Insulinoterapia

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23 Introdução No âmbito da disciplina de E.M.P.C, abordaremos sobre a “Insulina ou Insulinoterapia”. Insulinoterapia é o tratamento do diabetes mellitus através da administração exógena de insulina. A insulina é um hormônio usado na medicina para tratar algumas formas de diabetes mellitus. Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 dependem de insulina exógena (geralmente administrado por via subcutânea) para a sua sobrevivência, pois o hormônio não é produzido por seu organismo. Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 são resistentes à insulina, têm a produção de insulina relativamente baixa, ou ambos; certos pacientes com diabetes tipo 2 podem eventualmente necessitar de insulina se outras medicações não conseguirem controlar os níveis de glicose no sangue de forma adequada.

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Introdução

No âmbito da disciplina de E.M.P.C, abordaremos sobre a “Insulina ou Insulinoterapia”. Insulinoterapia é o tratamento do diabetes mellitus através da administração exógena de insulina.

A insulina é um hormônio usado na medicina para tratar algumas formas de diabetes mellitus. Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 dependem de insulina exógena (geralmente administrado por via subcutânea) para a sua sobrevivência, pois o hormônio não é produzido por seu organismo. Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 são resistentes à insulina, têm a produção de insulina relativamente baixa, ou ambos; certos pacientes com diabetes tipo 2 podem eventualmente necessitar de insulina se outras medicações não conseguirem controlar os níveis de glicose no sangue de forma adequada.

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CONCEITOS BÁSICOS

Insulina

Regulação da glicemia pelos hormônios glucagon e insulina

Insulina é a hormona responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover o ingresso de glicose nas células. Esta é também essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (gorduras).

É produzida nas células beta das ilhotas de Langerhans, do pâncreas endócrino. Age numa grande parte das células do organismo, como nas células presentes no fígado, em músculos e no tecido adiposo, apesar de não agir em células particulares como as células nervosas.

Quando a produção de insulina é deficiente, a glicose acumula-se no sangue e na urina, destruindo as células por falta de abastecimento: diabetes mellitus. Para pacientes nessa condição, a insulina é providenciada através de injeções, ou bombas de insulina. Recentemente foi aprovado o uso de insulina inalada. Porém, ainda existem controvérsias acerca do uso do produto comercializado pela Pfizer. A agência de saúde britânica não recomenda o uso.

A insulina é um polipeptídeo de estrutura química plenamente conhecida, e pode ser sintetizada a partir de diversos animais. Mais recentemente, surgiram os medicamentos análogos de insulina, que não são propriamente a insulina em si, mas moléculas de insulina modificadas em laboratório.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Descoberta e caracterização

Em 1869, Paul Langerhans, um estudante de medicina em Berlin, estudava a estrutura do pâncreas através de um microscópio quando reparou em células antes desconhecidas espalhadas pelo tecido exócrino. A função da "pequena porção de células", mais tarde denominada como ilhotas de Langerhans, era desconhecida, mas Edouard Laguesse posteriormente sugeriu que tais células poderiam produzir algum tipo de secreção que participasse no processo de digestão.

Em 1889, o médico teuto-polonês Oscar Minkowski em colaboração com Joseph von Mehring removeu o pâncreas de um cão saudável para demonstrar o papel do órgão na digestão de alimentos. Vários dias após a remoção do pâncreas, o guarda do cão reparou que existiam muitas moscas a alimentarem-se da urina do animal.

Verificou-se com o teste da urina docão que havia açúcar nesta, o que demonstrou pela primeira vez a relação entre o pâncreas e a diabetes. Em 1901, outro passo importante foi alcançado por ×Eugene Opie, quando este estabeleceu claramente a ligação entre as ilhotas de Langerhans e a diabetes: "Diabetes mellitus... é causada pela destruição das ilhotas de Langerhans e ocorre apenas quando tais células são em parte ou totalmente destruídas".

Durante as duas décadas seguintes foram feitas várias tentativas de isolamento da secreção das ilhotas como um tratamento potencial de diabetes. Em 1906, Georg Ludwig Zuelzer foi parciamente feliz no tratamento de cães com extrato pancreático, mas teve que interromper o seu trabalho. Entre 1911 e 1912, E. L. Scott da Universidade de Chicago usou extratos pancreáticos aquosos e notou uma leve diminuição da glicosúria, mas não conseguiu convencer o director da instituição com os resultados, e a pesquisa teve de ser encerrada. Israel Kleiner demonstrou efeitos semelhantes na ×Rockfeller University em 1919, mas o seu trabalho foi interrompido pela Primeira Guerra Mundial. Nicolae Paulescu, um professor de fisiologia da Escola Romena de Medicina, publicou um trabalho parecido em 1921 realizado na França e patenteado na Romênia, e discute-se desde então se Paulescu não tenha sido o verdadeiro descobridor da insulina.

Entretanto, o comitê do Prêmio Nobel em 1923 deu crédito pela extração prática da insulina a uma equipa da Universidade de Toronto. Em outubro de 1920, Frederick Banting lia um dos artigos de Minkowski e concluiu que Minkowski estava a estudar as secreções digestivas originalmente, e por isso não se conseguia extrair a insulina com sucesso. Ele redigiu uma nota para si mesmo: "Ligar duto pancreático do cão. Manter cães vivos até que acinos se degenerem, sobrando ilhotas. Tentar isolar secreção interna delas e aliviar glicosúria".

Ele viajou a Toronto para se encontrar com J. J. R. Macleod, que não se impressionou plenamente com a ideia. De qualquer forma, Macleod deixou à disposição de ×Banting um laboratório da universidade, e um assistente, Charles Best, e dez cães enquanto saía de férias no verão de 1921.

O método de Banting e Best era amarrar uma ligadura ao redor do duto pancreático dos cães e, várias semanas depois, examinar que as células digestivas pancreáticas tinham morrido e sido absorvidas pelo sistema imunológico, deixando milhares de ilhotas. Isolava-se a proteína dessas ilhotas para produzir o que vinham chamando de isletina. Banting e Best mantiveram um cão pancreatectomizado vivo durante todo o verão.

Macleod viu o valor da pesquisa no seu regresso da ×Europa, mas pediu uma contraprova para saber se o método realmente funcionava. Várias semanas depois ficou claro que o segundo ensaio tinha sido um sucesso, e assim Macleod ajudou na publicação dos resultados em

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novembro daquele ano. Porém, precisavam de seis semanas para extrair a isletina, o que tornava o ensaio dramaticamente demoroso. Banting sugeriu que tentassem usar pâncreas de feto de bezerro, que ainda não teria desenvolvido glândulas digestivas, e ficou alivado pelo sucesso da empreitada.

Com a solução para a fonte de isletina, faltava agora purificar a proteína. Em dezembro de 1921, Macleod convidou o brilhante bioquímico James Collip para ajudar na tarefa, e num mês prepararam-se para um teste.

Em 11 de janeiro de 1922, Leonard Thompson, um diabético de quatorze anos, recebeu a primeira injeção de insulina. Infelizmente, o extrato estava tão impuro que ele acabou sofrendo uma reação alérgica severa, e injeções adicionais foram canceladas.

Durante os doze dias seguintes, ×Collip trabalhou dia e noite para melhorar o extrato, e uma segunda dose foi injetada no dia 23. Desta vez foi um sucesso, não apenas em não apresentar efeitos colaterais, mas também por eliminar completamente os sintomas de diabetes. Entretanto, Banting e Best não se davam bem com ×Collip, porque aparentemente viam nele um intruso, e então Collip abandonou-os.

Durante a primavera de 1922, Best conseguiu melhorar as técnicas de preparo a ponto de poder extrair grandes quantidades de insulina, embora o extrato ainda permanecesse impuro. Contudo, receberam uma oferta de ajuda de Eli Lilly logo após as suas publicações em 1921, e aceitaram-na em abril. Em novembro, Lilly conseguiu a façanha de produzir grandes quantidades de insulina bastante pura. Depois disso, a insulina foi lançada no mercado.

Por esta descoberta marcante, Macleod e Banting foram premiados com o Prêmio Nobel em Fisiologia em 1923. Banting, aparentemente insultado porque Best não fora mencionado, dividiu seu prêmio com ele, e Macleod imediatamente dividiu o seu com Collip. A patente da insulina foi vendida à Universidade de Toronto por um dólar.

A sequência exata de aminoácidos contida na molécula de insulina, a chamada estrutura primária, foi determinada pelo biólogo britânico Frederick Sanger. Foi a primeira vez que a estrutura de uma proteína fora completamente determinada. Por isso, ele recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1958. Em 1967, após décadas de trabalho, Dorothy Crowfoot Hodgkin determinou a conformação espacial da molécula mediante estudos de difração de raios X. Ela também recebeu um Prêmio Nobel.

Estrutura e produção

A insulina é sintetizada nos humanos e em outros mamíferos dentro das células-beta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas. Um a três milhões de ilhotas de ×Langerhans formam a parte endócrina do pâncreas, que é principalmente uma glândula exócrina. A parte endócrina totaliza apenas 2% da massa total do órgão. Dentro das ilhotas de ×Langerhans, as células-beta constituem 60-80% do todo.

Preproinsulina (Líder, cadeia B, cadeia C, cadeia A); a proinsulina consiste em BCA, sem L2. Dobra espontânea3. As cadeias A e B ligadas por enxofre4. As cadeias L and C são cortadas5. Molécula de insulina final

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A insulina é sintetizada a partir da molécula precursora proinsulina pela ação de enzimas proteolíticas conhecidas como prohormônio convertases (PC1 e PC2). A insulina ativa tem 51 aminoácidos e é um polipetídeo. A insulina bovina difere da humana em três resíduos de aminoácidos enquanto que a suína, em um resíduo.

Insulina de peixes também é muito próxima à humana. Em humanos, a insulina tem um peso molecular de 5808. Ela é formada por duas cadeias de polipeptídeos ligadas por duas pontes dissulfídicas (veja a figura), com uma ligação dissulfídica adicional na cadeia A (não mostrada). A cadeia A consiste de 21, e a cadeia B, de 30 aminoácidos. A insulina é produzida como uma molécula de prohormônio - proinsulina - que é mais tarde transformada, por ação proteolítica, em hormônio ativo.

A parte restante da molécula de proinsulina é chamada de peptídeo C. Este polipeptídeo é liberado no sangue em quantidades iguais à da insulina. Como insulinas exógenas não contêm peptídeo C, o nível em plasma desse peptídeo é um bom indicador de produção endógena de insulina. Recentemente, descobriu-se que esse peptídeo C também possui atividade biológica, que está aparentemente restrita a um efeito na camada muscular das artérias.

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Produção de análogos de insulina

Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 dependem de Insulinoterapia, ou seja da administração de insulina exógena (geralmente por via subcutânea), para a sua sobrevivência, pois a hormona não é produzida por seu organismo. Também certos pacientes com diabetes tipo 2 podem eventualmente necessitar de insulina se outras medicações não conseguirem controlar os níveis de glicose no sangue de forma adequada.6

Inicialmente a insulina utilizada por diabéticos era extraída do pâncreas de bois e porcos, por ser parecida com a humana, mas esta insulina podia acarretar problemas, como reações alérgicas, ou não ser eficaz em alguns pacientes. Atualmente a insulina é produzida através da técnica de ADN recombinante, primeiro produto da moderna biotecnologia a ser comercializado mundialmente.

A técnica surgiu no Brasil em 1990, em um projeto desenvolvido por Marcos Luís Mares Guia, bioquímicos da UFMG e pesquisadores da Biobrás e da Universidade de Brasília. A técnica consiste em introduzir na bactéria Escherichia coli, comum na flora intestinal humana, o gene da pró-insulina humana, para que ela passe a produzir o hormônio, um processo que dura 30 dias, um terço do tempo do método tradicional.

Em 2001 somente quatro empresas no mundo, incluindo a Biobrás, tinham tecnologia de produção industrial da insulina recombinante. A Biobrás patenteou o processo nos Estados Unidos em 2000 8 e em 2002 foi comprada pela dinamarquesa Novo Nordisk. Comprada a Biobrás, a Novo Nordisk elevou rapidamente seus preços de fornecimento ao Ministério da Saúde combinando a importação e produção local, até acabarem fechando a produção dos cristais de insulina no Brasil para aqui fazer só envazamento.

Em 2013 o governo federal anunciou que o Brasil vai retomar a produção de insulina por meio do Laboratório Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, parte de um acordo firmado entre o governo e o laboratório ucraniano Indar, um dos três produtores remanescentes de insulina no mundo, que vai transferir a tecnologia para a produção nacional do medicamento.

Após o acordo de intenções com a Ucrânia, a Novo Nordisk, embora alegasse que a insulina ucraniana não tinha qualidade, fez proposta de compra do Indar ao governo. Um mês após a assinatura do contrato, em uma nova licitação governamental para aquisição de insulina, os preços da insulina oferecidos pelas empresas concorrentes baixaram quase à metade.

Ação em nível celular e metabólico

Ações no metabolismo dos carboidratos

Aumento da permeabilidade celular à glicose, exceto nas células nervosas. Esse efeito é marcante nas células musculares, as quais são pouco permeáveis à glicose em condições de repouso, utilizando principalmente ácidos graxos para produção de energia.

Aumento da síntese de glicogênio: a insulina induz à armazenagem de glicose nas células, principalmente do fígado e dos músculos, na forma de glicogênio. Já a diminuição dos níveis de insulina ocasiona a conversão do glicogênio de volta a glicose pelas células do fígado e a excreção da substância no sangue.

Inibição da fosforilase hepática, enzima responsável pela quebra do glicogênio em glicose (glicogenólise).

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Aumento da captura de glicose pelas células hepáticas. Isso se dá través do aumento da atividade da enzima glicoquinase, responsável pela fosforilação inicial da glicose, processo que não permite a saída da molécula da célula.

Aumento da atividade da enzima glicogênio sintetase, responsável pela polimerização de moléculas de glicose em glicogênio.

O excesso de glicose, que não pode ser convertido em glicogênio no fígado, é encaminhado para a conversão a ácidos graxos sob ação da insulina.

Redução da gliconeogênese no fígado pela diminuição da quantidade e atividade das enzimas hepáticas necessárias a esse processo. A falta de insulina induz à produção de glicose no fígado e em outros locais do corpo.

As ações da insulina no metabolismo humano como um todo incluem:[editar | editar código-fonte]

Controle da quantidade de certas substâncias que entram nas células, principalmente glicose nos tecidos muscular e adiposo (que são aproximadamente 2/3 das células do organismo).

A insulina, mais precisamente,

Aumento da replicação de DNA e de síntese de proteínas via o controle de fornecimento de aminoácidos;

Modificação da atividade de inúmeras enzimas (controle alostérico)

As ações nas células incluem:

Aumento da síntese de ácidos graxos: a insulina induz à transformação de glicose em triglicerídeos pela células adiposas; a falta de insulina reverte o processo.

Aumento da esterificação de ácidos graxos: estimula o tecido adiposo a compor triglicerídeos a partir de ésteres de ácidos graxos; a falta de insulina reverte o processo.

Redução da proteólise: estimula a diminuição da degradação protéica; a falta de insulina aumenta a proteinólise.

Redução da lipólise: estimula a diminuição da conversão de suprimento de lipídeos contido nas células adiposas em ácidos graxos sanguíneos; a falta de insulina reverte o processo.

Aumento do consumo de aminoácidos: induz células a absorver aminoácidos circulantes; a falta de insulina inibe a absorção;

Aumento do consumo de potássio: induz células a absorver potássio plasmático; a falta de insulina inibe a absorção;

Tônus dos músculos arteriais: induz a musculatura das paredes arteriais ao relaxamento, o que aumenta o fluxo sanguíneo especialmente em microartérias; a falta de insulina reduz o fluxo por permitir a contração desses músculos. Existem dois tipos de liberação a liberação aguda e a liberação sob secreção.

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A descoberta da insulina foi o grande marco da história do diabetes melito e a grande conquista para o seu tratamento. A primeira insulina disponibilizada foi a regular. Na seqüência, Hagedorn acrescentou a protamina à insulina, criando, assim, a insulina NPH. Na década de 1950 foi sintetizada uma insulina desprovida de protamina, denominada insulina lenta. Com o advento da biologia molecular, sintetizou-se, via DNA recombinante, a insulina humana sintética.

Mais recentemente, foram disponibilizados vários tipos de análogos de insulina que permitiram o melhor controle metabólico dos pacientes. O tratamento do diabetes melito tipo 1, além do processo educacional, incluindo a prática regular de atividades físicas e orientações dietéticas, resume-se na substituição plena de insulina de longa e curta durações de ação, de maneira individualizada, de acordo com a experiência do médico-assistente.

No diabetes melito tipo 1, a preferência é pelas insulinas de menor variabilidade, por meio do esquema basal/bólus ou pelas bombas de infusão contínua de insulina subcutânea com o objetivo de mimetizar a liberação fisiológica de insulina pelas células-beta.(AU)

Insulinoterapia é a administração do hormônio insulina para o controle da hiperglicemia. A insulina é administrada por promover a entrada de glicose nas células e atuar no metabolismo de lipídeos e proteínas. Indicada no tratamento de DM1, DM2 sem controle, diabetes gestacional e cetoacidose diabética.

Em 1921 Frederick Grant Banting e Charles Best conseguiram isolar um extrato produzido pelo pâncreas ao qual foi denominado insulina. Desde então, os avanços tecnológicos e a criação da insulina humana, os análogos de insulina e o surgimento da via inalável vem proporcionando aos pacientes com diabetes mellitus melhor controle da doença e melhor qualidade de vida.

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TERAPÊUTICA

Para o tratamento de pacientes com DM1 e DM2 usualmente, associa-se insulina de ação intermediária com insulina regular duas vezes ao dia. A insulina regular ou lispro pode ser adicionada à insulina intermediária para controlar a glicemia pós-prandial. Quando há hiperglicemia no jejum, uma segunda dose de insulina de ação intermediária é necessária antes do jantar ou ao deitar; dessa forma, o aumento da dose da insulina intermediária pela manhã corrige a hiperglicemia antes do jantar, e a hiperglicemia do jejum é controlada com o aumento da dose da noite.

Pacientes em uso de insulina devem ser alertados para o fato de que os exercícios podem aumentar a velocidade de absorção da insulina por aumentar sua ligação aos receptores. A absorção da insulina pode ser afetada pelo local de administração, fluxo sanguíneo alterado por massagens ou banhos quentes, volume e concentração da insulina injetadae a presença de anticorpos anti-insulina circulantes.

Quase toda insulina comercializada atualmente é conhecida como insulina humana. Desenvolvida por cientistas em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante, ela se assemelha muito com o hormônio produzido pelo pâncreas.

Hoje em dia, a insulina exógena também é encontrada com variados tipos de ação, de acordo com seu tempo de atuação no organismo.

A insulina usada por portadores de diabetes não pode ser tomada em pílulas ou cápsulas, pois os sucos digestivos presentes no estômago interferem em sua eficácia. Com o avanço das pesquisas na área, essa realidade talvez seja viável no futuro, mas, no momento, a única maneira de consumir insulina é injetando-a diretamente no tecido subcutâneo.

Embora haja outros métodos disponíveis, a maioria dos pacientes injeta a insulina com seringas ou canetas de insulina, instrumentos especialmente voltados ao tratamento.

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TIPOS DE INSULINA

Unidades de insulina

A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades de insulina por mililitro de líquido no frasco.

Independentemente da insulina usada e do método de aplicação adotado, o paciente deve sempre respeitar o número de unidades prescrito pelo médico. O auxílio de um farmacêutico ou do próprio especialista que acompanha o paciente é fundamental para determinar a dosagem apropriada.

ANÁLOGOS DE INSULINA DE AÇÃO ULTA-RÁPIDA

Os análogos de insulina utilizam a tecnologia de DNA recombinante. Os de ação ultra rápida são constituídos de insulinas de pH neutro e transparentes, eficazes nas hiperglicemias pós prandiais, diferem da insulina regular por reproduzir com mais precisão a secreção fisiológica de insulina, melhorando o controle da glicemia, reduzindo o risco de complicações crônicas do diabetes e, portanto, aumenta a satisfação do usuário de insulina.

Insulina Lispro

Foi o primeiro análogo de insulina humana, criada em 1996. Sua afinidade pelo receptor de insulina é semelhante a da insulina regular. Apresenta pico de ação duas vezes mais rápido e duas vezes maior que o da insulina regular, por isso as hipoglicemias tendem a ocorrer mais precocemente no uso de insulina lispro. É eficiente em terapia com infusão contínua de insulina, conhecida como bomba de insulina.

Insulina Asparte

A insulina asparte proporciona ação subcutânea mais rápida que a insulina regular e apresenta equivalência na afinidade aos receptores de insulina. Em comparação com a insulina regular, sua absorção é mais rápida, sua concentração máxima é duas vezes maior e apresenta pico de ação em metade do tempo.

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Insulina Glulisina

A insulina glulisina possui ação semelhante ao das insulinas lispro e asparte, porém ainda não há avaliação de segurança de seu uso em crianças e na gestação, não sendo conhecida uma real vantagem de sua utiliação comparada as insulinas regular, lispro e asparte. Estudos continuam sendo realizados.

Análogos Bifásicos

Existem dois análogos bifásicos no mercado: Humalog Mix 25 e Novomix 30. A conjugação da insulina lispro com proteína forma a lispro protamina neutra (NPL), uma insulina de ação prolongada.

A Humalog Mix 25 é uma pré-mistura de 25% insulina lispro e 75% de insulina lispro NPL. Apresenta início de ação entre quinze e trinta minutos, pico de ação entre trinta minutos e duas horas e duração de ação insulínica de até vinte e quatro horas.

A novomix 30 é uma mistura de 30% de insulina asparte solúvel e 70% de insulina conjugada com protamina. Apresenta início de ação entre dez e vinte minutos, pico de ação entre uma e quatro horas e duração da ação de até vinte e quatro horas.

As pré-misturas de análogos bifásicos, comparadas as pré-misturas contendo insulina NPH e insulina regular, são mais efetivas em reduzir a hiperglicemia pós-prandial e a variabilidade glicêmica, fatores importantes na redução do isco de aparecimento e progressão de complicações crônicas do DM. Porém, podem apresentar pouca flexibilidade no ajuste das doses.

Análogos de ação lenta

Os análogos de ação lenta são constituídos de 70% de insulina ultra-lenta e 30% de insulina semi-lenta. Apresenta início de ação de uma a três horas, pico máximo entre oito e doze horas e duração de ação de doze a vinte e quatro horas.

Análogos de ação prolongada

Os análogos de ação prolongada são suspensões de protamina e zinco. No Brasil existem dois tipos de insulina de ação prolongada: a insulina glargina e a insulina detemir. Apresentam início de ação muito lento, que pode ocasionar hiperglicemia pela manhã; praticamente sem pico de ação e ação prolongada de até vinte e quatro horas; e não são adaptáveis para serem usadas em doses divididas.

Insulina Glargina

É um análogo de insulina humana preparado a partir de técnicas de DNA recombinante e apresenta 30ug/ml de zinco, formando um composto estável e solúvel em pH ácido. Administrada por via subcutânea, forma microprecipitados que liberam insulina gradualmente e constantemente. Comparada a insulina NPH apresenta menos episódios de hipoglicemia e aumenta a qualidade de vida. O custo da insulina glargina é alto, mas seu custo-efetividade compensa.

Insulina Detemir

É um análogo solúvel de insulina, acilada com ácido graxo. É solúvel em pH neutro, o que permite que permaneça em forma líquida após administração por via subcutânea, apresenta ação

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prolongada, com potencial hipoglicemiante igual ao da insulina NPH. A dosagem deve ser ajustada de acordo com a resposta individual.

Insulina Inalável

A insulina inalável é uma insulina humana recombinante, absorvida rapidamente, de forma semelhante à dos análogos de ação ultra-rápida via subcutânea. Possui duração de quatro a seis horas, sendo considerada uma insulina de ação rápida. Portanto, deve ser utilizada em período pré-prandial, inalada em dose inicial de 0,15mg/kg/dia ou ajustada de acordo com o peso, e associada a um hipoglicemiante oral. Para não ocorrer variação dose-dependente, devido às diferenças no fluxo inalatório, são necessários dispositivos de inalação portáteis seguros. Já existem diferentes marcas de insulina humana inalável no mundo, entre elas estão a Exubera e a Aerodose. Como cada insulina é produzida de forma diferenciada, apesar de terem os mesmos princípios básicos, é necessário ter atenção às bulas.

Insulina basal e bolus

O pâncreas fabrica dois tipos de insulina:

Gotas contínuas, conhecidas como insulina basal, que permanecem em níveis baixos no sangue o tempo todo

Grandes quantidades de insulina, chamadas de bolus, que são liberadas quando há aumento de açúcar no sangue, geralmente após as refeições

As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias proporcionam ação semelhante à bolus, necessária após as refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária e lenta imitam o fornecimento basal natural do corpo.

Enquanto os portadores de diabetes tipo 1 precisam de um programa terapêutico que libere tanto a insulina basal quanto a bolus, o tratamento voltado ao diabetes tipo 2 é variável:

Alguns diabéticos tipo 2 só precisam de injeções de insulina basal, já que o pâncreas ainda fornece insulina necessária para as refeições. Nestes casos, uma aplicação diária, antes de dormir, costuma ser suficiente.

Alguns diabéticos tipo 2 necessitam de insulina basal e bolus, com objetivo de controlar a glicemia em diferentes momentos do dia.

Alguns diabéticos tipo 2 não precisam de injeções de insulina. Hipoglicemiantes orais aliados à alimentação saudável e prática regular de exercício físico conseguem chegar a um bom controle glicêmico.

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PASSOS E TÉCNICAS PARA APLICAÇÃO DA INSULINA

Lave bem as mãos com água e sabão. Junte todo o material que será necessário: seringa com agulha, frasco de insulina,

algodão e álcool. Confira o prazo de validade da insulina. Se estiver vencida, descarte. Confira o aspecto da insulina. Observe se muda de cor ou se apresenta partículas

boiando. Misture a insulina fazendo movimentos circulares e suaves com o vidro para que haja

uma homogeneização do seu conteúdo (para quem faz uso de insulina lenta e NPH). Limpe a tampa do frasco com algodão molhado no álcool e espere secar. Aspire cuidadosamente o medicamento até a quantidade prescrita. Se você notar bolhas de ar na seringa, dê pequenas batidas no local para eliminá-las.

Empurre suavemente o êmbolo e aspire a quantidade de insulina que faltar. Passe outro algodão molhado com álcool no local da aplicação. Aguarde secar ou

passe no local um algodão seco. Segure a seringa com a mão dominante (direita se você for destro, esquerda se for

canhoto) como se fosse um lápis. Com a outra mão, faça uma prega na pele na região onde foi feita a limpeza e

introduza a agulha com um movimento firme e rápido. Atenção: a agulha deve estar em ângulo de 90º com a pele. Se você utilizar dispositivo em forma de caneta para aplicação ou agulhas menores (5mm), não precisa fazer a prega cutânea.

Puxe delicadamente o êmbolo da seringa um pouco para fora. Desta forma, você testa se atingiu algum vaso sanguíneo. Caso tenha atingido, você verá sangue na seringa, e deve retirar a agulha e recomeçar o processo, escolhendo um novo local para aplicação.

Injete a insulina pressionando delicada e lentamente o êmbolo até o final. Conte até dez. Retire a agulha suavemente. Pressione o local com o algodão por alguns segundos. Não faça massagem no local após a aplicação, pois isso acelera o processo de

absorção da insulina.

A aplicação de insulina está associada a algumas complicações, principalmente nos pacientes que fazem uso diário deste hormônio. As complicações podem estar ligadas a vários fatores; é de suma importância que o profissional de enfermagem realize este acompanhamento de reações cutâneas no paciente, já que isto pode ser indício de que uma das etapas do processo de conservação, preparo e aplicação está falho.

Segundo Camata (2003), para a aplicação de insulina são imprescindíveis alguns cuidados como: a escolha de um instrumental adequado à quantidade de insulina, bem como ao estado físico do paciente, o domínio sobre a técnica de aplicação da insulina e os rodízios dos locais de aplicação na pele, entre outros. Davidson (2001) e Costa (1988) afirmam ser comum o portador de diabetes e usuário de insulinoterapia domiciliar apresentar complicações cutâneas ou reações como lipodistrofia insulínica, lipo-hipertrofia, nódulos endurecidos, equimose, ardência e prurido.

Segundo Navarro et al. (1995), as reações alérgicas durante a insulinoterapia geralmente ocasionam sintomas como rush, seguido de prurido e enduração. Os hematomas podem estar relacionados à técnica inadequada de aplicação ou à redução do número de células adiposas no

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local da aplicação. O aparecimento da hipertrofia está conexo à aplicação prolongada do hormônio insulínico em um mesmo local, resultando em sua absorção e controle glicêmico errático (MATHEUS e AHMED, 1999).

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PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES

- Reações Alérgicas: caracteriza-se por uma reação alérgica local em forma de vermelhidão, inchaço, sensibilidade e enduração ou círculo de dois a quatro centímetros, podendo aparecer no local uma a duas horas após a aplicação da injeção. Geralmente estas reações ocorrem no início da terapia.

- Reações Alérgicas Sistêmicas: são raras. Há uma reação cutânea local imediata que logo se espalha em forma de uma urticária generalizada. O tratamento é a dessensibilização, com pequenas doses de insulina administradas em quantidades gradualmente crescentes. Estas reações raras são ocasionalmente associadas a edema generalizado ou anafilaxia.

- Lipodistrofia de Insulina: refere-se a uma perturbação localizada do metabolismo de gorduras, sob a forma ou de lipoartrofia, ocorrendo no local das injeções de insulina. A lipoartrofia é a perda de gordura subcutânea e aparece como uma leve ou acentuada depressão da gordura subcutânea, a utilização da insulina humana quase que eliminou esta situação.

A lipohipertrofia é o desenvolvimento de massas fibrogordurosas no local da injeção e é causada pelo uso repetido de um local de injeção. Caso a insulina seja injetada em áreas como cicatrizes, a absorção pode ser retardada. Este é um dos motivos pelos quais é importante o rodízio dos locais de aplicação; o paciente deve evitar injetar insulina nestas áreas até que a hipertrofia desapareça.

- Resistências à Insulina: a maioria dos pacientes em uma época ou outra tem algum grau de resistência à insulina. Isto pode ocorrer por vários motivos, sendo o mais comum a obesidade, que pode ser superada pela perda de peso.

Segundo Brunner & Suddarth (1998), a resistência clínica à insulina foi definida como uma necessidade diária de insulina de 200 unidades ou mais. Na maioria dos pacientes diabéticos que recebem insulina desenvolvem-se imunoanticorpos que se ligam à insulina, diminuindo assim a insulina disponível para uso.

Todas as insulinas animais, bem como as humanas, em menor grau causam produção de anticorpos em seres humanos. O tratamento consiste em administrar uma preparação de insulina mais pura e, ocasionalmente, a prednisona pode ser necessária para bloquear a produção de anticorpos, isto pode ser seguido de uma redução gradual da produção de insulina. Portanto, os pacientes precisam se automonitorar quanto à hipoglicemia.

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Para uma melhor e mais segura acção da insulina devem ter-se em conta alguns aspectos, geralmente ensinados pelo serviço médico ou de enfermagem aquando da introdução/iniciação da toma.

Estes cuidados são fundamentais para garantir que a absorção e acção da insulina é a melhor possível, evitando assim Hipos, Hiper, descontrolo dos valores de glicemia, cetoacidose ou outra

1º - Não deve massajar a zona do corpo em que vai administrar, pois pode estar a promover um aumento do fluxo sanguíneo nessa zona e assim permitir uma absorção mais rápida que o desejável, podendo provocar uma hipo e ou, descontrolo de valoresÀ semelhança, deve evitar administrar numa zona que tenha sido ou vá ser imediatamente trabalhada numa actividade desportiva

2º - Deve aplicar numa zona tipo abdómen, pois terá uma absorção mais rápida que numa coxa ou num braço.

3º - A insulina a uso deve estar à temp. ambiente (abaixo de 25ºc) A insulina de reserva deve ser conservada no frigorífico, mas retirada pelo menos meia hora antes do seu uso, caso contrário a sua acção será mais lenta que o desejável.

Não deve trazer a caneta de insulina num bolso da sua roupa pois a temperatura será superior ao indicado, podendo a essa temperatura, ter uma absorção mais rápida que o desejável.Não deve ter a temperatura da sua pele mais elevada (após exposição solar demorada na zona de aplicação- quando está na praia-, frente à lareira, aquecedores ou AC mtº quente etc), pois pode aumentar a absorção e acção da insulina, mais do que o desejável.

4º - Não deve limpar a zona de aplicação com álcool antes da colheita de valor de glicemia, mas sim lavar em água corrente (pois já foi verificado que havendo açúcar no dedo de colheita, este não é totalmente removido com álcool; já com água corrente este é arrastado)Deve ter a zona de aplicação limpa/lavada (cuidado se esteve a mexer em algum alimento com açúcar/doce/fruta anteriormente por razões várias como reparação de uma hipo ou simplesmente porque esteve a confeccionar uma sobremesa ou a descascar uma peça de fruta! Uma leitura incorreta pode levar à toma de uma dose desnecessária de insulina a qual pode provocar uma hipo e posteriormente uma hiper e um descontrolo

5º - A insulina bifásica/de mistura, por ser turva deve ser homogeneizada antes da utilização. Deve deve ser agitada de forma específica e não como um sumo de garrafa, um termómetro de mercúrio ou como uma lata de tinta em spray!!A cápsula deve ser virada lentamente para um lado e para o outro à contagem do segundo, contando entre 10 a 20 segundos.

6º - A espessura da agulha deve ser tida em conta:

5mm (criança ou indivíduo bastante magro) 8mm (indivíduo com peso não excessivo, sem gordura excessiva no

abdómen ou coxa) 12 mm (indivíduos obesos/com excesso de gordura localizada no

abdómen ou coxas)

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Se for uma criança ou indivíduo magro e usar uma agulha de 8 ou 12 fará aplicações com absorção mais rápida da insulina que o desejável, podendo sofrer uma hipo

Se for obeso e usar uma de 5 a absorção será mais lenta, podendo sofrer de "hipers" ou descontrolo de valores com eventual manutenção de uma HBA1c alta devido ao facto de estar a fazer uma picada intradérmica em vez de subcutânea como seria o indicado

7º - A aplicação deve ser realizada com a caneta/agulha num ângulo de 90º com a pele do local de aplicação, com a agulha inserida na zona de aplicação (portanto a picada deve ser feita de forma a introduzir agulha no corpo, não devendo esta, estar visivel). Após a descarga de insulina deve contar 20 segundos antes de retirar a agulha, para evitar perdas de insulina, garantindo que todas as doses selecionadas foram aplicadas e absorvidas.

8º - Deve ir realizando uma rotação dos locais de aplicação, com um espaçamento de 3cm (3 dedos) entre locais, para evitar lipohipertrofias (nódulos de insulina no abdomens que começam a impedir uma absorção adequada, descontrolando os valores, podendo estes subir sem aparente explicação). Se verificar presença de nódulos, faça a rotação e pique noutro local.

9º - Deve ter a certeza que entendeu todos os ensinamentos que lhe foram transmitidos pela equipa. Se acha complicado, não entende ou não consegue fixar todas as informações peça que lhas passem por escrito, peça para trazer um familiar consigo que possa aprender também com a equipa e ajudá-lo em casa, peça que lhe vão lembrando e ou ensinando aos poucos a cada consulta..Não peça a nenhum amigo ou familiar que lhe administre a insulina se ele não souber como se administra insulina (incluo aqui o conhecimento de todo o processo, das doses adequadas a si, etc)

10º - Deve verificar ou solicitar verificação do funcionamento/estado de conservação da caneta, podendo "cheirá-la" para se aperceber de alguma fuga de insulina devido a fissuras geradas por queda ou uso inadequado.

Algum destes aspectos não devidamente seguidos podem originar (a curto ou médio prazo) hipoglicemias, hiperglicemias, descontrolo dos valores de glicemia e HbA1c (elevados sem explicação), cetoacidose diabética, etc.

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EDUCAÇÃO PARA SAÚDE

A insulina ajuda a levar o açúcar no seu sangue para outras partes do seu corpo.

Diabetes afeta a forma como o seu corpo faz ou usa insulina. Diabetes pode torná-lo difícil de controlar a quantidade de açúcar no seu

sangue.

Existem diferentes tipos de insulina que as pessoas com diabetes podem usar todos os dias para ajudá-los a permanecer saudável.

Diabetes pode causar um ataque cardíaco, derrame, cegueira, doença renal, danos nos nervos e outros problemas de saúde graves. É por isso que é tão importante para você começar o tratamento para o diabetes. O tratamento pode ajudar a prevenir ou retardar alguns desses problemas de saúde graves.

Exercício, comer uma dieta equilibrada e tomar seus medicamentos de diabetes. Você pode controlar.

Conselhos de segurança sobre insulina

Nunca beba insulina. Não compartilhe agulhas de insulina, canetas ou cartuchos com mais ninguém. Converse com seu médico antes de alterar ou parar de utilizar a insulina. Não injectar a insulina no mesmo local exato toda vez. Jogue fora as agulhas em um recipiente rígido, que pode ser fechado como

uma garrafa de detergente.

Verifique a data de validade da insulina antes de usá-lo.

Faça um plano sobre como lidar com a sua insulina quando você viajar e durante uma emergência.

Meu Guia de insulina

Pergunte ao seu prestador de cuidados de saúde estas questões antes de começar a utilizar a insulina.

Quantas vezes devo utilizar o meu insulina? Você pode me mostrar o caminho certo para injectar a insulina?com versando

com a senhora Será que a insulina afeta meus outros medicamentos? E o meu controle de natalidade? Quais são os efeitos colaterais? O que eu faço se eu começar a ter efeitos colaterais? Qual é o meu nível de açúcar no sangue? Antes das refeições ___________

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1-2 horas depois das refeições ___________ Bedtime ____________ Quantas vezes tenho que ver o açúcar no meu sangue? O que devo fazer se eu estiver grávida, ou planejar a engravidar ou a

amamentar?

Como devo guardar o meu insulina?

Anote os fatos sobre sua insulina na próxima vez que você falar com o seu médico, enfermeiro ou farmacêutico.

Nome da Insulina: Quanto eu uso: Quando eu uso: O que eu deve saber: Nomes Médico: Farmácia: Meu medidor de glicose: My Device Insulina: Preciso de insulina?

Algumas pessoas com diabetes precisam usar insulina todos os dias. Algumas pessoas podem tomar outros medicamentos para diabetes. Seu médico pode lhe dizer se você precisa usar insulina.

Diabetes Tipo 1 Diabetes tipo 2 Diabetes Gestacional

Pessoas com diabetes tipo 1 faz muito pouca ou nenhuma insulina em seus corpos. Eles devem tomar insulina todos os dias para se manter vivo.

Pessoas com diabetes tipo 2 não produzem insulina suficiente ou não usá a que tem muito bem. Algumas pessoas com diabetes tipo 2 podem usar pílulas ou outros medicamentos que são injetados no corpo. Outras pessoas com o tipo 2 também precisa de insulina para ajudar a controlar seu diabetes.

Algumas mulheres desenvolvem diabetes pela primeira vez quando engravidam. Isso é chamado de gestacional (jes-Tay-shun-ul) diabetes. Algumas mulheres com diabetes gestacional precisa usar insulina para controlar o açúcar no sangue.

Quantas vezes devo injetar a insulina?

Cada pessoa é diferente.

Algumas pessoas precisam injetar insulina uma vez por dia. Outros precisam injetar insulina com mais frequência.

Muitas coisas que afetam a quantidade de insulina que você precisa a cada dia:

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Tipo de insulina que usa O que você come Seu Nível de Atividade Seus outros problemas de saúde O seu médico irá dizer-lhe quantas vezes você deve injectar a insulina.

A insulina começa a trabalhar dentro de 15 minutos depois de usá-la. É, sobretudo, sai de seu corpo depois de algumas horas.

Ela deve ser tomado logo antes ou logo depois de comer.

Tipos de Insulina

Existem muitos tipos diferentes de insulina.

Alguns tipo permite que você saiba o quão rápido a insulina começa a trabalhar ou quanto tempo dura em seu corpo. Seu médico irá ajudá-lo a encontrar a insulina que é melhor para você.

Dica de Insulina:

Não guarde a sua insulina em um lugar que é muito quente ou muito frio. Insulina Efeitos colaterais

A insulina afeta cada pessoa de forma diferente. A insulina pode causar por vezes, efeitos secundários. Os efeitos colaterais vai depender do seu organismo e o tipo de insulina que você está tomando. Siga estas dicas para ajudá-lo a aprender a lidar com os efeitos colaterais.

Relate sérios problemas com a sua insulina ou dispositivo.

Você ou o seu médico pode dizer a FDA sobre problemas graves com seus medicamentos.

Converse com seu médico antes de alterar ou parar de tomar a sua insulina.

Saiba os fatos.

Pergunte ao seu prestador de cuidados de saúde sobre os efeitos colaterais, avisos e outros fatos sobre sua insulina. Este folheto não dá todos os fatos para cada tipo de insulina.

Falar.

Diga para alguém sobre qualquer problema que possa ter com a sua insulina. O seu médico poderá mudar sua prescrição ou dar-lhe dicas para ajudá-lo a lidar com os efeitos colaterais.

Açúcar no sangue

Medicamentos para diabetes, por vezes, pode causar o seu açúcar no sangue ir muito baixo. Esta condição é chamada hipoglicemia

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(HY-poh-gli-VER-mee-uh).

Ela acontece quando há excesso de insulina e de açúcar insuficiente (glucose) no sangue.

Pergunte ao seu médico a dizer-lhe todos os sinais e sintomas da baixa de açúcar no sangue.

Alguns dos sinais e sintomas são:

Dor de cabeça Batimentos cardíacos acelerados Sinta-se irritável Sentir tonturas sonolência Sudorese Sentir fome Sentir-se confuso Sentir-se fraco Sentir-se nervoso

Muitos fatores podem fazer com que o açúcar no sangue de ir muito para baixo:

Os remédios que você toma Não comer o suficiente Muito exercício Consumo de bebidas alcoólicas

O que você pode fazer

Fale com o seu médico ou enfermeiro.

Comer ou beber alimentos ricos em carboidratos, como suco de frutas, doces de açúcar ou refrigerante regular (não diet) ou tomar alguns comprimidos de glicose quando o açúcar no sangue é demasiado baixo.

Se o seu açúcar no sangue está muito baixo, você pode precisar de ter alguém te dar uma injeção de glucagon, ou você pode precisar de procurar ajuda médica de emergência.

Conheça os sinais de alerta de açúcar elevado no sangue

Pessoas com diabetes, por vezes, pode ter muito açúcar (glicose) no sangue. Esta condição é chamada de hiperglicemia

(HY-pur-gli-VER-mee-uh).

Isso acontece quando seu corpo não está fazendo insulina suficiente ou não está usando bem à insulina.

Pergunte ao seu médico a dizer-lhe todos os sinais e sintomas de açúcar elevado no sangue.

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Alguns dos sinais e sintomas são:

Sentir-se cansado Sentir sede Vá para a casa de banho A visão é embaçada Perder peso sem esforço

Muitos fatores podem fazer com que o açúcar no sangue ficar demasiado elevado:

Estresse Comer muito Estar doente Ter uma infecção Não tomar seus medicamentos para diabetes

O que você pode fazer

Fale com o seu médico ou enfermeiro.

Pergunte se você deve mudar seus medicamentos ou o que você come.

Dispositivos de insulina

Há muitas maneiras diferentes de injetar insulina. Algumas pessoas usam uma agulha e seringa para injetar a insulina. Outros usam canetas de insulina, injetores ou bombas.

Leia as informações contidas nesta seção sobre os diferentes tipos de dispositivos de insulina. Então, fale com o seu médico, enfermeiro ou farmacêutico sobre o tipo que é melhor para você.

agulhaAgulhas e seringas de insulina

Agulhas e seringas são usadas para injetar insulina sob a pele.

Agulhas de insulina vêm em tamanhos diferentes. A maioria das agulhas tem um revestimento especial para ajudá-los a atravessar a pele com tão pouca dor seja possível.

Não partilhe as suas agulhas ou seringas com outras pessoas.

Pergunte ao seu médico qual o tipo de agulha é certo para você.

Canetas de Insulinacaneta

As canetas de insulina são dispositivos que se parecem com canetas regulares com uma multo curta agulha na ponta. As canetas tem insulina suficiente nelas para algumas injecções. Alguns canetas têm um caso preenchido com a insulin que você muda quando ela está vazia. Outras canetas são jogadas fora quando o caso está vazio.

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Colocar uma nova agulha na ponta da caneta cada vez que voce mesmo tome uma injeção (shot).

Certifique-se de usar o tipo de insulina e agulha certa para o seu tipo de caneta.

Não partilhe a sua caneta de insulina ou cartucho com os outros.

Bombinha Bombas de insulina

As bombas de insulina são usadas na parte externa do seu corpo. A bomba está ligada ao seu corpo por um tubo flexível que tem uma dica que fica sob a pele.

Um cartucho de insulina é colocado na bomba. A insulina flui através do tubo em seu corpo.

A bomba controla a quantidade de insulina que entra em seu corpo.

A bomba de insulina pode dar-lhe 24 horas todo o dia.

Existem ferramentas chamadas ajudas de injeção que pode torná-lo mais fácil para você injetar insulina. Existem ferramentas para ajudar as pessoas que têm problemas de visão e pessoas com deficiência física.

Pergunte ao seu médico sobre ferramentas para ajudá-lo a injetar insulina.

Insulina Injetores Jetingetora

Injetores de insulina a jato usa pressão de ar forte para pulverizar insulin através da pele.

Injetores de insulina a jato não utilizar agulhas.

Pergunte ao seu médico para lhe mostrar com segurança de como usar o jet injector.

Dispositivos de insulina

10 Dicas para dispositivos de insulina

Cada dispositivo de insulina é diferente. Esta página lista algumas dicas básicas sobre os dispositivos de insulina. Fale com o seu prestador de cuidados de saúde para aprender tudo o que você deve saber sobre o seu dispositivo insulina.

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Dicas gerais

Nunca compartilhe agulhas de insulina (seringas) ou dispositivos.

Pergunte ao seu médico ou enfermeiro para mostrar-lhe como injectar a insulina.

Lave sempre as mãos antes de injetar a insulina.

Não injectar a insulina no mesmo local exato em seu corpo a cada vez.

º A pele pode ficar grossa ou fina, se você usar o mesmo local.

º Injetar na mesma área geral de seu corpo.

Não use a sua insulina se parece nublada ou parece algo está flutuando nela. Leve-o de volta para a loja de droga para uma nova.

Não use agulhas de insulina (seringas), canetas e injetores após a data de validade impressa no rótulo ou na caixa.

Siga as instruções de quando jogar fora as agulhas, canetas ou injetores.

Você deve jogar fora suas agulhas usadas em um recipiente rígido como uma garrafa de detergente de lavanderia vazio ou um café de metal pode.

º Certifique-se de que as agulhas não podem picar através do recipiente.

º Coloque uma etiqueta na embalagem para alertar as pessoas de que é perigoso.

º Manter o recipiente onde as crianças não podem chegar a ele.

º Sempre colocar uma tampa ou na parte superior do recipiente.

Como jogar fora dispositivos usadosjogar fora

Este folheto não deve ser usado no lugar de falar com o seu médico ou ler o rótulo do seu medicamento. A informação sobre droga e risco neste livro podem mudar.

Você pode controlar seu Diabetes

Faça um plano.

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Trabalhe com o seu médico, enfermeiro ou educador sobre diabetes para planejar como você vai gerenciar sua diabetes.

Verifique se o seu açúcar no sangue.

Use o seu medidor de glicose para testar o nível de glicose (açúcar).

Cuidado com o que você come.

Trabalhar com sua equipe de saúde para chegar a um plano de refeição só para você.

Use medicamentos sabiamente.

Pergunte ao seu prestador de cuidados de saúde, quando e como usar com segurança seus medicamentos de diabetes.

Seja ativo e fazer exercício físico.

Dançar, fazer uma caminhada, ou participar de uma aula de ginástica. Verifique com seu médico sobre formas seguras de ser mais ativo.

Conheça o seu ABC:

A – A-1-C teste de sangue mede o nível de açúcar no sangue nos últimos 3 meses. O

Número A-1-C deve ser inferior a 7, para a maioria das pessoas.

B – Pressão Arterial

C – Colesterol

Monitore sua saúde física e mental em geral. Trabalhar com sua equipe de saúde para manter seus pés, olhos, coração e os dentes saudáveis.

Tome tempo para se preocupar com Diabetes

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Conclusão

Depois de termos feito uma pesquisa deste trabalho com o tema acima mencionado, chegamos à conclusão que a Insulinoterapia é o tratamento do diabetes mellitus através da administração exógena de insulina.

A insulina é um hormônio usado na medicina para tratar algumas formas de diabetes mellitus. Pacientes com diabetes mellitus tipo 1 dependem de insulina exógena (geralmente administrado por via subcutânea) para a sua sobrevivência, pois o hormônio não é produzido por seu organismo. Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 são resistentes à insulina, têm a produção de insulina relativamente baixa, ou ambos; certos pacientes com diabetes tipo 2 podem eventualmente necessitar de insulina se outras medicações não conseguirem controlar os níveis de glicose no sangue de forma adequada.

É importante salientar que a Insulina é a hormona responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), ao promover o ingresso de glicose nas células. Esta é também essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lípidos (gorduras).

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Considerações finais

Insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose nas células para ser transformada em energia. Pessoas com diabetes podem precisar de injeções de insulina por diferentes motivos: não produzirem insulina suficiente, não conseguirem usá-la adequadamente ou ambos os casos. Ela é como uma chave que abre as fechaduras das células do corpo, para que a glicose (açúcar no sangue) entre e seja usada para gerar energia. Ou seja, o hormônio ajuda a glicose a entrar nas células do corpo.

As injeções de insulina têm percorrido um longo trajeto, desde que passaram a ser usadas no tratamento do diabetes, em 1920. Hoje em dia, além de diferentes tipos de insulina para atender as necessidades de cada usuário, há inúmeras maneiras de injetar o hormônio. Na prática, o processo de aplicação tornou-se fácil e praticamente indolor, graças às inovações vistas em agulhas para seringas e canetas da BD.

Quando o organismo deixa de produzir insulina em quantidade suficiente ou não consegue usar efetivamente o hormônio que produz, o uso de insulina exógena pode entrar em cena como parte do tratamento. Além de diferentes tipos de insulina, a prescrição médica inclui horários e dosagens específicas a cada paciente.

Insulina ajuda glicose a entrar nas células do corpo

Se a glicose não consegue entrar nas células, acumula-se na corrente sanguínea. Quando não tratada, a glicemia alta causa complicações a longo prazo.

Além disso, quando o açúcar no sangue atinge um certo nível, os rins tentam se livrar dele por meio da urina, fazendo com que o indivíduo precise urinar com mais frequência. A micção frequente causa sintomas como cansaço, sede e fome excessivas, levando à consequente perda de peso.

A glicose proveniente dos alimentos não é a única fonte de energia do nosso organismo. O corpo também recebe energia de um tipo de açúcar complexo chamado glicogênio, armazenado no fígado e nos músculos. O fígado converte o glicogênio em glicose e a libera na corrente sanguínea quando a pessoa está sob estresse ou com muita fome. Quando há insulina suficiente, os músculos aproveitam o glicogênio para gerar energia sem liberá-lo diretamente no sangue.

No diabetes tipo 2, o fígado libera muita glicose, especialmente durante a noite, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue pela manhã. As injeções de insulina ajudam a reduzir a quantidade de glicose liberada pelo fígado durante a noite, trazendo-a às taxas adequadas.

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Insulina ajuda na construção dos músculos

Quando um indivíduo sem diabetes fica doente, ferido ou se recupera de alguma cirurgia, a insulina exerce o papel de colaboradora na recuperação, trazendo aminoácidos (blocos que constroem as proteínas musculares) para os músculos. Os aminoácidos reparam os danos musculares e ajudam os músculos a recuperar tamanho e força. Se não há insulina suficiente no corpo quando os músculos são feridos, os aminoácidos não conseguem realizar seu trabalho, tornando os músculos fracos demais.

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Referências Bibliográficas

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Giugliano D, Maiorino MI, Bellastella G, Chiodini P, Ceriello A, Esposito K. Efficacy of insulin analogs in achieving the hemoglobin A1c target of < 7% in type 2 diabetes. Diabetes Care 2011;34:510-517.

Karter AJ, Subramanian U, Saha C, Crosson JC, Parker MM, Swain BE, et al. Barriers to insulin initiation. Diabetes Care 2010;33:733-735.

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