Inteligência e suas múltiplas concepções

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  • Avaliao Psicolgica, 2009, 8(1), pp. 143-144 143

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    Diego Vincius da Silva1 Universidade So Francisco

    Candeias, A.; Almeida, L.; Roazzi, A.; Primi, R. (orgs) (2008). Inteligncia: definio e medida na confluncia de mltiplas concepes. So Paulo: Casa do Psiclogo, 427p.

    1O livro Inteligncia: definio e medida na confluncia de mltiplas concepes foi organizado com o objetivo de explorar diversas questes que esto presentes no debate sobre a conceituao e definio do construto inteligncia. Os organizadores Adelinda Arajo Candeias, doutora em Psicologia pela Universidade de vora, Leandro S. Almeida, doutor em Psicologia pela Universidade do Porto, Antonio Roazzi, doutor em Psicologia do Desenvolvimento na Universidade de Oxford e Ricardo Primi, doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de So Paulo, reuniram uma srie de autores dos pases Brasil, Portugal e Espanha que esto interessados nesse construto em suas diferentes formas de compreenso, desde aqueles que tomam posicionamentos mais tradicionais at aqueles que tm posicionamentos mais atuais, estudos laboratoriais e outros com aplicao prtica. O prefcio escrito pelos prprios organizadores que apresentam os contedos explorados em cada captulo do livro. Eles consideram que a inteligncia um dos construtos mais estudados pela psicologia, sendo que ela se configura como uma das reas cientficas que mais produz e aplica esse construto na esfera social. Uma questo principal que os autores apresentam no prefcio se torna pertinente a sua transcrio a seguinte se este construto reflete mais uma aptido ou trao interno associado s propriedades biolgicas dos indivduos ou se , sobretudo, expresso de um comportamento social e aprendido, fortemente marcado pelos contextos de vida dos sujeitos. Para responder essa questo o livro aponta desenvolvimentos na concepo da inteligncia, a situa como estando no meio dos dois plos apresentados na questo acima, e diz que ela pode ser concebida como uma capacidade dinmica. No captulo 1, denominado O que nos torna uma espcie inteligente? A inteligncia em

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    uma perspectiva epistemolgica, os autores Antonio Roazzi, David P. OBrien, Bruno C. de Souza, Maria da Graa B. B. Dias e Maira Roazzi realizam um raciocnio epistemolgico sobre a inteligncia humana, apresentando uma perspectiva histrica acerca da busca de conceituao desse construto. Nesse captulo se reflete sobre a inteligncia alm dos limites marcados pela psicometria, focada na deteco das diferenas entre as pessoas no sentido de quantidades ou tipos de inteligncias, e traz as contribuies de carter epistemolgico de Piaget sobre desenvolvimento cognitivo. No capitulo 2, Construto e medida da inteligncia: contributos da abordagem fatorial, Leandro Almeida, Adelina Guisande, Ricardo Primi e Aristides Ferreira trazem uma perspectiva histrica da abordagem psicomtrica da inteligncia, desde estudos de Spearman, passando pela teoria de Cattell-Horn-Carroll (CHC) das aptides cognitivas humanas e a aplicao dessa teoria nas escalas de inteligncia ate os dias atuais. No terceiro captulo, Las aptitudes espaciales, Gerardo Prieto apresenta estudos acerca do tema aptides espaciais, desde uma perspectiva da abordagem psicomtrica clssica at a leitura cognitivista atual. O autor define aptides espaciais como sendo um conjunto de capacidades que permitem gerar, reter, recordar e transformar imagens visuais de objetos. Ele aponta os estudos fatoriais desse construto no sculo XX, e traz exemplos de formas de se avali-lo. No captulo seguinte Las aptitudes verbales de Jos Muiz e Eduardo Garcia-Cueto falam sobre as aptides verbais, definindo que as funes bsicas da inteligncia geral so a abstrao e a capacidade de estabelecer relaes. Eles afirmam que o fator verbal aparece como uma das mais relevantes da estrutura diferencial da inteligncia, tanto no aspecto produtivo (fluidez verbal) como compreensivo (compreenso verbal). Os autores apresentam uma srie de modelos sobre a inteligncia, so eles, modelo de Spearman, de

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    Avaliao Psicolgica, 2009, 8(1), pp. 143-144

    Thurstone, de Guilford e a teoria do contnuo heterogneo e hierrquico de Yela. No captulo quinto, Explicacin del funcionamiento intelectual a partir de perfiles, de Antoni Castell, busca-se definir os perfis intelectuais e como eles podem ajudar na explorao do funcionamento intelectual diferenciado entre os sujeitos. Esse captulo foi dividido em partes, sendo que na primeira se dedica ao tema inteligncia e funcionamento intelectual, se abordando a noo da inteligncia, em seguida apresenta-se as anlises das interaes entre as suas bases fsicas, os processos cognitivos e os comportamentos. Em Aproximacin a los estilos cognitivos. Lneas de trabajo actuales en el estudio de la dependencia-independencia de campo de M. Fernanda Pramo, Adelina Guisande, Carolina Tinajero e Leandro S. Almeida, descrito a dependncia versus independncia de campo na anlise dos estilos cognitivos e inteligncia. Quando se pretende observar as investigaes sobre os estilos cgnitos, os autores afirmam que h trs reas de conflito, a saber, confuso de definies, relao com outras dimenses psicolgicas e entre diferentes modelos tericos. Apresenta-se um histrico da conceituao dos estilos cognitivos, a definio, relao com inteligncia, personalidade e estilos de aprendizagem. No captulo 7, Inteligencias mltiples: evaluar y desarrollar, Mara Dolores Prieto, Mercedes Ferrando, Mara Rosario Bermejo e Carmen Ferrndiz analisam o modelo das inteligncias mltiplas de Howard Gadner, considerando os aspectos didticos utilizados para avaliar a competncia de alunos dentro contexto educacional. Apresenta-se a natureza da inteligncia humana desde as primeiras teorias at o aparecimento da teoria das inteligncias mltiplas, com o objetivo de estabelecer as inovaes desse modelo, as teorias psicomtricas e teoria do processamento da informao. Apresenta-se tambm como se avaliam as mltiplas inteligncias nos variados contextos como, no educacional e organizacional. No oitavo captulo, Inteligncia social: estudos tericos e instrumentos de avaliao Adelinda Arajo Candeias procura conceituar a inteligncia social, sob a perspectiva de duas fases

    importantes para o estudo desse conceito e para a sua avaliao, so elas os estudos psicomtricos e os estudos cognitivistas. A autora afirma que a inteligncia social assume uma importncia no estudo dos processos de interao, comunicao e resoluo de problemas em situaes interpessoais. No nono captulo, Inteligncia emocional, Maria Glria Franco avalia a inteligncia emocional como sendo um construto recente e de grande interesse na comunidade cientifica. A autora organiza esse captulo em seis pontos: reviso histrica, caracterizao dos principais modelos, reviso dos principais instrumentos de avaliao, apresentao de alguns estudos, reflexo crtica sobre a situao atual dos estudos e uma sugesto de definio do construto. No captulo 10, denominado Bateria de Avaliao Neuropsicolgica de Coimbra (BANC): estudo de validade com recurso escala de inteligncia de Wechsler para crianas, Mario R. Simes refere-se mais a uma questo de avaliao da inteligncia, apresentando um estudo emprico que tem por objetivo estudar a relao entre os desempenhos de crianas, na BANC e na Escala de Inteligncia de Wechsler para Crianas. No ltimo captulo, O Cognitive Assessment System e o paradigma da avaliao dinmica de Vitor Cruz, tem como objetivo abordar o paradigma da avaliao dinmica, para tanto, realizado uma breve descrio histrica, seguido por uma abordagem terica e conceitual, e apresenta-se a metodologia de J. P. Dias e o seu modelo de avaliao dinmica, o Cognitive Assessment System. Esse livro rene textos importantes na discusso do conceito de inteligncia e se configura como um apropriado sumrio de diferentes reflexes do construto inteligncia. Nesse sentido, ele destinado aos profissionais das mais variadas reas cientficas que se interessam em investigar sobre a inteligncia, principalmente, aos profissionais da psicologia e da avaliao psicolgica que podem se aproximar de discusses relevantes acerca desse tema. Isto porque destaque especial dado sua avaliao que, por ser alvo de crticas e suscitar polmicas, os autores advertem que o psiclogo dever ser sempre melhor que as provas que usa durante o processo de avaliao.

    SOBRE O AUTOR Diego Vincius da Silva: Psiclogo, mestrando em Avaliao Psicolgica no Contexto Educacional da Universidade So Francisco USF, Itatiba, So Paulo.