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INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO A APROXIMAÇÃO FN PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE TRANSPORTE José Eduardo Fernandes Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares como parte dos requisitos para otitençãc do Grau de "Mestre Área Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear". Orientador: Dr. YuJI Ishiguro São Paulo 1979

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  • I N S T I T U T O D E P E S Q U I S A S E N E R G É T I C A S E N U C L E A R E S SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

    AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

    A A P R O X I M A Ç Ã O FN P A R A A S O L U Ç Ã O D E P R O B L E M A S D E T R A N S P O R T E

    José Eduardo Fernandes

    Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares como parte dos requisitos para otitençãc do Grau de "Mestre • Área Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear".

    Orientador: Dr. YuJI Ishiguro

    S ã o Paulo 1 9 7 9

  • INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

    Secretaria da Industria, Comércio, Ciência e Tecnologia Autarquia associada à Universidade de São Paulo

    A A P R O X I M A Ç Ã O F N P A R A A S O L U Ç Ã O D E

    P R O B L E M A S D E T R A N S P O R T E

    JOSÉ EDUARDO FERNANDES

    Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas

    Energéticas e Nucleares como parte dos requisitos

    para obtenção do grau de "Mestre - Área Reatores

    Nucleares de Potência e Tecnologia do

    Combustível Nuclear"

    Orientador: Dr. YUJI ISHIGURO

    São Paulo

    1979

    fTÑs-f I T U T O C E P E S Q U S A S E .^E R G É T I C ^ S E N U C L E A R E S I I P F N .

  • A meus pais e Maria de Lourdes

    A Edna

  • Expresso meus agradecimentos a todas as pessoas

    e instituições que de forma direta ou indireta contribui^

    ram para a exeoução deste trabalho^ e em particular :

    Professor Dr. Yugi Ishiguro pela segura orienta

    ção no desenvolvimento deste trabalho;

    Colega, Adimir dos Santos pelo auxílio prestado

    e sugestões valiosas;

    Pessoal do Centro de Processamento de Dados pelo

    auxílio no trabalho computacional;

    Srta. Creusa Moreira Diniz pelo excelente traba

    lho de datilografia.

    Pronuclear - Programa de Formação de Recurso Hu

    manos para o Setor Nuclear pelo auxílio financeiro neces

    sário na execução deste trabalho;

    Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

    pelas facilidades apresentadas i

    Professor Dr. José Antonio Dias Dieguez, gerente

    do Centro de Engenharia Nuclear.

  • RESUMO

    O método F^, recentemente introduzido, ê

    um método aproximado para solução de problemas de transporte.

    Investigações prelimiinarcs atravãs de

    aplicações a problemas de modelos simples da teoria de trans-

    porte revelam que o método F̂ ^ possui um grande potencial na

    solução de alguns problemas » que sao difíceis e/ou exigem mui

    to trabalho computacional pelo método exato, devido âs suas

    duas características, ou seja,{l) simplicidade na analise e

    computação e (2) boa precisão, mesmo para ordens de aproxima-

    ção relativam.ente baixas.

    Neste trabalho, o método F^ é estudado nas

    teorias de um e dois grupos com espalhamento isotrópico e geo

    metria plana.

    Na teoria de um grupo, o problema de cri-

    ticalidade para reatores com tres regiões é solucionado, sa ~

    lientando-se que a utilização da variável complexa na aplica-

    ção do método F̂ ^ é uma nova característica.

    Os resultados analíticos e numéricos con-

    firmam as conclusões anteriores sobre a facilidade de uso e

    boa precisão do método para o caso que requer computação no

    campo complexo.

    No modelo de dois grupos a teoria do raêto

    do F̂ ^ é desenvolvida, pela primeira vez, e aplicada â solu-

    ção de dois tipos de problemas, i.ê., o problema clássico de

    Milne para semi-espaço e o problema de criticalidade para rea

    tores tipo placa refletida.

    Algumas dificuldades vem sendo encontra -

    das na obtenção de resultados numéricos precisos e são neces-

    sárias mais investigações para que se estabeleça o método F^

    no modelo de dois grupos como um método preciso e simples pa-

    ra a solução de problemas de transporte.

  • ABSTRACT

    The recently introduced F̂ ^ method is an approximate method of solution of transport px-oblems. •

    Initial investigations in its applications C O sirp.ple model problems of transport theory show that the Fĵ-j method has a great potential in the solution of some problems, that are difficult and/or require much computational effort in exact theory, through its two properties, i.e. , (l) Sihiplicitj/ in analysis and computation and (2) good ac_ curacy obtainable in relatively low-order approximations.

    In this work the F̂ . method is studied in one-group and two-group theory with isotropic scattering in plane geometry.

    In one-group theory, the critical proolem for three-region reactors is solved. The introduction of the complex variable is a nev/ feature in the application of the F,,j method.-

    Analytical and numerical results confirm -the earlier conclusions on the ease of use and the good accuracy of the method for the case that requires complex ma d e c omput at ions.

    In the two-group model the theory of the F^ method is developed, for the first time, and applied to solve two model problems,i.e., the classical Milne problem for a half-space ând the critical problem for reflected slab reactor?.

    Some difficulties have been encoimtered in obtaining accurate num,erical results and further investigations are necessary to establish the two-group Ifj^ method as a simple and accurate method of solution of transport pro hi eras ̂

    These difficulties are discussed and dire£ tions of further research are suggested.

    http://sirp.pl

  • S U M A R I O

    Pag.

    1 1. INTRODUÇÃO

    1.1- Aspectos Gerais 1

    1.2- Histórico ®

    1.3- Método Aproximado F̂ ^ 1 1

    1.4- Objetivos 1 2

    2 . FUNDAMENTOS B A S I C O S DA TEORIA DE TRANSPORTE 13

    2.1- A Equação de Transporte de Neutrons 13

    2 . 2 - A Equação de Transporte em Geometria Plana no

    Modelo Multigrupo e Espalhamento Isotrópico 19

    2 . 3 - Solução Elementar da Equação de Transporte no

    pódelo de um Grupo 2 2

    2.4- Solução Elementar da Equação de Transporte no

    Modelo de Dois Grupos 3 1

    3. FUNDAMENTOS DA TEORIA DO MÉTODO F̂ ^ 43

    4. DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DO MËTODO F̂ ^ PARA O MODE

    LO DE DOIS GRUPOS 56

    5. O PROBLEMA DE CRITICAI.IDADE PARA SISTEMAS COM TRÊS

    REGIÕES NO MODELO DE UM GRUPO 68

    5.1- Sistema Critico com Refletor Finito 68

    5.2- Sistema Crítico com Refletor Infinito 78

  • pag.

    6. PROBLEMAS CONSIDERADOS NO MODELO DE DOIS GRUPOS 80

    6.1-0 Problema de Milne 80

    6.2- Problema de Criticalidade 84

    6.2.1- Sistema Crítico com Refletor Finito 84

    7. RESULTADOS NUMÉRICOS 9 5

    7.1- Modelo de um Grupo 95

    7.2- Modelo de Dois Grupos 117

    7.2.1- Problema de Milne 118

    8. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 1^4

    APÊNDICE A - DETALHES DEDUTIVOS DAS FUNÇÕES

    A^( Ç) E B^( O E FORMULARIO DAS

    EXPRESSÕES ANALÍTICAS DE A^(£) E B^(4) 145

    A-1 - Modelo de um Grupo - Funções A^{Ç) e

    P.^(Ç) 145

    A-2- Modelo de Dois Grupos - Função A^(Ç) e

    B^(0 150

    APÊNDICE B - PROCEDIMENTOS COMPUTACIONAL - MODELO

    DE UM GRUPO 153

    APÊNDICE C - PROCEDIMENTO COMPUTACIONAL - MODELO DE

    DOIS GRUPOS 155

    C-1- Problema de Milne 155

    C-2- Problema de Criticalidade 156

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 158

  • LISTA DAS FIGURAS E TABELAS

    P a g .

    FIG.5.1.1- Geometría do Problema 70

    FIG.6.2.1.1- Geometria do Problema 86

    TABELA VII.1.1- Casos Estudados y6

    TABELA VII,1.2- Meia Distância Crítica do Cerne

    Multiplicador 97

    TABELA VII,1.3- Desvios Percentuais 99

    TABELA VII.1.4- Tempo de Computação e Número de

    Iterações para os Casos 3 e 12 100

    TABELA VII.1.5- Fluxo Angular para o Caso 3 - inter

    face oi 103

    TABELA VII.1.6- Fluxo Angular para o Caso 3 - Inter

    face B 104

    TABELA VII.1.7- Fluxo Angular para o Caso 12 - Inter

    face O j 10 5

    TABELA VII.1.8- Fluxo Angular para o Caso 12 - Inter

    face 6- 106

    TABELA VII.1,9- Comparação entre os Fluxos Angulares

    (Exato e Aproximados) para o caso 3 -

    Interface ai 107

    TABELA VII.1.10- Cálculo da Meia Distância Crítica

    «1 - Caso 3 108

    TABELA VII,1.11- Cálculo da Meia Distância Crítica

    dl - Caso 12 108

    TABELA VII.1.12- Fluxos Angulares para o Caso 3 109

    FIG. 7.1.1- Fluxo Angular para o Caso 1 110

    FIG. 7.1.2- Fluxo Angular para o Caso 3 111

  • Paq.

    Fig. 7.1.3- Fluxo Angular para o Caso 7 112

    Fig. 7.1.4- Fluxo Angular para o Caso 12 113

    TABELA VII.1.13- Fluxos Escalares para o Sistema

    com Refletor Finito e Infinito

    Caso 3 ' 116

    TABELA VII,1.14- Correntes para o Sistema com Re-

    fletor Finito e Infinito - Caso 3 116

    TABELA VI1.2.1.1- Secções de Choque Macroscópicas 119

    TABELA VII.2.1.2- Distribuição de Saída do Problema

    de Milne l(0,-u) 120

    TABELA VII.2.1.3- Fluxos Angulares para o Caso I 122

    TABELA VII.2.1.4- Fluxos Angulares para o Caso 2 124

    TABELA VII.2.1.5- Fluxos Angulares para o Caso 1 128

    TABELA VII.2.1.6- Fluxos Angulares para o Caso 2 129

    TABELA VII.2.1.7- Fluxos Angulares para o Caso 1 130

    TABELA VII.2.1.8- Fluxos Angulares para o Caso 2 131

    TABELA VII.2.1.9- Fluxos Angulares para o Caso 1 133

    TABELA VII.2.1.10- Fluxos Angulares para o Caso 2 134

    TABELA VII.2.1.11- Fluxos Angulares para o Caso 1 135

    TABELA VII,2,1,12- Fluxos Angulares para o Caso 2 136

    TABELA VII,2,2.1- Secções de Choque Macroscópicas 138

    TABELA VII.2.2.2- Autovalores discretos positivos 138

    TABELA VII.2.2.3- Meia Espessura Crítica (aj 140

    TABELA VII.2.2.4- Mela Espessura Crítica (a,) 141

    TABELA VII.2.2.5- Tempo de Computação e Número de

    Iterações 14 3

  • 1. INTRODUÇÃO

    1.1- Aspectos Gerais

    Um dos problemas essenciais &a pesquisa de reatores ê

    predizer com detalhes e precisão o comportamento da dis-

    tribuição neutrônica e como está vinculada a operação de

    tais sistemas.

    O comportamento da distribuição angular, espacial e

    energética de neutrons é descrito matematicamente pela

    Equação de Boltzroann, derivada considerando-se o princí

    pio de conservação do numero de neutrons no interior de ura

    elemento de volume arbitrário. De forma similar são obtl -

    das as equações básicas de outros fenômenos físicos tais

    como: condução de calor, transferência de massa, ener-

    gia, etc.

    Esta equação constitui a parte central âa teoria â@

    transporte,originariamente desenvolvida por Boltzmann em

    problemas de cinética de gases.

    A grandeza fundamental que caracteriza esta equação ê

    a densidade angular de neutrons Nír̂ fl̂ Ê -fc ) (*) , função -

    de sete variáveis independentes , que são;

    - três para a posição ( r)

    (*) N e s t e t r a b a l h o , o til c o l o c a d o embaixo da representa -

    çao de umã d a d a g r a n d e s a d e n o t a que a mesiaa e tsm vetor ou

    laatriz. O til c o l o c a d o acima r e p r e s e n t a a o p e r a ç ã o de t r a n £

    p o s i ç ã o .

  • - duas para a direção de movimento de neutrons (ñ)

    - energia do neutron ( E )

    - tempo (t )

    A equação de Boltzmann descreve o comportamento me-

    dio da população de neutrons nura melo material, utilizan

    do-se parâmetros conhecidos COSBO secções de choque, que

    caracterizam as probabilidades de ocorrência de determi-

    nados tipos de interação entre neutrons e o meio material.

    As secções de choque são determinadas por processos

    experimentais e corrigidas, quando necessário, por mode -

    los teóricos desenvolvidos pela Física Nuclear.

    Portanto a equação de Boltzmann estabelece a conexão

    entre os efeitos no nível microscópico (interação neu -

    tron-núcleo caracterizado pelas secções de choque) ao ni

    vel macroscópico no meio material (densidade angular de

    neutrons).

    O objetivo da Teoria de Transporte de neutrons é

    pesquisar a solução desta equação num sisteasa definido por

    ura certo contorno de interesse, utilizando-se as secções -

    de choque que descrevem o comportamento dos neutrons no

    meio material. Entretanto, o modelo físico real contisn uma

    imensa quantidade de detalhes, tais como: heterogeneidade

    geométrica, isótopos com diferentes propriedades físicas ,

    função representativa da secção de choque ccan a energia do

    neutron extremamente complexa, efeito de anisotropia no es

    palhamento do neutron, etc.

  • Portanto, a pesquisa das soluções para a Equação de

    Transporte somente se t o m a viável se o sistema for sia -

    pli ficado ou ideal la ado, de tal modo que se obtenha uma

    formulação matemática mais concisa.

    Assim, pode-se considerar constantes as propriedades

    do sistema num intervalo de tesapo determinado. Tem-se, as

    sinv o sistema operando no estado estacionario.

    Em relação â sua variável energética, geralmente ado

    ta-se o modelo de multigrupos. Este método consiste em

    proceder-se a uma partição no intervalo total de interes-

    se da energia, em subintervalos denominados grupos de

    energia.

    Em cada intervalo de energia ura grupo de neutrons é

    considerado e os parâmetros são ponderados sobse o mesmo

    de maneira aproximada. Em princípio, haverá uma melhor

    identidade entre o modelo e a realidade física, quanto

    maior for o niãraero de grupos considerados. Entretanto,con

    siderando-se o aspecto computacional, é importante que se

    estabeleça um certo critério de escolha. Outra alterna

    tiva ê expandir-se a dependência angular em polinomios com

    intervalo de definição conveniente (zero a infinito), uti-

    iizàrtdo-se, por exemplo, os polinomios de Chebyshev- Laguer

    rëi

    Otí^nt» ao fato do aspalhamento ©."̂ ibir anisotropia, o

    que se faz é expandlr-srí a fuíição de transferência em po-

    linomios de Legendre, truncando-se a série num certo ter-

    mo. O modelo de espalhamento isotrópico ê obtido reten -

    f í Ñ s T I T U i C Di P f c S Q U ¿ A S E ^ ( ' r l Z ^ - -

  • do-se apenas o terao de ordem zero, e para o modelo linear

    mente anlsotrópico retéro-se o termo de ordem um.

    Assim, por meio dessas aproximações, a Equação geral -

    de Transporte recai nura sistema de equações integro-dife-

    renciais simplificad©,

    Este trabalho constitui uma parte da pesquisa para o

    desenvolvimento do novo método F̂ ^ , Os modelos de um e dois

    grupos com espalhamento isotrópico são considerados em geo-

    metria plana.

    Devido às dificuldades matemáticas encontradas na ob -

    tenção de soluções, surgiram duas correntes básicas de pes-

    quisa, onde diversos métodos são empregados, que são:

    1 - Métodos aproximados para a obtenção de soluções ma

    tematicamente aproximadas. Estes métodos são de

    grande interesse por serem üteis era aplicações

    práticas, ccmo cálculo de reatores, etc.

    2 - Métodos exatos - obtenção de "soluções analíticas','

    cujos resultados poden servir como padrão para os

    métodos aproximados, alem de conduzirem a uma com-

    preensão da estrutura matemática da equação de

    transporte e de sua solução, abrindo campo P^ra

    que se investigue a solução de problemas mais com-

    plexos. Salienta-se ainda, que, em algumas situa -

    ções especiais os métodos exatos conseguem repre -

    sentar com boa aproximação a realidade física

  • Atualmente, estes métodos se restringem ã aplica-

    ção de problemas em geometria plana, nos modelos

    de um e dois grupos de energia, havendo, entretan

    to, trabalhos em geometria cilíndrica / 4 3 / e esfê

    rica /II/.

    Em relação aos métodos exatos, o mais utilizado ê o

    de expemsão em autofunçoes singulares, ou método de Ca-

    se /6/, inspirado inicialmente nos trabalhos de Van Kam-

    pen /42/, sobre oscilações do plasma. A utilidade principal

    deste método é a de fornecer uma boa compreensão da estrutu

    ra matemática e do comportamento geral das soluções da equa

    ção de transporte. Este método consiste numa separação de

    variáveis conveniente no fluxo angular, gerando um conjun-

    to completo de autofunçoes singulares ortogonais, A solvtção

    do problema é expressa por uma combinação linear das auto -

    funções com coeficientes arbitrários, sendo estes determina

    dos através do uso das propriedades de ortogonalidade e nor-

    malização dessas autofunçoes, impondo-se condições de con -

    torno.

    A mesma teoria mat^aâtica/ •^^'^ãeste método v&a sendo

    aplicada em outros campos, tais como física do plasma,trans

    ferencia radiativa, etc.

    Uma alternativa diferente foi introduzida pelo astro -

    físico Ambarzumian /l/, conhecida como método da invariân -

    ça ("invariant imbedding"). Este método consiste na formu-

    lação de equações integrais para funções que descrevem a

    reflexão e transmissão de radiação por meio do princípio da

    invariança. Este método foi sistentatizado por Chandra -

  • sekar /8/ e em seguida aplicado ã teoria de transporte de

    neutrons.

    Soluções exatas da equação de transporte só podem ser

    obtidas para problemas idealizados, mesmo limitando-se o

    número de variáveis. Portanto, no início do desenvolvimen-

    to dos reatores nucleares, optou-se pela teoria da difu -

    são /23/, que ê uma aproximação da teoria de transporte .

    Nesta teoria utiliza-se uma equação diferencial (equação -

    de Helraholtz) para o fluxo total de neutrons e uma direção

    preferencial na migração de neutrons e considerada, obede-

    cendo a lei de Pick. Esta teoria ê relativamente simples ,

    entretanto, devido às hipóteses simplificadoras assumidas

    durante a sua derivação, a mesma não descreve bem o compor

    taroento neutronico nas proximidades de fontes explícitas e

    fronteiras físicas. Estes fatores são de extrema importân-

    cia em pequenos sistemas, como por ex^tiplo, os reatores de

    pesquisa.

    Outros métodos foram desenvolvidos em que soluções da

    teoria de transporte são obtidas com boa precisão, tais co

    mo o método de expansão em termos de harmônicos esféricos -

    (Pjj) é o método de ordenadas discretas ou simplesmente meto

    do .

    Nó método Pjj, devido a Mark /Itf, a dependência angu-

    lar dò fluxo de neutrons ê representada por uma expansão ,

    mais comumente em harmônicos esféricos (*), e a dependên-

    (*)Em geometria plana ou esférica, o matodo utiliza a expan sao em polinomios de Legeadre simplesmente. ~

  • cia espacial ê considerada em termos dos coeficientes des-

    sa expansão.

    No método Sj^, devido a Carlson /5/, a dependência an

    guiar do fluxo neutronico ê discretizada para um conjunto -

    conveniente de direções. As integrais angulares são então -

    transformadas por somatórias sobre as direções discretas

    A dependência espacial também ê considerada para pontos dis

    cretos do sistema.

    üm método aproximado que foi recentemente desenvolvi-

    do, o método /19, 3/ fornece resultados cora boa precisão

    e exige tempo de computação pequeno em relação aos métodos

    aproximados citados anteriormente.

    Uma versão mais simples deste último vem sendo desen-

    volvida atualmente, o método F̂ .̂ Suas equações básicas são

    mais simples e mesmo sua solução numérica ê mais eficiente.

    A obtenção de suas equações analíticas básicas é feita com

    o emprego do método exato de Case(*), e em seguida o fluxo

    angular é aproximado por uma expansão em série, tjnancada nura

    determinado termo. Os fluxos angulares são determinados ape

    nas nas fronteiras dos meios físicos, portanto, a variável -

    espacial não aparece explícitamente. Entretanto, os fluxos -

    no interior dos meios físicos podem ser deterrüínadoa através

    dos fltixos nas interfaces.

    (*) O m é t o d o emprega epenas as propt i edades de ortogoaali^

    dade de intervalo c o m p l e t o , que é simples em r e l a ç ã o ãa pro-

    p r i e d a d e s ' meio intfsrvalo.

  • 1.2- Histórico

    Nesta secção ê apresentado de forma resumida, © desen-

    volvimento histórico da teoria de transporte atê o atual es

    tigio» dando-se ênfase ao método exato de expansão era auto -

    funções singulares, tima vez que o método aproximado P^, con

    siderado neste trstóalho é estabelecido a partir do mesmo.

    Os primeiros trabalhos relacionados â teoria de trans-

    porte surgiram em estudos de transferência radiativa no

    campo da astrofísica /15,29/, a partir de 1921.

    Quanto â aplicação da teoria de transporte no campo

    nuclear; o seu desenvolvimento teve Início através dos méto-

    dos aproximados (P̂ ,̂ e outros) /2,10/ devido âs necessida

    des de caráter essencialmente prático que a construção dos

    primeiros reatores impunha na época.

    Em relação aos métodos exatos, tun grande desenvolvimen

    to foi atingido com a introdução da técnica de expansão em

    autofunçoes singulares, independentemente proposta por Da-

    vison /9/ em 194 5 e por Wigner /44/ em 1959 e sua aplicação

    foi feita por Van Kampen /42/ em 1955 em trabalhos de oscila

    ção do plasma. No entanto somente em 1960 é que Case demons-

    trou convincentemente a generalidade e o poder deste método,

    A publicação deste trabalho permitiu a solução de diversos

    problemas nos modelos de um e dois grupos de energia,em geo-

    metria plana. Pode-se citar entre outros, o problema do rea -

    tor tipo placa, sem refletores, devido a Zelazny /4 5/ e o

  • mesmo problema , com a placa constituída por várias camadas

    de materiais diferentes e com refletores por Kussell/22/

    Nesta mesma época Case e Zweifel /7/ demonstraram os teore

    mas de existência e unicidade das autofunçoes.

    Os trabalhos citados utilizam as propriedades de orto-

    gonalidade de intervalo completo, isto e, para iie(-lsl)(*)

    tornando a aplicação bastante dificultosa era problemas de

    um raeio semi-infinito e problemas de dois ou mais meios adja

    centes.

    Kuscer et al/21/ simplificaram aa soluções de tais pro

    blemas com a introdução de propriedade de semi-intexvalo

    (O, 1 ) , o que facilitou e extendeu o campo de aplicação do

    método, Estas propriedades permitiram soluções de problemas

    de meios finitos /25/, problemas ctm espalhajTiento anisotrôpi-

    co / 2 4 , 3 4 / , como também, foram resolvidos problemas em geo -

    metria cilíndrica e esférica / 4 3 , ̂ 1 / .

    Para o modelo de dois grupos de energia, o método de

    Case foi aplicado inicialmente por Zelasny e Kuszell / 4 6 / ,

    Posteriormente, Siewert e Shieh / 3 9 / conferiram maior rigor

    matemático (no mesmo modelo) discutindo ® teorema da completi

    vidade das autofunçoes para expansões de intervalo completo ,

    bem como propriedades de ortogonalidade e normalização. Estes

    problemas se restringiram a meios infinitos.

    (*) Em gsoaetrla plana, y cocO, sendo 9 o angulo compreen-

    dido eatre a coordenada esiistcíal iodependente e a direçio de

    movimento de neutrons.

  • 10

    Pahor e Zweifel /32/ , em 1969, empregjgrara uma nova

    técnica baseada na combinação do método da invariança com

    o método de Case, demonstrando sua aplicabilidade em pro-

    blemas de semi-espaços. Este método determinava a distri-

    buição de niutrons emergentes da superfície de um meio se

    mi-infinito, conhecendo-se a incidente. Era 1972, Siewert

    e Ishiguro /38/ introduziram a matriz H para determinar -

    as propriedades de ortogonalidade de meio intervalo e re-

    solveram problemas de semi-espaços. A existencia e unici -

    dade foram demonstradas paralelamente por Siewert et al/41/

    e Burminston et al /4/,

    As dificuldades destes métodos é a de.eecair em sis

    temas de equações singulares para os coeficientes, tornan-

    do a solução numérica muito trabalhosa de acordo com o

    problema considerado, e âs vezes são inviáveis como é o ca-

    so dos problemas multi-regiões. Entretanto, num trabalho

    recente /16/, Ishiguro propôs um novo método ( m.êtodo de

    regularização das equações integrais singulares), válido -

    nos modelos de um e dois grupos de energia, e em princípio

    pode ser aplicado a qualquer problema de multi-regiões. Di-

    versos problemas foram resolvidos, seguindo esta filosofia,

    por Ishiguro e Garcia /13, 17/.

    Quanto ao método aproximado F^, o seu desenvolvimento

    teve início em 1978 nos primeiros trabalhos devido a C. E.

    Siewert e P. Benoist /37/ e em seguida por P. Grandjean e

    C E . Siewert /14/. Este método vem sendo introduzido também

    na área de transferência radiativa /35, 36/. Todos os pro -

    I N S T I T U T O Ct-: P E S O U P A S E M , R . É - I C - - ^ S E N U C L E A R E S

    I. p . e . N .

  • 11

    blemas atê o momento são considerados em gemetria plana.

    1,3 - Método Aproximado F, N

    Os métodos de "soluções exatas" (método de expansão

    em autofunçoes singulares e o método da antitransformada ,

    basicamente), apesar de gerar«n resultados numa forma ana-

    lítica fechada ou pelo menos desenvolverem a maior parte do

    problema analiticamente, são, em diversas situações de di -

    fícil aplicação, como por exemplo: restrição qua^e exclusi-

    va era geometria plana, a complexidade analítica se eleva -

    muito com o número de diferentes meios homogêneos ou se a

    conliguração da fonte i modificada, dificuldade matemática

    na descrição dos modelos de mxjltigrupos , etc.

    O método aproximado foi,pela primeira vez,introduzi

    do por Siewert e Benoist /37/ em 1978 e vem sendo ainda de

    senvolvido.

    Inicialmente este método foi aplicado com sucesso em

    problemas padrões para modelos simplificados, tais como:pro

    blema de semi-espaço com meio homogêneo na teoria de \m gru

    po e espalhíunento isotrópico, problema da placa plana no -

    mesrao modelo.

    Os resultados das pesquisaír iniciais mostram que o

    método conduz a equações finais particularmente concisaEi ,

    que são resolvidas numéricamente com facilidade, fornecendo

  • 12

    resultados com boa precisão, Além do que este método é eco

    nomico no que se refere âs exigencias do tempo de computa-

    cao e promete ser de grande utilidade na aplicação a pro -

    bleraas raultiregiões , o que constitui uma das principais -

    dificuldades dos métodos exatos atuais, e ao modelo de multi

    grupos.

    Ha possibilidade ainda que a sua aplicação a gecme -

    trias esférica e cilindrica venha a se tornar viável.

    1.4 - Objetivos

    1 - Confirmar a simplicidade de aplicação e a boa pre

    cisão do método numérico F^, recentemente desenvolvido, no

    modelo de um grupo de energia, através da aplicação do mes-

    mo a problemas de criticalidade era reatores constituidos de

    três regiões; cerne multiplicador, "blanket" e refletor

    Esta última é considerada para duas situações diferentes ,

    dependendo da espessura ser finita ou infinita ( a solução

    desses problemas por este método é original).

    2 - Desenvolver a teoria do método F̂ j para o modelo

    de dois grupos. Aplicá-la a alguns problemas simples, obten

    do resultados numéricos , discutl-los e apresentar suges

    toes para trabalhos posteriores.

  • 13

    2. FUNDAMENTOS BÁSICOS DA TEORÍA DE TRANSPORTE

    O método aproximado F^, que i o escopo deste trabalho,

    ê estabelecido a partir de propriedades básicas da solução -

    exata da equação de transporte, por meio da expansão em auto

    funções singulares /7/.

    Portanto, neste capítulo, são consideradas os fundamen

    tos teóricos necessários para os modelos de um e dois grupos.

    Achou-se conveniente incluir preliminarmente o modelo de muí

    tigrupos, uma vez que os modelos de um e dois grupos consti

    tuem casos particulares do mesmo. Este capítulo é apresenta-

    do de forma condensada, uma vez que descrições teóricas mais

    pormenorizadas podem ser encontradas nas referências bási-

    cas /2, 10, 7, 38, 39/.

    2.1 - A Equação de Transporte de Neutrons

    Seja um volume arbitrário dv, localizado na posição ge

    nérica r do espaço.

    Define-se no interior deste volume:

    N( r,n,E,t) = Densidade angular de neutrons , que representa

    o número médio de neutrons na posição r, com

    velocidades na direção e energia E no tempo t,

    por unidade de volume , ângulo sólido e ener

    gia.

  • 14

    V

    De acordo com a definição de N (r,n,E,t) ,N (r ,n,E,t)dv í),E)vN(r,í2',E',t)

  • 15

    tre E e E+dE de uma interação,em t, ocorrida

    entre um neutron,cora direção Q' e energia

    E', e um núcleo,

    Q(r,n,E,t) = Termo fonte - número de neutrons que são in

    trodusidoa na posição r por fontes exter -

    nas , por unidade de volume, de ângulo sôli

    do, de energia e de tempo.

    O significado físico de cada termo da equação, apôs a

    multiplicação de cada um por dE dííd^ , ê o seguinte:

    ^ N(r ,n,E,t)dEdMv = Taxa de variação da densidade angular 3t

    de neutrons, que possuem energias e dire-

    ções entre E e E + dE , e n e n+ dQ, res

    pectivamente, no volume dv situado em r .

    vfÍV (r ,n,E,t)dEdndv = Taxa líquida de neutrons que saem atra-

    vés da fronteira do volume dv localizado na

    posição r , com ©nergias e direções entre

    E e E + dE, n e fJ + dQ, respectivamente,no

    instante t.

    vo(r,E)N(r,í2,E,t)dEdQdv = Taxa de neutrons que sofrem intera

    ções, no volume dv localizado na posição r,

    que são absorvidos ou saem do intervalo con

    siderado de energia e direção.

    /j.,/jj,a(r,E')f {r;n',E'-»-Ç,EjvN(r;n',E',t)dE'dn'dEdndv= Taxa -

    de neutrons transferidos, no volume dv loca

    lizado em r, de quaisquer energias e dire -

    ções, para quaisquer energias e/ou direções

  • 16

    entre E e E dE . e, Ü e fi + dSÎ , r@s

    pectivamente, no volume dv, no instante t.

    Q(r,fi,E,t)dvdEdfi = Taxa de neutrons produzidos por uma fonte

    externa, com energias e direções entre E

    e E + d E e Q e f i + d n ^ respectivamente, no

    volume dv, no instante t.

    A equação de transporte também pode ser representada

    por:

    -i- ^ (r,n,E,t)+fiVt(r,n,E,t)+o(r,E)^(r,fi,E,t) =

    = Jg , / j j,a{r,EMf (r ;a;E'-^«,E)({í(r ,Q' ,E' ,t)dn'+Q(r,fi,E,t) ,

    2,1.2

    onde: T Í j(r ,Q,E,t) = vN(r,fi,E,t) 2.1.3

    Esta última expressão i o fluxo angular de neutrons ,

    definido como sendo o número de neutrons por cm^, por según

    do e por unidade de ângulo no volume dv, localizado na posi

    ção r do espaço.

    Ao ser derivada a equação de transporte, algumas hipó

    teses foram consideradas, que a rigor, nem ®empre podem ser

    justificadas na pratica. Principalmente, os seguintes efei-

    tos são desprezados:

    I N S I I T U I O Dil P b S Q U : - - ' . S c R „ É : I C - S F. N U C L E A R E S

  • 17

    - Comportamento Ondulatorio

    O neutron é considerado uma partícula puntvial, sendo

    assim completamente caracterizado pela sua posição e velo-

    cidade. Para neutrons de energia muito baixa, o com.primen-

    to de onda é comparável âs distancias interatômicas. Coro

    isto, as secções de choque sofrem uma dependencia da orien-

    tação dos neutrons. Mo entanto, estes efeitos são despre-

    zíveis em Teoria de Reatores.

    - Flutuações Estatísticas

    Em estado estacionario, as flutuações não causam des

    vios apreciáveis na densidade angular de niutrons preditos

    pela equação de transporte. Essas flutuações, em regime per

    manente, são denominadas ruídos do reator de modo geral, e

    sua descrição pode ser feita através de outras teorias, co-

    mo a análise de Fourier.

    - Correções Relativisticas

    Nos casos de interesse para a Engenharia Nuclear não

    hâ necessidade de se considerar os niutrons de energia mui^

    to alta, onde as correções relativisticas seriam importan -

    tes.

    - Interação Niutron-Niutron

    Mesmo em reatores térmicos operando em um alto fluxo

    de niutrons, a densidade dos mesmos é menor que 10''"̂ niutrons

    por cm"', que é pequena quando comparada com densidades nu

  • 18

    ? 2 3 ' oleares que são da ordein de 10' núcleos por cm nos solidos.

    Assim, as interações nêutron-nêutron são bem menos frequentes

    do que interações nêutron-núcleo. Desprezando-se essas intera

    ções a equação de transporte fica linear.

    A equação de transporte (Boltzmann) inclui termo não

    linear para a teoria cinética de gases, onde colisões ocorren

    do entre moléculas são relevantes, que não e o caso dos nêu -

    trons.

    - Neutrons Atrasados

    Considerados no estudo de cinética de reatores, onde é

    descrito o comportamento temporal do sistema. Para o estudo -

    em estado estacionário não há necessidade de considerâ-los ,

    como ê o caso deste trabalho.

    - Dependência Angular das Secções de Choque

    Ocorre para casos muito raros, como para alguns cris -

    tais.

    - Desintegração Radioativa do Neutron

    Visto que o tempo de vida dos neutrons no raeio mate -

    rial ê insignificante, comparado â sua meia-vida, deslnte -

    grações radioativas não são levadas em conta.

    - Polarização

    Os efeitos de polarização devido a interações do "spin"

    e momento magnético dos neutrons, não são relevantes em teo-

  • 19

    ria de reatores.

    A equação geral de transporte de niutrons representa

    bem a realidade física para os casos de interesse em Engenha

    ria Nuclear, apesar das limitações descritas, serem, impostas

    no desenvolvimento.

    2,2- A Equação de Transporte em Geometria Plana no Modelo Mui

    tigrupo e Espalhamento Isotrópico

    Considerando-se o caso estacionário, em geometria pla-

    na com simetria azimutal (simetria na superfície de qualquer

    cone gerado em torno do eixo z ) , a equação de transporte re

    duz-se a:

    y — t|í(z,y,E)+o(z,E) i}

  • 20

    Retendo-se apenas o termo de ordem g, = O ( espalhamen-

    to isotrópico), a equação (2.2.1) pode ser escrita comos

    p_l ^(z,ii,E)+a(E)tf»(z,y,E)= i Jg./^,a^(E'-^E)ij)(z,v',E')ày'dE' +

    + Q(z,y,E) 2.2.3

    O intervalo total de energia é dividido em G grupos .

    Integrando-se a Equação (2.2.3) para cada sub-intervalo de

    energia, obtém-se um sistema de equações integro-diferenciais

    acopladas do tipo:

    y — (z,p)+a.4i . (z,y)= i l I a. . ij». (z ,y ' )dp'-f-q (z ,y) ; 32 ^ ^ ^ 2 j=l ^-1 ^ ^

    i = 1, 2,...,G, 2.2.4

    onde,por definiçãos

    }̂>i(z,y) = /^^(z,M,E)dE 2.2.5

    f,0(E)ii^{z,y,E)dE = ii 2.2.6

    Jj,i})(z,y ,E)dE

    /,,*(z,y,E')/^a^(E«-.>E)dEdE' a s o = -J

    ^ ̂ /ji|»(z,y,E')dE'

    q^(z,y) = Q(2,y,E)dE, 2.2.8

    para i = l,2,.,,,G e j =1 , 2,.., ,G .

    As secções de choque medias de grupo e ^, seguin

    do as definições acima, deveriam ser escritas como funções

  • 21

    de z e p. No entanto, evita-se, sempre que possível, traba-

    lhar com secções de choque dependentes de z e y, para slmpli

    ficar o problema. A maneira usual ê assumir a separabilidade

    do fluxo angular em funções de ( z,vi) e (E) , o que mêitas -

    vezes não é uma boa suposição. Métodos melhores são apresen-

    tados na literatura / 2 / . Neste trabalho considera-se que es-

    tes parâmetros sejam calculados, de alguma maneira, como sen

    do independentes de z e u no meio homogêneo.

    A secção de choque de transferência a^^ ê dada por;

    '̂ ij = ^sij ^̂ sj °f1 ^'^'^

    onde a .. representa a secção de choque macroscópica de trans S 1 3

    ferencia do grupo j para o grupo i por espalhainento isotrópi-

    co, é a secção de choque macroscópica de fissão do grupo

    j, V . é o número médio de niutrons emitidos por fissão gera s j

    da por niutrons do grupo j e x¿ ê definido como sendo a fra-

    ção de niutrons de fissão que aparecem no grupo i.

    0 sistema de equações do tipo da Eq.(2.2.4) pode ser

    representado por uma equação na fojrma matricial:

    3 1 y t(z»y) + l^{z,\i) ^ S / Í>{z,M')ãM' + q(z,ui. 2.2.10

    32 ~ " - 1 -

    onde,

    ^(z,u) - vetor dos fluxos angulares dos G grupos 1 1 •• representa a matriz diagonal G x G com os elemen

    tos na diagonal principal;

  • 22

    S - representa ima matriz quadrada G x G com ele

    mentos síj = i a^^ .

    Como neste trabalho somente são considerados sistemas

    sem fontes externas, a equação (2.2.10) pode ser reescrita:

    3 U —

    3z

    ¿(2,y)+ lt{z,]i) = s jl^^{-z,\í)ãM' 2.2.11

    Hâ,assim, necessidade de encontrar-se apenas as soluções

    homogêneas das equações.

    2.3 - Solução Elementar da Equação de Transporte no Modelo

    de um Grupo

    Para este caso particular considera-se o grupo como

    contendo o intervalo total de energias possíveis dos nêu -

    trons.

    Retomando-se a equação matricial(2.2.11) para G=l, ob-

    tém-se a equação valida para o grupo.

    1_ . . . X - 1

  • 23

    Da definição (2.2.9) , a secção de choque que aparece

    no integrando da equação (2.3.1), pode ser expsessa como

    sendo:

    ^11 = ^s ^ ^s ^f ' ^'^'^

    onde a representa a secção de choque macroscópica de espa-

    3 Ihamento , é a seção de choque macroscópica de fissão e V é o numero medio de niutrons emitidos por fissão, s

    É conveniente expressar-se distancias em termos de li-

    vre caminho medio de colisão, através da variável ótica, de

    finida como sendo (na sua forma mais geral)s

    X = 1^ a(z')dz'. 2.3.3 o

    Como neste trabalho somente se consideram meios homo-

    gêneos :

    x = az 2.3.4

    Considerando-se esta definição, obtem-se de (2.3.1) :

    y t(x,y)+i!;(x,v)= c/2 J^.tMx,M')dy« , 2,.3.5 3x

    onde,

    c , 2.3.6 a

    que representa o número médio de niutrons secundários que

    emergem de uma interação entre um neutrón e um núcleo.

    A equação (2.3.5) representa a equação básica do mo-

    delo de um grupo de energia a ser utilizada neste trabalho.

  • 24

    - Técnica de Expandió em Autofunçoes Singulares

    Nesta secção descreve-se resumidamente o método de ex

    pansão em autofunçoes singulares { método de Case) /7/.

    O processo utilizado ê o de separação de variáveis, e

    a solução geral obtida para o fluxo angular de neutrons é

    constituida de termos assimptôticos e de um termo contínuo.

    O método empregado é descrito a seguir:

    Considerando-se a equação (2.3.5), propõe-se a solu -

    ção do tipo:

    i})(x,y) = (v,u) « ^ 2.3.8 2

    onde se fez uso da normalização ã unidade:

    J].l (v,ii' ) d)j' « 1 2.3.9

    Ha dois casos a serem considerados:

  • 25

    CASO 1 V ¿ (-1,1)

    Neste caso, da expressão ( 2 . 3 . 8 ) resulta:

  • 26

    (4) Pelo teorema do argumento demonstra-se que Mz) ten somen

    te dois zeros no domínio definido em (3) /7/. Logo, de

    (3) e (2) segue que as raizes de Mz) podem estar somente

    no eixo real (exceto no intervalo de -1 a 1) ou então so-

    mente no eixo imaginario. Considerando-se somente o eixo

    real positivo, verifica-se ainda que:

    (5) í,im A(z) = - «>

    z^l+

    (6) lím A(z) = 1- c

    Se c < ,A(z) muda de sinal entre z = 1 e z = «>, assim de^

    verexistir urna raiz v real neste intervalo e outra raiz ~ v o

    real como decorrência da propriedade (1).

    Como A(z) possui raízes reais somente para c < 1 segue

    que para c > 1 as raízes são imaginárias puras. Para c -l,A(z)

    apresenta raiz dupla no infinito.

    Simboliza-se essas raízes por + v^, que são autovalores

    discretos . As autofunçoes associadas a esses dois auto\'alores

    são dadas por:

    ({,{+ v^,y) = ^ - - 4 ^ , 2.3.15 2 v ^ í p

    e as duas soluções para a equação de transporte são:

    \¡j +(x,y) = (|)(+ V ,y)exp(+ x/vj 2.3.16

    CASO 2 VG(-1,1)

    Neste caso,como a variável y pertence ao mesmo inter-

    l I N S T I T U T O ce P E S O U S A S E - v t R C É H C - S E N U C L E A R E S {

  • 2 7

    valo que o autovalor v, podem coincidir e, a rigor, a equa-

    ção (2.3.10) não pode ser obtida da expressão (2.3.8), de-

    vido ãs singularidades. Se a autofunção ^{"4,]}) puder ser

    uma distribuição /31/ , ela devera conter um termo propor-

    cional a 6 (v -vj) . Portanto, da equação (2.3.8) pode-se con

    cluir somente que: o

    (v,p) = - P v - H — + X(v)Ô(u, V ) , 2.3.17 2 V - y

    onde o símbolo Pv significa que a integral sobre p ou v de-

    ve ser efetuada pelo valor principal de Cauchy /12/, 6 ê o

    delta de Dirac e X(v) ê uma função a ®er determinada através

    da condição de normalização. Logo, inserindo-se a equação -

    (2.3.17) na equação (2.3.9) resulta:

    1 = " V Pv ^ X(v), 2.3.18 2 '^-l V- y

    encontrando-se, explicitaiTiente:

    X(v) =̂ 1 - cv tanh'-^v 2.3.19

    Portanto, existe \ima continuidade de soluções, dadas

    por:

    ° 4> (v,y)exp(-x/v) , 2^3.20

    para todos os autovalores contínuos reais tal que -l

  • 28

    O

    Resumindo cada caso descrito:

    (1) Para v^(-l,l), existem:

    a) para c < 1 -^2 raízes reais -

    b) para c > 1 •*• 2 raízes imaginarias para -

    c) para c = 1 -•• "° (raíz dupla).

    com as correspondentes autofunçoes (+Vq ,v) , fornecendo duas

    soluções discretas através da expressão (2,3.16).

    (2) Para v real e(-l,l) existem:

    uma continuidade de autovalores v no intervalo citado, sen

    do que, a cada autovalor v corresponde urna autofunção

    (|){v,y), fornecendo uma continuidade de soluções do tipo

    (2.3.20).

    Portanto, a solução geral pode ser representada por

    uma combinação linear das soluções encontradas:

    tj;(x,u)=A(v̂ )(!> (v^,y)exp(-x/v^)+A(-v^)(f.(-v^,y)exp(x/v^) +

    A(v)(}.(v,p)exp(-x/v)dv 2.3.22

    ^-1

    onde A(v^), A(-v^) e A(v) são os coeficientes da expansão,

    que podem ser determinados por meio das condições de contor

    no do problema específico. Entretanto, a determinação des-

    tes coeficientes não é necessária na solução através do mé-

    todo aproximado P^j, pois os meamos aparecem apenas em pas

    sagens intermediárias do desenvolvimento de equações.

  • 29

    As condições de contorno podem ser classificadas em

    dois tipos:

    de intervalo completo ~ que resultam em expansões do

    tipo:

    f ( M ) = A(v^ )(í.( v^,u ) -í- A(-v^) 4»(-v^,M ) +

    + jl^ A(v)(!)( v,ü )ãM , ii€(-l,l), 2.3.23

    de meio intervalo - que resultam CTI expansões do tipo:

    g(u)=A{v^)

  • 30

    A solução de problemas através do método aproximado

    Fçj, entretanto, requer apenas as relações de ortogonalida-

    de de intervalo completo, que é de aplicação muito simples

    em comparação âs de meio intervalo.

    Ortogonalidade e Normalização das Autofunçoes de In-

    tervalo Completo t

    Para este trabalho são suficientes as seguintes rela

    ções de ortogonalidade /2,7/:

    u

  • 2.4 - Solução Elementar da Equação de Transporte no Modelo

    de Dois Grupos

    Para este caso particular, considera-se o intervalo to

    tal de energia dividido em dois grupos ,

    A equação de transporte no modelo de dois grupos na for

    ma matricial pode ser obtida da equação (2.2.11), onde os pa-

    râmetros e o fluxo angular são considerados para G - 2, obten

    do-se um sist^a de duas equações integro-diferenciaia aco -

    piadas.

    Nesta equação o fluxo de cada grupo representa a inte

    gral do fluxo angular no intervalo de energia de cada grupo ,

    e as secções de choque de cada grupo representam as secçõas -

    de choque (dependentes da energia) ponderadas pelo fluxo angu

    lar no intervalo de energia de cada grupo , de acordo com de-

    finições ( 2.2.5) a (2,2.7).

    Escolhendo-se convenientemente os grupos de energia po-

    de-se ter sempre oi > az- Dividindo-se as duas equações por

    Oj , o que é equivalente a se considerar as duas equações es -

    cri tas em termos da variável adimensional x =» OjS (medida em

    livres caminhos médios dos nêufcrons do segundo grtipo de

    energia), denominada variável óptica.

    As duas equações são:

    V -A_4,^(x,y) + oi|,j(x,y)= qj3^/];4'j(x,li')dy'+q^2 /-l'í'2Í^^^'>^y'' 3x

    2,4,1

  • 32

    3x

    onde, a = o i / o¿ > 1 ,

    e, q^j = Oj^j/ 2a2 , i » 1,2 e j = 1,2

    2.4.2

    2.4.3

    2.4.4

    As duas equações (2.4,1) e (2.4.2) podem ser represen-

    tadas pela forma matricial:

    U — I (x,ii)+ EI(x,p) ^ Q I(x,y')dy' , 3x -1

    2.4.5

    onde foram definidas as novas matrizes:

    I(x,y) 4», (x,v)

    Jf^ (x,v)

    2.4.6

    o o

    o 1

    2.4.7

    Q

    '11 '̂ 12

    '21 ^22

    2.4.8

    Supondo-se que a matriz Q não seja diagonal ou trian-

    gular ^^\2'^2\ ^ ' define-se uma matriz:

  • 33

    2.4.9

    1 J

    Fazendo-se a transformação:

    I (x,u) = P"-̂ ^ (x,ii) 2.4.10

    substituindo-a na equação (2.4.5) e a seguir multiplicando-se

    cada termo pela matriz P , pela esquerda, obtêro-sej

    3x ^(x,u)+ l ^{yi,\y) = Ç j^^^(x,y')du' 2.4.11

    onde a matriz simétrica C é definida como sendo:

    C = P.Q.P -1 2.4.12

    O caso em que a matriz Q ê triangular pode ser resolvido

    pela teoria de um grupo de energia. O caso particular em que

    det.Q = O, foi resolvido por Siev/ert e Zv/eifel /40/.

    - Técnica de Expansão em Autofunçoes Singulares

    Propondo-se para a equação (2.4.11) uma solução do

    tipo /37/:

    (x,y) = F(v,n)exp(-x/v) 2.4.13

    onde, analogajnente ao efetuado para o modelo de um grupo, v

    f i M S T I T L M O C c F E 2 Q U S A S E .-v R::. í T ; C ' S E N U C L E A R E S ¡

  • 34

    representa os autovalores e F(v,u)representa, o vetor de au-

    tofunçoes ( ou autovetor).

    A expressão (2.4.13) substituída na equação (2.4.11 )

    fornece:

    [ V E - u l]F(v,y) = ^Ç??^'^) 2.4.14

    onde: I é a matriz unitária.

    M(v) = F(v,y')dy' 2.4.15

    Existem dois casos a se considerar:

    Caso 1 - V ¿ (-1,1)

    Para este caso o autovetor ê representado por:

    F(+ v,y) V D(v, + y)CM(v), 2.4.16

    onde definiu-se:

    D(v, + y) = [v 5 ; Vil]"''" 2. 4.17

    Substituindo-se a equação (2.4.16) na equação (2.4.15)

    resulta:

    ; I - V jl^ D(v,vi)dy Ç"]M(^) = O 2.4.18

    Considerando-se esta equação como duas equações linea-

    res acopladas para os elementos do vetor M(v), o autovalor -

  • deve satisfazer:

    35

    A(v) = det.A (v) = O, 2 .4 ,19

    onde define-se a matriz de dispersão como sendo:

    A(z) = I - z jl^ D(z,y)duÇ,

    que pode ser representada tamb&n por:

    A{z) = I + z jli^lVi) dp

    M- Z

    onde.

    E (p) o

    o 1

    2 . 4 , 2 0

    2 . 4 . 2 1

    0(p)=l, para p e ( - 1 / ^ , 1 /^) 2 .4 .22

    E(p)í=0, de outro modo.

    Nota-se na expressão ( 2 . 4 .20 ) que.

    A(-z) A (z)

    deduzindo-se, portanto, que:

    2 ,4 .23

    M(-z) = M(z) 2 .4 .24

    Siewert e Shieh / 3 9 / publicaram o numero e os tipos de

    raízes da função de dispersão; havendo a possibilidade de -

    existir um par de raízes (+v¡) ou dois pares de raízes (+ V j

    et Vi) reais e/ou imaginárias (possibilidade de duas raízes

    no infinito também). O número e tipo das raízes dependem de

    a e dos elementos da matriz C.

  • 36

    Essas raízes são denotadas , neste trabalho, por

    + V. , k = 1,2,..., K.

    Caso 2 - V€(-l,l)

    fi conveniente definir-se inicialmente:

    Região (T) v£(- l/o , l/a)

    Região @ * ve{-l,-l/a) U (l/o ,1)

    Foi verificado que os autovetores encontrados para

    este caso são:

    F^^^ ( v , y ) » r v K ( v , u ) + w ^ ^ N v ) 6 ( v , y ) ] C M y (V) , a=l,2 ; v e região(J) (1) (1)

    2.4.25

    F^^^ (v,u)»[vK(v,p)+(tí^^Nv) 6 ( v , y ) ] C M ^ ^ M v ) , V ¿ r e g i a o @ (2) (2)

    onde.

    2.4.26

    K(v,y) =• Py( ~ ^ )

    O V - U O

    Pv( )

    2.4.27

  • 37

    5 ( V , lí} =

    6 (av- m) O

    O 5(v- y) 2.4.28

    e ü ) ( v ) ê um parâmetro determinado pela inserção das equações

    (2.4.25) e (2.4.26) na equação (2.4.15), isto ê, da condição:

    det. r ^ (v) - u (v) il { V) 1 = O, A.4.29

    onde, X(v) = I -í- v Pv f-'", i|>(y)-^ ''-1 - u- V

    2.4.30

    A equação (2.4.29) fornece uma soíução ta (v) para

    V£ região (g) e duas soluções para ve re

  • 38

    os coeficientes de expansão em autofunçoes de Case, podendo

    ser determinados com a aplicação das condições de contorno

    específicas para cada problema considerado. Entretanto ,

    estes coeficientes não são necessários na solução de proble

    mas através do método aproximado F̂ ^ .

    Estes novos autovetores são expressos como sendos

    $1^^ (1I,U) 'll^^^V- vi")"*" ^ s í Í ^ ^ ^ Í " ^ ~

    Cj^Vl + Xai {v)6( V -y )

    2.4.32

    * 2 ^ ^ (v,y)' üv -y

    u C22VPvf A) - y

    + Xi2(v)6(ov- y )

    + X 2 1 (v)«( V -y ) .

    2 .4.33

    (v,y)

    ^12^

  • 39

    ou,

    X(Ç) = 1 - 2C^^ÇT( ^ ) - 2c22ÇtCÇ)+4Cc 'T(Ç )T(5|- ) , 2.4,37

    para Ç = vc região ( 2 )

    f ( Ç ) = C 2 2 - 2 C C T ( ^ ) , para ^ =' ± on vt região (2), 1,4.38

    e X^j(C), i,j = 1,2 são os elementos de XÎÇ), utilizados pa

    ra Ç = ve região (ï) .

    Nestas expressões as abreviações C = det, C e

    T(Ç) « arctanh U ) foram introduzidas.

    Dma propriedade imediata para os autovetores, conforme

    expressão (2.4,32) a (2.4.35) é:

    iK," V) =

  • (2.4.31) forma um conjunto completo de autofunçoes /40/.

    Similarmente ao modelo de im grupo; a solução de pro-

    blemas através do método aproximado no modelo de dois

    grupos, requer apenas as relações de ortogonalidade de in -

    tervalo completo.

    - Ortogonalidade e Normalização dos Autovetores de

    Intervalo Completo

    Os autovetores ̂ ''"Nv,v) , a = 1,2, embora mais conci-

    sos que os autovetores F^^Nv,v) , não são ortogonais para

    V «a v'. Entretanto, como foi discutido por Siewert e Zwei-

    fel/40/, utiliza-se vetores adjuntos convenientes,assim:

    /-l-^-^k'"^í ^i^k'^^^*^^ ° - N^^k^' ^ 1,2,..., K 2.4.40

    B = 1,2; v,v'e região (l)

    2.4.41

    jl^X^^^ (v',y)^^2) (v,M)ydM = N^^^ (v)6(v- V ' ) ;

    v,v'c. região (?) 2,4.42

    onde,

    X(i Vĵ ,|i) = $ ( + Vjç,y) 2,4.43

    x{^'(v',u)=N22(v')${^^ (v',y)-N^2 $j^Nv',y) 2.4.44

    X^^^(v',u)= N^j^(v')$^^Nv,u)-N23^(V) ${^^(v',ii)

    2.4.45

  • 41

    2.4.46

    também, os fatores de ortogonalidade são os seguintes

    Nj^^(v) = 1 - 4QjL3^VT(ov)+4v2[c3^^T* (av)+ C i 2 ° 2 l ' ^ ' ^

    2.4.47

    - 2 V T ( V ) + IT^V^C^j^j^ + ° 2 2 ^ ^ ' ^ ^ ' 2.4.48

    N22(v) = 1-4C22''^^^^ 4v*fc^2^^í^i+ ''l2'^21^^ ̂ ^"^ ̂

    + ^'vMc22 + 0^2^21^ ' 2.4.49

    0V, 1 .^2

    av.

    v2 p V- , ^ \ 2.4.50

    N^^'(v) >= VA ' ^ ( V ) A " ( V ) , ve r e g i ã o © . 2.4.51

    N^^Nv) « VA " ^ (V ) A " (V) , ve r e g i ã o @ , 2.4.52

    Óhde^ A-(v) denota os valores dos cortes dos ramos de A(z)

    guando este tende pelo semiplano superior (+) ou inferior(-)

    em relação ao eixo real.

    Das expressões (2.4.47) a (2.4.49) verifica-se a se-

    guinte propriedade imediata:

  • 42

    N^j(v) = N^^ (-V), i = 1,2 e j = 1,2, ve regiio ® 2.4.53

    Das expressões (2.4.50) a (2.4.52) tem-se que:

    N ( - 0 = - N(C), ^'^'^^

    para qualquer autovalor Ç

  • 43

    3. FUNDAMENTOS DA TEORIA DO MÉTODO F̂ ^

    O método F^, como citado no Capítulo 1, foi recentemen

    te introduzido por Siewert e Benoist /37/ para resolver apro

    ximadamente problemas da teoria de transporte,

    Primeircimente, o método foi aplicado aos problemas pa-

    drões nos modelos simples tais como, problemas de semi-espa-

    ço de meios homogéneos na teoria de um grupo com espalhamen-

    to isotrópico, e problemas de placa plana no mesmo modelo.

    Mais recentemente, o método foi aplicado a problemas -

    de multi-regiões /35/,

    Nestes problemas foram mostrados os seguintes méritos

    do método F„ : N

    1. Análise básica e estabelecimento das equações funda

    mentais, são simples era comparação com a teoria de

    difusão e o método aproximado P^, especialmente, pa

    ra os problemas de multi-regiões /3 5/.

    2. cálculos necessários para se resolver as equações -

    finais, são muito menores do que se precisa para a

    solução exata e, são comparáveis aos dos outros mé-

    todos aproximados.

    3. Pode-se ter boa precisão numérica com relativamente

    baixa ordem de aproximação, por exemplos 3 a 4 dígi

    gitos com aproximação de ordem 5,

  • 44

    O método F„ esta ainda em fase de desenvolvimento e N

    as pesquisas vim sendo feitas em varios aspectos tais como:

    aplicação do método a problemas com meio multiplicador, ex-

    tensão do método para outras geometrias, e desenvolvimento

    da teoria do F„ no modelo de dois grupos. N

    Neste trabalho serão abordados dois desses problemas:

    aplicação do F̂ ^ para o problema de criticalidade em geome -

    tria plana usando-se modelo de um grupo, e desenvolvimento

    da teoria do F̂ ^ e a sua aplicação a problemas padrões no mo

    delo de dois grupos em geometria plana. O desenvolvimento

    do método F̂ ^ no modelo de dois grupos será considerado no

    Capitulo 4.

    Basicamente, o método F̂ ^ consiste das seguintes fases:

    1. A solução da equação de transporte é escrita pela

    expansão em autofunçoes singulares, isto é, a solu

    ção de Case.

    2. üm sistema de equações integrais, exatas, acopla -

    das é derivado, usando-se as propriedades das auto

    funções para os fluxos angulares nas interfaces.

    3. Os fluxos angulares nas interfaces são aproximados

    por expansões polinomiais , com os coeficientes ar

    bitrãrios.

    4. Substituindo-se estas expansões no sistema de equa

    ções exatas, citado na fase 2, é deduzido um siste

    ma de equações lineares algébricas para os coefi -

    cientes das equações da fase 3.

  • 45

    5. Este sistema de equações é resolvido por um método

    padrão.

    Neste Capitulo, o método básico de aproximação F̂ ^ é

    apresentado considerando-se dois problemas simples, no mode

    lo de um grupo.

    O primeiro problema consiste basicamente, em se deter

    minar o fluxo refletido na interface situada em x = -a^ e

    o fluxo transmitido na salda situada â direita ( x = â ^ ) ,

    sob as seguintes condições físicas impostas.

    - Fluxo incidente em x = - â ,̂ do tipo:

    ,y ) = ,ye(0,l), 3 = 0,1,2,... 3.1

    - Inexistência de fluxo incidente em. x = â ^ .

    r\> (o. ,- y) = 0 , ye{íQ,l) 3.2

    A equação de transporte homogênea (2.3,5) juntamente

    com a respectiva soluçãç geral (2.3.22) são reescritas, a

    seguir, para a região - «ĵ £ x £ Oj^ .

    3 c ^ y- tp(x,y)+ \f»(x,y)= - / ,t|;(x,y ' )dy ', xe(-a, ,a,) 3.3 3x 2

    i(>(x,y)= A(vQ)())(v^,y)exp(-x/v^)+ A(-v^)

  • 46

    Na expressão (3.4), para x = + â ,̂ tem-se:

    \}j(+ aj^,ii)=A(v^)(t. (vQ,vi)exp(Í a-^/\>^)-i-A{-v^,\i)exp{+ a^/v^) +

    ^ A(v)(l) (v,y)exp(- a^/ v)dv, vie(~l,l) 3.5

    Nota-se que estas expressões representam duas expan-

    sões típicas de intervalo completo em termos das autofun -

    ções de Case. Pode-se aplicar, então, as relações de ortogo

    nalidade de intervalo completo ( 2.3.25) a (2.3.27), isto e,

    multiplicando-se a expressão (3.5) por y

  • 4 7

    f'̂ V= Piit(-Ç,p)M%y, ÇeP, 3 . 1 0 J o

    py*(Ç,v)^( a,,y)du+g^(Ç) Í̂ y(|) (-Ç ,P )'l» (-«i,-P ) clu =

    = F^iO j\v^il,v)\i^àv, ÇeP , 3 . 1 1

    N o t a - s e q u e e s t a s e q u a ç õ e s r e p r e s e n t a m o s i s t e m a d e e q u a

    ç õ e s i n t e g r a i s a c o p l a d a s e x a t a s p a r a o s f l u x o s d a s i n t e r f a c e s .

    N a a p r o x i m a ç ã o F^^, p r o p õ e - s e a s u b s t i t u i ç ã o d o s f l u x o s

    a n g u l a r e s n a s i n t e r f a c e s p e l a s e x p a n s õ e s em s é r i e d o s s e g u i n -

    t e s t i p o s .

    N

    ,j>(-a,,-y) = d^ y*̂ , pe(0,l) , 3 . 1 2 -'• a

    a = 0 V

    4;(a,,y) = E , V e ( 0 , 1 ) , 3 . 1 3

    a«= o

    o n d e N é a o r d e m d e e x p a n s ã o d o s p o l i n o m i o s , o u s e j a , a s é -

    r i e é t r u n c a d a n o t e r m o d e o r d e m ( N + 1 ) .

    D e s d o b r a n c l o - s e c a d a i n t e g r a l d a s e q u a ç õ e s (3.8) e (3.9)

    em o u t r a s d u a s com l i m i t e s d e d e f i n i ç ã o p a r a a v a r i á v e l u e n -

    t r e ( - 1 , 0 ) e ( 0 , 1 ) , e f e t u a n d o - s e a l g u m a s m a n i p u l a ç õ e s a l g é -

    b r i c a s n a s i n t e g r a i s com l i m i t e s ( - 1 , 0 ) d e modo q u e e s t a s f_i

    quem d e f i n i d a s e n t r e o s l i m i t e s ( 0 , 1 ) , f a z e n d o - s e u s o d a p r o -

    p r i e d a d e ( 2 . 3 . 2 1 ) e f i n a l m e n t e a p l i c a n d o - s e a s c o n d i ç õ e s d e

    f r o n t e i r a ( 3 . 1 ) e ( 3 . 2 ) , o b t é m - s e a s s e g u i n t e s e q u a ç õ e s e x p r è s

    s a s numa f o r m a m a i s c o n v e n i e n t e .

  • 4 8

    Substituindo-se (3.12) e (3.13) nas equações (3.10) e

    (3.11) e invertendo-se a ordem das somatórias com as integrais

    obtém-se as seguintes equações:

    R d^ fí;*(Ç,y)y°'"*"% + E, (Ç) ? d^ ({. (-Ç ,y)y°'"*"̂ dM a=o ^ ° 1 a=o " o

    =/o (-Ç,y)y^'"^dy, Ç eP ^'^^

    ? df fí;(S>(Ç,Y)y°'"*'̂ dy + E , (Ç) E d^ P * ( - Ç , Y ) y^^^^dy = a=o « ^ a=o " Jo

    = E ^ ( Ç )

  • 49

    A (O = 1 - Ç îln (1 Î3.20) o

    Substltuindo-ae estas funções (3.18) a (3.21), nas

    equações (3.14) e (3.15) , tem-se:

    N ^

    N E

    B^(CJ+ ^^iVãl \iV] = Ag(Ç), ÇeP, (3.22)

    B (Ç)+ E, (Ç)d^ A (Ç)]= E, (Ç)B^(Ç), ÇeP (3.23) a a i a a - ' x p

    Nota-se que os coeficientes d^ e d^ constituem 2(N+1) ^ • a a

    valores desconhecidos (incógnitas) que devem ser determina-

    das para os cálculos dos fluxos . Logo, há necessidade em se

    considerar 2(N+1) equações para a solução do sistema linear-

    mente independente, o que pode ser feito selecionando-se

    (N+1) valores de Ç, ou seja, Çj , j = 0,1,...,N.

    O esquema adotado para a seleção dos autovalores Ç^ -

    exerce influencia na precisão dos resultados, urna vez que o

    método é um método aproximado.

    O esquema de seleção adotado neste trabalho é o mesmo

    esquema ótimo estabelecido por P. Grandjean e C E . Sie -

    wert /14/, após alguns resultados preliminares, que consis-

    te no seguinte: ÇQ= ,Çĵ =» O e os restantes autovalores -

    selecionados no intervalo (0,1), igualmente espaçados entre

  • 50

    si, ou seja:

    f =, 3 " 1 , j » 2,3,..., N 3.24 3 N - 1

    Dessa forma âas equações (3.22) e (3.23), obtêm - se

    o seguinte sistema com 2(K+1) equações a 2 (N+1) incógni-

    tas:

    N 1 ..2 l

    a^o

    3.25

    ^ ^ 2 l K Ba^^jí-^ ^ 1 ^ ^ ) ^ Ei(?j)B0ÍÇj), 3.26 a=o

    onde, Ç^cP, j = 0,1,2,,..,N

    Este sistema de equações ê resolvido, determinando-

    1 2

    se assim os coeficientes d^ e d^ , que det®rminam, por sua

    vez, os polinomios que representam os fluxos !íi(-aĵ -p) e

    t|;(aĵ ,M), respectivamente ( os polinomios são apenas funções

    aproximadas que representam os fluxos ^xatos, pois a sê -

    rie foi truncada no termo de o r d ^ N + 1 ).

    Estes fluxos possibilitam a computação do albedo /IO/

    na interface , definido como sendo a razão entre corren-

    te refletida de neutrons e corrente de neutrons que incide

    na interface , isto ê:

    M^i) (-a^,-y)dvi

    /Jy^(-a,,M)dy « ^

    N d ̂ •= (e+2) S — 3 .27

    ^-se ainda calcular o fator de transmissão / 8 /

  • 51

    na interface a^, definido como sendo a razão entre a corren

    te de neutrons que sai pela corrente d e neutrons que entra,

    ou seja:

    ñ Ut | . { a j , p ) d M N d^

    « (3+2) i . " 3 . 2 8

    y^yt^(-a^,Vi)dy a -o a + 2

    Como citado anteriormente, a solução do método foi

    considerada apenas nas interfaces do meio. Entretanto, é

    possível determinar-se o comportamento da função íp(x,u) pa-

    ra qualquer ponto no interior do meio através do conhecimen

    to do fluxo em uma das interfaces, isto ê, ú> (ai,\i) ou

    t(-aj^,vi).

    De fato, os coeficientes da expansão podem ser deter-

    minados por meio da aplicação das relações de ortogonalida-

    de (2.3.25) a (2.3.27). Como isto já foi efetuado na deriva

    ção das expressões (3.6) e (3.7), obtém-se das mesmas as

    seguintes expressões:

    A(-|) « N"'^(-Ç)exp {t a^/O ¡I y*(-C,u)'í'{+a^,u)dp, ÇeP

    3.29

    -1 -

    A( Ç) = N (+Ç)exp(+ttj/Ç) /_3^M^(Ç,y)!Í»(-5- aĵ ,vi)dy , ÇeP

    3.30

    onde as funções N(- Ç) são dadas por (2.3,28) e (2.3.29).

    As autofunçoes são conhecidas, conforme (2.3.15) e

    (2.3.17). Portanto a solução geral para o interior do meio.

    I N S T I T U T O U L P E G O U S A S & P G.É l ;C - S E N U C L E A R E S ,1

  • 52

    de acordo com (2.3.22), ê determinada pela expressãos

    \|;(x,u) = A(v^) (f) (v^,y)exp(-x/v^)+â(-VQf(-v.^,fj)exp(+x/v^_) +

    + 1^ A(v)*(v,y)exp(-x/v)dv 3.31

    Para o segundo problema considera-se um sistema tipo

    placa constituída de um material homogêneo e multiplicador -

    (c > 1). O problema em questão consiste em se detemünar o

    valor de â ^ para que o sistema seja crítico (meia espessura

    crítica da placa ctĵ )̂ , e os fluxos de niutrons qtie saem pe-

    las interfaces.

    As novas condições físicas sioí

    - Inexistencia de fluxos incidentes era x = - â ^

    i|)í- a,, + y)= O , ye(0,l) 3,32

    - Simetria em relação ao plano x = O, pois o material

    da placa ê homogêneo.

    «í»(x,y) =ij>(-x,-p) , ye (-1,1) 3.33

    Portanto, da condição (3,33) , tem-se que os fluxos •

    nas interfaces e -a^^, dados pelas expressões (3.12) e

    (3.13) respectivamente, devem ser iguais. Disto resulta;

    » d^ = d^ , a « 0,1,..., N , 3,34

    reduzindo assim, o número de coeficientes ã metade.

  • 53

    Logo , aplicando-se as duas condições físicas,(3.32)

    e ( 3 . 3 3 ) , diretamente em uma das equações (3.25) ou ( 3 . 2 6 ) ,

    obtém-se o seguinte sistema homogêneo de equações lineares

    algébricas:

    N

    « a s o

    B^(Çj)+E^(Ç^)A^j^(Çj)J= O, ÇjeP,j = 0,1,...,N 3 . 3 5

    Este sistema possui (N+1) equações e (N+1) coeficien-

    tes d a serem determinados, além de a,, ou seja, o núme-

    ct J

    ro de incógnitas excede o número de equações de uma unidade.

    Logo, o sistema é indeterminado.

    Entretanto, deseja-se encontrar uma solução não tri -

    vial para o fluxo, o que implica que os coeficientes não po

    dem ser todos nulos para um determinado valor de meia espes

    sura crítica ct^ = â ^̂ .

    Para a solução não trivial, é necessário que o deter-

    minante da matriz desses coeficientes seja nulo.

    Esta condição possibilita a determinação de â ^̂ , En-

    tretanto, este procedimento não ê conveniente na pratica ,

    pois os cálculos envolvidos são, de modo geral, muito traba

    Ihósos, Dessa forma, prefere-se empregar outro procedimento,

    que, ê descrito a seguir.

    Primeiramente, notarse que a magnitude da solução (flu

    xo) para o reator depende da sua potência de operação, o que

    introduz um grau de liberdade no sistema. Portanto, pode- se

    normalizar arbitrariamente um dos coeficientes.

  • 54

    N r 1 r 1

    Ç^eP,j « 1,2,...,N

    3.36

    N E d.

    a = o = O 3.37

    ©a equação (3.37) explicita-se otĵ , resultando na seguin

    te expressão:

    a. In

    N

    (gas o d B !v ) a a o

    N E d A (v^ ) _ a a o

    3.38

    V

    «1

    N

    ( i T Í)alo ^a^^^

    1 ~ E d„ A„ ( v„)

    a—o

    3.39

    Como c > 1, decorre que o autovalor ê imaginário ,

    portanto,

    3.40

    que introduzido- na expressão (3.39) e após algumas passagens

    algébricas chega-se, finalmente, à seguinte expressão:

    r ; N E T I T U P E S O U E"S E \ E P

    I P P M É S E N U C L E A R E S

  • ° 1 ir V

    N T ã B (v )

    > _ a a o . 0 ,

    N

    a=o

    3.41

    üm processo iterativo entre o sistema de equações

    (3.36) e é efetuado, então, para a determinação da meia

    espessura crítica â ^̂ .

  • 56

    4. DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DO MËTODO F̂ ^ PARA O MODELO DE

    DOIS GRUPOS

    Como citado anteriormente, o método F̂ ^ ainda está em

    fase de desenvolvimento e a teoria deste método para o mo-

    delo de dois grupos é um dos campos em aberto para pesqui-

    sa.

    Neste Capítulo a teoria básica do método F^ no mode-

    lo de dois grupos é desenvolvida.

    Os conceitos básicos da teoria para o modelo de dois

    grupos são semelhantes àqueles estabelecidos no modelo de

    um grupo. Entretanto, no modelo de dois grupos, a complexl

    dade é maior, devido aos seguintes motivos:

    1. Os fluxos das interfaces são vetores logo hã um

    maior número de incógnitas para uma dada ordem de aproxima

    ção, o que implica na seleção de maior quantidade de auto-

    valores Çj .

    2. O critério de seleção dos autovalores Ç^ ê mais

    complicado do que aquele para o modelo de um grupo, deven-

    do-se distinguir dois intervalos (O, l/o) e (l/o,l), para

    a escolha dos autovalores.

    3. Como mostrado no Capítulo 3, para o modelo de um

    grupo, obtém-se um sistema de equações lineares algébricas,

    cujos coeficientes são funções de Ç^, nas quais estão con-

    tidas as expressões logarítmicas de.A^{Çj)e B^ÍÇ^). As fun

  • 57

    ções A^(C) e B^(Ç) são contínuas em todo o intervalo Çe(0,l).

    Analogamente, no modelo de dois grupos, chega-se tam -

    bem a equações lineares algébricas, cujos coeficientes são

    funções de Ç, nas quais estão contidos termos logarítmicos .

    A partir dessas equações um sistema de equações lineares al-

    gébricas ê montado, escolhendo-se autovalores no interva

    lo (0,1) ( além dos autovalores discretos). Entretanto, es -

    tas funções são expressas por formas analíticas diferentes

    para os intervalos (O, l/o ) e (l/o, 1) , salientando-se que

    são descontínuas para Ç = l/o . Além disso, algumas das fun-

    ções referentes ao intervalo (l/o ,1) tornam-se singulares -

    no limite de ç l/o , pela direita. Logo, neste intervalo,

    (l/o ,1) , o autovalor Ç --l/o e os que lhe sejam muito prõ -

    ximos devem ser excluídos da seleção.

    A seguir um problema simples é considerado, através do

    qual a teoria do método Fj^ no modelo de dois grupos de ener-

    gia é desenvolvida.

    Para isto, o sistema dado no segundo problema do Capí -

    tulo 3, é considerado novamente neste Capítulo, ou seja, de -

    terminação da meia espessura crítica â ^̂ de uma placa plana

    infinita constituída de um material homogêneo e multiplicador.

    Considera-se que as propriedades físicas desse material

    sejam dadas e que o mesmo preencha a região-a^ £ x £ .

    A equação de transporte no modelo de dois grupos(2.4.11)

    ê reescrita como sendo:

  • 58

    3 X

    para - O j £ x £ .

    As condições físicas que a solução I(x,vi)= P ^]j;(X,M)

    deve obedecer são:

    - Inexistência de fluxo incidente em x = + a^.

    - Simetria era relação ao plano x ° O, pois o material

    da placa é homogêneo.

    $(x,u) = 4;(-x,-y), ye(-l,l), 4.3

    logo, fiO.M) (0,-y), ye(-l,l) 4,4

    Tendó-se em vista a condição de simetria, pode-se con

    siderar apenas o semi-espaço x > O para se encontrar a so

    luçâo do problema.

    A solução geral dada por (2.4.31) ê escrita novamente

    para a placa:

    K t (X,p) E [A ( ) $ (Vj^, y) exp (-x/Vj^) +A (-Vj^) * (-Vj^,y) exp (x/v^)] +

    + / ^ [ A { ^ ^ (V)^{^^ (v,y)+ A ] ^ ^ (v)$j^^ (v,y)]exp(-x/v)dv +

    J ^ À ^ 2 ^ (v)$^2Mv,y)exp(-x/v)dv, ye(-l,l) 4.5

    Incorporando-se a condição de simetria (4.4) na

  • 59

    expressão (4.5) para x = 0^e utilizando-se a propriedade pa

    ra autofunçoes (2.4.39), tem-sej

    K l/o r [A(Vj^)$(v,^,y)-9-A(-Vjç)$(-v^,v)]+|Q '^[A^^Nv)$|^^ (v,y) + = 1 1

    K ^ , íl/o

    k

    + /^^""[A}^^ (-v,y)+A^^^ {-vy^^^^ (-v,ii)]dv +

    + li, A^^^ ( v ) t ^ ^ ^ ( v , y ) d v +

    1 K + ( - v ) $ ^ ^ ^ ( - v , v ) d v=^E ^ f A ( V j^)n - V j ç » y í + A ( - v ^ ) M V j^,u)] +

    + J ^ ^ ^ [ A | ^ ^ ( v ) ^ | ^ ^ (- v,v) + A ^ ^ ^ (V) ^ ( - v , p ) 1 dv +

    -•o

    + A^^^ (v)̂ ^̂ (-v,M)dv+ í}yh^^U'V)^^^Uv»v)àv, ye(-l,l) •'l/o "

    4.6

    Aplicando-se as relações de ortogonalidade de interva-

    lo completo , (2.4.40) a (2.4,42), na equação (4.6) , ou se-

    ja , multiplicando-se cada termo por yX(Ç ,y) ou yX(-f,u) pa-

    ra Ç « Vj, ou ve(0,l), e integrando-se sobre ue(-l,l), ob -

    têm-seI

    A(Ç) = A(-Ç), Ç = ou ve(0,l) 4,7

    Portanto, aplicando-se a expressão (4,7) na solução da

    da pela expressão (4,5), obtêm-se para x =» ,

  • 60

    4»(a,,M) » E A(Vj^) [MVj^,y)exp(-ayvj,)H(-Vj^,y)exp(a,/Vj,),] + k=l

    -¥ A^^Nv) [$^^Nv,y)exp(~ax/v)+^^^M-v,y)exp(ai/v)ldv +

    1/a

    l/o

    + J A{^NV)[(|»|^^ (v,y)exp(-aj/v) + (-v,y)exp(oi/v)ldv +

    + |^'^'^AJ^Nv)f¿^^^ {v,y)exp(-aj/v) + ^^^N-v,y)exp(a/v)}dv o

    4.8

    A meia espessura crítica a^^ é agora procurada através

    do método .

    Aplicando-se as relações de ortogonalidade de interva-

    lo completo (2.4.40) a (2.4.42) na equação (4.8) , obtém -se*.

    j[^yX(Ç,y)|{»(a, ,y)dy =» A(Ç) N (O exp {-a,/Ç) , 4.9

    j^yX(-Ç,y)4í (ax/y) dy •= A(-Ç)N (-Ç)exp(aa/Ç) , 4.10

    onde os símbolos X(Ç,y), A(Ç) e N(Ç) representam generaliza

    ções dos autovetores, coeficientes de expansão e fatores de

    normalização, respectivamente, daqueles representados para

    Ç = , C = ve(0,l/o)e Ç = V€(l/o,l).

    Como A(Ç) = A(-Ç) , conforme (4.7) , e N(-Ç) = -N(Ç) ,

    conforme (2.4.54), das equações (4.9) e (4.10) obtém-se:

  • 61

    j];ĵ yX(Ç,M)]||(ai ,y)dv + E^iO J^j^yX (-Ç ,y) (ai ,y) dy = O, 4.11

    onde novamente , E^^ÍÇ) exp(-2ai/Ç).

    Desdobrando-se cada integral em duas cora intervalo de

    integração para y igual a (0,1) , e incorporando-se a condi-

    ção física (4.2) chega-se às seguintes equações para C ^'j^,

    Ç = ve(0,l/a) e Ç= ve(l/o,l).

    j¿ pX(v,^,y)$(ai,y)dy + E^ív,,) J¿MX(-Vj^,y))j|(a, ,y)dy = ©

    4.12

    {\),M)^(a ,y)dy+ E, (v) í^yx;^'(-v,y)(j;(oi ,y)dy=0,a= 1,2

    4.13

    JJyX^2Nv,u)$(a» ,v)dy + Ej^ (v)/^yX^^N-v,y)iji (oj ,y)dii = O

    4.14

    fi conveniente exprimir-se as equações (4.12) a (4.14)

    em termos dos autovetores MÇ,y) em todo o desenvolvimento

    que segue. Para isto , substitui-se nessas equações as

    expressões dos autovetores ortogonais (2.4,43) a (2.4.46) ,

    qua gãô escritas a seguir:

    X(+ v^,y) = $ ( + Vj^,y) 4.15

    x|^Mv,y) = N3^(v)|j|^^ (v,y) - Nj2^^^*2^^ ^'^^

    X^^>(v,y)=N^^(v)$^l>(v,y) - (v) ̂ ^«^^ (v ,y) 4.17

  • 62

    4.18

    Dessa maneira, substituindo-se (4.16) e (4.17) nas equa

    ções dadas por (4.13) para a = 1 e a = 2 respectivamente, ob-

    tém-se:

    N 2 2 ( v ) [ J ^ (u,y)tí;(a, , y )ày+E^(v )J"Jy N - v , y ) $ ( a í , y)dy]-

    -^12^"^^ jjOHt'^ ( v , y ) H a i , y)dM+E^ ( v ) j^4>2^^ (-v,ij)i)j(ai ,y)dyj= O,

    ve(0, 1/0) 4.19

    -N2j^{v) tjo^í{^' ( v , i i ) t ( a i , y ) d y+E^ ( v ) j ^ y $ | ^ ^ {-v,M)f{(x^ , y ) à y ] +

    +Nj^j^(v)y^ $2^^ (v,y)!j|(ai ,u )dy+Ej^(v)jJy$^^^ (-v,y)|^(oti , y ) d y j=0,

    v e(0 , l / a ) 4.20

    Nota-se que estas duas expressões podem ser representa

    das na seguinte forma matricial;

    -»21 (v) Hĵ iCv)

    flvl[^^ ( v , p ) $ { i i , ,ii)dM+E (̂v)/Jy^}^^ (-v,p)|í;(a, ,u)dy

    IIH2^^ (v ,p )$(a i ,u )dv+Ei (v>/Jy$í^' {-v ,v) J í a » ,v)dy

    0

    4.21

  • 63

    O determinante da matriz que contém os elementos

    Nj^j(v), 1= l,2,j=l,2, de modo geral, não é nulo. Logo -

    segue que:

    io^ía^^ (v,ii)|i|(aa ,y) du+E^ (v)J¿y$¿-^' (-v,y)j||(aí ,n) dy«0 ,a=l ,2 1 .1(1)

    4.22

    Esta expressão representa as duas equações válidas pa

    ra Ç =ve{0,l/a).

    De forma análoga, substituindo-se (4.15) e (4.18) nas

    equações (4.12) e (4.14), respectivamente, obtéra-se:

    /¿yf (Vj^,íi)ij;(a, ,y)dy+Ej, (Vjç)/^y$(-v^,y)i(»(aí ,y)dy = O 4.23

    J^y$^^Nv,y)ij|(ai,y)dy+Ej^(v)j¿$^^N-v,y)t(oij,y)dy = O 4.24 11(2)

    Estas equações são válidas para Ç = Vj^ e Ç=ve{l/o,l )

    respectivamente.

    As equações (4.22) a (4,24) constituem as equações bá-

    sicas do método F̂ î desenvolvido para o modelo de dois grupos.

    A seguir, é proposto neste modelo, representar-se apro-

    ximadamente, o fluxo angular na interface O j v c o m o sendo:

    I(ai,y) = Z D.y^ , i=o~^

    onde.

    5i=

    4.25

    4.26

  • 64

    1 2 ~ sendo d^ e d^ os coeficientes da expansão nos grupos 1 e 2,

    respectivamente,

    Tem-se de ( 2 . 4 . 1 0 ) que ^{ai,]i) ~ P I ( a i , y ) , ou seja:

    N

    t|>(ai ,y) = P £ D.y-~ 1=0""̂

    4 . 2 7

    A expressão ( 4 . 2 7 ) ê substituída nas equações ( 4 . 2 2 ) a

    ( 4 . 2 4 ) , das quais , após algumas manipulações algébricas^re

    sultam as seguintes equações:

    N -

    1=0" ~ 1=0 5i ° ' 4 . 2 8

    N " ( 1 ) " ~ ( 1 )

    Z B¡^1 (V)P + E,(V) I A;^'(V)P D^» O, 4 . 2 9

    Z B)^^ (V)P + E,(V) Z A}^'(V)P i=o"^ ~ ^ 1=0"

    5i" °' 4 . 3 0

    onde foram introduzidas as seguintes definições;

    A^(ÇJ 1 fl i + 1 ^ , V J

    = V $(-Ç,y)dy 4 . 3 1

    BJ(Ç)

    BJ(0

    4 . 3 2

    Para i = O, A (Ç) e B (Ç) são calculadas diretamente

  • 65

    efetuando-se as integrais nas definições (4.31) e (4.32) res

    pectivamente. Para i > 1, A^(Ç) e Bj^(Ç) são obtidas através

    de A^_i(Ç) e B^_j^(Ç) .

    Esses cálculos são efetuados, considerando-se os dois

    grupos de energia e as três regiões possíveis para a seleção

    dos autovalores, Ç =Vj, , Ç = ve(0,l/a)e Ç « VE(1/0,1). AS ex

    pressões resultantes possuem estruturas analíticas diferen -

    tes , de modo geral, üm formulário completo das expressões fi

    nais é fornecido no Apêndice A.

    As equações (4.28) a (4.30) podem ser representadas nu

    ma forma genérica através da seguinte equação:

    r N - N - 1 Z B. (Ç) P E. (Ç) E A. (Ç)P D.= O 4.33

    i=o - 1 - 1 i^o"^ " -^"^

    Efetuando-se o produto matricial de cada termo -

    A^(Ç)P e Aj^(Ç)P , obtém-se o seguinte tipo de equação

    linear algébricas

    N N r p E \b} (Ç) + E, (Ç) Aj(Ç)]d^ + l [BJ(Ç)+E, (Ç)Aj(C)ldJ = O

    1=0 ^ í •> 1. ^^Q- X i 1 J 1

    4.34

    onde,

    P =V^21/ ' , 4.35 '12

    eonforme definição de P era (2.4.9).

  • 66

    Nota-se na equação (4.34) que existem 2(N+1) coefi-

    cientes di a serem determinados ( o dobro do número de coe

    ficientes considerados no modelo de um grupo para o mesmo

    reator), que juntamente com ai(implícita na exponencial )

    formam 2(N+1)+1 incógnitas.

    O processo nvimêrico de solução ê totalmente análogo -

    ao considerado para o modelo de um grupo,no Capítulo 3, ou

    seja, consideram'^se 2(N+1) equações selecionando-se 2(N+1 )

    autovalores , desmembra-se a primeira equação , da qual

    explicita-se ai e em seguida efetua-se uma iteração entre ô ,

    e o sistema de equações remanescente» determinando-se, assim

    O nú@ero e os valores dos autovalrea selecionados nos

    intervalos (O,l/o) e (l/o, 1) são arbitrários. Entretanto ,

    emalogcunente ao modelo de \an grupo, o critério de escolha -

    exerce influência sobre os resultados numéricos obtidos. Al-

    gumas opções de escolha sao discutidas na secção de resulta-

    dos numéricos do modelo de dois grupos, no Capítulo 7.

    Em princípio, os números de autovalores escolhidos nos

    intervalos (O, l/o) e (l/a,l) satisfazem a seguinte relação

    de igualdade:

    Numero de equações = 2(N+i) = K + 2mj + m2 4.36

    onde,

    K = número de autovalores discretos ( 1 ou 2) (que de-

    vem ser considerados com primazia sobre os autova-

    lores contínuos);

  • 67

    = número arbitrário de autovalores selecionados no

    intervalo (0,l/o);

    TOj = número arbitrário de autovalores selecionados no

    intervalo (l/a,l).

    O número m^ aparece duplicado em (4.36) devido a

    existência de duas equações distintas para um mesmo autova-

    lor selecionado no intervalo (O, l/a).

  • 68

    5. O PROBLEMA DE CRITICALIDADE PARA SISTEMAS COM TRÊS REGIÕES

    NO MODELO DE UM GRUPO

    O objetivo deste Capítulo ê aplicar o método aproximado

    Fjj, no modelo de um grupo, para a solução do problema de cri

    ticalldade do sistema tipo placa plana, composto por três re

    gioes distintas: um cerne multiplicador, um "blanket" e um

    refletor.

    Dois casos distintos foram considerados para este proble

    ma no que concerne âs dimensões da região refletora. Os ca-

    sos considerados são:

    1) A espessura do refletor é finita.

    2) A espessura do refletor é infinita.

    A formulação matemática do problema é elaborada inicial-

    mente para o primeiro caso, uma vez que a segunda configura-

    ção é um caso particular, podendo ser derivado do primeiro

    fazendo-se, no limite, a espessura do refletor tender ao in-

    finito.

    5.1 - Sistema Crítico ccxn Refletor Finito

    éòrisidera-se aqui o sistema constituído de uma placa de

    material multiplicador (meio 1, ĉ ^ > 1) ocupando a r e -

    gião - ài < x< Oi , um "blanket" de espessura oa( meio 2 ,

    Cj < 1 ) ocupando a região a» £ |x |< (3 e um material refle-

    tor de espessura a, (meio 3, C3 < 1 ) ocupando a região

  • 69

    B £ ! X i £ Y, confonne mostra a Figura 5.1.1, sendo os

    tris materiais homogêneos.

    O problema em questão consiste em se determinar o va-

    lor da meia espessura da placa multiplicadora para que exis

    ta \ima solução estacionária não trivial, ou seja, deseja-

    se, determinar o valor de a,, para o qual o sistema seja

    crítico.

    A equação de transporte (2.3.5) é reescrita para os

    tris meios como sendo:

    ^ (x,ii)+ ij;, (x,y) = — i l . (x,yMdii' , 5.1.1 3x . 2 * -1

    onde:

    2. = 1 , -CXj < X <

    i = 2, a j < x < B

    I , = 3 , P < x < Y

    As condições físicas que a solução ij/̂^ (x ,y) deve obede-

    cer são:

    - Condição de simetria em relação ao plano x " O

    i|;̂ (x,y) = (|;ĵ (-x,-y) , ye(-l,l) 5.1.2

    Portanto, pode-se considerar apenas o semi-espaço

    X >^ O para se encontrar a solução do problema. Em x = O,

    de (5.1.2), tem-se que:

  • 70

    (T) M e i o m u l t i j í l i e s d o r

    0 " e i o n f e e í "

    (3) M e i o r e f l e t o r

    00 ®

    sCOS

    -8

    -EO -00

    -06. .)

    -co

    PIE. 5.4.1 - GEOMETRÍA 00 PROSLEM/̂

    I INSTITU C Vf C U R É IC S E N U C L E A R E S I I C3 q fvl

  • 71

    iPj{0,y) =({/,(0,-y) , vie(-l,l) 5.1.3

    - Condição de continuidade dos fluxos nas interfaces

    entre dois meios materiais.

    if), ( Oj ,y) =ijíj{aj,y) , ye(-l,l) 5.1.4

    tjíB^y ) = (B,y ) , yE(-l,l) 5.1.5

    - Inexistência de fluxo incidente na interface y.

    ^\,^[ y,- y) = O, ye{0,l) 5.1.6

    A solução geral para a equação de transporte (5.1.1)

    pode ser reescrita da equação (2,3.22), para cada região l,

    como sendo:

    (x,y)=Aj^ (Vj^)(í)^(Vj^,y)exp(-x/Vjj)+Aj^(-Vj^)4>£ (-v̂^ ,y)exp(x/\)¿) +

    + ií:iAjj(v)

  • 72

    A, (V ) = A. (-V.) 5.1.8 1 1 1 '

    e,

    A^( V) = A ^ ( - v ) , ve(0,l) 5.1.9

    Assim a solução, para a região do meio 1, ê dada por :

    ifî (x,y)=Aj^(Vj) ( V i ,M)exp(-x/vi)+j(-vi ,p) exp (x/vi)] +

    + A^ (v) [*i (v,y)exp(-x/v)+(})i (-v,vi)exp{x/v)] dv

    5.1.10

    As soluções para as regiões dos meios 2 e 3 são dadas

    pela equação (5.1.7) com í, = 2 e 3, respectivamente.

    A meia espessura critica do cerne é agora procurada -

    através do método F̂ .̂

    Aplicando-se as relações de ortogonalidade de interva

    lo completo (2.3.25) a (2.3.27) na equação (5.1.10), para

    X = Oi , obtém-se:

    ĵy())i (Ç,y)t|íi (ai ,y)dy=A^(Ç)N^(Ç)exp(-a»/0 ,Çe Pĵ , 5.1.11

    ií:;̂ y4'j(-Ç,y)'{'i (aj ,y) dy=A3^ (Ç)N^ (-Ç)exp(ai/Ç) ,ÇeP2^ ' 5.1.12

    onde Pj^ representa o conjunto de autovalores positivos Ç,

    tal que, Ç = v̂ ^ ou ve (0,1).

  • 73

    Como pode ser observado de (2.3.28) e (2.3.29),

    = - N(Ç), logo obtém-se de (5.1.11) e ( 5.1.12) a

    seguinte equação.

    j^^U(|)^ (Ç,y)i!.i (ai ,y)dy+E^(Ç)/^^U, (ttj ,ia)du = O

    5.1.13

    onde, Ej^(Ç)= exp(-2ai/Ç) , conforme considerado no Capítu-

    lo 3.

    De forma análoga ao que foi efetuado nas equações

    (3.8) e (3.9) do Capítulo 3, desdobra-se cada integral em

    outras duas com intervalos de integração definidos pelos li

    mites (0,1) , obtendo-se:

    Vi j {-Ç ,y) tí/j (aj ,-u) dy +

    + E^(Ç) /Jyi (C , y) t» (ot, ,-y) dy=0

    5.1.14

    que é a equação para o cerne do sistema.

    Pelo fato dos fluxos angulares serem contínuos nas in

    terfaces, omite-se de ora em diante, o índice representa -

    tivo dos mesmos, assimj

    t|;(a^,y) = «1̂^ (a^ ,y) = tp̂^ (a, ,y) 5.1.15

    ^(B,y ) = i>^(B,M ) = t})3(B,y ) 5.1.16

    Aplicando-se agora as relações de ortogonalidade na

  • 74

    equação (5.1.7) com í. = 2 , para cada interface x = Oj e

    X = B, obtém-se:

    (Ç,y)'('(cij ,vi)du= A j í a W j í r j e x p í - a / Ç ) 5.1.17

    i^j^y(^^{C,y).{

  • 75

    5 . 1 . 2 4

    que são as duas equações para a região do "blanket ".

    Através de tratamento matemático cuiálogo ao efetuado pa

    ra as regiões do cerne e do "blanket", obtém-se as seguin -

    tes equações para a região do material refletor:

    - - / Q (C,y)ií'(Y,y)dM = O, 5 . 1 . 2 5

    ./^y(í)^(-Ç,y)ií»(B,y)dy - ./¿y*^ (Ç,y)t|;(6y)dy -

    -E^(OJ^ yj(-ç,y) y,)i)

  • 7G

    N c ^¡>{y,M) = E d ^ * ^ , ye (0,1) 5.1.31

    Estas expansões substituídas nas equações (5.1.14) e

    (5.1.23) a (5.1.26), e através de desenvolvimento analíti-

    co análogo ao efetuado no Capítulo 3, fornecem o seguinte

    sistema de 5(N-^l) equações lineares algébricas:

    ? d^[Bj(Ç.)-HE^(Ç.)Aj(Ç.)J- ? d^[Aj(Ç.)+E^(Çj)B^(Ç.)]= O

    a=o a=o 5.1.32

    ÇjeP^, j = O ,1,... , N,

    M r d j E^it, )bI(X^)- Í d2E-(Ç.)A2(Ç.)- Ç d ^ B2(Ç ) +

    a 1 a • J a-o a 2 a J a=o a ct 3 a=o

    ^ 4 -) + l d X í ^ - í ) = O' 3 = 0 , 1 , . 5 . 1 . 3 3

    a=o °' " J J ^

    N 1 2 ^ 2 2 N 3 2

    N 4 2 + Z d^E2(^)B;(Ç ) = O, Ç.e P,, j = 0,1,..., N

    a=o J J J 5.1.34

    ?d3 E^U)B¡iF ) - E d ^ E 3 ^ S ^ \ ' ^ S ^ " ^ á«(Çj)Sa^^^j^= ^' a=o a=o ' -' a=o

    Çj e P 3