhora na adesão ao tratamento proposto (45).

O DM por ser uma doença crônica requer cuidados e atenção constantes do

indivíduo, e o tratamento pode levar muito frequentemente a sentimentos de

frustração, contribuindo de forma direta para uma baixa adesão a dieta (50).

Neste estudo, entre as orientações nutricionais no programa educacional aplicado, a

importância de se alimentar devagar, sentado à mesa, bem como evitar comer fora

dos horários prescritos foram ressaltados, dentre outros, e observou-se que 90,9 %

consideraram ter mudado o habito alimentar para melhor. Isto mostra a importância

do papel do educador na orientação individualizada, estabelecendo um diálogo de

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46

forma a identificar crenças, motivações, dificuldades e apoios que possam incentivar

mudanças de comportamento. Porém, a intervenção deve ser constante, de modo

que o paciente permaneça em vigilância quanto às metas de bom controle. Estudo

realizado por Goodarzi et al (51) evidenciaram que pacientes que receberam

mensagens diariamente obtiveram melhoras dos parâmetros avaliadas de forma

significativa em favor daqueles pacientes que ficaram apenas com as orientações

iniciais.

Cerca de metade dos entrevistados (58,4%) disseram ter dificuldades em se

alimentar em horários regulares. O excesso de apetite e a falta de saciedade após

as refeições, comuns na associação de diabetes e obesidade, caracterizam um

problema frequente na prática, sendo comum a observação do DM como uma

doença de excessos (52). Considerando-se adequado a realização de 4 a 6

refeições/dia, os participantes reduziram o número de refeições/dia (de 5 para 4),

ainda que tenham permanecido no mínimo estipulado, o que demonstra que dentro

da magnitude do tratamento apenas entender a importância não pareceu ser

suficiente, levantando o questionamento da necessidade de reforço clínico para este

problema, que na nossa realidade é pouco abordado.

Khunti et al (53) realizaram, durante 3 anos, estudo com 731 pacientes diagnosticados

recentemente com DM2. Foram avaliados parâmetros bioquímicos bem como o

estilo e qualidade de vida por meio de instrumentos específicos. Após aplicarem um

programa de educação em saúde, estes pacientes foram acompanhados e

avaliados, e não se observou diferença significativa nos parâmetros investigados.

Isto nos remete que a doença não é um único fator no paciente, e este deve ser

abordado como um todo.

Embora não se tenha quantificado o uso dos alimentos diets e lights antes e após as

orientações, observou-se que após a educação nutricional sobre os benefícios no

tratamento, o consumo não foi incorporado pela maioria dos pacientes, tendo como

principais justificativas o custo elevado e não acharem importante o seu consumo.

Embora ainda realmente com custos elevados, o uso destes produtos deve ser

realçado nas orientações como uma possibilidade para ingestão de menor teor de

calorias e gorduras, contribuindo na diversificação do plano alimentar. É perceptível

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47

na prática diária que a inclusão destes produtos tem limitações em todas as classes

sociais, devido ao custo diferenciado, mas o entendimento de rótulos e componentes

nutricionais de modo repetitivo em programas educacionais pode oferecer opções,

mesmo que esporádicas, no plano nutricional. Essas alterações, mesmo que lentas,

são consequências da cultura que marcam identidades e particularidades dos

grupos sociais (54).

Algumas orientações foram melhor assimiladas na rotina dos participantes. O

consumo per capita de óleo e açúcar apresentou diminuição significativa após

educação nutricional, com a maioria (81,8%) dos pacientes fazendo uso do adoçante

nas preparações e relatando aumento do consumo de frutas, verduras e legumes.

Estudo realizado por Rodrigues (28) em serviço de Atenção Primária à Saúde com

pacientes com diabetes encontrou resultados significativos na redução do hábito de

comer em frente à televisão, “beliscar” alimentos entre as refeições, redução do

consumo de óleo, sal e suco em pó, demonstrando que o aconselhamento

nutricional constitui uma alternativa viável e de baixo custo a ser realizada em

serviços de saúde.

O consumo de alimentos integrais foi revelado em apenas 23,4 % dos usuários que

consideraram fácil a inclusão na alimentação, com 27,3% relatando considerar o

sabor desagradável e 15,6 % se quer os experimentou. Sendo assim, faz-se

necessário um maior estímulo ao consumo desses alimentos já que além dos efeitos

benéficos na glicemia, contribuem para a saciedade, controle de peso e bom

funcionamento intestinal (14).

Melhorar hábitos alimentares (qualidade) nem sempre repercute no alcance de peso

ideal (dependente também da quantidade ingerida e do gasto energético). Embora

tenham ocorrido melhora da qualidade de pontos nutricionais fundamentais, não

houve alteração significativa no peso, sendo os fatores intervenientes que se

destacaram neste estudo os relacionados à quantidade de alimentos.

Somente 20,8 % dos entrevistados se consideravam acima do peso, embora o IMC

médio tenha os classificado como sobrepeso (29,9 ± 5,23 kg/m2). Não houve

associação entre IMC e dificuldade em seguir a dieta. A imagem corporal segundo

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Tavares et al (55), é a representação na mente da existência do corpo e esta se

relaciona aos comportamentos, emoções e as cognições do sujeito a respeito de sua

aparência. Dessa forma, a importância de reforçar o diagnóstico do excesso de

peso e os fatores de risco que este implica nessa população é fundamental para que

se estimule o desejo de perder peso. Na prática, observamos comumente uma

desvalorização do diagnóstico de sobrepeso e obesidade, que culturalmente não

são consideradas doenças.

A obesidade entre 2006-2011 no Brasil aumentou em 28%, principalmente nos

homens (11). Nesse sentido, o tratamento da obesidade, multidisciplinar, deve ser um

dos pilares no tratamento do diabetes. A abordagem médica (inclusive

medicamentoso ou cirúrgico), nutricional e para atividade física devem ser

direcionadas para alcance do peso normal.

Em relação à prática de atividade física regular (mínimo de 150 minutos/semana),

parte fundamental no tratamento do diabetes e controle do peso, 70 % não as

realizava neste grupo, embora a UBS atendida ofereça grupos de práticas corporais

3 vezes/semana, orientados por profissional de educação física e fisioterapeutas. A

postura das equipes nas Estratégias de Saúde da Família deve ser direcionada para

o alcance de uma maior adesão e o entendimento da importância desta prática

suficientemente abordada no cotidiano para que o desejo e decisão individuais dos

usuários de praticar atividade física se modifiquem (56). Ressaltar os benefícios que a

atividade física implica nas médias glicêmicas deve ser uma estratégia a ser

utilizada de rotina, pois a adesão ao exercício implica em maior taxa de sucesso no

alcance do peso ideal.

Aproximadamente metade dos pacientes relatou ter dificuldade em seguir a dieta,

sendo comer em menor quantidade, alimentarem-se em horários regulares, as

restrições alimentares e a ansiedade prevalentes, podendo justificar a não alteração

do peso, a despeito de melhora na qualidade alimentar. Em um estudo entre

usuários com DM da atenção primária, foi verificado que a quantidade e o tipo de

alimentos prescritos são reconhecidos como essenciais no controle glicêmico,

todavia as práticas alimentares e as próprias idéias que fazem dos alimentos

impedem a adesão (52).

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O tratamento clínico da obesidade é na maioria das vezes direcionado somente ao

aporte calórico e atividade física, especialmente nos atendimentos públicos, onde o

atendimento do médico já é de grande demanda. Sendo assim, a discussão de

casos com os médicos das ESF poderia ser válida para verificar se os pacientes

podem ou não estar do ponto de vista médico sendo subtratados em relação ao

excesso de peso, avaliando-se a possibilidade de encaminhar esses pacientes para

endocrinologistas na atenção secundária e terapia cognitivo comportamental, que

em conjunto apresentam os melhores resultados.

Timm et al (57) realizaram uma metanálise para avaliar a influência das orientações

nutricionais sobre a massa corpórea. Observou que o peso corporal e o IMC foram

avaliados em treze dos artigos pesquisados (81,3%), não encontrando diferença

estatisticamente significativa quanto à variável peso. Tal estudo mostrou que as

dificuldades na motivação dos indivíduos que apresentam resistência em alterar o

seu comportamento alimentar devem ser consideradas, uma vez que o excesso de

peso corporal é o sexto fator de risco mais importante para doenças crônicas não

transmissíveis. Em relação ao IMC e circunferência abdominal não se observou

diferença significativa após prescrição do plano alimentar.

Estudo realizado em Terezina, Piauí, demonstrou reconhecimento por parte dos

usuários da importância da prescrição dietoterápica realizada pelo profissional de

nutrição e ainda conhecimento sobre a dieta, entretanto, todos os entrevistados

relataram seguir de forma parcial o cardápio prescrito (58). No Serviço de Nutrição

Clínica Ambulatorial do Hospital Universitário de Santa Catarina, Carmo e Batista (59)

mostraram sua preocupação com a adesão do paciente ao tratamento dietoterápico

prescrito, indicando que 50,6% abandonaram o tratamento. Chimenti et al (37)

também constataram que a orientação não é suficiente para o cumprimento das

recomendações e seguimento do tratamento dietético. Sendo assim, melhores

métodos para alcançar o objetivo de adesão à dieta devem ser buscados.

Em relação ao sentimento de esforço em relação ao tratamento nutricional, a maior

parte dos pacientes deste estudo (81,8%) informou satisfação com a dedicação ao

plano alimentar. Ainda citando o estudo de Barsaglini, Canesqui (52) não seguir à risca

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as recomendações do cardápio prescrito, não impede que indivíduos considerem que

controlam a alimentação, sugerindo que o significado de controle lhes é peculiar, de forma

que evitam alguns tipos de alimentos e em determinadas ocasiões, mas não se privam

totalmente deles. E dentre os fatores mais favoráveis para a realização da dieta, outro

estudo encontrou que 47,0% dos pacientes consideram a importância da

conscientização do problema de saúde como estímulo para seguir o tratamento.

Também foram mencionados estímulo médico, desconforto com a doença, estímulo

familiar, orientação nutricional recebida na empresa em que trabalha e mudança não

radical dos hábitos alimentares (37).

Dentro do entendimento da complexidade do tratamento nutricional, Péres et al (60),

demonstraram a presença de sentimentos que influenciam no seguimento da dieta,

como raiva, dificuldades de raciocínio, mal-estar psicológico, preocupação,

ansiedade, desânimo, privação de prazer, suscetibilidade à crítica do outro e

negação da doença. Dessa forma, quando os pacientes com diabetes se deparam

com os impulsos de fazer aquilo que desejam, contradizendo com as condutas que

deveriam ser adotadas, despertam o sentimento de ansiedade. Um controle intenso

para evitar complicações se faz necessário e diante disso os pacientes sentem-se

escravos do tratamento (61). Sendo assim, a necessidade de melhor compreensão

dos sentimentos e comportamentos da pessoa com diabetes pode contribuir para

redimensionar o modelo de atenção à saúde.

Nesta realidade específica, do atendimento público nas estratégias de saúde da

família, voltada a um público com necessidades especiais, a detecção dos fatores

intervenientes principais, cuja solução exige um atendimento multidisciplinar foi de

grande acréscimo, pois aponta direções para o planejamento das políticas de

atendimento.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo observou-se que os fatores intervenientes que impedem o

seguimento da dieta mais relatados pelos usuários da UBS de Sete Lagoas foram

comer em menor quantidade, alimentar-se em horários regulares e a ansiedade,

com o programa educacional tendo impacto na qualidade alimentar.

Apesar da efetividade na adoção de hábitos alimentares saudáveis pelos usuários,

não houve alteração significativa de peso, sendo os fatores intervenientes que se

destacaram neste estudo os relacionados à quantidade de alimentos.

Estratégias de educação em diabetes mais inovadoras e eficazes sendo a motivação

e reforço das orientações nutricionais os aspectos que devem ser mais abordados

para encorajar o empoderamento, uma vez que educação e conhecimento da

doença pelos usuários contribuem com a capacidade de assumir a responsabilidade

para seu próprio cuidado de controlar o seu comportamento de saúde.

Este trabalho reforça a necessidade de um acompanhamento nutricional contínuo a

estes pacientes, abrindo a perspectiva para diferenciação do programa de educação

nutricional em grupos, com menor gasto de tempo do profissional envolvido.

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8 LIMITAÇÕES

Impossibilidade, dentro da UBS, de obter exames bioquímicos de todos os pacientes

ou por falta de médicos nas unidades ou mesmo dos exames em prontuário ou

possibilidade de realização pelo município.

Inexistência de questionário validado.

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53

9 PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NO SUS

Mediante os achados desta pesquisa foram elaboradas propostas de intervenções

mais abrangentes, estendendo aos grupos operativos de saúde realizados pela

equipe multidisciplinar do NASF, com encontros semanais, para abordagem de

orientações nutricionais, vídeos educativos, palestras motivacionais, bem como

oficinas de receitas diets e lights, a fim de se obter melhoria na adesão ao

tratamento nutricional. Será realizada ainda, junto ao Centro de Especialidades em

formação no município, a abordagem multidisciplinar para controle dos fatores

intervenientes detectados nesta população.

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REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção Básica à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes mellitus. Cadernos de Atenção Básica n. 16; 2006.

2. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Data SUS. Taxa de prevalência de diabetes Mellitus. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb1998/fqd09.htm>. Acesso em: 27 dez. 2011.

3. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Tratamento e acompanhamento do diabetes mellitus: diretrizes da sociedade brasileira de diabetes. Rio de Janeiro, 2014.

4. Rodrigues, MTG. Adesão ao tratamento nutricional para o diabetes mellitus em serviço de Atenção Primária à Saúde. 2011. 172f. Dissertação de Mestrado. Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. 2011.

5. Word Health Organization. Adherence to long-term therapies: evidence for action. Geneva: WHO. 2003B. 211 p.

6. Daly JM, Hartz AJ, Xu Y, Levy BT, James PA, Merchant ML, Garrent RE. An Assessment of Attitudes, Behaviors, and Outcomes of Patients with Type 2 Diabetes JABFM. 2009 May-Jun; 22(3): 280-290.

7. Assunção TS, Ursine PGS. Estudo de fatores associados à adesão ao tratamento não farmacológico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Saúde da Família, Ventosa, Belo Horizonte. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008 Dec;13, suppl.2: 2189-2197.

8. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção Básica à Saúde.

Departamento de Atenção Básica. Diabetes mellitus. Cadernos de Atenção Básica n. 36; 2013.

9 American Diabetes Association. Standard of medical care in diabetes – 2013.

Diabetes Care. 2013 Jan;35, Suppl. 1:S11-63.

10 American Diabetes Association. Standard of medical care in diabetes – 2012. Diabetes Care. 2012 Jan;36, Suppl. 1:S11-66.

11 Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Tratamento e acompanhamento do

diabetes mellitus: diretrizes da SBD. Rio de Janeiro, 2011.

12 International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 6th edn. Brussels, Belgium: International Diabetes Federation, 2013.

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55

13 Dias VM, Pandini JA, Nunes RR, Sperandei SLM, Portella ES, Cobas RA, Gomes MB. Insuficiência do Índice Glicêmico da dieta sobre parâmetros antropométricos e bioquímicos em pacientes com diabetes tipo 1. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, Rio de Janeiro-RJ, 2010.

14 Queiroz PC, Aguiar DC, Pinheiro RP, Moraes CC, Pimentel IRS, Ferraz CLH,

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15 Campbell PT, Newton CC, Patel AV. Diabetes and Cause-Specific Mortality in

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16 Faeda A, Leon CGRMP. Assistência de enfermagem a um paciente portador

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17 Diabetes Control and Complications Trial (DCCT): Results of Feasibility Study. The DCCT Research Group Diabetes Care. 1987 Jan-Feb;10(11-19): 1935-5548.

18 Pimenta WP. Diabetes Mellitus. Faculdade de Medicina de Botucatu –

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19 Cooke D, Bond R, Lawton J, Rankin D, Heller S. Structured Type 1 Diabetes

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20 American Diabetes Association. Standard of medical care in diabetes – 2011.

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21 Lottenberg AMP. Características da Dieta nas Diferentes Fases da Evolução do Diabetes Melito Tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab. 2008 Fev;52:250-259.

22 Coppell KJ, Kataoka M, Williams SM, Chisholm AW, Vorgers SM, Mann JI.

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24 Duarte ACG. Avaliação Nutricional- Aspectos Clínicos e Laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007.

25 Evert AB, Boucher JL, Cypress M, Dunbar SA, Franz MJ, Mayer-Davis EJ, Neumiller JJ, Nwankwo R, Verdi CL, Urbanski P, Yancy W S. Nutrition

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27 Funnell MM, Anderson RM, Arnold MS, Barr PA, Donnelly M, Johnson PD, Taylor-Moon D, White NH. Empowerment: an idea whose time has come in diabetes education. The Diabetes Educator. 1991 Jan-Feb;17(1):37-41

28 Miccoli R, Penno G, Prato SD. Multidroga tratamento da diabetes tipo 2

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29 World Health Organization. Adherence to Long Term Therapies. Evidence for Action.; Switzerland, 2003.

30 Vitolins MZ , Rand CS, Rapp SR, RIbisl P M, Sevick MA. Measuring Adherence to Behavioral and Medical Interventions. Controlled Clinical Trials. 2000 Oct; 21:188-194.

31 Vermeire E I J J, Wens J, Royen P V, Biot Y, Hearnshaw H, Lindemeyer A.

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32 Laureano MFM. Avaliação do monitoramento contínuo na adesão de

voluntários a produto investigacional em ensaios clínicos randomizados. Dissertação de Mestrado. Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem da Universidade de Brasília. 2013.

33 Hendrychova T, Vytrisalova M, Smahelova A, Vlcek J, Kubena A A,

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34 Grillo MFF, Gorini MIPC. Caracterização de pessoas com Diabetes Mellitus

Tipo 2. Revista Brasileira de Enfermagem. 2007 jan-fev; 60(1)49-54.

35 Koehnlein EA, Salado GA, Yamada NA. Adesão à reeducação alimentar para

perda de peso: determinantes, resultados e a percepção do paciente. Bras Nutr Clin. 2008; 23(1):56-65.

36 Chimenti BM, Bruno,MLM, Nakasato, M, Isosaki,M. Estudo sobre adesão:

fatores intervenientes na dieta hipocalórica de coronariopatas internados em um hospital público de São Paulo. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 2006.

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37 Perez GH, Romano BW. Comportamento alimentar e síndrome metabólica: aspectos psicológicos. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. 2004 Jul-ago;14(4):544-550.

38 Assis MA, Nahas MV. Aspectos motivacionais em programas de mudança de

comportamento alimentar. Rev. Nutr.Campinas. 1999 Jan-Abr 12(1);33-41.

39 Vitória MAA. Conceitos e recomendações básicas para melhorar a adesão ao

tratamento anti-retroviral, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/15conceitos_rec_basicas.pdf. Acesso: 25 de janeiro de 2012.

40 Lohman T, Martorell R, Roche AF. Anthropometric standardization reference

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41 Word Health Organization. Physical status: the use and interpretation of

anthropometry. Geneva: WHO, 1995. 36 p. (WHO Technical Report Series, 854).

42 Word Health Organization. Obesity: preventing and managing the global

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43 Institute of medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate,

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44 Groff DP, Simoes PWTA, Fagundes, ALSC. Adesão ao tratamento dos

pacientes diabéticos tipo II usuários da estratégia saúde da família situada no bairro Metropol de Criciúma, SC. Arquivos Catarinenses de Medicina. 2011.40(3):43-48.

45 Baradaram HR, Knill-Jones RP, Wallia S; Rodgers A. A controlled trail of the

effectiveness of a diabetes education programme in a multi-ethnic community in Glasgow [ISRCT28317455]. BMC Public Health. 2006 May;6:134.

46 Dorland K, Liddy C. A pragmatic comparison of two diabetes education

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47 Funnel, MM; Brown TL, Childs BP, Haas LB, Hosey GM, Jensen B, Maryniuk

M. et al. National Standards for Diabetes Self- Management Education. Diabetes Care. 2010 Jan;33 Suppl 1:S89-96.

48 Miolo GM, Cechinatto TA, Baldissera F G, Staud S, Kuhn F K, Oliveira K R.

Caracterização dos Portadores de Diabetes Mellitus Atendidos na Unidade

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Básica de Saúde do Bairro Luiz Fogliato. Revista Contexto e Saúde. Ijuí. 2010 Jan-Jun;10(18):9-17.

49 Polonsky, WH. Psychosocial Issues in Diabetes Mellitus. In Robert J. Gatchel

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50 Goodarzi M. Impact of distance education via mobile phone text messaging

on knowledge, attitude, practice and self efficacy of patients with type 2 diabetes mellitus in Iran. Journal of Diabetes & Metabolic Disorders. 2012 Aug; 11:10.

51 Barsaglini RA, Canesqui AM. A Alimentação e a Dieta Alimentar no

Gerenciamento da Condição Crônica do Diabetes. Saúde Soc. São Paulo 2010.19(4):919-932.

52 Khunti K, Gray LJ, Skinner T, Carey ME, Realf K, Dallosso H, Fisher

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53 Malta DC, Merhy EE. O percurso da linha do cuidado sob a perspectiva das

doenças crônicas não transmissíveis. Interface- Comunic., Saude, Educ. 2010 Jul-Set;14(34):593-605.

54 Tavares MC, Campana AM, Filho RF, Campana MB. Avaliação perceptiva da

imagem corporal: história, reconceituação e perspectivas para o Brasil. Psicol. estud. 2010 Sep; 15(3)509-518.

55 Couto AM. Adesão dos diabéticos ao tratamento não medicamentoso: Um

Desafio para o PSF Rosário de Bom Despacho. 2010. 84f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização)- Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

56 Timm M, Rodrigues MCS, Machado V B. Aderência ao tratamento de

diabetes mellitus tipo 2: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados. Enferm UFPE. 2013 Abr. 7(4):1204-15

57 Santos AFL, Araujo JWG. Prática alimentar e diabetes: desafios para a

vigilância em saúde. Epidemiol. Serv. Saúde. 2011 Abr-Jun;20(2):255-263.

58 Carmo MGTC, Batista SM. Experiência no atendimento ambulatorial em ambulatório. Revista de Ciências da Saúde. 1994 Jan-Abr;12(1/2):95-107.

59 Péres DS, Santos MA, Zanetti ML, Ferronato AA. Dificuldades dos pacientes

diabéticos para o controle da doença: sentimentos e comportamentos. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2007 nov-dez;15(6).

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60 Marcelino DB, Carvalho MDB. Reflexões sobre o Diabetes tipo 1 e sua

relação com o emocional. Psicologia: reflexão e crítica.2005.18(1):72-77.

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ANEXOS

ANEXO A- APROVAÇÃO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DO INSTITUTO DE

ENSINO E PESQUISA DA SANTA CASA DE BELO HORIZONTE

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ANEXO B – DIETAS PADRONIZADAS UTILIZADAS NO SUS- SETE LAGOAS

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ANEXO C – FÓRMULAS GASTO ENERGÉTICO TOTAL (GET) DE ACORDO COM

ESTADO NUTRICIONAL, SEXO E IDADE.

Para se calcular a EER* para homens eutróficos, utilizou-se a seguinte fórmula:

Sexo Masculino

GET= 662 - 9,53 x idade(anos) + NAF x [15,91 x peso(Kg) + 539,6 x altura(m)]

NAF= 1,00 = Sedentário

NAF= 1,11 = Pouco Ativo

NAF= 1,25 = Ativo

NAF= 1,48 = Muito Ativo (atletas)

Para se calcular a EER para mulheres eutróficas, utilizou-se a fórmula:

GET= 354 – 6,91 x idade(anos) + NAF x [9,36 x peso(Kg) + 726 x altura(m)]

NAF= 1,00 = Sedentário

NAF= 1,12 = Pouco Ativo

NAF= 1,27 = Ativo

NAF= 1,45 = Muito Ativo

Para se calcular a EER* para indivíduos sobrepeso/obesidade, utilizou-se a

seguinte fórmula:

Sexo Masculino

GET= 1086 – 10,1 x idade(anos) + NAF x [13,7 x peso(Kg) + 416 x altura(m)]

NAF= 1,00 = Sedentário

NAF= 1,12 = Pouco Ativo

NAF= 1,29 = Ativo

NAF= 1,59 = Muito Ativo

Sexo feminino

GET= 448 –7,95x idade(anos) + NAF x [11,4x peso(Kg) + 619 x altura(m)]

NAF= 1,00 = Sedentário

NAF= 1,16 = Pouco Ativo

NAF= 1,27 = Ativo

NAF= 1,44 = Muito Ativo

Fonte: IOM, 2005. GET: gasto energético total. NAF: nível de atividade física. *EER (Necessidades de energia estimada) **Considerou-se sedentários aqueles indivíduos com dificuldade de locomoção ou que permanecem muito tempo sentados; pouco ativo: aqueles que não fazem atividade física regular e que trabalham com atividade leve; ativo: aqueles que praticam atividade física regular, trabalhador braçal e muito ativo: atletas.

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ANEXO D – ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS

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ANEXO E – AULA MINISTRADA EM SLIDES

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APÊNDICES

APÊNDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este estudo intitulado “Fatores intervenientes no seguimento à dieta dos pacientes

com diabetes mellitus atendidos no Sistema Único de Saúde", tem como objetivo

Identificar os principais fatores intervenientes no seguimento ao plano alimentar em

um programa de educação nutricional para pacientes com diabetes atendidos pelo

Sistema Único de Saúde.

Serão convidados a participar do estudo todos os pacientes com diabetes

cadastrados na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde em concordância

com a Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Sete Lagoas, respeitando-se os

critérios de inclusão e exclusão do estudo.

Será realizada aplicação de um questionário com perguntas e respostas objetivas,

sendo que em caso de dúvidas, o entrevistador estará disponível para saná-las.

Os participantes serão informados sobre todos os procedimentos realizados e

poderão se recusar a participar da pesquisa, ou retirar o consentimento, mesmo

após a assinatura deste termo. Os mesmos permanecerão anônimos no estudo, não

constando em nenhum arquivo o nome completo e/ou endereço, apenas iniciais e

números.

Os resultados serão apresentados, nas instituições ligadas ao estudo, ao final do

trabalho e visa também publicação em revistas especializadas e dissertação de tese

de mestrado.

Não haverá despesas pessoais para o participante, nem compensação financeira

pela sua participação. O pesquisador também não será remunerado e seu interesse

é apenas científico.

Em qualquer época do estudo o participante poderá solicitar esclarecimentos ao

pesquisador principal Pauline Cristiane Moura, ou à sua orientadora, Dra Janice

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Sepúlveda Reis, que poderão ser encontrados no Instituto de Ensino e Pesquisa da

Santa Casa de Belo Horizonte, à Rua Domingos Vieira, 590 – Santa Efigênia -

telefone: 3238-8838 (celular: 8778-6877). Se tiver alguma dúvida sobre a ética da

pesquisa, poderá consultar o Comitê de Ética em Pesquisa Rua Domingos Vieira,

590 – Santa Efigênia - telefone: 3238-8933.

Sete Lagoas: / / 13. _____________________________________

Assinatura do participante

Declaro que obtive, de forma apropriada e voluntária, o Consentimento Livre e

Esclarecido deste usuário, para participação neste estudo.

Sete Lagoas: / / 13. __________________________________

Assinatura do responsável pelo estudo.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

FATORES INTERVENIENTES NA ADESÃO À DIETA EM PACIENTES

COM DIABETES MELLITUS ATENDIDOS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE SETE LAGOAS, MG.

1 IDENTIFICAÇÃO 1.1 Dados pessoais

Data de nascimento ____/____/____ Idade: _____ Sexo: ( )feminino ( )masculino Reside: ( )sozinho ( )família ( )outros Número de pessoas da família:______________ Numero de filhos:___________ Situação civil:( )casado ( )viúvo ( )separado/divorciado ( )solteiro ( )outro Data da entrevista: ____/____/____ 1.2 Renda Familiar

( ) menos de 01 salário ( ) entre 01 e 02 salários mínimos; ( ) entre 02 e 03 salários mínimos ( ) entre 03 e 04 salários mínimos ( ) mais de 04 salários mínimos Nº de pessoas que dependem dessa renda _______

1.3 Escolaridade ( ) Não alfabetizado ( ) Primario completo (até quarta série) ( )Ensino fundamental completo (até oitava série) ( ) Ensino médio completo (1º até 3 anoº) ( ) Ensino superior

1.4 Ocupação

( ) Aposentado ou pensionista ( ) Desempregado ( ) Autônomo ( ) Estudante ( ) Outro________________________ 2 VARIÁVEIS CLÍNICAS 2.1 Possui familiares de primeiro grau (pai, mãe, irmãos) com história de diabetes? ( ) sim Quais________________________________( ) não 2.2 Tipo de diabetes

( ) Tipo 1 ( ) Tipo 2 2.3 Há quanto tempo o Sr (a) é diabético? ________( anos completos) 2.4 Qual é o tratamento que o Sr (a) faz para o diabetes? ( ) Tratamento não medicamentoso (dieta e/ ou exercícios) ( ) Medicação oral ( ) Insulina ( ) Insulina e medicação oral

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2.6 Além do diabetes o Sr (a) possui outras doenças

Pressão alta ( )Sim ( ) Não Obesidade ( ) Sim ( ) Não Doença Renal Crônica ( ) Sim ( ) Não ( ) Outro: _____________________ 3 ATIVIDADE FISICA 3.1 Possui hábito de praticar atividade física? (Regularmente por pelo menos 150 minutos/semana nos últimos 3 meses)

( ) Sim ( ) Não Se sim, qual tipo ( ) caminhada ( ) musculação ( ) grupo de atividade física da Unidade de Saúde ( ) bicicleta ( ) hidroginástica ( ) outro Marque a frequência ( ) 1 a 2 x/sem ( ) 3 a 5 x/sem ( ) >5 x/sem 4 ATIVIDADES EDUCATIVAS 4.1 Já participou de atividades educativas como palestras, vídeos sobre diabetes, dinâmicas, grupos operativos de saúde Sim ( ) Não ( )

5 ANAMNESE DIETETICA 5.1 Em que local você costuma realizar as refeições?

( ) em casa sentado à mesa ( ) em frente a televisão ( ) no trabalho ( ) em restaurantes 5.2 Você faz uma refeição em quanto tempo?

( ) menos que 10 minutos ( ) 10-20 minutos ( ) 20-30 minutos ( ) mais que 30 minutos 5.3 Marque as refeições que você faz por dia

( )café da manhã ( )lanche entre o café da manhã e o almoço ( )almoço ( )café da tarde ( )jantar ( )ceia 5.4 Você têm o hábito de “beliscar” entre as refeições?( ) Não ( ) Sim

5.5 Quantos frascos de óleo você utiliza por mês?_____(frasco de óleo: 900mL)

5.6 Qual a quantidade de açúcar utilizada em um mês? __________ kg

5.7 Você usa adoçante?( ) Não ( ) Sim

5.8 O Sr (a) utiliza alimentos diets: ( ) Não ( ) Sim Se não, por que?

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( ) Sabor desagradável ( ) Custo elevado ( ) Não acho importante na alimentação ( ) Não sei analisar rótulos dos alimentos 5.9 O Sr (a) utiliza alimentos lights: ( ) Não ( ) Sim Se não, por que?

( ) Sabor desagradável ( ) Custo elevado ( ) Não acho importante na alimentação ( ) Não sei analisar rótulos dos alimentos 6 AVALIAÇÃO PESSOAL 6.1 Por que o Sr (a) teve atendimento nutricional por que: ( ) conscientização própria ( ) encaminhamento médico ( ) encaminhamento do nutricionista ( ) encaminhamento das ACS ( ) estímulo dos amigos ( ) estímulo familiar 6.2 O Sr (a) já fez dieta anteriormente : ( ) Sim, com médico ( ) Sim, com nutricionista ( ) Sim, por conta própria ( ) Não 6.3 Se sim, indique o que ajudou a fazer dieta: ( ) A orientação recebida pelo nutricionista e/ou médico ( ) Estímulo familiar/amigos ( ) Facilidade que encontrou na dieta ( ) Vontade de controlar a glicose 6.4O Sr (a) teve alguma dificuldade em seguir a dieta? ( )sim ( ) Não Se sim, qual ou quais dificuldades encontradas:

( ) Comer em menor quantidade ( ) Alimentar-se do que não gosta ( ) Mudança drástica dos horários e hábitos alimentares ( ) Controlar o apetite/ansiedade/nervosismo ( ) Sentir desconforto por estar de dieta ( ) Ajustar vida social e alimentos no trabalho. 6.5 Conseguiu mudar algum hábito alimentar a partir das orientações recebidas? ( ) Sim, passei a comer mais frutas, verduras e legumes ( ) Sim, reduzi a quantidade de açúcar e gorduras das preparações ( ) Sim, passei a me alimentar em horários regulares ( ) Sim, passei a fazer as refeições longe da televisão ( ) Não mudei nenhum habito alimentar.

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6.6 Em relação ao plano alimentar orientado pela nutricionista:

( ) é possível de ser realizado ( ) é difícil de ser realizado ( ) não consigo seguir os horários ( ) não tenho condições financeiras para seguir corretamente 6.7 Em relação ao apoio recebido dos familiares:

( ) pouco ( ) muito ( ) nenhum 6.8 A manutenção dos novos hábitos alimentares é: ( ) realizada com facilidade ( ) é possível, mas impossível em festas e ocasiões sociais ( ) de difícil adaptação a rotina ( ) muito restrita/radical ( ) difícil, pois perco o controle facilmente 7 AUTO-AVALIAÇÃO 7.1 Como você se sente em relação a sua dedicação ao tratamento nutricional: ( ) satisfeito ( ) insatisfeito ( ) indiferente 7.2 Incluir na alimentação diária mais frutas, legumes e verduras é:

( ) fácil, pois gosto destes alimentos ( ) fácil, mas não faço ( ) difícil, por não ter todos os dias na minha casa ( ) difícil, pois não tenho tempo ( ) difícil, pois minha família não gosta ( ) difícil, pois não gosto 7.3 Diminuir o consumo de açúcar, doces, refrigerantes é:

( ) fácil, pois podem ser substituídos ( ) fácil, mas não faço ( ) difícil, pois não consigo substituí-los por adoçantes e produtos diet. ( ) é possível, durante a semana mas difícil no final de semana ( ) é difícil, pois gera muita ansiedade 7.4 Consumir mais alimentos integrais é: ( ) fácil, pois existem muitas opções de sabor agradável ( ) fácil, mas não faço ( ) difícil, pois o sabor deles não é agradável ( ) difícil, pois minha família não aceita ( ) difícil de consumir frequentemente, pois enjoa ( ) ainda não os consumi ( ) custo elevado 7.5 Diminuir o consumo de lanches (coxinha, cachorro-quente, x-burguer, pizzas) frituras, embutido (bacon, lingüiça calabresa, salame) e molhos é: ( ) fácil, pois substituo por outros alimentos ( ) fácil durante a semana e difícil nos finais de semana

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( ) fácil, mas não faço ( ) difícil, pelo sabor que estes possuem ( ) difícil, pois me retira do convívio social 7.6 Consumir de 4 a 6 refeições por dia é:

( ) fácil, mas não faço ( ) fácil, pois assim não fico com muita fome ( ) difícil, pois os horários são muito rigorosos ( ) difícil, pois as porções são pequenas ( ) difícil, pois acho que posso ganhar peso ( ) difícil, pois não sinto fome 7.7 Existem fatores que desmotiva o seguimento da dieta ( ) Sim ( ) Não Se sim, o que você considera que mais desmotiva no seguimento da dieta para o controle do diabetes?

( ) os resultados lentos ( ) as restrições alimentares ( ) comer sempre as mesmas coisas e o sabor do cardápio ( ) a cobrança dos amigos e familiares ( ) minha ansiedade ( ) necessidade de horários rígidos ( ) cansar da dieta ( ) dificuldade financeira ( ) medo de perder muito peso ( ) não tenho força de vontade

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APÊNDICE C- AVALIAÇÃO CLÍNICA NUTRICIONAL E DIETOTERÁPICA

Data:____/____/____

Nome: Idade:_____________ Sexo:_______ DN:____/____/____ Endereço: Tel:

Estado Civil: Escolaridade: Profissão: Horário de Trabalho: Tabagista: Tempo de uso: Etilista: Tempo de uso:

História Pregressa: Diagnóstico há quanto tempo:

História da moléstia atual:

Sintomas Gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarréia): História Alimentar: Alergias: Tipo de gordura consumida: N° de latas: N° de pessoas: Adoçante: Consumo de Sal: Consumo de açúcar: Ingestão de líquidos: Avaliação da ingestão habitual: Avaliação Antropométrica Altura: IMC: Peso Atual: CA: Peso Ideal: Atividade Física: Frequência: TMB GET: Medicamentos Utilizados (tipo, n°de vezes, dosagem/dia, tempo de uso):

Prescrição: