1.5 - INTELIGNCIA EMOCIONAL

1.4.1 - Introduo

Baseado nas Inteligncias Mltiplas de GARDNER (1995), o modelo de Inteligncia Emocional foi apresentado pela primeira vez em 1990, por SALOVEY e MAYER (1997). Foi com a proposta inovadora destes autores que o conceito de Inteligncia Emocional ganhou propores mundiais, sendo ainda mais difundido em 1995 com as contribuies de GOLEMAN (1996).Usando conceitos de GARDNER, GOLEMAN mostra que as inteligncias intra e interpessoais so as vertentes que se tornam o elemento central da Inteligncia Emocional. Apesar das diferenas entre as perspectivas dos diversos autores sobre o assunto, convergente a idia de que a Inteligncia Emocional integra uma dimenso interna, associada ao controle e compreenso das prprias emoes, e uma dimenso externa, relativa s emoes dos outros.A Inteligncia Emocional defende que mais importante que ter um QI elevado, ter o controle de suas prprias emoes, e deixando assim de lado a tese que diz que a capacidade intelectual um fator fundamental para o sucesso, seja profissional, acadmico ou at mesmo pessoal (SPREA, p. cit. p. 120).Em sntese, podemos dizer que Inteligncia Emocional a combinao entre razo e emoo. Ela pode contribuir efetivamente gesto empresarial.1.4.2 - Histria

Em1920, opsicometristaRobert L. Thorndike, usou o termo "inteligncia social" para descrever a capacidade de compreender e motivar os outros. David Wechsler, em1940, descreveu a influncia dos fatores no intelectuais sobre o comportamento inteligente (SILVA, 2012, p. 20).O termo inteligncia emocional teria sido utilizado pela primeira vez em 1953 num livro de crtica literria ao Orgulho e Preconceito de Jane Austen, cujo autor se referiu a vrias personagens como sendo dotadas dessa qualidade. Na investigao cientfica, a primeira utilizao do termo data dos anos 60, onde um psiclogo alemo considerou que a insatisfao das mes durante os meses em que ficavam em casa com as crianas depois do parto se devia a um dficit de inteligncia emocional (SILVA, 2012, p. 21).Mas foi em 1983 que Howard GARDNER, com sua j citada teoria das inteligncias mltiplas, introduziu a idia de incluir os conceitos de inteligncia intra e interpessoal, mostrando que indicadores de inteligncia como o QI no explicam completamente a capacidade cognitiva (SPREA, 2009, p. 123).Na dcada de 90, o termo Inteligncia Emocional tornou-se tema de vrios livros, discusses em programas de televiso, em escolas e at em empresas. O termo j era alvo de pesquisas desde o comeo da dcada, com a publicao de dois artigos em jornais acadmicos, por Peter SALOVEY e John D. MAYER.Os artigos enquadravam a inteligncia emocional como um conjunto de habilidades que contribuiriam para a avaliao e expresso acurada de emoes em si e em outros e o uso de sentimentos para motivar e planejar a vida das pessoas. SALOVEY e MAYER comeam revendo o debate sobre as qualidades adaptveis e no adaptveis da emoo. Em seguida eles exploram a literatura sobre inteligncia, especialmente sobre inteligncia social, para examinar o lugar da emoo em concepes tradicionais de inteligncia. Ento os autores descrevem um quadro para integrando a pesquisa de habilidades relacionadas emoo. Concluindo, eles reveem os componentes da inteligncia emocional e discutem o papel dela na sade mental, finalizando com sugestes para futuras pesquisas e investigaes na rea.A popularizao do termo Inteligncia emocional cresceu com a publicao do livro Inteligncia Emocional de Daniel GOLEMAN em 1995. No livro, GOLEMAN prope uma espcie de viagem pelas instituies cientficas das emoes, visando levar o leitor a compreender melhor os momentos da vida e o mundo que os cerca. Na primeira parte de seu livro, GOLEMAN fala sobre as novas descobertas a respeito da arquitetura emocional do crebro, explicando os momentos de nossas vidas em que a emoo e o sentimento subjugam toda a racionalidade. O autor cita que a compreenso das estruturas cerebrais que comandam as emoes revelam bastante sobre nossos modos de aprendizado emocional, e essa compreenso tambm podem ajudar a dominar impulsos emocionais destrutivos. Nesta parte ele tambm fala sobre como estes dados podem ajudar a moldar os hbitos emocionais de nossos filhos.Em seguida, na segunda parte, GOLEMAN se aprofunda na atuao dos dados neurolgicos sobre os instintos bsicos, ensinando o leitor a conter impulsos emocionais, ler os sentimentos dos outros, lidar com relacionamentos e a desenvolver o que ele chama de desafio de Aristteles, que consiste na capacidade de "zangar-se com a pessoa certa na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo, e da maneira certa. Na terceira parte, GOLEMAN examina como essas aptides preservam nossos relacionamentos, como o mercado atual d valor inteligncia emocional para o xito no emprego e como o equilbrio emocional nos ajuda a preservar a sade e bem-estar. A quarta parte fala sobre as lies emocionais aprendidas na infncia, e como elas modelam circuitos emocionais, nos tornando mais aptos ou inaptos nos fundamentos da inteligncia emocional, mostrando como a infncia e adolescncia so importantes na determinao de hbitos emocionais bsicos que iro governar a vida do indivduo. A ltima parte do livro examina os riscos da falta de capacidade em dominar o campo dos sentimentos e como as deficincias em inteligncia emocional ampliam a gama de consequncias, que vo desde a depresso at problemas com comida e o vcio em drogas. GOLEMAN tambm documenta como escolas pioneiras esto ensinando s crianas as aptides emocionais e sociais.A concluso do livro, para GOLEMAN, quando o leitor chega ao fim da jornada, que consiste em entender o que significa e como levar inteligncia emoo.

1.4.3 - Conceitos

Inteligncia emocional um conceito emPsicologiaque descreve acapacidadede reconhecer os prpriossentimentose os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Esta a principal definio, que coincide bastante com as definies de GARDNER para inteligncias inter e intrapessoal.J SALOVEY e MAYER definem Inteligncia emocional como ... a capacidade de perceber e exprimir a emoo, assimil-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regul-la em si prprio e nos outros. (SALOVEY & MAYER, apud COBRO, 2006, P. 338).Estes autores dividiram-na em quatro habilidades:Percepo das emoes inclui habilidades envolvidas na identificao de sentimentos por estmulos, como a voz ou a expresso facial, por exemplo. A pessoa que possui essa habilidade identifica com facilidade a variao e mudana no estado emocional de outra;Uso das emoes implica na capacidade de empregar as informaes emocionais a fim de facilitar o pensamento e o raciocnio;Entender emoes a habilidade de captar variaes emocionais nem sempre evidentes;Controle e transformao da emoo constitui o aspecto mais facilmente reconhecido da inteligncia emocional. a aptido de lidar com os prprios sentimentos. Daniel GOLEMAN tambm definiu inteligncia emocional:... capacidade de identificar os nossos prprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoes dentro de ns e nos nossos relacionamentos. (GOLEMAN, 1996, P 42). GOLEMAN deixa claro em suas obras que para ele, a inteligncia emocional a maior responsvel pelo sucesso ou insucesso dos indivduos. Segundo ele, a inteligncia emocional pode ser classificada em cinco habilidades:Auto Conhecimento Emocional reconhecer as prprias emoes e sentimentos quando ocorrem;Controle Emocional lidar com os prprios sentimentos, adequando-os a cada situao vivida;Auto Motivao dirigir as emoes a servio de um objetivo ou realizao pessoal;Reconhecimento de emoes em outras pessoas reconhecer emoes no outro e empatia de sentimentos;Habilidade em relacionamentos interpessoais Interao com outros indivduos utilizando competncias sociais.Dentre estas cinco, as trs primeiras so habilidades intrapessoais e as duas ltimas interpessoais. As primeiras so essenciais ao autoconhecimento, enquanto as outras so importantes para:Organizao de Grupos Habilidade essencial da liderana, que envolve iniciativa e coordenao de esforos de um grupo, bem como a habilidade de obter do grupo o reconhecimento da liderana e uma cooperao espontnea.Negociao de solues caracterstica do mediador, prevenindo e resolvendo conflitos.Empatia a capacidade de, ao identificar e compreender os desejos e sentimentos dos indivduos, reagir adequadamente de forma a canaliz-los ao interesse comum.Sensibilidade Social- a capacidade de detectar e identificar sentimentos e motivos das pessoas.Podemos notar que estas habilidades descritas pelos autores so, na verdade, as mesmas, mas agrupadas sob termos diferentes, como por exemplo, o Reconhecimento de emoes em outras pessoas de GOLEMAN tem a mesma finalidade de Entender emoes de SALOVEY e MAYER. Por isso, podemos sintetizar estas denominaes, para que elas resumam os conceitos repetidos e que sejam mais abrangentes para facilitar o entendimento e dinmica do texto (COBRO, 2006, p. 340).Empatia - A palavra empatia vem do grego empatheia, que significa afeto ou paixo. O dicionrio Aurlio define empatia como "a capacidade psicolgica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situaes e circunstncias por esse outro vivenciadas". Resumindo, empatia a capacidade de sentir as emoes de outros, colocar-se no lugar do interlocutor. O altrusmo e a caridade so sentimentos que podem ser considerados como originrios dela. A empatia ser usada aqui para sintetizar o reconhecimento de emoes nos outros de GOLEMAN, entender emoes e Percepo das emoes de Solovey e MAYER.Auto Controle Emocional Resume as capacidades de entender, controlar e utilizar e transformar os prprios sentimentos e emoes para seu prprio benefcio. Compreende o Uso das emoes e Controle e transformao da emoo de Solovey e MAYER e o Controle emocional, Auto conhecimento emocional e Auto motivao de GOLEMAN (COBRO, p. cit. p. 339).Aptido Interpessoal Trata-se da capacidade de interao social do indivduo com outrem. Enquanto a empatia engloba a parte que concerne o relacionamento entre duas ou mais pessoas e o auto controle emocional compreende o indivduo isolado, a aptido interpessoal atua como um unificador destes dois aspectos, mostrando que elementos de um no apenas podem ser usados no outro, como tambm dependem um do outro para ter xito. Sintetiza o Uso das Emoes e a Percepo das emoes de SALOVEY e MAYER e Habilidades em Relacionamento Interpessoal de GOLEMAN (LURIA, 1981, p. 111).